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Se nos primeiros três dias das provas de natação dos Jogos Pan-Americanos as mulheres brasileiras bateram uma enxurrada de recordes, mas foram ofuscadas pelos homens, nesta sexta-feira a estrela da noite no Centro Aquático foi Etiene Medeiros. A pernambucana vai voltar para a Vila Pan-Americana com duas medalhas: o ouro nos 100m costas - o primeiro de uma brasileira na história - e a prata nos 50m livre.

Mesmo cansada depois da vitória na prova do nado costas, Etiene ainda teve fôlego e explosão para bater o recorde sul-americano da prova mais rápida da natação, com 24s55, baixando em 0s19 a antiga melhor marca, feita por ela no Troféu Maria Lenk, em abril. A duas semanas do Campeonato Mundial de Kazan (Rússia), ela assumiu o oitavo lugar do ranking mundial dos 50m livre.

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Só não foi páreo para a estrela Arianna Vanderpool, de Bahamas, que ganhou o ouro com 24s38, o primeiro do seu país na natação. Em terceiro, com o bronze, chegou a norte-americana Natalie Coughlin, dona de 12 medalhas olímpicas.

MAIS PRATA - Na prova masculina, Bruno Fratus sentiu a influência do erro dos árbitros nas eliminatórias. O tiro de largada foi dado enquanto o brasileiro ainda se preparava. Os organizadores tentaram reparar o erro, mas Fratus, que tinha potencial para largar nas raias do meio, acabou competindo mais próximo à borda, longe dos principais rivais.

Mesmo assim Fratus foi bem. Ainda "pesado" a duas semanas do Mundial, o brasileiro garantiu o bronze com 21s91, superado pelo norte-americano Josh Schneider, com o quinto melhor tempo do ano (21s86). George Bovell, de Trinidad & Tobago, terminou em terceiro, com 22s17. O brasileiro tem 21s74 como melhor marca da temporada. Já Nicholas Santos nem a chance de nadar a final teve, após o erro da arbitragem. Competiu na final B e completou com 22s55.

CHUVA DE MEDALHAS - Só nesta sexta-feira o Brasil ganhou sete medalhas na natação dos Jogos pan-americanos. Faturou ouro com Etiene Medeiros (100m costas) e Felipe França (100m peito), prata com Etiene (50m livre), Fratus (50m livre), Felipe Lima (100m peito) e Guilherme Guido (100m costas), além de bronze com Leonardo de Deus (400m livre).

Nos 100m peito, Felipe França sobrou. Nadou abaixo da casa de um minuto nas eliminatórias e na final. Ganhou o ouro com 59s21, terceira melhor marca da temporada no mundo. Tempo de medalhista olímpico e mundial. Já Felipe Lima fez 1min00s01 equivalente ao 10.º tempo do ranking mundial a duas semanas de competir em Kazan (Rússia).

Nos 100m costas, Guilherme Guido não se intimidou contra Nick Thoman, atual vice-campeão olímpico. O brasileiro fez uma prova rápida, se aproximou do recorde sul-americano com 53s35, mas isso não foi o suficiente para vencer o norte-americano, que bateu pouco à frente, com 53s20. Guido acabou com a prata.

A prova foi fortíssima. Thoman fez o quinto melhor tempo do ano, o melhor dos EUA na temporada. Já Guido, que ficou a 0s09 do seu recorde nacional, feito à época dos trajes tecnológicos, em 2009, assume o sétimo lugar do ranking mundial. Com o desempenho desta sexta-feira, seria quinto na última Olimpíada.

Leonardo de Deus fechou sua participação nos Jogos Pan-Americanos com mais uma medalha, a sua terceira em Toronto. O corintiano cresceu nos últimos 100 metros da prova de 400m livre e terminou em terceiro, com 3min50s30, perto do recorde sul-americano que ele bateu no Troféu Maria Lenk, em abril. Leo vai embora do Canadá também com ouro nos 200m borboleta e 200m costas.

O canadense Ryan Cochrane venceu os 400m livre com 3min48s29, seguido do norte-americano Ryan Feeley (3min49s69). Lucas Kanieski deixou escapar a vaga na decisão. Nadou a final B e terminou no 10.º lugar geral, com 3min52s73. Teria sido sétimo na final A.

MULHERES - Nos 400 metros, Manuella Lyrio chegou à última virada no terceiro lugar, mas acabou ultrapassada pela norte-americana Gillian Ryan, que chegou 1s46 à sua frente. A atleta do Minas Tênis Clube, entretanto, bateu o recorde brasileiro, com 4min10s92, baixando em mais de um segundo uma marca que pertencia a ela mesma, desde 2013.

No Pan, Manu (como é chamada na natação) já havia batido o recorde sul-americano dos 200m livre e do revezamento 4x200m livre com a equipe brasileira. Já Carolina Bilich, de apenas 20 anos, estreou na natação dos Jogos Pan-Americanos com um sétimo lugar, com 4min17s40. No fim de semana, ela havia sido décima colocada na maratona aquática.

Já nos 100m peito as brasileiras não foram bem. Pela manhã, tanto a jovem Jhennifer Conceição quanto Beatriz Travalon nadaram na casa do 1min08s, algo que nenhuma brasileira havia conseguido desde 2009. Mas, na final, Bia foi a sexta (1min09s23), enquanto Jhennifer, de apenas 18 anos, foi desclassificada por toque não simultâneo das mãos. Ela havia chegado em sétimo.

Mais cedo, Etiene se tornou a brasileira a conquistar medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Ela venceu os 100m costas, prova olímpica, com o tempo de 59s61, novo recorde sul-americano da prova. Além de quebrar a barreira do minuto pela primeira vez na história do País, Etiene assumiu o sexto lugar do ranking mundial dos 100m costas.

A primeira aparição do golfe nos programa dos Jogos Pan-Americanos atraiu poucos atletas profissionais, uma vez que a competição em Toronto não distribui prêmios em dinheiro. Mas o brasileiro Adilson da Silva, radicado na África do Sul, quis viajar até o Canadá para representar o país natal.

Após a realização de duas rodadas, Adilson é o sexto colocado geral, com 141 tacadas, três abaixo do par do campo (o par é o número previsto de tacadas para completar o circuito de 18 buracos). Campeão nacional amador, André Tourinho está empatado no 11.º lugar, com 144 tacadas, exatamente o par do campo.

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A liderança é do chileno Felipe Aguilar, com 131 tacadas, nove abaixo do par. Número 218 do ranking mundial, ele é o melhor ranqueado entre os profissionais que estão em Toronto. Só o Chile, aliás, mandou seus melhores atletas. Adilson é o 313.º do mundo e atualmente ficaria com a 58.ª e antepenúltima vaga nos Jogos Olímpicos.

