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Depois de se reunir com líderes partidários, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta terça, 9, que vai ouvir o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antes de decidir sobre a medida provisória baixada pelo governo na véspera do Ano-Novo que revoga a política de desoneração da folha de pagamentos. Ele tem sido pressionado por parlamentares a devolver o texto ao Planalto.

Pela manhã, Pacheco se encontrou com dez líderes, a maior parte de partidos da oposição. À tarde, disse que falaria, por telefone, com os líderes das maiores bancadas da Casa: Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também deverá ser consultado. O intuito, disse ele, é antecipar a decisão para o quanto antes. "Eu vou buscar precipitar essa definição com o Poder Executivo para se dar, já no recesso (parlamentar), a segurança jurídica necessária para não ficar essa pendência", disse.

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Projeto de Lei

O presidente do Senado evitou antecipar uma tendência, mas sinalizou que considera muito difícil prosperar a revogação da política de desoneração da folha de pagamentos, como proposto pelo Ministério da Fazenda via medida provisória.

"A discussão sobre a desoneração da folha, intimamente ligada a uma decisão que o Congresso tomou mais de uma vez, acho difícil ter uma evolução de revogação do instituto. Mas, obviamente, uma discussão que possa envolver um remodelamento, com uma transição ao longo do tempo, estaremos dispostos a ouvir e a discutir em um projeto de lei."

Além de revogar a política de desoneração da folha, a MP também extinguiu o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e estabeleceu um limite para as compensações tributárias em caso de vitória das empresas contra o Fisco.

O senador afirmou que, diferentemente da desoneração, o colégio de líderes considerou palatável a fixação de um limite para as compensações. O líder do PSB no Senado, Jorge Kajuru (PSB-GO), chegou a sugerir a rejeição parcial da medida provisória, o que está sob análise.

"Não tomarei decisão de devolução integral ou parcial (da medida provisória) sem conversar com o ministro Fernando Haddad", disse Pacheco. "É muito importante haver esse diálogo, porque todos nós queremos dar sustentação fiscal para aquilo que abraçamos, que foi a busca do déficit zero."

A desoneração foi instituída em 2011, no governo Dilma Rousseff (PT), e desde então vem sendo prorrogada. O programa seria encerrado em 2023, mas, por decisão do Congresso, foi estendido até 2027.

O principal argumento da Fazenda contra a prorrogação da desoneração é que o custo, estimado em R$ 16 bilhões neste ano, não consta do Orçamento. Sem a revogação, segundo a pasta, será necessário buscar outras fontes de arrecadação e, no limite, rever a meta de déficit zero prometida por Haddad.

"Seguramente, não será por isso que não se cumprirá a meta (de déficit zero), até porque temos outras alternativas, tanto de arrecadação quanto de corte de gastos públicos, que podem fazer ou manter essa desoneração, que é algo sustentável do ponto de vista social e de geração de empregos", disse Pacheco.

'Agenda derrotada'

Autor do projeto de lei que prorrogou a desoneração, o senador Efraim Filho (União-PB) disse que a MP é uma tentativa do governo de impor uma agenda que já foi derrotada no Congresso e que traz insegurança jurídica para as companhias.

"Muitas empresas já puxaram o freio de mão, suspenderam os investimentos e a abertura de novas filiais. A devolução da medida provisória também traz segurança jurídica para que os setores possam se planejar."

Efraim disse ainda que o Congresso aprovou medidas de arrecadação, e rejeitou o argumento de que há risco de a meta fiscal não ser cumprida. "Não acho que jogar para o Congresso e para a desoneração a responsabilidade sobre o déficit zero seja o caminho, até porque o Congresso fez a sua parte."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Grupos criminosos lançaram nesta terça-feira (9) uma série de ataques em cidades do Equador um dia depois de o presidente, Daniel Noboa, ter decretado estado de exceção para combater o narcotráfico. Noboa respondeu designando várias organizações como "terroristas" e mandando o Exército às ruas.

Os ataques de ontem, que ocorrem em paralelo à invasão de um canal de TV ao vivo em Guayaquil, a maior cidade do país, incluem queima de carros e ônibus, sequestros de policiais e vandalismo. Ao menos quatro policiais estão em poder de criminosos e um está desaparecido.

