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O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta-feira em entrevista ao Programa do Ratinho, do SBT, que o estilo "Lulinha paz e amor voltou com tudo" nessas eleições.

O termo foi cunhado na primeira eleição vitoriosa de Lula, em 2002, quando o ex-presidente fez acenos ao centro político e adotou uma postura considerada menos radicalizada.

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Em novo aceno à conciliação, ele prometeu, se eleito, que o País terá paz na cidade e no campo, e que as famílias vão "voltar a comer". "Eu me considero cidadão de esquerda. Um socialista refinado, porque defendo a propriedade privada, a liberdade de organização, o direito de greve", acrescentou o petista, ao ser questionado se é de direita ou de esquerda.

Na entrevista, Lula reiterou ser preciso financiar a agricultura e ser possível fazer da preservação dos biomas uma forma de desenvolvimento. "Não precisa invadir a Amazônia. A Amazônia pode significar patrimônio para humanidade se a gente souber trabalhar corretamente", declarou. "Você não precisa criar gado em milhares de hectares, você pode criar parte do seu gado confinado", seguiu.

A União Nacional dos Estudantes (UNE), estudantes de universidades públicas e coletivos estudantis protestaram no final da tarde desta quinta-feira (11), no Dia do Estudante, em prol da democracia e contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação teve concentração por volta das 15h na Faculdade de Direito do Recife (FDR), no bairro da Boa Vista, área central da cidade, e encerrou-se na Praça do Diário, no bairro de Santo Antônio, também no Centro. 

O secretário estadual da Juventude do PT, Cleiton Manoel, evidenciou o simbolismo do ato após a leitura da carta da democracia na FDR e criticou Bolsonaro. “Ele tem feito várias sinalizações de que não vai respeitar o resultado das eleições e viemos às ruas para reafirmar a democracia e que Bolsonaro precisa aceitar o resultado dessa eleição. Estamos defendendo a educação pública de qualidade, que tem sido tão atacada no governo Bolsonaro”, disse.

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Membro do coletivo Todas as Vozes, o estudante de publicidade e propaganda da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Manoel George, salientou a luta pela democracia. “Estamos lutando também pelo processo eleitoral de 2022. Entendemos que Bolsonaro é inimigo da educação, inimigo das nossas pautas”. 

O Fórum de Mulheres de Pernambuco (FMPE) vai realizar uma tribuna das mulheres nesta sexta-feira (12), às 10h, em frente a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), para discutir as políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres em Pernambuco. 

Um dos objetivos da tribuna das mulheres é direcionado ao questionamento: “o que nós temos feito para cobrar do Poder Público políticas efetivas de enfrentamento à violência contra nós mulheres?”. 

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De acordo com o Fórum, que tem a demanda de políticas públicas no centro das ações, o Estado deve garantir o bem-estar, segurança e preservação da vida das mulheres e meninas. “Enfrentar a violência requer a articulação de diversas políticas públicas, como as de saúde, educação, segurança, assistência social para viabilizar ações que mitiguem a desigualdade de gênero, raça e classe, interfiram nos padrões machistas presentes na sociedade patriarcal, promovam o fortalecimento das mulheres e garantam um atendimento qualificado àquelas em situação de violência”.

“No entanto, o que nossas experiências concretas enquanto mulheres nos mostram é que a prática não tem sido esta: os serviços de acolhimento e proteção são insuficientes, especialmente no interior do estado”, detalhou a organização.

Diante do aumento de casos de varíola dos macacos no país, começa a funcionar nesta sexta-feira (29) o Centro de Operação de Emergências (COE) criado pelo Ministério da Saúde. O principal objetivo da iniciativa é acompanhar a situação epidemiológica e elaborar um plano de vacinação contra a doença no país.

Foram convidados a participar do colegiado, membros do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e representantes de outras secretarias do Ministério da Saúde, além da própria Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).

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“Mesmo quando não havia nenhum caso no Brasil, o Ministério da Saúde estabeleceu um fluxo de vigilância ativa para o país. Foi definido o que seria um caso suspeito, um caso confirmado e um caso descartado. Também foi imediatamente determinado um fluxo para o diagnóstico e testagem”, destacou a pasta.

Vacinação

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, a vacina a ser adquirida possivelmente será de vírus não replicante. A previsão é de que 50 mil doses sejam destinadas ao Brasil, de acordo com solicitação feita à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Os primeiros imunizantes devem ser destinados a profissionais de saúde e o desembarque das vacinas está previsto para ocorrer ainda em 2022. "O esquema de imunização deve ser de duas doses com intervalo de 30 dias entre elas. Já estamos em tratativas com as fabricantes para adquirir os imunizantes. O COE vai acompanhar todo o processo pandêmico em relação à monkeypox", destacou Arnaldo Medeiros.

O último balanço, divulgado pelo Ministério da Saúde ontem, indica que o Brasil registra, até o momento, 978 casos confirmados da doença.

Varíola dos macacos

Causada por um vírus, os sinais e sintomas da doença podem durar entre duas e quatro semanas.

A transmissão ocorre principalmente pelo contato pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas contaminadas ou objetos infectados.

A transmissão por meio de gotículas requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, por isso, trabalhadores da saúde, membros da família, parceiros e parceiras têm maior risco de contaminação.

Um incêndio de grande proporção atingiu uma casa de fogos na Rua Padre Muniz, no bairro de São José, Centro do Recife, na manhã deste sábado (21). O incidente teria começado por volta das 11h50 em um depósito com artigos de pirotecnia, mas a intensidade das chamas alcançou também um depósito de materiais plásticos ao lado do primeiro foco de incêndio; ambos continham materiais altamente inflamáveis. Ninguém se feriu. 

Equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local para conter as chamas. Por volta das 13h40 deste sábado (21), as equipes ainda não haviam conseguido controlar o fogo completamente, segundo apurou a reportagem do LeiaJá, que esteve no local. Equipes da Polícia Militar e da Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU) estão no local para dar suporte e controlar a circulação de populares. 

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Em vídeos que circulam nas redes sociais, comerciantes e transeuntes aparecem assustados com a quantidade de explosões, que continuou mesmo após a chegada dos bombeiros. Ainda não é possível avaliar o prejuízo causado pelo fogo e nem se as chamas comprometeram a estrutura de algum outro estabelecimento. 

