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A reabertura dos seis shoppings centers na Região Metropolitana de Belém (RMB) levou milhares de pessoas à procura dos estabelecimentos, neste sábado, 6. Antes de abrir as portas, clientes se aglomeravam em longas filas do lado de fora, esperando dar meio-dia para entrarem. Mas o retorno às atividades não essenciais em meio à pandemia do coronavírus, decretado pelo Governo do Estado e pelas prefeituras de Belém e Ananindeua, fez com que a Justiça Estadual pedisse explicações às administrações sobre as condições do sistema de saúde público na capital, que justifique uma segurança à liberação. Os salões de beleza, clínicas de estética e barbearias também voltaram ao trabalho.

Apesar da intensa procura dos consumidores e dos registros de pontos de aglomeração, todos os estabelecimentos cumpriram regras de distanciamento social e de higiene. Os empreendimentos seguiram os protocolos da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), como a aferição de temperatura dos clientes à porta dos locais, limitação nos elevadores e espaçamento de três a quatro degraus nas escadas rolantes.

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No shopping Pátio Belém, localizado no bairro da Batista Campos, por volta de 10h30, uma fila de consumidores se formava ao lado de fora do estabelecimento. O horário de reabertura estava marcado para meio-dia. Devido ao sol intenso, muitos se abrigaram embaixo de uma árvore na calçada. Para conter a aglomeração, a administração abriu as portas 30 minutos antes da hora prevista, porém, as lojas, só reabriram ao meio-dia. No empreendimento, a maior procura dos consumidores foi pelas lojas com serviços de telefonia. Elas, durante à tarde, registraram filas, na entrada. Procuradas pelo Estadão, as gerências não quiseram se manifestar.

A camareira Vanessa Rodrigues Mendonça, 37 anos, foi ao local para resgatar o número de seu celular. "Fui assaltada há duas semanas e já estava querendo resgatar o chip, mas tive que esperar o shopping abrir. Usava o mesmo número há muitos anos, então quero resolver logo, por isso vim na abertura. Cheguei 10h, e estava tranquilo, pouca gente, estão respeitando, está bem organizado. Mas depois os clientes foram chegando e aglomerou", disse.

A administradora de empresas, Rosana Alves, de 45 anos, também foi ao shopping. Ela chegou por volta das 16h30, quando já estava em pleno funcionamento. "Rapidamente, muitas fotos de filas circularam nas redes sociais. Fiquei com medo de vir, porém, preciso comprar um computador, pois a empresa adotou o home office e o meu deu problema", contou.

O shopping, que é um dos mais movimentados da capital - por estar na região central de Belém- , estima que neste retorno, haverá cerca de 62% de queda no índice de clientes dentro do empreendimento, e consequentemente, nas vendas, comparado ao mesmo mês do ano passado. Em relação ao tempo médio de permanência do consumidor em tempo de coronavírus, os números também são negativos. "Antes, os clientes ficavam cerca de uma hora e meia dentro dos shoppings, mas, com a pandemia, acreditamos que esse tempo reduza para 35 minutos", explicou Tony Bonna, superintendente do shopping.

Tony Bonna atribui a redução de permanência dos clientes, à suspensão dos serviços de entretenimentos, eventos, cinemas, academias e de todo o segmento de alimentação dentro dos empreendimentos. Além das lojas, estão autorizados a funcionar dentro dos shoppings, as agências bancárias, petshops, clínicas médicas, lavanderias e laboratórios. O shopping Pátio Belém também terá o quadro de funcionários reduzido com a crise econômica provocada pela covid-19.

"Algumas lojas já sinalizaram a descontinuação de contratos, outras, já fecharam. Ainda não temos um levantamento completo, mas, tínhamos 2,5 mil funcionários diretos, que durante a pandemia, tiveram contratos suspensos, ou foram desligados", adiantou o superintendente.

Ainda em Belém, o Boulevard Shopping, que fica no bairro do Reduto, a fila, por volta das 11h30, já chegava às vias do entorno. Centenas de clientes esperaram por mais de uma hora para entrar no local. Mesmo com o fluxo intenso na abertura, no decorrer da tarde, o movimento foi diminuindo. "A fila ficou grande porque na porta estavam verificando a temperatura das pessoas. Depois disso, as lojas ficaram vazias. Por ser um shopping mais elitizado, os frequentadores estão tendo um cuidado maior", explicou a empresária Neiva Oliveira Grecchi, dona de uma loja de confecção dentro do empreendimento.

Já o Shopping Castanheira, na BR-316, a aglomeração também foi grande para aguardar a liberação para entrada. As lojas de departamento estavam com maior demanda no local. Segundo a assessoria de imprensa, "a reabertura seguirá normas rígidas de higienização e sanitização, bem como o uso de máscaras por todos os nossos colaboradores"

O Bosque Grão Pará, na avenida Centenário, registrou um movimento tranquilo. A assessoria de comunicação informou que o retorno "terá um horário de funcionamento reduzido, das 12h às 20h, de segunda a domingo. A abertura das lojas será progressiva e por segmentos, seguindo as recomendações do Governo do Estado e Prefeitura de Belém".

Já o Parque Shopping, na avenida Augusto Montenegro, na Grande Belém, teve fila na entrada, e aos poucos, o fluxo nas lojas reduziu. Através da assessoria de imprensa, o shopping informou que a reabertura foi "em alinhamento às diretrizes dos órgãos competentes, e como forma de garantir uma operação zelosa, segura e adequada ao momento atual".

A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) estima que os cinco shoppings de Belém reúnam 966 negócios. Juntos, os empreendimentos geravam 26 mil postos de trabalho. Com o fechamento, desde o dia 21 de março, a estimativa é de que cerca de 100 lojas decretem falência.

Ananindeua

A prefeitura da cidade vizinha também autorizou o retorno dos shoppings em Ananindeua. O Shopping Metrópole, localizado na BR-16, no km 4, registrou poucas filas e um movimento calmo durante a tarde de sábado. Para esta retomada, o gerente de marketing, Marcelo Reuters, diz que todos os protocolos de distanciamento e higiene foram seguidos. "O que queremos mostrar à sociedade é que nós temos condições de retornar as atividades com segurança para os clientes e lojistas", afirmou. O shopping caçula da Região Metropolitana conta com 170 operações, e acredita que este retorno será desafiador. "Ainda não temos os números totais de queda no faturamento e nem de lojas fechadas. A pandemia nos pegou de surpresa, e tudo está sendo muito novo", finalizou Marcelo Reuters.

