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Já são mais de 600 mil assinaturas em apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao prêmio Nobel da Paz, em um manifesto aberto pelo arquiteto e ativista de direitos humanos, Adolfo Pérez Esquivel.

Na primeira fase da campanha, o ex-presidente conseguiu apoio de todas as categorias, incluindo chefes de Estados e ganhadores do prêmio em outras edições. Esse apoio foi feito direto no site do Comitê Norueguês, que é organizador do Nobel.

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O arquiteto informou que “a paz não é apenas a ausência de guerra, ou a morte de uma ou de muitas pessoas. A paz é também dar esperança ao futuro do ponto, especialmente aos setores mais vulneráveis, vítimas da cultura do descarte”, fazendo alusão ao trabalho do ex-presidente.

Lula é apontado por seus apoiadores como um promotor da paz através de iniciativas implantadas por ele como o programa Fome Zero e o Bolsa Família. Assim, o ex-presidente teria incluído e protegido mais de 35 milhões de pessoas que estavam vivendo à margem do sistema.

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A Nobel da Paz Nadia Murad, ex-escrava dos jihadistas no Iraque e membro da minoria yazidi, comparecerá, nesta terça-feira (5), ao discurso sobre o estado da União de Donald Trump, junto com as muitas personalidades e anônimos convidados pelos congressistas americanos.

A tradição permite aos 535 membros do Congresso escolherem um convidado para acompanhá-los durante esse discurso anual, no qual o presidente expõe seu programa e sua visão em relação ao futuro.

Os membros do Senado (100) e da Câmara de Representantes (435) aproveitam essa possibilidade para chamar a atenção sobre causas que consideram importantes.

Para o congressista republicano Jeff Fortenberry, que se mostrou "lisonjeado" por ter podido convidar Murad, o mundo "precisa ouvir" a história da jovem yazidi.

Sequestrada pelo grupo Estado Islâmico (EI) em 2014, Murad viveu uma situação similar à de milhares de mulheres de sua comunidade: sofreu torturas, estupros coletivos, foi vendida e revendida nos mercados de escravas dos jihadistas. Após escapar do inferno, recebeu o prêmio Nobel da Paz, em 2018.

Os vencedores do prêmio Nobel da Paz, o médico congolês Denis Mukwege e a yazidi Nadia Murad, ex-escrava de extremistas, disseram neste domingo esperar que o prêmio ajude a dar fim à impunidade dos autores de violências sexuais.

O ginecologista de 63 anos e a jovem iraquiana, de 25, receberão nesta segunda-feira em Oslo o Nobel atribuído conjuntamente por sua luta contra o estupro como "arma de guerra".

"Este prêmio Nobel no fará a violência desaparecer, nem os ataques a mulheres, grávidas, crianças, bebês", declarou Murad à imprensa.

"Mas nosso objetivo é que o prêmio abra portas, e já é o caso", acrescentou.

Como outras milhares de mulheres yazidis, Murad foi submetida à escravidão sexual pelo grupo extremista Estado Islâmico após uma ofensiva no Iraque em 2014.

Após conseguir escapar, a jovem, cuja mãe e seis irmãos foram assassinados, luta para que a perseguição ao povo curdo seja reconhecida como genocídio.

"Nenhum membro do Estado Islâmico foi julgado. Já não estão no Iraque, mas vemos que os estupros continuam como arma de guerra", destacou.

Denis Mukwege atende vítimas de violência sexual há duas décadas no hospital de Panzi, fundado no Bukavu, leste da República Democrática do Congo (RDC), região afetada pela violência crônica.

"A denúncia não é suficiente, é preciso agir", disse em coletiva de imprensa.

"Nos conflitos armados, (...) a transformação dos corpos das mulheres em campo de batalha é um ato inadmissível em nosso século", acrescentou.

O prêmio Nobel da Paz é composto por uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de 9 milhões de coroas suecas (993 mil dólares).

Com apenas 25 anos, depois de ter sobrevivido a meses de calvário nas mãos de extremistas no Iraque e de se tornar porta-voz da minoria yazidi, Nadia Murad recebe o Prêmio Nobel da Paz na próxima segunda-feira (10).

A jovem iraquiana foi agraciada com este prêmio em outubro, junto com o médico congolês Denis Muwkege, por seus esforços para "pôr fim ao uso da violência sexual como arma de guerra".

Primeira personalidade iraquiana a receber essa distinção, Nadia Murad segue, da Alemanha - país onde vive -, "o combate de seu povo para que os países europeus acolham os deslocados yazidis e para que se reconheça como genocídio as perseguições cometidas em 2014 pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Para isso, os yazidis contam com uma grande aliada: Amal Clooney, a advogada e ativista dos direitos humanos anglo-libanesa, que escreveu o prólogo do livro de Nadia "Eu serei a última".

Nadia poderia ter desfrutado de uma vida tranquila em sua cidade natal, Kosho, perto do reduto yazidi de Sinjar, uma zona montanhosa entre Iraque e Síria. Mas o rápido avanço do EI em 2014 mudou seu destino.

Em agosto de 2014, ela foi sequestrada e levada à força para Mossul, um bastião do EI reconquistado há mais de um ano. Este foi o início de um calvário de muitos meses: torturada, disse ter sido vítima de múltiplos estupros coletivos antes de ser vendida diversas vezes como escrava sexual.

