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O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou nesse domingo (24) considerar uma “ofensa grave” a declaração dada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou que as Forças Armadas “estão sendo orientadas para atacar o processo eleitoral brasileiro”

Por meio de nota, a Defesa afirmou ainda que a fala de Barroso é uma “ilação ou insinuação” e que não há provas de que as Forças Armadas “teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”. O general também classificou a declaração do ministro do Supremo como “irresponsável”. 

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“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, disse Oliveira. 

A alegação de Barroso foi feita no último domingo (24), durante um seminário sobre o Brasil promovido pela Universidade Hertie School, de Berlim, na Alemanha, em uma participação por teleconferência. Além de insinuar a orientação antidemocrática, o ministro disse que, desde a redemocratização do país, "se teve uma instituição de onde não veio notícia ruim e que teve um comportamento exemplar, foram as Forças Armadas".  

Na mesma nota, o ministro da Defesa acrescentou que as “Forças Armadas, republicanamente, atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis, no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e calcadas em acurado estudo técnico realizado por uma equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela Comissão”. 

“As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos”, acrescentou. 

Confira a nota na íntegra: 

Acerca da fala do Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, durante participação, por videoconferência, em um seminário sobre o Brasil, promovido por entidade acadêmica estrangeira, em que afirma que as Forças Armadas são orientadas a atacar e desacreditar o processo eleitoral, o Ministério da Defesa repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia.

Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições.

As Forças Armadas, republicanamente, atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis, no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e calcadas em acurado estudo técnico realizado por uma equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela Comissão. As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos.

As Forças Armadas, como instituições do Estado Brasileiro, desde o seu nascedouro, têm uma história de séculos de dedicação a bem servir à Pátria e ao Povo brasileiro, quer na defesa do País, quer na contribuição para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar dos brasileiros. Elas se fizeram, desde sempre, instituições respeitadas pela população.

Por fim, cabe destacar que as Forças Armadas contam com a ampla confiança da sociedade, rotineiramente demonstrada em sucessivas pesquisas e no contato direto e regular com a população. Assim, o prestígio das Forças Armadas não é algo momentâneo ou recente, ele advém da indissolúvel relação de confiança com o Povo brasileiro, construída junto com a própria formação do Brasil.

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Ministro de Estado da Defesa

 

 

O bolsonarismo é composto por múltiplas forças, principalmente a militar que é composta por integrantes das Forças Armadas e da segurança pública. No entanto, diferente do ‘bum’ do bolsonarismo em 2018, quando 72 militares foram eleitos para cargos no Legislativo, estudiosos analisam que a eleição em 2022 deve ser diferente e com poucos militares conseguindo uma vaga no parlamento.

O cientista político e professor Elton Gomes detalha que neste ano o contexto é diferente do vivido em 2018, quando se teve um forte sentimento antisistêmico que tornou possível o descrédito generalizado dos partidos políticos devido, principalmente, aos anos da Operação Lava Jato e como isso desgastou as siglas que estavam arroladas ao processo acusadas de corrupção.

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No esteio do bolsonarismo e com o descrédito da “política tradicional”, vários outsiders, ou seja, aqueles que se apresentam como o novo conseguiram se eleger. Vários atores provenientes da Marinha, Exército, Polícia e do Corpo de Bombeiros.  

No entanto, isso não deve se repetir, pelo menos não com tanta força como foi na última corrida pelas Assembleias estaduais e Câmara. “A leitura que eu faço como cientista é que esse atual momento é diferente. Aquela questão da corrupção é importante para os brasileiros, mas ela não é mais tão central como foi em 2018. Algumas temáticas associadas ao serviço público, assistenciais e as questões econômicas parecem ser mais preponderantes no processo político eleitoral de 2022”, avalia Elton.

Um fato que também pode justificar uma chance menor de eleição dos militares bolsonaristas, ou ampliação desse número, é a própria rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo última pesquisa Ipespe, entre todos os candidatos à Presidência, o atual mandatário é o que tem maior rejeição, com 61% dos eleitores afirmando que não votariam nele de jeito nenhum.

Isso acaba dificultando que novos nomes, até então desconhecidos por maioria dos eleitores, consigam votos suficientes para a eleição apenas ‘nas costas’ do presidente.

Para o estudioso, não há mais tanto espaço. “Os atores que já excursionaram pela política não se revelaram viáveis, o bolsonarismo se renovou e tomou umas características com relativa normalização que foi propiciada com a aproximação do centrão, que foi a base de apoio para que o presidente aprovasse os interesses do Executivo no parlamento”, complementa.

Um vice militar?

Justamente pensando na viabilidade de sua reeleição e já com a sua base eleitoral firmada, Bolsonaro ainda não confirmou se vai abrigar um militar como seu vice. O general Hamilton Mourão (Republicanos), atual vice-presidente, já anunciou que vai disputar uma vaga ao Senado pelo Rio Grande do Sul.