No Pan estão previstas quatro rodadas, sendo uma por dia, de forma com que a distribuição das medalhas será definida no domingo. No feminino, a amadora Clara Teixeira é só a 24.ª colocada. Luiza Altmann foi desclassificada. Luiza é a atual campeã brasileira amadora. Clara, a vice.

Nas duplas mistas, em que é considerado o melhor resultado masculino e o melhor feminino do dia, o Brasil é só o oitavo colocado, com 299 tacadas. Os EUA lideram com 275. O bronze atualmente está com a Argentina, com 281 tacadas.

Com a diferença de uma hora, o Brasil ganhou duas medalhas de ouro no tiro esportivo dos Jogos Pan-Americanos. Após Julio Almeida, na pistola 50 metros, Cassio Rippel garantiu o lugar mais alto do pódio em Toronto na carabina deitado. No domingo, o País também já havia ganhado o título na pistola de ar 10 metros, com Felipe Wu. Emerson Duarte levou a prata na pistola de tiro rápido 25 metros.

Assim, o Brasil já tem, de longe, o seu melhor desempenho na história do tiro esportivo nos Jogos Pan-Americanos. Desde que o programa foi reduzido para conter apenas as provas olímpicas, em 1999, o Brasil havia conquistado apenas uma medalha de ouro em três edições do Pan: com Ana Luiza Mello, em Guadalajara, em 2011.

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Das quatro conquistas em Toronto até aqui, a mais importante até aqui foi a de Julio Almeida, porque, junto com o ouro, garantiu ao Brasil uma vaga nos Jogos Olímpicos. O país sede recebeu credencial para nove das 15 provas olímpicas do tiro esportivo, mas a pistola 50 metros não está entre elas.

Na carabina deitado e na pistola de ar 10 metros, o Brasil tinha convite condicional. Como conseguiu a vaga pelo título no Pan, abre mão da utilização do convite e pode, na etapa de Copa do Mundo de Gabala (Azerbaijão), no mês que vem, tentar uma segunda vaga. A Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), entretanto, deverá tentar convencer a federação internacional (ISSF) a transferir os convites para outras provas.

Assim como na final da pistola 50 metros, mais cedo, o Brasil teve dois representantes na decisão das medalhas na carabina deitado. Quinto colocado no Mundial do ano passado (melhor resultado de um brasileiro em prova olímpica em todos os tempos), Cassio foi muito bem na classificação. Com 625,9 pontos, bateu o recorde da competição. Bruno Heck passou com 623,8 pontos, em terceiro.

Na final, agora tudo começa do zero. A partir deste ciclo olímpico, as finais das provas de carabina e pistola são disputadas no sistema de eliminação. O pior na soma total de pontos a cada rodada é eliminado.

Heck, militar de 28 anos, segurou-se por quatro rodadas até ser eliminado, terminando em quinto. Já Rippel, de 37 anos, 18.º do ranking mundial, ficou em primeiro durante toda a prova. Terminou a final com 207,7 pontos, contra 205,5 do norte-americano Michael Mcphail. O rival é o melhor do mundo na atualidade. Lidera o ranking e venceu duas das três etapas da Copa do Mundo deste ano.

No domingo, Heck compete na prova de carabina três posições, na qual conquistou medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011. Terá sua terceira chance de ir ao pódio e, mais do que isso, de garantir uma vaga para o Brasil na próxima Olimpíada. Na carabina de ar 10 metros, segunda-feira, terminou no quarto lugar. Precisava ter chegado em segundo.

Etiene Medeiros foi o grande nome brasileiro das eliminatórias da natação nesta sexta-feira nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. A pernambucana se classificou para duas finais. Passou como terceira melhor dos 100m costas e, uma hora depois, mesmo cansada, bateu provisoriamente o recorde da competição nos 50m livre - depois superado com folga por uma atleta de Bahamas. Com 24s75, Etiene assumiu o 11.º lugar do ranking mundial. De 15 possibilidades, o Brasil avançou para a final em 12. Guilherme Guido (100m costas) e Felipe França (100m peito) fizeram as melhores marcas da manhã nas respectivas provas.

Para fechar um longo dia de eliminatórias, na última série da manhã, Bruno Fratus passou à final dos 50m livre com o quinto melhor tempo, apenas. O brasileiro reclamou que a largada foi dada enquanto ele não estava preparado. "Acho que o árbitro estava mais ansioso que a gente", reclamou Fratus, depois, ao SporTV, irritadíssimo.

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Fratus, cujo tempo de reação foi de 0s83 (contra 0s13 do norte-americano Cullen Jones, que nadou a segunda série), terminou a prova em 22s33. Nicholas Santos também acabou prejudicado. Com 22s74, ficou em 12.º e fora da final.

A manhã começou com Etiene vencendo sua série nos 100m costas. A marca (1min00s74) acabou por deixar a brasileira com o terceiro melhor tempo das eliminatórias. A norte-americana Olivia Smoliga bateu o recorde da competição, com 1min00s35, e indicou que é favorita ao ouro. Também brasileira, Natalia de Luccas decepcionou. Com 1min01s89, ficou em nono, fora da final.

Em seguida, na prova masculina, Guilherme Guido fez o melhor tempo das eliminatórias: 54s04. O brasileiro, com essa marca, assumiu o 23.º lugar do ranking mundial e ganhou moral para a final, à noite. Thiago Pereira estava inscrito, mas, conforme já se sabia, não apareceu para nadar. Vai descansar para os 200m medley e o 4x100m medley, no sábado.

Dona já de três medalhas no Pan, Manuella Lyrio foi a terceira mais rápida das eliminatórias dos 400m livre, com 4min15s38. Carolina Bilich, depois de estrear no Pan com o 10.º lugar na maratona aquática, no fim de semana, caiu na piscina pela primeira vez para avançar à final, com 4min16s92, no sétimo lugar.

Outro que vem bem no Pan, com um ouro e um bronze em provas individuais, Leonardo de Deus fecha sua participação em Toronto nos 400m livre e quer a prata. Nas eliminatórias, fez o segundo melhor tempo (3min50s58). Mas Lucas Kanieski vacilou e perdeu a oitava vaga na final. Terminou em nono, com 3min53s80.

Olhando o histórico do País, no entanto, o melhor resultado da manhã veio nos 100m peito para mulheres. Tanto a jovem Jhennifer Conceição, revelação do Flamengo, quanto Beatriz Travalon nadaram na casa do 1min08s. Desde 2009, quando os trajes tecnológicos eram permitidos, nenhuma brasileira quebrava tal barreira. Ambas vinham nadando na casa 1min10s ou 1min11s.

Ambas foram premiadas com vagas na final. Jhennifer com o quinto tempo (1min08s75), com Bia em sétimo (1min08s99). A norte-americana Katie Meili baixou em mais de dois segundos o recorde do campeonato e, com 1min05s64, assumiu o segundo lugar do ranking mundial.

