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Centenas de palestinos morreram nesta terça-feira (17) após um míssil atingir um hospital de Gaza onde milhares de civis se abrigavam. Autoridades palestinas culparam Israel, que rejeitou a acusação e atribuiu a explosão a um foguete com defeito lançado pela Jihad Islâmica - grupo aliado do Hamas. Autoridades palestinas registraram mais de 500 mortes no local.

Enquanto os dois lados tentavam vencer a guerra de narrativas, a notícia da destruição do Hospital Al-Ahli - fundado na década de 1880 por missionários anglicanos - teve efeitos diplomáticos. O líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, declarou luto de três dias e cancelou a reunião marcada para hoje com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Amã.

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Em seguida, a Jordânia cancelou o encontro, que teria a presença do presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, e do rei Abdullah, da Jordânia. Os governos egípcio e jordaniano emitiram um comunicado condenando "nos termos mais fortes possíveis" o ataque "bárbaro" ao hospital em Gaza. Irã e Turquia usaram tons parecidos para demonstrar indignação.

A explosão que deixou mais de 500 mortos complicou os planos de Biden. O americano deve se reunir hoje com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, para transmitir seu apoio. Mas o presidente americano parece ter poucos argumentos para convencer os aliados árabes. Na Arábia Saudita, um conselheiro da família real afirmou que as negociações para normalização das relações com Israel estavam mortas.

Crise

Protestos eclodiram ontem em diversas cidades do Oriente Médio e do Norte da África. Os mais intensos foram registrados no Líbano, Tunísia, Turquia, Irã e na Cisjordânia. Em sua maioria, os atos se concentraram diante de embaixadas de Israel, EUA e França.

Em Amã, na Jordânia, manifestantes tentaram incendiar a embaixada de Israel. Imagens que circularam nas redes sociais mostraram uma multidão diante do prédio, cercado por forças de segurança. Segundo o governo jordaniano, o ato foi contido e não houve invasão.

A repercussão, no entanto, não ficou restrita ao Oriente Médio. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que o ocorrido no hospital não era "aceitável". "Existem regras nas guerras e não é aceitável atingir um hospital." Biden também se disse horrorizado com as mortes no hospital.

Escola

Uma escola da ONU foi bombardeada ontem, deixando pelo menos seis mortos e dezenas de feridos. O local atacado é um complexo de oito escolas em Al-Maghazi, região central de Gaza. Segundo a ONU, cerca de 4 mil pessoas se abrigavam nas instalações.

Palestinos que se deslocaram para o sul de Gaza após ordem do Exército de Israel cogitam voltar para suas casas no norte, em razão dos bombardeios israelenses ao sul. Israel admite os ataques, que alega terem como alvo líderes do Hamas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio a temores de uma incursão de Israel contra o Hamas em Gaza, estrangeiros aguardam há dias a movimentação diplomática para que o Egito abra a passagem fronteiriça de Rafah, no sul do enclave palestino, para deixar o local, que é alvo de um cerco das Forças Armadas israelenses.

Pelo menos 28 brasileiros sofrem há dias para deixar Gaza em segurança. O grupo conseguiu chegar ao sul e está concentrado entre as cidades de Rafah e Khan Younis, perto do Egito, mas se deparou com a fronteira fechada. Junto com eles, o governo tenta resgatar mais seis palestinos que têm residência no Brasil, mas ainda não conseguiu embarcá-los.

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Hasan Rabee está na lista de resgate e conta que a situação é dramática. Em vídeo nas redes sociais, ele relatou que saiu para procurar pão e carregar o celular quando se deparou com uma explosão. "Atacaram uma casa de civis, tem bastante gente ferida, o resgate ainda não está funcionando, os hospitais colapsaram, pessoas feridas estão correndo na rua. Está muito difícil."

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) aguarda em Roma, na Itália, a abertura da fronteira para buscar os 28 brasileiros. O grupo tem 14 crianças, 8 mulheres e 6 homens - 22 deles nasceram no Brasil, 3 são imigrantes palestinos e 3 são palestinos que possuem cidadania brasileira.

Apoio

Assim que autorizada a passagem dos brasileiros, o avião da FAB deve se deslocar até o Egito para fazer o resgate, informou ontem o Itamaraty. Enquanto isso, os brasileiros têm recebido apoio psicológico da embaixada. Uma profissional foi contratada em Gaza para fazer o acompanhamento das famílias. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, trocaram críticas neste sábado, 14, sobre a atuação do Legislativo e do Judiciário, em meio à crise recente entre os Poderes. "Sempre defendi as prerrogativas do Supremo. Isso não significa que estejamos inertes a modificações que possam ser úteis à credibilidade e ao aprimoramento de todos os Poderes, inclusive do Judiciário", afirmou Pacheco. Gilmar, por sua vez, disse que os Poderes não são "insuscetíveis a reformas", mas que elas "precisam ser pensadas em termos globais". Para ele, há uma "lista de reformas relevantes" antes de se falar em mudanças no Judiciário.

O senador e o ministro estiveram em um debate promovido em Paris pelo grupo Esfera Brasil. O evento teve também a presença do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas. Na sexta-feira, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, participou do fórum.

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Nas últimas semanas, o Congresso ampliou a ofensiva sobre o Supremo, com o resgate de propostas que buscam limitar os poderes da Corte. Na Câmara e no Senado há projetos em tramitação que tratam de questões que também estão na pauta do STF ou, ainda, que fazem alterações na forma de trabalho dos ministros. Para os congressistas, o tribunal tem usurpado a competência do Legislativo ao julgar temas como o marco temporal de terras indígenas, drogas e aborto.

Na avaliação do presidente do Senado, mudanças no funcionamento dos Poderes são necessárias para responder à "crise de credibilidade" enfrentada por eles. Uma das ideias é limitar a possibilidade de recorrer ao Supremo para evitar que a Corte tenha "contato constante com a sociedade".

"Deve ser implementada a limitação de acesso ao STF para evitar que tenha ponto de contato constante com a sociedade em função das decisões que seja instado a fazer, e reservar o STF às decisões mais relevantes, de índole mais constitucional", disse Pacheco. A proposta, segundo o senador, poderá ser colocada em debate.

O Senado discute propostas para alterar as regras de indicação de ministros do STF e de funcionamento do tribunal, como mandato fixo, elevação da idade mínima dos nomeados e limitação das decisões monocráticas. Na mesma linha de limitar atos dos magistrados, começou a tramitar na Câmara, no fim de setembro, PEC que permite ao Congresso derrubar decisões do Supremo que, segundo os autores do projeto, "extrapolem os limites constitucionais". No sábado, Gilmar afirmou que essa proposta tem "viés pouco democrático".

'ISOLADA'

Em resposta a Pacheco, Gilmar destacou que a Corte atua somente quando provocada e que, durante a pandemia de covid-19, atuou de maneira "quase isolada". O decano do STF também reiterou o papel do tribunal na defesa da democracia diante de ameaças golpistas e indicou que uma "omissão" teria aberto espaço para a Corte agir.

"Certamente, muitos defenderam concepções que, se vitoriosas, levariam à derrocada do STF. A gente não vem contar uma história de fracasso. Contamos a história de uma instituição que soube defender a democracia, até contra impulsos de parte significativa da elite", frisou o decano. "O tribunal tem legitimidade política para concorrer com o Congresso? Claro que não. A legitimidade do tribunal advém da Constituição."

Pacheco afirmou que os Poderes e seus integrantes precisam "ousar mudar" e destacou o papel de outras instituições na defesa da democracia. "Nenhuma instituição e nenhum Poder tem o monopólio dos acertos nem a responsabilidade dos desacertos de forma exclusiva. A defesa da democracia teve papel muito importante do Supremo Tribunal Federal e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas também teve participação muito importante do TCU, da imprensa, de partidos políticos e do Congresso Nacional", disse o senador.