Justiça

A liberação do retorno das atividades econômicas no Pará terá de ser explicada na justiça pelo governo do Estado e pela prefeitura de Belém até este domingo, 7. As administrações precisam se manifestar sobre uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o plano de reabertura das atividades não essenciais, como os shoppings centers, salões de beleza e barbearias.

O prazo de manifestação do Estado foi estendido pelo juiz Raimundo Santana, da 5ª Vara da Fazenda e Tutelas Coletivas, após um pedido de dilação do Governo do Estado, por mais 24 horas. É que a primeira decisão da justiça determinava que a manifestações das administrações deveriam ser entregues até ao meio-dia deste sábado. A prorrogação será estendida ao município de Belém.

A promotora de justiça do Estado, Fabia Fornier, explica que o plano de reabertura das atividades econômicas dá à população a sensação de segurança quanto a não proliferação do novo coronavírus." Uma vez que o Estado e a Prefeitura liberam, as pessoas voltam às ruas, começam a fazer as velhas práticas de antes e ainda não temos uma garantia que a doença, de fato, está caindo. Com a liberação das atividades, as pessoas podem começar a ficar muito doentes novamente e colapsar o sistema de saúde", disse ao Estadão.

O pedido do MPPA e do MPT de que as medidas mais rígidas de isolamento social sejam adotadas novamente pelas administrações públicas, leva em consideração também o novo comportamento do vírus. "Começamos a ter índices maior no interior, que, por mais que tenham recebidos hospitais de campanha e reforço nos hospitais de referência, não vão comportar a demanda. Esses pacientes vão precisar se deslocar para Belém, e assim, contaminar mais pessoas na capital e termos um repique, com números mais expressivos que a primeira onda", observou a promotora.

O procurador do Trabalho, Sandoval Alves da Silva, que também assinou a ação contra o governo e a prefeitura, também questionou a retomada. "Temos um estudo da Universidade Federal do Pará (UFPA), o qual não garante que seja a hora ideal para a reabertura. Não temos quantidade suficiente de leitos de UTIs e testes. Os números atualizados são incertos. Nem todo mundo que morre de covid é diagnosticado. Os profissionais da saúde estão morrendo. Trabalham em plantão de 12h. Isso é desumano", garantiu o procurador do MPT. Caso a decisão do juiz seja favorável ao Governo do Estado e a Prefeitura de Belém, os órgãos garantem que vão recorrer.

Em nota enviada ao Estadão, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informa que irá apresentar manifestação e estudo que serviu de base para reabertura das atividades não essenciais dentro do prazo estipulado pela justiça.

Também por meio de nota, a prefeitura de Belém informou que o Comitê de Segurança Municipal, formado pela Ordem Pública, Guarda Municipal e Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (SeMOB), fiscalizou os shoppings de Belém, que reabriram às 12h deste sábado, 6, como parte do plano de retomada econômica do município. O objetivo da ação, segundo a nota, foi verificar se os estabelecimentos estavam cumprindo as medidas sanitárias e adequações necessárias para a reabertura. Dentre as exigências estão o distanciamento entre pessoas e uso obrigatório de máscaras e álcool em gel, para evitar a proliferação do novo Coronavírus na cidade.

A reabertura dos shopping centers e salões de beleza foi autorizada no decreto nº. 96.418/2020, publicado na última sexta-feira, 5, que altera o de nº 96.340, de 25 de maio de 2020, que dispõe sobre as medidas de distanciamento social controlado.

Casos

Até este sábado, o Pará já registra 53.176 casos e 3.612 mortes pela covid-19. Segundo o governo, há 653 leitos de UTI, com a disponibilidade de 78%.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou que irá publicar um decreto nesta segunda-feira, 1º, flexibilizando as regras de isolamento social na capital fluminense, epicentro da pandemia do novo coronavírus no Estado. Dentre as medidas, está a liberação dos calçadões da cidade para a prática de exercícios.

Nas palavras do próprio Crivella, a reabertura será "lenta, gradual e com segurança". A flexibilização, segundo ele, está amparada em decisão unânime de seu gabinete científico, que considerou que um afastamento social prolongado "apresenta um número maior de mortes por outras doenças".

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O prefeito afirmou ainda que a cidade, que até domingo registrava 29.157 casos do novo coronavírus, com 3.578 mortes, não possui mais fila de espera por leitos de UTI.

As restrições no Rio serão abrandadas em seis fases, que deverão durar duas semanas cada. A primeira delas começará amanhã (2). Assim, uma reabertura total das atividades na cidade só deverá acontecer entre o final de julho e o início de agosto.

"As aulas poderão começar, se o plano todo der certo, em julho. Se todos os parâmetros forem seguidos, em agosto voltamos à vida normal, ao novo normal, usando máscaras e sem aglomerações", declarou Crivella.

O decreto que passará a valer nesta terça irá autorizar a prática de exercícios em centros de treinamento - o que permitirá o retorno das atividades para os clubes de futebol -, nos calçadões e no mar, mas apenas para atividades individuais. Ainda não será permitido utilizar a faixa de areia nas praias, bem como segue vedado o uso de piscinas e saunas.

Como já havia indicado na semana passada, Crivella também autorizou a reabertura de concessionárias de veículos, e de lojas de móveis e decoração. Bares e lanchonetes permanecem com as restrições, e só podem trabalhar no sistema de entrega ou retirada. Cultos religiosos - que o prefeito havia liberado na semana passada, mas foi contestado em decisão judicial - também poderão acontecer, mas seguindo protocolos de prevenção.

A capital da Rússia inicia nesta segunda-feira (1°) uma nova etapa da flexibilização do confinamento, com a autorização de abertura de mais estabelecimentos comerciais e de passeios para os moradores, apesar do aumento do número de casos diários na semana passada.