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Em Esmeraldas, próximo à fronteira com a Colômbia, criminosos atearam fogo em carros. Aulas foram canceladas e comércios, fechados. O governo não divulgou um balanço geral, mas relatos apontam que várias cidades sofreram ataques simultâneos, incluindo Quito e Guayaquil.

O Equador vive há anos um aumento da violência relacionada ao narcotráfico. Espremido entre dois dos maiores produtores de cocaína do mundo - Peru e Colômbia -, o país virou rota de escoamento da droga, principalmente através dos portos de Guayaquil, Esmeraldas e Manta.

No ano passado, criminosos mataram a tiros o candidato presidencial Fernando Villavicencio após um comício no norte de Quito. O crime foi atribuído aos Choneros, maior facção criminal do Equador. O então presidente, Guillermo Lasso, prometeu que o crime não ficaria impune. Seis colombianos foram presos, mas todos morreram na prisão alguns meses depois.

Terror

No domingo (7) Adolfo Macías, conhecido como "Fito", líder dos Choneros, fugiu de uma prisão de Guayaquil. A fuga levou o presidente a decretar estado de exceção em todo o país, incluindo um toque de recolher das 23 horas às 5 horas por 60 dias, uma ferramenta comum de política pública: desde 2019, foram mais de 40 estados de exceção declarados no Equador.

Mas pouca coisa mudou. O Equador viveu uma nova madrugada de terror, com policiais sequestrados em várias cidades. Ontem, a situação se agravou. Homens armados e encapuzados invadiram o estúdio da emissora TC Televisión em Guayaquil. O canal estava ao vivo e registrou o momento em que um grupo de bandidos avançou e ameaçou jornalistas e cinegrafistas.

Durante a invasão, disparos foram ouvidos no estúdio e os funcionários da emissora usaram o WhatsApp para pedir ajuda: "Socorro, eles querem nos matar", dizia a mensagem. Sem dar detalhes, a polícia anunciou que controlou a situação, após realizar "várias prisões", e divulgou fotos que mostram pelo menos dez suspeitos deitados no chão, com as mãos atadas.

Conflito

Noboa agiu rápido e decretou ontem "conflito armado interno" no Equador. O decreto considera 22 facções criminosas como organizações terroristas e autoriza os militares a agir para combater todas as facções. "Ordenei às Forças Armadas que realizem operações militares para neutralizar esses grupos", disse o presidente equatoriano.

Governo mobiliza 3 mil policiais para capturar chefe de facção

José Adolfo Macías Villamar, o Fito, de 44 anos, chefe dos Choneros, principal organização criminosa do Equador, continua desaparecido. Ele cumpria pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio. Autoridades disseram que dois carcereiros foram acusados de envolvimento na fuga, enquanto 3 mil policiais foram enviados para caçar o criminoso.

"Não vamos negociar com terroristas", disse o presidente do Equador, Daniel Noboa, um empresário de 36 anos. "Esses grupos narcoterroristas pretendem nos intimidar e acreditam que cederemos às suas exigências."

A taxa de homicídios do Equador em 2023 foi de 46,5 assassinatos por 100 mil habitantes - oito vezes mais do que era em 2018. O presidente Daniel Noboa atribui o aumento da violência a uma retaliação pelas suas ações para "recuperar o controle" das prisões equatorianas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Wissam al-Tawil, uma das mais importantes autoridades militares do Hezbollah, morreu nesta segunda-feira (8) em um ataque de Israel no sul do Líbano. Tawil estava dentro de um SUV Honda, durante um bombardeio que matou outras seis pessoas na aldeia de Kherbet Selm, a cinco quilômetros da fronteira.

O líder militar desempenhava um papel importante na direção das operações militares no sul do Líbano e era comandante das Forças Radwan, de elite do Hezbollah. Os militares israelenses não comentaram o ataque, que ocorre em meio a alertas dos EUA e da Europa sobre o risco de a guerra em Gaza se espalhar para outros países do Oriente Médio.

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O risco aumentou ainda mais depois da morte do número dois do Hamas, Saleh al Arouri, durante um ataque com drone de Israel no subúrbio de Beirute, na semana passada. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu vingança e disse que o norte de Israel seria a primeira região a sentir o impacto da morte de Arouri.

No domingo, o Exército de Israel atingiu posições do Hezbollah no Líbano e estava pronto para atacar mais alvos do grupo xiita. Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, os militares israelenses estão focados em destruir as Forças Radwan, que pretendem se infiltrar em Israel pela fronteira norte.