Segundo populares ouvidos pelo LeiaJá, a corporação chegou rápido ao local, mas o atendimento da ocorrência foi dificultado, já que a rua Padre Muniz e a rua da Praia, por onde é possível ter acesso aos estabelecimentos atingidos, não permitem a passagem de carros. A população auxiliou os bombeiros na retirada dos gelos baianos, que são alvo de reclamações constantes à Prefeitura do Recife, para que o veículo dos militares pudesse passar. 

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Moradores da ocupação Leonardo Cisneiros, no Centro do Recife, protestaram na tarde desta terça-feira (17), após um ano cobrando respostas do poder público sobre regularização da moradia de cerca de 120 famílias que moram hoje no antigo prédio do INSS. O edifício abandonado, que fica na Rua Marquês do Recife, no bairro de Santo Antônio, foi ocupado em 17 de maio de 2021, exatamente um ano atrás.  

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“Essa grande mobilização hoje é em comemoração de um ano da ocupação Leonardo Cisneiros. Ela é para cobrar política pública eficiente, principalmente do Governo Federal, que ainda não tomou uma posição em relação à doação do edifício. E também cobrar da Prefeitura do Recife políticas públicas de habitação. A gente não sabe qual a política implantada hoje em Pernambuco. São 120 famílias que não estão no prédio porque querem, mas porque precisam de moradia de qualidade”, afirma Jean Carlos, coordenador estadual do Movimento de Luta e Resistência Pelo Teto (MLRT).

O ativista esclarece também que o diálogo entre os ocupantes e a gestão municipal é bom, mas que diante da urgência, não há condições de estender a situação de irregularidade por mais tempo. “Nós temos tido um diálogo muito bom com a Prefeitura do Recife em relação à saúde, educação e vigilância sanitária, mas a gente está precisando de uma política efetiva, é a PCR e o Governo dizerem que vão pedir aquele prédio ao Governo Federal”, conclui. 

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Os manifestantes atearam fogo em pneus e bloquearam a passagem pela avenida Martins de Barros. O protesto foi um apelo à Prefeitura do Recife e ao Governo de Pernambuco, de quem os moradores solicitam intervenção desde o ano passado. Moradores temem despejo, uma vez que a decisão federal que assegurava a existência de ocupações em todo o país perde validade no próximo dia 30 de junho. 

De acordo com a decisão do ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a vigência da lei que barra despejos e desocupações em áreas urbanas e rurais em razão da covid-19 vai até o dia 30 do próximo mês. O prédio que hoje abriga a ocupação Leonardo Cisneiros é propriedade federal e precisaria de mediação das esferas municipal e estadual para viabilizar uma possível liminar de legitimação da moradia. 

“A gente queria ser visto. Queríamos que o poder público olhasse pra gente. Até porque, dia 30 acaba a lei e a gente tem medo de ser despejado. Se formos despejados, vamos pra onde? A luta é para que a gente consiga uma moradia digna. Aqui no Centro tem vários imóveis abandonados, que só servem como ponto de drogas, jogar lixo. A gente ocupou esse daí e a gente cuida dele”, compartilha Joseli Xavier, de 34 anos, pai de dois filhos e morador da ocupação. 

Atualmente, os filhos de Xavier ficam com a avó, em um outro bairro, para terem acesso à escola e poderem circular em maior segurança. O morador desabafa que a possibilidade de dividir a calçada com alguém o assusta: “É prometido que se vai resolver uma situação ou outra, mas é esquecido. Ainda bem que temos o movimento, mas é difícil. O medo é de dormir no dia 29 com um teto e no dia 30 amanhecer na rua. Até morar na rua não tem como, porque é tanta gente, que cada pedaço da rua tem um dono”. 

*Com informações de Jameson Ramos

Mãe desde os 14 anos, Danielle sonha em retornar à escola. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

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Grávida aos 14 anos de idade, a então estudante Danielle Cristina Campos desenvolveu cedo uma relação peculiar com seu corpo e com a passagem do tempo. Enquanto gestava a pequena Ayla, fruto de uma relação casual com um conhecido e atualmente com dois anos de idade, conheceu o atual marido e se mudou para a comunidade de Mercês, formada em torno de uma antiga usina no Cabo de Santo Agostinho. Sentido-se velha demais para a escola, Danielle passou a conviver a maior parte de seu tempo com os idosos nas calçadas das pequenas ruas de barro. “Eu tinha vergonha de ir para a aula, de o povo ficar me julgando porque eu estava grávida. Abandonei a escola no sexto ano”, lamenta. A história de Danielle, agora com 16 anos, integra o “Diagnóstico Participativo sobre a Evasão Escolar das Meninas e Jovens Mulheres no município do Cabo de Santo Agostinho”, realizado pelo Centro de Mulheres do Cabo (CMC), com o apoio do Fundo Malala, no âmbito do projeto “Meninas em Movimento pela Educação”.

Elaborado a partir da escuta de 96 jovens egressas do sistema público de ensino residentes no município, o levantamento do CMC indica que a gravidez na adolescência figura entre as principais causas de evasão. Segundo os dados, 52,1% das entrevistadas já engravidaram pelo menos uma vez, na maior parte dos casos, de forma indesejada (62,7%). Em todas as situações coletadas pelo questionário, as jovens mães assumiram os filhos e vivem com eles.

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“Tenho vontade de terminar meus estudos, me sinto parada. O problema é que não tem quem fique com a minha filha e aqui só tem escola para crianças com quatro anos ou mais. Eu também ajudo com a limpeza da casa e com o comércio do meu sogro, que está meio doente”, comenta Danielle.

A enfermeira da Unidade Mercês de Estratégia de Saúde da Família Clara Lopes Bezerra, que colaborou com a busca ativa de entrevistadas para a pesquisa, conta que casos como o de Danielle são comuns na comunidade. “Muitas vezes essas meninas engravidam de um ficante, que logo desaparece, são relacionamentos que dificilmente vão adiante. Aqui na unidade, atendemos muitas moças que dizem abandonar a escola logo no início da gravidez, por acharem que não vão dar conta dos estudos”, ressalta. A profissional de saúde relata ainda que também atende casos de gravidez intencional ainda na adolescência. “Elas não têm perspectiva de outra coisa e as famílias, muitas vezes, consideram a gestação nessa fase da vida normal. Há também um fator cultural”, completa.