Depois de mais de dois meses fechados, muitos estabelecimentos comerciais reabrirão as portas e os parques da capital serão acessíveis novamente aos moscovitas, que devem usar máscaras no espaço público. Cafés, restaurantes e cinemas continuarão fechados e as concentrações seguem proibidas até nova ordem.

No fim de março, o governo decretou um confinamento estrito em Moscou, epicentro da epidemia de coronavírus no país. Os moradores eram autorizados apenas a fazer compras essenciais, passear com os cachorros e retirar o lixo de suas casas. Um sistema eletrônico foi adotado em abril para observar o respeito às medidas.

Após mais de 9.000 novos casos registrados no domingo em apenas um dia, a Rússia superou 400.000 infectados, mas a taxa de letalidade é pequena, com 4.693 mortes até o momento.

Moscou registra quase metade dos contágio, com 180.791 casos e 2.477 mortos. O número de novos casos voltou a aumentar desde quinta-feira e no domingo alcançou 2.595 na cidade.

O prefeito da capital russa, Serguei Sobianin, anunciou na quarta-feira que a cidade iniciaria no dia 1 de junho a retomada as atividades, com a permissão de reabertura para os estabelecimentos comerciais não essenciais.

Uma medida muito aguardada após dois meses de fechamento, o que abalou as finanças das empresas, apesar do governo ter anunciado o adiamento dos impostos e a concessão de créditos sem juros.

Um estudo publicado pelo Centro de Pesquisas Estratégicas em abril aponta que quase um terço das empresas russas estão ameaçadas de falência devido à queda na demanda provocada pela epidemia. As empresas de comércio e serviços são as mais afetadas.

Os moscovitas serão autorizados a passear, mas seguindo um protocolo tão complicado que provocou piadas e críticas no país. O analista político Alexander Golts classificou o protocolo de "pura loucura".

Os edifícios da capital terão faixas de horário nas próximas duas semanas para que os moradores possam sair de casa: três dias por semana de 9h às 21h. Sobianin explicou que deseja evitar que as ruas de Moscou fiquem lotadas.

Pessoas com mais de 65 anos poderão sair de casa depois de mais de dois meses de confinamento total. No dia 24 de junho será organizado o desfile militar para comemorar a vitória soviética sobre os nazistas, que estava previsto para 9 de maio. Para a ocasião as autoridades russas esperam que o confinamento tenha ficado para trás.

Nesta sexta-feira (29), o prefeito do Recife anunciou que em junho será possível flexibilizar alguns serviços econômicos no município. A medida mostra sintonia com o Governo de Pernambuco, que já havia informado que iniciaria a retomada, mas ainda sem data definida.

"No decorrer de junho, será possível a flexibilização de alguns setores da economia em nossa cidade", comunicou Geraldo Julio (PSB) em coletiva remota. "Todas as atividades foram avaliadas de acordo com a quantidade de empregos e a geração de renda. Também levamos em conta cada região da cidade", garantiu.

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Além da questão econômica, o prefeito disse que a liberação obedece ao risco de contágio entre regiões da cidade e, sobretudo, a saúde dos recifenses. Os critérios para a reabertura progressiva serão apontados pelo estudo encomendado ao Porto Digital.

A partir desta segunda-feira (25), o acesso às praias de Fernando de Noronha foi flexibilizado aos moradores, que deverão atender às recomendações sanitárias para voltar a frequentar os locais. O horário permitido será das 8h às 16h.

A administração do arquipélago informa que atividades sem contato físico estão liberadas com o limite de quatro pessoas, respeitando o distanciamento de dois metros. Porém toda atividade comercial das praias segue proibida junto com a vendas de bebidas alcoólicas. Caso as medidas sejam descumpridas, pode ocorre uma nova interdição.

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Com o retorno da movimentação no mar pela prática de surf e outros esportes, o engenheiro de pesca e pesquisador Léo Veras, responsável pelo Museu do Tubarão, pede precaução redobrada para evitar o contato com animais. "Percebemos que o não uso das praias encorajou a frequência de grandes tubarões nas regiões mais rasas. Desta maneira, as pessoas devem tomar alguns cuidados básicos de segurança e convivência. Por isso, não persiga, não tente toca e nem alimentar os tubarões. Se visualizar um animal maior do que você, saia da água", alerta.

Servidores infectados

Após zerar os casos da Covid-19 e recuperar todos os infectados, 12 servidores sintomáticos chegaram à Noronha em um grupo de 31 profissionais, no dia 17 de maio. Os confirmados com o novo coronavírus retornaram ao Recife na última quinta-feira (21), enquanto os 19 que permaneceram passaram por exames, que descartaram a possibilidade de infecção.

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O pefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, fará reunião nesta sexta-feira (22) com um comitê científico para decidir sobre uma flexibilização, nos próximos dias, do isolamento social no município, imposto pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A decisão foi tomada depois de um encontro com o presidente Jair Bolsonaro, nessa quinta-feira (21).

A ideia é fazer uma reabertura gradual da economia carioca. “Estou submetendo ao meu conselho científico todo o plano que elaborei com os empresários de todos os setores que tiveram paralisação, sobretudo o comércio e parte do setor de serviços, para, diante dos leitos que estamos abrindo e também da diminuição da curva de velocidade de contágio, nós podermos retomar as atividades no Rio”, disse Crivella.

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O prefeito destaca que, no município, houve diminuição de 80% nas aglomerações e no trânsito de pessoas na rua e foram abertos 899 leitos para Covid-19. O prefeito concede entrevista coletiva às 11h de hoje.

O município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, começa na próxima quinta-feira (21)  uma transição gradual de suas regras de isolamento, que começaram a vigorar em 19 de março. O plano está sendo desenvolvido por técnicos da prefeitura, especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e representantes de entidades empresariais, e será divulgado na terça-feira (19) pelo prefeito Rodrigo Neves (PDT).

"As ações da Prefeitura de Niterói estão sendo desenvolvidas com base na ciência e na análise de experiências internacionais que foram bem-sucedidas no combate ao coronavírus. É importante ressaltar que o isolamento social continua sendo a nossa maior arma e que só devemos sair às ruas em caso de extrema necessidade, e sempre usando máscaras. Contamos com o apoio, a perseverança e a disciplina dos niteroienses para o sucesso dessa transição gradual para uma nova normalidade", afirmou o prefeito, em pronunciamento feito pelas redes sociais no domingo (17).

