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O governo dos Estados Unidos mantém retidos 565 menores imigrantes ilegais, três semanas após o fim do prazo determinado pela Justiça para a reunião das crianças e jovens com seus pais ou tutores, informou nesta sexta-feira o gabinete para Reassentamento de Refugiados do Departamento de Saúde (ORR).

Entre o grupo há 24 crianças com cinco anos ou menos, sob os cuidados da ORR. A instituição destaca que os pais de 366 dos 565 menores se encontram fora dos Estados Unidos, o que dificulta sua reunião.

O organismo informou ainda que os pais de 154 menores indicaram que não pretendem se reunir com os filhos.

Em mais de 180 casos, segundo a ORR, os menores não podem ser entregues porque os pais foram considerados uma ameaça para os filhos, e estão separados sob custódia policial ou processo judicial.

No início do ano, o governo separou mais de 2.500 menores de seus pais após as famílias entrarem ilegalmente nos Estados Unidos pela fronteira com o México.

O Departamento de Segurança Nacional informou que vários pais aceitaram ser enviados de volta, deixando os menores nos Estados Unidos na esperança de encontrá-los legalmente mais tarde.

O plenário da Câmara aprovou na noite dessa terça-feira (5), em votação simbólica, o Projeto de Lei 7119/17, que proíbe o casamento de menores de 16 anos. Atualmente, o Código Civil permite o casamento em caso de gravidez. A matéria será agora analisada pelo Senado.

De acordo com a autora do projeto, deputada Laura Carneiro (DEM-RJ), um estudo do Organização Não Governamental Promundo aponta que 877 mil mulheres brasileiras se casaram com até 15 anos de idade e, atualmente, existiriam cerca de 88 mil meninos e meninas com idades entre 10 e 14 anos em uniões consensuais, civis ou religiosas no Brasil.

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“Cumpre notar que se trata de legislação incompatível com os avanços da ciência e das políticas públicas, que já demonstraram, respectivamente, os prejuízos psicológicos e sociais deste tipo de união, incompatível com o nível de desenvolvimento psicossocial de crianças. Cumpre notar, ainda, que se trata de política discriminatória, uma vez que incide de modos distintos sobre meninos e meninas”, justificou Laura Carneiro.

O Código Civil autoriza ainda, no artigo 1517, o casamento de pessoas de 16 ou 17 anos mediante autorização dos pais. A partir dos 18 anos, não há restrições. 

Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, de autoria do senador Paulo Paim (PT), visa combater a pedofilia e traficantes. A proposta 6751/10 tem como objetivo permitir que pais ou detentor da guarda ou posse do menor peça ao juiz que algumas pessoas “suspeitas” sejam proibidas de se aproximar da criança ou adolescentes. O projeto foi aprovado na Comissão de Seguridade Social e Família e segue para análise na Comissão de Constituição e Justiça. 

O senador destacou que a matéria pode contribuir na integridade física dos menores os expondo a menos riscos de sofrer assédio por parte de pedófilos e traficantes. A relatora do projeto, deputada Flávia Morais (PDT), ressaltou que caso vire lei é uma forma de evitar a aproximação de “más companhias”. 

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A proposta altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei 8069/90). Muitos internautas se mostraram contra a iniciativa. “Não funciona nem as medidas protetivas, quem dirá isso”, destacou um. “Leis desmoralizadas, compradas e vendidas por corruptos”, disse outro cidadão. 

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) divulgou hoje o modelo de formulário necessário para que crianças até 12 anos viagem sem a companhia de pai ou responsável. A assinatura simples de um dos responsáveis legais e a presença de um maior de 18 anos dispensa o procedimento anterior que requeria uma autorização judicial.

De acordo com o órgão, o formulário pode ser impresso diretamente do site e serve também para viagens de trem, ônibus e navio. No preenchimento é preciso que o signatário informe RG, CPF, residência, telefone e grau de parentesco com o viajante. A ANAC adverte que cada formulário serve apenas para um trecho da viagem (ida ou volta).

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Para as viagens internacionais continua valendo a regra anterior: fica dispensada a autorização para os casos em que os dois pais estejam presentes; quando um deles for o acompanhante, o outro deverá levar os documentos e assinar uma autorização que, caso não tenha prazo estipulado vale, automaticamente, por dois anos.

Em discurso em cima de trio elétrico, na Praia de Camburi, em Vitória, no Espírito Santo, ao lado do pré-candidato a presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PSC), o senador Magno Malta (PR) falou sobre um tema polêmico: a redução da maioridade penal no país. O parlamentar disse que um menor de idade “estupra, sequestra e mata” e, depois, "argumenta que conhece os seus direitos". 

“São homens travestidos de crianças. Um macho de 17 anos, de 15 e de 14 que estupra, sequestra, mata, põe fogo em ônibus, quebra a escola, picha a escola, ameaça o professor e quando a polícia põe a mão, ele [o menor] diz: tira a mão de mim porque eu sou de menor e eu conheço os meus direitos. Direito uma ova”, criticou.

