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Desde a corrida eleitoral para a presidência no Brasil que o clima entre Venezuela e o Brasil parecia esquentar, principalmente com alguns discursos do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Agora, Nicolás Maduro desafiou o futuro vice-presidente general Hamilton Mourão (PRTB), a quem chamou de "louco".

As declarações foram dadas nesta última quinta-feira (20), quando o presidente da Venezuela afirmou que não permitirá a mudança da esquerda para a direita como aconteceu no Brasil. "A Venezuela não é o Brasil. Aqui não vai ter Bolsonaro. Aqui será o povo e o chavismo por muito tempo", declarou Maduro.

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A publicação do jornal Estadão traz as denúncias de Nicolás, que afirma um complô dos Estados Unidos para derrubá-lo, com o apoio do Brasil e da Colômbia. O presidente venezuelano chamou Mourão de "louco da cabeça" por ter afirmado que o governo Maduro está chegando ao fim e defendido "eleições normais " no país.

Nicolás ainda disse que espera o general Hamilton Mourão com milhões de "homens e mulheres e com a Força Armada", desafiando o vice eleito para ir à Venezuela pessoalmente.

O chanceler venezuelano Jorge Arreaza, desmentiu por meio de seu Twitter que o presidente da Venezuela Nicolás Maduro não havia sido convidado para a posse do presidente brasileiro eleito Jair Bolsonaro (PSL). Para comprovar, o chanceler fixou dois comunicados diplomáticos, mostrando que Maduro havia sido, sim, convidado para a cerimônia, mas que não tinha aceitado o convite.

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A declaração de que maduro não viria para a posse, que acontecerá no dia 1º de janeiro de 2019, foi dada no último domingo (16) pelo futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que disse: "não há lugar para Maduro numa celebração da democracia".

A  fala de Ernesto também havia sido feita pelo Twitter. Compartilhando a publicação do seu futuro ministro, Jair Bolsonaro disse também na rede social que "naturalmente, regimes que violam as liberdades de seus povos e atuam abertamente contra o futuro governo do Brasil por afinidade ideológica com o grupo derrotado [o do PT] nas eleições, não estarão na posse presidencial em 2019".

No entanto, o que mostra o comunicado diplomático é que o presidente da Venezuela foi quem recusou, inicialmente, o chamado para participar da posse de Bolsonaro. "O governo socialista, revolucionário e livre da Venezuela não assistiria jamais a posse de um presidente que é a expressão da intolerância, do fascismo e de entrega dos interesses contrários a integração latinoamericana e caribenha", respondeu Maduro ao convite.

O Ministério de Relações Internacionais confirmou, em nota, que o convite foi feito por recomendação da equipe do presidente eleito e, depois, desfeito. "Sobre os convites, inicialmente, o Itamaraty recebeu do governo eleito a recomendação de que todos os chefes de Estado e de Governo dos países com os quais mantemos relações diplomáticas deveriam ser convidados e assim foi providenciado. Em um segundo momento, foi recebida a recomendação de que Cuba e Venezuela não deveriam mais constar da lista, o que exigiu uma nova comunicação a esses dois governos", esclareceu o texto.

O futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou neste domingo (16) que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não foi convidado para a posse de Jair Bolsonaro como presidente da República, no dia 1º de janeiro, em Brasília. Na opinião de Araújo, "não há lugar para Maduro numa celebração da democracia".

A declaração do futuro ministro foi dada em sua conta pessoal no Twitter. "Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a posse de Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira. Todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela", ele escreveu.

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Durante a campanha, Bolsonaro buscou se posicionar como um opositor do governo de Maduro, principalmente em razão da histórica relação entre o chavismo e as gestões petistas. O presidente eleito costumava dizer que o Brasil não se tornaria uma Venezuela.

Quando assumir o governo, Bolsonaro terá de lidar com uma crise migratória envolvendo os dois países. Por causa crise econômica e política que vive a Venezuela, milhares de venezuelanos têm migrado para o Brasil, através do Estado de Roraima. Segundo projeção divulgada sexta-feira (14) pela ONU, o número de imigrantes venezuelanos no Brasil deve dobrar em 2019 e chegar a quase 200 mil pessoas.

Um quarto. Boa refeição. Conversas amenas na frente da casa, enquanto crianças correm incansáveis. Não muito tempo atrás essa realidade de coisas simples estava distante dos venezuelanos que agora dormem em solo pernambucano. Na última terça-feira (18), 30 deles chegaram ao município de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), somando-se aos 69 que desembarcaram em julho. Mais três chegam amanhã. Enquanto o medo da violência sem controle e das despensas vazias parece mais distantes, novo temor bate à porta: o desemprego.