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Entre as mudanças previstas, devem ser autorizadas a voltar a funcionar oficinas mecânicas, lojas de material de construção, de bicicletas e de colchões, além de serviços médicos, odontológicos e fisioterápicos, entre outros estabelecimentos comerciais e de serviços. A circulação pelo calçadão da orla e pela areia da praia também deve ser autorizada em horário restrito, das 6h às 9h e das 16h às 20h.

Pouco mais de uma semana após adotar regras de flexibilização para o isolamento social, a Alemanha começa a registrar os primeiros sinais de agravamento da pandemia de coronavírus. Ontem, pelo segundo dia seguido, o instituto Robert Koch, que acompanha a evolução do vírus, relatou um aumento dos índices de infecção e de letalidade da doença.

De acordo com o instituto, o índice de infecção voltou ao patamar de 1,0. Isto significa que cada pessoa doente de covid-19 contamina outra pessoa. Esta é a primeira vez que o índice atinge 1,0 desde que a Alemanha registrou 0,7, o ponto mais baixo, em abril.

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Ontem, Lothar Wiele, diretor do Roberto Koch, voltou a pedir que os alemães respeitem as regras rigorosas de isolamento social. "No contexto da flexibilização (de restrições), temos de garantir que a gente possa continuar a defender o sucesso que alcançamos juntos", disse Wiele. "Não queremos que o número de casos suba novamente", afirmou.

O governo autorizou a reabertura de lojas com até 800 metros quadrados, juntamente com revendedores de carros e livrarias, embora estabelecimentos e clientes devam manter as regras de distanciamento social. Ontem, os varejistas voltaram a pressionar as autoridades para permitir a reabertura de todas as lojas a partir do dia 4.

O governo alemão, no entanto, tem sido extremamente cauteloso, especialmente a chanceler, Angela Merkel, que há pelo menos duas semanas vem alertado para o risco de retomar as atividades econômicas cedo demais. "Ninguém gosta de ouvir isso, mas é a verdade é que ainda não estamos na fase final da pandemia. Estamos apenas no começo", disse Merkel, na semana passada, em discurso no Parlamento.

Relaxamento

Enquanto a Alemanha se preocupa com uma segunda onda da pandemia, outros países da Europa divulgaram um cronograma para acabar com a quarentena. Com números de mortes e contaminados apresentando pequenas quedas a cada dia, Espanha e França anunciaram ontem a flexibilização das regras de confinamento.

Ao Parlamento, o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, disse que a quarentena salvou "dezenas de milhares de vidas", mas que é hora de flexibilizar as restrições para evitar o colapso econômico. O número de mortos na França ultrapassou 23 mil, na segunda-feira, o quarto mais alto do mundo, atrás de EUA, Itália e Espanha.

O governo francês tenta aproveitar que as taxas de infecção estão caindo para resgatar a economia, embora Philippe tenha dito que a população terá de se adaptar a uma nova maneira de viver. "Vamos ter de aprender a conviver com o vírus", afirmou. O desafio em Paris é encontrar um equilíbrio entre retomar as atividades sem que haja o risco de uma segunda onda de infecções.

De acordo com o premiê, a França começará a deixar o isolamento em 11 de maio, a menos que não seja seguro. "Se os indicadores não estiverem adequados, não vamos flexibilizar o isolamento ou o faremos com mais rigor", afirmou. Até lá, segundo ele, a França terá capacidade para realizar 700 mil testes por semana, todos pagos pelo governo.

Quem também decidiu flexibilizar o confinamento ontem foi o governo da Espanha, que optou por uma retomada gradual da economia, em um processo que deve terminar no final de junho.

"Na melhor das hipóteses, a fase de desaceleração em direção a esse novo normal terá uma duração mínima de seis semanas e queremos que a duração máxima seja oito semanas para todo o território", disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. "Será a recompensa pelo gigantesco esforço coletivo que realizamos nas últimas semanas. Conseguimos achatar a curva de disseminação da epidemia."

O confinamento espanhol, o mais rigoroso da Europa, já teve um leve relaxamento no domingo, quando crianças tiveram autorização para caminhar ou brincar na rua durante uma hora por dia. No próximo fim de semana, o país dará mais um passo, permitindo que os adultos saiam para fazer exercícios ou passear.

Após uma fase de preparação, provavelmente em 11 de maio, restaurantes, lojas, hotéis e locais de entretenimento começarão a abrir gradualmente, embora com capacidade reduzida, observando "rigorosamente" as medidas de segurança e higiene, segundo Sánchez.

As escolas permanecerão fechadas até setembro. Até o fim do processo, o movimento de pessoas entre as regiões não será permitido, enquanto o uso de máscaras "será recomendado", especialmente para o transporte público. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O governador do Rio, Wilson Witzel, se reuniu na tarde desta quinta-feira, 23, com os secretários de Saúde, Edmar Santos, e de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Lucas Tristão, para discutir um plano de reabertura progressiva da economia no Estado. No entanto, no dia em que o País registrou o recorde de mortes pela covid-19, o mandatário fluminense afirmou que a atividade econômica só vai ser retomada após a inauguração dos hospitais de campanha e os índices da Saúde melhorarem.

"Em especial na Ásia, há países que flexibilizaram suas regras de isolamento social e observaram uma segunda onda de contaminações", disse o governador. "Precisamos ter ao menos indícios de melhora tanto no índice de vítimas fatais quanto da capacidade de atendimento hospitalar para que tomemos decisões mais acertadas, e não sejamos obrigados a voltar atrás e recrudescer as normas novamente."

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A reunião com os secretários foi por videoconferência, já que tanto Witzel quanto Edmar Santos estão infectados pelo coronavírus.

Assim como o plano anunciado pelo governador de São Paulo, João Doria, as medidas que devem ser tomadas no futuro pelo governo do Rio serão regionalizadas. Algumas áreas do Estado são menos afetadas pela propagação do vírus do que outras. No início do mês, Witzel chegou a flexibilizar o isolamento em municípios do interior em que não havia casos da covid registrados.