Felipe França também bateu recorde dos Jogos Pan-Americanos, nos 100m peito, com 59s84. Foi o único a quebrar a barreira do minuto. Na final, deve travar batalha pelo ouro contra Felipe Lima, que se poupou e foi o terceiro melhor da manhã (1min00s57), atrás também de um colombiano.

Nos 50m livre feminino, uma chuva de recordes. Se nunca uma atleta havia nadado abaixo dos 25 segundos em Jogos Pan-Americanos, nesta sexta-feira foram cinco. Primeiro Etiene (24s75), depois Graciele Hermmann (24s97), também classificada para a final. Mas, na última série, Arianna Vanderpool fez incríveis 24s31. A atleta de Bahamas é a quarta melhor do mundo.

Para fechar um longo dia de eliminatórias, Bruno Fratus passou à final dos 50m livre com o quinto melhor tempo, apenas. O brasileiro reclamou que a largada foi dada enquanto ele não estava preparado. "Acho que o árbitro estava mais ansioso que a gente", reclamou Fratus, depois, ao canal SporTV, irritadíssimo.

Na última disputa do dia em Toronto, já quase na madrugada de sexta-feira, o Brasil conseguiu ultrapassar Cuba para fechar a quinta-feira no terceiro lugar do quadro geral de medalhas nos Jogos Pan-Americanos. Afinal, a conquista de Joice Silva, na categoria até 58kg, veio exatamente sobre uma cubana.

Assim, o Brasil não só ganhou sua primeira medalha de ouro na história da modalidade, como impediu Cuba de faturar a sua terceira dourada só na luta nesta quinta-feira. Os dois países seguem empatados em ouro (18), mas os brasileiros ficam ligeiramente à frente no número de medalhas de prata (15 a 14).

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Para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), mais importante que isso é o número total de medalhas. E o Brasil tem 61, contra 51 de Cuba. Só fica atrás de EUA e Canadá, que já se aproximam de 100.

O dia, entretanto, poderia ser melhor. Afinal, Thiago Pereira perdeu a medalha de ouro conquistada nos 400m medley ao ser desclassificado por uma virada irregular. Sem este pódio, foram só seis medalhas conquistadas ao longo do dia.

A outra de ouro veio nos 400m medley mesmo. Thiago foi desclassificado, mas seu herdeiro, Brandonn Pierry, de apenas 18 anos, ganhou o ouro de forma inesperada, com direito a recorde mundial júnior. Outras duas medalhas vieram na natação: prata no 4x200m livre feminino e bronze no 400m medley feminino. Havia alguma expectativa de medalhas nas provas de 100m borboleta, tanto no masculino quanto feminino, mas Daynara de Paula, Daiene Dias e Arthur Mendes Filho falharam.

No tênis feminino, Bia Haddad e Paula Gonçalves estrearam na semifinal e precisavam vencer um jogo em dois para ganhar medalha. Mas Bia se machucou e nem o bronze veio - as brasileiras deram W.O. No tiro esportivo também havia expectativa de medalhas, mas foi a Guatemala que brilhou, levando dois irmãos ao pódio.

A quinta-feira marcou o início das disputas do ciclismo de pista e o Brasil se deu bem. Ganhou bronze na prova de velocidade por equipes, no masculino, e quebrou dois tabus. Não ia ao pódio na pista desde 1995 e no ciclismo de forma geral desde 2007. O Canadá, porém, abocanhou duas de ouro. Os donos da casa também abocanharam uma de ouro e três de bronze no badminton e seis medalhas, nenhuma dourada, na natação.

Rival do Brasil no quadro de medalhas neste início de Pan, a Colômbia chegou à sua 17.ª medalha de ouro ao ganhar a chave de simples do tênis feminino. O México faturou apenas três medalhas no dia, nenhuma de prata, e ficou para trás na corrida.

A sexta-feira promete ser melhor para o Brasil. No Omnium (prova por pontos no ciclismo de pista), Gideoni Monteiro lidera após a realização de três disputas. No tiro, Cassio Rippel é o melhor brasileiro da modalidade e compete na pistola deitado. Vice-campeã mundial, Aline Silva tem uma estreia difícil, contra uma norte-americana, mas é candidatíssima à medalha na luta.

Mas é na natação que o Brasil tende a se destacar. Felipe Lima e Felipe França podem fazer dobradinha nos 100m peito, enquanto Bruno Fratus e Nicholas Santos têm os dois melhores tempos de balizamento dos 50m livre. Etiene Medeiros nada sua prova principal, os 50m costas.

CONFIRA AS PRIMEIRAS COLOCAÇÕES DO QUADRO DE MEDALHAS:

1.º Canadá - 38 de ouro, 36 de prata e 23 de bronze (97 total)

2.º Estados Unidos - 34 de ouro, 28 de prata e 34 de bronze (96 total)

3.º Brasil - 18 de ouro, 15 de prata e 28 de bronze (61 total)

4.º Cuba - 18 de ouro, 14 de prata e 19 de bronze (50 total)

5.º Colômbia - 17 de ouro, 7 de prata e 16 de bronze (40 total)

6.º México - 9 de ouro, 11 de prata e 22 de bronze (42 total)

A um ano de organizar os Jogos Olímpicos e oito anos depois de ser sede dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil segue não tendo um velódromo coberto para desenvolver o ciclismo de pista. Mesmo assim, conquistou nesta quinta-feira uma medalha de bronze na prova masculina de velocidade por equipes no Pan de Toronto, encerrando um jejum de 20 anos sem ir ao pódio na disciplina.

De Mar del Plata (1995) para cá, o ciclismo de pista do Brasil foi se apequenando, até que a União Ciclística Internacional (UCI) resolveu intervir e levou alguns atletas para treinar no seu centro de formação, na Suíça. Entre eles, os três medalhistas de bronze desta quinta-feira: Flávio Cipriano, Kacio Freitas e Hugo Osteti - este último competia no BMX até o ano passado. O trio, terceiro mais rápido da fase de classificação, deixou a Colômbia para trás na decisão do bronze.

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Graças à evolução apresentada por eles e por Gideoni Monteiro - ex-atleta de estrada, que também foi treinar na Suíça -, o Brasil conseguiu pela primeira vez vaga para disputar etapas da Copa do Mundo da modalidade, na temporada passada. No Campeonato Pan-Americano, no fim do ano passado, ganhou duas medalhas.

Assim, passou a sonhar com uma vaga nos Jogos Olímpicos do Rio. Afinal, o ciclismo de pista é a única modalidade no qual não existe a menor possibilidade de o país sede ganhar convite. Hoje, o Brasil tem chances na prova individual de velocidade e no Omnium, com Gideoni.