A Venezuela vive uma crise humanitária que se agrava desde 2015. A situação de instabilidade, com alta inflação e protestos violentos, provocaram uma onda migratória na qual o Brasil tem se tornado protagonista.  Segundo dados de agosto da Organização Internacional de Migração (OIM, em inglês), ligada à ONU, 2,3 milhões de venezuelanos já deixaram o país em meio à crise. A estimativa é de que pelo menos 50 mil deles se fixaram no Brasil até abril de 2018 - número baseado nos pedidos de asilo e residência.

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O processo de interiorização, feito pelo Governo Federal com apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Agência da ONU para as Migrações (OIM), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, tem espalhado os refugiados pelo país. Entretanto, os abrigos que estão recebendo esses estrangeiros precisam que eles consigam adquirir a independência, o que não tem sido fácil. Do grupo que chegou a Pernambuco em julho, apenas oito pessoas conseguiram um emprego. 

A professora Yolimar Simona, 40, e o marceneiro Juan Carlos Vilar Varela, 46, apesar de se sentirem aliviados agora que estão em Pernambuco, estão preocupados com a falta de dinheiro. Juan trabalhou em Roraima, mas não recebeu. “Ficaram me devendo quatro meses”, ele lembra. Yolimar recorda também ter vivenciado uma péssima experiência como diarista - não ganhava salário, apenas cama e comida. “Eu acredito que poderia lecionar aqui, dar aula de espanhol ou para crianças pequenas”, diz a mulher. Eles têm dois filhos. A garota de 10 anos está com problemas respiratórios. A escassez de remédios é outro grave problema enfrentado no país do presidente Nicolás Maduro. 

O montador e motorista Jose Gregorio Urbano Hernandez , 45, e a esposa cabeleireira Luisana Medina, 32, também vivem situação semelhante. Precisam sustentar cinco menores, cuja idade varia de 16 a cinco anos. “A nossa esperança aqui é um emprego, um trabalho. Queremos voltar para a Venezuela, mas só quando mudar a situação”, explica Jose Gregorio.

Saudade

Com o pequeno Jorge, de quatro anos, e um bebê na barriga, Elizabeth Bruzual fez a travessia da Venezuela para Pacaraima-RR. Ela queria seguir com o resto da família, mas, como tem sido regra, faltava dinheiro. Teve que se distanciar do marido e da filha de apenas um ano. Ela até teve sorte. Passou um mês em Roraima e conseguiu ser transferida para Pernambuco. Após o período longe, finalmente voltou a encontrar sua família na terça-feira. 

O marido Luis Rodriguez, 23, a filha Elisma Bruzual e os sogros Johan Rodriguez, 35, e Inain Diaz, 37, se juntaram a Elizabeth e Jorge em Igarassu. “Estava sentindo muita falta da minha filha. Chorei muito ontem”, recorda Elizabeth. Elizabeth costumava trabalhar com controle de qualidade em um fábrica. Agora não descarta qualquer emprego. "Se eu tive vontade de sair do meu país, não vai faltar vontade de trabalhar".

Na nova casa, Inain celebra a galinha na panela. “Temos comida aqui. Não tinha como comprar frango lá, era muito caro. Fruta, muito cara. Ovo, muito caro”, ela cita. O marido mostra o celular. Mensagens da mãe no aplicativo WhatsApp. Ela está feliz que o filho chegou bem. “Gostaria de ter condições de trazê-la para cá”, suspira Johan. A mãe de Johan vive na Venezuela com uma filha, o marido já morreu.

“Não é fácil unir as famílias quando chegam aqui no Brasil. Foi muito importante conseguir juntá-los”, comenta o secretário de Políticas Sociais de Igarassu, Marcelo Oliveira. De acordo com Oliveira, o município tem trabalhado para integrar os refugiados na sociedade e conseguir empregos. “Infelizmente temos no Brasil uma situação complicada de empregos, mas estamos conseguindo resultados”, complementa. 

Por enquanto, não há relatos de aversão de pernambucanos a venezuelanos. “Estamos tranquilos com a comunidade local, há uma receptividade muito boa e uma preocupação das famílias do entorno em ajudar. Inclusive, a primeira pessoa que começou a trabalhar foi encaminhada por um vizinho daqui”, revela Alberes Mendonça, gestor da ong Aldeias Infantis SOS, que recebe os refugiados em Pernambuco.

O planejamento era que os imigrantes ficassem apenas três meses no local. Com a dificuldade de assinarem a carteira de trabalho, é possível que o prazo se estenda. “Já estamos no nosso limite”, diz o secretário Marcelo Oliveira. Apesar disso, a crise migratória perdura. "Acho que toda e qualquer empresa, privada ou governamental, pode ajudar. Temos entrado em contato com o Governo do Estado para tentar fazer um levantamento de vagas. De maneira geral, são pessoas que têm curso técnico e superior. A vontade deles de se estabelecer aqui no Brasil e tocar suas vidas faz com que aceitem qualquer emprego. Eles estão dispostos", reforça Alberes Mendonça. 