Naquele ano, o EI teve uma rápida ascensão e assumiu o controle de amplas faixas do país. Em agosto, foi o povoado de Murad, perto do reduto yazidi de Sinjar (norte), que sucumbiu à invasão dos jihadistas.

Nadia Murad - assim como sua amiga Lamiya Aji Bashar, com a qual venceu o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu em 2016 - repete sem cessar que mais de 3.000 yazidis continuam desaparecidas e que provavelmente permanecem em cativeiro.

- Torturas e estupros -

Os extremistas queriam "roubar nossa honra, mas perderam a honra deles", disse aos eurodeputados Nadia Murad, que foi nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU e luta pela proteção das vítimas do tráfico de pessoas.

Além de sofrer torturas e estupros, Murad teve de renunciar a sua fé yazidi, uma religião ancestral desprezada pelo EI, praticada por meio milhão de pessoas no Curdistão iraquiano.

"A primeira coisa que fizeram foi nos forçar a uma conversão ao Islã. Depois fizeram o que queriam", afirmou Nadia à AFP em 2016.

Assim como milhares de outras yazidis, ela foi obrigada a "casar" com um extremista que a agredia, como relatou em um comovente discurso no Conselho de Segurança da ONU em Nova York.

"Incapaz de suportar tantos estupros", ela decidiu fugir. Graças à ajuda de uma família muçulmana de Mossul, Nadia obteve documentos de identidade que permitiram sua viagem até o Curdistão iraquiano.

Após a fuga, a jovem - que disse ter perdido seis irmãos e a mãe no conflito - viveu em um campo de refugiados no Curdistão, onde entrou em contato com uma organização de ajuda aos yazidis. Esta ajudou em seu reencontro com a irmã na Alemanha.

- 'Castigados' -

Depois do anúncio do Nobel da Paz, Nadia explicou que, para ela, "justiça não quer dizer matar todos os membros do Daesh [acrônimo do EI em árabe] que cometeram esses crimes", mas "levá-los a um tribunal e vê-los admitir diante da justiça os crimes que cometeram contra os yazidis e que sejam punidos por esses atos".

Para os combatentes do EI em sua interpretação ultrarradical do Islã, os yazidis são hereges.

De fala curda, os fiéis dessa religião esotérica ancestral acreditam no Deus único e no "chefe dos anjos", representado por um pavão real.

Na Alemanha, ela se tornou uma respeitada porta-voz de seu povo, que antes de 2014 tinha 550.000 membros no Iraque. Hoje, quase 100.000 abandonaram o país, e outros estão no Curdistão.

Murad conseguiu que as perseguições cometidas em 2014 fossem reconhecidas como genocídio. O Conselho de Segurança da ONU se comprometeu a ajudar o Iraque a coletar provas sobre os crimes do EI.

Seu "combate" também reservou algumas boas surpresas. No dia 20 de agosto, a jovem anunciou no Twitter que se casará com outro ativista da causa yazidi, Abid Shamdeen.

"O combate a favor de nosso povo nos uniu e seguiremos neste caminho juntos", escreveu.

O ginecologista congolês Denis Mukwege e a ativista yazidi Nadia Murad, dois símbolos da luta contra a violência sexual, receberão na segunda-feira (10) o Prêmio Nobel da Paz, que este ano chamou a atenção para o uso do estupro como arma de guerra.

Murad, 25 anos, e Mukwege, 63, receberão o prêmio em Oslo. Os dois foram reconhecidos pelo Comitê Nobel "por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra".

Mukwege trabalha há 20 anos no tratamento das feridas e traumas das mulheres que são vítimas de abusos no leste da República Democrática do Congo, região afetada pela guerra.

"Nós fomos capazes de traçar uma linha vermelha contra as armas químicas, as armas biológicas e as armas nucleares", declarou à AFP em 2016. "Agora devemos traçar também uma linha vermelha contra o estupro como arma de guerra".

Murad se tornou uma incansável defensora dos direitos dos yazidis desde que sobreviveu aos horrores do cativeiro nas mãos do grupo Estado Islâmico (EI), que conquistou amplas faixas de território no Iraque e Síria e transformou a comunidade de língua curda em um de seus alvos.

Capturada em 2014, foi submetida a um casamento forçado, agredida e vítima de um estupro coletivo antes de escapar.

Os dois vencedores dedicaram o prêmio às mulheres que sofrem violência sexual em todo o mundo.

"Denis Mukwege é o ajudante que dedicou sua vida a defender estas mulheres. Nadia Murad é a testemunha que fala dos abusos dos quais ela e outras foram vítimas", disse a presidente do Comitê Nobel, Berit Reiss-Andersen, ao anunciar o prêmio, em 5 de outubro.

"Cada um, a sua maneira, ajudou a dar maior visibilidade à violência sexual em tempos de guerra, para que os autores prestem contas por suas ações".

- Busca por justiça -

Murad e Mukwege representam o combate contra um flagelo global que vai além de uma única guerra, como demonstrou o movimento #MeToo.

