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Um dia após o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmar que vai enviar um projeto de decreto legislativo para a realização de um plebiscito sobre a elaboração de uma nova Constituição, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota técnica apontando a inconstitucionalidade da proposição.

"Em nossa ordem constitucional, o plebiscito constitui um instrumento de democracia direta enquanto via de participação popular nos negócios públicos. Não pode ser desvirtuado para servir de facilitador a uma tentativa de mudança inconstitucional da Constituição", critica a OAB. "Não há substrato histórico, jurídico, político ou social para se afastar a Constituição de 1988 no atual contexto brasileiro".

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O parecer conjunto da Presidência Nacional, da Procuradoria Constitucional e da Presidência da Comissão de Defesa da República e da Democracia do Conselho Federal da OAB, divulgado nesta quarta-feira (28), aponta riscos "de erosão democrática e constitucional" na sugestão, classificada como uma "armadilha perigosa".

"A literatura constitucional contemporânea tem destacado a existência de formas de fragilização da democracia e do constitucionalismo por dentro das próprias regras democráticas e por meio de mecanismos formalmente legítimos, mas que são manuseados com fins autoritários", alerta o documento. "A defesa da democracia brasileira passa, invariavelmente, pela defesa da ordem constitucional em vigor".

No parecer, a OAB sustenta que a proposta de uma nova Constituição é "inteiramente descabida e desconectada da nossa história" e rechaça paralelo com o Chile - que, no último domingo, dia 25, aprovou a elaboração de um texto constitucional para substituir o atual, promulgado na ditadura de Augusto Pinochet. A entidade reforça que, ao contrário do país vizinho, o processo de construção da Constituição brasileira em 1988 foi "inclusivo" e "plural".

Para a Ordem dos Advogados, a além de "inócua" para a resolução de eventuais questões econômicas ou políticas, a sugestão de Barros representa uma "ameaça aos direitos e garantias fundamentais" e uma "agressão à democracia".

"O que cabalmente afasta a proposta de uma nova Constituição, de forma muito direta e definitiva, é que não vivemos no Brasil um momento de refundação constitucional, o que só existiria se estivéssemos diante de uma falência da atual ordem e significaria um instante político e institucionalmente anômalo. Não há uma crença difundida na ilegitimidade da ordem constitucional de 1988, tampouco demandas de uma nova pactuação constitucional. Além disso, as vias de mudança legal pelas vias ordinárias são adequadas e suficientes ao aprimoramento das instituições e aos avanços necessários. Dessa forma, os desafios atuais e as eventuais crises devem ser enfrentados sob os auspícios da Constituição de 1988 e não fora dela", conclui a entidade.

Após afirmar que a Constituição deixa o Brasil "ingovernável", Ricardo Barros se comprometeu a enviar "imediatamente" um projeto de decreto para garantir um plebiscito para a população opinar sobre a elaboração de uma nova Carta Magna. O líder do governo já tem um texto pronto e afirmou que fará ajustes nas datas das votações. Isso porque a proposta inicial previa que a consulta à população fosse feita nas eleições municipais deste ano para, em 2022, ser instituída uma Assembleia Constituinte. Barros disse que, à época, não havia obtido apoio de lideranças, mas que agora, após a receptividade da sua ideia, está motivado a apresentar o projeto. "Estou motivado diante de tantos apoiamentos que recebi", comentou o deputado nesta terça-feira (27).

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu a realização de um plebiscito para que os cidadãos brasileiros decidam sobre a elaboração de uma nova Constituição, sob o argumento de que a Carta Magna transformou o Brasil em um "País ingovernável". Barros citou como exemplo o Chile, que foi às urnas no domingo, 25, e definiu que uma nova Assembleia Constituinte deverá ser eleita para a criação de uma nova constituição do país.

"Eu pessoalmente defendo nova assembleia nacional constituinte, acho que devemos fazer um plebiscito, como fez o Chile, para que possamos refazer a Carta Magna e escrever muitas vezes nela a palavra deveres, porque a nossa carta só tem direitos e é preciso que o cidadão tenha deveres com a Nação", disse Barros nesta segunda-feira, 26, em um evento chamado "Um dia pela democracia".

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O deputado, que representa os interesses do governo federal na Câmara dos Deputados, disse que a Constituição tornou o País "ingovernável", ao afirmar que o Brasil hoje tem uma "situação inviável orçamentariamente". "Não temos mais capacidade de pagar nossa dívida, os juros da dívida não são pagos há muitos anos, a dívida é só rolada e com o efeito da pandemia cresceu muito, e esse crescimento nos coloca em risco na questão da rolagem da dívida", disse. Emendas à Constituição, segundo ele, não são o suficiente.

"A nossa Constituição, a Constituição cidadã, o presidente (José) Sarney já dizia quando a sancionou, que tornaria o país ingovernável, e o dia chegou, temos um sistema ingovernável, estamos há seis anos com déficit fiscal primário, ou seja, arrecadamos menos do que gastamos, não temos capacidade mais de aumentar a carga tributária, porque o contribuinte não suporta mais do que 35% da carga tributária, e não demos conta de entregar todos os direitos que a Constituição decidiu em favor de nossos cidadãos", disse.

O outro problema, na visão do parlamentar, é que "o poder fiscalizador ficou muito maior que os demais" e, por isso, seria necessário também "equilibrar os Poderes" no país. O deputado, que é alvo de investigações do Ministério Público Federal, diz que é preciso punir quem apresentar denúncias sem prova.