Quem treina no Brasil não tem um local adequado para evoluir. Os poucos velódromos existentes são de concreto ou cimento, descobertos (e por isso suscetíveis a vento e precipitações) e a maioria não conta com iluminação. Os principais ficam em Americana (SP), Caieiras (SP), Maringá (PR) e Curitiba (PR). A primeira parte de um velódromo construído em Indaiatuba (SP), pelo governo federal, foi entregue no fim do ano passado.

O velódromo do Rio, vale lembrar, foi desmontado em 2013, depois de seis anos subutilizado. Ele não poderia ser sede das competições olímpicas por falhas de engenharia. Já o velódromo construído para o Pan de 1963, em São Paulo, na USP, vinha sendo utilizado para festas universitárias, sem menor condição de uso por ciclistas.

Contra a vontade de muitos atletas, a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso aceitou como atleta brasileiro o norte-americano Pat Mendes, que teve as portas fechadas nos EUA depois de ser pego duas vezes no doping e suspenso por dois anos. Ele competiu no Pan defendendo o Brasil e caiu no doping mais uma vez.

De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), Pat, que foi quarto lugar na categoria até 105kg do levantamento de peso, sem obter medalha, testou positivo para um anabolizante, em exame coletado antes da competição, no domingo. Ele está suspenso provisoriamente até que seja julgado. Se punido, será expulso do esporte.

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"Lamentamos o ocorrido e aguardamos o julgamento do atleta por parte das instâncias competentes antes que seja feito qualquer comentário precipitado. No entanto, o Comitê Olímpico do Brasil e a Missão Brasileira em Toronto reiteram a tolerância zero com o doping no esporte", afirmou Roberto Nahon, chefe-médico da Missão Brasileira em Toronto.

Pat já foi conhecido como o "adolescente mais forte dos Estados Unidos". Fenômeno no Youtube, aparece, em vídeos de 2010, batendo o recorde mundial júnior em treinos. Natural de Las Vegas, Pat foi logo tratado como fenômeno, mas não era bem assim.

Campeão norte-americano da categoria +105kg em 2011, levantando um total de 389kg (Fernando Reis Saraiva foi campeão pan-americano naquele ano com 410kg), Pat não repetia nas competições o desempenho dos treinos. Até que passou por dois testes antidoping fora de competição, em 7 e 27 de fevereiro de 2012. Testou positivo para hormônio do crescimento nos dois exames. Admitiu o doping e recebeu dois anos de suspensão. Ficou fora da Olimpíada de Londres, no mesmo ano.

A punição acabou em março do ano passado e, em setembro, Pat já estava competindo pelo Brasil. Ele é filho de pai brasileiro e, com as portas fechadas nos Estados Unidos, decidiu tentar competir na Olimpíada pelos donos da casa. Em maio passado, participou da seletiva para o Pan e se classificou na categoria até 105 kg (uma abaixo da que competia anteriormente), levantando um total de 370 kg, sendo 170 kg no arranco e 200 kg no arremesso. No Pan, teve o mesmo resultado e terminou em quarto lugar.

O guatemalteco Enrique Brol Cárdenas viveu, nesta quinta-feira, uma situação bastante peculiar nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Na semifinal da fossa double, prova do tiro ao prato, precisava ir bem o suficiente para disputar a medalha de bronze, mas mal o bastante para não ficar à frente do irmão.

Afinal, a competição daria vaga olímpica ao melhor classificado, com exceção dele mesmo (Enrique que já assegurou uma credencial para a Guatemala) e dos EUA (que já têm duas vagas). E, seu irmão caçula, Herbert Brol Cárdenas, estava em busca da classificação. O plano deu certo e os dois virão juntos ao Rio.

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Na semifinal, Enrique ficou exatamente onde devia: logo atrás do irmão, classificado para a disputa do bronze, que ele conquistou vencendo um norte-americano. Herbert avançou à final, venceu o dominicano Sergio Piñero por 27 a 26 e garantiu não apenas o ouro como também a classificação para a Olimpíada.

Até aqui, a Guatemala tem apenas quatro medalhas: ouro e bronze dos irmãos Brol, e mais um ouro e um bronze conquistados na ginástica artística. A conta poderia ser ampliada se no Pan houvesse disputa por equipes na fosse double. Nos Jogos Centro-Americanos, ano passado, os guatemaltecos faturaram o ouro, acompanhados de um primo.

FRUSTRAÇÃO - Para o Brasil, ficou o sentimento de frustração. Afinal, a fossa double era uma das provas mais importantes para o País no Pan, porque oferecia chance real de classificação para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 numa disputa para a qual o país sede não tem convite, apesar de contar com três atletas no Top 50 do mundo.

Bronze em Guadalajara, em 2011, e 48.º do ranking mundial, Luiz Fernando Graça chegou à semifinal, mas acabou eliminado no tiro desempate. Acertou 26 de 30 pratos, assim como Enrique Cárdenas e o norte-americano Glenn Eller. No tiro desempate, teve 11 pontos, contra 12 dos dois rivais, que foram para a disputa do bronze.

Na fase de classificação, Luiz Fernando passou raspando, em sexto, com 119 pratos acertados, em 150 possíveis. Jaison Santin, número 37 do mundo, ficou com 118, em oitavo, fora da semifinal.

O Brasil ainda tem mais duas chances para se classificar para a Olimpíada na fossa double. Duas vagas estarão em jogo na etapa de Gabala (Azerbaijão) da Copa do Mundo de Tiro ao Prato, em agosto, e outras duas no Mundial de Lonato (Itália), em setembro.

A seleção brasileira feminina de vôlei levou um susto, mas buscou a virada sobre Porto Rico e estreou com vitória, nesta quinta-feira, nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Apesar da dificuldade, o Brasil conseguiu se encontrar na partida e garantiu o triunfo por 3 sets a 2, com parciais de 23/25, 28/26, 25/17, 24/26 e 15/10.

Em busca do quinto ouro pan-americano, a equipe não está completa nesta empreitada. O técnico José Roberto Guimarães dividiu o elenco em dois para conciliar o calendário, que tem o Pan e o Grand Prix, na Itália, em andamento simultaneamente. Em Toronto, a seleção conta com Jaqueline, Adenízia, Fernanda Garay e Camila Brait entre os destaques, mas sente a ausência da levantadora Dani Lins.

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O Brasil começou o jogo com amplo domínio, mas a tranquilidade durou bem pouco e as porto-riquenhas passaram à frente. Quando o placar marcava 11 a 10, Jaqueline atacou para fora e pediu toque do bloqueio. Para descontentamento da ponteira, o juiz não cedeu e até ouviu vaias das arquibancadas. As brasileiras chegaram a recuperar a vantagem, mas não engrenaram. Zé Roberto pediu tempo técnico para tentar evitar o tropeço no primeiro set, mas não adiantou e as rivais fecharam a parcial por 25/23.