Segundo o governo, o Plano Estadual de Reabertura Planejada da economia será baseado em três eixos: definição prévia do ritmo de abertura; orientações de comportamento; e protocolos de operação para administradores, empresários e trabalhadores. Será feito um mapeamento de risco das atividades e das regiões do Estado.

"No Estado do Rio de Janeiro a curva de contaminação ainda é alta, apesar de estar sob controle. E é exatamente por estar sob controle que nós estamos muito preocupados com qualquer reabertura da atividade econômica", comentou o governador.

O Rio tem 6.172 casos confirmados da covid, com 530 mortes. A previsão é de que os oito hospitais de campanha anunciados pelo governo fiquem prontos no dia 30 deste mês e sejam inaugurados ao longo de maio. A taxa de ocupação de leitos de UTI da rede estadual já ultrapassa os 70%, que é o considerado razoável.

Com 928 mortes confirmadas, o governo de São Paulo prorrogou a quarentena no Estado para retardar a propagação do novo coronavírus, que venceria na próxima quarta-feira. Agora, a medida vale até o dia 10 de maio. A quarentena está em vigor no Estado desde o dia 24 de março e já havia sido ampliada uma vez. Na contramão, porém, prefeitos de pelo menos seis cidades já relaxam restrições no interior e no litoral. Outras, apesar de estudarem flexibilização, recuaram.

O decreto estadual prevê o fechamento do comércio e serviços não essenciais, o que inclui bares, restaurantes e cafés, que só podem funcionar com delivery. Já os serviços considerados essenciais, como farmácias e supermercados, podem abrir as portas. Havia a discussão se a ampliação valeria em todo os 645 municípios, uma vez que dirigentes vêm recebendo pressões de prefeitos do interior. Mas o governador João Doria (PSDB) determinou que a medida vale para todas as cidades. "Não temos nenhum prazer em ampliar o período da quarentena, mas temos de respeitar a ciência. E esse período vai passar e depois vamos agir para recuperar a economia.'

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O infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, afirmou que a decisão de prolongar a quarentena foi unânime. "Esta manutenção é absolutamente fundamental tanto do ponto de vista da área metropolitana de São Paulo, como da Baixada e do interior", afirmou.

Na contramão

Ontem a prefeitura do Guarujá publicou decreto autorizando o comércio a reabrir a partir de terça, apenas com a adoção de cuidados sanitários. As praias vão continuar fechadas. O controle de acesso à cidade com barreiras sanitárias foi mantido.

Ainda no litoral, a prefeitura de Praia Grande estuda um sistema de rodízio de pessoas para liberar o comércio. De acordo com o prefeito Alberto Mourão (PSDB) a ideia seria adotar um sistema semelhante ao rodízio de veículos na capital, permitindo a entrada de grupos de pessoas no comércio conforme o número final da cédula de identidade.

No interior, a prefeitura de Indaiatuba publicou decreto flexibilizando o funcionamento do comércio. Nesta sexta, porém, Nilson Gaspar (MDB) já recebeu ofício assinado pelo secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vignoli, recomendando a revisão da medida. São José do Rio Preto também iniciou a flexibilização gradual do comércio anteontem, mas foi exigido o uso de máscara no interior dos estabelecimentos.

A quarentena foi suspensa também em Mirandópolis, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que fosse retomada. Conforme decisão do desembargador Claudio Godoy, medidas que flexibilizam a quarentena não podem ser tomadas isoladamente pelo município.

Já a prefeitura de Sertãozinho permitiu a reabertura de parte do comércio para atendimento com hora marcada e o comércio geral foi liberado no sistema drive-thru. Em Jales, o decreto que reabre o comércio determina que as filas não podem ter mais que dez pessoas. As lojas de Piraju, por sua vez, vão adotar drive-thru..

Mais isolamento

Em contrapartida, em São Sebastião, a prefeitura reforçou o isolamento com bloqueios sanitários nos limites com Caraguatatuba e Bertioga. Já a prefeitura de Ribeirão Preto suspendeu o passe gratuito para idosos em ônibus e tornou obrigatório o uso de máscaras. Quem desrespeitar será multado em R$ 270. Em Pirassununga, a prefeitura revogou um decreto editado anteontem que permitia a reabertura do comércio. Conchal e Pirajuí também haviam liberado o comércio para funcionar, mas recuaram.

De acordo com o governo do Estado, a taxa de isolamento voltou a cair e ficou em 49% nesta quinta-feira - o ideal é 70%. Ontem, a reportagem flagrou uma "feira do rolo" na Praça da Sé, com pessoas aglomeradas, comprando e vendendo. A Prefeitura informou que faz abordagens no local.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta segunda-feira (13), que flexibilizará a graduação antecipada para enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas e médicos durante a pandemia. Os profissionais atuariam exclusivamente no combate ao novo coronavírus, mas com as novas regras terão maior liberdade de escolha.

A decisão, publicada no Diário Oficial da União, é um trabalho conjunto entre os Ministérios da Educação e da Saúde. O texto ainda esclarece que como não é obrigatório estar vinculado à atuação na pandemia, não haverá bonificação para a residência médica.

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A periodicidade continua a mesma. Alunos de medicina poderão se formar ao concluir 75% do internato que normalmente é praticado nos dois últimos anos, e os de enfermagem, farmácia e fisioterapia, no momento em que concluírem a mesma porcentagem do estágio curricular obrigatório. A medida serve para reforçar a quantidade de profissionais no país.

"O MEC trabalha em parceria com o Ministério da Saúde. Resolvemos, em conjunto, simplificar a portaria, para facilitar o entendimento por parte dos estudantes e a implementação pelas instituições de ensino", disse o diretor de Desenvolvimento da Educação em Saúde do MEC, Sérgio Henrique S. Santos. A medida tem caráter excepcional e valerá enquanto durar a situação de emergência na saúde pública.

O Senado aprovou o texto-base de um projeto de lei que suspende até 30 de outubro uma série de prazos contratuais. A medida coloca no papel flexibilizações durante a pandemia do novo coronavírus no País e dependerá agora de chancela da Câmara dos Deputados e ainda de sanção presidencial.

Na sequência, os senadores irão votar uma emenda que aumenta o rendimento de motoristas e entregadores de aplicativo.