'LEGITIMIDADE'

"Me incomoda muito a crise de identidade que há para a política e a crise que existe em relação à legitimidade das decisões judiciais. Hoje todo mundo se arvora a ser jurista de botequim pra poder criticar decisões do Supremo e de outras instâncias do Poder Judiciário", afirmou Pacheco. O parlamentar negou que exista uma "retaliação" ao STF, mas sugeriu que a Corte estaria invadindo prerrogativas do Congresso. "Não há que se admitir qualquer tipo de revisão, pelo Poder Legislativo, de decisões judiciais concebidas no STF, como não há a mínima possibilidade de se permitir ao STF que formate as regras e as leis do País, porque isso cabe legitimamente ao Poder Legislativo."

'MEMÓRIA'

Gilmar defendeu o Supremo. "A luta contra o poder ou contra o poder absoluto envolve uma luta da memória contra o esquecimento. A gente tem que reavivar o papel que cumpriu o STF em todo esse período extremamente difícil", disse. "Se a política voltou a ter autonomia, foi graças ao Supremo Tribunal Federal. Se hoje nós temos a eleição do presidente Lula, isso se deve a uma decisão do Supremo."

"Hoje, se eu fosse discutir uma reforma importante, eu diria, presidente Pacheco, o Ministério da Defesa não poderia ser ocupado por ministro militar, teria que ser por um civil. Eu faria listas de reformas relevantes", afirmou o decano, dando como exemplos discussões sobre sistema de governos e emendas parlamentares. "Se a política deixou de ser criminalizada, isso se deve ao Supremo Tribunal Federal", acrescentou, se referindo às derrotas impostas pela Corte à Operação Lava Jato.

FOCOS DE DESGASTES

- Pauta de costumes: Julgamentos recentes do STF causaram reação no Congresso, que acusou a Corte de invadir as prerrogativas do Legislativo ao analisar temas da chamada pauta de costumes, como aborto e drogas

- Marco temporal: A crise se agravou com a votação na Corte que derrubou a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Em reação, o Congresso aprovou projeto de lei que vai em sentido oposto

- Mobilização: No mesmo dia da aprovação do marco temporal no Senado, representantes de 17 bancadas temáticas na Câmara anunciaram obstrução a votações em protesto ao STF

- 'Autocontenção': Em discurso como novo presidente do STF, Luís Roberto Barroso disse que a Corte deve ter "autocontenção" e "não há Poderes hegemônicos"

- Anulação de decisões: Em meio ao desgaste, começou a tramitar na Câmara PEC que permite ao Congresso derrubar decisão do Supremo que "extrapole limites constitucionais"

- Mandato para ministro: Resgatada, a ideia de mandato fixo no STF voltou a causar embate e opôs o decano Gilmar Mendes a senadores

- Atuação limitada: Há duas semanas, a CCJ do Senado aprovou PEC que limita as decisões monocráticas (tomadas por um único ministro) do STF e o prazo para pedidos de vista de processos

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro com alta de 0,26%, ante 0,23% em agosto, informou o IBGE nesta quarta-feira, 11. A taxa acumulada em 12 meses passou a ser de 5,19%, também acima do resultado até agosto (de 4,61%).

Ainda assim, o número final em setembro surpreendeu o mercado, que esperava variação de até 0,38%, segundo sondagem do Projeções Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. No fim, o IPCA mais baixo do que o esperado reacendeu a avaliação de que a inflação deste ano pode ficar abaixo do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,75% - o que daria à autoridade monetária condições para manter a previsão de dois novos cortes de 0,5 ponto porcentual cada da Selic, até o fim do ano.

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Após a divulgação dos dados, a LCA Consultores diminuiu a sua projeção de inflação de 2023, de 4,8% para 4,7%, já abaixo do teto da meta. Outras instituições, como Bradesco, Itaú Unibanco e WHG, conservaram as estimativas de um IPCA entre 4,8% e 4,9%, mas reconheceram viés de baixa nas projeções. O banco britânico Barclays destacou que a redução da defasagem entre os preços domésticos e internacionais de combustíveis - de 20%, há duas semanas, para 9% hoje - sugere espaço para inflação menor no Brasil.

"Vemos um risco para baixo na nossa projeção de IPCA de 4,9% este ano, caso as condições de paridade continuem assim, no geral, mas tensões recentes no Oriente Médio ainda podem introduzir volatilidade no petróleo e seus derivativos nas próximas semanas", afirmou o economista para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, em relatório.

No caso dos juros, instituições como Barclays, BTG Pactual, Sicredi e B. Side Investimentos reiteraram a previsão de manutenção do ritmo de cortes da Selic em 0,5 ponto. "Apesar de não ser um resultado (do IPCA) que dê asas para o voo das expectativas de que o BC possa acelerar o ritmo de queda nas próximas reuniões para 0,75 ponto, certamente vai contribuir para tirar da meta uma desaceleração para 0,25 ponto", afirmou o economista-chefe da G5 Partners, Luís Otávio de Souza Leal. "Não vemos motivos para rever a nossa projeção de Selic em 11,75% no final de 2023."

Apenas as altas de preços da gasolina e das passagens aéreas responderam, juntas, por cerca de 80% de toda a inflação em setembro. A gasolina aumentou 2,80%, subitem com a maior contribuição individual, de 0,14 ponto porcentual. Além da gasolina, o óleo diesel ficou 10,11% mais caro, e o gás veicular subiu 0,66%. Já o preço do etanol caiu 0,62%.

Por outro lado, os preços dos alimentos completaram em setembro quatro meses seguidos de quedas, contribuindo para deter a inflação no País no período. O grupo Alimentação e Bebidas acumula retração de 2,65% desde junho.

Em setembro, as famílias pagaram menos por produtos como batata-inglesa (-10,41%), cebola (-8,08%), ovo de galinha (-4,96%) e leite longa-vida (-4,06%).

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prometeu no domingo (8) aniquilar o Hamas após os ataques de sábado, que mataram mais de 700 israelenses e deixaram 2 mil feridos. Segundo os militantes palestinos, mais de 130 reféns israelenses, entre civis e soldados, foram levados para Gaza, o que deve tornar ainda mais complexas as operações militares contra o enclave de 2 milhões de habitantes.

"Será uma guerra longa e difícil", disse o premiê, que aconselhou a todos os palestinos que vivem em Gaza a fugir imediatamente.

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Netanyahu afirmou ainda que as forças israelenses entrariam em uma "fase ofensiva" da guerra. "Ela continuará sem limites nem tréguas até que os nossos objetivos sejam alcançados."

Os soldados de Israel passaram o domingo combatendo militantes do Hamas ainda em território israelense. Os militares de Israel relataram combates em sete comunidades fronteiriças e em uma base militar. Tanques foram vistos cruzando terras agrícolas em partes do sul de Israel em direção a Gaza.

Combates

Abu Ubaida, porta-voz das brigadas Izz ad-Din al-Qassam, o braço militar do Hamas, afirmou que os combates continuam em diversas áreas perto da fronteira de Gaza, incluindo Zikim, Sufa e Mefalsim. Ele afirmou que o grupo conseguiu tomar uma nova leva de reféns israelenses no domingo.

Em 2006, o sequestro feito por militantes islâmicos de um único recruta, Gilad Shalit, consumiu a atenção da sociedade israelense por anos - uma pressão que levou Israel a concordar com a libertação de mais de 1.000 prisioneiros palestinos, muitos dos quais haviam sido condenados por terrorismo.

O Hamas, grupo que controla Gaza, continuou no domingo a disparar foguetes contra Israel, atingindo a cidade de Sderot, ferindo pelo menos uma pessoa. As autoridades israelenses emitiram um alerta para que os moradores não saíssem de casa, porque se acreditava que militantes palestinos poderiam novamente se infiltrar na cidade.

Os ataques por terra, ar e mar lançados por militantes palestinos no sábado - a pior invasão sofrida por Israel em 50 anos - fez o governo israelenses responder com bombardeios pesados a Gaza.

Mais de 400 palestinos foram mortos, incluindo 78 crianças, e 2,3 mil ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde palestino.

