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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Pernambuco apreendeu, na segunda-feira (28), 275 mil maços de cigarro contrabandeados do Paraguai. Na ação, o motorista de um caminhão que transportava a carga foi preso ao cruzar a BR-232, em Serra Talhada, no Sertão do estado, durante uma abordagem de rotina. A mercadoria foi avaliada em cerca de R$ 960 mil e teria saído de Guarulhos, em São Paulo, com destino ao Recife.

Segundo a PRF, o comportamento do motorista indicou a existência de alguma irregularidade. Os agentes notaram um pacote avulso de cigarro importado entre as outras mercadorias, além de terem percebido contradição na fala do homem preso, que não foi consistente ao indicar o trajeto realizado pelo veículo. O caminhão também indica registro pelo Mercosul.

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Ao verificarem o compartimento de carga do veículo, os policiais confirmaram a suspeita. Quando a equipe examinou o fundo do semirreboque, foram encontradas 550 caixas do produto. O motorista informou que havia saído de São Paulo com destino a Fortaleza, capital do Ceará, mas ao chegar em Trevo do Ibó, no Sertão de Pernambuco, recebeu instruções de um funcionário da transportadora para mudar a rota e seguir em direção à capital pernambucana.

O homem foi encaminhado junto com o caminhão e a carga à Delegacia de Polícia Federal de Salgueiro. Ele poderá responder por contrabando, que prevê pena de dois a cinco anos de reclusão.

 

A página sobre o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, na Wikipédia continua disponível mesmo após o setor de inteligência da corporação pedir a remoção "imediata" do perfil.

O ofício foi endereçado ao escritório da plataforma em São Francisco, nos Estados Unidos, há pouco mais de duas semanas. Àquela altura, a PRF já havia sido arrastada para o centro de acusações de aparelhamento para beneficiar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.

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A Diretoria de Inteligência da PRF disse que houve "exposição indevida" da corporação e do seu "dirigente máximo". Além do pedido para tirar a página do ar, o ofício solicita a identificação dos responsáveis pelas informações veiculadas para a "avaliação de eventuais medidas a serem adotadas".

"Saliente-se que o conteúdo tem o viés nitidamente político e a inserção de informações pejorativas sobre o dirigente da instituição ultrapassa os limites do exercício regular do direito de informar", diz um trecho do documento assinado pelo diretor de Inteligência da PRF Luís Carlos Resichak Júnior.

A Wikipédia funciona como uma enciclopédia digital colaborativa: qualquer pessoa cadastrada pode atualizar o conteúdo do site desde que aponte a fonte das informações.

Ofensiva da PRF é mencionada na página

A página não só continua disponível para acesso como passou a fazer referência ao ofício da PRF. O adendo foi incluído ao final do texto.

"Em 13 de novembro de 2022, a Diretoria de Inteligência da PRF enviou um ofício à enciclopédia livre Wikipédia pedindo a exclusão da página sobre Silvinei Vasques e a identificação dos responsáveis pela edição para 'avaliação de eventuais medidas a serem adotadas'. O documento afirma que houve 'exposição indevida' da corporação e do seu 'dirigente máximo'", diz o novo parágrafo.

O diretor-geral da PRF é descrito na página como "bolsonarista". Como mostrou o Estadão, Vasques chegou a pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais na véspera do segundo turno.

O perfil também cita os processos disciplinares abertos contra Silvinei Vasques, um deles por agredir um frentista em Goiás, que foram colocados sob sigilo por 100 anos.

A página destaca ainda casos emblemáticos de violência policial na gestão do atual diretor, como a Chacina da Vila Cruzeiro, comunidade do Rio onde 23 pessoas foram mortas a tiros durante uma operação policial da qual a PRF participou em maio, e o assassinato de Genivaldo de Jesus, asfixiado em um camburão da corporação.

O texto também menciona o trabalho da PRF nas eleições e sobre os bloqueios de estradas federais por manifestantes inconformados com a derrota de Bolsonaro. A corporação abordou eleitores no dia do segundo turno, mesmo após a Justiça Eleitoral proibir operações relacionadas ao transporte de eleitores, o que levou o Ministério Público Federal (MPF) a abrir um inquérito para apurar a conduta de Vasques. A investigação também vai analisar se houve demora deliberada para desmobilizar os protestos bolsonaristas nas rodovias. O diretor-geral da PRF ainda virou réu por improbidade administrativa na semana passada.

Os ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiram absolver um homem condenado a oito anos de reclusão por tráfico de drogas com base em provas obtidas por policial que se passou por ele ao atender seu celular durante a abordagem. O colegiado entendeu que houve violação do sigilo das comunicações telefônicas e que o autor da ligação - um outro réu do processo - foi induzido em erro para que fosse efetuada a prisão em flagrante.

A decisão acolheu um pedido da defesa do réu, que alegou ilicitude das provas colhidas na abordagem e das provas derivadas. Para o relator, Rogerio Schietti Cruz, entendeu que a conduta do policial foi ilícita, uma vez que não havia prisão em flagrante no momento do telefonema. "Não havia justificativa idônea nem mesmo para apreender o celular do réu, muito menos para o militar atender a ligação e, pior, passar-se por ele de forma ardilosa para induzir o corréu em erro", afirmou.

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O caso aconteceu em rodovia de Vitória, após policiais rodoviários abordarem o réu. No entanto, nada foi encontrado em seu veículo. Os agentes, no entanto, suspeitaram que o homem seria um batedor do tráfico e então o levaram para dentro da base na estrada. As informações foram divulgadas pelo Superior Tribunal de Justiça.

Foi então que celular do homem tocou, sendo que um dos policiais atendeu a ligação e fingiu ser o dono do aparelho. Quem estava ligando era o outro acusado de tráfico de drogas, que estava transportando os entorpecentes e queria saber se era seguro continuar a viagem. Ainda se passando pelo homem que foi parado, o policial respondeu que sim ao outro réu, e em seguida parou o veículo.