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Malta falou que a bandidagem tomou conta do Brasil. “Quem comete crime tem que responder pelo crime que cometeu. Esse país que, durante 13 anos a moralidade que o PT pregou não é nada mais e nada menos que a velha moralidade”.

Ele também disse que existem apenas 34 policias federais na fronteira do Brasil com o Paraguai. “É esse Brasil de fronteiras abertas. A Argentina tem 48 mil homens na Polícia Federal, temos apenas 34 policias federais na fronteira com o Paraguai de onde vem toda a maconha, todo crime e toda cocaína. É um país aberto”, lamentou.

Em uma entrevista concedida a uma rádio da cidade, Bolsonaro foi além destacando que, se dependesse dele, existiria prisão perpétua no Brasil. “Deixar esse pessoal lá [na cadeia] não é para pagar seu pecado não, é para que a sociedade fique livre do contato com esse tipo de gente. Esse tipo de gente não pode ter benefício de lei. No Brasil não tem prisão perpétua, se dependesse de mim teria prisão perpétua”, chegou a dizer.

 

Quatro adolescentes entre 12 e 17 anos foram mortos a tiros em frente ao Centro de Semiliberdade Mártir Francisco, no bairro Sapiranga, em Fortaleza, na madrugada desta segunda-feira, 13.

A chacina segundo levantamento da polícia, aconteceu por volta das 3 horas, quando um grupo de 15 homens armados invadiu o local. Os criminosos renderam os seguranças e seguiram para o dormitório onde estavam as quatro vítimas. Os adolescentes foram arrastados para fora e sofreram espancamento seguido de tiros na cabeça. Dois dos jovens mortos tiveram as mãos arrancadas a golpes de faca e facão.

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Policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa fazem buscas para prender os assassinos. Os nomes dos adolescentes mortos não foram revelados pela polícia.

Um professor de Kickboxing e fisioterapeuta, de 43 anos, é acusado de estuprar uma menina de 10 anos em Brasilândia, Campo Grande (MS), e de acordo com a Polícia Civil, ele teria estuprado ao menos quatro pessoas.

Conforme o delegado, Thiago Passos, entre as vítimas estão duas crianças, de 9 e 10 anos, e três jovens.

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A violação das jovens teria acontecido durante atendimentos de fisioterapia em domicilio e em uma clínica, em Três Lagoas. Já as meninas poderiam ter sido abusadas durante aulas de artes marciais.

O professor foi preso na sexta-feira (29), após uma das meninas ter contado à mãe que foi abusada.

“Mesmo a polícia divulgando a prisão, algumas vítimas têm receio de falar. É importante que as pessoas denunciem. A gente imagina que o número de casos sejam muito maiores. Quanto mais vítimas denunciar, mais tempo ele vai ficar preso,” esclarece Passos.

 

Por Beatriz Gouvêa

Uma brincadeira entre duas meninas de 12 e 13 anos acabou sendo interrompida por um grupo de seis meninos, também menores de idade. Os jovens usaram da força e assediaram as garotas, em uma rua de Andaluzia, na Espanha, no último dia 7 de setembro. 

Conforme a imprensa europeia, elas estavam brincando quando foram abordadas pelos meninos que já começaram a tocá-las. Apesar do abuso, elas conseguiram fugir do grupo de meninos e evitar piores consequências. Elas correram para casa e denunciaram aos familiares o fato ocorrido, a partir disso, a polícia foi acionada e os seis jovens foram identificados. 

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As autoridades informaram que todos os envolvidos são de nacionalidade marroquina e residem em um centro de acolhimento para menores imigrantes, segundo o jornal La Voz de Cádiz. As investigações permanecem mesmo após a identificação dos meninos que ainda passarão por processo no Tribunal de Menores.

Eles serão responsabilizados pelos fatos e devem ser penalizados, conforme a culpa de cada suspeito. O caso está sendo tratado pela Unidade de Família e Mulher da Polícia Nacional. 

O senador Magno Malta (PR), nesta quarta-feira (3), durante sessão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), falou sobre um tema bastante polêmico: a redução da maioridade penal. Ele comentou um projeto do senador Aécio Neves (PSDB), que também é a favor da redução. Uma das propostas apresentadas pelo tucano é a tipificação do crime de corrupção de menor de 18 anos para a prática de crime, com pena de reclusão de três a oito anos. Essa punição poderá ser aumentada até o dobro no caso da infração for cometida ou induzida em crimes hediondos. 

“Parabenizo Aécio pelo projeto. Não é que a redução da maioridade penal é a solução e vai resolver, mas é parte significativa desse bolo, que são homens transvestidos de crianças que estupram, sequestram, matam e depois [dizem] tira a mão de mim que eu sou menor e conheço os meus direitos. São homens transvestidos de crianças que se utilizam do ECA [Estatuto do Criança e do Adolescente], que não é uma bíblia e que merece e precisa de muita mudança. Não vejo o projeto do senador Aécio como o suprassumo do mundo, mas de fato é um avanço. Sabemos onde divergimos, mas não posso deixar de reconhecer que avançamos nessa matéria e certamente terá o meu apoio”, declarou.