Mukwege já tratou dezenas de milhares de vítimas, mulheres, crianças e até bebês de apenas alguns meses, em seu hospital de Panzi, que fundou em 1999 na região congolesa de Kivu do Sul.

Murad foi uma das milhares de yazidis sequestradas, agredidas e estupradas pelos extremistas do EI em 2014.

As mulheres mais velhas e os homens foram executados de modo sumário durante o avanço do EI, o que a ONU considera um possível genocídio. A mãe e seis irmãos de Murad morreram nas mãos do grupo.

Agora, Murad é embaixadora da ONU para a Dignidade dos Sobreviventes de Tráfico de Pessoas e lidera os esforços para proteger a comunidade yazidi. Também luta por justiça para as vítimas dos jihadistas, uma lua na qual tem o apoio da advogada dos direitos humanos Amal Clooney.

Mais de 6.800 yazidis foram sequestrados: 4.300 escaparam ou foram comprados como escravos, enquanto 2.500 seguem desaparecidos, de acordo com um relatório recente da Federação Internacional dos Direitos Humanos.

"Para mim, justiça não quer dizer matar todos os membros do Daesh que cometeram os crimes contras nós", disse Murad em outubro em Washington, ao utilizar o acrônimo em árabe para o EI.

"Justiça é levar os membros do Daesh a um tribunal e vê-los admitir à justiça os crimes que cometeram contra os yazidis e que sejam punidos por estes crimes", completou.

O Prêmio Nobel da Paz - uma medalha de ouro, um diploma e 9 milhões de coroas suecas (um milhão de dólares) - será entregue em uma cerimônia na Prefeitura de Oslo na segunda-feira às 12H00 GMT (10H00 de Brasília).

O ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, que recebeu o Nobel da Paz em 1980, quer formalizar até o dia 31 de janeiro o pedido para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja contemplado com o prêmio. Esquivel é autor de uma campanha eletrônica que junta assinaturas de apoio para embasar a candidatura do petista para o posto desde o ano passado. Ao todo, foram contabilizadas 400 mil adesões.

Para o argentino, Lula merece receber o prêmio "por sua luta contra a pobreza e a desigualdade". Ao justificar, Esquivel argumenta que a "paz não é só ausência da guerra, nem apenas evitar a morte de uma ou muitas pessoas, mas também é dar esperança de futuro aos povos, em especial aos setores mais vulneráveis".

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O estatuto da Fundação Nobel prevê como critério para a validação de uma candidatura o apoio de membros de governos nacionais, pessoas já contempladas pelo Nobel da Paz, acadêmicos e chefes de Estados. Adolfo Pérez Esquivel tem trabalhado para conquistar essas subscrições. 

A indicação do nome de Lula, juntamente com as demais, deverá ser avaliada por uma comissão especial que anunciará, até março, cinco nomes dos quais um será escolhido até o fim de setembro.

O congolês Denis Mukwege, premiado nesta sexta-feira (5) com o Nobel da Paz por seus esforços na luta contra a violência sexual como arma de guerra, recebeu a notícia de sua vitória quando estava na sala de operações de seu hospital, durante uma cirurgia.

Em um vídeo publicado na página do Facebook do hospital que ele criou em 1999 na região leste da República Democrática do Congo, várias pessoas cumprimentam Mukwege quando ele sai do local.

"Estava na sala de operações (...) de repente entraram algumas pessoas e me deram a notícia", disse Mukwege ao jornal norueguês VG.

"O doutor Mukwege estava no meio de uma operação quando ficou sabendo. Mas já saiu e está muito feliz. As pessoas comemoram e expressam sua alegria", afirmou a pneumologista sueca Ellinor Ädelroth, que estava no hospital de Panzi, à agência sueca TT.

Denis Mukwege, ginecologista de 63 anos, e Nadia Murad, de 25, ex-escrava sexual do grupo Estado Islâmico (EI), venceram o Nobel da Paz "por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra".

"Denis Mukwege dedicou toda sua vida à defensa das vítimas de violência sexual cometida em tempos de guerra", anunciou o Comitê Nobel.

Em 1999 o doutor Mukwege criou o hospital de Panzi. Ele o concebeu para permitir o parto das mulheres em excelentes condições. Em pouco tempo, o local se tornou uma clínica de tratamento dos estupros sofridos durante a segunda guerra do Congo (1998-2003), quando foram registrados muitos casos de violência contra as mulheres.

Denis Mukwege já tratou 50.000 vítimas de estupros.

Com apenas 25 anos, Nadia Murad, vencedora do Nobel da Paz ao lado do ginecologista congolês Denis Mukwege, sobreviveu aos piores horrores infligidos pelo grupo Estado Islâmico (EI) a seu povo, os yazidis do Iraque, e se tornou um ícone desta comunidade ameaçada.

A jovem iraquiana poderia ter desfrutado de uma vida tranquila em sua cidade natal, Kosho, perto do reduto yazidi de Sinjar, uma zona montanhosa entre Iraque e Síria. Mas o rápido avanço do EI em 2014 mudou seu destino.

Em agosto de 2014 ela foi sequestrada e levada à força para Mossul, um bastião do EI reconquistado há mais de um ano. Este foi o início de um calvário de muitos meses: torturada, disse ter sido vítima de múltiplos estupros coletivos antes de ser vendida diversas vezes como escrava sexual.