O processo chegou ao STJ após a defesa do condenado questionar decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul de rechaçar a alegação de nulidade das provas. Para a corte, o policial adotou procedimento 'para garantir o interesse público em detrimento do direito individual à intimidade'. Além disso, os magistrados entenderam que o 'curso natural dos acontecimentos levaria, de qualquer modo, à apreensão das drogas'.

Ao analisar o caso, o ministro Rogerio Schietti Cruz entendeu que o policial realizou uma espécie de 'interceptação telefônica ativa' e comprometeu as provas obtidas tal esse meio. O magistrado ainda evocou precedente do STJ, no qual foi reconhecida a ilicitude de provas obtidas diretamente por policial que atendeu o celular de suspeito e conversou com seu interlocutor.

"O desfecho poderia ter sido completamente diverso - fuga, desvio de rota, desfazimento das drogas etc. - se o militar não houvesse atendido a ligação e, fazendo-se passar pelo réu, garantido ao comparsa que ele poderia continuar sem receios por aquele caminho", ponderou Schietti ao reconhecer a ilicitude das provas e absolver o réu.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) o afastamento imediato do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por 90 dias. O pedido foi feito nesta sexta-feira (25). Antes, no mesmo dia, o MPF moveu uma ação civil contra Vasques por improbidade administrativa e pediu o afastamento do diretor-geral da corporação. O juiz federal José Arthur Diniz Borges deu prazo para defesa de Vasques e negou seu afastamento, sob alegação de que se encontra de férias até o dia 6 de dezembro.

O MPF reiterou o pedido, argumentando que “a relação hierárquica tem uma dimensão intersubjetiva e social que não se restringe ao ambiente físico de trabalho. Em outras palavras, o diretor-geral não deixa de ser diretor-geral porque está em férias; não deixa de ter ascendência sobre seus comandados, especialmente numa organização policial fardada; não deixa de ter o poder de causar temor reverencial”.

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Ação

Na ação do MPF, o órgão disse entender que Vasques utilizou do cargo púbico para fazer campanha eleitoral para o então candidato à reeleição presidencial Jair Bolsonaro, entre agosto e outubro deste ano. No inquérito, o Ministério Público atesta que o diretor-geral da PRF, desde o começo das eleições, fez postagens em redes sociais com mensagens de cunho eleitoral. No dia 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno das eleições, na conta pessoal no Instagram, Vasques pediu explicitamente voto para Bolsonaro.

Para o MPF, a postura de Vasques está relacionada com a conduta da PRF no dia do segundo turno, quando vários ônibus, sobretudo no nordeste (onde o adversário de Bolsonaro tinha número superior de eleitores, segundo pesquisas), foram parados por agentes em operações policiais questionadas pelo próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes. A inércia da PRF em bloqueios rodoviários promovidos por eleitores de Bolsonaro, insatisfeitos com a derrota do presidente, também foi lembrada na ação.

“Não é possível dissociar que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”.

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, se tornou réu por improbidade administrativa na Justiça Federal do Rio de Janeiro. O juiz da 8ª Vara federal do Rio, Jose Arthur Diniz Borges, atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que defende que Vasques fez uso indevido do cargo em benefício eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha presidencial deste ano.

O MPF pediu o afastamento imediato de Vasques de suas funções à frente da PRF por 90 dias. Na decisão, o magistrado do Rio torna o diretor-geral réu e determina que ele seja ouvido no prazo de 30 dias antes de decidir pelo afastamento ou não.

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"Tendo em vista que o Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal encontra-se com afastamento legalmente instituído para usufruto de férias no período de 16/11/2022 a 06/12/2022 nos termos de informação prestado a este Juízo pela Direção de Gestão de Pessoas da Polícia Rodoviária Federal, postergo a apreciação da cautelar requerida para após a vinda da contestação. Com o advento da Lei nº 14.230/21, deixou de existir a fase prévia de notificações, com posterior decisão de recebimento da inicial, passando-se à imediata citação do réu", decidiu.

De acordo com o MPF, Silvinei fez uso da imagem da instituição "com vontade livre e consciente de promover efetivas manifestações, por vezes veladas e outras ostensivas, de apreço ao atual Presidente da República e candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro".

"Entre os meses de agosto e outubro do corrente ano de 2022, o requerido, participou de eventos públicos oficiais, concedeu entrevista em meio de comunicação, bem como fez publicações em suas redes sociais, na qualidade diretor-geral da PRF e usando da imagem da instituição, com vontade livre e consciente de promover efetivas manifestações, por vezes veladas e outras ostensivas, de apreço ao atual Presidente da República e candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro, com o fim de obter proveito de natureza político-partidária, inequivocamente demonstrado no pedido explícito de voto as vésperas do segundo turno da eleição presidencial", diz o MPF no pedido de afastamento.

Atuação dolosa

O MPF entende que Silvinei Vasques atuou de forma dolosa, quando há a intenção de violar os deveres funcionais do cargo de diretor-geral da PRF. "A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato a reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais", diz o pedido.

Em meio a uma crise sem precedentes que põe sob suspeita seu diretor-geral, Silvinei Vasques, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) sofreu um apagão de larga escala que tirou do seu sistema todos os serviços públicos de informações. Estão indisponíveis há pelo menos quatro dias o registro de acidentes, fiscalização de trânsito, a confecção de boletins de ocorrência e outros serviços oferecidos pela PRF em todo o País.

Entre os portais atingidos estão: o Sinal, no qual é possível comunicar roubos ou furtos de veículos; o Sinal Desaparecidos, em que se denuncia o desaparecimento de pessoas; e o sinal Agro, onde se registra o furto de animais e maquinários agrícolas. Quando acessados, os sites registram a mensagem de "sistema em manutenção".

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Comunicado que circula entre grupos internos da PRF indica que um equipamento da corporação apresentou problemas "físicos" na noite do domingo (20). O texto informa que a integridade dos dados está garantida, mas indica que o equipamento voltou a falhar na tarde desta quarta-feira (22).