Realidade

O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, o general Herzl Halevi, disse que manterá a pressão sobre o Hezbollah. Se esses esforços fracassassem, segundo ele, Israel está pronto para travar "outra guerra". "Vamos criar uma realidade completamente diferente, ou teremos uma outra guerra", afirmou Halevi.

Israel e Hezbollah parecem ter entrado em uma espiral de violência. Os ataques de domingo foram uma retaliação aos disparos do Hezbollah que danificaram uma base militar israelense no sábado. O grupo xiita libanês, apoiado pelo Irã, é um aliado do Hamas e vem realizando ataques de pequena escala na fronteira norte de Israel desde o início da guerra em Gaza, há três meses.

Nos últimos dias, o grupo intensificou os ataques a Israel em virtude da morte de Arouri em Beirute. O lançamento de foguetes contra a base israelense, a Unidade de Controle Aéreo do Norte, no Monte Meron, causou estragos significativos, segundo relatos da mídia israelense, mas ela ainda está operando "e foi reforçada com sistemas adicionais", segundo Hagari.

O risco é que a guerra em Gaza atraia para o conflito grupos aliados do Irã, como o Hezbollah, a milícia houthi, no Iêmen, e as facções xiitas que operam no Iraque, além do governo alauita da Síria, também aliado de Teerã.

Há algumas semanas, os houthis iniciaram uma campanha contra navios no Mar Vermelho e lançaram mísseis contra Israel. Os EUA atingiram alvos no Iraque, enquanto Israel vem realizando assassinatos direcionados na Síria e no Líbano.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está no Oriente Médio para reduzir o risco de uma guerra expandida. Nos últimos dias, ele se reuniu com líderes de Turquia, Jordânia e Catar - e deve se encontrar ainda com diplomatas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes.

Queda de braço

Ontem, Blinken disse que os palestinos "não deveriam ser pressionados a deixar Gaza". "Os civis devem voltar para casa assim que as condições permitirem", disse o secretário de Estado, no Catar. "Eles não podem e não devem ser pressionados a deixar Gaza."

A declaração é uma resposta a alguns ministros israelenses que recentemente se manifestaram em favor de "incentivar" os palestinos a saírem da Faixa de Gaza para que Israel possa restabelecer os assentamentos no enclave, embora essa não seja a política oficial do governo do premiê, Binyamin Netanyahu. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram neste domingo (7) que concluiu as operações no norte da Faixa de Gaza ao desmantelar a infraestrutura militar do grupo terrorista Hamas. Segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, o foco da operação militar será "construir sobre o que foi alcançado" na região e se concentrar nas áreas central e sul do enclave. Uma guerra contra o Hezbollah, na fronteira com o Líbano, também está no radar israelense.

O fim das operações no norte de Gaza foi anunciado nas vésperas da visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Israel. Blinken e outras autoridades do governo Joe Biden pressionam o país a reduzir a campanha aérea e terrestre na Faixa de Gaza e optar por ataques mais direcionados aos líderes do Hamas, com o objetivo de reduzir danos aos civis palestinos.

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O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, ressaltou ontem que o fim das operações no norte não significa que a guerra está terminada. Ele diz que o Hamas ainda não foi destruído e nem todos os reféns, resgatados. Há semanas, Israel concentra as operações no sul de Gaza, onde a maioria dos 2,3 milhões de palestinos se encontram.

Mortes no sul

Na cidade de Rafah, no sul, dois jornalistas foram mortos ontem em um ataque aéreo. Dentre as vítimas, está Hamza Dahdouh, filho mais velho de Wael Dahdouh, principal correspondente da emissora Al Jazeera em Gaza, segundo informou o canal e os médicos locais.

Dahdouh já havia perdido outros quatro parentes - sua esposa, dois filhos e um neto - em um ataque em 26 de outubro, e ele próprio foi ferido em outro ataque israelense no mês passado, que matou um colega. "O mundo está cego para o que está acontecendo na Faixa de Gaza", disse.

Em Khan Younis, pelo menos sete pessoas que estavam abrigadas em uma casa morreram após o local ser bombardeado. Autoridades do hospital Nasser, na cidade, também receberam os corpos de 18 pessoas, incluindo 12 crianças, mortos em outro ataque.