Nadia Murad - assim como sua amiga Lamiya Aji Bashar, com a qual venceu o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu em 2016 - repete sem cessar que mais de 3.000 yazidis continuam desaparecidas e que provavelmente permanecem em cativeiro.

- Torturas e estupros -

Os extremistas queriam "roubar nossa honra, mas perderam a honra deles", disse aos eurodeputados Nadia Murad, que foi nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU e luta pela proteção das vítimas do tráfico de pessoas.

Além de sofrer torturas e estupros, Murad teve de renunciar a sua fé yazidi, uma religião ancestral desprezada pelo EI, praticada por meio milhão de pessoas no Curdistão iraquiano.

"A primeira coisa que fizeram foi nos forçar a uma conversão ao Islã. Depois fizeram o que queriam", afirmou Nadia à AFP em 2016.

Assim como milhares de outras yazidis, ela foi obrigada a "casar" com um extremista que a agredia, como relatou em um comovente discurso no Conselho de Segurança da ONU em Nova York.

"Incapaz de suportar tantos estupros", ela decidiu fugir. Graças à ajuda de uma família muçulmana de Mossul, Nadia obteve documentos de identidade que permitiram sua viagem até o Curdistão iraquiano.

Após a fuga, a jovem - que disse ter perdido seis irmãos e a mãe no conflito - viveu em um campo de refugiados no Curdistão, onde entrou em contato com uma organização de ajuda aos yazidis. Esta ajudou em seu reencontro com a irmã na Alemanha.

Neste país, onde mora, ela se tornou uma respeitada porta-voz de seu povo, que antes de 2014 tinha 550.000 membros no Iraque. Hoje, quase 100.000 abandonaram o país, e outros estão no Curdistão.

Murad, que lidera o combate de seu povo, de acordo com suas palavras, conseguiu que as perseguições cometidas em 2014 fossem reconhecidas como genocídio. O Conselho de Segurança da ONU se comprometeu a ajudar o Iraque a coletar provas sobre os crimes do EI.

Seu "combate" também reservou algumas boas surpresas. No dia 20 de agosto, a jovem anunciou no Twitter que se casará com outro ativista da causa yazidi, Abid Shamdeen.

"O combate a favor de nosso povo nos uniu e seguiremos neste caminho juntos", escreveu.

Lista dos 10 últimos vencedores do Prêmio Nobel da Paz:

- 2018: O ginecologista Denis Mukwege (República Democrática do Congo) e a yazidi Nadia Murad por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra.

- 2017: Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN) por seus esforços para acabar com este tipo de armamento.

- 2016: Juan Manuel Santos por seus esforços para acabar com meio século de guerra interna na Colômbia.

- 2015: Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia, composto por figuras da sociedade civil, por salvar a transição democrática na Tunísia.

- 2014: A paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi por seu combate à opressão contra crianças e jovens e a defesa da educação para todos os menores.

- 2013: Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) por seus esforços visando livrar o planeta das armas de destruição em massa.

- 2012: União Europeia (UE) pelo projeto que contribuiu para pacificar um continente devastado por duas guerras mundiais.

- 2011: As liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkol Karman por sua luta pela segurança das mulheres e por seu direito de participar do processo de paz.

- 2010: O dissidente chinês preso Liu Xiaobo por seus esforços persistentes e pacíficos em favor dos direitos humanos na China.

- 2009: O presidente americano Barack Obama por seus esforços extraordinários para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos.

O congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad foram laureados nesta sexta-feira (5) com o Nobel da Paz de 2018 "por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como uma arma de guerra e conflito armado".

O ginecologista Mukwege, conhecido como "doutor milagre", passou grande parte da sua carreira tratando as vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo. Além disso, foi um crítico do governo congolês e de outros países por não fazerem o suficiente para acabar com os abusos contra mulheres, principalmente em locais que estão enfrentando conflitos armados.

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Segundo a Academia do Nobel, o médico de 63 anos e sua equipe trataram cerca de 30 mil vítimas. Murad, por sua vez, é uma mulher da minoria religiosa yazidi. Ela se tornou uma ativista dos direitos humanos após ter sido escrava sexual do Estado Islâmico (EI) no Iraque por três meses.

Descrita como uma pessoa que mostra uma "coragem incomum", ela fugiu dos terroristas em 2014 e liderou uma campanha para impedir o tráfico de seres humanos e libertar os yazidis da perseguição.

Segundo a Academia, Murad é mais uma das milhares de mulheres que sofreram abusos sexuais no Iraque. A violência sexual é utilizada pelo grupo terrorista como uma arma de guerra.

Da Ansa

O ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, faleceu neste sábado. Sua fundação, por meio de um comunicado, anunciou sua morte, apenas indicando que ele teria sofrido uma doença súbita. Nascido em Gana em 1938, o africano foi um dos ganhadores do prêmio Nobel da Paz.

Chefe da diplomacia das Nações Unidas entre 1997 e 2006, ele foi internado às pressas num hospital de Berna, na Suíça. Os detalhes sobre seu funeral ainda estão sendo organizados.