Ainda de acordo com o documento, assinado pela Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação da PRF, os dados estão sendo transferidos para um novo equipamento. "Após o término dessa migração, o acesso às aplicações será restabelecido", diz o texto.

O ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União, determinou que a Polícia Rodoviária Federal apresente, em 15 dias, uma série de esclarecimentos e documentos relacionados à atuação da corporação frente aos bloqueios de estradas registrados em todo o País após a derrota do presidente Jair Bolsonaro nas urnas. A decisão segue uma proposta de diligência feita pela Secretaria de Controle Externo da Defesa Nacional e da Segurança Pública da Corte.

O despacho foi assinado após o Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas levar à Corte uma representação versando sobre suposta 'omissão da PRF no combate aos bloqueios nas vias federais realizados por caminhoneiros descontentes com o resultado das eleições presidenciais de 2022, em ação de possível afronta à democracia'.

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A Procuradoria pediu que o TCU avalie as medidas adotadas pela PRF diante de indícios de 'omissão de atuação, descumprimento de ordem judicial e incentivo e fomento aos embaraços ocasionados em possíveis atitudes antidemocráticas de agentes do órgão.

Ao analisar a representação, a área técnica da Corte de Contas apontou a 'necessidade de aprofundamento da avaliação da atuação da PRF e dos seus agentes, a fim de verificar eventual omissão no cumprimento dos papéis legais e constitucional do órgão'.

Segundo a Secretaria de Controle Externo da Defesa Nacional e da Segurança Pública do TCU, é necessário avaliar se houve efetivamente, na ação administrativa, 'omissão de agentes públicos (e até incentivo a atos ilegais) no cumprimento dos seus deveres e obrigações, desvirtuando o papel atribuído na Constituição e na lei à PRF'.

Os principais documentos requeridos pela Corte de Contas incluem: os planejamentos de ações operacionais da PRF para os dias do primeiro e segundo turno; os planejamentos de ações operacionais para os quatro dias seguintes às datas do primeiro e segundo turno; número de efetivo de pessoal disponível, por cidade, Estado e área de abrangência, por turno e dia, entre 24 de setembro de 4 de novembro.

A corporação também deverá informar sobre medidas adotadas ou a adotar para apurar eventual ação ilegal de dirigentes e agentes operacionais, além de apresentar documentos sobre a atuação da PRF nos dias 30 de outubro e quatro dias seguintes, 'considerando os vídeos que vieram a público nas redes sociais com comportamento dos agentes públicos, e a decisão do STF que reputou, a priori, omissa, ilegal e inconstitucional a atuação do órgão e de seus agentes'.

Não há mais bloqueios ou interdições nas rodovias federais brasileiras, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A informação foi divulgada na noite dessa terça-feira (22). Os atos foram retomados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) na última sexta-feira (17), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar o bloqueio de contas de empresários suspeitos de financiar os atos antidemocráticos organizados por bolsonaristas depois da derrota para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Como mostrou o Estadão, com os bloqueios nas rodovias, a Polícia Rodoviária Federal disparou para os superintendentes regionais da corporação uma mensagem informando sobre a necessidade de contingenciamento de manutenções em viaturas em razão de "limitações" do orçamento disponibilizado pelo governo Jair Bolsonaro para 2022. O documento classifica os serviços de manutenção preventiva, sem restrição, e estabelece serviços considerados não essenciais - que deverão ser autorizados pelo órgão em Brasília.

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Os atos nas rodovias federais começaram como um protesto de apoiadores do presidente Bolsonaro contra o resultado do segundo turno, que deu a vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No dia 9 de novembro, depois de uma séria de medidas determinadas por governadores dos Estados atingidos e da Justiça.

Essa primeira onda de manifestações foi marcada por intervenção do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, por meio do ministro Alexandre de Moraes, permitiu que os Estados utilizassem forças das Polícias Militares estaduais para retirar os manifestantes das rodovias. Em São Paulo, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) teve de acionar a Tropa de Choque da PM para liberar trecho da rodovia Castelo Branco.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Catarina afirmou que as pessoas envolvidas nos atos antidemocráticos realizados no fim de semana usaram métodos terroristas que lembram os black blocs. Eles usaram bombas caseiras com gasolina, rojões e até óleo foi derramado na pista.

Na sexta-feira (18), homens encapuzados invadiram estradas em uma ação caracterizada pela PRF como "criminosa e violenta". "Em quase todos os pontos, os métodos utilizados lembraram os de terroristas ou de black blocs: bombas caseiras feitas de garrafas com gasolina, rojões, óleo derramado intencionalmente na pista, 'miguelitos'(pregos usados para furar pneus), pedras, além de barricadas com pneus queimados, latões de lixo, e troncos de árvores cortados e jogados deliberadamente na pista", disse a PRF.

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O órgão aponta ainda que em vários pontos houve depredação do patrimônio público. Apenas um homem de 37 anos, que não teve a sua identidade revelada, foi preso durante uma das ações dos golpistas na cidade de Joinville. Segundo o G1, a PRF de Santa Catarina identificou algumas lideranças e fará algumas operações para prender os envolvidos. 

Balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado no final da manhã deste domingo (20) mostra que há 22 interdições parciais e dez bloqueios totais nas rodovias federais do país. As manifestações ocorrem no estado do Mato Grosso, concentradas nos municípios de Sorriso, Lucas do Rio Verde, Matupá, Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Nova Mutum e Água Boa. 

Na última sexta-feira (18), manifestantes voltaram a interromper o fluxo de veículos em rodovias federais de ao menos três estados. Segundo a PRF, os novos bloqueios começaram a ser registrados Mato Grosso, Pernambuco e Rondônia. Desses estados, apenas no Mato Grosso as interdições continuam ocorrendo hoje.

