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A Guarda Costeira da Itália divulgou nesta segunda (25) o vídeo dramático de uma operação de resgate de imigrantes que naufragaram no último sábado na ilha de Lampedusa.

Nas imagens, que imediatamente percorreram as redes sociais e os jornais da Itália, um membro da Guarda Costeira aparece pulando no mar para resgatar os imigrantes, entre eles uma criança de um ano.

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O agente é um militar "rescue swimmer" , ou seja, especializado em resgates marítimos. "Existem pessoas como Salvatore, socorrista marítimo da Guarda Costeira, cujas ações levam a crer seriamente que a Itália ainda é um grande país, capaz de acolher e salvar vidas humanas. Orgulhosa de representar estes heróis discretos e silenciosos", elogiou a ministra da Infraestrutura e Transporte da Itália, Paola De Micheli.

No último sábado, quatro embarcações da Guarda Costeira, com o auxílio de um helicóptero, conseguiram salvar 149 pessoas no mar, no meio de ondas.

Os imigrantes, sendo 133 homens, 13 mulheres e três crianças, foram levados para o porto de Lampedusa. Cinco mulheres foram encontradas mortas: três dentro do mar e duas em terra . Outras 15 pessoas ainda estão desaparecidas.

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Da Ansa

Entre 15 e 17 de novembro, a cidade de São Paulo recebe o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, no Autódromo de Interlagos, região sul da capital paulista. Durante o evento, as estações da Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e outras pontos estratégicos terão um reforço especial para atendimento aos turistas. Cerca de 100 refugiados, imigrantes e conviventes do Centro de Acolhimento Temporário (CTA) que são bilíngues ou poliglotas prestarão serviço de auxílio e orientação aos espectadores da penúltima etapa da temporada 2019 daquela que é considerada a categoria de elite do automobilismo mundial.

O grupo é composto por cidadãos oriundos de 34 países diferentes. A iniciativa é da própria CPTM e ganhou o nome de “Em SP habita o mundo”. O programa, realizado por meio da parceira com o CIC (Centro de Integração da Cidadania), inclui uniforme e ajuda financeira pelo trabalho executado pelos imigrantes no decorrer dos três dias da Fórmula 1 em São Paulo. A equipe atua junto aos colaboradores da CPTM desde o início do mês de novembro, recebendo treinamento nas estações. Os estrangeiros devem atuar nas estações da Linha 9-Esmeralda e em estações estratégicas como Luz e Aeroporto-Guarulhos.

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São Paulo é o segundo estado do país que mais recebe pedidos de imigrantes que querem entrar no Brasil como refugiados. A informação é de um relatório divulgado essa semana pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Segundo o professor do curso de Direito da UNG Manuel Martin Pino Estrada, os estrangeiros que pedem refúgio no Brasil são pessoas que sofreram perseguição política no país de origem, passaram por crise econômica, questões climáticas como terremotos ou até mesmo fugiram de alguma guerra. “Na América Latina, por exemplo, São Paulo tem uma fama de ser o estado mais rico, o mais desenvolvido e mais próspero do Brasil, isso faz com que os estrangeiros pensem na facilidade em conseguir emprego, além disso, a fama também é de que a cidade de São Paulo em si é cosmopolita e com uma cultura mais aberta ao estrangeiro”, aponta.

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Os pedidos de refúgio são feitos na Polícia Federal da região onde o imigrante se encontra e o processo é analisado pelo Sistema do Comitê Nacional Para os Refugiados (Sisconare). Enquanto isso, o estrangeiro pode solicitar a Carteira de Trabalho Provisória para trabalhar em território brasileiro. “Caso o pedido seja indeferido, há um recurso encaminhado ao Ministério da Justiça, cuja decisão é irrecorrível, ou seja, o solicitante de refúgio deixará de ter direito a Carteira de Trabalho Provisória, pois não lhe será mais renovada e o visto, ao expirar, correrá o risco de ser deportado”, explica Estrada.

O relatório do MJSP aponta que 44% dos pedidos de refúgio feitos entre janeiro de 2018 e maio de 2019 foram negados, o que faz com que muitos estrangeiros fiquem no país de maneira ilegal, recorrendo ao trabalho informal para sobreviver. “Como eles não querem voltar à terra de origem acabam se submetendo a trabalhos degradantes e com salários muito baixos, além de ter a esperança de chegar uma anistia aos irregulares pelo Governo Federal, algo que não acontece há vários anos”, finaliza Estrada.

Dezesseis migrantes, entre eles quatro menores, foram encontrados com vida escondidos dentro de um caminhão que se preparava para embarcar em um ferry na cidade de Ijmuiden, na Holanda, em direção à Inglaterra.

O caminhão transportava peças de automóveis, entre as quais os imigrantes se escondiam. O motorista, um turco de 45 anos, apresentou-se aos agentes de segurança antes de embarcar no ferry, afirmando ter ouvido ruídos na traseira do veículo. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia da Grécia encontrou nessa segunda-feira (4) 41 migrantes escondidos em um caminhão frigorífico no norte do país durante uma blitz de rotina.

Algumas pessoas apresentavam problemas respiratórios em razão do ambiente sufocante. Segundo os policiais, o fato de o sistema de refrigeração não estar ligado, pois a temperatura poderia atingir -25ºC, evitou uma tragédia.

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Os imigrantes, de origem afegã, eram na maioria homens de 20 e 30 anos, embora um pequeno grupo de menores de idade também viajasse no caminhão, que havia cruzado a fronteira com a Turquia. (Com agências internacionais)

Uma medida da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia anunciada na última quarta-feira (16), pode melhorar a vida dos imigrantes que trabalham como autônomos no Brasil. A partir de agora, os estrangeiros podem registrar-se como Microempreendedores Individuais (MEI) na modalidade simplificada apresentando apenas um dos documentos que comprovem sua estada no país.