Enfermeira, Clara Lopes Bezerra acompanha de perto as jovens mães do município. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Informalidade

Em sua maioria negras (81,2%), as jovens que estão fora da escola também costumam abandonar os estudos para trabalhar, em geral, em empregos precarizados e informais. Cerca de 31% delas já trabalham para sustentar a casa e os filhos, seja como autônomas (35,3%), empregadas domésticas ou cuidadoras (23,5%), vendedoras ambulantes (23,5%) ou trabalhadoras em serviços gerais (11,8%). “Muitas atuam em atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e o jogo do bicho. Uma hipótese levantada antes da pesquisa era de que elas dependiam de alguém para sustentar os filhos. Na verdade, constatamos que grande parte dessas meninas é responsável por isso, engravidando pela primeira vez aos 14 anos e tendo o segundo filho aos 17 anos ou 18 anos”, comenta Cássia Souza, coordenadora de projetos do CMC e uma das responsáveis pelo levantamento.

De acordo com Souza, o levantamento teve como objetivo munir o poder público de informações relevantes para a elaboração de políticas públicas de combate à evasão escolar feminina. “O relatório foi entregue no dia 29 de março, no auditório da prefeitura, com a presença do vice-prefeito e de representantes de diversas secretarias, como a da Mulher, a de Saúde e a de Educação. Eles alegam já ter um plano de enfrentamento, que é um recorte geral de quem já está na rede e não foi à escola por causa da pandemia. A gente está apresentando uma evasão que já existia antes da covid-19, com meninas há mais de dois anos fora da rede”, enfatiza.

Coordenadora de projetos do CMC cobra políticas firmes de enfrentamento à evasão escolar no Cabo. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

A coordenadora de projetos afirma também que, antes do levantamento do CMC, o município alegou que não contava com dados sobre evasão escolar, enquanto o Governo do Estado informou que não havia evasão em sua rede. “Essas meninas são invisíveis, saíram do sistema. Há um déficit escolar, principalmente no Estado, que foi convidado a comparecer ao nosso evento, mas não apareceu. O secretário municipal de Educação se comprometeu em fazer uma comissão para buscar interlocução com o governo, que precisa garantir vagas no Ensino Médio, que é onde as meninas somem da escola”, comenta Souza.

Para a coordenadora de projetos, a reforma do Ensino Médio, a nível federal, também atrapalha as jovens mães e trabalhadoras que precisam frequentar a escola. “O ensino integral é complicado para quem precisa sustentar a casa e criar os filhos, essas meninas precisam de uma bolsa que garanta a permanência delas no sistema de ensino. As aulas noturnas também são uma possibilidade para esse público, mas ele não é seguro se a escola for longe de casa”, acrescenta.

Suplício para chegar à escola

Gabriela e Ana Paula Silva criticam distância entre escolas e o conjunto Vila Claudete. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Enjoo, dor de cabeça e muito suor. O desgaste físico diário no caminho para a escola fez com que Gabriela Vitória da Silva, de 18 anos, desistisse de frequentar a Escola de Referência Senador Francisco Pessoa de Queiroz, na Vila Cohab. A unidade de ensino dista cerca de 8km de sua casa, localizada no Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete, onde vivem cerca de 1121 famílias retiradas de áreas pleiteadas pelo Complexo de Suape. Privados de seus modos de vida, os moradores da área compartilham da dificuldade de conseguir novos empregos e do difícil acesso a equipamentos públicos, como postos de saúde e escolas.

“Eu estudava em horário integral, das 6h às 17h, então tinha que sair muito cedo para a escola, mas não conseguia ir todo dia, só quando tinha muita disposição. Não tem ônibus para lá, então eu fazia o caminho a pé, com mais duas colegas, sempre chegando muito cansada nas aulas, não dava para prestar atenção. Passava o dia inteiro com dor de cabeça, por causa do sol quente”, lamenta Gabriela.

De acordo com a jovem, sua comunidade não dispõe de linha de ônibus que vá até a unidade de ensino. “Dava medo de voltar de noite, ainda mais com a gente cansada da escola, andando devagar por umas duas horas. Eu tinha medo, o caminho é perigoso”, completa Gabriela.

Diante das dificuldades enfrentadas diariamente pela filha, a dona de casa Ana Paula da Silva decidiu tentar matricular a filha na Escola Estadual Madre Iva Bezerra De Araújo, no centro do Cabo. A família acredita que, embora mais distante, a unidade de ensino seja mais segura para Gabriela, em razão da existência de linhas de ônibus da Vila Claudete para a região central da cidade.

“Eu não tenho computador, nem sei ler e nem escrever. Como eu ia conseguir fazer a matrícula dela na internet? Eu preciso de alguém que faça isso comigo, frente a frente, por isso fui na escola. A mulher que me atendeu, se sentindo superior, nem se levantou do birô e me olhou de um jeito que eu conheço muito bem, porque sou preta e pobre. Ela disse ‘não vou deixar de botar os meus alunos que estão vindo de longe, nem os que estão aqui estudando para botar ela que está querendo sair de outro colégio’”, conta Ana Paula.

Segundo ela, a escola disse que daria retorno caso conseguisse encaixar a estudante em alguma de suas turmas. Ninguém nunca entrou em contato com a família. A reportagem do LeiaJá foi até a Escola Estadual Madre Iva Bezerra De Araújo, onde foi recebida pela coordenação da unidade e teve acesso a uma espécie de lista de espera escrita à mão pela própria diretora. Entre dezenas de nomes, a coordenação não localizou o de Gabriela Vitória.

Questionada pelo LeiaJá acerca do enfrentamento à evasão escolar no município, a prefeitura do Cabo de Santo Agostinho disse apenas, por meio de nota, que o programa Busca Ativa realizou o mapeamento das estudantes deixaram de frequentar as aulas em razão da falta de acesso à internet e que distribuirá absorventes para estudantes da rede municipal.

A gestão municipal disse ainda que pretende promover a: “ Instituição de um Comitê Municipal”; a “Instituição nas Escolas de um comitê local para Acompanhamento”; a “Mobilização das escolas, no sentido de acompanhar a frequência diária dos estudantes”; o “Acompanhamento sistemático através do SIGEC”; a “Identificação dos domicílios a serem visitados”; o “Planejamento  das visitas domiciliares”; a “Reunião com as escolas que apresentam números significativos”; a “Reunião com os pais para apresentar o PBE”; a “Formação com os Conselhos Escolares”; a “Realização das visitas domiciliares”; o “Acompanhamento da (Re)matrícula dos estudantes; e a matrícula dos “estudantes que estão fora da escola encontrados nas comunidades”.

Também através de nota, a secretaria de Educação do Governo de Pernambuco declarou que “na cidade do Cabo de Santo Agostinho, não existe evasão em nenhuma das duas etapas de ensino” e que o estado possui uma das menores taxas de evasão escolar do Brasil, com percentual de 0,7% para o Ensino Médio e de 0,4% para o Ensino Fundamental.