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Magno Malta ainda declarou que menores de idade têm cometido crimes de toda ordem e que eles conhecem mais o ECA do que qualquer advogado ou ministro. “Eles cometem crime de toda ordem participando do feito. Não é que eles são usados, dificilmente são usados. Eles se deixam utilizar porque sabem da impunidade. Eu falo aqui com a experiência de quem tem 38 anos da vida tirando da rua e devolvendo a vida e compartilhando desses assuntos com eles. Até me assusta quando aparecem muitos defensores que nunca colocaram a mão em nenhum deles em um gesto de misericórdia para levar para dentro de casa”, acrescentou o parlamentar. 

O Projeto de Lei do Senado (PLS) 219/2013 foi aprovado, hoje, na CCJ, mas ainda será submetido a turno suplementar de votação. Entre outras propostas, o adulto que usar criança ou adolescente para a prática de crimes poderá ter a pena aumentada até o dobro do estabelecido pelo Código Penal para o delito cometido. 

Mais uma alteração no ECA seria a possibilidade de internação do menor por até oito anos, por conduta descrita na legislação como crime hediondo. Nesse caso, a liberação compulsória do infrator poderá dar-se aos 26 anos de idade. O limite permitido hoje é de 21 anos de idade.

O pastor e ex-candidato a vice-prefeito de Cuiabá (MT) pelo PSD em 2012, Paulo Roberto Alves, de 52 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar, por suspeita de estupro de vulnerável e favorecimento à prostituição de uma criança de 11 anos e uma adolescente de 16 anos, na noite de quarta-feira, 12. Ele foi encaminhado para o Centro de Custódia da Capital (CCC) na quinta-feira, 13, onde permanece detido.

Após audiência de custódia, o juiz decretou a prisão preventiva de Alves. O delegado plantonista Cláudio Vítor Freesz, da 2ª Delegacia de Polícia (DP) de Cuiabá, pediu a perícia do celular de uma das garotas. O aparelho será encaminhado aos responsáveis na segunda-feira, 17.

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Segundo o Boletim de Ocorrência de número 2017.124592 (BO), a guarnição realizava ronda pelo bairro Jardim Itália, quando os policiais avistaram um veículo Toyota Hilux da cor preta deixando duas garotas menores de idade perto de um matagal, em uma rua nas proximidades da Avenida das Torres. A equipe tentou abordar o condutor. O BO diz que, quando percebeu que estava sendo acompanhado pela guarnição, Alves fugiu em alta velocidade seguindo rumo à Avenida Itália.

Os policiais, então, retornaram ao local e encontraram as duas menores na Avenida das Torres, em um ponto de ônibus. Elas tinham R$ 150. No mesmo momento, outros policiais foram até a residência das meninas, no bairro Pedra 90, mas não localizaram os responsáveis pelas garotas. As vítimas disseram que foram levadas para a casa do suspeito, onde ficaram no mesmo quarto.

A menor de 16 anos relatou que conheceu o suspeito há alguns dias e já teve relação sexual com ele. Ela disse que recebeu uma ligação de Paulo Roberto Alves em que ele disse que queria sair com ela e com a sobrinha dela de 11 anos. Segundo a ocorrência, o pastor teria pago R$ 100 para a mais velha e R$ 50 para a mais nova.

A vítima de 16 anos também informou que recebeu uma ligação do suspeito em seu celular depois que a PM passou pelo local, pedindo para ela não relatar o ocorrido em troca de R$ 200.

Defesa

Procurado pela reportagem, Paulo Roberto Alves não foi encontrado até a publicação desta matéria. Em vídeo divulgado pelo site Mato Grosso Mais, na quarta-feira, o pastor alegou inocência e disse que não cometeu o abuso contras as menores.

Sete por cento dos sacerdotes católicos foram acusados de abusar de crianças na Austrália entre 1950 e 2010, mas as denúncias nunca foram investigadas, segundo os dados "surpreendentes e indefensáveis" divulgados nesta segunda-feira por uma investigação de supostos casos de pedofilia na igreja.

A Real Comissão sobre Respostas Institucionais para Abusos Sexuais de Crianças descobriu que 4.444 supostos incidentes de pedofilia foram denunciados às autoridades eclesiásticas e que, em algumas dioceses, mais de 15% dos padres estavam supostamente envolvidos.

A Austrália encomendou a esta comissão, em 2012 e após uma década de crescente pressão para que fossem investigadas as acusações de abusos sexuais de menores em todo o país, um estudo que agora chega a sua fase final, após quatro anos de audiências.

"Entre 1950 e 2010, 7% dos padres eram supostos criminosos", disse Gail Furness, advogada encarregada dos interrogatórios da investigação, em Sydney.

"Os relatórios eram deprimentemente similares. As crianças eram ignoradas ou, pior, castigadas. As acusações não eram investigadas. Os padres e os (trabalhadores) religiosos eram transferidos", acrescentou.