Reforço

Dezenas de reservistas israelenses partiram no domingo para suas bases, depois de Netanyahu convocar uma mobilização nacional. O governo também determinou a retirada dos moradores de 24 aldeias perto da fronteira, uma indicação de que Israel estaria preparando uma operação terrestre contra a Faixa de Gaza.

Os militares de Israel começaram no domingo a divulgar os nomes dos soldados mortos nos ataques de sábado e surgiram os primeiros relatos de testemunhas das batalhas contra os militantes palestinos.

"Havia terroristas dentro do nosso kibutz", disse Amir Tibon, por telefone. "Podíamos ouvi-los falar. Podíamos ouvi-los correr. Ouvimos eles disparando contra nossa casa."

Civis

Para o analista Aluf Benn, os ataques de sábado foram os piores golpes sofridos por Israel desde 1948.

"Em 1973, Israel foi apanhado de surpresa, mas os combates ocorreram longe dos civis", disse Benn ao jornal Haaretz. "Este foi um ataque contra civis e, pela primeira vez, temos dezenas de prisioneiros de guerra.

As pessoas estão tentando desesperadamente descobrir o que aconteceu com seus parentes." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público da Venezuela emitiu uma ordem de prisão contra o opositor Juan Guaidó e pedirá à Interpol, a polícia internacional, que acione um alerta vermelho. O ex-presidente do Parlamento, que liderou um governo paralelo ao de Nicolás Maduro, está exilado nos EUA e foi acusado por uma série de crimes, incluindo lavagem de dinheiro e traição.

Ao responder à ordem de prisão, na noite de quinta-feira, Guaidó desafiou Maduro a se apresentar junto com ele a qualquer procuradoria dos EUA ou ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, onde há um processo contra o líder chavista, para esclarecer o "recente saque" à PDVSA, estatal do petróleo.

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A denúncia de Caracas cita o chamado "governo interino" comandado por Guaidó, entre 2019 e 2022, com reconhecimento de EUA, Brasil e 50 países, que contestaram a reeleição de Maduro. "Usando a figura de um governo fictício, ele causou perdas ao Estado venezuelano", justificou o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab. Ainda segundo a acusação, ele teria usado recursos da PDVSA para gastos pessoais e causado um prejuízo de US$ 19 bilhões.

Saab citou uma "sentença" de um tribunal nos EUA que, segundo ele, indica que o ex-deputado "acessou ativos das subsidiárias da (empresa estatal de petróleo) PDVSA nos EUA e os usou para se financiar".

O Ministério Público abriu 23 investigações contra Guaidó por supostos crimes cometidos no "governo interino" e cinco outros casos relacionados a uma empresa venezuelana na Colômbia, mas nunca havia emitido um mandado de prisão contra ele até agora. Os crimes imputados a Guaidó incluem traição à pátria, usurpação de funções, obtenção ou extração de dinheiro, valores ou bens públicos, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Guaidó chegou aos EUA em abril, depois de fazer uma aparição surpresa na Colômbia. O opositor nega as acusações, que chamou de "propaganda" para "perseguir física e moralmente a oposição venezuelana". Em um vídeo no Instagram, ele disse que essa é a 28.ª acusação contra ele apresentada pelo governo Maduro.

"A pergunta de novo é: por que neste momento, por que agora, a 17 dias das primárias? Para continuar distorcendo o que acontece no país", disse Guaidó, ao pedir participação dos venezuelanos nas primárias, marcadas pela inabilitação dos principais candidatos da oposição.

Sanções

O mandado foi emitido no mesmo dia em que a Venezuela e os EUA fecharam um acordo para retomar as deportações de migrantes ilegais. A Venezuela concordou em receber cidadãos que sejam deportados, algo que não era possível até agora, uma vez que Washington e Caracas romperam relações diplomáticas em 2019 e o governo venezuelano está sujeito a sanções. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aumento do limite de idade para aposentadoria e a indicação de ministros mais jovens para o Supremo Tribunal Federal (STF) tornaram recorrente a possibilidade de juízes ficarem mais de 25 anos no cargo, fato até então incomum na história do Supremo. A longa permanência dos ministros - e, em tese, a persistência do ideário dos presidentes que os indicaram - é um dos temas que têm provocado nos últimos dias embates entre o Judiciário e o Legislativo.

Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou que seria "bom para o Judiciário e para a sociedade brasileira" a criação de mandatos para os ministros. O decano do STF, Gilmar Mendes, criticou a proposta.

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A média histórica de permanência dos magistrados no STF desde a sua primeira formação, em 1891, é de 3.427 dias - o equivalente a nove anos e quatro meses. Apenas 19 entre as 171 pessoas nomeadas até hoje ocuparam uma cadeira na Corte por mais 20 anos, e cinco, por mais de 25 anos, segundo levantamento do Estadão a partir de dados oficiais. Na atual composição do Supremo, seis ministros - mais da metade da Corte - podem superar a segunda marca se atuarem até o limite de 75 anos de idade, quando a aposentadoria é obrigatória.

Vitor Rhein Schirato, professor da Faculdade de Direito da USP, entende que a ausência de renovação no STF por longos períodos pode ser prejudicial para o trabalho. "A Constituição é mutável e deve ser interpretada de acordo com o tempo. Se a Corte não se transforma, ela tem muita dificuldade de fazer essa interpretação atualizadora", disse.

Schirato defende tanto a instituição de mandatos como a exigência de maioria qualificada para aprovação dos ministros no Senado, o que poderia incentivar a procura por nomes de consenso e apoiados pela minoria. "Não que eu ache que a jurisprudência tenha que mudar sempre, ao contrário, o Supremo tem que pacificar, mas perguntas novas têm que ter respostas novas", acrescentou.

"O ideal era que houvesse renovação", destacou a cientista política Maria Tereza Sadek. "Uma pessoa que está numa instituição há tanto tempo, obviamente, tem mais experiência, mas não se tem nela um mecanismo de atualização, no sentido de refletir sobre as imensas mudanças que ocorrem na sociedade."

'Bengala'

Em 2015, a chamada "PEC da Bengala" aumentou em cinco anos o prazo para os ministros deixarem o posto. A medida permitiu a Celso de Mello e Marco Aurélio Mello adiarem as suas aposentadorias e estabelecerem novo recorde de continuidade: 31 anos.

Além deles, apenas dois ministros na República Velha - Hermínio do Espírito Santo e André Cavalcanti - e o ministro Moreira Alves, que chegou ao STF em 1975, durante a ditadura militar, compuseram a instituição por mais de duas décadas e meia.

Gilmar Mendes, que chegou ao Supremo em 2002, por indicação de Fernando Henrique Cardoso, e Dias Toffoli, escolhido por Luiz Inácio Lula da Silva em 2009, podem completar 28 e 33 anos no STF, respectivamente, pelas regras atuais.

As mudanças vieram acompanhadas da tendência de indicar pessoas mais jovens. Todos os quatro últimos ministros foram escolhidos, por três presidentes diferentes, quando tinham menos de 50 anos de idade.

Mais jovens

Alexandre de Moraes foi indicado por Michel Temer aos 47 anos, em 2017. Nunes Marques e André Mendonça foram os escolhidos de Jair Bolsonaro, ambos com 48 anos, em 2020 e 2021. Cristiano Zanin, o primeiro nome de Lula este ano, tem 47 anos.

A tendência pode ser mantida caso o petista decida substituir a ministra Rosa Weber pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, 43 anos, ou pelo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, 45 anos. O ministro da Justiça, Flávio Dino, de 55 anos, é quem destoa no trio de favoritos. Em seus primeiros mandatos, Lula aprovou oito nomes para o Supremo, com média de 56 anos.

Para Maria Tereza Sadek, a novidade desta escolha passa pela pressão de grupos sociais por representatividade racial e de gênero na Corte.