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António Guterres, atual secretário-geral da ONU, emitiu um comunicado expressando sua "profunda tristeza". "De muitas formas, Annan era a ONU. Ele subiu dentro da organização para liderá-la ao novo milênio, com dignidade e determinação", escreveu.

O português insistiu que Annan foi seu mentor e indicou que, "em tempos turbulentos", ele nunca deixou de agir.

Annan mantinha uma estreita amizade com Sergio Vieira de Mello, o brasileiro que liderou a ONU por algumas das maiores crises humanitárias e que morreu há 15 anos em Bagdá.

Annan ainda teve seu mandato marcado pela decisão de denunciar como "ilegal" a guerra de George W. Bush no Iraque. A partir de então, ele passou a ser alvo de ataques por parte da diplomacia americana. Meses depois de sua declaração, Annan viu seu filho acusado de envolvimento em escândalos de corrupção.

O africano ficou abalado com a ofensiva contra ele e sua família e, por meses, chegou a perder sua voz.

A trajetória de Nelson Mandela, desde a luta pelo fim da segregação racial até o símbolo de ter sido o primeiro presidente negro da África do Sul, tem sido enaltecida por políticos nas redes sociais nesta quarta-feira (18), dia em que se estivesse vivo ele celebraria 100 anos de nascimento. Em mais um de seus recados desde que foi preso para cumprir pena da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a “luta” de Mandela para “curar os ódios de uma nação dividida” servem como exemplo hoje para o Brasil. 

Ao reverênciar o líder africano, Lula pontuou também que mazelas como o racismo e uma espécie de apartheid são fortes no país. “Hoje faz 100 anos que nasceu Nelson Mandela. Nos encontramos algumas vezes, mas infelizmente não fomos presidentes ao mesmo tempo. A sua lição de luta, perseverança e que o perdão pode curar os ódios de uma nação dividida são importantes no Brasil de hoje, onde o racismo ainda é muito forte e onde querem reconstruir um apartheid social que lutamos tanto para diminuir”, observou. 

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“O ser humano não nasce odiando, ele é ensinado a isso. Então vamos ensinar as pessoas a serem mais justas, solidárias e sem nenhum tipo de preconceito”, completou o ex-presidente. Mandela governou a África em 1994.

O Nobel da Paz de 1993 também foi recordado pela deputada federal Luiza Erundina (PSOL) que, enquanto prefeita de São Paulo em 1991, recebeu Mandela no Brasil. “Sem sombra de dúvidas uma das mais importantes figuras que já passou pela Terra e um dos políticos mais influentes de todos os tempos. Foi defensor da liberdade, dos direitos humanos e da dignidade humana. Por isso e muito mais, Madiba vive!”, declarou a psolista. 

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A tese de que a voz de Mandela ainda ecoa pelo mundo também foi compartilhada pelos deputados  federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Danilo Cabral (PSB-PE) . “Mudou o seu e o destino de seu povo. Sua voz contra a segregação racial se eternizou na História e virou holofote na escuridão do preconceito no mundo. Faria 100 anos hoje. Salve, Nelson Mandela!”, disse, em publicação no Twitter. “Mesmo tendo passado 27 anos preso, não desistiu e segue sendo um de nossos exemplos máximos na luta por igualdade, democracia e contra o racismo”, completou Danilo.

Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 em Mvezo, atual província do Cabo Oriental, e morreu em 2013. 

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, mais jovem vencedora do Nobel da Paz, defendeu nesta quarta-feira (11) o legado da vereadora carioca Marielle Franco, executada no Rio de Janeiro em março passado.

Malala, que completa 21 anos nesta quinta (12), faz sua primeira visita oficial ao Brasil e já passou por São Paulo, Salvador e Rio. Durante uma "sabatina" com internautas no Twitter, a jovem foi perguntada se ela se inspira em alguma mulher brasileira.

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Na resposta, Malala disse que esteve com integrantes da rede feminista "Nami", com quem pintou um retrato de Marielle. "Como ativista, sei que ela inspirou muitas mulheres e garotas brasileiras e sei que elas levarão seu legado adiante", escreveu a paquistanesa.

Marielle, vereadora do Psol crítica da violência policial e da intervenção militar no Rio, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, enquanto voltava de um evento. Até hoje não se sabe quem mandou matá-la.

Malala, em 2012, quase teve o mesmo destino. Já conhecida por defender o direito das meninas ao ensino, a então adolescente foi baleada na cabeça por um militante do Talibã, no Vale do Swat, Paquistão. A jovem ficou à beira da morte, mas se recuperou em um hospital do Reino Unido, país onde vive até hoje.

Em 2014, venceu o Nobel da Paz ao lado do ativista indiano Kailash Satyarthi - os dois países asiáticos protagonizam um conflito de mais de 60 anos pela posse da Caxemira.

Pelé - Na sabatina, Malala também trocou mensagens com Pelé, cuja conta no Twitter perguntou o que pode ser feito para garantir oportunidades para garotas no esporte.
    "Olá, Pelé. Encontrei hoje no Brasil jogadoras incríveis na praia no Rio. Elas me contaram que o esporte as ajuda a lidar com dificuldades em suas vidas e lhes dá confiança. Devemos apoiar as mulheres atletas para que as garotas tenham mais modelos", disse.