"As paróquias ou as comunidades para onde eram transferidos não sabiam nada sobre seu passado. Os documentos não eram conservados ou eram destruídos".

A idade média das vítimas naquele momento era de 10 anos para as meninas e 11 para os meninos.

Dos 1.880 supostos delinquentes, 90% eram homens.

A comissão falou com milhares de sobreviventes e ouviu acusações de abusos sexuais de menores ocorridos em igrejas, orfanatos, clubes esportivos, grupos juvenis e escolas.

A Igreja da Austrália encarregou o Conselho de Verdade, Justiça e Cura a emitir uma resposta.

"Estes números são surpreendentes, trágicos, indefensáveis", disse à comissão o diretor-executivo do conselho, Francis Sullivan.

O governo turco retirou nesta terça-feira (22) o projeto de lei que que permitiria, em alguns casos, anular a condenação de uma pessoa por agressão sexual a um menor se o autor se casasse com a vítima, um texto que provocou forte polêmica no país.

O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, anunciou a retirada do texto poucas horas depois do presidente Recep Tayyip Erdogan ter solicitado ao governo uma "solução ao problema em um espírito de amplo consenso, levando em consideração as críticas e recomendações de diferentes componentes da sociedade".

Da maneira como foi redigido, o projeto de lei prevê suspender a condenação por agressão sexual a um menor - exceto em caso de estupro - se o autor se casa com a vítima. A medida, que envolveria as agressões cometidas até meados de novembro de 2016, seria aplicada apenas uma vez e teria caráter retroativo.

O texto, que provocou forte polêmica no país, deveria ser apresentado nesta terça-feira ao Parlamento para votação em segundo turno.

"Vamos devolver o projeto de lei à comissão com o objetivo de obter um texto de consenso, como pediu o presidente Recep Tayyip Erdogan", afirmou Yildirim.

O primeiro-ministro indicou que a retirada do texto também pretende dar aos partidos da oposição o tempo necessário para elaborar suas propostas.

"A comissão levará tudo em consideração e examinará todos os aspectos. Certamente encontrará uma solução", completou.

- Não legitimar o estupro -

Apresentado pelo Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP, governista) e votado na semana passada em primeiro turno, o projeto de lei provocou indignação das ONGs de defesa dos direitos da criança, dos partidos de oposição e de milhares de turcos, que protestaram no fim de semana para exigir a retirada.

No Twitter, a hashtag #TecavüzMesrulastirilamaz (Não podemos legitimar o estupro, em turco) foi uma das mais utilizadas nas redes sociais do país.

O governo havia afirmado que o projeto de lei envolvia apenas os casais unidos em matrimônio antes que ambos tivessem a idade mínima legal na Turquia, 17 anos. Mas a resposta não reduziu a polêmica e Ancara recuou em sua ideia.

Antes de Erdogan, o porta-voz do governo, Numan Kurtulmus, havia declarado que se os partidos de oposição CHP (social-democrata) e MHP (nacionalista) apresentassem propostas, Ancara estaria disposta a examiná-las.

Muitas organizações de defesa dos direitos das crianças temiam que a lei aumentasse as agressões sexuais contra menores ao permitir aos agressores pressionar as famílias por um casamento com as vítimas, que os deixaria isentos de qualquer acusação.

O Unicef - Fundo das Nações Unidas para a Infância -, e outras três agências da ONU, expressaram na segunda-feira uma "profunda preocupação" com o projeto de lei, que "reduziria a capacidade da Turquia para lutar contra as agressões sexuais e os casamentos precoces".

Vários famosos expressaram indignação com o projeto de lei.

A Associação das Mulheres e Democracia da Turquia (KADEM), que tem Sümeyye Erdogan Bayraktar, filha de Erdogan, como vice-presidente, afirmou que um dos principais problemas do projeto era estabelecer uma base legal para diferenciar entre coação e consentimento.

"Como é possível identificar 'vontade própria' de uma jovem", questionou a organização.

Na Turquia, menores de idade podem se casar com 17 anos se recebem autorização dos pais. A lei também permite o casamento aos 16 anos em "circunstâncias excepcionais", com o aval de um juiz.

Dezenas de migrantes, incluindo menores de idade, continuavam abandonados à própria sorte nesta sexta-feira (28), após uma segunda noite passada perto da "Selva" de Calais, uma situação denunciada pela ONU, enquanto Paris e Londres se acusavam mutuamente pela crise.

Uma centena de adolescentes e jovens dormiram em tendas instaladas nos arredores do acampamento no norte da França desmantelado desde segunda-feira (24), cujos milhares de ocupantes foram levados para abrigos.

Símbolo da dificuldade da União Europeia para enfrentar a crise migratória, o imenso acampamento localizado de frente para a costa inglesa abrigava até a semana passada entre 6.400 e 8.100 pessoas, segundo estimativas, principalmente procedentes do Sudão, Eritreia e Afeganistão.