Hezbollah

Enquanto os ataques continuam no sul de Gaza, as preocupações na fronteira de Israel e do Líbano continuam devido aos combates entre os militares israelenses e os militantes do Hezbollah. Em conversa com autoridades americanas que estão na região para evitar uma escalada no conflito, as autoridades de Israel deixaram claro que podem lançar uma grande operação militar no país vizinho. "Preferimos o caminho de um acordo diplomático, mas estamos nos aproximando do ponto em que a ampulheta vai virar", disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, no dia 5.

Os americanos estão preocupados de que uma ofensiva no Líbano seja usada por Netanyahu para se manter no poder, em meio às críticas internas sobre o fracasso do governo em impedir o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro. Caso o conflito com o Hezbollah aumente, uma avaliação da espionagem americana indica que seria difícil para as FDI serem bem-sucedidas devido a ativos e recursos militares empregados na Faixa de Gaza.

Segundo as autoridades americanas, o Hezbollah não têm interesse em uma guerra na região. Em um discurso no dia 5, o líder do grupo, Hasan Nasrallah, prometeu uma resposta à ação de Israel que matou um líder do Hamas em Beirute, capital libanesa, mas deu a entender que estaria aberto a negociações.

Os EUA afirmam que uma escalada no Líbano poderia atrair o Irã, que apoia tanto o Hezbollah quanto o Hamas, e forçar os Estados Unidos a responder militarmente em nome de Israel. As autoridades temem que um conflito desse tipo supere o derramamento de sangue da guerra entre Israel e Líbano em 2006, que afetou mais de 500 mil pessoas, devido ao arsenal maior de armas de precisão e de longo alcance do Hezbollah. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O desmatamento na Amazônia caiu 50% em 2023, em comparação com 2022, conforme o sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em contrapartida, a devastação do Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, subiu 43% no período. Em dados absolutos, foram 5.151 km² e 7.828 km² de área desmatada em cada ecossistema, respectivamente.

É a primeira vez que o sistema Deter, em operação desde 2018, registra uma área desmatada no Cerrado, que ocupa cerca de 22% do território nacional, maior que a devastada na Amazônia, que detém mais de 50% de todo o território brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números também representam o maior patamar de desmatamento do Cerrado já registrado pelo Deter, e o menor da Amazônia.

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Os Estados de Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e Bahia têm as maiores áreas devastadas, sendo o município de São Desidério (BA) o com maior degradação do Cerrado no ano (357 km²) e Altamira (PA) o com maior degradação da Amazônia (1.284 km²).

A perda de vegetação nos dois biomas, somados, foi de 12.979 km² em 2023, um valor 18% inferior ao de 2022 (15.740 km²). Colocando em perspectiva, é como se o Brasil tivesse deixado de perder dez cidades de São Paulo em vegetação em um ano, para perder oito.

Os dados do Inpe não dizem, no entanto, quanto deste desmatamento é legal, e quanto é ilegal. O Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas estima que cerca da metade do desmatamento no Cerrado seja autorizado pelos Estados e diz que, na Amazônia, a maioria é ilegal, mas não divulga dados sobre isso.

Código

Procurado pelo Estadão, o Ministério do Meio Ambiente disse que a diferença entre os dados da Amazônia e do Cerrado se dá justamente porque o Código Florestal protege 80% da área com cobertura vegetal nativa em propriedades privadas que ficam na Amazônia, enquanto, no Cerrado, a lei determina a preservação de apenas 20%. No Cerrado dentro da Amazônia Legal, o porcentual é de 35%.

O ministério também afirma que "a queda do desmatamento na Amazônia é resultado da retomada da governança ambiental e climática e do fortalecimento das ações de comando e controle, após quatro anos de retrocessos". O Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), que havia sido revogado em 2019, foi atualizado e relançando em junho de 2023. "De janeiro a novembro, os autos de infração aplicados pelo Ibama por crimes contra a flora na Amazônia aumentaram 114% na comparação com a média para o mesmo período de 2019 a 2022"", diz a pasta. "Os embargos a desmatamento na floresta subiram 73% e as apreensões, 72%."