Da Ansa

A jovem Malala Yousafzai, nobel da Paz que sobreviveu a um atentado por defender a educação das meninas do Paquistão, discursou nesta segunda-feira em São Paulo sobre a importância da educação para o empoderamento feminino.

"Educação é mais do que aprendizagem e leitura. É emancipação", ressaltou Malala, de 20 anos, convidada pelo Itaú Unibanco, ao iniciar sua intervenção no auditório do parque Ibirapuera.

"A educação é o melhor investimento sustentável a longo prazo", acrescentou, lamentando que pelo menos 1,5 milhão de meninas brasileiras estão fora do sistema escolar.

Malala dividiu o palco com várias mulheres vinculadas à área de educação, entre elas Tabata Amaral, a estudante da periferia de São Paulo que aos 18 anos conseguiu que seis das principais universidades americanas lhe abrissem as portas, escolhendo uma bolsa de Harvard para estudar Ciências Sociais e Astrofísica.

Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana de proteção da infância, ressaltou que o Brasil sofre com indicadores difíceis em matéria educativa.

"O país precisará de 260 anos para atingir o nível de competência de leitura e escritura de alunos de países desenvolvidos", apontou.

De forma mais explícita, Villela acrescentou que "92,7% dos jovens que concluem a educação média no Brasil não sabem o que quer dizer 92,7%".

Malala Yousafzai tinha 15 anos quando um talibã deu um tiro em sua cabeça em um ônibus que a levava para a escola no vale de Swat, no Paquistão.

Ela foi levada a um hospital da cidade inglesa de Birmingham, onde passou a morar com sua família, a estudar e a dar continuidade a seu ativismo.

A jovem ganhou o Nobel em 2014, junto com o indiano Kailash Satyarthi, por seu combate contra a exploração de crianças e adolescentes e pelo direito de todos à educação.

A juíza Carolina Moura Lebbos, da 12.ª Vara Federal, em Curitiba, negou nesta quarta-feira, 18, a Adolfo Pérez Esquivel, o argentino Nobel da Paz em 1980, o direito de realizar uma 'vistoria' na carceragem da Polícia Federal, na capital paranaense, e afirmou que "não há indicativo de violação a direitos" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos demais presos na sede da unidade.

Segundo a juíza, houve verificação das condições de custódia pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal.

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"A repetida efetivação de tais diligências, além de despida de motivação, apresenta-se incompatível com o regular funcionamento da repartição pública e dificulta a rotina do estabelecimento de custódia. Acaba por prejudicar o adequado cumprimento da pena e a segurança da unidade e de seus arredores", despachou a juíza, responsável pela execução da pena de Lula.

O ex-presidente está preso desde o dia 7, na sede da PF em Curitiba, o berço da Operação Lava Jato, para início do cumprimento da pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso triplex do Guarujá.

Na semana passada, Esquivel apresentou "comunicação de inspeção" à Justiça Federal de sua pretensão em realizar inspeção na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba na sala onde se encontra encarcerado o ex-presidente Lula e demais instalações, inclusive nas quais estão custodiados outros presos, na data de hoje, segundo registra a juíza.

O Ministério Público Federal requereu o indeferimento do pedido, por ausência de previsão no ordenamento jurídico brasileiro. O ativista embasou seu pedido "nas Regras Mínimas das Nações Unidas para Tratamento de Presos (Regras de Mandela)", na condição de Prêmio Nobel da Paz e presidente de Organismo de Tutela Internacional dos Direitos Humanos.

"No entanto, efetivamente não há fundamento legal a amparar a pretensão deduzida", afirma a juíza.

"Não se despreza a relevância das chamadas Regras de Mandela. Contudo, consistem em recomendações a serem interpretadas, ponderadas e aplicadas de acordo com as peculiaridades de cada país, cada estabelecimento prisional e cada caso concreto. Nesse sentido os termos expressos de suas observações preliminares. Não se trata, pois, de normas impositivas. Tampouco possuem caráter absoluto", despacha Carolina Lebbos.

A juíza diz ainda que Esquivel "não apresenta fundamento concreto apto a embasar sua pretensão".

"Não há indicativo de violação a direitos dos custodiados no estabelecimento que se pretende inspecionar. Jamais chegou ao conhecimento deste Juízo de execução informação de violação a direitos de pessoas custodiadas na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, as quais contam com defesas técnicas constituídas."

Sobre Lula, ela ressalta: "Especificamente em relação ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reservou-se, inclusive, espécie de Sala de Estado Maior, separada dos demais presos, sem qualquer risco para a integridade moral ou física".

A magistrada diz ainda que é "competência do Juízo da Execução zelar pela regularidade do cumprimento da pena e do estabelecimento de custódia". "Portanto, não possuem cabimento pretensões de realização de inspeções sem prévia deliberação deste Juízo."

"Diante do exposto, indefiro."

O argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz em 1980, participou na manhã de hoje (17) de uma homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) no Museu da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro.

Marielle e o motorista Anderson Pedro Gomes foram assassinados a tiros em 14 de março. Os crimes são investigados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

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"Marielle é um exemplo da luta pela vida e pela liberdade. Marielle é uma semente de vida, que dá vida, que dá esperança. Sua luta não é em vão, está em vocês", disse o vencedor do prêmio internacional por sua atuação na defesa dos direitos humanos na América Latina. "Marielle está presente aqui, no Brasil, e em outros lugares da América Latina. Temos que recordar e fortalecer a memória de sua luta pela vida".