Deixados à própria sorte após o desmantelamento do acampamento organizado pelas autoridades francesas, dezenas de menores de idade encontraram refúgio em uma igreja, outros em uma mesquita, de acordo com um ativista da ONG Care 4 Calais, que esperava o envio de ônibus pelas autoridades para levá-los a abrigos.

Por não terem sido registrados nos três dias da operação de desmantelamento, estes jovens, que se dizem todos menores de idade, não foram admitidos no centro de acolhimento provisório (CAP) que oferecia 1.500 vagas para crianças.

"Eles vieram no primeiro dia e ouviram que deveriam retornar no dia seguinte, voltaram no dia seguinte e esperaram até que mandaram que voltassem no outro dia, e no outro dia já não havia mais fila, nenhuma solução foi proposta", lamenta Margot, da associação L'Auberge des Migrants.

Migrantes em Paris

A ONU soou o alarme, convocando a França nesta sexta-feira a "fornecer alojamento adequado" para os requerentes de asilo ainda presentes nas proximidades do acampamento deserto e pediu "medidas especiais para garantir a segurança e o bem-estar das crianças da 'Selva'".

O destino desses menores desacompanhados causou tensões entre a Grã-Bretanha e a França, que se acusam mutuamente.

O governo britânico pediu que Paris "proteja como deve ser" os menores que ainda estão na área, provocando "surpresa" entre as autoridades francesas.

Os ministros do Interior, Bernard Cazeneuve, e da Habitação, Emmanuelle Cosse, recordaram que "essas pessoas (...) planejavam se instalar no Reino Unido" e pediram que Londres "assuma rapidamente sua responsabilidade e receba esses menores, que desejam ser transferidos para o Reino Unido".

Desde meados de outubro e durante o desmantelamento da "Selva" de Calais, 1.451 menores foram acolhidos na França, enquanto o Reino Unido abriu suas portas para 274 menores desacompanhados, argumentaram os ministros franceses.

Sob as regras da UE em matéria de reagrupamento familiar, os menores que têm um parente na Grã-Bretanha podem esperar para serem acolhidos.

Nos bairros do norte de Paris, os acampamentos de migrantes têm aumentado desde o desmantelamento da "Selva", segundo associações e políticos locais.

"Há três dias, distribuíamos entre 700 e 800 refeições. Hoje, são mais de mil. Não sei como vamos fazer", declara Charles Drane, coordenador da ONG Adventist Development and Relief Agency (Adra).

Uma professora foi presa acusada de estar usando de seu cargo para manter relações sexuais com jovens alunos no distrito de Cherokee County, na Geórgia, Estados Unidos. Em 2015, Laura Rich, 38 anos, teria convidado os alunos, de 16 e 18 anos, para sua casa e lá teriam feito sexo com os dois.

Para os investigadores, o problema não estaria na idade, mas na atitude da professora, que teria usado a autoridade do cargo para atrair os estudantes. "É a relação que, como professora, ela teve com os alunos que criminalizou o envolvimento", explicou o tenente Jay Baker, da polícia do condado de Cherokee.

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Segundo o canal Fox5, os investigadores acreditam que a professora tenha mantido relações sexuais com os estudantes em várias ocasiões. Com o mais jovem, o envolvimento teria sido mais longo, durado alguns meses.

Após uma investigação, Rich foi levada em custódia e acusada de dois crimes de agressão sexual. Ela pagou fiança de US$ 22.400 mil (cerca de R$ 72 mil) e irá responder em liberdade pelo crime.

A polícia ainda investiga se haveriam outros jovens envolvidos. "É uma possibilidade que poderia haver outras vítimas. Precisamos que os pais tenham conversas francas com os seus filhos. Se eles tiveram contato sexual com ela, ainda como seus alunos, isso é um crime", disse o tenente-Baker, em entrevista ao Fox5.

Criado em 2008 para tornar mais ágil o processo de adoção de crianças e adolescentes institucionalizados, o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) está sendo adotado pelos juízes das varas de infância e juventude do país como único local de consulta sobre menores que aguardam por uma nova família. A morosidade dos processos, antes atribuídas exclusivamente as exigências das famílias adotivas quando delimitavam sua escolha por crianças recém-nascidas, agora esbarra em outro fator conhecido, a burocracia.

Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2015 mostram que, ao contrário do que se imagina, existem mais famílias dispostas a adotar do que crianças a espera de um novo lar: cerca de 33,5 mil famílias estão na fila para acolher uma das 5 mil crianças pretendentes a adoção. "O que deveria ser exceção transformou-se em regra, mantendo-se milhares de crianças em abrigos institucionais por longos períodos, em razão de um desvirtuamento do CNA.", explica Luiz Riccetto Netto, advogado que trabalha em casos de adoção.

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Segundo o advogado, o Estado deve agir para garantir o melhor interesse do menor, garantindo um processo mais rápido e eficaz para diminuir os transtornos causados pelo longo período de internação aos quais são submetidos. Ressalta, ainda, que em muitos casos, a Justiça causa um entrave desnecessário em processos de adoção que poderiam ser resolvidos pelos próprios pais biológicos do menor, que, ao escolher os pais adotivos, são submetidos a processos semelhantes aos dos menores institucionalizados.