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Os novos protestos ocorrem após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas e empresas suspeitas de financiar atos antidemocráticos que tentam anular o resultado da eleição presidencial de outubro.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) expressou pelo Twitter que o número de bloqueios totais de rodovias pelo Brasil caiu de 18 para 9. Segundo a PRF, contudo, subiu de 9 para 20 as interdições parciais em estradas, enquanto que aumentou de 1173 para 1180 as manifestações desfeitas por apoiadores do atual presidente da República.

Segundo a PRF, os bloqueios ocorrem nos seguintes municípios: União da Vitória (PR), Sorriso (MT), Itaituba (PA), Novo Progresso (PA), Campo Novo do Parecis (MT), Sapezal (MT) e Sinop (MT).

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O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) pediu o afastamento imediato do diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por 90 dias. O órgão afirma que ele fez uso indevido do cargo para beneficiar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O documento cita a "intenção clara" de promover "verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais".

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O MPF lista entrevistas e discursos do chefe da Polícia Rodoviária Federal em eventos oficiais que, na avaliação do procurador Eduardo Benones, associaram a imagem dele à "instituição PRF" e ao presidente no período eleitoral. A ação cita ainda o uso "símbolos" e da imagem da corporação para favorecer a campanha bolsonarista.

A Procuradoria do Rio lembra que Vasques chegou a pedir votos para Bolsonaro nas redes sociais na véspera do segundo turno. O órgão defende que o episódio não pode ser "dissociado" do "clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE".

"Os sucessivos atos praticados pelo requerido, sobretudo o pedido de 'Vote 22 - Bolsonaro Presidente' na véspera do segundo turno da eleição, para além de configurar ilícito eleitoral, importa no reconhecimento do uso ilícito do mais importante cargo da hierarquia da Polícia Rodoviária Federal, para favorecer determinado candidato, violando de morte os princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade", diz um trecho da ação de improbidade administrativa por suposta violação dos princípios da legalidade e da impessoalidade.

A PRF abordou veículos no dia do segundo turno, mesmo após a Justiça Eleitoral proibir operações relacionadas ao transporte de eleitores, o que levou o Ministério Público Federal a abrir um inquérito para apurar a conduta de Vasques. A investigação também vai analisar se houve demora deliberada para desmobilizar os protestos bolsonaristas nas rodovias que bloquearam as estradas federais após a derrota de Bolsonaro.

COM A PALAVRA, A PRF

A reportagem entrou em contato com a corporação em busca de um posicionamento do diretor-geral e ainda aguardava resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

Animal não apresentava ferimentos e foi devolvido à natureza  Um bicho-preguiça que havia caído em um buraco às margens da BR 232, no Recife, foi resgatado nesta segunda-feira (13), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O animal estava em uma canaleta de esgoto no momento em que foi encontrado por populares. 

Uma equipe da PRF realizava uma fiscalização no Curado, na Zona Oeste da capital, quando pessoas se aproximaram para informar que um bicho-preguiça estava em situação de risco. Com bastante cuidado, a equipe o retirou do buraco e verificou que o animal não apresentava ferimentos. 

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O bicho-preguiça foi colocado na viatura e transportado até uma área de mata situada em São Lourenço da Mata, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Ao chegar no local, foi deixado em uma árvore e retornou à natureza em segurança.

*Da assessoria 

Um homem que era procurado pelo não pagamento de pensão alimentícia no Mato Grosso do Sul foi detido, na segunda-feira (14), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O flagrante foi realizado na BR 423, em Garanhuns, no Agreste pernambucano. 

Policiais realizavam uma fiscalização na rodovia, quando deram ordem de parada a um carro ocupado apenas pelo motorista. Em consulta ao documento apresentado pelo homem, foi encontrado um mandado de prisão emitido em julho de 2019 pela 2ª Vara de Família e Sucessões do TJMS. 

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O motorista disse que não sabia do mandado de prisão, mas que já havia atrasado alguma parcela da pensão. Ele foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Garanhuns para ser apresentado à justiça.

*Da assessoria da PRF 

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviou um ofício ao Wikipédia pedindo a exclusão da página sobre o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, e a identificação dos usuários que editaram as informações.

O Wikipédia funciona como uma enciclopédia digital colaborativa: qualquer pessoa cadastrada pode atualizar o conteúdo do site desde que aponte a fonte das informações.

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O diretor-geral da PRF é descrito na página como "bolsonarista". Como mostrou o Estadão, Vasques chegou a pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais na véspera do segundo turno.

O perfil também cita os processos disciplinares abertos contra Silvinei Vasques, um deles por agredir um frentista em Goiás, que foram colocados sob sigilo por 100 anos.

A página destaca ainda casos emblemáticos de violência policial na gestão do atual diretor, como a Chacina da Vila Cruzeiro, comunidade do Rio onde 23 pessoas foram mortas a tiros durante uma operação policial da qual a PRF participou em maio, e o assassinato de Genivaldo de Jesus, asfixiado em um camburão da corporação.

O texto também menciona o trabalho da PRF nas eleições e sobre os bloqueios de estradas federais por manifestantes inconformados com a derrota de Bolsonaro. A corporação abordou eleitores no dia do segundo turno, mesmo após a Justiça Eleitoral proibir operações relacionadas ao transporte de eleitores, o que levou o Ministério Público Federal (MPF) a abrir um inquérito para apurar a conduta de Vasques. A investigação também vai analisar se houve demora deliberada para desmobilizar os protestos bolsonaristas nas rodovias.

O ofício enviado ao Wikipédia partiu da Diretoria de Inteligência da PRF. O documento afirma que houve "exposição indevida" da corporação e do seu "dirigente máximo".

"Saliente-se que o conteúdo tem o viés nitidamente político e a inserção de informações pejorativas sobre o dirigente da Instituição ultrapassa os limites do exercício regular do direito de informar. Evidentemente, o direito à informação não exclui garantias individuais, pois encontra nelas os seus limites, devendo-se atentar ao dever de resguardar direitos, vez que os dados divulgados manipulam a opinião pública", diz um trecho do documento assinado pelo diretor de Inteligência da PRF Luís Carlos Resichak Júnior.