Leia o posicionamento na íntegra:

"A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE) possui um sistema de informação que acompanha a frequência de todos os estudantes da rede. Segundo este levantamento, a taxa de evasão escolar das unidades públicas estaduais de Pernambuco é uma das menores do Brasil. Atualmente é de 0,7% para o Ensino Médio, e 0,4% para o Ensino Fundamental. Na cidade do Cabo de Santo Agostinho, não existe evasão em nenhuma das duas etapas de ensino.

O Governo de Pernambuco garante a educação básica para todos e todas, independentemente da mesorregião. Em alguns casos, existem escolas mais concorridas, onde a procura por matrícula é alta, e ao chegar no limite de vagas preenchidas (total de alunos que a unidade de ensino comporta), a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) encaminha o estudante para outra unidade de ensino mais próxima à desejada. Caso o aluno precise de transporte para se deslocar, é necessário que ele informe à gestão da instituição. A cidade do Cabo de Santo Agostinho faz parte do Programa Estadual de Transporte Escolar (PETE), criado pelo Governo de Pernambuco e que consiste em um repasse de recursos financeiros às prefeituras para que seja ofertada aos estudantes da rede estadual de ensino uma condução até às escolas.

Atualmente, a cidade do Cabo de Santo Agostinho conta com 17 escolas públicas estaduais, distribuídas em diversas regiões, e que atendem a demanda da educação de todo o município. No momento, não há previsão de inauguração ou criação de escolas na cidade.

Todas as 16 Gerências Regionais de Educação (GRE) realizam, em suas escolas, ações de busca ativa. A mais recente foi o Programa Monitoria PE de Busca Ativa, que teve como objetivo diminuir a evasão escolar através de atividades que foram desenvolvidas por um profissional indicado pelas escolas. Nele, foram realizados trabalhos específicos e exclusivos dentro e fora das escolas para resgatar os estudantes que não conseguiram voltar à sala de aula. O programa durou três meses e resgatou mais de 15 mil estudantes. Em 2022, as gerências regionais seguem realizando trabalhos de busca ativa sempre que identificados casos de alunos que não estão frequentando as aulas".

Uma tentativa de assalto no centro de São Paulo deixou uma estudante de 22 anos morta, outra jovem da mesma idade ferida e um suspeito baleado após a reação de um policial militar à paisana na noite desta segunda-feira, 11. Segundo a Polícia Militar, o crime ocorreu no cruzamento da Rua Vitória com a Avenida Rio Branco. O agente, que estava de folga e sem uniforme, contou à Polícia Civil que viu um assalto na calçada e atirou três vezes na direção do suposto criminoso.

As duas mulheres passavam pela calçada da Rua Vitória quando foram atingidas pelos disparos. A estudante Ingrid Reis Santos, de 21 anos, foi atingida no peito. Ela foi levada até a Santa Casa de Misericórdia, também na área central, mas não resistiu. A outra mulher, Elana Maciel, de 22 anos, foi levada para o mesmo hospital com um ferimento na barriga e teve alta médica.

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O suspeito do roubo foi baleado e acabou preso pela Polícia Civil. Segundo as investigações, ele usava uma arma falsa, que acabou apreendida. A tentativa de roubo é investigada pelo 3º DP.

Segundo a Polícia Militar, "o homicídio decorrente de intervenção policial é apurado por meio de inquérito pelo DHPP. A autoridade policial deu voz de prisão ao agente que foi colocado em liberdade após o pagamento de fiança". A reportagem apurou que o policial foi indiciado por homicídio culposo, mas a natureza do crime pode mudar com as investigações.

De acordo com testemunhas, o pai de Ingrid é dono de um bar na região central, onde mora a família. Ela teria ido buscar uma chave no estabelecimento e estava a caminho de um curso noturno quando foi atingida pelos tiros.

Mesmo sendo considerado coração econômico, cultural e histórico, o Centro do Recife parece não contar com a segurança necessária para comerciantes, transeuntes e consumidores que movimentam a área da capital pernambucana.

São vários os relatos de furtos e roubos nos bairros que integram a área central do Recife. Maria do Carmo, 67 anos, moradora da cidade de Olinda, na Região Metropolitana, vai ao centro do Recife todas as quintas-feiras para participar da missa na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. E é na fé que Maria se apega toda vez que precisa sair de sua casa para as celebrações. “A gente vem com medo de usar um celular para se comunicar por receio que algum criminoso apareça e ‘dê o bote’. Eu mesma não posso nem correr atrás porque já não consigo. Aqui a gente tem que estar atento a tudo”, afirma.

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Estar atenta a tudo também é uma “tática” usada por Isla de Alencar, 42 anos. Moradora da cidade de Ouricuri, Sertão de Pernambuco, a mulher conta que sempre precisa vir na área central da capital para resolver questões pessoais por conta das limitações na cidade natal. 

“Eu nunca fui roubada porque tenho muita sorte e sou ‘ligada’, mas meu filho já presenciou um senhor sendo assaltado aqui na avenida [Dantas Barreto]. Nós não nos sentimos seguros porque não vemos policiamento, o que nos deixa receosos”, diz a dona de casa.

A sensação de insegurança fez com que comerciantes como Sérgio Roberto do Nascimento, 27 anos, perdesse parte de seus clientes. A família de Roberto é proprietária de um box de video game, no bairro de São José. Segundo aponta, nos últimos cinco anos o “abandono” do centro da capital pernambucana fez as pessoas buscarem mais os shoppings do que o comércio de rua.

“Você anda na rua hoje e é muito difícil ver um policiamento. A falta de segurança quebra muito. Hoje em dia, muitos clientes que a gente tinha deixaram de vir ao Centro do Recife por conta da insegurança”, analisa.

O jovem assegura que já presenciou vários roubos nas proximidades do seu local de trabalho e até assaltos a ônibus que transitam pela localidade. “É uma situação muito complicada. À noite fica muito esquisito”, ressalta.

Viatura fazendo ronda pela Avenida Guararapes. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) o centro do Recife, que pertence à Área Integrada de Segurança - AIS 1, formada pelos bairros da Boa Vista, Cabanga, Coelhos, Ilha do Leite, Ilha Joana Bezerra, Paissandu, Recife Antigo, Santo Antônio, Santo Amaro, São José e Soledade, computou 306 ocorrências de Crimes Violentos Patrimoniais (CVP), no mês de fevereiro deste ano.