Por Wagner Silva

Em 2011, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendou ao então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o fechamento de duas unidades de internação de adolescentes por falta de estrutura para continuarem ativas. Na época, a recomendação, no entanto, foi ignorada. Cinco anos depois, em 2016, as unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) de Pernambuco registram um cenário ainda pior. Mortes de internos, superlotação, venda de drogas, tortura, constantes fugas e rebeliões são notícias todos os dias. Atualmente, o Estado mantém 1.560 reeducandos nas 25 unidades da Funase.

De acordo com o Fórum de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Pernambuco (DCA/PE), entre 2012 e 2016, 28 adolescentes foram mortos dentro das unidades de internação de Pernambuco. Ainda de acordo com o DCA, os números alarmantes garantem que Pernambuco ocupe o 1º lugar do Brasil em extermínio de adolescentes sob a responsabilidade do Estado. Para o Conselho Nacional de Justiça, o sistema socioeducativo pernambucano vigora em total desacordo com as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do Sistema Nacional de Medidas Socioeducativas (Sinase).

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Com a finalidade de "ser referência nacional, pela sua capacidade de atender adolescentes como sujeitos de direitos, com condições para o exercício da cidadania, consolidando o princípio da incompletude institucional e o projeto político pedagógico", a Funase falha todos os dias. As consequências do tratamento inadequado que os adolescentes recebem podem ser vistas em palavras-chave nas manchetes dos jornais de Pernambuco: fugas, mortes, rebeliões. Para Lourdes Viana, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA), as unidades de Caruaru, no Agreste pernambucano e de Abreu e Lima, no Grande Recife, são as piores.

"Em julho deste ano, o Conselho recebeu fotografias nítidas de torturas nos internos ocorridas na Funase de Caruaru. Fomos registrar de perto as ocorrências e, quando chegamos, nenhum menor torturado se encontrava na unidade. Ninguém soube dizer para onde eles teriam sido transferidos", relatou. Lourdes ainda contou que muitas das mortes dos internos só chegam ao CEDCA através da imprensa e nem são oficializadas pelo Estado. "A situação é tão caótica que a gente não tem conhecimento de que as investigações das mortes são realizadas", lamentou. Há 18 dias, um motim no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), em Abreu e Lima, resultou na morte de mais um reeducando.

Para o DCA, o óbito de mais um interno dentro de uma Fundação de Atendimento Socioeducativo, que deveria reeducar o adolescente, revela a completa falência do sistema em todas as suas instâncias: a que prende, a que julga e a que deveria ressocializar. Com a função de formular e fiscalizar a política de atendimento à criança e ao adolescente de Pernambuco, o CEDCA tem se debruçado sobre a situação de emergência no sistema de internação do Estado, afirma a presidente do órgão. Ela garante que desde que entrou na presidência, em fevereiro, os profissionais têm realizado visitas mensais aos centros de internação para coibir as práticas nocivas do Estado.

Tratamento digno aos internos é utopia

Fatores básicos para a ressocialização, como o tratamento digno, respeito à individualidade e liberdade, projetos de escolarização e profissionalização, manutenção de vínculos familiares, acesso ao lazer, à cultura e à convivência comunitária são quase que utopias nas unidades socioeducativas de Pernambuco. Para Lourdes Viana, não há um plano pedagógico. "Em uma análise que fizemos, registramos a ausência de um plano sociopedagógico de recuperação e de aceleração de aprendizadem", pontua. 

Ela explica que a superlotação é um problema recorrente na Funase e que já foram solicitadas várias vezes a redução dos quantitativos que estão nos centros, principalmente no de Abreu e Lima, que consta com um número de internos muito superior ao capaz de abrigar. "A funase tem que estudar novamente e rever um plano estrutural que inclui a construção de novas unidades para que nenhuma delas tenha a capacidade de atendimento superada", argumenta.

Tendo sob sua responsabilidade a vida dos adolescentes que se encontram nos Centros Socioeducativos, o Governo de Pernambuco demonstra despreparo e um legado de ineficiência. Para o CEDCA, não há humanização no atendimento e os ambientes físicos são terríveis. "A gente não pode conviver com esse cenário de guerra dentro das unidades, não queremos uma situação de indiferença e de não resolução dos problemas e dos crimes. O Estado tem demonstrado incompetência em defender a vida dos adolescentes", crava Lourdes. 

Vigília em defesa dos Direitos Humanos

Revoltados com a situação caótica, o Fórum DCA/PE realizará uma mobilização na próxima segunda-feira (15) pelo fim da violência e das mortes nas unidades da Funase. O ato será realizado na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, às 14h. O Fórum pede o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco.