A lacuna deixada por ele poderá ser ocupada por algum político do centrão, ala que o presidente afirmava durante sua candidatura em 2018 que jamais iria se juntar. Mas nos bastidores, um outro militar é citado para o posto: o general da reserva Walter Braga Netto. O ex-ministro é a escolha de Bolsonaro, mas não é consenso entre os aliados.

O desejo  de um vice não militar tem explicação política. O professor Elton lembra que, no momento em que Bolsonaro precisava conquistar o poder, os militares e integrantes da segurança pública foram muito importantes porque o momento político favorecia esse tipo de candidatura e o próprio Jair Bolsonaro, na época, precisava montar a sua base. 

“Hoje, o objetivo de Bolsonaro não é mais chegar ao poder, ele quer permanecer. Para permanecer no poder ele precisa muito mais das forças políticas tradicionais do que esses outsiders”, reforça Gomes.

O estudioso avalia ainda que a tendência maior agora é do cara que deu certo saindo da polícia, Exército, bombeiros e entrou na política, para que ele tente se reeleger. “Não há uma tendência mais como foi em 2018, mas não acho que há um enfraquecimento [do bolsonarismo], há uma readequação”, pontua. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou neste domingo que há no cenário político brasileiro intenção de usar as Forças Armadas para atacar o processo eleitoral no País. Barroso voltou a defender a integridade das urnas eletrônicas e condenou tentativas de politização dos militares, ressaltando que, até o momento, as Forças Armadas têm resistido a serem objeto das "paixões políticas".

O ministro não citou o presidente Jair Bolsonaro, mas os exemplos que deu em palestra fazem referência às críticas que o presidente tem feito às urnas eletrônicas e à necessidade de as Forças Armadas acompanharem todo o processo de perto.

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"Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória. Ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral. Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar. Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo", afirmou Barroso.

A declaração do ministro foi noticiada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão. O ministro participou de um evento virtual promovido pela universidade alemã Hertie School, de Berlim. Também participaram do "Brazil Summit Europe" a ex-presidente Dilma Rousseff (ontem) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (hoje). Para Barroso, desfiles militares em desafio às instituições são um "mau sinal" desde a Roma Antiga.

Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Barroso convidou representantes das Forças Armadas para participarem da Comissão de Transparência, que analisa o processo de apuração eleitoral e o uso das urnas eletrônicas nas eleições deste ano.

"Um fenômeno que em alguma medida é preocupante, mas que até aqui não tem ocorrido, mas é preciso estar atento, é o esforço de politização das Forças Armadas. Esse é um risco real para a democracia e aqui gostaria de dizer que, eu que fui um crítico severo do regime militar, militante contra a ditadura, nesses 33 anos de democracia, se teve uma instituição de onde não veio notícia ruim foi das Forças Armadas. Gosto de trabalhar com fatos e de fazer justiça", enfatizou Barroso na palestra deste domingo.

O ministro afirmou que o Supremo precisa do apoio da sociedade para conseguir enfrentar os ataques e garantir que o resultado das eleições seja respeitado. "No Brasil, penso que temos uma história de sucesso apesar do esforço contínuo de gerar embates com a Suprema Corte. Nos Estados Unidos, foram 60 ações para tentar anular eleições, duas chegaram à suprema corte e nenhuma acolhida. Cortes constitucionais não têm condições de ganhar briga se lutarem sozinhas. Precisam de sociedade civil. Onde enfrentaram sozinhas, as supremas cortes perderam", alertou.

O ministro do STF avaliou ainda que há o risco do que chamou de "retrocesso cucaracha" com o envolvimento do Exército na política, e citou o que aconteceu na Venezuela nas últimas duas décadas, lembrando que o país vizinho se tornou um "desastre humanitário".

"Tenho a firme expectativa que as Forças Armadas não se deixem seduzir por esse esforço de jogá-las nesse universo indesejável para as instituições de Estado que é o universo da fogueira das paixões políticas. E até agora o profissionalismo e o respeito à Constituição têm prevalecido. Mas não se deve passar despercebido que militares profissionais e admirados e respeitadores da Constituição foram afastados, como o general Santos Cruz, general Maynard Santa Rosa, o próprio general Fernando Azevedo. Os três comandantes, todos foram afastados. Não é comum isso, nunca tinha acontecido", completou Barroso.

Conforme mostrou o Estadão nesta semana, emissários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm sondado generais da cúpula do Exército para saber se o petista conseguirá tomar posse, caso seja eleito. Em cerimônia em homenagem ao Dia do Exército na última terça-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas "não dão recados" e "sabem" o que é melhor para o povo. "Não podemos jamais ter eleições no Brasil sobre as quais paire o manto da suspeição", discursou. Apesar da frase de efeito, ele condecorou magistrados e até "elogiou" o próprio ministro Barroso.

Seguindo a sequência de polêmicas das Forças Armadas, o Exército, Marinha e Aeronáutica licitaram a compra de R$ 37 mil em bisnagas de gel lubrificante íntimo, segundo informações encontradas no Portal da Transparência e divulgados pela Revista Fórum. As compras são referentes aos anos de 2019 e 2020. 