Para Esquivel, a democracia no continente está ameaçada pelo desrespeito à diversidade, aos governos progressistas e à imprensa. "Democracia significa direito e igualdade para todos e todas, na diversidade. Isso é democracia. Não pode ser o medo, a repressão, o silenciamento e os assassinatos como o de Marielle", afirmou. "Privilegia-se o capital financeiro sobre a vida dos povos. "

O Prêmio Nobel da Paz de 1980 visitou o Museu da Maré, no qual estão expostas imagens do cotidiano da comunidade com sua resistência, cultura e dificuldades.

Indicação

Durante a visita, o ativista dos direitos humanos afirmou que vai indicar, em setembro, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Prêmio Nobel da Paz.  Segundo ele, buscará apoio para a indicação."O nome [de Lula] conta com a força do trabalho [que ele desenvolveu em favor dos] mais necessitados, pobres e marginalizados. Ele tirou da pobreza extrema mais de 30 milhões de brasileiros", disse.

Em seguida, Esquivel afirmou que a atuação política de Lula é única e fez elogios aos ex-presidente. Ele disse ainda que pediu autorização para visitar Lula na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). O ex-presidente está detido no local desde o último dia 7 para cumprir a condenação por lavagem de dinheiro e corrupção.

Nesta quarta-feira (18) , o argentino dará uma aula magna na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), às 10h. Na quinta-feira (19), será lançada a Comissão Popular da Verdade, que investigará violações aos direitos humanos por integrantes de forças do Estado.

Um abaixo-assinado eletrônico que defende a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Prêmio Nobel da Paz já atingiu mais de 170 mil assinaturas de apoio. A campanha, criada por Adolfo Pérez Esquivel, ganhou impulso depois da prisão de Lula no último sábado. Na tarde dessa segunda (9), por volta das 15h, o número de apoios era de 98.685; até às 11h20 desta terça-feira (10), o quantitativo já atingia 170.755 assinaturas.

Adolfo Pérez Esquivel é um ativista argentino que ganhou o Nobel da Paz em 1980, pela defesa dos direitos humanos na América Latina, quando grande parte da região vivia sob ditaduras militares. Ele conheceu Lula em 1982. A campanha a favor do título para Lula iniciou no último dia 5, mesmo dia em que o juiz Sérgio Moro expediu o mandado de prisão contra o ex-presidente.

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Na petição eletrônica, Esquivel divulga a carta que pretende levar ao Comitê Nobel da Noruega para justificar a indicação. No documento, ele diz que Lula merece receber o prêmio por sua luta contra a pobreza e a desigualdade, ressaltando que a "paz não é só ausência da guerra, nem apenas evitar a morte de uma ou muitas pessoas, mas também é dar esperança de futuro aos povos, em especial aos setores mais vulneráveis".

Malala Yousafzai, vencedora do Nobel da Paz em 2014 e ativista dos direitos das mulheres, retornou nesta quinta-feira ao Paquistão, na primeira visita a seu país natal desde que sobreviveu a um ataque talibã em 2012.

"Estou muito feliz. Ainda não posso acreditar que estou aqui", disse Malala, muito emocionada, em um discurso pronunciado na residência do primeiro-ministro Shahid Khaqan Abbasi em Islamabad, horas depois de sua chegada, que surpreendeu o país.

"Nos últimos cinco anos sempre sonhei em poder retornar ao meu país", disse a jovem de 20 anos. "Estamos realmente felizes de que nossa jovem, que tanto tem feito pelo nome do Paquistão, esteja de volta à casa", afirmou Abbasi. "Todo o mundo expressa seu respeito e aqui também é merecedora de um respeito absoluto", completou.

Acompanhada dos pais, Malala, de 20 anos, foi escoltada do aeroporto internacional Benazir Bhutto, em Islamabad, sob um forte esquema de segurança, segundo fotos exibidas pela TV local.

As autoridades não informaram se Malala pretende viajar a seu distrito natal de Shangla, ou à cidade de Mingora, local do atentado, ambas no vale de Swat (noroeste).

Malala se tornou um símbolo mundial de defesa dos direitos humanos e ativista da educação de meninas depois que um homem armado invadiu seu ônibus escolar no vale do Swat, em 9 de outubro de 2012, e depois de perguntar "Quem é Malala?", atirou nela.

Depois de ser operada na Inglaterra e tratada de seus ferimentos na cidade inglesa de Birmingham, onde concluiu os estudos, se tornou uma grande ativista do direito à educação para as crianças.

Malala recebeu o Nobel da Paz em 2014, ao lado do indiano Kailash Satyarthi, por seu trabalho a favor da educação infantil.

Depois de morar com a família em Birmingham, região central da Inglaterra, onde estudou em um colégio para meninas, Malala entrou para a Universidade de Oxford, onde estuda Economia, Filosofia e Ciências Políticas.