Pernambuco terminou 2017 com uma taxa de 17,6% de desempregados, o equivalente a 723 mil pessoas. É a segunda maior taxa do país, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). O estado ficou atrás apenas do Amapá, com 17,7%.

O marceneiro Juan Carlos Vilar Varela mostra onde mora. A casa é compartilhada por duas famílias. Há, na entrada, uma sala de uso comum com uma tv que chuviscava. Subindo as escadas, dois quartos e o banheiro. Tanto na fachada quanto na porta de cada quarto, há o nome do refugiado escrito na folha de um papel. Na cama que Juan divide com Yolimar, uma carteira amassada de cigarro. Eles não podem fumar nem ingerir bebida alcoólica dentro da ong. 

“Eu saí da Venezuela pesando 54 quilos”, diz o marceneiro, que agora está com 73 kg. Apesar da melhora, Juan e a esposa sabem que o Brasil enfrenta crises e tem problemas graves como a violência. Yolimar já visualizou facetas negativas do povo brasileiro. Ela lembra: “Fomos a uma missa. Um homem na entrada da igreja disse ‘venezuelanos não’. Em uma padaria, não podíamos sentar nas cadeiras, disseram que era para exclusivos, imaginei que significasse que era apenas para brasileiros”. Apesar disso, ela conclui resiliente: “O que vivemos no Brasil não se compara. A Venezuela acabou, está em ruínas”.

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Imagens do presidente da Venezuela Nicolás Maduro em um restaurante em Istambul, na Turquia, tem causado revolta entre os venezuelanos, que enfrentam uma crise econômica com índices altos de fome. O restaurante visitado por Maduro é do badalado chef Nusret Gokce, conhecido como Salt Bae. 

O local costuma atender celebridades internacionais como Leonardo di Caprio e Cristiano Ronaldo. O prato nos restaurantes do chef Salt Bae varia entre US$ 70 e US$ 250, segundo meios de comunicação gastronômicos. O valor equivale de dois a oito meses de salário mínimo na Venezuela, de acordo com o jornal Folha de São Paulo.

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O ditador foi filmado, ao lado de sua esposa, Cilia Flores, fumando charuto e comendo suculentos pedaços de carne assada. "Isso é apenas uma vez na vida", chega a dizer Maduro. 

A passagem por Istambul foi realizada enquanto ele voltava de uma viagem a China, para buscar financiamentos. Nicolás Maduro chegou a Caracas, capital da Venezuela, na madrugada dessa segunda-feira e confirmou a parada na Turquia, segundo ele, para atender convites das autoridades locais. 

"Almoçamos em um restaurante famoso. Envio saudações a Nusret, que nos atendeu pessoalmente, estivemos conversando, desfrutando com ele (...) ama a Venezuela", disse o mandatário, em cadeia de rádio o TV. 

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez nesta terça-feira (28) um chamado para que pessoas que fugiram para outros países por causa da crise voltem para suas casas.

Segundo o mandatário, os migrantes venezuelanos viraram vítimas da "escravidão", da "perseguição" e do "desprezo" a que são submetidos nos "países de direita". "Deixem de lavar privadas no exterior e venham viver na pátria e amar a Venezuela", disse.

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As declarações foram dadas durante uma cerimônia no Palácio de Miraflores, em Caracas, por ocasião do retorno de 89 pessoas que haviam fugido para o Peru. A iniciativa faz parte do "Plano Volta à Pátria", que é patrocinado pelo governo.

Maduro ainda afirmou que muitos venezuelanos escutaram o "canto da sereia para viver no meio da guerra econômica" e só conseguiram "racismo, desprezo e perseguição". "Aqui nunca houve campanha xenófoba. Aqui não perseguimos colombianos nas ruas, como fazem as oligarquias colombianas e de Lima", acrescentou.

Desde 2015, mais de 1,6 milhão de venezuelanos fugiram para países da região, como Colômbia, Equador, Peru e Brasil, gerando a mais grave crise humanitária deste século na América do Sul. A situação já é comparada pelas Nações Unidas à emergência migratória no Mediterrâneo.

Da Ansa

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil pediu ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, respeito à democracia. Em comunicado, o Itamaraty ressalta que é fundamental a existência da oposição e que todas as formas de violência política são condenáveis.  

“Ao reiterar sua mais firme condenação a todas as formas de violência política na Venezuela ou em qualquer outro país, o governo brasileiro apela ao governo venezuelano o respeito aos direitos inerentes às atividades da oposição, sem a qual não pode existir democracia", afirma o ministério, em nota.  

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Itamaraty também demonstra preocupação com as suspeitas contra a deputada da oposição María Corina Machado. A ex-candidata à presidência foi cassada por fazer críticas ao governo Maduro e acusada de planejar um suposto atentado de um grupo de militares contra o presidente venezuelano.  