Ou seja, só em fevereiro foram quase 11 ocorrências por dia nos bairros que integram apenas a área central do Recife. A SDS garante que houve uma redução de 19% nos Crimes Violentos Patrimoniais quando comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 379 ocorrências.

A secretaria afirma que a segurança nesses bairros ganhou reforço de policiamento no final de fevereiro com o lançamento da Operação Impacto da Polícia Militar.

O reforço desse policiamento circula em locais estratégicos, nos horários considerados de maior necessidade de uma presença mais ostensiva nas ruas, com base nas estatísticas criminais da SDS. Ao todo, 416 policiais realizam policiamento ostensivo motorizado, com 36 viaturas lançadas no Recife e Região Metropolitana.

"As forças de segurança pedem a colaboração de moradores e trabalhadores da área no sentido de prestarem queixa à Polícia Civil, por meio da Delegacia, pela internet ou presencialmente", solicita a pasta.

Quem tiver informações de praticantes de furtos, roubos e outros tipos de violência podem fazer denúncias à Ouvidoria da SDS, com anonimato garantido, pelo telefone 0800.081.5001. O serviço funciona como um disque-denúncia.

O grupo de teatro independente Coletivas Xoxós, fundado no ano de 2014, apresenta o projeto artístico Quartelada Teatral, na residência-artística do coletivo, Teatro do Desassossego, no bairro da Cidade Velha. Durante todas as quartas-feiras dos meses de abril e maio, um espetáculo diferente será apresentado, sempre às 20 horas, marcando a retomada das atividades cênicas do grupo de artistas abertas ao público, desde o início da pandemia da covid-19, em 2020.

Em cena, a atriz-professora-pesquisadora Andréa Flores, ora sozinha, ora acompanhada do também ator e músico Leoci Medeiros, apresenta ao público histórias que marcam a trajetória artística do Coletivas Xoxós, desde sua fundação até os dias de hoje, e conectam cada trabalho aos espaços do Teatro do Desassossego. No primeiro trabalho, intitulado “mEU pOEMA iMUNDO”, uma mulher gorda habita um espaço subterrâneo e marginal, enquanto produz vida à revelia dos padrões esperados na sociedade. O espetáculo convida os espectadores a presenciarem, ao alcance do tato, uma bufa amazônida entre histórias atravessadas por risos ácidos, de uma existência insistente, pesada, descomunal e potente, celebrando a poesia e o riso de ser desproporcional.

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Uma mulher recebe a visita do público, em casa, e traz à cena seus amores, um amor em especial, que provoca suas bobagens cômicas e instintos animalescos ocultos, enquanto malina com papéis socialmente impostos às mulheres. “Rala Palhaço!” parte de histórias de vida da atriz, ficcionalizadas para a cena, bem como de discussões sobre gênero e violências para bradar a quem quiser ouvir sua necessidade: ralar o dado, o duro, o repressor.

Em “Curupirá - um Ato de Traquinagem” memórias, histórias, bichos e seres de floresta retorcem e remexem o corpo da atriz a partir de sensibilidades xamânicas de mundo e re-existências envoltas na produção do cômico floresta adentro, a partir de comicidades das Amazônias de floresta profunda. A atriz encontra camadas sobre camadas de transformação em um ato irrepetível a cada apresentação, nas quais os participantes são convidados a também deixar-se retorcer pela floresta e pelos risos que dali emanam.

Encerrando a tetralogia de apresentações, "Divinas Cabeças" traz à cena experiências de vida da performer, a partir de princípios da bioescritura, atravessadas pelo questionamento de infância “Eu quero uma boneca que se pareça comigo! Que se pareça comigo...”. O trabalho é atravessado por questões sobre ancestralidades, negritude, espiritualidade, diferença e cura, que se entremeiam a uma pergunta subliminar devolvida ao espectador: “Quantas cabeças pensam o nosso viver? Quem nos pensa?”.

Durante os meses de abril e maio, o Coletivas Xoxós espera o público no Teatro do Desassossego, sua residência-artística, para vivenciar a experiência completa da Quartelada Teatral.

Serviço

Quartelada Teatral.

Quando: de 06 de abril a 25 de maio, sempre às quartas-feiras.

Onde: Teatro do Desassossego - Rua Dr. Malcher, 287 (nos porões da Casa Cuíra), Cidade Velha.

Horário: 20 horas.

Da assessoria do evento.

 

A transmissão de energia elétrica foi suspensa na avenida Manoel Borba, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife, na manhã desta sexta-feira (25). O motivo da interrupção foi a queda de uma árvore de grande porte que atingiu a fiação elétrica de alta tensão na via. As ruas próximas também tiveram o serviço afetado e o trânsito local precisou de alterações. 

De acordo com a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), uma equipe foi ao local para fazer a remoção da árvore. A Neoenergia também compareceu à avenida Manoel Borba para desligar a rede e permitir a manutenção. De acordo com a fornecedora, cerca de 160 pessoas estão sem energia elétrica na região. A previsão é de que o fornecimento retorne no início da tarde. 

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A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) também foi ao local para isolar o trecho da via e desviar o tráfego. Ninguém se feriu no incidente. 

 

O exército russo está bombardeando o centro de Kharkiv - segunda maior cidade da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia -, e os projéteis estão atingindo a sede da administração local, informou o governador da região, Oleg Sinegubov.

"Esta manhã, a praça central de nossa cidade e a sede do governo local de Kharkiv foram atacadas de forma criminosa", afirmou Sinegubov no Telegram.

"O ocupante russo continua usando armas pesadas contra a população civil", escreveu o governador, que não revelou um balanço de vítimas.

Na publicação uma imagem mostra uma grande explosão e escombros de um edifício.

Kharkiv é uma cidade de 1,4 milhão de habitantes, com uma grande população de língua russa, próxima da fronteira com a Rússia.

A cidade está sob cerco intenso desde que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão contra a Ucrânia na quinta-feira passada.

Sob as lonas, pessoas em situação de rua tentam fugir da chuva e do sol. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens) 

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Um bom emprego no comércio, um salário digno e uma casa para viver com suas filhas e netas. Enquanto a nuvem cinzenta da realidade se aproxima do pequenos grupo de moradores de rua que habitam o entorno do Cais de Santa Rita, Zélia*, de 42 anos, imagina como estaria sua vida se ela tivesse aprendido a ler e escrever. A chuva logo começará e será preciso recolher os cobertores da calçada, abandonando todo o resto do lado de fora da lona de plástico debaixo da qual a mulher agora vive com sua família. Cada precipitação representa uma pequena tragédia cotidiana para aquela pequena comunidade de pessoas. Perde-se a identidade, a camisa preferida, uma carta escrita por um familiar. Não há como sonhar, acumular ou construir nada sob as lonas que se multiplicam e redesenham a paisagem das calçadas do Centro do Recife no contexto de pandemia de Covid-19.