A vencedora do Nobel da Paz ganhou a inimizade dos círculos islamitas radicais de seu país, que não aceitam a emancipação das mulheres. Mas também provocou receios entre uma parte da classe média paquistanesa, que é favorável ao direito à educação, mas não suporta que falem mal do Paquistão e demonstra ceticismo a respeito da luta contra os islamitas armados, que considera inspirada pelos Estados Unidos.

Muitos paquistaneses, no entanto, celebraram sua chegada ao país em mensagens no Twitter. "Bem-vinda #MalalaYousafzai, a corajosa e resistente filha do Paquistão, de retorno a seu país", escreveu o político Syed Ali Raza Abidi. Um famoso jornalista, Hamid Mir, pediu moderação aos analistas e políticos opositores em seus comentários sobre a visita da jovem.

"A imprensa internacional acompanha de perto seu retorno e (o uso de linguagem inadequada) prejudicará a imagem do Paquistão", disse. Malala iniciou o ativismo em 2007, quando os talibãs aplicavam sua lei no vale de Swat (noroeste do Paquistão), antes uma aprazível região turística ao pé do Himalaia.

Seu pai, diretor de escola, teve grande influência sobre a jovem, cuja mãe é analfabeta. Com apenas 11 anos de idade, Malala escrevia em um blog do site da BBC em urdu, a língua nacional do Paquistão. Com o pseudônimo de Gul Makai, ela descrevia o clima de medo na região em que morava.

Em 9 de outubro de 2012, jihadistas do TTP (Movimento Talibã do Paquistão) atacaram o ônibus escolar de Malala e ela foi atingida por um tiro na cabeça.

A adolescente foi levada entre a vida e a morte para a Inglaterra, onde se recuperou.

A ativista, que se tornou um ícone mundial da luta contra o extremismo, afirmou em janeiro que esperava retornar algum dia a seu país, sonho realizado nesta quinta-feira.

A ativista Malala Yousafzai, vencedora do Nobel da Paz em 2014, voltou ao Paquistão pela primeira vez desde 2012, quando foi alvo de um atentado do grupo terrorista Talibã que quase tirou sua vida.

Devido aos riscos que ameaçam a jovem de 20 anos, os detalhes da visita são mantidos sob sigilo, mas ela deve se encontrar com o primeiro-ministro Shahid Khaqan Abbasi. Segundo o jornal paquistanês "The Express Tribune", Malala desembarcou em Islamabad nas primeiras horas desta quinta-feira (29), de acordo com o horário local.

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Ela estaria acompanhada de parentes próximos e de funcionários de sua ONG, a Malala Foundation, e deve ficar no Paquistão até o dia 2 de abril. O objetivo da viagem seria discutir projetos para incentivar a educação nas regiões menos desenvolvidas do país.

Ainda de acordo com "The Tribune", não se sabe se Malala visitará sua cidade natal, no Vale do Swat, onde foi baleada na cabeça por um militante do Talibã, em outubro de 2012, por defender o direito das meninas ao ensino. Ela ficou à beira da morte, mas foi tratada em um hospital do Reino Unido, onde vive até hoje.

Em 2014, venceu o Nobel da Paz ao lado do ativista indiano Kailash Satyarthi - os dois países asiáticos protagonizam um conflito de mais de 60 anos pela posse da região da Caxemira.

Da Ansa

As manifestações no Irã são apenas "o princípio de um grande movimento" que pode ser mais amplo do que o de 2009 - considerou a Prêmio Nobel da Paz iraniana Shirin Ebadi, em entrevista publicada neste domingo (31) no jornal italiano "La Repubblica".

"Acredito que as manifestações não vão acabar logo. Me parece que assistimos ao princípio de um grande movimento de protesto que pode ir muito além da onda verde de 2009. Não estranharia se se tornasse algo maior", declarou Ebadi, que vive exilada em Londres.

Nas últimas horas, o Irã registrou novas manifestações contra o governo, durante as quais duas pessoas morreram, dezenas foram detidas, e prédios públicos foram atacados.

São as manifestações mais significativas registradas na República Islâmica desde o movimento de protesto contra a reeleição do ex-presidente ultraconservador Mahmud Ahmadineyad em 2009. Na época, o movimento foi violentamente reprimido.

Agora, as raízes da revolta são, sobretudo, econômicas e sociais: "No Irã, e isso não é novo, há uma crise econômica muito grave. A corrupção em todo país atingiu níveis espantosos. O fim de algumas sanções ligadas ao acordo nuclear com Europa e Estados Unidos em 2015 não trouxe benefícios reais para a população, ao contrário do que muitos esperavam", disse Ebadi.

"A isso se soma o fato de que o Irã tem um gasto militar muito elevado. As pessoas não toleram ver que se gasta tanto dinheiro com isso", acrescentou a advogada iraniana.

"Os jovens são os mais decepcionados", advertiu ela, mencionando o alto índice de desemprego, que os afeta diretamente, a corrupção e "o clima de censura que se respira nas ruas".

E, se entre os manifestantes também há mulheres, é porque "o movimento atual não é um assunto de gênero", apontou.

"A situação econômica e a distância aterradora entre ricos e pobres, entre os que gozam do bem-estar e os que não, estão na base do protesto. As diferenças sociais apenas aumentaram nos últimos anos, e esse é um dos elementos-chave para entender o que está acontecendo", completou a Prêmio Nobel de 2003.

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