No começo deste mês, María Corina Machado se reuniu com o presidente da Colômbia, Iván Duque, para negociar articulações que favoreçam a liberdade política na Venezuela. Em julho de 2017, a deputada apresentou uma denúncia na Corte Penal Internacional (CPI) contra Maduro por crimes de tortura e segregação.  

Um grupo de 17 jovens considerados presos políticos recebeu liberdade no estado de Nova Esparta, na Venezuela, segundo a presidente da Comissão de Política Interna do Parlamento, Delsa SolórzanoTodos foram detidos em 2017 durante protestos contra o governo de Nicolás Maduro. 

Delsa afirmou que as libertações não têm ligação com as medidas da Assembleia Nacional Constituinte, que há poucas semanas concedeu benefícios processuais a 123 pessoas. 

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De acordo com dados da Organização Não Governamental (ONG) Fórum Penal, no país venezuelano há 280 presos políticos. A mesma ONG já havia denunciado que as medidas processuais concedidas pelo governo Maduro, por meio do plano de reconciliação nacional, também beneficiaram presos comuns. 

 

Após sofrer sanções dos Estados Unidos, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou hoje (22) como “persona non grata” os dois diplomatas norte-americanos sediados em Caracas. Com a declaração, Maduro determinou a expulsão do encarregado de negócios, Todd Robinson, e do ministro conselheiro, Brian Naranjos, do território venezuelano.

Os dois diplomatas terão 48 horas para deixar a Venezuela. A reação dos Estados Unidos foi definida após a reeleição de Maduro, no último domingo (20).

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Maduro expediu a ordem depois de ser proclamado presidente da República Bolivariana da Venezuela para mais um mandato de seis anos, no período 2019-2025. A cerimônia foi na sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em Caracas.

De acordo com o presidente reeleito, as sanções impostas pelos Estados Unidos afetam diretamente a população venezuelana, causando danos econômicos e financeiros.

Na lista de sanções, está uma série de exigências para o pagamento das dívidas públicas e de títulos venezuelanos para limitar a capacidade do Executivo bolivariano de liquidar ativos em território estadunidense. Também há a proibição de comprar qualquer dívida prometida como garantia após a entrada em vigor da ordem executiva, assinada ontem pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Reações às eleições

No poder desde 2013, Maduro foi reeleito por 67,7% dos votos. Mas o resultado das eleições foi contestado, não só pela oposição venezuelana como também por boa parte da comunidade internacional. Mais de 50% do eleitorado da Venezuela se absteve de votar.

O Brasil e mais 13 nações emitiram uma declaração, assinada pelo Grupo de Lima, em repúdio à reeleição de Maduro. Argentina e mais cinco países também reagiram ao resultado das eleições, informando que não vão reconhecer o pleito como legítimo.

A Venezuela vive uma grave crise econômica, política e social. Imigrantes venezuelanos buscam refúgios no Brasil e demais países vizinhos devido ao desabastecimento e ausência de perspectivas em Caracas e arredores.

*Com informações da Telesur, emissora pública de televisão da Venezuela, e Prensa Latina, agência pública de notícias de Cuba.

Em uma votação com menos de 50% de participação do eleitorado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi reeleito para governar o país até 2025. A oposição, no entanto, não reconhece o resultado.

Segundo o Comitê Nacional Eleitoral (CNE), presidido pela chavista Tibisay Lucena, Maduro recebeu cerca de 68% dos votos (5,8 milhões), com 96% das urnas apuradas. Já seu principal rival, Henri Falcón, teve 21% (1,8 milhão).

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Dissidente chavista, Falcón rompera com a aliança de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD), que pregava o boicote às eleições, e sai das urnas denunciando ilegalidades na vitória de Maduro. "Não reconhecemos este processo eleitoral e o qualificamos como ilegítimo", denunciou o candidato, exigindo uma nova votação.

"Estamos obtendo 68% dos votos, com 47 pontos de vantagem para o candidato que mente", comemorou Maduro, acusando seu rival de ter denunciado fraudes antes mesmo que os resultados viessem à tona. Os outros dois postulantes, Javier Bertucci e Reinaldo Quijada, ficaram com 11% e 0,5% dos votos, respectivamente.

A afluência foi de 46%, uma queda de mais de 30 pontos em relação às últimas eleições presidenciais, em 2013, vencidas por Maduro por pouco mais de 200 mil votos sobre Henrique Capriles.

A oposição contesta a validade do pleito, que estava previsto para o fim deste ano, mas acabou antecipado repentinamente para maio. A decisão foi amparada pela Assembleia Nacional Constituinte (ANC), órgão dominado pelo chavismo e formado pelo governo para suplantar os poderes do Parlamento, controlado pela oposição.

Estados Unidos, União Europeia e o Grupo de Lima, que inclui diversos países das Américas, como o Brasil, não devem reconhecer o resultado da votação. A Igreja Católica também é crítica desse processo eleitoral.