"Os juízes, promotores, fiscais da Receita, agentes do TCU, da CGU, provocam enormes danos com acusações infundadas e nada respondem por isso, nunca respondem por nada, e o ativismo político do Judiciário está muito intenso, muito mais do que jamais poderíamos imaginar, então é preciso sim que nós possamos rever o nosso sistema, diz Ricardo Barros.

Conhecido crítico à Operação Lava Jato, Barros acrescentou que, apesar de ser um desejo dos brasileiros, o combate à corrupção não pode ser feito "cometendo crimes". O deputado disse também ser a favor do parlamentarismo. "Seria um regime de governo muito mais efetivo, que nos permitiria ajustar rapidamente as crises, retomar mais rapidamente o rumo quando existe um impasse, mas vamos ainda lutar por isso", disse.

O discurso do deputado foi feito em evento organizado pela Academia Brasileira de Direito Constitucional (ABDConst), que contou com a presença de ministros do Supremo Tribunal Federal, do ministro da Economia, Paulo Guedes, e de juristas.

Integrante do Centrão, deputado federal por seis legislaturas e ex-ministro da Saúde de Michel Temer, Ricardo Barros foi nomeado como líder em agosto, no lugar de Major Vitor Hugo (PSL-GO).

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), reúne-se hoje com lideranças do Congresso para debater a proposta de reforma tributária e o pacto federativo. Também está prevista a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro.

O encontro deve ser presencial e está marcado para as 11 horas, no Palácio do Alvorada.

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Na última quarta-feira, Barros esteve com o presidente Jair Bolsonaro e reafirmou o compromisso do governo com esses dois temas.

*Da Agência Câmara de Notícias

O líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, é um dos alvos de uma operação do Ministério Público do Paraná e da Polícia Civil. Policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão em um escritório ligado a Barros localizado em Maringá. 

A ação policial investiga fraudes na contratação de energia elétrica em 2019. O esquema teria sido exposto em uma delação premiada firmada por executivos da Galvão Engenharia.

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Em nota, Ricardo Barros disse estar tranquilo e ter uma conduta ilibada. "O parlamentar reafirma a sua conduta ilibada , e informa que solicitou acesso aos autos do processo para poder prestar mais esclarecimentos à sociedade e iniciar sua defesa.  Ricardo Barros, relator da lei de abuso de autoridade, repudia o ativismo político do judiciário", afirma.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a fala do presidente Jair Bolsonaro de querer agredir um repórter não deverá influenciar o relacionamento do presidente com os parlamentares da Câmara. "Conhecemos Bolsonaro há 28 anos, ele sempre foi assim e não vai mudar", disse Barros em entrevista à rádio Jovem Pan.

Nesse domingo (23), Bolsonaro disse ter "vontade de encher de porrada" a boca de um repórter do jornal O Globo, em frente à Catedral Metropolitana de Brasília, após o jornalista questioná-lo sobre os repasses de R$ 89 mil do ex-assessor Fabrício Queiroz para sua esposa, Michelle Bolsonaro.

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Segundo Barros, a fala de Bolsonaro não foi uma ameaça. "Ele falou que 'gostaria de' e não 'vou fazer'. É um pensamento que ele externou que certamente não precisaria ter externado", defendeu o parlamentar.

De acordo com Barros, "agora todas as entidades se manifestam, o que é uma bobagem. Uma tentativa de fazer o mosquito virar um elefante. O Brasil não precisa disso, precisa de andar e prosperar".

Novo líder do governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR) defendeu a distribuição de cargos no governo para fortalecer a articulação no Congresso. Em entrevista à Rádio Eldorado, disse ainda que é preciso "enfrentar a corporação dos servidores públicos" para aprovar a reforma administrativa.

Barros assumiu o lugar do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), em um gesto do presidente Jair Bolsonaro que consolida a aliança com o Centrão. O cargo de líder do governo na Câmara dos Deputados é importante por ser a ponte entre o Palácio do Planalto e os parlamentares.

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À Rádio Eldorado, Barros afirmou que "é absolutamente justo" que os partidos que deem governabilidade ao presidente tenham participação programática no governo.

Questionado se a negociação passaria por cargos, o deputado afirmou que a articulação inclui a "coalizão de governo", uma vez que o presidente e seu partido têm apenas uma parcela de representantes no Congresso, precisando formar maiorias simples e qualificada para a aprovação de suas matérias de interesse. "A nossa Constituição tem o presidencialismo de coalizão e é absolutamente justo que os partidos que vão dar governabilidade, que vão permitir o governo aprovar matérias que ele prometeu na campanha, tenham elementos de seu partido no governo, fazendo o programa de cada partido, é assim que funciona o Brasil", disse.

Inicialmente, segundo Barros, Bolsonaro tentou negociar diretamente com as frentes parlamentares. "Neste ano, desde fevereiro, iniciou uma tratativa com partidos políticos, com presidentes e líderes de partidos políticos, porque percebeu que as frentes parlamentares não tinham a condição de entregar a aprovação das matérias que o Brasil precisa."

O novo líder do governo na Câmara assume agora com a missão de melhorar a comunicação o Planalto e o Congresso, em um momento em que as tratativas para as principais reformas - a administrativa e a tributária - estão paradas.

Segundo o deputado, para a reforma administrativa, o principal desafio será enfrentar os servidores de carreira. "Claro que há sim uma grande resistência da corporação de servidores públicos que abduziu o Orçamento da União. Mas vamos enfrentar essa corporação, vamos enfrentar as dificuldades que aparecerem para que os brasileiros, em especial os contribuintes e aqueles que precisam do auxilio do Estado, sejam prioridade, e não a corporação dos servidores que levaram a grande vantagem nas discussões orçamentárias."