"Esse grau de mobilização é muito pouco frequente e muito relevante, não somente pela importância que o Supremo tem adquirido, mas também como reação a promessas de campanha do presidente", observou. A próxima vaga no STF deve ser aberta em 2028.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, nesta terça-feira (26), uma resolução para promover a paridade de gênero nos tribunais de segunda instância de todo o País. A medida cria uma lista de promoção só com juízas, que deve ser alternada com a lista mista (formada por homens e mulheres), para preencher os cargos na segunda instância.

A ministra Rosa Weber, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal federal (STF), pautou a resolução a menos de duas semanas de sua aposentadoria. Ela buscava deixar um legado para as magistradas. Rosa deixa a Corte nesta quinta, 28.

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A proposta é mais modesta do que aquela apresentada pela relatora Salise Sanchotene. Os conselheiros não chegaram a um consenso e, pouco antes da sessão, ela concordou em fazer adaptações no voto para fazer avançar o texto. "Não querendo me distanciar de um acordo coletivo do CNJ, eu ressalvo meu entendimento. Poderíamos ter ido muito mais longe para que elas pudessem também ir mais longe", afirmou o conselheiro Vieira de Mello Filho.

A redação original da resolução previa que listas formadas exclusivamente por mulheres fossem alternadas com listas mistas para promoção na carreira. A diferença é que a regra valeria tanto para promoções por merecimento quanto por antiguidade, até que os tribunais alcançassem a paridade.

Intermediária

Após debates acalorados nos bastidores, os conselheiros consentiram com uma solução intermediária, que retirou a antiguidade do pacote. O conselheiro Richard Pae Kim foi o primeiro a se manifestar nesta terça e acabou se tornando o porta-voz do voto de consenso. Ele defendeu que o CNJ não poderia interferir no critério da antiguidade por considerar que o parâmetro previsto na Constituição é objetivo.

"O critério de antiguidade é objetivo, inexistindo espaço para que seja aferido com base em gênero. Esse é o texto. O constituinte não previu para o legislador infraconstitucional nenhuma margem de ação, nenhum espaço para jogos, muito menos autorizou os tribunais ou este conselho a atuarem de forma discricionária, a exercerem controle constitucional de todos os futuros editais de promoção para os respectivos tribunais, como pretendido", argumentou.

Rosa endossaria o voto original, mais abrangente, mas concordou com o recuo em nome do consenso. "Às vezes nós temos de ir mais devagar", afirmou. "Sinto esse resultado como uma verdadeira vitória."

O último Censo do Judiciário, elaborado a partir de consultas a todos os tribunais do País, apontou que 59,6% dos magistrados são homens. O desequilíbrio aumenta nas instâncias superiores.

Pressão

A resolução do CNJ contrasta com declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, anteontem, afirmou que gênero e cor não serão critério para as escolhas que ele vai fazer para o STF e para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Com isso, Lula tenta afastar a pressão que apoiadores seus têm feito em favor da indicação de uma mulher negra para o Supremo.

Embora Lula diga que não tem pressa em fazer as indicações, a vacância dos cargos também é fonte de pressão. Rosa Weber entrega amanhã a presidência do STF ao ministro Luís Roberto Barroso, e deixa também a Corte - ela completará 65 anos, idade da aposentadoria compulsória dos ministros, na próxima semana. O mandato de Augusto Aras à frente da PGR encerrou-se ontem. A partir de hoje, a subprocuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos responde pela instituição, interinamente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal formou maioria, nessa sexta-feira (22), para rejeitar seis ações que questionam a manutenção dos direitos políticos da presidente cassada Dilma Rousseff (PT) após o impeachment. Dilma perdeu o mandato em 2016, mas o processo de impeachment foi divido, o que permitiu que os senadores votassem de forma autônoma a cassação do cargo, por crime de responsabilidade, e a suspensão dos direitos políticos.

O resultado foi que a petista teve de deixar o Palácio do Planalto, mas manteve a prerrogativa de disputar eleições e assumir cargos na administração pública. Dilma foi candidata ao Senado nas eleições de 2018, mas não se elegeu, e hoje é presidente do Novo Banco do Desenvolvimento, conhecido como banco dos Brics.

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A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo, é relatora dos processos e votou para rejeitar todas as ações. Ela foi acompanhada pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, André Mendonça e Luiz Fux. Até as 20h30 de ontem, faltavam os votos de Kassio Nunes Marques, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, que deveriam ser depositados no sistema da Corte até meia-noite.

Interferência

Rosa argumentou que o impeachment é um processo político e que o tribunal não deve interferir na decisão do Senado. "Importa ter presente o resultado das votações para reconhecer a discrepância de quantitativo de votos dados nas primeira e segunda votações, bem como a diversidade dos quesitos postos em votação, a não permitir que sejam confundidos ou tomados pelo mesmo objeto. O quórum constitucional foi alcançado para a perda do cargo, enquanto tal não se verificou no que diz com a inabilitação, a afastar a razoabilidade da pretendida substituição, pela via judicial, do mérito realizado no âmbito do próprio Senado", defendeu. A presidente do Supremo foi a única que apresentou voto escrito.

Os ministros analisam ações que aportaram no tribunal ainda na época do processo de impeachment. Ao todo, são seis mandados de segurança movidos por PSL, PSDB e Rede Sustentabilidade, pelo senador Magno Malta (PL-ES), pelo deputado José Medeiros (PL-MT) e pelo ex-senador Álvaro Dias (Podemos-PR) para anular a decisão que manteve os direitos políticos de Dilma e proibir votações separadas em processos de impeachment.

A Constituição estabelece que o presidente do Supremo conduza o processo de julgamento do presidente da República por crime de responsabilidade. Na época, o ministro Ricardo Lewandowski, hoje aposentado da Corte, assumiu a função. Foi ele quem autorizou, a pedido da bancada do PT, a votação em duas etapas.

Segundo as ações, a divisão da votação fere a Constituição e a Lei 1.079/50 - que define crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento -, uma vez que "a perda do mandato não poderia ser dissociada da inabilitação para o exercício da função pública".

Liminar

O tema já foi tratado anteriormente pelo Supremo. Em 2016, no mesmo ano em que as ações foram apresentadas, Rosa Weber indeferiu os pedidos por uma liminar (decisão provisória) para retirar os direitos políticos da presidente cassada. Após sete anos, o tema voltou a ser discutido no STF. Os ministros analisam agora o mérito das ações - que são as substâncias do pedido, o conteúdo, a razão de ser da causa, o que deu origem ao processo.

Dilma sofreu impeachment em razão das "pedaladas fiscais", prática revelada pelo Estadão, por crime de responsabilidade. O processo tramitou na Câmara e no Senado, e foi acompanhado pelo STF.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mau tempo pode ter contribuído para a queda de avião de pequeno porte na tarde de sábado (16) na região de Barcelos, no interior do Amazonas, de acordo com informações preliminares. Segundo autoridades locais, duas aeronaves desistiram de aterrissar no aeroporto local pouco antes do acidente.

O desastre deixou 14 mortos: piloto, copiloto e 12 passageiros, todos turistas que iriam praticar pesca esportiva.

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A lista de vítimas não foi oficialmente divulgada pelas autoridades, que vão esperar os exames de reconhecimento dos corpos, mas na lista enviada pela Manaus Aerotáxi para o governo estadual, consta os nomes de Roland Montenegro Costa, médico no Distrito Federal, e de Gilcrésio Salvador Medeiros, dono de uma pousada em Niquelândia, em Goiás.

"Ele se foi de uma forma inesperada, mas estava indo fazer o que mais amava na vida: pescar", foi postado no perfil da pousada Serra da Mesa, em Niquelândia, a cerca de 260 quilômetros de Brasília.

A morte do médico Roland Montenegro Costa, que atuou na área de transplantes, foi confirmada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) do DF.

Cinco ex-colegas de Uberlândia, Minas Gerais, também estão entre as vítimas do acidente aéreo. Os cinco eram ex-colaboradores do grupo Algar, empresa de telecomunicações, que emitiu nota de pesar. "A Algar lamenta o acidente ocorrido e confirma que cinco dos ocupantes da aeronave são ex-associados."