“Eu trabalhava vendendo acarajé e tapioca. O preço do carvão e da comida aumentou muito e, por causa da pandemia, o movimento de pessoas na rua ficou mais fraco. Caiu muito nossa renda e, como não sei ler, não consigo nada. A prefeitura podia botar a gente para ficar ‘mais inteligente’, para ver se a gente se acostuma com alguma coisa. Gosto de negociar, acho bonito”, diz Zélia.

Pregos e barbantes são utilizados para sustentar barracas feitas de lona. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

O contexto de crise sanitária também reduziu a oferta de pequenos “bicos” que o marido de sua filha fazia para sustentar a família. Sem renda, ele entrou para o tráfico de drogas e foi preso. “Faz cinco meses que minha filha entregou a casa dela e a gente ganhou essa lona. Agora, ela está gestante e puxa um carrinho para fazer o dinheiro do almoço e dar para as duas ‘crias’. Tem vezes que não dá, mas hoje um rapaz teve pena e botou ela pra fazer uma ‘viração’. A luta é muito grande”, afirma.

Inicialmente, a família se instalou na Avenida Engenheiro José Estelita, no bairro de São José. Na região, Prefeitura do Recife e iniciativa privada executam as obras do Porto Novo e do Porto Novo Recife, respectivamente. Os projetos estão associados à demolição do histórico Cais José Estelita, onde o Consórcio Novo Recife- composto pelas empreiteiras Queiroz Galvão, Moura Dubeux, GL e Ara Empreendimentos- para construção de 13 torres residenciais e comerciais, que variam de 12 a 38 andares. “A obra vai ser alguma coisa que a gente não sabe o que é, mas se aconteceu isso que seja melhor. O dono aí é quem sabe. A gente não sabe. Umas 40 famílias foram tiradas da avenida. Algumas pessoas ganharam o auxílio [moradia] e outras não”, acrescenta.

No centro, é a maior a oferta de distribuição de alimentos e roupas. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Incompatível com o luxo dos projetos urbanísticos em curso na área, a longa fileira de lonas se desfez. “A gente só fez sair de lá, andar um pouquinho, e armar as lonas aqui no Cais. É só fazer um buraquinho nela, passar um barbante e bater com prego na parede, mas, de conforto, é péssimo. Só estou aqui porque não está fazendo sol. Quando chega a tarde, corro lá pro outro lado”, comenta Pedro*, 18 anos, que vive sozinho em sua barraca.

O jovem conta que não recebeu nenhum tipo de auxílio da prefeitura. “Quem acabou recebendo foi o povo que já tinha casa e vem para o lado de cá toda noite para tentar pegar as refeições que o pessoal das ‘comunidades’ [organizações que apoiam pessoas em situação de rua] distribui”, lamenta.

Com pedras, pessoas em situação de rua tentam impedir que vento carregue as frágeis estruturas de plástico. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

De acordo com o coordenador estadual do Movimento Nacional pela População de Rua, Jaílson Santos, é comum que famílias carentes de diversas regiões da cidade disputem doações de grupos voluntários com as pessoas em situação de rua. “Temos um número grande de gente das comunidades pobres que identificou essa oferta de alimentação, roupa e produtos higiênicos no centro do Recife, onde as doações ficam mais concentradas. São pessoas com moradia que, em plena pandemia, se aglomeram nas ruas em busca da sobrevivência”, pontua.

Jaílson ressalta que é inegável o aumento do número de pessoas em situação de rua durante o período de crise sanitária. “Os últimos dados da prefeitura são de 2019, sabemos que houve uma contagem em 2021, mas ela ainda foi disponibilizada. Mesmo assim, acreditamos que esse número triplicou durante a pandemia. O que temos visto é uma quantidade exorbitante de gente que foi morar na rua nos últimos dois anos pela falta de emprego e habitação”, lamenta.

Para Jaílson a política do aluguel social no Recife não vem sendo efetiva no sentido de garantir moradia para quem precisa. “Com R$ 200 só se consegue pagar um aluguel em lugares ermos da cidade. Essas pessoas não recebem garantia de uma cesta básica digna ou de um cadastro de empregabilidade, nem conseguem arcar com os custos básicos de se ter uma casa. Elas recebem o valor e acabam voltando para as regiões centrais da cidade, onde é mais fácil conseguir comida”, afirma.

Êxodo para o centro

Raquel vive nas ruas com o marido e a filha, de 4 anos. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Raquel*, 28 anos, deixou a Avenida 17 de Agosto, na Zona Norte, com destino à Rua do Imperador, no bairro de Santo Antônio. “Lá não chega comida como aqui. Estou na rua há cinco meses, desde que meu marido perdeu o emprego. A situação ficou ruim, porque nossa filha tem microcefalia, então dependemos da ‘comunidade’”, explica.

Na tentativa de proteger a criança, de 4 anos, Raquel decidiu montar uma barraca com lona, tendo como apoio as paredes da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. “Na semana passada, entrou água na barraca e tudo ficou molhado. O pessoal da Igreja reclama se a gente sujar a parede, aí a lona não encosta totalmente e a chuva passa para dentro. Fui dormir debaixo de uma marquise com meu marido e a menina ficou com uma mulher que mora em um prédio aqui da rua”, conta Raquel.

Natália deixou a casa da mãe em razão do vício no crack. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Instalada na barraca vizinha, Natália*, 30 anos, ajuda com os cuidados da criança. “Estou nessa rua há um mês. Deixei minha mãe e minha filha por causa do crack, fumo desde os 14 anos. Eu morava em Olinda, mas estava tirando as coisas de casa para comprar droga. Meus irmãos já me ajudaram muito, me internaram e tudo, mas perdi a confiança deles. Agora minha única família é Raquel”, comenta.

Natália chegou à Rua do Imperador há cerca de 1 mês e concorda que o local possui melhor oferta de doações do que outras áreas da região metropolitana. “Além das doações, tiro uns R$ 20 por dia. Com uma parte do dinheiro eu compro a droga e com a outra água e comida. Meu sonho é ter condições de ter uma moradia e criar minha filha”, completa.