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A alteração, proposta pela Rede, obriga as empresas a reduzirem em ao menos 15% o valor retido nas corridas realizadas até outubro e repassem essa quantia para o motorista. Além disso, proíbe aumento no preço das viagens.

Pelo texto aprovado, os efeitos da pandemia serão expressamente reconhecidos em lei como caso fortuito ou de força maior, em que o devedor não responde pelos prejuízos. Na prática, esse já tem sido o comportamento do Judiciário.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), empresas começaram a recorrer à Justiça e ter sucesso nos pedidos para rever contratos com base nessa justificativa.

O projeto do Senado deixa claro que a flexibilização não terá efeito retroativo. O aumento da inflação ou a variação cambial não serão considerados como fatos imprevisíveis. Ou seja, as partes de um contrato não poderão alegar que esses efeitos não estavam sendo esperados na economia.

A relatora do projeto, Simone Tebet (MDB-MS), fez alterações no texto para retirar polêmicas e permitir a aprovação, conforme antecipou o Broadcast Político.

A possibilidade de pessoas suspenderem o pagamento de aluguéis residenciais até outubro, como proposto inicialmente, foi excluída. O dispositivo recebeu críticas pelo risco de uma "moratória geral" no País.

Na hora da votação, a pedido do governo, os senadores retiram a previsão de que, nas empresas, lucros e dividendos poderiam ser declarados pelo conselho de administração ou diretoria das companhias sem necessidade de aprovação pelos sócios ou acionistas.

O trecho excluído também adiava os prazos para a realização de assembleias, reuniões e divulgação de demonstrações financeiras. O mesmo tema faz parte de uma medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no último dia 30.

O Senado iniciou a discussão de um projeto de lei que suspende até 30 de outubro uma série de prazos contratuais. A sessão é realizada remotamente e deve aprovar a proposta, que segue na sequência para a Câmara dos Deputados. A medida coloca no papel flexibilizações contratuais durante a pandemia do novo coronavírus no País.

Os efeitos da pandemia serão expressamente reconhecidos em lei como caso fortuito ou de força maior, em que o devedor não responde pelos prejuízos. Na prática, esse já tem sido o comportamento do Judiciário. Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), empresas começaram a recorrer à Justiça e ter sucesso nos pedidos para rever contratos com base nessa justificativa.

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O projeto do Senado deixa claro que a flexibilização não terá efeito retroativo. O aumento da inflação ou a variação cambial não serão considerados como fatos imprevisíveis.

Alterações

A relatora do projeto, Simone Tebet (MDB-MS), fez alterações no texto para retirar polêmicas e permitir a aprovação, conforme antecipou o Broadcast Político. A possibilidade de pessoas suspenderem o pagamento de aluguéis residenciais até outubro, como proposto inicialmente, foi excluída do texto.

O dispositivo recebeu críticas pelo risco de uma "moratória geral" no País e por amarrar a livre negociação do pagamento de aluguéis nesse período.

O Senado deve manter a possibilidade de congelamento de liminar para desocupação de imóvel urbano nas ações de despejo, mas só até o dia 30 de outubro, e não mais até 31 de dezembro deste ano, como proposto no texto original.

A proposta suspende a regra que permite ao consumidor desistir de uma compra feita com entrega domiciliar (delivery) no prazo de 7 dias, mas apenas para produtos perecíveis e de consumo imediato, como alimentos, e medicamentos.

Nos condomínios, os síndicos poderão restringir a utilização das áreas comuns para evitar a contaminação de covid-19. Associações, sociedades e fundações, por sua vez, deverão adotar medidas de isolamento para realização de reuniões e assembleias presenciais. A possibilidade de o item atingir igrejas e partidos políticos ficou de fora.

Nas empresas, lucros e dividendos poderão ser declarados neste ano pelo conselho de administração e, se não houver, pela diretoria das companhias sem necessidade de aprovação pelos sócios ou acionistas, independentemente de previsão estatutária ou contratual.

O Ministério da Economia e a Secretaria de Governo da Presidência da República editaram nesta terça-feira, 4, a Portaria Interministerial nº 43 que flexibiliza o prazo para a indicação das emendas parlamentares individuais de execução obrigatória, as chamadas emendas impositivas. A Portaria está publicada em edição extra do Diário Oficial da União que circula nesta terça.

Hoje, termina o prazo para a indicação dos beneficiários das emendas e da ordem de prioridade do pagamento. Os parlamentares tinham solicitado um prazo maior, o que, de certa forma, é atendido pela portaria de hoje. Em ano de eleições municipais, a pressão por recursos nos redutos eleitorais aumenta e o Congresso quer garantir o repasse de recursos antes do pleito de outubro.

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Ao definir procedimentos e prazos para operacionalização das emendas impositivas, a Portaria Interministerial diz que os autores de emendas poderão ajustar as informações das indicações no período de 5 a 16 de fevereiro de 2020, para fins de saneamento preliminar de impedimentos de ordem técnica decorrentes da não indicação de beneficiário. Ou seja, os parlamentares ganharam um prazo a mais para fazer os ajustes e indicações.

Os parlamentares, porém, seguem com o risco de ficar sem a garantia dos repasses neste ano. Isso porque a portaria também diz, no artigo 13, que "a fim de manter a regularidade da execução orçamentária das emendas, os Órgãos Setoriais do SPOF deverão se abster de efetuar empenho em favor de beneficiário sem valor priorizado pelo respectivo autor". Com isso, o governo está deixando claro que não vai se comprometer com o pagamento se os congressistas não fizerem a indicação corretamente.

O ato publicado hoje diz ainda que os órgãos setoriais do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal (SPOF) deverão analisar as propostas dos beneficiários indicados e cadastrarão os impedimentos de ordem técnica no módulo orçamento impositivo do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP) até 15 de maio de 2020. Caberá à Secretaria de Orçamento Federal consolidar divulgar as justificativas de impedimento de ordem técnica até 21 de maio de 2020. A Secretaria de Governo deverá comunicar aos autores das emendas individuais sobre esses impedimentos até 25 de maio de 2020.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou ter ido “no limite da lei” com o decreto assinado esta semana que regulamenta a posse, o porte e a comercialização de armas e munições para caçadores, atiradores esportivos e colecionadores, os chamados CACs.