Os nomes não foram revelados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em uma década, os sindicatos brasileiros perderam 5,275 milhões de trabalhadores filiados. Nos últimos três anos, embora o mercado de trabalho tenha recuperado as vagas fechadas durante a pandemia, 1,325 milhão de trabalhadores deixaram de ser sindicalizados em todo o País.

Em 2022, 9,134 milhões de trabalhadores eram associados a sindicato, apesar de a população ocupada ter subido a um recorde de 99,6 milhões. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua): Características adicionais do mercado de trabalho, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O resultado mostra que, embora tenha havido uma alta de 4,9% no total de pessoas trabalhando no Brasil em 2022 em relação a 2019, no pré-pandemia, foi registrado um tombo de 12,7% no contingente de sindicalizados no mesmo período. Em uma década, o total de trabalhadores sindicalizados encolheu 36,6%, enquanto o número de ocupados cresceu 11%.

A reforma trabalhista de 2017, que acabou com obrigatoriedade da contribuição sindical, é um dos fatores que explicam esse enxugamento no número de sindicalizados a cada ano, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

"A reforma trabalhista, além da queda do imposto sindical, trouxe a flexibilização de contratos dos trabalhadores. Então, por ser mais flexível, dando um caráter maior de vínculos independentes e isolados, contribui para uma menor participação coletiva dos trabalhadores", disse Adriana.

Ela lembra que as convenções e negociações coletivas vinculavam e agregavam os trabalhadores em torno do sindicato. Com o crescimento dessas modalidades e arranjos mais flexíveis de contrato de trabalho, houve enfraquecimento desse tipo de mobilização em grupo pelas pautas de interesse da categoria.

"São fatores que contribuem para essa perda da sindicalização entre os trabalhadores", afirmou. "A gente sabe que com a reforma, por exemplo, nos últimos anos, você tem intensificação desses contratos unitários, unipessoais, como PJ (pessoa jurídica), trabalhadores intermitentes, o próprio avanço de modalidades como o MEI (microempreendedor individual). Então, as pessoas estão se organizando em torno do trabalho cada vez mais individualmente, e não coletivamente. Quanto maior é essa inserção individual, e não coletiva, isso tudo acaba contribuindo para a perda de adesão ao sindicato."

Em queda

A sindicalização somava 9,2% dos ocupados em 2022, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012, quando 16,1% dos ocupados eram sindicalizados. Todas as regiões tiveram redução na taxa de sindicalização na última década. A maior queda em relação a 2012 ocorreu no Sul (9,2 pontos porcentuais). Em 2022, as regiões Norte (7,7%) e Centro-Oeste (7,6%) apresentaram as proporções mais baixas de trabalhadores sindicalizados, enquanto as mais elevadas foram as das regiões Sul (13,1%) e Nordeste (10,8%). No Sudeste, 8,3% dos ocupados eram filiados a sindicatos.

A maior taxa de sindicalização em 2022 foi a dos trabalhadores do setor público (19,9%), seguida por operários do setor privado com carteira assinada (11%). No entanto, as duas categorias estão entre as que mais tiveram perdas na proporção de sindicalizados em uma década (-8,1 pontos porcentuais e -9,9 pontos porcentuais, respectivamente).

A coordenadora do IBGE avalia que o crescimento na adoção de contratos temporários na administração pública, em substituição a outros vínculos formais perenes, explica essa queda na sindicalização entre esses trabalhadores.

Fôlego

Os sindicatos, porém, ganharam um alívio financeiro nesta semana. Na segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legal a contribuição assistencial para custear o funcionamento das entidades. O caso trata da possibilidade de cobrança nos casos de trabalhadores não filiados aos sindicatos e de forma obrigatória por meio de acordo e convenção coletiva de trabalho - o que, na prática, acaba transformando a contribuição num novo "imposto sindical".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O filho do presidente dos EUA, Joe Biden, Hunter Biden, virou réu nesta quinta-feira (14), acusado de três crimes relacionados à compra ilegal de uma arma, em 2018. A acusação formal pode levá-lo a julgamento no próximo ano, quando seu pai estará em campanha pela reeleição.

Hunter é alvo de duas acusações de falso testemunho por ter informado em formulários que não estava usando drogas ilegalmente na época em que comprou um revólver no Estado de Delaware. Ele admite ter sido usuário de drogas na ocasião. A terceira acusação afirma que ele, com base nas declarações falsas, adquiriu ilegalmente uma arma. Se condenado, Hunter pode receber uma pena de até 10 anos de prisão.

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Investigação

As acusações foram apresentadas pelo conselheiro especial do Departamento de Justiça, David Weiss, que investiga o filho do presidente desde 2018. Os problemas legais de Hunter, um advogado formado em Yale e lobista de 53 anos, têm lançado uma sombra sobre a campanha de seu pai.

A decisão de apresentar acusações criminais contra o problemático filho de Biden foi um passo extraordinário para Weiss, que o secretário de Justiça, Merrick Garland, nomeou como conselheiro especial no mês passado.

A acusação coloca o Departamento de Justiça na estranha posição de processar casos tanto contra o filho do presidente como contra o ex-presidente Donald Trump, o atual favorito à nomeação presidencial do Partido Republicano em 2024.

Trump foi acusado em casos federais separados de tentar reverter sua derrota nas eleições de 2020 e de manusear indevidamente documentos confidenciais depois de deixar o cargo e obstruir os esforços para recuperá-los.

Favoritismo

Pesquisas indicam que a vantagem de Trump sobre seus rivais republicanos só cresceu com as acusações. O ex-presidente e outros importantes líderes republicanos tentaram repetidamente vincular Biden aos problemas jurídicos e fiscais de seu filho, acusando a família de corrupção, mas com poucas evidências para apoiar as alegações.

Sem apresentar quaisquer evidências, os republicanos na Câmara dos Deputados acusaram o Departamento de Justiça de proteger Hunter. A acusação de porte ilegal de arma só é apresentada esporadicamente contra réus primários, especialmente aqueles como Hunter, que não é acusado de usar a arma em outro crime.

Os advogados de Hunter Biden argumentaram ao Departamento de Justiça que a acusação acabará sendo rejeitada, porque uma série de decisões da Suprema Corte e de tribunais de recurso lançaram dúvidas sobre a constitucionalidade de o governo federal impor condições à compra de armas de fogo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) elaborou um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a decisão do ministro Dias Toffoli - responsável por anular todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht. Para a entidade representativa do Ministério Público Federal, a determinação extrapolou os limites legais. A previsão era de que a peça fosse apresentada à Justiça até o fim da noite desta segunda-feira, 11. Nela, a associação ataca aspectos técnicos da decisão por temer que outros processos sejam afetados pelo despacho assinado por Toffoli.

Para a ANPR, o processo julgado de maneira isolada pelo ministro não poderia, por exemplo, avançar em questões disciplinares. Só as instâncias de correição do Judiciário e do Ministério Público poderiam averiguar se houve desvio na conduta dos integrantes da Operação Lava Jato.

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Na semana passada, em despacho recheado de críticas à atuação de procuradores e da Vara da Justiça Federal comandada na época pelo então juiz Sérgio Moro, hoje senador, Toffoli anulou as principais provas sobre pagamentos de propina pela Odebrecht para políticos do PT e de outros partidos. E pediu que fossem instaurados processos contra os investigadores da Lava Jato.

A reclamação que motivou a decisão do ministro foi feita pelos advogados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A advogada Valeska Zanin Martins - mulher de Cristiano Zanin, hoje ministro do Supremo e ex-advogado de Lula no caso - sustentou que, antes de assinar o acordo de leniência com a Odebrecht, o Ministério Público Federal começou uma negociação informal com autoridades dos Estados Unidos em busca de pistas para fechar o cerco a executivos da construtora.

Segundo o presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, o processo em que Toffoli tomou a decisão não contou com manifestação da empreiteira, a principal envolvida no caso. "Nem mesmo as partes estão lá (na reclamação)", argumentou Cazetta. "Nem mesmo as empresas participaram. A Odebrecht não participou disso para discutir questões."