"Hoje tivemos outro simulacro de eleição democrática na Venezuela. Claramente isso não é mais uma democracia", acusou o presidente da Argentina, Mauricio Macri. O vizinho Chile também não reconheceu o resultado da votação.

As eleições venezuelanas ocorreram em meio a uma grave crise econômica e social, com inflação galopante e centenas de milhares de migrantes forçados se espalhando pela América Latina. A tensão se arrasta desde 2013, quando Maduro assumiu o lugar do falecido Hugo Chávez e passou a conviver com protestos cada vez mais inflamados nas ruas do país.

O ponto mais crítico para o presidente foi em 2015, quando a oposição venceu as eleições legislativas e assumiu a maioria no Parlamento. No entanto, o governo, amparado por uma Suprema Corte e órgãos eleitorais pró-chavismo, entrou em rota de colisão com o Legislativo.

Em 2017, novos protestos tomaram as ruas da Venezuela, gerando dezenas de mortos e fazendo Maduro convocar eleições para uma assembleia constituinte. A oposição, que já detinha o poder Legislativo, boicotou o pleito, também questionado pela comunidade internacional.

Ainda contribuiu para a crise venezuelana a derrocada do preço do petróleo, principal produto da frágil economia do país, que sofre com carência de alimentos e itens básicos. 

Da Ansa

Vinte milhões de eleitores foram convocados às urnas, neste domingo (20), para escolher quem governará a Venezuela durante os próximos seis anos. Apesar da grave crise (marcada pela hiperinflação, o desabastecimento e o êxodo de milhares de venezuelanos), o atual presidente, Nicolás Maduro, está confiante na reeleição – até porque a oposição está dividida, e seus principais rivais políticos foram presos, exilados ou proibidos de se candidatar.

Já quem quer uma mudança terá que decidir entre votar em um dos candidatos, que disputam a Presidência com Maduro, ou aderir ao boicote, proposto pelos principais partidos opositores.

Dos três candidatos que disputam com Maduro, apenas um – Henri Falcón – tem chances de derrotá-lo. O ex-governador, de 56 anos, já pertenceu ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder há 18 anos, antes de passar para a oposição. Mas ele se opôs à decisão da maioria dos partidos opositores, que integram a frente Mesa de Unidade Democrática (MUD), de fazer campanha pela abstenção.

Falcón lançou a sua própria candidatura, na esperança de obter o apoio dos milhares de venezuelanos descontentes, que há anos fazem filas quilométricas nas portas de supermercados vazios e sentem que seu dinheiro vale cada vez menos. Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação venezuelana este ano pode chegar a 13 mil por cento.

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“Nosso governo vai respeitar os Direitos Humanos, e mudaremos a Venezuela com o voto, não com a abstenção”, disse Falcón durante a campanha. Ele argumentou que ditaduras como a chilena, de Augusto Pinochet (1973-1990), e a espanhola, de Francisco Franco (1939-1975), que tiveram fim via eleições.

Além de Maduro e de Henri Falcón (Avançada Progressista), disputam o cargo Reinaldo Quijada (Unidade Política Popular 89) e o pastor Javier Bertucci (Esperança pela Mudança).

Muitos outros opositores – entre eles, os mais moderados, como Henrique Capriles – lembram que já tentaram derrotar Maduro nas urnas. E que, apesar de terem conquistado a maioria parlamentar em 2015, o governo nunca os deixou legislar. No ano passado, a Suprema Corte decidiu que o Parlamento não tinha legitimidade porque deu posse a três deputados cuja eleição tinha sido questionada, fato que abriu uma grave crise política no país.

Segundo esses lideres da oposição, participar das eleições seria legitimar uma fraude.

Pressão internacional

A Venezuela enfrentou novas pressões internacionais às vésperas das eleições. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reafirmou que não vai aceitar o resultado das eleições deste domingo. “Temos conhecimento de um plano do regime de Maduro, que está em andamento desde o final do ano passado, de dar cédulas de identidade a cidadãos colombianos e transportá-los para votar nas eleições do dia 20”, afirmou Santos. 

O presidente do Chile, Sebastian Piñera, usou sua conta Twitter no sábado (19) para acusar Maduro de “causar tanta dor e sofrimento ao seu povo," e de se "aferrar ao poder”.

Os Estados Unidos já tinham pedido a Maduro que suspendesse as eleições. Na sexta-feira (18), o Departamento do Tesouro norte-americano anunciou sanções econômicas contra o constituinte Diosdado Cabello – um dos homens mais influentes do governo.

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, Tibsay Lucena, disse que tudo estava pronto para a eleição deste domingo e criticou duramente “os ataques” da comunidade internacional ao processo eleitoral da Venezuela.

Na segunda-feira (21), os chanceleres do G-20 (grupo das vinte maiores economias do mundo) se reunirão em Buenos Aires. Os resultados das eleições venezuelanas devem ser discutidos, apesar de não fazerem parte da agenda.