Porto Rico começou embalado no segundo set e chegou a abrir quatro pontos de vantagem até a primeira pausa. Com apoio do público, Adenízia cresceu no jogo e esboçou a reação da seleção brasileira, que chegou a fazer 12 a 10. O confronto passou a ser mais equilibrado e com pontos acirrados. O Brasil deixou escapar três chances para fechar o set, mas não desperdiçou a quarta tentativa e cravou 28/26, deixando tudo igual com um set para cada lado.

As jogadoras brasileiras se encontraram no terceiro set e, enfim, conseguiram abrir vantagem sobre as adversárias. As atletas de Porto Rico bem que tentaram, mas o Brasil ganhou confiança e passou a acertar ataques e bloqueios. A partir disso, foi só administrar e virar o jogo por 2 sets a 1 (25/17).

O set seguinte era encarado com tranquilidade pela seleção brasileira. Entretanto, as porto-riquenhas não facilitaram e voltaram ao páreo. Os ralis empolgaram o público, teve até bola salva com o pé por Jaqueline. Uma falha brasileira na recepção e, em seguida, um último ponto polêmico, deram a parcial para Porto Rico, por 26/24. O Brasil voltou determinado e, a cada ponto, Jaqueline vibrava muito até ver o time fechar por 15/10.

A equipe feminina volta a entrar em quadra no sábado, às 14h30 (de Brasília), contra a seleção peruana e fecha a primeira fase diante dos Estados Unidos no dia 20, às 22 horas. A outra chave é formada por Argentina, Cuba, Canadá e República Dominicana. No masculino, a seleção brasileira estreia contra a Colômbia na sexta-feira, às 14h30. Argentina e Cuba são os outros rivais da fase preliminar.

Principal nome do tiro com arco do Brasil na atualidade, Marcus Vinícius D'Almeida frustrou as expectativas nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e foi eliminado logo nas quartas de final da disputa individual. Agora, ele tentará conquistar sua primeira medalha na competição na disputa por equipes, cujas finais acontecem nesta sexta.

Vice-campeão mundial e oitavo no ranking, Marcus Vinícius era um dos favoritos ao ouro nos Jogos Pan-Americanos e uma das apostas do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para ajudar na meta de o País ser Top 3 no quadro de medalhas. Mas ele teve uma manhã difícil.

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Após fazer 6 a 0 em Diego Castro (Guatemala), na abertura da fase eliminatória, o arqueiro eliminou o também brasileiro Daniel Xavier (84º do ranking) apenas na flecha de desempate, após empate por 5 a 5, pelas oitavas de final.

Nas quartas, entretanto, perdeu para o mexicano Luis Alvarez (28.º no mundo), campeão de uma das etapas da Copa do Mundo, em 2012. Mais cedo, Bernardo Oliveira havia sido eliminado por Juan Carlos Stevens, de Cuba, por 6 a 5, o que fez com que o Brasil não chegasse às semifinais.

Após a disputa, Marcus Vinícius tentou demonstrar resignação pelo resultado, mas não conseguiu esconder a frustração. "Foi um pouco complicado, mas bola pra frente. (Vou pensar na disputa por) equipes agora."

Ele também reconheceu que não teve um bom dia de disputas. "Não tive meu melhor rendimento, é algo a se trabalhar. Talvez tenha sido o psicológico", considerou. "Mas é meu primeiro Pan-Americano, tenho 17 anos, bola pra frente."

Marcus Vinícius descartou que a eliminação precoce possa afetar o ânimo para a disputa por equipes, e viu a queda nas quartas por outro prisma. "É fácil falar que foi eliminado, mas se for ver eu fiquei em sexto ou quinto. É meu primeiro Pan, então não estou triste com isso. Não fiquei lá embaixo, depende do modo que você vê. Meus técnicos veem de outra forma."

A seleção brasileira feminina de handebol, atual campeã mundial, começou com vitória nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. A equipe bateu Porto Rico por 38 a 21, nesta quinta-feira, confirmando o seu favoritismo. Neste sábado, a equipe volta à quadra para enfrentar o Canadá, às 12h30 (horário de Brasília). Já o time masculino estreia nesta sexta-feira, contra o Canadá, às 12h30.

O Brasil iniciou a partida desatento e com muitos erros. Só por isso que Porto Rico, um time sem tradição no handebol, conseguiu equilibrar o duelo. Se não fosse a goleira Babi, que defendeu um tiro de sete de metros, as adversárias teriam iniciado na frente. Mas aos poucos a seleção foi se encontrando e passou a fazer os gols, principalmente nos contra-ataques das pontas Fernanda, Jéssica Quintino e Célia Coppi. E foi assim que a equipe abriu 15 a 10 no primeiro tempo.

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Na etapa final, o time deslanchou no placar, acertou a mira nas finalizações e impôs uma larga vantagem. Os gols das pontas Fernanda, Jéssica e Alexandra ajudaram a ampliar o marcador e no final o Brasil fez 23 a 11 no período, fechando o jogo em 38 a 21.

O duelo foi importante também para o técnico Morten Soubak testar variações táticas na equipe, como a ponta-direita Alexandra de armadora na posição de meia. Ele também fez alterações durante a partida no posicionamento da ponta Fernanda na marcação. Com isso, ela ganhou mais liberdade para puxar os contra-ataques e foi a artilheira do time com 6 gols - ao lado de Jéssica e Alexandra.

As brasileiras Carol Horta e Lili estão classificadas para as quartas de final do torneio de vôlei de praia do Jogos Pan-Americanos de Toronto. Nesta quinta-feira (16), elas obtiveram a vaga direta ao garantirem o primeiro lugar do Grupo B ao derrotarem as costa-riquenhas Natalie Alfaro e Karen Cope por 2 sets a 1, com 21/11, 18/21 e 15/6.

O duelo valia a liderança e a classificação - o primeiro colocado de cada uma das quatro chaves avança direto às quartas de final -, pois cada dupla havia vencido os dois jogos anteriores no Pan. E quem manteve 100% de aproveitamento foram as brasileiras, ficando a um triunfo de disputarem uma medalha em Toronto.

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A vitória, porém, não veio com tanta facilidade como nos jogos anteriores, tanto que dessa vez Carol e Lili Horta perderam o primeiro set em Toronto, após duas vitórias por 2 a 0. Mas a queda na segunda parcial não passou de um susto, tanto que elas venceram o tie-break com extrema facilidade.

Com a vitória desta quinta, Carol e Lili seguem os passos dos representantes brasileiros na chave masculina do vôlei de praia - Álvaro Filho e Vitor Felipe -, que também avançaram direto às quartas de final. Agora elas vão aguardar a definição das próximas adversárias e voltarão a jogar no sábado.