O gel lubrificante íntimo é utilizado em alguns procedimentos, mas a grande quantidade do produto e a destinação é para unidades que não possuem ligação com hospitais militares e divisões de saúde, segundo a Fórum. 

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A 15ª Companhia de Infantaria Motorizada do Exército, localizada em Guaíra (PR), solicitou 10 tubos de bisnagas de 50g em lubrificantes íntimos. Já o Centro de Aquisições Específicas da Aeronáutica da Ilha do Governador, solicitou mil unidades pelo valor de R$ 19.990, enquanto o Centro de Intendência da Marinha, em Manaus, pediu a mesma quantidade em produtos, num custo de R$ 13.490.

Pelo tamanho dos pedidos não é possível determinar se as compras foram finalizadas como previsto, ou se tratavam apenas de pretensões de aquisição pelos órgãos subordinados ao Ministério da Defesa, segundo a Fórum. Os editais envolviam um grande número de produtor e fornecedores na mesma licitação.

O vice-presidente da República Hamilton Mourão comentou nesta quinta-feira (14), sobre a compra de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas. "Então, tem o velhinho aqui [aponta para si próprio]. Eu não posso usar o meu viagra, pô", faz graça com o caso.

Mourão classificou a polêmica como "coisa de tablóide sensacionalista" e defende que boa parte da verba utilizada para a compra do medicamento usado para disfunção erétil sai de um fundo que é alimentado por descontos nos salários dos miloitares.

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Disputa pelo Senado

Em entrevista ao Valor Econômico, o vice-presidente confirmou sua pré-candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Sul, sua cidade natal. Filiado ao Republicanos, Mourão deve compor a chapa do ex-ministro Onyx Lorenzoni que deve disputar a vaga ao governo estadual. 

"O nosso partido está conversando com o PL. Isso deverá ser definido até as convenções, mas em um primeiro momento nós estamos alinhados. É o cenário mais provável", aponta.

O líder do PSB na Câmara, Bira do Pindaré (MA), começou nessa terça-feira (12) a recolher assinaturas para instalar o que chamou de "CPI do Viagra". O objetivo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seria investigar a compra de 35.320 comprimidos de Viagra para as Forças Armadas.

"Para além da discussão acerca de eventuais benefícios médicos do fármaco ou do seu uso para fim diverso do indicado, saltam aos olhos os valores pagos pelo Ministério da Defesa para compra do medicamento", diz o pedido de CPI apresentado pelo deputado. São necessárias 171 assinaturas para que o requerimento seja enviado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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De acordo com o jornal O Globo, as Forças Armadas aprovaram a compra de mais de 35 mil unidades de um medicamento que costuma ser usado para tratar disfunção erétil, popularmente conhecido como Viagra.

Dados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal mostram que oito pregões foram realizados por unidades ligadas aos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Nos processos de compra, o medicamento é identificado pelo nome do princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato (Viagra), nas dosagens de 25 mg e 50 mg. O maior volume, de 28.320 comprimidos, tem como destino a Marinha. Outros 5 mil comprimidos foram aprovados para o Exército e outros 2 mil, para Aeronáutica.

"A relevância constitucional e legal dos fatos é inegável e decorre das mais elementares premissas que devem reger a Administração Pública", justifica o deputado do PSB. "A exemplo disso, a nova Lei de Licitações, que em atenção ao princípio da eficiência e da moralidade, estabelece expressamente que os itens de consumo adquiridos para suprir as demandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finalidades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo", acrescenta.

Próteses penianas

Parlamentares também querem pedir explicações ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público Federal sobre o motivo da compra de 60 próteses penianas infláveis para hospitais do Exército ao custo de R$ 3,4 milhões. As informações sobre a aquisição das peças foram obtidas pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO) e pelo senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal, que, segundo eles, mostram três pregões homologados em 2021 para aquisição dos materiais.

Em nota, o Exército afirma que foram adquiridas apenas três próteses penianas pelo Exército Brasileiro, em 2021, para cirurgias de usuários do Fundo de Saúde do Exército.

A compra de mais de 35 mil comprimidos de viagra pelas Forças Armadas causou uma grande repercussão no meio político. Pré-candidatos à presidência, senadores, deputados se manifestaram nas redes sociais sobre o tema. 

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) foi um deles, que pediu respeito às Forças Armadas, e observou que “os setores de compras da área seguem firmes na estranha disposição de desmoralizar a farda”. “Depois do escândalo da picanha, salmão e bebidas, agora é aquisição de grande quantidade de Viagra”, disse. 

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Em outro momento, Ciro ironizou: “A menos que provem que estejam desenvolvendo alguma arma secreta - capaz de revolucionar a indústria bélica internacional - vai ficar difícil justificar a compra de 35 mil unidades de um remédio para disfunção erétil”. 

Por sua vez, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), classificou a autorização da compra como “deboche”. “O governo Bolsonaro autorizou a compra de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas. É um deboche com milhões de brasileiros que sofrem com a falta de medicamentos nos postos de saúde. O Ministério Público tem que investigar essa farra com o dinheiro público”. O deputado também lembrou do veto do governo para a compra e distribuição de absorventes para as mulheres pobres. 