Durante sua live no Facebook, na noite dessa quinta-feira (9), ele rebateu as críticas feitas dizendo ter regulamentado o que pode dentro da lei. “Estão falando barbaridades em relação ao decreto. Não fui além do limite da lei. Não é apenas compromisso de campanha”. Segundo ele, o decreto demorou a sair pois o governo precisou ouvir vários interessados.

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“A questão dos CACs demorou um pouco sim. Não é fácil, em um decreto, fazer justiça de forma rápida. Você consulta a questão jurídica, vai no Ministério da Defesa, no Ministério da Justiça, ouve atiradores, ouve gente do povo. E no limite da lei regulamentamos o que pudemos”.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse hoje que o decreto tinha “algumas inconstitucionalidades” e que o Legislativo poderá rever alguns pontos do texto. O Palácio do Planalto também defendeu a constitucionalidade do decreto dos CACs. Segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, é normal haver diferentes interpretações sobre o assunto.

“A constitucionalidade do Decreto 9875 foi analisada previamente à sua assinatura pelo presidente da República. A área jurídica do Palácio do Planalto considerou ser constitucional e o presidente da República chancelou o entendimento ao assinar o decreto. O direito não é uma ciência exata, a existência de interpretações diferentes é natural”, afirmou.

Decreto

Entre as novidades, o decreto amplia a diversidade de calibres de armas de uso permitido, incluindo semiautomáticas; aumenta a quantidade de compra de munições para armas de uso permitido (5 mil unidades por ano) e para armas de uso restrito (1 mil unidades por ano).

A nova norma estende a onze categorias o direito de porte de armas. Foram contemplados, entre outros, instrutores de tiros, colecionadores e caçadores; detentores de mandatos eletivos (Executivo e Legislativo), advogados e jornalistas que façam cobertura de pautas policiais.

O decreto abre o mercado e faculta a possibilidade de importação de armas de fogo, desde que autorizada pelo Exército, por diferentes instituições de segurança pública, empresas de comercialização de armamento e munições e pessoas físicas autorizadas.

A delegada Gleide Ângelo (PSB), que conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) com mais de 400 mil votos, em uma votação histórica em Pernambuco, vai se deparar na assembleia com o deputado estadual reeleito Joel da Harpa (PP), que também tem um foco especial na mesma área que a pessebista: a segurança pública. 

Mesmo antes de Gleide assumir, Joel já se posicionou contra a delegada sobre o polêmico decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que flexibiliza a posse de armas no Brasil. A deputada eleita disse que os “cidadãos de bem” não estão preparados para “reagir” diante de criminosos que utilizam armas de fogo. Por sua vez, Joel é a favor da liberação. “A população tem o direito à legítima defesa, especialmente se vive em áreas isoladas ou exerce atividades de risco”, rebateu. 

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Na avaliação do cientista político Vitor Diniz,  intensos debates deverão ocorrer durante o ano sendo “positivo” para os dois lados. “A discussão aberta favorece a democracia e tem papel importante na construção de posições políticas, além de atrair a atenção da sociedade”, explicou.

No entanto, Diniz acredita que por conta do desempenho eleitoral, a delegada sofrerá uma pressão maior da opinião pública. “Seu posicionamento ou a falta dele será sempre cobrado. Não se pode descartar a candidatura da deputada, em 2020, em alguma cidade da Região Metropolitana do Recife”. 

Por sua vez, o especialista ressaltou que Joel deve manter o discurso focado na questão da segurança pública alinhado com o que for defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Sobre o militar, o deputado já falou que não tinha dúvida de que o Estado não sofrerá “retaliação” mesmo Pernambuco não correspondendo como poderia em referência à votação. 

Sobre os novos deputado que irão assumir uma vaga na Alepe, o cientista não prevê uma espécie de “duelo de gerações”. “Os deputados costumam se organizar seguindo as orientações dos seus respectivos partidos. Além disso, uma parte considerável dos novos deputados é bastante familiarizada com a política", salientou. 

O decreto presidencial que flexibilizou a posse de armas de fogo, editado nessa terça-feira (15), divide opiniões entre atores do setor. Em nota, a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam) destacou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, “dentro das limitações do decreto, foi muito feliz nas medidas estabelecidas, cumprindo com o que foi prometido em sua campanha eleitoral”.

Para a entidade, “as mudanças focaram no que realmente impossibilitava os cidadãos de terem uma arma de fogo para proteção pessoal, de sua família e propriedade, acabando com a discricionariedade na análise dos pedidos para o registro de armas de fogo e definindo as situações de efetiva necessidade”.

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A avaliação difere da organização não governamental Instituto de Defesa. Segundo o presidente da ONG, Lucas Silveira, o decreto “criou uma nova restrição que não havia sido prevista nem pelos governos desarmamentistas anteriores”, referindo-se à exigência de dispor de cofre ou local com tranca, para dificultar acesso por parte de crianças, adolescentes ou pessoas com deficiência mental.

Silveira tinha expectativa de que o governo tomasse medidas para abertura de mercado para fabricantes de armas; para concessão de porte para colecionadores, atiradores e caçadores; para o aumento de quantidade de munições; além do fim da discricionariedade dos delegados para autorizar porte; e da concessão de autorização do proprietário poder de levar ao estande de tiro a arma que tem registrada.

“Infelizmente vamos ter que tentar pela forma mais demorada que é o processo legislativo ordinário”, disse se referindo a projetos de lei como o proposto pelo deputado federal Rogério Mendonça Peninha (PMDB-SC) que disciplina as normas sobre aquisição, posse, porte e circulação de armas de fogo e munições.

Para o coronel reformado José Vicente da Silva, da Polícia Militar de São Paulo, o acesso às armas “está sendo encarado como um instrumento de defesa, mas não é. Na verdade, é um instrumento de morte. Arma de fogo não é instrumento de defesa para assustar. É um instrumento para matar”, salienta. o coronel favorável ao Estatuto do Desarmamento.

Ele pondera que “o instrumento de combate à violência é o trabalho policial”, e considera que os treinamentos em clubes de tiro são insuficientes para capacitar proprietários de armas. “Uma coisa é atirar na parede, outra coisa é atirar em uma pessoa”, compara.