Sentido

A ideia principal da contestação da ANPR, Cazetta aponta, é que tudo que foi julgado por Toffoli que ultrapassa o objeto da reclamação impetrada por Lula tem de ser lido como algo que não é uma decisão judicial "no seu sentido clássico". Cazetta não pretende discutir os efeitos processuais em relação a Lula. "Isso já foi objeto de várias discussões", disse. "A discussão é: ali há comentários feitos por um julgador, que tem um ônus argumentativo, mas que não é a decisão. Queremos reafirmar que a responsabilidade por averiguar a conduta disciplinar de membros do Judiciário e do Ministério Público é do próprio Judiciário e do Ministério Público, não pode ser feita por terceiros."

Ele ainda relembra que, no caso do MPF, a matéria já é objeto de análise da corregedoria, e o material foi entregue ao Supremo. "Não há o que voltar a reapreciar", disse.

O despacho de Toffoli classifica a prisão de Lula como um dos "maiores erros judiciários da história do País" e uma "armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos". A decisão anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht e dos sistemas Drousys e My Web Day B, feito em dezembro de 2016. A empresa também se comprometeu a desembolsar R$ 6,8 bilhões para ressarcir os cofres públicos.

'Garantistas'

O recurso será analisado pela Segunda Turma do STF. O colegiado é composto por ministros de posições juridicamente mais "garantistas" - ou seja, mais preocupados com direitos fundamentais dos réus. Fazem parte da turma Gilmar Mendes, Edson Fachin, Kassio Nunes Marques, André Mendonça, além do próprio Toffoli.

Apesar de o Supremo ser a última instância de julgamento do Judiciário brasileiro, há várias etapas pelas quais um processo passa dentro da Corte. As decisões podem ser monocráticas (só de um ministro), da Turma (Primeira ou Segunda) ou do plenário (com todos os ministros). Na semana passada, a anulação do acordo de leniência da Odebrecht foi uma decisão monocrática de Toffoli. Por isso, os questionamentos sobre ela agora vão para a Segunda Turma. Dentro desse grupo, há pelo menos três magistrados - Gilmar, Toffoli e Fachin - que são críticos à Operação Lava Jato e que podem manter a decisão.

Gilmar Mendes é o mais enfático nas críticas à extinta força-tarefa. Ele já disse, por exemplo, que delação premiada seguida de soltura de preso "é coisa de pervertido" e que a operação "tem melhores publicitários do que juristas". Em março de 2021, partiu das mãos de Fachin a anulação das condenações criminais que Lula sofreu. A decisão colocou o petista de volta ao páreo eleitoral.

Apesar de ter se aproximado de Jair Bolsonaro (PL) durante a gestão do ex-presidente, Toffoli sempre foi crítico da Lava Jato. Em 2019, quando foi presidente do STF, em duas ocasiões o magistrado disse que a operação "não é uma instituição" e "destruiu empresas".

Incógnitas

O que Nunes Marques e Mendonça podem decidir ainda é uma incógnita. Indicados para o STF por Bolsonaro, os dois ministros tendem a ter posições mais conservadoras, mas podem acompanhar os pares da Segunda Turma quando o tema for Lava Jato. Sabatinado no Senado, Mendonça disse que "não se pode criminalizar a política", acenando a políticos críticos à condução da operação.

No mesmo julgamento em que Gilmar Mendes disse que delação seguida de liberdade "é coisa de pervertido", Mendonça fez uma defesa dos acordos feitos quando estava na Advocacia-Geral da União (AGU), mas acompanhou Gilmar no seu voto.

Logo que assumiu a cadeira na Corte, Nunes Marques se alinhou a Gilmar para soltar um promotor de Justiça preso pela Lava Jato do Rio sob suspeita de receber propina de uma empresa de transporte. O ministro teve o mesmo comportamento ao acompanhar os pares na retirada da delação de Antonio Palocci na ação penal envolvendo o Instituto Lula.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), instrumento que entrou na mira do governo, ganhou escala ao longo dos últimos anos e passou a movimentar bilhões de reais no sistema bancário, por meio de empréstimos que antecipam as retiradas do Fundo. Segundo a Caixa Econômica Federal, 32,7 milhões de trabalhadores aderiram ao saque-aniversário, sendo que metade (16,9 milhões) contratou financiamento tendo esses recursos como garantia. Até agosto de 2023, o total de créditos contratados por essa via somava R$ 111,4 bilhões.

Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) do início do ano apontavam que 70% dos usuários dessa linha estavam negativados, e não tinham acesso a outras fontes de crédito.

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Esses números dão a dimensão de quão espinhoso é o assunto para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que é contrário ao saque-aniversário e quer restringir o acesso a ele.

A modalidade foi criada por lei em 2019, na gestão Jair Bolsonaro, em meio à estratégia da então equipe econômica de estimular o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

O novo tipo de saque permitiu que o trabalhador fizesse retiradas sempre no mês do seu aniversário - seja para consumo, quitar dívidas ou aplicar em outro investimento com maior rentabilidade, já que o FGTS rende apenas 3% ao ano, menos do que a poupança (6,17%) - o que está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal.

Só que a nova sistemática impede o beneficiário de ter acesso ao valor acumulado na conta em caso de demissão sem justa causa. Nesse caso, pelas regras vigentes, o trabalhador só pode sacar o montante referente à multa rescisória, que corresponde a 40% do valor total depositado pelo empregador. Se quiser retornar ao saque-rescisão (que permite o resgate em caso de desligamento), há um período de carência de 24 meses.

Projeto de Lei

Para Marinho, trata-se de uma "distorção", uma "injustiça contra o trabalhador". O ministro alega que o FGTS foi criado justamente para socorrer o beneficiário em caso de demissão e que, portanto, houve um desvio de finalidade. Técnicos do Ministério do Trabalho entendem ainda que a regra dos saques anuais fere outro objetivo do FGTS, que é o de criar uma poupança para bancar investimentos em infraestrutura. Marinho já enviou à Casa Civil projeto de lei que altera as regras do saque-aniversário e permite à pessoa demitida acesso ao valor integral do fundo.

Projeto de lei prevê liberar R$ 14 bilhões com mudança

O projeto de lei enviado pelo Ministério do Trabalho à Casa Civil prevê que o acesso ao valor integral do fundo seja permitido também de forma retroativa, ou seja, tanto para os trabalhadores demitidos ao longo dos últimos anos quanto para os futuros desligamentos. A pasta avalia que a medida pode injetar até R$ 14 bilhões na economia.

O texto, porém, ainda precisa ser discutido com os integrantes da área econômica e submetido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que volta hoje da Índia.

Restrição

O Estadão apurou que o ministério avalia a possibilidade de impedir que o trabalhador demitido retorne ao saque-aniversário depois de tirar o saldo remanescente do FGTS. Dessa forma, ele ficaria vinculado apenas ao saque-rescisão - evitando as retiradas periódicas e reduzindo, gradualmente, o alcance da nova modalidade.

Para os trabalhadores que contrataram empréstimos com a garantia do FGTS, o projeto determina que os débitos sejam obrigatoriamente quitados com o valor resgatado.

"Vamos imaginar um cidadão que tenha R$ 30 mil de saldo (no FGTS) e que tomou um empréstimo de R$ 10 mil. Ele salda o que deve ao banco e terá direito de sacar o que lhe resta no fundo em caso de demissão", explicou o ministro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Soldados amotinados no Gabão proclamaram nesta quarta-feira, 30, o chefe da guarda republicana como novo líder, após colocarem o presidente recém-reeleito, Ali Bongo Ondimba, em prisão domiciliar. Ao dar o golpe, os militares alegaram traição e peculato de Bongo.