Mesmo não formando uma das principais duplas do Brasil - as melhores jogadoras preferiram se concentrar na disputa do Circuito Mundial -, Lili e Carol Horta têm a responsabilidade de manter o domínio do País na disputa do vôlei de praia no Pan.

Em quatro edições do evento, o Brasil levou três ouros (Juliana/Larissa em 2007 e 2011 e Adriana Behar/Shelda em 1999) e um bronze (Ana Richa/Larissa em 2003) na disputa feminina do vôlei de praia.

Com uma mescla de experiência e juventude, a seleção brasileira feminina de basquete já tem um grande desafio logo na estreia nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Nesta quinta-feira (15), às 22 horas (horário de Brasília), o Brasil encara os Estados Unidos pela primeira rodada do Grupo A.

As duas equipes se enfrentaram 22 vezes na história da competição. De 1995 (Mar del Plata) a 2007 (Rio de Janeiro), as norte-americanas somam 16 triunfos contra seis das brasileiras. Apesar do retrospecto ruim, as atletas do Brasil acreditam no bom resultado. "Temos condições de sair com a vitória, mas precisamos jogar nosso basquete. Não precisa ser tanto, só sermos nós mesmas", afirma Kelly.

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A pivô, que faz sua quarta participação nesta edição do Pan, vive a expectativa da partida inicial e reconhece a importância do controle emocional durante a competição. "O que a gente vai apresentar ou não pela primeira vez é uma incógnita na minha cabeça porque não sei como elas estão psicologicamente. É uma equipe muito jovem, é o primeiro Pan de muitas meninas. Eu também sou super ansiosa às vezes", admite.

De olho em uma medalha, sem cor específica, Kelly está motivada com a preparação da equipe. "O time fez dois dias de treinos muito bons. Estou muito contente pela evolução. As meninas são muito jovens e, em dois meses de treinamento, elas já evoluíram muito."

Depois dos Estados Unidos, o Brasil terá pela frente os jogos contra Porto Rico na sexta-feira, às 14h30, e contra República Dominicana no sábado, no mesmo horário. O Grupo B é formado por Argentina, Canadá, Cuba e Venezuela. As semifinais serão disputadas no domingo e a briga por medalhas ocorrerá na segunda-feira.

Atual campeã dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a equipe brasileira feminina de handebol estreia nesta quinta-feira (16), às 12h30 (horário de Brasília), contra Porto Rico. Além da medalha de ouro, a seleção quer usar a competição como preparação para o Mundial da Dinamarca, em dezembro.

Alexandra Nascimento, eleita a melhor jogadora do mundo de 2012, avalia que a maturidade do grupo tem sido importante em competições com nível técnico mais baixo. "Esses jogos são os mais difíceis porque, se você não entra 100% concentrada, acontecem erros de passe, lesões. No final a gente ganha, mas o jogo foi horrível e não queremos mais que isso aconteça."

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De acordo com a ponta-direita, o Brasil tem tirado lições dessas situações para testar novas jogadas e defesas. Ela conta também que o time tem colhido bons frutos da preparação. "Nossos treinamentos estão rendendo muito. Nosso treinador (Morten Soubak) falou que ele está feliz com a nossa entrega mesmo cansadas. Como temos pouco tempo para nos prepararmos para o Mundial, ele está tentando aproveitar todo o tempinho que temos juntas para treinar forte", explica.

O técnico e a equipe conhecem bem o adversário da estreia. No último encontro, em maio, as brasileiras venceram Porto Rico por 35 a 15 no Pan-Americano de Handebol. Apesar do placar elástico, as porto-riquenhas surpreenderam e conquistaram uma vaga para o Mundial. Em Toronto, o Brasil conta com sua equipe principal, exceto pela ausência de Eduarda Amorim e Mayara Moura, que se recuperam de lesão, e de Fabiana Diniz (Dara), que faz tratamento de uma trombose na perna.

A expectativa da ginástica artística para os Jogos Pan-Americanos de Toronto era mostrar ao mundo pela primeira vez a geração feminina mais talentosa desde o surgimento de Daiane dos Santos e Daniele Hypolito e o novo momento da seleção masculina, mais forte do que nunca na história. Mas a delegação brasileira se despede de Toronto com seu pior desempenho desde Pan de Winnipeg, também no Canadá, há 16 anos.

Afinal, o Brasil ganhou apenas cinco medalhas (uma de ouro, uma de prata e três de bronze), terminando o Pan apenas no quinto lugar do quadro geral da modalidade tanto em número total de medalhas (empatou com Colômbia e Cuba) quanto pela quantidade de ouro.

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Em 2011, quando a ginástica masculina ainda contava com um único atleta de sucesso (Diego Hypolito) e promessas como Sergio Sasaki e Arthur Zanetti, o Brasil ganhou seis medalhas, sendo quatro no masculino. O time feminino, que ainda tinha Daiane dos Santos, faturou duas de bronze, com Daniele Hypolito. Agora, com atletas melhores, foi pior.

O fraco desempenho em Toronto tem alguns atenuantes. O primeiro deles, técnico. Os Estados Unidos enviaram ao Pan uma equipe praticamente completa no masculino e, como sempre, um time muito forte (ainda que reserva) no feminino. O Canadá evoluiu e, competindo em casa, teve a melhor ginasta da competição.

Os desfalques também servem de atenuante relativo. O Brasil perdeu sua melhor ginasta, Rebeca Andrade, na véspera do Pan. A menina de 15 anos, que está no primeiro ano como adulta, operou o joelho e só volta no ano que vem. Jade Barbosa também passou por cirurgia, já está de volta às competições, mas foi poupada no Pan - ficou como reserva. No masculino, Diego Hypolito e Sergio Sasaki estão machucados.

As lesões, entretanto, são mais recorrentes na ginástica do que em qualquer outro esporte. As falhas também e o Brasil falhou demais. Na prova por equipes masculina, poderia ter superado os EUA para ficar com o ouro, mas errou muito no solo. Nas finais por aparelhos, as diversas falhas permitiram ao País ganhar apenas duas medalhas, uma delas "obrigatória", com Arthur Zanetti.

O Pan, porém, não foi só de más notícias. A equipe masculina, mesmo desfalcada, teve um desempenho, em termos de pontuação, tão bom quanto aquele que a levou ao quinto lugar do Mundial do ano passado. O time feminino, também sofrendo com a ausência da sua melhor generalista, teve um desempenho na prova por equipes que a colocaria na briga pelo oitavo lugar do Mundial de outubro - posição que garante classificação para os Jogos Olímpicos.