Antes, para a realização do cadastro de quem não é brasileiro nato como MEI, era necessário apresentar o Título de Eleitor ou o número do recibo da última Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Porém muitos não conseguiam cumprir essa exigência por terem chegado ao Brasil no mesmo ano em que receberam o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), o que poderia atrasar a regularização do imigrante na categoria em até dois anos.

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Com a oficialização da medida, basta que o imigrante-empreendedor informe seu país de origem e apresente o número de qualquer documento como a carteira nacional de registro migratório, o documento provisório de registro nacional migratório ou o protocolo de solicitação de refúgio.

De acordo com o Ministério da Economia, existem 46.591 estrangeiros de 169 nacionalidades diferentes inscritos como MEI no Brasil.

A partir desta quinta-feira (10), os imigrantes que residem na cidade de São Paulo passam a ter acesso a novo modelo de atendimento. A unidade móvel do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI) oferece assistência itinerante para quem chegou a maior cidade do Brasil e ainda precisa de orientações sociais, jurídicas e de regularização migratória.

Além do motorista e de uma assistente social, a central volante que percorrerá todas as regiões do município tem em sua equipe dois imigrantes. Um haitiano fluente em três idiomas que deve auxiliar na comunicação e um agente de segurança nascido em Angola. A princípio, o equipamento deve funcionar sempre entre quarta e domingo em horários variados. O atendimento entre quartas e sextas será das 14h até 19h. Já aos sábados e domingos, a assistência aos imigrantes acontece no período matutino, das 9h até 13h.

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Os serviços são os mesmos prestados na sede fixa do CRAI, situada à Rua Major Diogo, 834, no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo. Confira a programação e saiba por quais regiões a unidade móvel passará nos próximos dias:


11/10 - sexta-feira
Entre 14h e 19h
Local: UBS Brás (região central)
Endereço: Rua Sampson, 61

15/10 -  terça-feira
Entre 14h e 19h
Local: EMEF Infante Dom Henrique (região norte)
Endereço: Rua Comendador Nestor Pereira, 285 – Canindé

16/10 -  quarta-feira
Entre 14h e 19h
Local: CRAS Artur Alvim (região leste)
Endereço: Rua Henrique Jacobs, 788

17/10 -  quinta-feira
Entre 14h e 19h
Local: EMEF Vereador Antônio Sampaio (região norte)
Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 733 - Santana

Representantes de organizações que dão assistência jurídica, médica e laboral a imigrantes e refugiados criticaram nesta terça-feira (1º), em audiência na Comissão de Direitos Humanos (CDH), o substitutivo do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) ao projeto que simplifica o visto temporário de trabalho para estagiários e intercambistas (PL 1.928/2019). Segundo eles, a pedido do governo, Bezerra acabou alterando partes importantes da Lei de Migração (Lei 13.445, de 2017).

Os participantes da reunião reclamam que, em nome da segurança nacional, Bezerra teria trazido à Lei de Migração ressalvas que colocam em xeque a dignidade e a liberdade dos estrangeiros que pedem refúgio no Brasil.

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Uma das medidas criticadas pelos convidados foi a exigência de que transportadoras forneçam informações antecipadas à Polícia Federal sobre passageiros, tripulantes e registros de compras de passagem.

No texto de Bezerra também é dada a possibilidade de a Polícia Federal pedir ao juiz a prisão ou outra medida cautelar para fins de deportação ou expulsão do imigrante. Enquanto a deportação ou expulsão não for efetivada, o suspeito poderá ficar preso por até 60 dias, prazo que pode ser prorrogado por um período não definido.

O ingresso, a residência ou a concessão de refúgio no país também poderá ser negado em caso de suspeita de crimes graves (como tráfico de drogas, armas ou pessoas) ou hediondos e também por suspeita de terrorismo ou ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado democrático. Crimes de pedofilia ou de associação criminosa e participação em torcida com histórico de violência em estádios também podem motivar a negativa do visto.

O imigrante acusado fica sujeito a repatriação, deportação ou cancelamento da autorização de ingresso ou residência no país, de acordo com “procedimento excepcional” a ser regulamentado pelo Poder Executivo.

Movimentos sociais

Defensores dos direitos humanos temem que o endurecimento da Lei de Migração proposto pelo substitutivo de Bezerra aumente a arbitrariedade das negativas de entrada no país. De acordo com o padre Marcelo Quadro, diretor da Cáritas de São Paulo, o Brasil não só tem uma legislação avançada para o recebimento de imigrantes, como também tem boas práticas que servem de modelo para o mundo, e isso deveria continuar assim.

Ele deu como exemplo o acolhimento a haitianos e venezuelanos, reconhecido como bem-sucedido pela comunidade internacional.

Quadro colocou exemplo concreto no que seria o cumprimento do PL 1.928/2019. Ele citou o caso de um homem da Lituânia que recebeu asilo por perseguição religiosa por ser adepto do Santo Daime, seita cuja bebida é considerada ilegal no seu país, mas não no Brasil. Marcelo Quadro explicou que o homem seria considerado um criminoso e seria deportado em razão da Lei de Migração, caso as alterações do PL 1.928/2019 entrem em vigor.

O defensor público federal Gustavo Zortea da Silva questionou a prisão de até 60 dias com possibilidade de prorrogação por tempo indeterminado para fins de deportação e expulsão, não prevista na Constituição Federal.

Outro ponto sensível, na visão dele, é que o suspeito de cometer crime em seu país já poderá ser deportado, apenas pelo fato de ser suspeito. Na atual Lei de Migração, a justificativa para deportação seria ele estar respondendo a processo ou ter sido condenado por uma conduta tipificada como crime não só no país de origem, mas também no Brasil.

“Toda política migratória transita entre dois temas, a segurança nacional e o direito dos imigrantes. Mas esse subsistema, com as emendas apresentadas pelo Ministério da Justiça, carrega demasiadamente no aspecto da segurança nacional, anulando as garantias de direito dos imigrantes”.

Zortea pediu que o substitutivo de Bezerra ao PL 1.928/2019 passe pelo mesmo nível de debate pelo qual passou o projeto que instituiu a Lei de Migração. A participação popular no debate também foi o ponto destacado pelo representante do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Felipe Vasconcellos.