Em uma declaração na TV estatal, os líderes do golpe afirmaram que o general Brice Clotaire Oligui Nguema havia sido designado "por unanimidade" como presidente de um comitê de transição para liderar o Gabão. Oligui é primo de Bongo, que pouco antes do golpe havia sido declarado vencedor das eleições do fim de semana. Oligui disse que Bongo "havia sido aposentado". "Ele manteve todos os seus direitos. É uma pessoa comum do Gabão, como todos os outros."

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general Brice Clotaire Oligui Nguema. Foto: AFP

Bongo buscava um terceiro mandato. Ele chegou ao poder em 2009, após a morte de seu pai, Omar Bongo, que governou o país por 41 anos. Ao todo, o clã estava à frente do Gabão havia 56 anos. O golpe é o mais recente de uma série de quarteladas em uma faixa de países na África - pelo menos oito nos últimos três anos, incluindo uma no mês passado em Níger.

Comitê

O comitê eleitoral do Gabão havia anunciado a vitória de Bongo, de 64 anos, com 64% dos votos quando começaram os tiros no centro da capital, Libreville. Dezenas de soldados uniformizados haviam iniciado o golpe.

"Reafirmamos o nosso compromisso de respeitar os acordos do Gabão com a comunidade nacional e internacional", disse um porta-voz do grupo, que tem membros da polícia, da guarda republicana e de outras forças de segurança.

Todas as eleições realizadas no Gabão desde o regresso do país a um sistema multipartidário, em 1990, terminaram em violência. Os confrontos entre as forças do governo e os manifestantes, após a votação de 2016, deixaram quatro mortos. A oposição, no entanto, garante que o número de vítimas da repressão foi muito maior.

Fronteiras

Na eleição do fim de semana, Bongo enfrentou uma coalizão de oposição liderada pelo professor de economia e ex-ministro da Educação, Albert Ondo Ossa, que se lançou candidato uma semana antes da votação.

Ontem, os militares anularam as eleições, fecharam as fronteiras, dissolveram governo, Senado, Assembleia Nacional e Tribunal Constitucional. As autoridades do Gabão já tinham cortado a conexão com a internet e imposto um toque de recolher.

Em 2019, um grupo de soldados havia tentado aplicar um golpe de Estado durante uma viagem de Bongo ao Marrocos, para se recuperar de um derrame. Os militares, porém, acabaram derrotados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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Não foi somente o frio que atingiu o Sudeste do Brasil no último fim de semana. Os Estados de São Paulo e do Rio também precisaram conviver com a chuva, que chegou forte em algumas regiões, em especial no litoral. A precipitação foi maior do que o esperado para esta época do ano.

Dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden), do governo federal, mostram que choveu 286,6 milímetros na região de Ubatuba entre sexta-feira (25), e a manhã desta segunda (28). São Sebastião registrou 188 milímetros no mesmo período.

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A pista da serra antiga da Rodovia dos Tamoios, principal ligação com o litoral norte do Estado de São Paulo, foi interditada na manhã desta segunda-feira. Com duas faixas, ela é usada para a descida da serra na direção de Caraguatatuba. Até as 18 horas, a interdição prosseguia e o tráfego fluía somente pela pista nova da estrada, em operação especial, com a formação de comboios.

Fora de época

Tamanha quantidade de chuva não é incomum, mas em geral ocorre nos meses de verão e no começo do outono - "são as águas de março", como cantou Tom Jobim. Então, por que choveu tanto nos últimos dias? Essa forte precipitação foi motivada pela chegada de uma frente fria entre sexta-feira e sábado (26). "Na sequência, a precipitação passou a ser de natureza orográfica por causa do vento úmido que vem do oceano e encontra o relevo da Serra do Mar em razão de uma forte massa de ar frio de alta pressão sobre o Atlântico", explica a Metsul, agência de meteorologia.

Segundo a empresa, chuva orográfica é aquela induzida pelo relevo da região. No caso de São Paulo e Rio, a umidade do oceano encontrou a Serra do Mar, ascendeu à atmosfera e, por lá, encontrou condições para se transformar em chuva. "Em um exemplo bem didático e simples de entender: o que acontece se você chega na frente de um espelho e soltar ar da sua boca? O espelho, que tem uma superfície mais fria, vai ficar embaçado (úmido) e molhado. Com a chuva orográfica ocorre o mesmo", compara a Metsul. "O ar mais úmido e quente (analogia com ar que sai da boca) encontra um obstáculo físico que é o relevo (como o espelho) e ao chegar a esta barreira, que são os morros, sobe na atmosfera e encontra temperatura mais baixa, condensando-se o vapor de água e formando chuva", acrescenta o serviço meteorológico.

Até quando vai o frio

De acordo com o Inmet, depois de uma semana com temperaturas atípicas, a amplitude térmica em todo o País deve ser menor nesta semana, mais dentro das características típicas do inverno brasileiro. Em São Paulo, a temperatura deve subir lentamente até domingo, que deverá ter máxima de 29ºC; hoje deve ficar entre 14ºC e 17ºC, conforme a meteoblue. Segundo o Inmet, as chuvas da semana devem se concentrar especialmente no Sul, com volumes acima dos 50 milímetros em grande parte da região.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a fixação de limite para alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), discutido na reforma tributária como forma de unificar tributos sobre consumo praticados atualmente. Para ele, não se pode dar "um cheque em branco" em relação ao tema, e o Brasil não deve se "contentar em ter o maior IVA do mundo".

"Não me parece que tenham países muito além de 25% na nossa alíquota. (Se devemos ter) essa preocupação com ser o País com maior taxa de juros do mundo, não podemos nos contentar em ter o maior IVA do mundo. Não podemos aceitar um cheque em branco para qualquer tipo de alíquota", disse Pacheco durante encontro organizado pelo Lide, ontem, em São Paulo. Pacheco disse, porém, que a decisão sobre o teto para o IVA será do relator do projeto no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM).

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A equipe econômica tem dito que, quanto mais exceções forem aprovadas no Congresso, mais alta será a alíquota do IVA. Se não houvesse nenhuma exceção e todos pagassem a mesma alíquota, o cálculo é que o imposto ficaria entre 20% e 22%. Mas, apenas com as exceções já aprovadas na Câmara, essa alíquota ficaria entre 25% e 27%.

Ao falar sobre benefícios tributários, Pacheco afirmou que o Senado vai manter a isenção de impostos para a cesta básica, aprovada pela Câmara. "Baratear alimentos é uma preocupação na tramitação da reforma tributária. Não deverá ter retrocesso na reforma quanto à isenção da cesta básica", afirmou.

O presidente do Senado disse também que não haverá "retrocessos" para as micro e pequenas empresas na proposta discutida na Casa. Ele afirmou ainda que o prazo de transição para aplicação do novo sistema tributário, discutido na Câmara, é "razoável", mas pode sofrer modificações durante a tramitação no Senado.

Equilíbrio

O presidente do Senado pregou equilíbrio entre os Poderes, afirmou que o Legislativo também estimula a "insegurança jurídica" no Brasil e disse que Judiciário e Executivo terão de respeitar as novas regras para tributação chanceladas pelo Congresso. "Isso se aplica ao Poder Executivo desde todas as instâncias do Poder Judiciário, para que possamos ter um sistema tributário simplificado e que possa estar insuscetível a questionamentos que comprometam a higidez do processo."

Senador diz buscar 'consensos' com governadores

Pacheco afirmou que o encontro que a Casa fará com os governadores nesta terça, 29, para debater a reforma tributária vai ouvir demandas dos chefes de Executivo regionais e "construir consensos" sobre questões polêmicas do texto aprovado na Câmara, como a distribuição de recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional e do Conselho Federativo que vai centralizar a arrecadação do IVA.

"Os governadores ou seus vices poderão fazer sugestões e contribuições à reforma tributária. Amanhã vamos ter afirmação de governadores sobre a perda de gestão de impostos", disse Pacheco ontem em São Paulo.