O pedido é para tirar a página do ar e identificar os responsáveis pela edição para "avaliação de eventuais medidas a serem adotadas".

Por conta das obras de ampliação da BR-232 e a aproximação do feriado, o trânsito neste domingo (13) de aplicação de provas no ENEM é lento, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. Por isso, a PRF divulgou através de nota algumas rotas alternativas para evitar atrasos dos estudantes.

Ligando o Recife ao Agreste e Sertão, a BR-232 possui algumas alternativas segundo a PRF. Quem deseja por exemplo sair da Zona Sul do Recife deve pegar a rota por Jaboatão no sentido Muribeca, Centro, até chegar em Santo Aleixo, pela Estrada da Luz e pegando a BR-232 já no trecho sem obras.

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Já quem pretende sair da área Norte da capital pernambucana deve seguir pela PE-005, em Camaragibe e pegar o Ramal da Copa seguindo até o entroncamento com a BR-408, já perto da Arena de Pernambuco. Depois, entra à esquerda na via federal e continua até chegar à BR-232, pegando à direita para continuar a viagem sentido interior.

Outra saída é seguir até Moreno passando por Jaboatão dos Guararapes. Os motoristas que saem do Recife, por exemplo, podem acessar a Avenida José Rufino (bairros de Afogados e Areias, na Zona Oeste da capital) e seguir por Cavaleiro, até chegar em Jaboatão Centro. De lá é só seguir pela Av. Adelina Lacerda Beltrão até Moreno.

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A pedido do Ministério Público Federal, a Polícia Federal abriu um inquérito, na quinta-feira (10), para investigar o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques. O chefe da corporação entrou na mira da Procuradoria sob suspeita de prevaricação, violência política e omissão. A investigação será conduzida pela Superintendência da PF no Distrito Federal.

A investigação vai se debruçar sobre a conduta de Silvinei em meio à desmobilização de atos que bloquearam estradas federais após a derrota do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), nas urnas. Além disso, vai analisar a atuação do chefe da PRF diante das abordagens da corporação no segundo turno no pleito sob o pretexto de transporte irregular de eleitores.

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O Tribunal Superior Eleitoral proibiu operações relacionadas ao transporte público de eleitores no dia do pleito, mas a PRF fez ao menos 560 operações, com foco no Nordeste. Os casos foram denunciados por eleitores nas redes sociais.

A investigação sobre o diretor-geral da PRF foi requisitada a pedido de membros da 2.ª e da 7.ª Câmaras da Procuradoria Geral da República (PGR), compostas por subprocuradores-gerais da República. Eles apontaram "má conduta" na gestão da corporação e possível desvio de finalidade visando "interferir no processo eleitoral".

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, Silvinei Vasques pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais na véspera do segundo turno. A publicação foi apagada após a repercussão na imprensa.

Famílias almoçando, muitos vestidos de verde e amarelo, deixaram os talheres na mesa para aplaudir a entrada do bilionário Luciano Hang em um restaurante de Brusque, em Santa Catarina. Palmas e gritos saudaram o empresário, que andando pelo salão proferiu um discurso parabenizando os comensais que participaram de atos pró-golpe no feriado de Finados: “O Brasil precisa de mais gente como todos vocês, que vão para a luta, não aceitam o errado como verdadeiro. Temos ainda alguma chance, não sei mais, se eles tomarem o poder acabou, pessoal”. 

Sem o extravagante terno verde e amarelo, usando uma camisa social azul, o dono da rede de lojas Havan concluiu sua fala confiante na mudança do rumo do resultado das eleições: “agora, ainda acho que dá tempo, vamos esperar tá”. Os bloqueios nas estradas contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aconteciam desde domingo, haviam perdido força em grande parte do país naquele dia 2, mas Santa Catarina ainda registrava o maior número de paralisações. 

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 A Agência Pública apurou que Luciano Hang, um dos mais fiéis aliados de Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos, e outros empresários catarinenses, como Emílio Dalçoquio, que ficou conhecido por incentivar a greve de caminhoneiros em 2018, tiveram ativa participação nas manifestações golpistas que acontecem no estado desde o dia 30 de outubro. Um documento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao qual a reportagem teve acesso com exclusividade, aponta que caminhões a serviço da Havan foram enviados para os bloqueios. 

 Hang, Bolsonaro e Dalçoquio durante encontro em outubro passado Hang e Dalçoquio participavam de um grupo de WhatsApp de empresários bolsonaristas em que foi defendido um golpe de estado caso Lula ganhasse a eleição. O episódio foi revelado pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, em agosto. Os dois também são aliados do governador eleito com o apoio do presidente, Jorginho Mello (PL-SC), e tiveram papel importante na campanha de Jair Bolsonaro em Santa Catarina – Luciano Hang doou R$ 1,02 milhão a Bolsonaro. O presidente teve 69,27% dos votos no estado. 

 Também próximo de Dalçoquio e Hang, o dono do grupo Luke – que dentre outras atividades, fornece peças e acessórios para caminhões – Luiz Henrique Crestani, fez questão de publicizar o apoio às manifestações contra a democracia. Ele postou nos stories do Instagram no dia primeiro, que os veículos de sua empresa estavam nos bloqueios: “Nossos caminhões da @lukelogistica estão parados em Palma Sola”, escreveu. Crestani também divulgou fotos suas nos atos. Procurado, ele disse que não tem interesse em se manifestar à Pública.

Os protestos também ganharam a adesão de dezenas de donos de negócios de médio porte e comerciantes que baixaram as portas e coagiram funcionários a participar das paralisações. Para citar um exemplo, a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Canoinhas publicou uma nota em 3 de novembro conclamando os associados a fecharem seu comércio ou liberarem seus empregados a participarem do “movimento”. O locaute, como é chamada a paralisação dos empresários, é crime no Brasil e o Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT) está investigando o caso. 