Ele quer que imigrantes e refugiados sejam chamados a debater para que a preocupação com a segurança nacional seja avaliada juntamente com a obrigação do país de prover os direitos humanos, a proteção à vida, à segurança e à liberdade, entre tantos outros.

Nações Unidas

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) foi representado na audiência por Federico Martinez. Ele disse que o Acnur concorda com as medidas de proteção dos países para que não recebam condenados por crimes, mas acredita que seja respeitado o direito de pedir o refúgio e o direito de não devolução da pessoa.

O Acnur sugeriu aos senadores que o Brasil tenha salvaguardas para assegurar que as pessoas que buscam refúgio sejam tratadas segundo a convenção sobre o Estatuto de Refugiados adotada pelas Nações Unidas em 1951, já recepcionada pelo Brasil. Martinez também sugeriu que o país garanta que as cláusulas de exclusão não sejam expandidas para além do que prevê a convenção.

Assessora política do grupo católico Missão Paz, Letícia Carvalho criticou a recente revogação, pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, da portaria que previa pedido de autorização de residência protocolado por imigrante ou visitante que se encontre em território nacional e não esteja enquadrado nos casos previstos expressamente na Lei de Migração (Portaria Interministerial 4/2018).

"A maneira como este governo vem tratando as normas de políticas migratórias pode se tornar atentatória à dignidade da pessoa humana, pode acabar com os sonhos de pessoas que, de fato, têm muito a contribuir com o país".

Portaria 666

A coordenadora de Programas da Conectas Direitos Humanos, Camila Asano, acusou os órgãos do Executivo de descaracterizar e enfraquecer os benefícios garantidos pela Lei de Migração. Exemplo disso seria a edição da Portaria 666, que impede o ingresso e prevê a repatriação e a deportação sumária de pessoa considerada perigosa ou que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal.

— Ela cria a figura de deportação sumária, que não existe na Lei de Migração. O período de 48 horas para deportação inviabiliza qualquer forma de defesa. Ela deturpa em vários aspectos o direito ao contraditório, à ampla defesa e à não discriminação.

O contraponto foi feito pelo coordenador de Política Migratória do Ministério da Justiça, Flávio Diniz Oliveira. Ele explicou que a portaria tem um caráter excepcional e nunca foi aplicada desde sua edição.

A portaria regulamenta duas leis específicas (o Estatuto dos Refugiados e a Lei de Migração) para barrar especificamente criminosos de absoluta periculosidade, ligados ao terrorismo, crime organizado armado, ao tráfico de drogas, armas e pessoas, à exploração de crianças e adolescentes e a torcidas organizadas violentas durante eventos esportivos.

“O foco dessa lei é muito específico, em pessoas que recebem esse mesmo tratamento em vários outros países do mundo. O ajuste foi necessário para resgatar, no controle migratório, mecanismos para resguardar o direito dos brasileiros de terem sua segurança preservada”, disse o coordenador.

Segundo Oliveira, o Ministério da Justiça tem quase 200 mil pedidos de refúgio — na maioria, venezuelanos — e a Portaria 666 não os inviabiliza. Ele afirmou que a legislação brasileira já é bastante generosa com o estrangeiro, até pela possibilidade de ele se tornar um nacional sem ter nascido no território nem ter ascendentes consanguíneos brasileiros.

*Da Agência Senado

 

Uma juíza do distrito federal nos EUA impediu que o governo do presidente americano, Donald Trump, expandisse uma política que permite ao governo deportar rapidamente imigrantes ilegais sem passar por tribunais de imigração.

A política, conhecida como remoção acelerada, atualmente é aplicada a imigrantes encontrados a 160 quilômetros das fronteiras mexicanas ou canadenses e que entraram ilegalmente nos EUA nas últimas duas semanas.

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Em julho, o governo Trump passou a expandir a aplicação da política a todo o país e a qualquer imigrante que entrou ilegalmente nos EUA nos dois anos anteriores.

Na noite de ontem, porém, a juíza distrital dos EUA Ketanji Brown Jackson discordou do processo usado pelo governo para expandir a política. As deportações aceleradas, no entanto, podem continuar em áreas próximas às fronteiras.

Trump ordenou pela primeira vez que as autoridades de imigração e fiscalização aduaneira expandissem o uso da remoção acelerada em uma ordem executiva ampla relacionada à imigração emitida dias após a sua posse. O Departamento de Segurança Interna levou dois anos e meio para executar a política, mas, quando o fez em julho, pulou um período habitual de discussões para implementar a mudança mais rapidamente.

"Se uma decisão política que uma agência toma tem consequências suficientes para se qualificar como regra da agência, arbitrariedade na decisão dos contornos dessa regra, simplesmente não funciona", escreveu a juíza Jackson, que foi nomeado pelo ex-presidente Barack Obama.

As autoridades de imigração defenderam a mudança de política conforme necessário para desviar mais casos dos tribunais de imigração, que estão trabalhando com uma grande quantidade de casos historicamente grandes que cresceu para mais de um milhão este ano. É quase certo que o governo recorrerá da decisão.

O Departamento de Justiça discordou da decisão, dizendo que ela prejudica a lei aprovada pelo Congresso e os esforços do governo para implementá-la.

"O Congresso autorizou expressamente o Secretário de Segurança Interna a agir com despacho para remover do país os estrangeiros que não têm o direito de estar aqui", disse um porta-voz. "A decisão do tribunal distrital entra em conflito direto com a concessão expressa de autoridade e excede amplamente a autoridade do tribunal distrital".

A Casa Branca disse neste sábado que o governo tentou fazer cumprir a lei de imigração aprovada pelo Congresso desde que Trump assumiu o cargo, acrescentando: "E por dois anos e meio, decisões equivocadas dos tribunais inferiores impedem que essas leis sejam aplicadas - a um imenso custo para todo o país".