Também presente no evento, o relator da reforma no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), disse que busca o "princípio da transparência" no texto e criticou as contribuições tributárias. "Desde a Constituição de 1988, se criou um sistema tributário embasado em contribuições. Esse sistema tributário embasado em contribuições distorceu o arcabouço tributário", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nessa segunda (28) as primeiras ações penais dos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Cabe agora à ministra Rosa Weber, presidente do STF, incluir os processos na pauta. Como mostrou o Estadão, o tribunal deve dar início aos julgamentos no próximo mês.

Rosa Weber se aposenta em setembro, quando completa 75 anos, e não deve participar de todos os julgamentos. Como presidente, ela tem sido a porta-voz do tribunal sobre os atos antidemocráticos. O discurso é que os vândalos devem receber punição exemplar e célere.

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O relator das ações é o ministro Alexandre de Moraes. Ele e sua equipe trabalharam durante o mês de julho, recesso do Judiciário, para concluir a instrução dos primeiros processos. Esta é a última etapa antes do julgamento. As ações estavam no gabinete de Nunes Marques porque ele é o revisor e tem como atribuição analisar aspectos formais antes de liberar os casos para julgamento.

Os primeiros réus levados a julgamento serão Aécio Lucio Costa Pereira, João Lucas Vale Giffoni, Jupira Silvana da Cruz Rodrigues e Nilma Lacerda Alves, acusados de participação direta na invasão dos prédios públicos. Eles permanecem em prisão preventiva. Os extremistas respondem por crimes como associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e deterioração de patrimônio tombado.

A denúncia diz que eles agiram para "provocar e insuflar o tumulto, com intento de tomada do poder e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal". As penas podem chegar a 30 anos de prisão.

O Supremo decidiu que vai começar julgando quem responde por crimes mais graves - 232 investigados do total de 1.395 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A expectativa é concluir essa primeira leva de julgamentos até o fim do ano.

Acordos

Na semana passada, Moraes autorizou que a PGR negocie acordos de não persecução penal com parte dos réus do 8 de Janeiro. O ministro suspendeu, por 120 dias, o andamento das ações penais contra quem pode ser beneficiado. O acordo só está disponível para quem responde por crimes de médio potencial ofensivo, ou seja, para quem teve participação secundária nos atos golpistas. Os vândalos que invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes não têm direito ao acordo.

O STF vem trabalhando para dar uma resposta rápida aos golpistas. As denúncias da Procuradoria-Geral da República foram analisadas em bloco no plenário virtual em julgamentos semanais ao longo dos últimos quatro meses. As acusações formais recebidas até o momento atingem radicais que invadiram e depredaram os prédios públicos e pessoas acusadas de incitar os atos golpistas.

Agentes públicos

A PGR também denunciou sete oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal por omissão e incitação aos protestos violentos, mas o Supremo ainda não analisou o caso. A Procuradoria-Geral da República ainda investiga se outros agentes públicos foram omissos ou coniventes com os golpistas. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos investigados.

Sete meses após os atos golpistas, 128 extremistas continuam presos. Estão nesse grupo Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, conhecida como "Fátima de Tubarão", e Antônio Cláudio Alves Ferreira, que quebrou um raro relógio francês fabricado na época de Luís XIV na França - a peça ficava exposta no Planalto.

Logo após a invasão dos prédios dos três Poderes, 1.424 pessoas chegaram a ser detidas. Atualmente, a maior parte responde pelas acusações em liberdade. Neste mês, Moraes concedeu liberdade provisória para mais 162 detentos. (COLABOROU GABRIEL DE SOUSA)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O atirador que abriu fogo em uma loja em Jacksonville, na Flórida, matando três pessoas negras, primeiro tentou entrar no câmpus da Universidade Edward Waters, historicamente negra, mas foi rejeitado após recusar a se identificar, de acordo com um comunicado da instituição. O ataque, realizado no último sábado (26), foi classificado pelas autoridades como crime de ódio com motivação racial.

O atirador vestia um colete à prova de balas e uma máscara antes de ir para a loja Dollar General a menos de um quilômetro de distância e abrir fogo, disse o xerife de Jacksonville, T.K. Waters, em nova coletiva ontem.

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O homem branco, identificado ontem pela polícia, tinha 21 anos e era de do condado de Clay, na Flórida.

Armado com um fuzil tipo AR-15 com a inscrição da insígnia nazista alemã e uma pistola, ele matou dois homens e uma mulher, todos negros, antes de se matar com um tiro.

Segundo o xerife, o atirador comprou legalmente suas armas alguns meses antes, mesmo tendo sido internado involuntariamente para um exame de saúde mental em 2017.

Waters acrescentou ontem que o homem atirou em uma de suas vítimas enquanto ela estava sentada em seu carro, perseguiu outra pela loja e atirou na terceira assim que entrou no local. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo teve queda histórica nos homicídios dolosos em julho, mas ao mesmo tempo atingiu o maior patamar de furtos acumulados nos sete primeiros meses de um ano desde 2001, quando começa a série histórica divulgada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Segundo os dados divulgados pela SSP, apenas 162 casos de homicídio doloso foram registrados em todo o Estado ao longo de julho, o menor total para o período de um mês desde que a pasta passou a divulgar os boletins. Esta é a quarta queda consecutiva no total mensal dos homicídios dolosos em São Paulo, que teve 170 vítimas em julho.

Essa redução das ocorrências é de aproximadamente 37%, em relação ao mesmo período do ano passado. A última vez que o Estado chegou perto desse resultado foi no mesmo mês de 2019, quando 186 crimes desse tipo foram registrados oficialmente, contra 193 pessoas.

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Na soma geral, São Paulo acumula 1.489 homicídios dolosos entre janeiro e julho deste ano. O total representa uma queda de 9,97% em relação ao mesmo período de 2022, quando os casos desse tipo haviam chegado a 1.654 em todo o Estado.

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Os furtos registrados em São Paulo também atingiram um patamar histórico no último mês, mas na tendência inversa. Foram 46.379 casos no Estado apenas em julho. Assim, o total de registros nos sete primeiros meses deste ano chegou ao recorde de 333.052, o maior para o período desde que a série histórica começou, em 2001. Este é também o maior pico para ocorrências de furtos em julho desde 2008, quando o total chegou a 47.652 notificações. Nos sete primeiros meses daquele ano, entretanto, o acumulado ainda ficou menor do que o atual.

De forma tímida, os roubos também diminuíram no Estado e chegaram a 18.307 registros em julho, queda de 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado. No comparativo com o mês anterior, o aumento é de 200 casos.

O principal alvo dos criminosos continua a ser o celular, sobretudo pela possibilidade de transferências via Pix. A Polícia Civil de São Paulo prendeu no dia 8 deste mês um homem apontado como o maior receptador de celulares do Brasil. Foram encontrados 312 aparelhos em um endereço ligado ao suspeito, no centro da capital paulista. A hipótese é de que o local funcionava como uma espécie de central do golpe. "Ele extraía os dados, cometia os golpes nesses aparelhos celulares e, em seguida, enviava esses aparelhos para outros países, para que eles pudessem ser comercializados", disse o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian.

Em nota, a SSP disse que "segue empenhada para combater os casos de furtos em todo o Estado e intensificou as ações principalmente contra os receptadores". "Para coibir os furtos de celulares, por exemplo, a Polícia Civil realiza operações como a Mobile, sendo que somente na capital foram 964 estabelecimentos fiscalizados com 318 presos só por este tipo de crime. O mesmo vale para os furtos de veículos, com uma divisão especializada em roubos e furtos de veículos, por meio da 1.ª Delegacia de Investigações sobre Roubo e Furto de Veículos (DIVECAR) do Deic. O policiamento ostensivo e preventivo foi reforçado com a Operação Impacto e as ações integradas entre as polícias possibilitaram a prisão de mais de 110 mil suspeitos no ano, aumento de 6,8%, e retirada de 6,5 mil armas de fogo das ruas", informa a nota oficial.

ESTUPROS

Os estupros cometidos no Estado de São Paulo também tiveram uma leve queda em julho, com 1.061 casos registrados, o que representa apenas dez ocorrências a menos do que no mesmo período do ano passado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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