Procuradores de Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo informaram nesta terça-feira (8) ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, ter identificado a participação de empresários no financiamento dos atos antidemocráticos. “Há uma grande organização criminosa com funções pré-definidas, financiadores, arrecadadores, como é de conhecimento público, tem vários números de pix”, afirmou o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo durante coletiva de imprensa. Segundo ele, há suspeitas de que existe uma organização em nível nacional. 

    Santa Catarina teve o maior número de registros de bloqueios de rodovias em todo o país, chegando a 41 na segunda-feira (31). O estado de origem do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, também foi onde ocorreram ao menos dois flagrantes de policiais rodoviários apoiando os atos.   

 Um policial da PRF no estado contou à reportagem sob condição de anonimato, que o setor de inteligência do órgão já havia detectado antes das eleições que ocorreriam os bloqueios, mas nada foi feito. A Pública mostrou que o fechamento das estradas estava sendo articulado nas redes sociais semanas antes da votação e, segundo o policial de Santa Catarina, a PRF estava ciente dessa movimentação. Mesmo assim, de acordo com ele, o comando estadual optou por não convocar um efetivo maior de policiais para o período pós-eleitoral. 

 “Eu e mais um colega ficamos responsáveis sozinhos por um trecho de cerca de cem quilômetros que tinha múltiplos bloqueios. Sem estrutura era impossível enfrentar os manifestantes. Em um momento que tentamos negociar eles partiram agressivamente para cima de nós e precisamos correr para não sofrermos agressões”, relatou sobre a segunda-feira, 31 de outubro. 

Três dias após o desbloqueio, manifestantes pediam intervenção federal nas margens da BR 101, próximo a Havan de Barra Velha (SC) e à garagem dos caminhões que fazem o transporte para a empresa Havan: caminhões e estrutura disponibilizada para os atos As lojas da Havan foram pontos de concentração dos protestos golpistas em Santa Catarina. Na terça-feira, após as suspeitas de que Luciano Hang estaria apoiando os atos, a empresa emitiu uma nota negando sua participação. No entanto, um documento da PRF ao qual tivemos acesso aponta o contrário. 

 O relatório da manhã de 31 de outubro registra que a Havan e Transben Transportes – transportadora da esposa, cunhado e sogro de Hang – além da Premix Concreto, “haviam deslocado veículos de carga até a manifestação no KM 83 e estavam presentes de forma organizada” no bloqueio da BR-101, na altura do município de Barra Velha (SC). Ali, o protesto foi em frente ao posto de combustível Maiochi, que fica próximo a uma loja da Havan e a uma das garagens da Transben.   Os funcionários da Transben entrevistados na garagem da empresa pela Pública negaram participação no fechamento das estradas. 

 A reportagem procurou a Premix, a Transben e a Havan, que não retornaram ao contato. A nota assinada por Hang publicada dia primeiro informa que o empresário não está envolvido, “se manifestando ou patrocinando movimentos de paralisação de estradas ou rodovias”. “Manifestações em frente às megalojas estão sendo organizadas de forma espontânea, sem qualquer vínculo com a Havan, ou com o empresário”, acrescenta.   

Presidente da empresa de transportes ligada à Havan, Adriano Benvenutti, irmão de Andrea Benvenutti Hang, esposa de Luciano Hang, foi denunciado pela Procuradoria Regional do Trabalho de Santa Catarina por coação eleitoral. Antes do pleito, ele gravou um vídeo pedindo para que seus funcionários votassem em Bolsonaro. Na mensagem, ele diz que foi uma ideia sua em conjunto com o cunhado: “Voltando aqui para pedir uma coisa para vocês, em uma decisão que a gente teve. Vocês já devem ter visto o vídeo do Luciano pedindo para todos os motoristas votarem, certo? Isso foi uma ideia que surgiu em conjunto. Eu e ele conversando, estamos estimulando a todos os transportadores a fazerem isso. Vou pedir encarecidamente a todos os motoristas que votem no Bolsonaro para manter as empresas crescendo”, disse.   

Na garagem da Transpen, vários caminhões marcados com o logotipo da Havan A Transben tem como principal cliente a rede de lojas Havan. Além do bloqueio onde oficiais da polícia rodoviária registraram a participação organizada de seus caminhões, ao menos outros quatro pontos de obstruções de vias em Santa Catarina foram realizados exatamente na frente das lojas de Luciano Hang – nos municípios de Itapema, Indaial, Palhoça e Rio do Sul. 

 Em Itapema, os manifestantes usaram o estacionamento e instalações da Havan para se abrigar, relatou uma funcionária à Pública. Em Palhoça, “a Havan deu cadeiras e bancos de plástico para os manifestantes, além de liberar os banheiros, energia elétrica para o som e o espaço do estacionamento”, relatou um funcionário da unidade. Nesta loja Havan, os apoiadores de Jair Bolsonaro começaram a se juntar logo após o resultado eleitoral, ainda na noite de 30 de outubro. 

O mesmo aconteceu em Rio do Sul (SC) onde os manifestantes já planejavam desde a tarde de domingo (30) fechar a rodovia em frente à loja caso Bolsonaro perdesse – segundo relato de um morador à Pública. Na pequena cidade catarinense, a aglomeração de pessoas pedindo intervenção militar se estendeu por toda semana, contando com apoio de empresários da região. 

De dentro da loja da Havan, empresários convocaram outros empreendedores a “trazerem seu pessoal” para os atos golpistas – segundo vídeos obtidos pela reportagem. “Minha empresa está fechada desde segunda-feira [31] com nossos colaboradores aqui ajudando”, disse, uma empresária do município, no dia 6 de novembro. 