A juíza Jackson disse que, ao pular o processo público que forçaria o governo a considerar os prós e os contras de sua nova política, ele não considerou o impacto negativo em centenas de milhares de imigrantes ilegais que perderiam os direitos do processo devido.

"Não há uma consideração evidente das consideráveis desvantagens de adotar uma política que, em muitos aspectos, possa impactar significativamente a vida cotidiana das pessoas de muitas maneiras substanciais, tangíveis e previsíveis", escreveu ela.

A decisão da juíza no tribunal do distrito de Columbia é a mais recente de uma série de ações de imigração que o governo Trump tentou realizar e que foi interrompida pelos tribunais federais. Um tribunal federal de Los Angeles também impediu na sexta-feira o governo de implementar uma das mudanças mais desejadas, para acabar com o limite de detenção de famílias imigrantes por mais de 20 dias.

Fonte: Dow Jones Newswires

O governo Donald Trump proibiu, nesta quinta-feira (26), "autoridades do alto escalão do governo iraniano e suas famílias" de entrarem nos Estados Unidos, em uma nova escalada da campanha de "pressão máxima" contra Teerã.

"Durante anos, os responsáveis iranianos e os membros de suas famílias se beneficiaram tranquilamente da liberdade e da prosperidade dos Estados Unidos, especialmente das excelentes oportunidades que os Estados Unidos oferecem em matéria de educação, recreação e cultura", disse o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em um comunicado.

Por isso, explicou Pompeo, Trump "decretou que as autoridades de alto escalão do regime e suas famílias" não sejam "mais autorizadas a entrar nos Estados Unidos".

"A elite iraniana não poderá mais aproveitar os benefícios de uma sociedade livre, enquanto os cidadãos iranianos sofrem com a corrupção e com o mau governo de seu regime", insistiu.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, de visita esta semana em Nova York para a Assembleia Geral da ONU, já está submetido a rígidas restrições de deslocamento nos Estados Unidos, assim como seu ministro das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif.

Nenhum dos dois pode se afastar da sede das Nações Unidas.

Na terça-feira (24), em seu discurso na tribuna da Assembleia Geral, Trump prometeu endurecer as sanções contra o Irã, se Teerã não desistir do que ele classifica como uma atitude ameaçadora.

Liderados pelo francês Emmanuel Macron, vários presidentes tentaram mediar um encontro entre Trump e Rohani, em paralelo à Assembleia Geral. A reunião não aconteceu.

Rohani exige que as sanções contra o Irã sejam suspensas para, somente então, negociar com os Estados Unidos.

Desembarcando pela primeira vez no Nordeste, a Copa dos Refugiados e Imigrantes 2019 terá uma das etapas regionais disputada no próximo dia 15 de setembro, na Arena de Pernambuco, Região Metropolitana do Recife. As seleções sorteadas para a disputa na capital pernambucana foram Senegal, Angola, Cabo Verde e Venezuela. Os jogos têm início às 8h e a entrada da torcida é gratuita. 

“Reserve um minuto para ouvir uma pessoa que deixou o seu país”. Esse é o tema da Copa dos Refugiados e Imigrantes de 2019, que além do lazer do jogo de futebol, visa garantir o protagonismo dos estrangeiros e mostrar a cultura dos participantes com o intuito de romper barreiras sociais e lutar contra a xenofobia. Outro objetivo é chamar atenção para a necessidade de inserir formalmente os refugiados e imigrantes no mercado de trabalho brasileiro. 

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O Brasil contabilizava, em dezembro de 2018, 11.231 refugiados já reconhecidos. Naquele mesmo mês, havia 161.057 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado. Dos refugiados já reconhecidos, 36% são sírios; 15% congoleses; 9% angolanos; 7% colombianos e 3% venezuelanos.

Ainda de acordo com dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), há, em todo o mundo, 25,9 milhões de refugiados. Ao final de 2018, cerca de 70,8 milhões de pessoas foram forçadas a deixar seus locais de origem, motivadas por diferentes tipos de conflitos.

Seleções de Cabo Verde e Venezuela treinam na UFPE. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

Em entrevista ao LeiaJá, o engenheiro Jean Katumba, da ONG África do Coração, responsável pela criação e organização da Copa, contou que a ideia é moldar o evento e torná-lo semelhante à Copa do Mundo de Futebol. “A gente sabe que as pessoas param para assistir o futebol. É uma maneira de chamar atenção para a nossa causa. Também queremos que a nossa copa seja uma plataforma de livre expressão dos imigrantes e refugiados”, disse. 

Katumba chegou ao Brasil como refugiado, saindo do Congo, há seis anos e entre muitos sonhos, decidiu apostar suas fichas na “competição” amistosa. “Sabemos que o esporte é uma linguagem universal. Futebol então, no Brasil, é o esporte mais querido e o que pode mais integrar as pessoas. Você não precisa falar português ou inglês. Queremos gritar gol juntos, imigrantes, refugiados e brasileiros”, destacou. 

Sobre ter escolhido pela primeira vez uma capital do Nordeste, Katumba acredita que existe um entendimento errado sobre imigração e refúgio na região. “Já escutei dos próprios imigrantes que vivem em São Paulo questionamentos para saber se iriam levar os residentes da capital paulista para jogar no Nordeste. Eles acham que não há imigrantes e refugiados naquela área. O que é muito diferente da realidade, pois cada vez mais os nordestinos recebem essa população. A gente também sabe que cada região tem sua dificuldade”, explicou. 

Apesar da Copa ter os países representantes na competição, as equipes podem ser mistas e os jogadores não necessariamente precisam ser de alguma nacionalidade específica. No Recife, por exemplo, só foram escolhidas quatro seleções oficiais, mas há participantes do Haiti, Guiné Bissau, Cabo Verde, Angola, Senegal, Venezuela, Colômbia, Israel e Benin. Ao todo, a competição envolverá aproximadamente 1.120 atletas de 39 nacionalidades e 46 seleções agregando pessoas em situação de refúgio (solicitantes de refúgio e refugiados reconhecidos) e imigrantes. 