O senador Humberto Costa (PT) questionou se as Forças Armadas “virou farmácia”. Ele também elencou os últimos escândalos do governo: “Uma dúvida: para vocês qual é o pior escândalo de corrupção do momento no governo Bolsonaro? Pastos pedindo propina em ouro; kit robótica para escolas sem água e computador; fundo da Educação usado para escolas ‘fake’; empreiteira usando empresa de fachada para ganhar licitação”. 

Já o ex-deputado Jean Wyllys (PT) chamou os integrantes das Forças Armadas de “brochas”, que “se aproveitam de um governo corrupto”. “Forças Armadas aprovam compra de 35 mil comprimidos de Viagra: os contribuintes do País estão pagando caro para manter a vida sexual de um bando de brochas e pau-moles que, além disto e de se aproveitar de um governo corrupto, odeiam quem lhes banca”, escreveu.

Em nota, a Marinha afirmou que os remédios serviriam para o tratamento de pacientes com “Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar”. 

 Nota

Os processos licitatórios realizados pela Marinha do Brasil para aquisição de sildenafila de 25 e 50mg visam o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar. Pode ocorrer associada a uma variedade de condições clínicas subjacentes ou a uma doença que afete exclusivamente a circulação pulmonar. Trata-se de doença grave e progressiva que pode levar à morte. A associação de fármacos para a HAP vem sendo pesquisada desde a década de 90, estando ratificado, conforme as últimas diretrizes mundiais (2019), o uso da sildenafila, bem como da tadalafila, com resultados de melhora clínica e funcional do paciente

Publicações

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As Forças Armadas aprovaram a compra de 35 mil unidades de viagra, remédio utilizado geralmente para tratar da disfunção erétil. Dados levantados pelo deputado federal Elias Vaz (PSB) mostram que oito pregões foram realizados por unidades ligadas aos comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Os processos foram homologados em 2020, 2021 e seguem válidos neste ano. O maior volume dos comprimidos (28.320) tem como destino a Marinha. Cinco mil viagras foram aprovados para o Exército e dois mil para a Aeronáutica.

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"O governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para comprar Viagra e em quantidade tão alta. As unidades de saúde de todo o país, entretanto, enfrentam com frequência falta de medicamentos para atender pacientes com doenças crônicas e as Forças Armadas recebem milhares de comprimidos de Viagra. O Congresso Nacional e a sociedade merecem uma explicação", disse o parlamentar em requerimento.

Até a publicação desta reportagem as Forças Armadas não haviam se manifestado sobre a autorização de compra do viagra.

O Ministério da Defesa autorizou o emprego temporário e episódico das Forças Armadas em ações de apoio à Defesa Civil na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, onde fica Petrópolis. A cidade foi atingida por fortes chuvas na última terça-feira, o que causou destruição de áreas e a morte de pelo menos 104 pessoas. Outras 24 pessoas foram resgatadas com vida, mas ainda há buscas na região e alerta climatológico. O número de óbitos foi atualizado pelo Corpo de Bombeiros do Estado nesta quinta-feira, 17.

A portaria que autoriza a atuação das tropas na região está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira. O ato detalha as atribuições dos três comandos - Marinha, Aeronáutica e Exército - na ação, que atuarão em conjunto com base na estrutura do Comando Militar do Leste (Exército Brasileiro).

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O aval é assinado pelo ministro da Defesa substituto, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O ministro titular da pasta, Walter Braga Netto, está fora do País, acompanhando o presidente Jair Bolsonaro em visitas oficiais à Rússia e à Hungria.

Com direito a tenente-coronel como ajudante de transmissão, nessa quinta-feira (10) Jair Bolsonaro (PL) afirmou que os resultados das pesquisas eleitorais são falsos, pois ele era assistido por mais espectadores que a live de comemoração de 42 anos do PT. Sem provas, o presidente também apontou que o ministro da Defesa, general Braga Netto, vai pressionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por supostas vulnerabilidades no processo eleitoral. 

No momento em que o ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL) descredibilizava as intenções de voto que põem o ex-presidente Lula (PT) à frente em todos os cenários, o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid aproveitou para mostrar a tela do celular em cochicho com Bolsonaro. 

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Antes, Cid já participava da live como assistente de produção, com o dever de segurar o celular enquanto jornalistas de veículos aliados lançavam perguntas de interesse do Planalto.

Após a informação ao pé do ouvido, o presidente fez anotações em seu 'script' com temas a serem debatidos na transmissão e se posicionou para comentar sobre o que lhe foi repassado. 

Ao fim da fala de Marinho, Bolsonaro trouxe números da live de aniversário do PT, que ocorria simultaneamente. "Vamos falar em número aqui, coisa rápida, que números não dá para a gente distorcer", iniciou.