Para especialista, é preciso separar o legal e o ilegal

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem divulgado, desde o início da gestão, a pauta ambiental como uma de suas bandeiras; seus esforços têm sido visto como positivos, mas ainda aquém do necessário por especialistas. A própria falta de clareza quanto aos dados de desmatamento legal e ilegal, é motivo de críticas. "Apresentar em conjunto confunde, dificulta a compreensão do necessário para um e para o outro tipo de desmatamento", diz Pedro Camargo Neto, ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira e pecuarista. "Para o (desmatamento) ilegal, está claro o que é necessário fazer: fiscalização e polícia. Quanto ao legal, grande parte do Cerrado ainda exige debate e o desenvolvimento de soluções. É importante conhecer, debater e não misturar com o ilegal."

Em 2023, o próprio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já havia admitido ao Estadão que a estrutura de combate ao fogo na Amazônia é insuficiente. "Obviamente, a gente tem de se planejar melhor", disse o presidente, Rodrigo Agostinho.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, afirmou ontem em entrevista ao Estadão que a iniciativa da Câmara Municipal de instalar uma CPI para investigar a atuação de organizações não governamentais (ONGs) na Cracolândia é legítima, mas disse que, se os vereadores querem buscar uma solução para o problema, é preciso apresentar e discutir políticas públicas para a área.

"Eles podem investigar. Acho que isso não é um problema. Eles podem investigar as ONGs para saber qual o programa de cada uma, o que elas estão fazendo com os recursos que têm, se os recursos são suficientes. (Mas) Eles têm que discutir políticas públicas, métodos, e elaborar uma política de Estado, não de governo", declarou o religioso, acrescentando que não tem partido e não é "cabo eleitoral" de ninguém (mais informações nesta página).

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Autor da proposta de criação da CPI, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) afirmou que o padre Júlio - conhecido por seu trabalho social com a população de rua da cidade de São Paulo - seria um dos principais alvos do colegiado, e criticou o que chamou de "máfia da miséria".

O pedido de abertura da CPI das ONGs teve o apoio inicial de 22 vereadores. Anteontem, porém, quatro deles anunciaram a retirada de suas assinaturas e a comissão pode não sair do papel. Sidney Cruz (Solidariedade), Thammy Miranda (PL), Sandra Tadeu (União Brasil) e Xexéu Tripoli (PSDB) alegaram que foram enganados, pois o requerimento não fala em investigar o padre Júlio. Rubinho Nunes não respondeu aos contatos da reportagem para comentar as declarações do religioso.

Apoios

Em manifestação ontem nas redes sociais, o arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, criticou a intenção de alguns vereadores de investigar o padre Júlio por meio de uma CPI e disse não querer "abafar" nada. "Querem fazer a 'CPI das ONGs'? Pois façam!", escreveu d. Odilo no X (antigo Twitter).

A resposta do arcebispo, segundo a assessoria da arquidiocese, foi à acusação de que teria feito uma ligação para o prefeito Ricardo Nunes (MDB) solicitando que a CPI não fosse instalada. A entidade informou que o contato realmente ocorreu, mas não houve qualquer pedido nesse sentido.

"Por que mirar no trabalho do padre Júlio, que não é ONG, não tem ONG e não recebe dinheiro público para seu trabalho? Padre Júlio faz seu trabalho em nome da Arquidiocese de SP, que também não é ONG e não recebe $ (dinheiro) público", postou d. Odilo.

Em entrevista à CNN Brasil, ainda ontem, o padre Júlio disse que recebeu uma ligação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também para prestar "apoio e solidariedade". "Fiquei muito sensibilizado", afirmou o religioso.

Embate

A proposta de abertura da CPI das ONGs antecipou o confronto eleitoral na Câmara Municipal entre apoiadores do prefeito Ricardo Nunes - que busca a reeleição - e aliados do pré-candidato do PSOL à Prefeitura, deputado federal Guilherme Boulos.

Em resposta à possível instalação da CPI das ONGs, a Bancada Feminista, mandato coletivo do PSOL na Câmara, trabalha para reunir as 19 assinaturas necessárias a fim de apresentar um pedido de abertura de uma CPI contra a gestão Nunes. O objetivo seria investigar o aumento da população em situação de rua e as ações da administração municipal voltadas a essa questão. Procurada, a Prefeitura informou que as redes de saúde e assistência social da capital têm 1.486 vagas destinadas ao tratamento de dependentes químicos.