Lieka é natural do Congo, país da África. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

Papa Sufre acredita que o evento é muito mais do que uma competição, mas também o momento para se sentir em casa. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

A reportagem do LeiaJá acompanhou o treino das seleções de Cabo Verde e Venezuela. David Lieka, 34, é imigrante do Congo e veio ao Recife estudar na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É a primeira vez que vai jogar a Copa e diz que apesar de estar fora de forma, suas expectativas estão altas. “Para a gente é até bom os brasileiros terem um novo olhar sobre a imigração. A gente que é estudante ainda está em uma situação melhor pelo fetiche de falarmos outra língua, mas muitos refugiados e imigrantes que só trabalham sofrem muito mais”, afirmou. 

Lieka vai representar a equipe de Cabo Verde, que é composta basicamente por estudantes imigrantes da UFPE de diversas nacionalidades, em sua maioria africanos. Eles já têm a tradição de jogar futebol todos os sábados na quadra da instituição e por isso estão apostando em vencer a etapa regional e representar Pernambuco na grande final, realizada em outubro, no Maracanã, Rio de Janeiro. Organizado pela ONG África do Coração, com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM), a competição surgiu em 2014, em São Paulo. A iniciativa teve, em 2017, uma edição realizada em Porto Alegre e outra, em 2018, no Rio de Janeiro. Este ano, a Copa dos Refugiados e Imigrantes terá estreia em Brasília, Curitiba e no Recife.

Papa Sufre, 30, diz que está contente pela organização do evento trazer pela primeira vez a Copa ao Nordeste. “É uma forma de aproximação com outros imigrantes e refugiados. Sentir a sensação de estar em casa e poder encontrar outras pessoas de diferentes nacionalidades não tem preço e sendo através do futebol, então, será incrível”. 

Altino aposta no evento inclusive para revelar possíveis talento no futebol. Foto: Júio Gomes/LeiaJáImagens

Altino Mulungu, gestor do Escritório de Assistência à Cidadania Africana em Pernambuco (Eacape), é um dos responsáveis pela organização da Copa em Pernambuco. Para ele, o momento é muito oportuno e o evento tem tudo a ver com a realidade do estado. “Pernambuco sempre foi cosmopolita desde séculos passados, é só olhar a nossa história. Temos aqui no Recife o consulado mais antigo do Brasil, é o Britânico de 1808. Também temos a primeira Sinagoga das américas, no bairro do Recife Antigo. É uma prova incontestável que esse direito migratório de ir e vir sempre esteve em nossa realidade. É um respeito ao nosso legado com a imigração”, detalhou Mulungu. 

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Jean Baptiste é um dos organizadores da edição inédita da Copa dos Refugiados e Imigrantes no Recife. Foto: Júio Gomes/LeiaJáImagens

O haitiano Jean Baptiste Joseph, 33, vive no Brasil desde 2010, mas é natural de Jean-Rabel, região mais pobre do Haiti. Na capital pernambucana, ele fundou em 2018 o Grupo de Embaixadores para o Desenvolvimento (GADE). Jean acredita no poder da inclusão social pelo esporte e pelo contato com o outro. "Eu sou imigrante e sei como é difícil ter essa integração social. A ideia também é que as torcidas de Pernambuco se unam para incentivar uma só ideia. O acolhimento aos imigrantes e refugiados", apontou. Como é um evento sem fins lucrativos, a Copa dos Refugiados também conta com o apoio de parcerias e voluntariado. "Ainda estamos na correria para conseguir algumas chuteiras para os meninos jogarem", disse. 

Em outro momento Jean esclarece que existe a vontade de propor uma Copa feminina de futebol, mas ainda é preciso saber se há mulheres suficientes para compor os times em cada região. “Talvez incluir outros esportes, realizar mais palestras e tornar o assunto como algo natural que acontece no mundo. As migrações são parte da nossa história”, complementou o pesquisador.

Para a Organização Internacional para as Migrações, agência da ONU para as Migrações, o aspecto sociocultural, muitas vezes deixado em segundo plano na integração dos migrantes e dos refugiados, é fundamental. “Apoiar iniciativas como a Copa dos Refugiados e Imigrantes é importante para nós, pois acreditamos que elas reforçam a criação de condições que garantam uma inclusão sustentável e benéfica a todos, migrantes e brasileiros. E esse é o espírito que a OIM difunde ao redor do mundo: todas as pessoas são iguais em termos de direitos humanos, independente da nacionalidade e condição migratória. Iniciativas como essa, que promovem a integração social e cultural dos migrantes e refugiados são importantes para mostrar a diversidade das pessoas, aumentar a empatia em relação aos migrantes e ajudar a construir um entendimento mais justo de suas realidades, perspectivas e necessidades”, destacou o órgão. 

Alguns integrantes da Venezuela se preparam para a competição no próximo dia 15 de setembro. Foto: Eduarda Esteves/LeiaJáImagens

O venezuelano David Ramos, 42, é imigrante temporário e veio ao Recife através do Programa Pana, que visa a assistência humanitária e o apoio na integração da população migrante da Venezuela em vulnerabilidade, através de aluguéis subsidiados e da Casa de Direitos. Ramos salienta que reuniu os refugiados e estão treinando aos domingos para fazer bonito no dia do jogo. 

Para o futuro, o criador da Copa, Jean Katumba, sonha em torná-la internacional. “Acreditamos que o crescimento do evento pode aumentar ainda mais essa integração que tanto buscamos, não só no Brasil, como no mundo. Porque a gente sabe que a causa da imigração e dos refugiados é também internacional. Queremos cidadãos do mundo. 

Para a realização do evento no Recife, o apoio é também de representantes do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), da Defensoria Pública da União (DPU), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que garantiu a viabilização da Arena de Pernambuco para a realização da competição.