De acordo com Barros, a estratégia será direcionar a reforma administrativa para os servidores futuros, retirando os efeitos dos que já estão nomeados e são necessários para os procedimentos nas Casas Legislativas. "Quem escreve o documento para ser entregue ao Congresso? Servidores públicos. Nenhum papel tramita no governo sem o parecer técnico de um funcionário de carreira e sem o parecer jurídico de um funcionário de carreira. Os cargos comissionados não podem emitir esses pareceres. Então é natural que haja resistência desses funcionários em escrever algo que vai de encontro aos seus interesses", disse.

Defesa de Pazuello e críticas a Teich e Mandetta

Ex-ministro da Saúde de Michel Temer, Barros também foi questionado sobre o interino na pasta, Eduardo Pazuello, e o gerenciamento da pandemia.

O líder do governo na Câmara elogiou o trabalho do general e criticou os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que deixaram o governo após divergências com Bolsonaro, entre outros pontos, sobre o uso da cloroquina no tratamento da covid-19. "O general Pazzuelo tem sido eficientíssimo no ministério, tem trabalhado muito e tem feito as entregas necessárias: tem os respiradores, tem os equipamentos de proteção individual, que o ministro Mandetta não comprou nenhum, e nem o Teich. E, especialmente, temos um comando novo: aos primeiros sintomas, procure um médico. E não 'fique em casa até ter falta de ar'. Esse novo comando de tratar a partir dos primeiros sintomas vai salvar muitas vidas", disse.

Alinhado ao que defende Bolsonaro, Barros também criticou o isolamento horizontal, afirmando que a pandemia já teria sido superada se o País tivesse optado pela imunidade de rebanho anteriormente. "Só o Brasil tem o SUS. Só o Brasil tem 50 mil postos de atendimento gratuito para a população. O Brasil não precisava ter feito isolamento horizontal. poderia ter feito isolamento vertical e já teríamos adquirido imunidade de rebanho e superado essa epidemia."

Integrante do Centrão, deputado federal por seis legislaturas e ex-ministro da Saúde de Michel Temer, o novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), tem um histórico de serviços prestados a outros governos. Foi líder do governo na gestão de Fernando Henrique Cardoso, vice-líder na época de Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministro da Saúde no governo de Michel Temer.

Barros foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1995.

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Formado em engenharia civil, Barros tem a política como herança familiar. Ele é filho do ex-prefeito de Maringá e deputado Silvio Magalhães Barros (1927-1979). O novo líder é casado com Cida Borghetti (PP), governadora do Paraná entre abril e dezembro de 2018. Eleita vice na chapa do ex-governador Beto Richa (PSDB), ela assumiu o comando do Estado quando o titular renunciou para se candidatar ao Senado e foi derrotado.

No ano passado, Barros foi denunciado pela Procuradoria da República no Distrito Federal em ação por improbidade administrativa relacionada ao período em que foi ministro de Temer. O Ministério Público aponta irregularidades na compra de medicamentos destinados ao tratamento de doenças raras pela pasta. Segundo a denúncia, o então ministro fez pressão para que houvesse pagamento antecipado no valor de R$ 19 milhões pela entrega de lotes do produto a uma empresa. O valor foi repassado em novembro de 2017, mas a entrega não foi feita. O caso ainda não foi julgado e, segundo o parlamentar, uma ação semelhante já foi rejeitada pela Justiça. Em nota divulgada na época da denúncia, Barros negou qualquer irregularidade na contratação.

Na esfera eleitoral, o TRE do Paraná, em outubro de 2019, decidiu cassar mandato do deputado federal por compra de votos na eleição de 2018, em um jantar de campanha. Em janeiro, a decisão foi anulada, mas o deputado ainda não se livrou da ação apresentada pelo Ministério Público Eleitoral. Ainda falta passar pela análise do Tribunal Superior Eleitoral.

Também em 2019 o deputado do Progressistas foi relator da chamada Lei de Abuso de Autoridade, que prevê punições a agentes públicos em uma série de situações e foi considerada uma reação da classe política às operações recentes contra corrupção, como a Lava Jato.

O ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros, divulgou na noite do sábado (25) a informação em uma rede social que foi diagnosticado com Covid-19. Ele disse que está internado na Santa Casa de Maringá, com quadro clinico "estável", após "testar positivo" para a novo coronavírus.

Ele agradeceu à família, aos profissionais de saúde e aos amigos pelo "apoio e orações".

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Atualmente, Barros é deputado federal pelo PP pelo Paraná.

A Procuradoria da República no Distrito Federal, órgão do Ministério Público Federal, ajuizou uma ação contra o ex-ministro da Saúde e deputado federal Ricardo Barros (PP) por improbidade administrativa durante sua gestão no ministério. A investigação que resultou na ação teve início com a apuração de problemas na aquisição de medicamentos sem licitação por conta de demandas judiciais.

Segundo o MPF, entre as irregularidades cometidas estariam favorecimento de empresas, desrespeito à legislação sobre exigências no serviço público e de normas sobre licitações, prejuízo a patrimônio público, descumprimento de decisões da Justiça e medidas que teriam contribuído em casos que resultaram nas mortes de 14 pacientes.

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Barros ficou à frente da pasta da Saúde de 2016 a 2018, quando foi substituído por Gilberto Occhi. Saiu para disputar as eleições do ano passado, quando se reelegeu deputado federal pelo Paraná. A ação também abrange a empresa Global Gestão em Saúde e outros dirigentes integrantes da equipe de Barros à época, como Davidson Tolentino Almeida, ex-diretor do Departamento de Logística da pasta.