Em uma conta de padaria, o gestor defendeu que as pesquisas são falsas por que a soma dos espectadores que o assistiam nas redes sociais e nos programas associados à Jovem Pan era muito maior que o público petista. Na conta do presidente, 190 mil pessoas acompanhavam seu pronunciamento.

Com os dados repassados por Cid, que aparentemente também era encarregado de acompanhar a live do PT, Bolsonaro indicou que 1.200 pessoas acompanhavam a transmissão do concorrente.

"Então, o líder das pesquisas com 50% tem 50 vezes menos assistindo a live dele do que a live nossa. É uma prova concreta que isso é uma farsa. As pesquisas realmente não batem com a realidade", sugeriu.

Pressão sobre o TSE

Pouco depois, ele informou que as Forças Armadas oficiaram o TSE e ainda aguardam uma resposta do presidente Luís Roberto Barroso sobre dezenas vulnerabilidades com as urnas eletrônicas.

O ministro Braga Netto será responsável por analisar a posição do TSE, ressaltou Bolsonaro, que já disse que não tinha provas sobre falhas no sistema eleitoral, mas voltou a cobrar eleições auditáveis.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o Twitter para afirmar que conversou, nesta segunda-feira (27), com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e chegou a conclusão de que o Estado precisa do apoio das Forças Armadas diante das tragédias causadas pela chuva em algumas cidades.

Ao defender o envio do Exército para o enfretamento das calamidades, Lula advertiu que o apoio deve ser cedido sem vetos políticos, uma vez que a Bahia é governada por um petista. 

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"Conversei com o governador Rui Costa, e é importante e urgente que as Forças Armadas, com sua estrutura de enfrentamento de calamidades, atuem no apoio para as vítimas das enchentes. Sem nenhum tipo de veto político, mas sim para ajudar o povo da Bahia", disse.

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O Ministério da Defesa gastou mais de meio milhão do orçamento destinado ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus com itens de luxo, como caviar, picanha, filé mignon e bebidas alcoólicas. As informações foram apontadas em uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e publicadas pela Folha de S. Paulo.

A análise sigilosa dos gastos da pasta com alimentação desde 2017 surpreendeu os técnicos quando começaram a verificar as contas das Forças Armadas em 2020. A lógica sugeria uma redução expressiva já que parte do trabalho ocorreu de forma remota. Porém, o Ministério do general Braga Netto fez o contrário e adquiriu itens supérfluos e de luxo.

Pasta que mais gastou com itens sem necessidade na pandemia

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Bacalhau, salmão e camarão também fizeram parte da lista de compras de R$ 535 mil, paga com parte dos recursos do orçamento "21C0 – Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente do Coronavírus". 

"Ressalta-se que, dos recursos destinados ao combate à pandemia Covid-19 utilizados indevidamente para aquisição de itens não essenciais (aproximadamente R$ 557 mil), 96% foram despendidos pelo Ministério da Defesa", apontou parte da apuração preliminar do TCU, que colocou a pasta como a que mais usou recursos públicos fora do avaliado como essencial.

Para o TCU, luxo é desvio de finalidade

O documento indica que não há critérios claros e justificáveis para a aquisição e faz críticas sobre o uso da verba para a pandemia. "Não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela a qual o país está passando, decorrente da pandemia", assegurou.

A compra de comida por pelo poder público tem a finalidade de garantir alimentação saudável e adequada às necessidades nutricionais básicas de determinado público-alvo. "Além de não servir à finalidade a que se destina, a contratação desse tipo de insumo fere o princípio da moralidade", concluiu.

O relatório foi finalizado no dia 8 de outubro e seguiu para processo na Corte no último dia 12, baseado nos bancos oficiais da Administração Pública: Siasg (Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais), Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) e o Comprasnet (Portal de Compras Governamentais).

O pedido pela apuração foi de parte da bancada do PSB na Câmara, representada pelos deputados Elias Vaz (GO), Ubirajara do Pindaré (MA), Denis Bezerra (CE) e Gervásio Maia (SP).

Ministério se defende

Em resposta ao relatório do TCU, o Ministério da Defesa afirmou em nota que o documento não é conclusivo e defende que as atividades das Forças Armadas foram mantidas na pandemia.

Cerca de 34 mil militares foram destinados para atividades como desinfecção de locais públicos, distribuição e aplicação de vacinas, campanhas de doação de sangue, entrega de kits de alimentação e de higiene, transporte de pacientes, oxigênio e de itens de saúde, explicou a pasta.

O comandante do Exército brasileiro, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, reafirmou, em vídeo de mensagem de fim de ano, divulgado nesta quarta-feira (22), o compromisso das Forças Armadas com a Constituição. "Reafirmo o compromisso das Forças com suas missões constitucionais", disse no vídeo. O comandante também destacou que "a principal razão da existência do Exército" é o seu preparo e prontidão para defesa da Pátria.

O general fez um balanço das ações realizadas pelo Exército durante o ano de 2021, destacando o auxílio no enfrentamento da Covid-19, a Operação Militar Verde Brasil e Samaúma (GLO iniciada em junho deste ano para combater incêndios ilegais na Amazônia) para auxiliar órgãos ambientais no combate ao desmatamento na Amazônia.