Escalação das equipes

Senegal: Mame Thierno, Ahmet Sarr, Moudo Fall Tine, Tapha Geuye, Samba Fall, Ahmet Fall, Modou Lo, Elhadji Ndiaye, Mamor Diop, Ibrahim Lacom, Ibrahim Loum, Matar Cisse, Atou Khoule, Mamadou Balde, Asse Diange, Abdou Syla, Same Sow, Omar Cisse, Yahya Lam, Moussa Ndiay

Venezuela: Johan Flores, Andres Gonzalez, Robert Nieto, Jose Caguama, Orlando Garcias, Misael Rodriguez, Jordis Caraballo, Rodrigo Escobar, Cesar Beria, Llefridaniel Zambrano, Lleri Zambrano, Ivan Pokomovsky, David RAmos, Jose Vaquero

Angola: Geogany Carlos, José Lima, Arieh Calisto, Manuel Campos, Jesdras Banjale, Yuri Agostinho, Adriano Diogo, Pedro Sabonete, Delson Culembe, Agostinho Cortez, Nelson Nzage, Ousmani Armando, Jacinto Cruz, Algi Wendel, Miguel Francisco

Cabo Verde: Papa Sufre, Gabriel Vasco, Derciliano Cruz, José Ferreira, Codjo Olivier, Nathanael Dossa, Andrés Felipe, Davidson, Benedic, Sene, Jerónimo Pereira, Sourou, Lassana Danfá, Jeremias Fernando, David Lieka

Serviço

Copa dos Refugiados e Imigrantes 201

15 de setembro | A partir das 8

Arena Pernambuco - São Lourenço da Mata, s/n

Gratuito

O corpo de um jovem venezuelano foi encontrado decapitado em Boa Vista (RR), em um terreno baldio próximo a um abrigo para imigrantes. A vítima também estava sem o braço esquerdo e com uma algema no braço direito, além de ter as pernas amarradas por uma lona.

O corpo foi encontrado na manhã desta sexta-feira, 16, na Avenida General Sampaio, bairro Treze de Setembro, por agentes da Força Nacional. O local é conhecido por abrigar muitos venezuelanos que se instalam nas proximidades do abrigo operado pela Operação Acolhida, da Força Tarefa Humanitária, à espera de uma vaga.

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Segundo informações do Instituto Médico Legal em Roraima (IML-RR), a vítima foi identificada como Diego Andres Piamo, de 20 anos. A identificação foi possível após terem sido encontrados documentos e uma carteira de trabalho junto ao corpo da vítima. O IML-RR informou também que ainda não foram localizados os parentes de Diego.

A reportagem entrou em contato com a Força Nacional para obter mais informações sobre o caso, porém, a instituição não repassou detalhes mais aprofundados do ocorrido. O caso deverá ser investigado pela Delegacia Geral de Homicídios (DGH) em Roraima.

Um tribunal administrativo de Roma decidiu na quarta-feira (14) que um navio de resgate espanhol com cerca de 150 migrantes deve ter permissão para entrar nas águas territoriais da Itália, desafiando uma proibição imposta pelo ministro do Interior, Matteo Salvini, líder do partido de extrema-direita Liga.

Ele respondeu que não permitirá a entrada do navio, independentemente do veredicto, causando outro conflito de grande repercussão sobre a questão imigratória - que se mostrou sua maior angariadora de votos. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Milhares de imigrantes sem documentos aguardavam com preocupação neste domingo a anunciada operação que, segundo o presidente Donald Trump, levará a uma onda de deportações nos Estados Unidos, mas durante a tarde ainda não havia sinais da mesma.

Veículos de comunicação locais, como CNN e Fox News, indicaram por volta do meio-dia que agentes do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário (ICE, sigla em inglês) estavam atuando de acordo com o previsto, citando fontes não identificadas desta força. Mas não houve notícias de nenhuma operação significativa nas ruas.

Havia-se anunciado que cerca de 2 mil imigrantes sem documentos seriam detidos em pelo menos uma dezena de cidades. Ativistas patrulharam várias cidades para documentar qualquer prisão e oferecer assistência aos possíveis detidos.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, afirmou durante a tarde: "Ainda não há atividade. É muito difícil organizar a vida em torno dos anúncios de Donald Trump", disse o pré-candidato democrata às eleições presidenciais de 2020.

Na Flórida, agentes do ICE foram vistos perto do aeroporto internacional e de uma comunidade de imigrantes, segundo o "Los Angeles Times". Não houve notícias de prisões. "The Washington Post" e "Baltimore Sun" deram conta de pouca evidência de operações.

O subdiretor do ICE, Matthew Albence, não quis dar detalhes sobre a operação, em entrevista neste domingo ao "Fox News Sunday".

O alcance da operação parece mais modesto do que os "milhões" que Trump prometeu que seriam detidos e expulsos quando mencionou pela primeira vez, no mês passado, a ofensiva, adiada posteriormente. Mas isso não aliviou a angústia daqueles que temem ser alvos.

Segundo a imprensa, os agentes do ICE estão preparados para prender não apenas aqueles com ordens de expulsão, mas também outros migrantes sem documentação que possam encontrar. Isso poderia incluir migrantes que estão no país há anos, com empregos e filhos que são cidadãos americanos.

"Essa incerteza, esse medo, está causando estragos", disse a prefeita de Chicago, Lori Lightfoot, à CNN. "Está traumatizando as pessoas".

Trump insistiu na sexta-feira que "a maioria dos prefeitos" quer esta operação.

Mas vários prefeitos expressaram preocupação com a operação federal.

O prefeito de Miami, Francis Suarez, disse que em 2018, seu primeiro ano no cargo, sua cidade experimentou sua "menor taxa de homicídios em 51 anos". "Então eu não entendo o motivo de escolher Miami", acrescentou.

Algumas autoridades municipais, bem como grupos pró-migrantes e de direitos civis, tentaram instruir aqueles que poderiam ser alvos sobre seus direitos.

"Estamos pedindo às pessoas, se tiverem medo de deportação, que fiquem em casa no domingo, que andem em grupos", disse Keisha Bottoms, prefeita de Atlanta, à CNN.