Com base em estudo feito pelo Ipea a partir de ocorrências em municípios paulistas, José Vicente teme que após o decreto aumente os casos de homicídio e latrocínios em todo o país.

Ao assinar o decreto, o presidente Jair Bolsonaro disse que devolve à população a liberdade de decidir sobre a compra de armas de fogo. “Por muito tempo, coube ao Estado determinar quem tinha ou não direito de defender a si mesmo, à sua família e à sua propriedade. Hoje, respeitando a vontade popular manifestada no referendo de 2005, devolvemos aos cidadãos brasileiros a liberdade de decidir”, afirmou na cerimônia.

O deputado federal João Campos (PSB), que de costume não fala sobre temas polêmicos, decidiu opinar sobre o decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) que facilita a posse de armas ao cidadão comum. De acordo com o pessebista, é dever do Estado garantir a segurança pública, como diz a Constituição Federal. “Sou contra a flexibilização da posse de armas”, ressaltou. 

“Quem é treinado para proteger as pessoas com armas de fogo é o policial. Flexibilizar a posse de arma resolve o problema do Brasil? A pesquisa de dezembro de 2018 do Datafolha diz que para 61% dos brasileiros a liberação da posse de arma deve ser proibida, pois coloca em ameaça a vida de outras pessoas. Quanto maior o número de armas circulando no país, maior a chance de haver o roubo dessas armas ou de elas serem mal utilizadas. Nosso combate deve ser pra reduzir o número de armas. E não pra aumentar”, argumentou por meio das redes sociais. 

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O filho do ex-governador Eduardo Campos também citou um levantamento do Estadão, que teria sido feito com base em dados do Governo Federal. O estudo revela que, com o decreto assinado, 76% dos brasileiros poderão comprar armas. "O decreto é pra flexibilizar a posse de arma. E não para o porte de arma. Mas vamos ter o bom senso de analisar essa medida em efeitos práticos: será que um maior número de armas nas residências brasileiras também não aumentará de maneira ilegal o número de armas que circulam nas ruas do país? Como a fiscalização do governo impediria que o cidadão usasse a arma em outros espaços, além da sua casa?

Ainda justificando, João Campos garantiu que não é com arma que reduz a violência. “Os Estados Unidos, que têm a maioria dos seus estados com legislação permissiva ao uso de armas, apresenta a maior taxa de homicídios com armas de fogo do mundo desenvolvido. Diferente dos EUA, Reino Unido, Austrália e Alemanha criaram leis que hoje limitam o acesso a armas de fogo”.

“A nossa luta deve ser para que o Governo Federal cumpra a sua parte, cuide das fronteiras, combata o tráfico de drogas, aumente o número de presídios federais, tenha uma forma de financiamento da segurança pública, faça um plano nacional de segurança efetivo e que não fique restrito apenas a ações midiáticas diante de grandes problemas”, finalizou.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite dessa quinta-feira (3) que o decreto flexibilizando a posse de armas de fogo sai ainda em janeiro. Bolsonaro disse que o decreto vai tirar a “subjetividade” do Estatuto do Desarmamento.

“Ali, na legislação diz que você tem que comprovar efetiva necessidade. Conversando com o [ministro da Justiça] Sergio Moro, estamos definindo o que é efetiva necessidade. Isso sai em janeiro, com certeza”, disse em entrevista ao SBT, a primeira após ter assumido a Presidência da República.

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Ele disse que uma das ideias é comprovar a efetiva necessidade com base em estatísticas de mortes por arma de fogo. Assim, moradores de locais com altos indíces de mortalidade teriam mais facilidade em adquirir armas.

“Em Estado, por exemplo, o número de óbitos por arma de fogo, por 100 mil habitantes, seja igual ou superior a dez, essa comprovação de efetiva necessidade é fato superado. Vai poder comprar sua arma de fogo. O homem do campo vai ter direito também”.

Além disso, o presidente quer aumentar o limite de armas por cidadão. Para ele,  o limite de duas armas por pessoa pode ser aumentado, sobretudo para agentes de segurança. Nesse caso, o limite pode subir para “quatro ou seis armas”.

O presidente avalia que a violência “cairá assustadoramente” com a medida. “Eu vou buscar a aprovação, botar na lei também, a legítima defesa da vida própria ou de outrem, do patrimônio próprio ou de outrem. Você estará no excludente de ilicitude. Você pode atirar. Se o elemento morrer, você responde, mas não tem punição. Pode ter certeza que a violência cai assustadoramente no Brasil”.

O decreto a ser editado pelo governo diz respeito à posse de arma de fogo, que permite ao cidadão ter a arma em casa ou no local de trabalho. Já o porte diz respeito à circulação com arma de fogo fora de casa ou do trabalho.

Sem se alongar muito, Bolsonaro diz que também flexibilizará o porte de arma. “A questão do porte vamos flexibilizar também, pode ter certeza. Podemos dar por decreto, porque tem alguns requisitos para cumprir. E esses requisitos são definidos por decreto.”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aprovou um alívio nas cotas de importação de aço para o Brasil e outros parceiros comerciais, conforme apurou a agência de notícias Reuters. Citando o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, a agência informou que o aço brasileiro, da Coreia do Sul e da Argentina, além do alumínio argentino receberão alívio nas cotas de importação.

"As companhias podem solicitar exclusões de produtos com base em quantidade insuficiente ou na qualidade disponível dos produtores de aço e ou alumínio dos EUA", disse o Departamento do Comércio, de acordo com a Reuters. "Nesses casos, uma exclusão da cota pode ser concedida e nenhuma tarifa seria devida."

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Até então, as exportações brasileiras de aço semiacabado estavam sujeitas a uma cota baseada na média vendida para os norte-americanos de 2015-2017, já a exportação de aço acabado estava limitada à cota de 70% da média desses anos. Com o anúncio de ontem, na prática, as empresas americanas ficam autorizadas a comprar os produtos desses três países sem pagar a sobretaxa mesmo que a cota seja ultrapassada.

Na Coreia, as ações de empresas do setor, como a Hyundai Steel e a Posco, dispararam após a notícia.

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