 Bloqueios foram estruturados com rapidez

Um dos maiores bloqueios de Santa Catarina aconteceu em Itajaí, em frente aos negócios da família Dalçoquio. Além de sócios de uma rede de postos de gasolina e de um hotel, eles são donos de uma grande transportadora, a Transportes Dalçoquio. Segundo agentes da PRF ouvidos pela Pública, é de conhecimento na região que membros da família Dalçoquio apoiam e ajudam a articular bloqueios de rodovias, desde ao menos a greve de caminhoneiros de 2018. 

Na semana passada, cerca de apenas uma hora após o resultado das eleições, aproximadamente 50 pessoas se aglomeravam no quilômetro 117 da BR 101, em frente ao posto Santa Rosa, que pertence a eles. Os manifestantes começaram a queimar paus, pneus, e minutos depois caminhões com toras de madeira, pneus e areia chegaram para dar apoio. Uma funcionária do hotel localizado nas proximidades foi agredida com socos e pontapés por ter se posicionado contrária aos protestos e a Jair Bolsonaro. 

Caminhão despeja areia para bloquear BR 101, em frente ao posto da família Dalçoquio Bem perto dali, no domingo (30), em frente a outro posto dos Dalçoquio, surgia mais um grupo de pessoas que faziam o mesmo, impedindo os veículos de passarem na estrada que dá acesso à cidade de Itajaí. 

Emílio Dalçoquio Neto, um dos herdeiros da empresa, conhece Jair Bolsonaro desde 2015. Em dezembro de 2021, ele acompanhou o presidente, a primeira dama Michelle Bolsonaro e a filha do casal, Laura, no parque de diversões Beto Carreiro. Junto a Luciano Hang, ele foi um dos anfitriões de Jair Bolsonaro em Balneário Camboriú durante a campanha.

Relação entre Dalçoquio e Bolsonaro é de longa data Dalçoquio também apoiou a eleição de Jorginho Mello ao governo de Santa Catarina, do ex-ministro da Pesca, Jorge Seif (PL-SC), ao senado e Zé do Trovão (PL-SC) a deputado federal. Eleito, Trovão foi preso em outubro do ano passado suspeito de organizar atos antidemocráticos e atualmente usa tornozeleira por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Mesmo assim, o político esteve nas manifestações golpistas contra o resultado das eleições.   

Em um vídeo que passou a circular muito na semana anterior às eleições, Emílio Dalçoquio convoca o setor do agronegócio e os caminhoneiros a participar de protestos. “Agora vai ficar no coração de cada um aceitar o Brasil ser comunista ou não. Eu não aceito”, disse a um grupo de pessoas em um bar localizado em Itajaí. “Saiam daqui e vão defender o Brasil também, é isso que nós esperamos, porra”, acrescentou. 

 Emílio Dalçoquio e a Dalçoquio Transportes não retornaram aos contatos da reportagem. A empresa emitiu uma nota na terça-feira (1/11) referente ao vídeo, informando que “o que pensa ou não pensa o sr. Emílio Dalçoquio não retrata os pensamentos e interesses da administração da empresa”. “Até porque, o sr. Emílio Dalçoquio não ocupa assento na administração da organização, razão pela qual suas declarações são de cunho único e exclusivamente pessoal, não podendo ser associadas a Transportes Dalçoquio nessas aventuras retóricas”, diz a nota. 

 Conhecido como Cowboy do Asfalto, Emílio, assim como Hang, é um bolsonarista raiz. Em vídeos publicados no Youtube e em suas redes sociais, é comum ouvi-lo dizer que se o PT voltasse ao poder, o Brasil viraria uma Venezuela e que passaríamos a comer carne de cachorro. Ontem ele publicou em seu Instagram uma imagem com o seguinte texto: “Nunca imaginei que iria viver para testemunhar uma categoria de caminhoneiros ser mais consciente do que a categoria de professores. 

Atualmente, ele preside a associação Lux Brasil, que informa “defender ideias conservadoras”. A organização está registrada em nome de Leandro José Castro de Freitas, lotado no gabinete do senador Jorginho Mello, conforme publicado pelo De Olho nos Ruralistas. Ele foi exonerado do Senado em setembro. A Lux Brasil apoiou o Congresso Conservador Brasileiro, que aconteceu em 26 de junho, em Massachusetts, nos Estados Unidos. O evento contou com a participação de influenciadores da extrema-direita, como o blogueiro Allan dos Santos, que está foragido da Justiça.   

Em decorrência das paralisações dos caminhoneiros em 2018, Emílio Dalçoquio e Luciano Hang foram investigados pelo Ministério Público Federal por atentar contra a liberdade do trabalho e coação, além de incitar a animosidade de setores das Forças Armadas ao pedir por intervenção militar. O inquérito foi arquivado em fevereiro de 2019 por falta de provas. 

 Outra empresa que apareceu no radar da PRF nos bloqueios golpistas após a vitória de Lula, é o Grupo Rudnick que tem postos de gasolina, uma empresa de distribuição de combustível e uma mineradora em Santa Catarina. 

O posto Rudnick de Joinville (SC), que segundo oficiais da PRF relataram à Pública deu suporte às paralisações de caminhoneiros de 2018, foi o ponto com maior bloqueio na região do município. Como ocorreu no posto da família Dalçoquio e em frente às lojas Havan, lá os bloqueios na rodovia também se iniciaram ainda na noite da eleição e só foram desmontados pela ação das polícias. 

Segundo apurou a reportagem, outro posto de propriedade da família Rudnick serviu de ponto de concentração para manifestantes pró-golpe que bloquearam a BR-280 na altura do quilômetro 55, bem em frente ao posto, em Guaramirim (SC). Procurada, a empresa não retornou ao contato da reportagem. 

   No embalo dos grandes, pequenos empresários também deram estrutura para bloqueios Rio do Sul, um município de 72 mil habitantes no interior de Santa Catarina, é um dos pontos onde os bloqueios de rodovias apoiados por empresários mais se radicalizou. Moradores da cidade entrevistados sob anonimato pela Pública relataram que os apoiadores de Bolsonaro da cidade já estavam planejando uma manifestação em frente à loja da Havan, que fica à beira da BR 470, antes do resultado eleitoral. Muitos foram para lá assistir a apuração e, quando a derrota de Bolsonaro se consumou, começaram a bloquear a estrada. 