Questionada sobre as mortes e as constantes rebeliões e fugas nos Centros de Atendimento Socioeducativos, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) limitou-se a informar que "vem empreendendo todos os esforços para que o papel da Funase, de desenvolver ações com jovens que cumprem medidas socioeducativas, seja realizado da melhor forma possível". Por meio de nota, a secretaria listou uma série de ações estão sendo realizadas "em prol dos jovens". 

Confira a nota na íntegra:

"As unidades da Funase realizam uma série de atividades em prol dos jovens, tais como cursos de operador de computador, artesanato, robótica, costura, frentista, marcenaria, auxiliar de agropecuária, padeiro, gesseiro, fotografia. Há atividades culturais, apresentações musicais, comemorações de datas festivas, eventos religiosos, palestras, diálogos de conscientização, reuniões com familiares. A Secretaria de Saúde realiza palestras nas unidades e campanha de vacinação.

​Além disso, a SDSCJ tem os programas "Vida Aprendiz" e "Novas Oportunidades", que oferecem aos jovens oportunidades de emprego. (Veja abaixo um resumo dos dois programas que beneficiam tanto os jovens que estão, quanto os que já saíram da Funase). O Programa Vida Aprendiz, da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), através da Secretaria Executiva do Sistema Socioeducativo e Fortalecimento dos Conselhos (SESSFC), contempla: Jovens que estão em cumprimento de medida socioeducativa e também os jovens que já saíram da Funase.

O Programa Novas Oportunidades, da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, através da Secretaria Executiva do Sistema Socioeducativo e Fortalecimento dos Conselhos (SESSFC), contempla: Jovens que já saíram da Funase, tendo cumprido toda a pena. É realizado o acompanhamento psicossocial desses jovens nas suas comunidades e também acompanhamento de suas famílias."

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-->  Em PE, jovens da Funase tentam fugir e seis ficam feridos 

As forças de segurança de São Paulo mataram 191 crianças e adolescentes de até 16 anos entre 2010 e esta segunda-feira, 27, em supostos casos de confronto, segundo levantamento feito pela Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo, o que equivale a dois casos por mês. Dez dessas mortes foram de crianças com menos de 14 anos. No mesmo período, a Polícia Militar matou 2.788 pessoas em supostos confrontos.

"Esses casos já vinham acontecendo há um tempo, mas passaram a despertar nossa atenção com mais clareza após a morte do menino de 10 anos, na Vila Andrade", disse o ouvidor, Julio César Nascimento. Segundo ele, todos esses casos estão sendo acompanhados pela Ouvidoria: uma das vítimas tinha 11 anos; outra, 13 anos; oito delas tinham 14 anos e, no total, 47 tinham 15 anos. As demais 134 vítimas tinham 16 anos. Para o ouvidor, uma das causas desse número de mortes seria a sensação, por parte dos policiais, de que adolescentes infratores ficariam impunes caso fossem capturados pelos agentes após as perseguições.

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Outros casos

Só na zona leste da capital, região onde o menino de 11 anos foi morto por um guarda-civil municipal, outros dois adolescentes foram mortos após serem perseguidos por policiais militares somente nos últimos 20 dias.

O primeiro caso aconteceu na noite do dia 9, uma quinta-feira. Três adolescentes, dois de 15 e um de 16 anos, teriam sido flagrados por policiais militares na Rua John Speers, no Parque do Carmo. Um deles teria atirado contra os PMs antes de o trio fugir a pé. Um policial atirou na direção dos garotos. Um dos meninos foi encontrado caído em uma viela, instantes depois, e não resistiu. Nenhuma arma foi localizada pelos policiais.

Segundo informações do boletim de ocorrência, registrado no 53.º Distrito Policial (Parque do Carmo), o delegado que recebeu o caso foi até a cena do crime e ali não havia nem as cápsulas dos disparos feitos pelo PM. Os outros dois adolescentes envolvidos na ação, que foram detidos, não prestaram nenhuma informação aos agentes da Polícia Civil encarregados da apuração do caso.

A segunda ocorrência foi registrada na sexta-feira, dia 24, apenas um dia antes da morte envolvendo o guarda-civil. Um adolescente de 15 anos foi flagrado por policiais em um Prisma que havia sido roubado pouco antes e foi perseguido.

Momentos depois, o garoto desistiu de tentar fugir com o carro, parou o veículo e correu para um matagal na Rua Artur Franco, em Cidade Tiradentes. Segundo a Polícia, ao entrar no mato o adolescente teria atirado contra os policiais, que revidaram e o mataram.

Um revolver calibre 38 foi apreendido, com dois cartuchos disparados. O rapaz levou um tiro na cabeça e dois no peito. Peritos fizeram exame residuográfico, que pode determinar se o garoto fez disparos com arma de fogo. As armas dos policiais foram apreendidas.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) comentou o segundo caso nesta segunda. Disse que os PMs estão afastados de suas funções e que o caso é investigado. "Os desvios, quando acontecem, são apurados com todo rigor", afirmou Alckmin. A Secretaria da Segurança informou que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa investiga ambos os casos.