Conforme a ação, teriam sido constatadas irregularidades em processos de compra de medicamentos para doenças raras, como Aldurazyme, Fabrazyme, Myozyme, Elaprase e Soliris. Nessas aquisições, o ministério teria favorecido empesas Global, Tuttopharma e Oncolabor, entre outras.

De acordo com a ação, essas empresas não tinham histórico de já ter realizado serviços de fornecimento desses medicamentos a governos. Elas teriam atrasado a entrega dos fármacos, além de terem sido selecionadas sem atenderem a todas as exigências, como ter a Declaração de Detentor de Registro. A Global, indica a ação, não teria nem licença de importação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para um dos medicamentos.

Em um processo de compra emergencial em 2017, a Global teria ganho sem atender aos requisitos. O Ministério da Saúde teria sido avisado que a empresa não dispunha de todas as licenças, não era cadastrada pelo fabricante, nem tinha o medicamento em estoque. O MS, segundo a ação, não somente não cancelou o contrato como adiantou um montante à empresa para que ela adquirisse os fármacos.

“Não há como não classificar de flagrantemente ilegal e temerária tal conduta dos réus que, com a prática, obviamente beneficiaram indevidamente a empresa Global Gestão em Saúde, sem haver o Ministério da Saúde obtido qualquer contrapartida, desconto ou economia em troca do risco suportado”, conclui a ação.

Condenação e ressarcimento

O MPF pede, além da condenação dos acusados por improbidade administrativa, reparação do dano moral coletivo dos pacientes afetados pelos problemas decorrentes das irregularidades na aquisição dos medicamentos, inclusas aí as 14 mortes em decorrência dessa situação. Além de ressarcimento dos pagamentos feitos à empresa, no montante de pouco mais de R$ 19 milhões em caráter liminar.

Ministério da Saúde

Em nota, o Ministério da Saúde informou que inscreveu na Dívida Ativa da União o repasse de R$ 20 milhões feito à empresa Global pelo não atendimento do contrato de entrega dos medicamentos Myozyme, Fabrazyme e Aldurazyme, como o não cumprimento de prazo em relação à quantidade estabelecida.

No tocante à ação, o ministério respondeu que “realizou todos esforços, incluindo uma compra emergencial, para garantir a assistência aos pacientes que utilizam os medicamentos Aldurazyme, Fabrazyme, Elaprase, Myozyme e Soliris mesmo com as ocorrências conhecidas”. O órgão acrescentou que os processos de aquisição respeitaram a legislação.

Defesa

Por meio de nota, Ricardo Barros afirmou que o Ministério Público Federal escolheu “o lado errado da luta no Sistema Único de Saúde (SUS). Deveria acusar as empresas que mantém monopólio de representantes para explorar o erário público".

“A Justiça deu a autorização para a Global importar o medicamento. O laboratório fabricante, no entanto, recusou a vender o produto para a Global, mantendo um injusto e maior preço para o Brasil, praticado por seu representante comercial”, argumentou.

Segundo o parlamentar, a legislação foi cumprida rigorosamente para aquisições por judicialização da Saúde. “Os R$ 5 bilhões economizados em 22 meses à frente do Ministério contrariaram muitos interesses. Agimos sempre dentro da lei, e nesses casos com decisões judiciais favoráveis ao Ministério da Saúde”.

Global

Procurada, a Global ainda não se pronunciou.

A eleição para a presidência da Câmara tem mais um candidato. O ex-ministro Ricardo Barros (PP-PR) comunicou aos colegas que irá disputar a vaga ocupada hoje por Rodrigo Maia (DEM-RJ), que concorre à reeleição com o apoio do PSL, sigla de Jair Bolsonaro.

"Bom dia a todos os progressistas. Quero pedir seu voto para presidente da Câmara dos Deputados. Meus 30 anos de vida pública e a passagem austera e realizadora pelo ministério da saúde me animam a esta jornada. Farei minha inscrição como candidato avulso. Deus ilumine esta jornada. Ricardo Barros", diz a mensagem.

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Para derrotar Maia, hoje o nome mais forte, a estratégia de PP e MDB é lançar o máximo de candidatos na tentativa de levar a disputa para o segundo turno. Numa eventual segunda etapa, todos se uniriam contra o demista.

A interlocutores, Barros aposta que muitos estão buscando uma alternativa à candidatura de Maia e à predominância do DEM no governo. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, homem forte do governo, é do DEM.

Alijados da aliança de Maia, PP e MDB já apresentaram como candidatos avulsos Fábio Ramalho (MDB-MG), Arthur Lira (PP-AL) e Alceu Moreira (MDB-RS).

O ex-ministro da Saúde e deputado federal, Ricardo Barros (PP), disse que não havia como prever que o então deputado federal Jair Bolsonaro deixasse o Partido Progressista, em abril de 2015, para se tornar o favorito às eleições presidenciais. Enquanto acompanhava a esposa, governadora Cida Borghetti e a sogra, Ires Anna, votarem em Curitiba (PR), Barros afirmou à reportagem que Bolsonaro representa um momento especial do País, mas que terá dificuldades, caso seja eleito, para governar. "Collor representou momento desse, o caçador de marajás, e acabou depois se mostrando incapacitado para formar governo, maioria, e manter relacionamento com as instituições do Brasil", alertou.