As opiniões estão divididas. O anfitrião, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, é um duro crítico do governo da Venezuela. Maduro recebeu o apoio do presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, que, como ele, tem sido alvo de críticas internacionais. 

Candidato à reeleição, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi o primeiro a votar no colégio eleitoral no qual está inscrito, na região oeste de Caracas, em um pleito no qual busca a reeleição e que não conta com a participação da grande maioria da oposição, que o considera fraudulento.

Maduro, que chegou ao local acompanhado da mulher, Cilia Flores, e de parte de sua equipe, considerou a jornada de votação de "um dia de celebração e participação, uma festa eleitoral". Ele pediu aos venezuelanos para, nas urnas, "provar ao mundo que a Venezuela deve ser respeitada, é uma república soberana, livre e independente".

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"Que ninguém perca este dia histórico (...), cuidemos todos dos centros eleitorais, cuidemos para que tudo aconteça em paz (...). Digo a todos os venezuelanos: o seu voto decide, votos ou balas, pátria ou colônia, paz ou violência, independência ou subordinação", afirmou.

O presidente venezuelano disse que espera "uma muito boa participação" de eleitores neste domingo [20] e que, ao final, os resultados serão "reconhecidos pelo povo", que "irá defendê-los;".

Maduro alegou novamente a existência do que chamou de "campanha feroz" de vários países para evitar a realização do pleito e pediu à comunidade internacional para "não antecipar posição" de rejeição a um resultado eleitoral que ainda não é conhecido.

Também disputam o cargo de presidente o ex-governador Henri Falcón - um chavista dissidente que não apoiou a decisão da coalizão oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) de não participar e inscreveu candidatura -, o ex-pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.

Nestas eleições, na qual a MUD pediu que os eleitores não votem, também serão eleitos os membros dos conselhos legislativos dos 23 estados e dos 335 municípios. 

Votações

Os centros de votação na Venezuela começaram a abrir às 6h de Caracas (7h em Brasília) para a eleição na qual o atual presidente, Nicolás Maduro, tenta a reeleição, e a grande maioria da oposição não participará, por considerá-la fraudulenta, da mesma forma que governos de vários países.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), entidade que tem a desconfiança da MUD, montou 14.638 centros de votação em todo o território venezuelano com 34.143 mesas eleitorais.

Mais de 150 observadores internacionais acompanham o pleito, que está sendo realizado apesar de vários países, como os Estados Unidos e os da União Europeia, terem apelado para que fosse suspenso, alegando que não há condições de transparência.

A maioria da oposição, além de não participar das eleições, organizou protestos em dezenas de cidades ao redor do mundo para coletar assinaturas e denunciar a crise na Venezuela. 

Por Agência EFE

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira que o país elevou a produção de petróleo em 250 mil barris por dia (bpd) no começo de 2018, para 1,8 milhão, contrariando os números da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Nesta semana, o cartel publicou relatório mensal no qual mostra que a produção de janeiro da Venezuela caiu 47,3 mil barris por dia, para 1,6 milhão de bpd.

Em coletiva de imprensa, Maduro elogiou o acordo firmado em 2016 entre a Opep e países de fora do cartel para reduzir a produção de petróleo e equilibrar os preços da commodity, segundo o jornal Correo del Orinoco.

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Maduro ainda aproveitou a coletiva para responder às ameaças dos Estados Unidos de impor um embargo petroleiro à Venezuela, dizendo que isso "custaria a carreira política de Donald Trump".

"O embargo anunciado pela imprensa americana e sugerido pelo secretário de Estado, Rex Tillerson, é uma medida ilegal contra o Direito Internacional e inconveniente aos interesses dos Estados Unidos e da Venezuela", afirmou Maduro. (Flavia Alemi - flavia.alemi@estadao.com)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira que o país elevou a produção de petróleo em 250 mil barris por dia (bpd) no começo de 2018, para 1,8 milhão, contrariando os números da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Nesta semana, o cartel publicou relatório mensal no qual mostra que a produção de janeiro da Venezuela caiu 47,3 mil barris por dia, para 1,6 milhão de bpd.

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira que o país elevou a produção de petróleo em 250 mil barris por dia (bpd) no começo de 2018, para 1,8 milhão, contrariando os números da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Nesta semana, o cartel publicou relatório mensal no qual mostra que a produção de janeiro da Venezuela caiu 47,3 mil barris por dia, para 1,6 milhão de bpd.

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O governo da Venezuela iniciou neste sábado (25) a distribuição gratuita de medicamentos a 35.651 pacientes, em um plano estatal que visa a mitigar a aguda escassez de remédios no país, estimada em 95% pelo sindicato médico.

O presidente Nicolás Maduro relançou em outubro o sistema 0800SaludYa, para a solicitação de medicamentos por telefone. Quem fizer o pedido deve ter o 'Carnê da Pátria', um cartão eletrônico que dá acesso a programas sociais que a oposição denuncia como um instrumento de "controle social".