No pequeno município, a pressão para a população apoiar os atos golpistas aumentou durante a semana. Na terça-feira, 1 de novembro, circulou em grupos de WhatsApp uma lista de 41 empresas e lojas da região que paralisaram as atividades e liberaram seus funcionários para aderirem às manifestações organizadas na frente da Havan. Um morador relatou que lojistas que não aderiram ao ato funcionaram de portas fechadas, com medo de serem taxados de comunistas e boicotados pela população. 

 No domingo seguinte, de dentro da loja da Havan, oito empresários da região gravaram vídeos convocando pessoas para aderirem à greve golpista que pedia “intervenção federal”, marcada para 7 de novembro. Um dos empresários, proprietário da HBremer que produz caldeiras de uso industrial, declara que convocou todos seus funcionários. Segundo o site da empresa, a HBremer emprega 138 pessoas em Rio do Sul. Na segunda-feira, dia 7, a direção da empresa paralisou as atividades para aderir aos atos golpistas.   

Na tarde do dia 7, os manifestantes que obstruíram novamente a BR 470 em frente à loja da Havan em Rio do Sul atacaram os policiais que tentavam liberar a via. Um vídeo registra o momento em que homens atiram bancos e uma churrasqueira em cima dos policiais. Um deles, tenta golpear o policial com um bastão.

Manifestantes atacam PRF A apenas 21 quilômetros do ponto de bloqueio em Rio do Sul, outro empresário de médio porte também paralisou atividades e levou funcionários para aderirem aos atos golpistas, nos dias que se seguiram ao segundo turno. Um vídeo mostra o bloqueio feito na BR 470 em frente a Indústria Metalbo com dezenas de funcionários da empresa participando do ato uniformizados. 

Entramos em contato com a Metalbo, a HBremer e Grupar Autopeças, mas não obtivemos retorno. 

No mesmo embalo, um dos empresários da Grupar Autopeças gravou um vídeo em Brusque (SC) relatando que liberou todos os funcionários para aderirem à manifestação e pedindo para outros empresários fazerem o mesmo. “Estamos baixando as portas das empresas até que as Forças Armadas tomem uma decisão do que fazer”, disse rodeado por funcionários uniformizados. 

 O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem recebido várias denúncias de casos de empregadores que financiam e impõe a seus trabalhadores a participação nos atos que atacam a democracia. Segundo Adriane Araújo, procuradora regional do trabalho, participar de bloqueios de estradas ou atos que contestam a ordem democrática configura crime por si só, mas, quando o empregador obriga o funcionário a participar de configura-se assédio em ambiente de trabalho. 

 “Essa prática é ilícita e gera responsabilidades, como pagamento de indenizações por danos morais coletivos e individuais, na esfera trabalhista”, explica. Já a participação em atos contra as instituições democráticas está prevista como crime na legislação penal e é passível de punição.

   “Obrigar funcionários a participarem de tais atos é um ataque à dignidade humana, ao pluralismo político e ao princípio da igualdade”, diz Araújo. Segundo ela, o MPT está acompanhando os desdobramentos da participação de empresários nos bloqueios e irá apurar a responsabilidade das pessoas envolvidas.

*Da Agencia Pública 

Um homem de 27 anos foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na noite de terça-feira (8) após ser flagrado conduzindo um veículo funerário com um caixão que estava carregado de crack. O suspeito foi abordado pela polícia na rodovia Fernão Dias, em Vargem, São Paulo.

A PRF explicou que, durante a abordagem, foi perguntado ao condutor se havia urna funerária no carro e ele disse que sim. A partir daí, foi solicitada a documentação da pessoa morta que estaria sendo transportada. No entanto, o motorista disse aos policiais que levava apenas o caixão vazio.

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Segundo a PRF, o suspeito ficou nervoso e não soube explicar por que estava levando um caixão vazio de São Paulo até Belo Horizonte. Durante a vistoria, os policiais perceberam que o caixão estava pesado demais para uma urna vazia. 

Ao abrir o caixaão, foram encontrados 50 tabletes de crack, que totalizaram 50 kg da droga. Após a descoberta, o motorista confessou o crime e disse que receberia R$ 10 mil pelo transporte. O suspeito foi preso em flagrante por tráfico de drogas e encaminhado para a delegacia de Bragança Paulista.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, reuniu-se nesta terça-feira (8) com procuradores de Justiça de três estados para tratar dos bloqueios em rodovias federais. No dia 30 de outubro, após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições para a Presidência da República, grupos de caminhoneiros iniciaram bloqueios em diversos pontos do país. 

Durante a reunião, os procuradores de Justiça de São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina levaram ao ministro informações sobre a identificação de supostos financiadores dos bloqueios, que foram considerados ilegais pelo ministro, em decisão que determinou o fim das paralisações. 

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De acordo com o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, serão cruzadas informações entre as apurações do Ministério Público e do tribunal para identificação dos financiadores dos bloqueios.  "São empresários que são financiadores. Nós já temos alguns nomes, que ainda não podemos revelar, porque estão sendo investigados. A ideia é que esse cruzamento possa permitir a identificação de empresários, que estão, na verdade, patrocinando movimentos golpistas", afirmou. 

Ontem (7), Moraes determinou que a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias civis e militares dos estados prestem informações sobre caminhões e veículos que participaram de bloqueios. Moraes também pediu dados sobre os proprietários dos veículos e as multas aplicadas nas operações de desbloqueio. 

De acordo com a PRF, nesta terça-feira, o fluxo de veículos está parcialmente interrompido em três pontos de rodovias localizadas no Pará, em Rondônia e Mato Grosso. Não há bloqueios totais. Desde a semana passada, 1.079 manifestações foram desfeitas pelos agentes da corporação.

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