Barros lembra que em 2015 o PP tinha situações parecidas entre Bolsonaro e Celso Russomanno. "Nós tínhamos dois problemas como esse, Celso Russomanno e Jair Bolsonaro, que eram lideranças nossas, deputados que gostariam de concorrer às eleições majoritárias, mas o comando estadual do partido não tinha interesse, gostaria de manter alianças com grupos que já estavam estabelecidos, então nesses dois casos, eu sou tesoureiro do diretório nacional, reunimos a Executiva e liberamos esses companheiros para que saíssem do partido sem nenhum ônus ou problema de fidelidade partidária para que eles pudessem seguir o seu destino e não ficarem presos a uma vontade da cúpula estadual do partido, que não se coadunava com suas pretensões", afirmou.

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O deputado federal também afirmou que o contexto era diferente. "Quando ele (Bolsanoro) saiu do partido, não existia esse momento; a origem de todas essas oportunidades é o descontentamento extremo com o governo com a ordem de 95% de reprovação do governo e aparecem alternativas que são mudança total do desejo do eleitor em votar quem representa nada com o governo e essas decisões de mudanças acabam, depois, sofrendo um outro tipo de avaliação quando efetivamente do exercício do poder", analisou.

Sobre o atual momento vivido pelo País, com ampla divisão e troca de ofensas, Barros afirmou que as pessoas são movidas pela economia. "A eleição é 100% emocional, e esse emocional é o que move as pessoas, é reflexo dessa indisposição com o atual governo, com a situação econômica do País. A economia é o que move as pessoas", disse.

Independentemente de quem esteja no segundo turno, Barros disse que os vencedores terão que sentar à mesa e discutir o governo federal. "Qualquer que seja o presidente terá que ter a maioria no Congresso. Construir a maioria é se adequar aos programas de cada partido e poder participar no processo de construção da governabilidade. Isso é uma questão diferente no Brasil. O partido que ganha tem um programa de governo, mas não pode governar sozinho, terá que dividir seu programa de governo e adaptá-lo ao que outros partidos têm em cada área de governança", comentou.

Para ele, o PP deverá formar uma das maiores bancadas na Câmara. "Terminadas as eleições, nosso partido vai chegar com mais de 50 deputados federais; será um dos maiores partidos na Câmara dos Deputados, será convidado a formar base de governo. Vivemos em um presidencialismo de coalizão, nenhum dos presidentes eleitos terá mais de 50 deputados e será preciso 308 para fazer uma reforma constitucional, então, vai convidar todos os partidos e quem teve ao lado, durante a campanha, quem ganhou terá mais facilidade de participar em nome do partido na composição de governo".

Sobre possíveis apoios às candidaturas no segundo turno, Barros disse que cada diretório terá livre escolha. "Nós temos o segundo turno e em cada Estado os colegas têm a liberdade de decidir quem apoia, tanto na eleição de governo quanto na eleição presidencial. O Partido Progressista não faz esse tipo de vinculação a partir da Executiva Nacional; permite ampla liberdade de cada Estado tomar sua decisão", finalizou.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, que deixaria o cargo ontem, anunciou na tarde desta terça-feira, 27, em cerimônia no Palácio do Planalto, que agradecia ao presidente Michel Temer pela oportunidade e que estava de fato se despedindo do Ministério da Saúde. "Agradeço pela oportunidade e hoje me despeço do cargo", disse Barros, que deixará o posto para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PP do Paraná.

Barros aproveitou ainda cerimônia de entrega de insígnias da Ordem do Mérito Médico para fazer uma espécie de balanço de suas ações na pasta. O ministro - que deve apresentar a sua carga de demissão ainda hoje - afirmou, por exemplo, que sua gestão conseguiu fazer economia em diversas áreas, como na compra de medicamentos.

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Conforme mostrou hoje o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, era o nome mais cotado para pasta, mas a indicação entrou em compasso de espera. A mudança ocorreu sexta, durante uma reunião de Temer com o presidente do PP, Ciro Nogueira. O assunto será retomado amanhã de manhã, numa nova reunião entre Temer e Nogueira.

Após admitir que pode se lançar à reeleição, Temer vai aproveitar as últimas semanas de ministros que serão candidatos nos cargos para fazer nos próximos dias uma série de eventos e também viagens pelo País.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, pedirá ainda hoje (27) à Presidência da República exoneração do cargo.

Deputado federal (PP-RR) licenciado, Barros é pré-candidato à reeleição em outubro e precisa deixar o cargo até o dia 7 de abril, prazo definido para desincompatibilização de quem ocupa cargos públicos. Barros vai concorrer ao sexto mandato parlamentar pelo Paraná.

“Pedirei exoneração hoje e espero a decisão do presidente da República. Da minha parte, eu já terminei a minha tarefa. Estou pronto para sair, mas é preciso que haja um entendimento para a sucessão, e o presidente da República é quem decidirá se é conveniente que eu fique mais, ou não. De qualquer forma, antes de 7 de abril, preciso estar exonerado porque preciso me desincumbir para disputar a reeleição na Câmara dos Deputados.”

O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), decidiu deixar o governo antes de 7 de abril, prazo final para que ministros que disputarão as eleições se desincompatibilizem dos cargos. Candidato à reeleição de deputado federal, ele retomará o mandato parlamentar na última semana de março para poder assumir a presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, colegiado responsável por analisar o Orçamento da União de 2019.

A tendência é de que Barros deixe o governo em 28 de março, dez dias antes do prazo final para desincompatibilização. Essa é a data em que está prevista a instalação e eleição do presidente e relator da comissão mista de orçamento. A relatoria do colegiado deve ficar com o senador Romero Jucá (MDB-RR), líder do governo no Senado. "Saio até o dia da instalação da CMO", admitiu o ministro ao Broadcast Político.