"Se alguém bater em sua porta, por favor, não a abra a menos que tenha um mandado".

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse à MSNBC que vê esta ofensiva como "um ato político para convencer muitas pessoas nos Estados Unidos de que os imigrantes são o problema".

Há mais de um ano, os Estados Unidos enfrentam uma crise migratória na fronteira com o México, agravada, a cada mês, pelos milhares de centro-americanos que fogem da violência e da miséria em seus países.

O número de migrantes em situação ilegal detidos em junho - mais de de 100.000 - teve uma queda de 28% em relação a maio, mas a situação permanece "crítica", anunciou o Departamento de Segurança Interna esta semana.

O presidente Donald Trump confirmou na sexta-feira (12) que uma grande operação para deportar imigrantes irregulares começará neste final de semana nos Estados Unidos.

"Eles vieram ilegalmente", afirmou Trump aos jornalistas na Casa Branca. "Vamos expulsar as pessoas e levá-las de volta a seus países", explicou ele ainda.

O Papa Francisco celebrou nesta segunda-feira (8) uma missa na Basílica de São Pedro dedicada aos "últimos", os imigrantes, que descreveu como "excluídos da sociedade globalizada".

Francisco, muito sensível a esta questão que divide o mundo, especialmente a Europa e os Estados Unidos, lembrou sua visita há seis anos à ilha italiana de Lampedusa, símbolo desta tragédia, que recebia milhares de imigrantes da Ásia e da África fugindo das guerras e da fome.

Diante de cerca de 250 convidados, incluindo imigrantes e salva-vidas, o papa pediu em sua homilia para ajudar sem hesitação os imigrantes, os mais vulneráveis da sociedade.

"É uma grande responsabilidade, da qual ninguém pode ficar isento se quisermos cumprir a missão de salvação e libertação a qual o próprio Senhor nos chamou a colaborar", disse ele.

O pontífice evitou mencionar casos específicos que provocaram controvérsia recentemente, como o de embarcações humanitárias em disputa com o governo italiano por sua política migratória de portos fechados à imigração ou o da capitã alemã Carola Rackete, presa e libertada por resgatar migrantes no meio do Mar Mediterrâneo.

"Penso nos 'últimos' que clamam ao Senhor todos os dias, pedindo para serem libertados dos males que os afligem", declarou Francisco.

"Eles são os últimos enganados e abandonados para morrer no deserto; são os últimos torturados, maltratados e violados em campos de detenção; são os últimos a desafiar as ondas de um mar implacável; são os últimos deixados em campos de uma acolhida que é muito longa para ser chamada de temporária", lamentou o papa.

Em 8 de julho de 2013, quatro meses depois de sua eleição, pouco antes das ondas de chegadas em massa e naufrágios dos anos 2013-2017, Francisco viajou para a pequena ilha italiana de Lampedusa, localizada entre a Líbia e a Sicília, para denunciar a "globalização da indiferença" em relação aos imigrantes.

Desde então, o pontífice não parou de pedir em favor dos imigrantes, orando por eles diante das autoridades da Europa.

"São pessoas, não se trata apenas de questões sociais ou migratórias! Não se trata apenas de imigrantes", denunciou.

"Infelizmente, as periferias existenciais de nossas cidades estão densamente povoadas pelas pessoas descartadas, marginalizadas, oprimidas, discriminadas, maltratadas, exploradas, abandonadas, pobres e sofridas", disse ele.

"Somos chamados a consolá-los em suas aflições e oferecer-lhes misericórdia, para satisfazer sua fome e sede de justiça", admitiu.

Uma menina de 2 anos, identificada como Alia, desapareceu esta semana no Rio Grande, na fronteira dos EUA com o México, segundo a mãe dela, Marie Rose Joseph, cidadã haitiana de 28 anos que tentava entrar ilegalmente no território americano. De acordo com a mulher, a criança nasceu no Brasil. A informação foi dada nessa quarta-feira (3) pela Agência de Proteção de Fronteira dos EUA (CBP, na sigla em inglês).

A mulher foi detida pelas autoridades americanas em Del Rio, no Texas, na segunda-feira (1°), assim que cruzou a fronteira. No momento em que foi presa, informou que tinha perdido sua bebê durante a travessia.

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Ao jornal O Estado de S. Paulo, o Corpo de Bombeiros de Ciudad Acuña afirmou que um grupo de 12 imigrantes haitianos tentava cruzar o Rio Grande (Rio Bravo para os mexicanos) quando a criança desapareceu. Como a correnteza é muito forte, a criança foi levada pelas águas.

As buscas foram retomadas ontem e os bombeiros de Ciudad Acuña, no Estado mexicano de Coahuila, trabalhavam em parceria com autoridades americanas. Os trabalhos para tentar localizar a criança envolvem botes, equipes de mergulhadores e veículos remotos submergíveis, além do apoio de um helicóptero.

Segundo os pais de Alia, os três estavam com outros dez adultos que cruzaram o Rio Grande na altura do Parque Braulio Fernández Aguirre, a alguns metros da ponte internacional e do albergue onde dezenas de imigrantes de vários países estão abrigados, segundo o diretor de Proteção Civil de Acuña, Javier Félix Ríos.

Marie Rose disse que levava Alia nos braços, presa em um xale, mas ela acabou se soltando em razão de seu desespero no momento de atravessar o rio à noite e às escuras. Bombeiros, Proteção Civil, o Grupo Beta, o Exército e a Polícia Federal do México, com o apoio de autoridades americanas, iniciaram no mesmo dia a busca pela menina.

As equipes de busca temem que, em razão de seu pouco peso, ela tenha sido arrastada por vários quilômetros e seus restos apareçam nas localidades de Jiménez ou Piedras Negras. O albergue Braulio Fernández Aguirre, de onde partiu o grupo de haitianos vindo do Brasil, está sendo vigiado pela Polícia Federal e pelo Exército mexicano, mas os imigrantes continuam perambulando livremente por toda a área e até mesmo se aproximam das águas do Rio Grande.