Um problema solúvel

Barracas de lona nas proximidades do Cais de Santa Rita. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

O estudo “Moradia no Centro: da reflexão à ação”, realizado por Habitat para a Humanidade Brasil em parceria com Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), coletivo A Cidade Somos Nós, Federação de Órgãos para Assistência Social (Fase) e Cooperativa de Arquitetura, Urbanismo e Sociedade (Caus), identificou que, dos 112 edifícios analisados no bairro de Santo Antônio, 37,5% totalmente desocupados ou com menos da metade de sua área ocupada. Utilizada para moradia, essa estrutura ociosa poderia se transformar 2.106 unidades de habitação popular.

Foi diante deste cenário que, no dia 14 de agosto de 2019, a Habitat para a Humanidade Brasil, o MTST, o Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH), o Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico (IBDU) e o Coletivo A Cidade Somos Nós enviaram para a Prefeitura do Recife uma denúncia acerca do não cumprimento do decreto municipal nº 31.671, assinado pelo então prefeito Geraldo Júlio (PSB) em 10 de agosto de 2018, que visa garantir o cumprimento do princípio da função socioeconômica da propriedade urbana. Segundo a norma, “os imóveis urbanos em comprovada situação de abandono, cujos proprietários não possuam a intenção de conservá-los em seu patrimônio e que não se encontrem na posse de outrem, poderão ser arrecadados pelo Município do Recife, na condição de bens vagos, após regular processo administrativo”.

No ofício, as entidades apontam que, apenas no Centro do Recife, um total de 42 imóveis encontram-se abandonados. “Não há uma caracterização muito detalhada sobre o que é um imóvel em situação de abandono, então nós estamos entendendo que seja um imóvel vazio ou deteriorado, o que acontece em vários prédios do centro do Recife”, explica Ronaldo Coelho, assessor jurídico da Habitat para a Humanidade Brasil.

De acordo com Ronaldo, a prefeitura poderia utilizar as edificações para construção de habitações, centros esportivos, unidades de prestação de serviços públicos, assim como para doação para entidades filantrópicas que tenham como finalidade o desenvolvimento do empreendedorismo e assistência social. A denúncia das entidades da sociedade civil, contudo, nunca foi respondida. “A gente tem trabalhado para que esses imóveis sejam utilizados para moradia, o que é importante para que as pessoas que vivem na região tenham uma condição de vida adequada. Até o momento não nos consta que a prefeitura deu início a qualquer procedimento administrativo para notificar os eventuais proprietários desses imóveis, o que seria bastante interessante, já que se trata de um processo bastante longo e complexo”, ressalta.

Por meio de nota, a Prefeitura do Recife informou que iniciou, em 2019, o projeto-piloto de arrecadação de imóveis, tendo identificado 14 deles com características de abandono. A administração municipal alega que tais propriedades já estão sendo submetidas a processos administrativos. Leia a nota na íntegra:

“A Prefeitura do Recife informa que, desde o ano de 2019, iniciou o projeto-piloto de Arrecadação de Imóveis e identificou 14 imóveis com características de abandono e que estão sendo submetidos a processos administrativos. Todos eles estão localizados no bairro do Recife. Desse total, doze proprietários já foram localizados e contactados pela gestão municipal e foram convocados para regularizar a situação fiscal e tributária dos espaços, bem como dar nova função social e uso ao patrimônio. Dos imóveis já verificados, nenhum deles possui características para habitação popular.

Em paralelo, em novembro do ano passado, a Prefeitura do Recife implantou o Programa Recentro, que visa revitalizar os bairros do Recife, São José e Santo Antônio. Dividido em quatro eixos, a iniciativa prevê, dentre outras situações, a concessão de descontos e incentivos em impostos municipais, como IPTU e ITBI, para projetos de construção, recuperação e manutenção de imóveis em Zonas Especiais de Proteção Histórica (ZEPH).

Além disso, a Prefeitura do Recife deu início a estudos técnicos para elaborar uma concessão pública para locação social. O objetivo é produzir, no mínimo, 500 unidades habitacionais prioritariamente na área central da cidade - nos bairros de Santo Antônio, São José, Boa Vista e Cabanga -, voltadas para famílias com renda máxima de três salários mínimos. A proposta considera a Locação Social como mais uma alternativa de acesso à moradia digna e vê a habitação como um dos elementos estruturadores da requalificação urbana da área central da cidade”.

*Nome fictício (personagem preferiu não se identificar)

Um ponto de testagem de Covid-19 exclusivo para profissionais da rede municipal de Educação será aberto nesta quinta-feira (3). A Prefeitura escolheu a Escola Municipal Reitor João Alfredo, na Ilha do Leite, para o novo centro e promete 500 testes diários no local.

Os trabalhadores precisam agendar o exame no Portal da Educação, a partir das 15h desta quarta (2). Só serão permitidos os profissionais que já possuem o CPF cadastrado no portal.

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A Escola Municipal Reitor João Alfredo fica na Rua Senador José Henrique, nº 752, Ilha do Leite, área Central da capital. O ponto exige apenas a apresentação do documento de identificação original com foto.

--> UNINASSAU Graças promove testagem para a Covid-19

Com a ampliação da testagem a partir do lançamento do 17º ponto de diagnóstico, Recife vai ter capacidade de ralizar 6.800 testes diários. O prefeito João Campos esteve na unidade de ensino e comentou sobre o interesse de duplicar a oferta de testes no local. "Aqui vai funcionar um centro de testagem exclusivo para os professores, as professoras e todos os trabalhadores da nossa rede municipal de ensino. Serão 500 vagas por dia, inicialmente, e a gente vai ampliar para chegar até 1000 vagas. E o agendamento estará disponível no Portal da Educação. Então você que é servidor do nosso município, trabalha nas escolas, vai ter essa oportunidade de um centro exclusivo para a nossa educação”, disse.

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Confira os demais pontos de testagem:

- UNINASSAU, nas Graças;

- Compaz Governador Eduardo Campos, no Alto Santa Terezinha;

- Escola Municipal Luiz Vaz de Camões (Antigo Colégio Walt Disney, no bairro do Ipsep);

- Universidade Federal Rural de Pernambuco, em Dois Irmãos;

- Parque da Macaxeira;

- Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro;

 - Sesc Santo Amaro;

- Sesc de Casa Amarela;

- Policlínica Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro;

- Upinha Eduardo Campos, na Bomba do Hemetério;

- Centro de Saúde Professor Mário Ramos, em Casa Amarela;

- Upinha Vila Arraes, na Várzea;

- Centro de Saúde Professor Romero Marques, no Prado;

- Centro Social Urbano (CSU) Afrânio Godoy, na Imbiribeira;

- Upinha Moacyr André Gomes, no Morro da Conceição;

- Policlínica Arnaldo Marques, no Ibura.