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Além disso, o comandante Paulo Sérgio falou sobre as futuras instalações da escola de graduação e formação de sargentos do exército, que será na região de Recife.

Ainda, segundo o general, é inegável a confiança que os brasileiros têm no Exército, "ratificado pelos mais altos índices de credibilidade tem no nosso País".

O comandante disse que "2022 nos traz esperança de que a vida terá sua normalidade restabelecida". E que será um ano dinâmico, com eventos importantes, "dos quais destaco o Bicentenário da Independência, oportunidade para refletirmos sobre o gigante que somos e os caminhos que seguiremos para alcançarmos futuro de paz, prosperidade, liberdade, que historicamente temos perseguido".

O presidente da República, Jair Bolsonaro, autorizou o emprego das Forças Armadas para a garantia da votação e da apuração das eleições suplementares às eleições de 2020 no município de Coari, Estado do Amazonas, a serem realizadas no próximo dia 5 de dezembro.

A medida atende a pedido do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, e está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira.

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Nessa terça-feira (16), o ministro Dias Toffoli afirmou que o Brasil já vive um semipresidencialismo moderado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração feita em Portugal, no 9º Fórum Jurídico de Lisboa, atraiu críticas de apoiadores do Governo Bolsonaro nas redes sociais.

“Nós já temos um semipresidencialismo com um controle de Poder Moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”, analisou Toffoli, conforme o Poder360.

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Nesta semana, no mesmo evento em Portugal, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) já havia exposto interesse na mudança e considerou como uma alternativa "que faz falta nas crises"

"Sabemos que não há unanimidade, mas certamente o sistema semipresidencialista se sobressai entre as alternativas que podem articular de forma mais virtuosa e eficiente a nossa experiência histórica e as nossas necessidades institucionais”, citou o parlamentar.

Também em Lisboa, o ex-advogado-geral da União José Levi Mello acrescentou que a alteração do sistema de Governo seria natural, já que o Parlamento é quem, de fato, governa o Brasil.

“Por que não tentar isso no Brasil? Sobretudo no Brasil de hoje, onde, sem nenhuma dúvida, o centro da política já é o Parlamento, como é próprio de uma democracia representativa”, acrescentou Levi. “É natural que seja assim. Por que não formalizar a parlamentarização do modelo ou a sua semiparlamentarização, ou um semipresencialismo? Porque [a parlamentarização] já é, em alguma medida, praticada”, defendeu.

Críticas à fala de Toffoli

Nas redes sociais, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (saem partido) comentaram contra a declaração do ministro e, mais uma vez, instigaram uma ação das Forças Armadas. "29 anos atrás o Brasileiro votou através de um plebiscito e escolheu, por maioria uma república presidencialista! O povo decidiu. Em 2021 o STF, através da fala de um ministro, Toffoli, anuncia que estamos num semipresidencialismo comandado pela própria corte sem 1 voto sequer", escreveu uma internauta.

"Um semipresidencialismo que nós não escolhemos, que foi implantado a fórceps, onde dois dos três poderes, integrados por perfis de currículo pra lá de suspeitos, vivem trocando perdões entre si. O que temos no Brasil é um "tomaládaquismo", rechaçou outro apoiador do presidente.

Apoiado por parte do STF

Antes de Toffoli endossar o semipresidencialismo no Brasil, os companheiros de STF, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes já haviam apoiado a posição.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Barroso, disse em julho que o país deveria adotar o sistema até 2016. A declaração foi feita no Simpósio Interdisciplinar sobre o Sistema Político Brasileiro, quando destacou que o semipresidencialismo é "uma experiência que tem dado certo na França e em Portugal".

No entendimento de Barroso, o presidente continuaria eleito pelo voto direto, com as competências de Estado garantidas, como as relações internacionais, comando das Forças Armadas e indicações aos tribunais superiores, por exemplo. Contudo, também nomearia um primeiro-ministro, que deveria ser aprovado pelo Congresso para desempenhar "o papel de chefe de governo e conduzirá o varejo político da vida de um país".

Na ocasião, Gilmar Mendes cumprimentou a proposta do colega nas redes sociais e revelou que, desde 2017, cultiva junto com o ex-presidente Michel Temer e o professor Manoel Gonçalves, o interesse no semipresidencialismo para superar os déficits da governabilidade do modelo atual.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (6) a apoiadores que as Forças Armadas vão participar de todo o processo de organização das eleições de 2022 e conferência da segurança das urnas eletrônicas. A declaração foi dada em resposta a um bolsonarista que questionou se ele considerava positiva a iniciativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de criar uma comissão da transparência para o próximo pleito, que terá participação dos militares na fiscalização e auditoria do processo eleitoral.

"As Forças Armadas vão participar, assim como outras instituições. Elas vão acompanhar todo o processo", limitou-se a dizer em encontro com apoiadores no Palácio do Alvorada, transmitido em um canal bolsonarista no YouTube.