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Barros afirmou que o PP quer indicar algum "amigo" para substituí-lo no comando do Ministério da Saúde, mas não quis falar nomes para não "expor" os cotados. "Queremos nomear amigos, logo não deixaremos no sereno. Nem um dia. Não está decidido e não queremos expor ninguém", declarou o ministro que assumiu o cargo em maio de 2016, logo após o afastamento da ex-presidente cassada Dilma Rousseff (PT).

Entre os cotados para substituir Barros está o vice-governador da Bahia, João Leão, que é do PP. A ida dele para o Ministério da Saúde seria uma forma de incentivar o PP na Bahia a romper com o atual governador, Rui Costa (PT), que tentará reeleição para o cargo. Para assumir a Pasta no governo federal, o vice-governador teria que desistir de disputar o pleito de outubro deste ano.

A CMO é formada tanto por deputados quanto por senadores, que se revezam todos os anos entre a presidência da comissão e a relatoria do Orçamento. No ano passado, o comando do colegiado ficou com o Senado e a relatoria, com a Câmara. Como tem a maior bancada no Senado, o MDB indicou o senador Dário Berger (MDB-SC) para presidente e o PP, após acordo com demais siglas, o deputado Cacá Leão (PP-BA) como relator.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse hoje (8), após participar de reunião do Comitê Cadeia Produtiva da Saúde (ComSaude), na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que, apesar dos 30 casos suspeitos de sarampo em Roraima, seis em investigação e uma morte confirmada, a doença está sob controle no país desde 2016, e não há risco de que a doença, que já está erradicada no país, volte a se espalhar.

Ele reforçou que o Ministério da Saúde determinou a vacinação de 400 mil pessoas para bloquear a possibilidade do sarampo retornar. “Há dois anos declaramos a eliminação do sarampo no Brasil e agora estamos com esses casos importados da Venezuela. A situação não é preocupante porque está sob controle e as medidas estão tomadas. Todos os casos identificados são importados da Venezuela e não há nenhum autóctone do Brasil”.

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Com relação ao não alcance da meta de vacinação contra a febre amarela, Barros avaliou que como todos os anos as pessoas correm para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para a vacinação assim que começam as primeiras notícias e depois percebem que o risco é relativo e deixam de fazer a vacinação. “Nós vamos manter a vacinação, os estados estão prorrogando as campanhas e vamos buscar alcançar os 95% de cobertura nas áreas que foram recomendadas pelos estados e nos municípios que estão em campanha. Vamos estender a campanha para alcançar o objetivo”.

O ministro falou ainda sobre a informatização das Unidades Básicas de Saúde e lembrou que já são 18 mil unidades contando com o prontuário eletrônico e que faltam 24 mil para aderirem ao sistema. De acordo com ele, não é uma meta tão distante, na medida em que no ano passado 10 mil unidades foram informatizadas. A ideia é fazer o dobro este ano para que ter 100% de informatização.

“Já temos 25 empresas cadastradas, algumas já fizeram provas de conceito e espero nos próximos dias autorizar que as prefeituras comecem a contratar essas empresas para o início do trabalho de informatização. A informatização já existe em vários municípios em níveis diferenciados, muitos com sistema completo como queremos. Isso tem apresentado economia na faixa de 30% em medicamentos e insumos. Eu espero que nosso programa se mantenha porque é muito rápido as empresas instalarem o sistema. Em três, quatro meses o sistema já está instalado”.

Quando questionado sobre a dificuldade de alguns pacientes em obter remédios importados, o ministro disse que as compras desses medicamentos, que são regulares, já foram abertas, mas nesse período começou a haver judicialização dessas compras. “Empresas concorrentes para o fornecimento do medicamento estão na Justiça disputando esses contratos. Isso nos tira o controle do tempo das compras. Compras iniciadas em novembro ainda não foram concluídas por falta da emissão da licença de importação pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Estamos discutindo esse modelo e espero que possamos avançar”.

Com relação ao repasse de recursos para os estados e municípios, Barros esclareceu que esse é um dos grandes avanços de sua gestão, já que foi feita uma simplificação do processo, que antes contava com vários tipos de repasses e uma conta e recurso específico para cada tipo.

“Pactuamos que o dinheiro agora é repassado em um bloco de investimentos e só. A definição de como aplicar no bloco de custeio será determinada por cada Conselho Municipal de Saúde e Câmara Municipal. Tem que ser diferente necessariamente nos diversos municípios do Brasil “

Às vésperas do início do fracionamento de vacina contra febre amarela, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo não ser "provável" que o País enfrente este ano uma epidemia da doença na mesma proporção da registrada no ano passado. No mesmo dia em que a OMS emitiu um comunicado alertando sobre o risco elevado para a mudança no padrão atual de transmissão, Barros indicou que o comunicado da semana passada sobre São Paulo pegou a equipe de surpresa e reforçou a necessidade de os técnicos serem ouvidos antes das comunicações. "Eles estão em campo, muito mais próximos da realidade."

A declaração semana passada da OMS sobre São Paulo causou mal-estar?

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Determinei uma teleconferência diária com a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) e a Organização Mundial da Saúde. Isso está sendo feito para que não haja nenhuma ação que surpreenda nossa estrutura. E que nossos técnicos sejam ouvidos.

Houve precipitação da OMS?

O ministério já se manifestou na ocasião. Eu não estava. Eu apenas determinei que fizesse as conferências diárias para não haver mais nenhuma dúvida que o que estamos fazendo é acordado com os órgãos que nos orientam.

Na semana passada, pessoas formaram filas de mais de oito horas para tomar vacina contra febre amarela. Houve tumulto. O senhor acompanhou?

O fato de a população estar mobilizada é positivo, mas há também muita procura por vacinação em locais onde não há recomendação. Isso já aconteceu no ano passado. Na cidade do Rio, por exemplo, vacinamos 2 milhões de pessoas que não precisavam ser vacinadas.