Na última segunda-feira (24), um ônibus pegou fogo em uma parada localizada de frente para o Quartel Central do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, no bairro da Soledade, no Centro do Recife. Por volta das 17h50, a corporação foi acionada por populares.

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O princípio de incêndio foi contido com uso de extintores, mas as chamas chegaram a atingir a parte elétrica do painel do coletivo. Não houve vítimas.

“Graças a Deus que foi aqui em frente ao Corpo de Bombeiros. Foi uma ação muito rápida e não deu tempo nem de o fogo se alastrar. Eles estavam muito atentos”, agradeceu o motorista do ônibus.

 

 Mais dois centros de testagem gratuita para a Covid-19 foram abertos no Recife nesta sexta-feira (21). Para controlar o público e evitar aglomerações, a Prefeitura pede que o exame seja agendado um dia antes no aplicativo Conecta Recife.

O Sesc disponibilizou o ginásio da unidade Santo Amaro, no Centro, que já começa a operar nesta sexta (21) e o estacionamento da unidade Casa Amarela, na Zona Norte, que começa as atividades na segunda (24).

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---> Novos pontos de testagem da Covid-19 serão abertos em PE

Cada um dos novos locais vai oferecer 600 testes rápidos de antígeno diariamente, das 8h às 17h. O agendamento abre às 18h do dia anterior.

A Prefeitura informou que 26.500 testes foram feitos. Além das unidades do Sesc, o Parque Urbano da Macaxeira, na Zona Norte e Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro, Zona Oeste, também funcionam como centros de testagem, todos os dias, das 9h às 16h.

Oito unidades de saúde da rede municipal ainda disponibilizam o serviço conforme agendamento no aplicativo Atende em Casa, são elas: Policlínica Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro; na Upinha Eduardo Campos, na Bomba do Hemetério; no Centro de Saúde Professor Mário Ramos, em Casa Amarela; na Upinha Vila Arraes, na Várzea; no Centro de Saúde Professor Romero Marques, no Prado; no Centro Social Urbano (CSU) Afrânio Godoy, na Imbiribeira; na Upinha Moacyr André Gomes, no Morro da Conceição; e na Policlínica Arnaldo Marques, no Ibura.

Dois homens foram presos em flagrante nessa quarta-feira (12) logo após cometer um assalto com faca à luz do dia na Avenida Dantas Barreto, bairro de Santo Antônio, área Central do Recife.

Uma equipe de policiais da Companhia Independente de Policiamento com Motocicleta (CIPMoto) realizava rondas no local e visualizou a dupla roubando um aparelho celular de dentro da bolsa de uma mulher.

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Os suspeitos foram abordados e, após revista, foram encontrados o celular subtraído e uma faca peixeira. Eles foram conduzidos à Central de Plantões da Capital, onde ficaram à disposição da Justiça.

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 Recomendadas incessantemente para controlar a pandemia da Covid-19, as máscaras de proteção foram deixadas de lado por parte dos recifenses a partir da aplicação das vacinas. Apesar do uso adequado ainda ser desrespeitado, neste sábado (8) uma maior adesão ao item foi percebida no comércio do Centro da cidade.

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O receio de ser contaminado pelo surto de gripe H3N2, que sobrecarrega hospitais públicos desde a segunda quinzena de dezembro, ou até mesmo receber o diagnóstico de coinfecção pelos dois vírus, fez com que o interesse pela barreira sanitária individual fosse reavivado.

No primeiro fim de semana de 2022 com movimentação nas ruas e lojas do comércio do Centro, a maior parte dos consumidores optou em reforçar os cuidados indicados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que deve anunciar a volta de medidas restritivas nesta semana.

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A Black Friday, dia que promete grandes descontos e boas compras nos mais variados segmentos, alterou o horário do comércio no centro do Recife, nesta sexta (26).  Várias lojas abriram suas portas logo cedo pela manhã, porém o pouco movimento registrou um cenário diferente de anos anteriores

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No bairro da Boa Vista, os anúncios de descontos nas vitrines das lojas estavam em maior quantidade do que clientes circulando dentro delas. Um dos poucos estabelecimentos a registrar um fluxo maior de compradores, na rua Sete de Setembro, organizou uma fila na porta para controlar a entrada e evitar aglomeração e confusão. 

Já no Shopping Boa Vista, localizado no mesmo bairro, os consumidores puderam entrar uma hora antes do horário habitual. Por volta das 11h, o movimento era moderado nos corredores do centro de compras. Os protocolos de segurança relativos à pandemia estavam sendo cumpridos, de maneira geral. No interior do estabelecimento, o uso da máscara foi respeitado enquanto o distanciamento social e o uso de álcool - ofertado na entrada do local - ficaram um pouco a desejar.

A Basílica de Nossa Senhora do Carmo foi invadida por criminosos na madrugada desse domingo (24). Eles causaram um prejuízo de aproximadamente R$ 15 mil com o furto de equipamentos da TV Carmelo, que transmitia missas da igreja da padroeira do Recife, localizada no bairro de Santo Antônio, na área Central da capital. 

O reitor do templo, Frei Rosenildo, explicou que os invasores arrombaram uma janela gradeada nos fundos e tiveram acesso a todo interior da basílica. 

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Dois computadores, perfumes, dois equipamentos da TV Carmelo foram levados junto com R$ 150 que pertencia a um dos funcionários da igreja. Ninguém ficou ferido.

Os criminosos ainda reviraram gavetas e deixaram caixas de som espalhadas no local de orações. Mais materiais não foram levados pela falta de espaço entre a parede e vão deixado pela janela. Os cofres e ofertórios com doações dos fieis já haviam sido esvaziados antes da invasão, e as esculturas religiosas estão intactas.

Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que o 16º Batalhão não chegou a ser acionado para a ocorrência. "O policiamento no bairro de Santo Antônio, onde se localiza o templo religioso, é intenso e realizado através de guarnições a quatro e duas rodas, com rondas e abordagens de suspeitos 24 horas por dia. Operações com apoio de unidades especializadas e a presença do GATI complementam essa atuação ostensiva. O comando do Batalhão lembra a importância de que denúncias de ocorrências sejam formalizadas, para possíveis readequações no planejamento operacional da área", concluiu.

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