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O presidente tem ensaiado uma mudança de discurso em relação à lisura das eleições. Crítico da urna eletrônica e defensor do voto impresso, pautas que o levaram a uma crise institucional com o TSE, Bolsonaro elogiou a criação do comitê e evitou duvidar da segurança do processo, em entrevista recente à Veja. "Com as Forças Armadas participando, você não tem por que duvidar do voto eletrônico. As Forças Armadas vão empenhar seu nome, não tem por que duvidar. Eu até elogio o Barroso, no tocante a essa ideia", afirmou.

Por causa da declaração, o presidente recebeu um afago na segunda-feira (4) vindo do presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, até então o principal destinatário de seus ataques ao sistema eleitoral. "Fico extremamente feliz que tenha se convencido que não há problemas no voto eletrônico. Melhor assim", disse o ministro.

'Aqui não tá muito fácil'

Bolsonaro deu uma resposta pouco animadora sobre o próprio País que governa a uma apoiadora que afirmou ter decidido deixar a Holanda e morar no Brasil. "Decidiu ficar aqui? Aqui não tá muito fácil também não", afirmou o presidente quando a mulher disse que pretendia ficar no País. O momento ocorreu durante o tradicional encontro de Bolsonaro com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada.

Ao falar sobre a inflação, o presidente disse também que o problema é global, e não apenas do Brasil, e voltou a culpar as medidas restritivas impostas por governantes na pandemia pela situação econômica delicada em várias nações. "Isso é resultado da política do fique em casa e depois a gente vê a economia", criticou, após a mesma apoiadora dizer que as pessoas estão "brigando por gasolina" na Holanda.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, durante evento da Caixa Econômica Federal, 27, que as Forças Armadas não cumprem ordens absurdas. "Se eu der ordens absurdas, vão cumprir? Não. Nem a mim, nem a governo nenhum. As Forças Armadas tem que ser tratadas com respeito", disse o chefe do Planalto.

A fala vem após dúvidas no meio político se parte das Forças Armadas estaria disposta a embarcar em uma ruptura institucional. Como revelou o Estadão/Broadcast, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, mandou recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), por meio de um interlocutor, de que não haveria eleições em 2022 sem voto impresso, proposta derrotada no Congresso.

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Ainda durante o discurso no evento da Caixa, que marcou a abertura da agenda de eventos dos mil dias de governo, Bolsonaro ainda voltou a dizer que não gostaria de ver a gasolina e o dólar nos níveis atuais, mas ressaltou que não resolve tudo sozinho. "Alguém acha que eu não queria gasolina a R$ 4 ou menos? O dólar a R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é a realidade", disse o presidente. "Tem um ditado que diz "nada está tão ruim que não possa piorar". Não queremos isso", acrescentou.

Estatais do Exército e da Marinha, vinculadas ao Ministério da Defesa, foram excluídas de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificou pagamentos acima do teto salarial em estatais que dependem da União, com prejuízos de R$ 44 milhões aos cofres públicos em cinco anos. As informações são da Folha de S.Paulo.

A Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), vinculada ao Exército, não passou pela auditoria pois, segundo justificativa da CGU, conta com uma legislação específica sobre o controle dos gastos. Em nota, entretanto, a empresa declarou que é objeto de auditoria da CGU, do Tribunal de Contas da União (TCU) e de outros órgãos de controle. 

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A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), ligada à Marinha, também não esteve no pente-fino. A CGU informou que cabe à Secretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa fazer essa auditoria.

As duas estatais têm na presidência militares de alta patente, que acumulam remunerações das Forças a que pertencem e das empresas que dirigem. O presidente da Imbel, o general da reserva Aderico Visconte Pardi, ganha o valor bruto de R$ 49,9 mil. Já o presidente da Amazul, vice-almirante da reserva Antônio Carlos Guerreiro, recebe R$ 62,9 mil.

A auditoria da CGU verificou pagamentos acumulados no mesmo cargo, com a soma de remuneração e de aposentadoria pelo regime geral de Previdência Social. Foram detectados 241 empregados de seis estatais que recebem valores acima do teto salarial de R$ 39,3 mil.

O prejuízo mensal aos cofres públicos é de R$ 738,7 mil. Em cinco anos, conforme a CGU, o rombo é de R$ 44 milhões. O órgão recomendou maior fiscalização dos pagamentos e interrupção dos acúmulos.

Os pagamentos acima do teto foram identificados na Codevasf, EBC, INB, Nuclep, HCPA e GHC. A INB e o Nuclep são presididos por dois contra-almirantes, que ganham mais de R$ 60 mil brutos por mês.

Os Três Poderes, o Ministério Público e até as Forças Armadas passam por um período de baixa na avaliação dos brasileiros, segundo aponta pesquisa do Datafolha divulgada nesta sexta-feira (24). O levantamento, feito entre os dias 13 e 15 deste mês, mostra que em relação ao levantamento anterior, realizado em julho de 2019, subiu a desconfiança da população acerca do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de outros atores institucionais. A Presidência da República foi a instituição com a maior piora: tinha a desconfiança de 31% dos entrevistados em 2019 e agora está com 50%. 