O que o senhor diria para quem fica horas na fila?

A população está convocada a partir de quinta-feira, naqueles municípios que os Estados escolheram como prioridade, para comparecer aos postos. Quando as pessoas correm para os postos sem a chamada da Secretaria da Saúde, elas podem eventualmente se dirigir para uma unidade que não tenha o número de vacinas. A população deve se tranquilizar. A situação está sob controle.

A situação não teria sido evitada se o fracionamento tivesse sido realizado antes de o número de casos começar a aumentar?

Estamos seguindo nossa área técnica, os protocolos da OMS e da Opas. A circulação do vírus é sazonal. Não há novidade nisso. Em várias regiões do País, a vacinação ocorre normalmente para toda a população. Mas o vírus agora está circulando em outra áreas e a gente vai imunizando. Foi o que ocorreu no Espírito Santo. Fizemos com absoluta tranquilidade. Mas a população precisa estar mobilizada. Nas áreas de risco, a vacina sempre está disponível. São 13 milhões de doses todos os anos para as pessoas dessas regiões.

Não houve erro em determinar o fracionamento agora?

Ano passado, anunciamos que, se fosse necessário, faríamos o fracionamento. Compramos as seringas. Treinamos as equipes. Ao final, não precisamos usar a estratégia. Este ano, encontramos macacos mortos próximos de outras regiões, que não eram consideradas de risco e densamente habitadas. Decidimos vacinar um grupo de 15 milhões de pessoas. Para fazermos isso precisamos adotar o fracionamento. As seringas estão compradas. Já está tudo programado. As equipes dos Estados haviam programado para fevereiro o início da vacinação. Tudo dentro do protocolo, previamente pensado. Mas, como existiu um alarde da população, os Estados decidiram antecipar essa campanha para dar atendimento a uma demanda espontânea que vai aos postos.

O senhor tinha uma viagem programada para esta semana. Por que ficou no País?

Quando fui convidado para participar da comitiva do presidente Michel Temer, a vacinação estava programada para fevereiro. A antecipação foi feita semana passada. Como eles mudaram a data, estou mudando a minha agenda para poder acompanhar a vacinação. Vamos fazer uma sala de situação, uma conferência com municípios, uma preparação que precisa ser feita.

Podemos ter uma epidemia nas mesmas proporções da que tivemos no ano passado?

Achar é sempre um problema. Tecnicamente falando não é provável. Já sabia da circulação do vírus em novas áreas. Fizemos este ano busca ativa das carcaças para identificar se havia circulação do vírus no entorno das novas áreas. Temos de tomar as providências necessárias e estamos tomando. Tudo está absolutamente dentro da boa técnica.

Por que há uma baixa cobertura vacinal?

Isso é responsabilidade das vigilâncias locais. Ano passado, em uma cidade em Minas, uma enfermeira encontrou macacos mortos e por conta própria vacinou a população. Ali não houve casos. Na minha opinião, ano passado houve falha da Vigilância. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Ministério da Saúde suspendesse a portaria que revogou a parceria do laboratório irlandês Shire com a Hemobrás, em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, para a produção do fator recombinante. O chamado Fator VIII, insumo de elevado valor agregado e alta densidade tecnológica, é usado na fabricação de coagulante, é essencial no tratamento da hemofilia. 

A decisão do TCU, tomada nessa quarta-feira (4), dá ainda o prazo de dez dias ao Ministério da Saúde para comprovar a suspensão da portaria e para informar o Tribunal como irá atuar para manter a importação do fator recombinante. O TCU justificou sua decisão argumentando que a suspensão da parceria entre a Hemobrás e o Shire, determinada pelo Ministério, “pode implicar desabastecimento do medicamento ao longo de 2018 ou aquisição por preços superiores”.

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A postura do órgão foi comemorada pelos senadores Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT). O petebista classificou a decisão do TCU como justa e oportuna. “A parceria entre a Hemobrás e a Shire, dessa forma, poderá ser retomada e a fabricação do fator recombinante em Goiana, fundamental para tornar a estatal economicamente viável, não sofrerá solução de continuidade”, declarou. 

“É uma vitória do povo de Pernambuco e da região Nordeste. Entre idas e vindas, o ministro e até o presidente Michel Temer, que se envolveu na história, tiveram dificuldades para explicar por que estavam querendo tirar a unidade de Goiana para levá-la ao Paraná, logo o Estado de Barros”, reforçou Humberto. 

Para o senador petista, a decisão do TCU dá conforto e segurança, pelo menos temporariamente, para que a Hemobrás fique onde está. “O tribunal ainda demonstrou preocupação com a falta de medicamentos que eventualmente deixaram de ser produzidos nesse período de imbróglio. O Ministério da Saúde terá de se explicar”, disse.  

Há alguns meses o ministro responsável pela pasta, Ricardo Barros (PP-PR), iniciou uma articulação para que a produção do fator recombinante seja transferida para Maringá, numa associação do grupo suíço Octopharma com a Tecpar, instituto de tecnologia do governo paranaense, retirando sua futura linha de produção de Goiana. 

O Fator VIII é o principal produto que será produzido pela Hemobrás em Pernambuco e já foi alvo de uma mobilização dos políticos locais contra uma investida do ministro. A discussão sobre a possibilidade de esvaziamento empresa iniciou em julho e durou até meados de agosto, quando o ministro desistiu da intervenção.