Dois adolescentes, de 14 e 15 anos, foram flagrados pichando um equipamento público no Recife. Imagens de câmeras de monitoramento mostram os dois menores pichando bancos e brinquedos do Parque Infantil da Lagoa do Araçá, na Imbiribeira, Zona Sul.

O caso foi divulgado pela Prefeitura do Recife nesta sexta-feira (1°). Segundo a gestão municipal, agentes foram acionados pelo Centro de Operações e revistaram os jovens. Eles também haviam pichado o muro de uma residência.

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Os jovens foram encaminhados e autuados no Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) pela Lei de Crimes Ambientais 9605/98, Artigo 65*. Os pais dos menores foram chamados e assinaram termo de responsabilidade. Posteriormente, deverão responder em juízo.

Lei de Crimes Ambientais

*Pichar ou por outro meio conspurcar edificações ou monumento urbano. A pena pode ser de seis meses a 1 ano de detenção, ou multa, ou prestação de pena alternativa, com cunho social.

Com informações da assessoria

Ao menos 966 pessoas foram executadas no Irã no ano passado, um recorde nos últimos 20 anos, informou nesta segunda-feira (14) o relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos no Irã.

"Ao menos 966 pessoas - o número mais elevado em mais de duas décadas - foram executadas em 2015", declarou Ahmad Shaheed ante o Conselho de Direitos Humanos em Genebra.

Além disso, "ao menos 73 delinquentes menores de idade também foram executados" entre 2005 e 2015, 16 deles nos últimos dois anos, acrescentou. E ao menos 160 aguardam atualmente no corredor da morte.

O relator especial da ONU expressou sua preocupação com 47 jornalistas e blogueiros ativistas detidos neste país em janeiro.

Segundo a Anistia Internacional, o Irã é o país do mundo que mais executa menores de idade. Em um relatório publicado em janeiro, o organismo acusou Teerã de torturar menores.

A Anistia também acusa o Irã de violar o direito internacional ao manter uma disposição penal que permite aos juízes atribuir responsabilidade plena a partir dos 9 anos às meninas e dos 15 aos meninos, expondo essas crianças à pena de morte.

O presidente Barack Obama anunciou a proibição do confinamento solitário de menores de idade nas prisões federais dos Estados Unidos, e citou o caso de um adolescente que passou dois anos na solitária por ter roubado uma mochila e cometeu suicídio.

Obama, que no fim do segundo mandato luta para reformar o sobrecarregado e oneroso sistema prisional dos Estados Unidos, pretende reduzir o número de detentos, reduzir o uso do confinamento solitário e acabar com as sentenças mínimas de cumprimento obrigatório.

Em um artigo de opinião publicado nesta terça-feira no jornal The Washington Post, o presidente afirma que colocar menores presos em confinamento solitário é uma medida usada com muita frequência e pode ter efeitos psicológicos terríveis.

Obama também anunciou ações executivas que proibirão os diretores dos centros correcionais a isolar os presos por "infrações de baixo nível". As reformas afetam quase 10.000 detentos e Obama afirmou esperar que sirvam de modelo aos estados do país para repensar suas normas.

"Como podemos submeter presos a confinamentos solitários desnecessários, conhecendo os efeitos, e depois esperar que eles retornem a nossas comunidades como pessoas plenas", escreveu o presidente. "Isto não nos deixa mais seguros. É uma afronta a nossa humanidade comum", completou.

No artigo, Obama menciona o caso de Kalief Browder, que em 2010, quando tinha 16 anos, foi acusado de roubar uma mochila e enviado ao famoso complexo carcerário de Rikers Island em Nova York, para aguardar julgamento.

"De acordo com as informações, ele suportou uma violência indescritível de outros detentos e dos guardas, e passou quase dois anos em confinamento solitário", escreveu Obama.

Browder foi liberado em 2013 sem passar por um julgamento, mas teve que lidar com o trauma de ter permanecido trancado sozinho durante 23 horas ao dia. Ele cometeu suicídio aos 22 anos de idade.

"O confinamento solitário ganhou popularidade nos Estados Unidos no início do século XIX e a racionalidade de seu uso tem variado com o tempo", escreveu Obama. "Hoje é usado em excesso cada vez mais em pessoas como Kalief, com resultados devastadores".

De acordo com Obama, quase 100.000 pessoas permanecem na solitária em prisões americanas, incluindo menores de idade e pessoas com doenças mentais. Obama fez o anúncio depois que o Departamento de Justiça concluiu uma revisão do uso do confinamento solitário nas prisões federais.

Quase 25% da população carcerária do planeta está em prisões americanas, mas os Estados Unidos têm menos de 5% da população mundial. Os negros e os latinos representam 60% da população carcerária dos Estados Unidos.

Com as "mudanças radicais", Obama "agregou todo o peso" do governo americano ao "movimento para acabar com o vício de nossas prisões e penitenciárias à solitária e sua crueldade", disse David Fathi, diretor da American Civil Liberties Union (ACLU), a principal organização de defesa dos direitos civis do país.

"Nós perdemos muito com uma punição que machuca a todos", completou Fathi em um comunicado.

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