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"Estamos fazendo entregas em dez (de 24) estados, cobrindo 72% das solicitações", disse neste sábado o ministro da Saúde, Luis López, à emissora oficial VTV de um dos pontos habilitados para a distribuição.

A partir desta quarta-feira, anunciou López, o atendimento se estenderá ao restante das regiões.

O número de beneficiários, no entanto, está longe de satisfazer à demanda. Francisco Valencia, presidente da ONG Coalizão de Organizações pelo Direito à Saúde e à Vida (Codevida), disse à AFP que 300.000 pacientes crônicos são afetados pelo desabastecimento de medicamentos.

Valencia qualifica de "alarmante" a "ausência absoluta e prolongada" de remédios básicos para o tratamento de doenças como insuficiência renal, câncer ou esclerose múltipla.

Segundo a ONG, pessoas transplantadas correm o risco de perder seus órgãos.

Na segunda-feira passada, pacientes e seus familiares fizeram uma passeata até as embaixadas de Canadá, Costa Rica, Holanda e Peru para pedir que estes países pressionem Caracas para abrir "um canal humanitário" para a entrada de medicamentos no país. Isto, após a morte de dois transplantados devido à falta de remédios nas duas semanas anteriores.

Embora o governo negue a existência de uma "crise humanitária", Maduro denuncia que as sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos contra a Venezuela afetaram as operações para importar comida e remédios.

López asseverou que a iniciativa relançada do governo busca "romper o bloqueio que se quer implantar".

A escassez disparou desde 2014, com a queda a menos da metade dos preços do petróleo, fonte de 96% das divisas venezuelanas. O governo, em sérios problemas financeiros, cortou a importação de remédios e de insumos para produzi-los.

O brasileiro Michel Temer é considerado o presidente com maior taxa de rejeição do mundo, atrás até do venezuelano Nicolás Maduro, indicou uma pesquisa do grupo de análise política Eurasia. De acordo com a sondagem, que coletou dados a partir do mês de agosto, Temer detém 3% de aprovação popular, a menor em todo o mundo.

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que enfrenta denúncias de corrupção, tem 18%. Já o venezuelano Nicolás Maduro, que trava um confronto político interno com a oposição e cujo país fora sancionado em fóruns internacionais devido à censura e prisão de seus adversários, tem 23% de apoio popular.

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A lista dos líderes "mais impopulares" conta ainda com o mexicano Enrique Penã Nieto, com 28% de aprovação; a premier britânica, Theresa May, que possui 31% e conduz o polêmico processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE); o norte-americano Donald Trump, com 37%; e o francês Emmanuel Macron, com 45%, que, apesar de recém-eleito, tem gerado reações internas por seus projetos de reformas.

Ontem, Temer se livrou de sua segunda denúncia em três meses. A Câmara dos Deputados negou o prosseguimento da denúncia de obstrução de justiça e participação em organização criminosa, por 251 votos a favor e 233 contrários.

A aliança opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) postergou para esta sexta-feira (4) a marcha "contra a fraude da Assembleia Constituinte", eleita no domingo passado entre protestos dos cidadão e com a rejeição de grande parte da comunidade internacional. A informação é da agência argentina Télam.

O antichavismo quer que a manifestação coincida com a instalação da Constituinte no Palácio Federal Legislativo que o presidente Nicolás Maduro marcou para amanhã para que "se leve a cabo em paz".

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A Constituinte vai instalar-se na sede do atual Parlamento, de maioria absoluta oposicionista e contra o qual, segundo Maduro e alguns membros da Assembleia eleita domingo, este órgão plenipotenciário posto em marcha para mudar a Carta Magna e reordenar o Estado “tomará medidas”.

da Agência Télam

O único filho do presidente venezuelano Nicolás Maduro, "Nicolasito" Maduro, foi eleito membro da Assembleia Constituinte, conforme anunciou o Conselho Nacional Eleitoral do país nessa terça-feira (1°). A eleição marca a entrada de Nicolás Ernesto Maduro Guerra, de 27 anos, na vida política da Venezuela. Aos 27 anos, "Nicolasito" é economista e foi eleito para a Constituinte como representante da administração pública.

Pelo Twitter, "Nicolasito" agradeceu à população. "Obrigado querido povo trabalhador. Hoje todos somos todos Constituinte. Nosso compromisso: ser sua voz na #ANC pela "VenezuelaPotencia", escreveu.

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"Nicolasito" já ocupou diversos cargos criados por seu pai no governo da Venezuela, inclusive o de diretor de um grupo anticorrupção da presidência. Em 2015, o filho de Maduro ficou conhecido após um vídeo em que ele aparece dançando sob uma chuva de dólares circular pela internet.