Até a desistência, senadores e deputados pernambucanos fizeram uma série de encontros e articulações visando derrubar a estratégia do paranaense. Mas no último dia 22 foi publicado no Diário Oficial daquele estado um Acordo de Transferência de Tecnologia para Obtenção de Hemoderivados e Hemocomponentes firmado diretamente entre o Tecpar e a Octopharma retomando a iniciativa.

Após participar de cerimônia de entrega de 225 ambulâncias numa concessionária na zona norte da capital paulista, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que nem ele nem o presidente Michel Temer notaram o protesto realizado em frente ao local por trabalhadores sem teto.

"Não vimos o protesto. Ele, Temer, não viu, eu também não vi", disse o ministro, que também negou que a decisão de transferir a cerimônia de São Bernardo do Campo, onde está fábrica da Mercedes-Benz - fabricante das ambulâncias -, para São Paulo se deu em virtude do risco de Temer enfrentar protestos de sem teto na cidade do ABC Paulista.

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De acordo com Barros, não havia em São Bernardo pátio com espaço suficiente para acomodar todas as ambulâncias. "A cerimônia está aqui por causa da logística das ambulâncias. Era só uma questão do tamanho do pátio para receber todas as ambulâncias que foram produzidas", comentou o ministro.

Mesmo com a mudança de última hora, o movimento Povo Sem Medo, que lidera a ocupação de um terreno de 70 mil metros quadrados em São Bernardo do Campo, conseguiu mobilizar trabalhadores sem teto para uma manifestação por moradias populares em frente à concessionária onde as ambulâncias foram entregues.

Um grupo de seguranças do Planalto se perfilou diante dos manifestantes para permitir que o carro de Temer entrasse sem dificuldade ao local.

A participação de brasileiros no programa Mais Médicos aumentou 44% em um ano, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 3, pelo Ministério da Saúde. Na última seleção de profissionais, foram escolhidos 1.375 médicos brasileiros que se formaram no exterior. A maioria (899, o equivalente a 65,4%) graduou-se na Bolívia. Também é expressiva a participação de brasileiros formados no Paraguai: 340, o equivalente a 24,73%.

A mudança no perfil do Mais Médicos era defendida pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, desde a sua posse, em maio de 2016. Para atingir o objetivo e ampliar a participação de brasileiros, as regras para a seleção de profissionais foram alteradas.

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Até o ano passado, formados na Bolívia e Paraguai somente podiam participar do programa se tivessem o diploma validado. A restrição, prevista desde a implantação do programa, era uma resposta do governo às criticas feitas pelas associações médicas, que alertavam para o risco de haver uma onda de profissionais formados em instituições desses dois países que, na avaliação das entidades, apresentavam uma qualidade de ensino médico duvidoso.

Com o fim da barreira, brasileiros formados na Bolívia e Paraguai aderiram ao programa. Os graduados no exterior, brasileiros ou não, têm de fazer um curso de três semanas para adaptação. Os 1.375 médicos selecionados já terminaram essa etapa e devem seguir, a partir da próxima semana, para 800 municípios onde há vagas disponíveis do programa.

Cubanos

Nesta seleção do Mais Médicos, a segunda, fizeram a inscrição 1.985 profissionais. A primeira fase da seleção foi voltada para brasileiros. Atualmente, o programa conta com 18.240 vagas. Desse total, 47,1% são de profissionais cubanos. Esse número deverá ser reduzido ao longo dos próximos anos.

A intenção é limitar ao máximo a participação de cubanos, deixando para os recrutados no programa de colaboração com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) apenas vagas que não são preenchidas por brasileiros, sejam eles formados no País ou no exterior.

O Brasil quer antecipar a fase de testes em humanos da vacina contra o vírus da zika, que estava previsto para ter início em um ano, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta terça-feira, 26, em Washington. Segundo ele, o objetivo do governo é concluir o processo em dois anos, quando a vacina começaria a ser produzida no Brasil pela Fiocruz e colocada no mercado. Antes disso, na fase de testes, ela será fabricada pela empresa americana GE Healthcare, em parceria com a Fiocruz.

Quando estiver pronta, a imunização será oferecida a todas as pessoas que queiram se proteger do vírus da zika, afirmou o ministro. Mas ele ressaltou que o público principal são mulheres que tenham planos de engravidar, já que a doença pode provocar microcefalia nos fetos.

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Barros pediu na segunda-feira, 25, apoio do secretário de Saúde dos Estados Unidos, Tom Price, para antecipar a fase de testes em humanos. Na semana passada, foram publicados os estudos que mostraram a eficácia da vacina em macacos e camundongos.

"Identificaram vários problemas, como esterilidade, que não eram identificados antes", disse o ministro em relação aos testes em animais. "A vacina permite reduzir muito os impactos da infecção pelo zika, evitando que haja sequelas para as pessoas que receberem a vacina."

O ministro observou que a Fiocruz não tem, no momento, estrutura para criar o banco de células master que serão usadas na fabricação do produto, que foi desenvolvido pelo Instituto Evandro Chagas em parceria com as universidades do Texas e de Washington e o National Institutes of Health (NIH), o principal centro de pesquisa médica do governo dos EUA.

Barros esteve em Washington para participar de reunião da Organização Paramericana de Saúde (Opas), o organismo regional da Organização Mundial de Saúde (OMC).

Mais Médicos

O programa Mais Médicos foi discutido por Barros com representantes do governo cubano. De acordo com o ministro, o número de médicos da ilha caribenha enviados ao Brasil será de 8.000 a partir de outubro. A meta é reduzir o contingente a 7.400 até 2019. No ano passado, havia 11,4 mil médicos cubanos no programa. A redução é compensada pelo aumento proporcional da parcela de profissionais brasileiros, ressaltou Barros.

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