Os melhores momentos, entretanto, vieram nas finais do individual geral. Caio Souza, de apenas 21 anos, teve uma atuação perfeita, que o colocaria no Top 10 do Mundial. O mesmo para Flávia Saraiva, de 15, com a diferença que ela ainda cometeu falhas. Daniele Hypolito também se saiu bem, num bom quinto lugar no último Pan da carreira, aos 30 anos. Os três, entretanto, mostraram instabilidade errando nas finais por aparelhos. No Mundial, não haverá espaço para erros.

Seis atletas cubanos abandonaram a delegação do país nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá: quatro remadores tiveram os nomes confirmados pelo técnico Juan Carlos Reyes e dois dos saltos ornamentais não foram identificados.

De acordo com Reyes, Liosmel Ramos, Wilber Turro, Manuel Suárez e Orlando Sotolongo fugiram para os Estados Unidos. Eles deixaram a sede da modalidade em St. Catharines, na província de Ontario, que fica próxima à fronteira.

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O treinador disse que Ramos e Turro abandonaram a delegação antes do início das regatas do último sábado. Suárez e Sotolongo chegaram a disputar suas provas e depois fugiram. Sotolongo ainda garantiu a medalha de prata como integrante da equipe de quádruplo skiff. Os quatro desertores mantiveram contato com os companheiros de equipe por meio das redes sociais.

O site oficial de Cuba, o CubaSí, foi quem deu a informação dos outros dois atletas dos saltos ornamentais. Ao comentar a participação do país na modalidade, escreveu: "estamos inconformados de sofrer a estocada mortal de dois desertores". O texto, no entanto, não cita o nome dos atletas e também não diz como e quando abandonaram a delegação.

Os responsáveis pela organização do Pan de Toronto disseram ainda não terem sido informados pela deserção dos atletas de Cuba.

Os ginastas brasileiros decepcionaram no último dia de disputa nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Com chance de conquistar dez medalhas nas finais por aparelhos desta quarta-feira, o País foi representado no pódio apenas uma vez. Caio Souza, quarto colocado no individual geral, conquistou a medalha de bronze nos saltos. Arthur Nory Mariano, pivô do caso de racismo contra Ângelo Assumpção, despediu-se do Canadá com uma queda de cara no tablado na sua apresentação na barra fixa.

Depois de ser apenas o sétimo colocado no salto, Nory decidiu ir para o "tudo ou nada" na barra fixa e apresentar uma série mais difícil do que está acostumado. Acabou falhando e terminando em último, com nota 14,025. Lucas Bitencourt não foi muito melhor. Terminou em antepenúltimo, com 14,475, numa final vencida pelo colombiano Jossimar Calvo (15,700).

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Das três finais masculinas do dia, a única que não foi vencida por Calvo foi o salto, na qual ele não competiu. Foi nela também que saiu a única medalha do Brasil: bronze para Caio Souza.

Com 14,925, o ginasta brasileiro teve de aguardar a atuação do canadense Scott Morgan para confirmar o terceiro lugar. O sucesso no segundo salto foi essencial para compensar o grande passo dado no primeiro e deixar o brasileiro na briga desde o início. E ele pôde comemorar a conquista inédita, que lhe escapou no individual geral, na segunda-feira, quando foi quarto colocado.

"Chegou uma medalha, estou mais do que feliz por isso. Mas acredito que o momento certo ainda está para chegar, estou só esperando", comentou Caio, de 21 anos, a grande revelação da ginástica brasileira em Toronto. "Ainda meu momento não chegou. Tenho muito o que mostrar na ginástica. Vou continuar treinando duro para poder fazer melhor no Mundial", disse Caio.

O brasileiro ficou a apenas 0,32 da prata, conquistada pelo norte-americano Donnell Whittenburg. O ouro foi para Manrique Larduet, de Cuba, com 15,125. Se tivesse repetido as notas 15,200 e 15,250, obtidas na fase de classificação, Caio seria ouro.

Também havia expectativa maior sobre Flávia Saraiva, que não repetiu o bom desempenho nas finais por aparelhos no Pan de Toronto. Mesmo com apoio do público no Toronto Coliseum, a ginasta amargou a quinta posição na trave e a sexta colocação no solo. Experiente, Daniele Hypolito também falhou.

Na trave, aparelho que exige bastante concentração das atletas, Flavinha teve um grande desequilíbrio logo no início e pouco depois foi ao chão. A brasileira retomou e cometeu mais algumas pequenas falhas. Longe do seu potencial, a ginasta recebeu apenas 13,225. Julie Kim Sinmon fez uma série com menor grau de dificuldade e somou 13,575, ficando com o quarto lugar.

No sábado, Flávia havia se garantido na etapa decisiva dona da melhor nota (14,550), com 0,050 de vantagem sobre a norte-americana Rachel Gowey, que acabou em último lugar na final. Já Julie evoluiu e melhorou o resultado depois da sexta posição na etapa classificatória. A canadense Ellie Black foi bastante superior que as rivais para ficar com o ouro, a prata foi para Megan Skaggs, e a também anfitriã Victoria Woo levou o bronze.

Flavinha, de 1,33 m de altura, ainda tinha chance de se recuperar no solo. No entanto, um grande deslize logo no início comprometeu a sua pontuação. Flávia fechou a sua participação nesta quarta-feira com 13,200, no sexto lugar. "Hoje (quarta) não fui tão bem, acontece com todo mundo. Saio daqui mais preparada, mais concentrada para as próximas competições e agora é treinar para competir bem."

Daniele Hypolito também decepcionou ao encerrar sua participação em Jogos Pan-Americanos sem uma medalha no individual. Em Toronto, a veterana não fez uma boa execução de sua série no solo, e a nota 12,800 lhe deixou na última posição.

Grande nome do Pan até aqui, Ellie Black garantiu o ouro no solo, com nota 14,400, e se despede da competição com três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. No solo, foi seguida da norte-americana Amelia Hundley e a da guatemalteca Ana Gomez.

MASCULINO - Arthur Nory Mariano sabia desde o início que estava fora do páreo na final dos saltos, uma vez que um grande desequilíbrio marcou a chegada do seu primeiro salto. O brasileiro também desperdiçou a chance de se recuperar na segunda tentativa e até precisou se apoiar com as mãos antes de se levantar. Os 14,087 pontos deixaram o atleta na sétima posição. Larduet faturou o ouro, enquanto o norte-americano Donnell Whittenburg ganhou a prata.

O Brasil não teve melhor sorte com Francisco Barretto Júnior nas barras paralelas. Uma queda do aparelhou rendeu ao ginasta apenas 12,600, pontuação que lhe deixou no último lugar. Caio Souza foi outro que não se deu bem no aparelho e terminou em sétimo lugar (13,725). Ouro para Calvo, prata para Larduet e bronze para Mikulak.