Os três principais partidos de esquerda do Brasil - PT, PC do B e PDT - intensificaram o discurso em defesa do regime chavista de Nicolás Maduro na Venezuela no momento que o país vizinho vive uma escalada de violência política que já deixou mais de cem mortos desde abril, segundo o Ministério Público local.

Na quarta-feira passada, o PT e o PCdoB subscreveram em Manágua, capital de Nicarágua, a resolução final do 23.º Encontro do Foro de São Paulo, organização que reúne diversos partidos de esquerda da América Latina e do Caribe. O texto defende a elaboração de uma nova Constituição que amplia os poderes de Maduro, exalta o "triunfo das forças revolucionárias na Venezuela" e diz que a "revolução bolivariana é alvo de ataque do imperialismo e de seus lacaios".

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Presente ao encontro, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), fez um discurso no qual afirmou que o partido manifesta "apoio e solidariedade" ao governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), seus aliados e ao presidente Nicolás Maduro "frente à violenta ofensiva da direita contra o governo da Venezuela".

Os representantes brasileiros no Foro não fizeram menção ao ataque ao parlamento neste mês promovido por militantes chavistas ou às denúncias de violência por parte do aparato militar oficial do Estado.

O acirramento da violência tem como marco o mês de abril, com a morte de dois estudantes. No dia 6, Jairo Ortiz, de 19 anos, levou um tiro no tórax durante um protesto. Dias depois, Daniel Queliz, 20 anos, foi morto com um tiro no pescoço. Para a oposição, Maduro quer mudar a Constituição para ampliar seus poderes.

"Nosso apoio ao Maduro é total. O Foro foi bem unificado em relação à Venezuela. Não houve omissão, porque a virulência da oposição está grande e conta com muito apoio externo", afirmou Ana Prestes, da Fundação Maurício Grabois e uma das representantes do PC do B. Procurada, Gleisi Hoffmann não quis se manifestar.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que integra a direção nacional do partido, disse que a legenda "não corrobora com ações de violência estatal". Em Manágua, representantes do PT e do PC do B também condenaram o ataque feito por oposicionistas à Corte Suprema venezuelana. O PDT não enviou representantes ao evento, mas alinhou o discurso. "Nós apoiamos a autonomia do povo venezuelano de decidir seu destino. Condenamos atos de violência, mas pontuamos que, no caso da violência, ela vem dos dois lados", disse Carlos Lupi, presidente nacional do PDT.

O evento na Nicarágua, que homenageou o líder cubano Fidel Castro, produziu uma resolução de rechaço ao que foi chamado de "golpe de Estado" no Brasil e de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Reduzido. Oficialmente, o Foro de São Paulo tem sete partidos brasileiros inscritos: PT, PDT, PC do B, PCB, PPL, PSB e PPS. A maioria deles, porém, deixou de enviar representantes ao evento nos últimos anos.

"Hoje apenas alguns membros antigos do diretório do PSB defendem o Foro. O regime de Maduro é uma loucura. A Constituinte que ele convocou é uma tentativa de Estado totalitário", O secretário-geral do PCB, Edmilson Costa, que o partido tem críticas ao Foro, mas apoia "incondicionalmente o governo bolivarianista de Maduro".

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que o partido nunca participou do encontro, mas preferiu não opinar sobre o regime de Maduro. O ex-ministro Roberto Freire, presidente do PPS, disse que estava no início do Foro de São Paulo, mas se afastou. "Era uma reunião na qual existiam partidos que tinham uma visão democrática bem acentuada, tal como nós. Imaginava-se que aquilo iria ser uma organização pluralista.

No momento em que passou a ser um instrumento de concepções antidemocráticas e totalitárias que resultaram nessa ditadura venezuelana, o partido se afastou. "O Foro foi fundado em 1990 por Lula e Fidel. O objetivo inicial era debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim. A primeira edição ocorreu na cidade de São Paulo, daí o nome dado ao encontro. Desde então, ocorre a cada um ou dois anos.

Professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Oliver Stunkel, o Foro de São Paulo teve maior importância no primeiro mandato de Lula, a partir da atuação do então assessor especial para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. "Era uma plataforma importante para auxiliar os presidentes no momento em que a esquerda crescia na America Latina", disse Stunkel. Essa importância, segundo o professor, já não é a mesma porque os representantes dos países no Foro não têm mais ligação direta com os presidentes da República.

No início do governo Lula, lembrou, as esquerdas viviam um período de ascensão no continente. A influência do Foro era sentida nas negociações do Mercosul e até nas decisões econômicas do Brics (grupo de países emergentes). Além do próprio Lula, o período teve governantes como Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), Cristina Kirchner (Argentina), Fernando Lugo (Paraguai) e Manuel Zelaya (Honduras). "Apoiamos a autonomia do povo venezuelano (...). Condenamos atos de violência, mas pontuamos que, no caso da violência, ela vem dos dois lados."

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