No mês passado, o governo mexicano cedeu às pressões do presidente americano, Donald Trump, e prometeu fazer mais para conter a entrada de imigrantes nos EUA.

Marie Rose, o marido - identificado como Jean Yunel Forestal, de 36 anos - e seu grupo estão sendo mantidos incomunicáveis no centro de imigrantes em Del Rio, no Texas, e a qualquer momento podem ser enviados de volta para o México.

O Ministério das Relações Exteriores tem conhecimento do caso e o acompanha por meio do Consulado-Geral do Brasil em Houston, no Texas. Em respeito à privacidade dos envolvidos, a assessoria afirmou que não poderá fornecer informações adicionais sobre o tema.

Em agosto, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que muitos haitianos que deixaram o Brasil em direção aos EUA ficaram em cidades como Tijuana em razão da intensificação das políticas anti-imigração de Trump e da pressão constante sobre o governo mexicano. Eles se dividiam entre o arrependimento por terem deixado o território brasileiro e a esperança de um dia chegar ao outro lado da fronteira.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um juiz italiano decretou, na noite desta terça-feira (2), a libertação da alemã Carola Rackete, capitã do navio humanitário "Sea-Watch", detida no último sábado após atracar e desembarcar 40 imigrantes de forma ilegal na ilha de Lampedusa.

O juiz responsável pelo caso disse à imprensa italiana que um decreto da Itália sobre segurança não é "aplicável às ações de resgate".

O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, que deplorou a decisão do judiciário, disse que a capitã alemã estaria sujeita a uma medida de expulsão para seu país porque é "perigosa para a segurança nacional".

O afastamento do território italiano, com acompanhamento para a fronteira, ainda deve ser confirmado pelas autoridades judiciais, disse Salvini.

"Voltará para a sua Alemanha, onde não seriam tão tolerantes com um italiano se ele tivesse atentado contra a vida de policiais alemães", disse o vice-primeiro-ministro e líder da Liga (extrema-direita).

A ONG Sea-Watch postou no Twitter um comunicado sobre a libertação da alemã: "Estamos aliviados pelo fato da nossa capitã ter sido libertada! Não havia razão para detê-la, porque ela estava engajada na defesa dos direitos humanos no Mediterrâneo e assumiu suas responsabilidades onde nenhum governo europeu se envolveu".

A alemã de 31 anos foi presa na manhã de sábado (29) e colocada sob prisão domiciliar em Lampedusa, depois transferida na segunda-feira para Agrigento, da qual depende a pequena ilha italiana.

A comandante, com experiência de navegar com quebra-gelos no Ártico e na Antártica, sabia que estava se arriscando a prisão.

- ONG Sea-Watch determinada a seguir operações -

A ONG Sea-Watch comunicou na terça-feira que estaria determinada a continuar suas operações para resgatar migrantes no Mediterrâneo "se necessário com um novo navio".

"Vamos seguir fazendo respeitar os direitos humanos no Mediterrâneo e observando de perto a União Europeia, se for necessário com um novo navio, se o nosso (o "Sea-Watch 3") seguir apreendido", garantiu Ruben Neugebauer, um dos dirigentes da organização, à imprensa em Berlim.

A Sea-Watch e outras organizações recolheram "mais de um milhão" de euros graças a varias contribuições feitas pela internet para cobrir os gastos com a defesa de Rackete.

Na audiência, a jovem prestou depoimento por cerca de três horas perante o juiz, de acordo com a imprensa italiana.

Na segunda-feira, o promotor de Agrigento, Luigi Patronaggio, que também abriu uma investigação contra Salvini por sequestro de imigrantes a bordo de um barco da guarda-costeira, solicitou a validação das duas causas de detenção da capitã.

Para ele "o estado de necessidade" invocado pela jovem não era válido, pois "o Sea Watch recebeu nos dias anteriores assistência médica e estava em contato contínuo com as autoridades militares e marítimas para qualquer tipo de assistência".

Por hora, dois barcos humanitários, o "Open Arms" e o "Alan Kurdi", seguem no mar Mediterrâneo.

Um navio da ONG alemã Sea Watch anunciou nessa quarta-feira (26) que furou o bloqueio das águas territoriais italianas e desembarcará 42 imigrantes no Porto de Lampedusa, mesmo sem permissão.

A decisão contraria o decreto do vice-premiê, Matteo Salvini, que prevê multa para navios que resgatem imigrantes no mar. A embarcação está no mar desde 12 de junho, navegando em águas internacionais. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Centro de Integração da Cidadania (CIC) do Imigrante, na região central de São Paulo lançará nesta terça-feira (25) a campanha "Imigrante, São Paulo te Acolhe". O programa apresenta serviços disponíveis para atendimento aos migrantes, refugiados e imigrantes. Além disso, a campanha enfatiza o combate a aversão às pessoas vindas de outros países, a xenofobia.

Segundo levantamento da Polícia Federal, vivem no Brasil 1,198 milhão de imigrantes. São Paulo abriga mais de 538 mil. O CIC do Imigrante promove, desde 2014, atividades para inclusão social dos estrangeiros. O ambiente disponibiliza 25 serviços como elaboração de currículo, orientações de acesso à educação, à saúde e ao trabalho formal, regularização migratória. Os cursos de Língua Portuguesa e profissionalizantes são os mais procurados. Parte dos serviços é executada por meio de outros equipamentos públicos como o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), a Defensoria Pública Estadual e o Acessa SP.

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Durante o lançamento da campanha, a Coordenadoria de Empreendedorismo, Renda e Trabalho (CERT) de São Paulo intermediará contratação de mão de obra com a participação de duas empresas que, por meio de um processo seletivo, escolherá candidatos às vagas de emprego.

Apenas nos primeiros cinco meses de 2019, o CIC atendeu cerca de 4 mil pessoas. Os estrangeiros que mais procuram atendimento na unidade são haitianos, angolanos, bolivianos, venezuelanos, congoleses, guineenses e nigerianos.

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