No ranking da confiança popular, novamente o primeiro lugar ficou com as Forças Armadas, com 76%. A desconfiança, porém, aumentou numericamente em relação a dois anos atrás, atingindo a taxa mais alta da série histórica iniciada em 2017. Eram 19% em 2019 e agora são 22%. 

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Entre os dez pesquisados pelo Datafolha, o pior resultado ficou com os partidos políticos, que sofrem a desconfiança de 61% dos entrevistados. A rejeição às agremiações era de 58% em 2019 e agora está em 61%. O sentimento antipolítica também atinge fortemente o Congresso Nacional, visto como não confiável por 49%. 

A imprensa, alvo de críticas constantes do bolsonarismo, tinha a desconfiança de 30% há dois anos e agora está com 32%. Dizem confiar na imprensa 66%, divididos em 48% que afirmam confiar "um pouco" e 18% que dizem "muito". O Ministério Público, que costuma ser bem avaliado pela população, teve um revés nessa rodada do Datafolha. Disseram que não confiam na instituição 30%, ante 23% em 2019 

O Datafolha também perguntou aos entrevistados sobre as redes sociais. Disseram que não confiam nelas 53% —eram 46% na pesquisa anterior. Afirmam que confiam 46%, sendo que 40% disseram "um pouco" e 6%, "muito". Em relação às grandes empresas brasileiras, 29% disseram não confiar, e 69% afirmaram que confiam. O detalhamento dos dados da pesquisa mostra diferenças de opinião entre diversos segmentos da população. 

Os jovens de 16 a 24 anos tendem a confiar mais nos partidos políticos, no Judiciário e no Congresso. Na direção oposta, são mais céticos sobre a imprensa. As Forças Armadas têm imagem melhor entre homens, quem tem renda familiar acima de cinco salários mínimos e moradores de Centro-Oeste. O Judiciário, que no quadro geral tem a desconfiança de 31% dos entrevistados, no Nordeste é visto dessa maneira por 34%. Os resultados da pesquisa também variam de maneira expressiva de acordo com as preferências políticas do entrevistado. 

Entre eleitores que dizem que votarão em Bolsonaro em 2022, a desconfiança na imprensa passa de 32% para 47% e, em relação às redes sociais, cai de 53% para 46%. Os eleitores bolsonaristas também desconfiam mais do Supremo Tribunal Federal. 

Já os entrevistados que dizem que votarão em Luiz Inácio Lula da Silva no próximo ano tendem a ser mais avessos ao Ministério Público. O petista se tornou um crítico de procuradores ao longo de seus embates com autoridades da Lava Jato e chegou a processar o ex-chefe da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol. Entre eleitores de Lula, os que não confiam nos promotores e procuradores passam de 30% para 33%. 

Quem pretende votar no PT em 2022 também tende a apoiar menos as Forças Armadas. A taxa de desconfiança nesse segmento passa de 22% para 32%. O Datafolha ouviu presencialmente 3.667 pessoas em 190 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. 

 

A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz rejeitou nesta quarta-feira (1º) os pedidos de militares, ambos do Paraná, um da ativa e outro reformado, para que pudessem participar, sem restrições ou punições, das manifestações pró-governo marcadas para o dia 7 de setembro. Segundo a magistrada, as ações requeridas baseiam-se em meras hipóteses de constrangimento.

Para Vaz, os militares formularam os pedidos de habeas corpus preventivo sem apresentar “elementos categóricos”, capazes de comprovar a existência de atos normativos que impediram a circulação e eventual participação nas manifestações bolsonaristas. A ação foi apresentada contra os governadores Distrito Federal, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

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Conforme o STJ, na petição inicial os interessados afirmaram ser “público e notório” que os governadores pretendem inviabilizar a livre manifestação de “pessoas de bem” e que isso colocaria a Polícia Militar contra as Forças Armadas. Dessa forma, eles solicitaram a expedição de salvo-conduto, ou seja, um documento que permite o livre deslocamento no território nacional.

Além disso, a dupla exigiu uma multa de R$ 1 mil a quem descumprisse a medida em favor deles. Laurita Vaz, no entanto, ressaltou que não foram apontados quaisquer atos assinados pelos governadores que pudessem ocasionar, direta ou indiretamente, perigo ou restrição à liberdade locomotora.

"Entenda-se: a ameaça de constrangimento ao jus libertatis a que se refere a garantia prevista no rol dos direitos fundamentais (artigo 5º, inciso LXVIII, da Cons​tituição) há de se constituir objetivamente, de forma iminente e plausível, e não hipoteticamente", destacou a ministra.

Vaz afirmou ainda que, mesmo se houvesse a indicação de atos normativos baixados pelos governadores, o habeas corpus não seria a via processual ideal para impugnar atos. "Os impetrantes, nesses feitos, não têm legitimidade para requerer o controle abstrato de validade de normas", finalizou a magistrada, com base na jurisprudência do tribunal.​

 

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