O colombiano se despediu do Pan com três de ouro e duas de bronze. Larduet leva quatro medalhas para Cuba, sendo uma de ouro, duas de prata e uma de bronze. Mikulak faturou duas de ouro e duas de bronze, contra um ouro e três pratas para Whittenburg

Os Jogos Pan-Americanos de Toronto começam nesta quinta-feira (16) para a seleção brasileira feminina de basquete, que compete em Toronto em busca de manter a regularidade. Desde que a modalidade foi incluída no programa pan-americano, em 1955 (ficou fora só da primeira edição), o Brasil sempre terminou entre os quatro primeiros colocados.

Agora, a modalidade vive momento difícil no País. E, em Toronto, esse cenário se agrava, uma vez que as quatro jogadoras que atuam na WNBA não foram liberadas por suas equipes. O time, jovem, ainda teve azar no sorteio e vai estrear no Pan enfrentando os Estados Unidos, que são candidatíssimos ao ouro.

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O técnico Luiz Zanon, entretanto, mostra otimismo e acredita que não é impossível vencer a equipe norte-americana, formada basicamente por universitárias. "Os Estados Unidos são o basquete número um do mundo. Respeito eles acima de qualquer coisa pelo basquete desenvolvido naquele país. Sempre é um jogo duro, mas como disse anteriormente elas não são imbatíveis", disse o treinador.

Ele projeta o Pan para o Brasil: "Na sequência enfrentaremos as porto-riquenhas, que é uma escola que vem crescendo e foi campeã no Pan de 2011. É uma equipe que ficou em quarto lugar na Copa América 2013 e não foi ao último Campeonato Mundial por muito pouco. A República Dominicana nós vimos jogando na Copa América 2013. É uma seleção mais nova, mas com muito vigor físico. Porém não são meninas com muita rodagem. Acredito fortemente no potencial das nossas jogadoras e que o Brasil pode passar para outra fase e tentar disputar uma medalha", disse ele.

A dupla brasileira ficou com a prata na final feminina de duplas do badminton dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Na tarde desta quarta-feira (15), as irmãs Lohaynny e Luana Vicente perderam para as norte-americanas Eva Lee e Paula Lynn Obanana na decisão por 2 sets a 0, com parciais de 21/14 e 21/6. Apesar disso, as brasileiras fizeram história.

Isso porque essa foi a primeira vez que o Brasil chegou a uma final da modalidade no Pan. E a derrota foi diante de uma dupla mais poderosas - as norte-americanas são as melhores do continente no ranking da modalidade, ocupando a 19ª colocação no mundo. Lohaynny e Luana estão no 23º posto.

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A decisão desta quarta teve um primeiro set bastante equilibrado. Até os 13 a 13, as duplas se alternaram a todo momento na liderança e, à exceção dos 2 a 0 anotados pelas americanas no início do jogo, nenhuma abriu dois pontos de diferença.

A situação mudou a partir daí. Apesar de algumas recepções bastantes difíceis a partir de ataques das americanas, a dupla brasileira passou a errar lances mais simples. Aí, Eva Lee e Paula Lynn Obanana abriram 17 a 13 no placar e, aproveitando a desconcentração das brasileiras, administraram o jogo até fechar o primeiro set em 21 a 14.

Já o segundo set foi totalmente dominado por Lee e Obanana. Elas abriram boa vantagem logo de cara e, com as brasileiras nervosas e errando muito, venceram com facilidade por 21 a 6.

Apesar do bom resultado obtido no Pan, as brasileiras não devem se classificar para a Olimpíada do Rio. A parceria dos Estados Unidos é a melhor do continente no ranking, que dá uma vaga para a América nos Jogos. As brasileiras não participarão do Mundial deste ano, evento que mais dá pontos no ranking, por falta de recursos da Confederação Brasileira de Badminton. O País nunca disputou os Jogos Olímpicos na modalidade, mas em 2016 terá direito a um convite na chave masculina de simples e outro na feminina.

Hugo Arthuso e Daniel Paiola também conseguiram chegar até a final nas duplas masculinas, que será realizada ainda nesta quarta-feira diante dos norte-americanos Phillip Chew e Sattawat Pongnairat.

A última vez que o Brasil conquistou a medalha de ouro no polo aquático dos Jogos Pan-Americanos foi em 1963, em São Paulo. Agora, após 52 anos, a equipe masculina encontra o mesmo adversário, os Estados Unidos, nesta quarta-feira, às 21 horas (de Brasília), em Toronto, no Canadá, para tentar quebrar o jejum.

O time brasileiro conta com vários talentos, incluindo jogadores naturalizados, e tem no banco de reservas o técnico croata Ratko Rudic, quatro vezes campeão olímpico. Mas para fazer bonito na decisão, a aposta é no goleiro Bin Laden, apelido que ganhou o carioca Vinicius Antonelli logo que começou na modalidade, aos 11 anos.

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"Quando passei a jogar, foi na época dos ataques de 11 de setembro. Aí diziam que o goleiro do polo aquático tinha de ser louco e começaram a me chamar de Bin Laden. Era calouro, um pouco rebelde, e não teve jeito. O apelido pegou e ficou até hoje", revelou Vinicius.

Nos últimos meses, o Brasil teve grande evolução graças à chegada do técnico croata e de jogadores que já atuaram por outras seleções, mas têm algum parentesco com o Brasil como o capitão Felipe Perrone, Ives Alonso, Paulo Salemi e Adria Delgado. O caso mais atípico é o do croata Josip Vrlic, que não tem parentesco com o Brasil.

Segundo Bin Laden, a chegada de novos atletas não provocou nenhum problema no grupo. "Quando falaram do projeto, conversamos entre os jogadores e sabíamos que alguns iriam perder a posição no time. Mas achamos que era o melhor a se fazer e tomamos uma decisão conjunta", explicou. "A posição de centro, por exemplo, era carente. Agora somos mais ofensivos".

Ele também disse que a presença do treinador à beira da piscina faz muita diferença para a seleção brasileira. "Os juízes passaram a nos respeitar mais. As outras equipes também passaram a respeitar mais o Brasil. Ele é um técnico que impõe respeito por tudo o que conquistou e por seu currículo invejável".

VOLTA AO PASSADO - Na campanha do título em 1963 estava João Gonçalves Filho, que participou de sete edições da Olimpíada e foi porta-bandeira do Brasil nos Jogos da Cidade do México, em 1968. Coincidentemente, o neto dele, Gustavo Guimarães, o Grummy, pode repetir o feito nesta quarta-feira no Pan.

"Seria mais um sonho realizado. Tenho meu avô como um ídolo e gostaria muito de conseguir um feito que pudesse igualá-lo", afirmou Grummy, um dos jogadores mais jovens da equipe e grande promessa do polo aquático. "Um novo capítulo será escrito no Pan. Essa partida representará todo o trabalho feito pelo grupo até aqui. Por isso, vamos concentrados para fazer o melhor possível dentro da piscina".

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