Aliado do prefeito, Rubinho Nunes, por sua vez, tem explorado a proximidade entre Boulos e padre Júlio para atacar o pré-candidato do PSOL. "Não é porque é ano eleitoral, porque pode ou não prejudicar o Guilherme Boulos, que eu vou fazer ou deixar de fazer alguma coisa", disse o vereador.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil quitou integralmente os compromissos com organismos internacionais, incluindo a ONU, no valor total de R$ 4,6 bilhões, informaram nesta quinta-feira, 4, os ministérios das Relações Exteriores e do Planejamento, em nota conjunta. De acordo com o governo, o montante corresponde às dívidas e também às contribuições regulares que devem ser feitas anualmente.

Do total, R$ 2,7 bilhões correspondem a valores em aberto desde 31 de dezembro de 2022. O R$ 1,9 bilhão restante se refere a compromissos do ano passado. No caso da ONU, o Brasil pagou R$ 289 milhões em contribuições ao orçamento regular da organização e quitou R$ 1,1 bilhão em passivos das missões de paz.

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Com isso, afirma o governo brasileiro, o País assegurou o direito de voto na Assembleia-Geral, que corria o risco de ser suspenso. De acordo com o artigo 19 da Carta das Nações Unidas, um Estado-membro em atraso no pagamento de suas cotas em um valor igual ou superior às contribuições devidas por dois anos pode perder seu voto na Assembleia-Geral.

Despesas

Segundo a nota, o governo brasileiro assume o compromisso de se manter em dia com os pagamentos aos organismos internacionais e destaca que agora essas despesas serão descritas como obrigatórias no orçamento de 2024.

Sem dar mais detalhes sobre o valor pago a cada uma das instituições, o Itamaraty e o Planejamento afirmam que as dívidas pagas ao longo de 2023 contemplam, além das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Tribunal Penal Internacional (TPI), a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco).

Integração

A lista de dívidas quitadas inclui ainda a regularização dos aportes para o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), com o pagamento de aproximadamente R$ 500 milhões. No âmbito regional, o governo brasileiro destacou também a quitação de dívidas com a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), com a Secretaria do Mercosul e com o Parlasul, entre outras contribuições para órgãos ligados à integração regional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um helicóptero desapareceu no domingo, após decolar de São Paulo com destino a Ilhabela, no litoral norte. Havia quatro pessoas a bordo, segundo informações da Polícia Militar. O último contato com o aeronave ocorreu às 15h10.

A corporação afirmou que foi dado um alerta, por volta das 22h40 de domingo, para o Comando de Aviação e para o Corpo de Bombeiros para uma possível queda de helicóptero. Até as 19 horas de ontem, porém, não havia informações sobre o paradeiro da aeronave.

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O helicóptero, de prefixo PRHDB e modelo Robson 44 (cinza e preto), decolou às 13h15 no Aeroporto Campo de Marte, na zona norte da capital. Entre as quatro pessoas na aeronave, havia um piloto e três passageiros, segundo a Polícia Militar. As identidades não foram reveladas e a Aeronáutica seguia nas buscas.

O site de notícias g1, porém, apurou com familiares que os passageiros do helicóptero seriam: Luciana Rodzewics, de 45 anos; a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics, de 20 anos; e o terceiro passageiro seria Rafael Torres, um amigo da família que fez o convite para o passeio. Ao g1, a irmã de Luciana informou que eles planejavam somente fazer um bate-volta para Ilhabela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai trocar os vidros do Palácio do Planalto por material blindado. A medida, proposta pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), tem como objetivo fortalecer a segurança do edifício após os atos do 8 de Janeiro.

Os vidros blindados serão instalados no térreo do prédio, com custo estimado em R$ 8 milhões, segundo interlocutores do governo. O GSI considera a mudança um reforço sem complexidade, porém eficaz para aumentar a segurança. Na avaliação do órgão, a fragilidade dos vidros do edifício colaborou para a invasão do local pelos extremistas.

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A blindagem depende de autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já que o Palácio do Planalto é patrimônio tombado. A assessoria da Presidência da República informou que o GSI busca a permissão e ainda não há uma previsão para a realização da reforma.

DESTRUIÇÃO. No dia 8 de janeiro do ano passado, radicais bolsonaristas insatisfeitos com o resultado da eleição de 2022 invadiram e depredaram, além do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acampavam em frente a quartéis do Exército pelo País. Em Brasília, parte dos extremistas saiu dos acampamentos em direção à Praça dos Três Poderes.

O Estadão mostrou que o ataque vinha sendo preparado desde o dia 3 de janeiro, quando mensagens em grupos do Telegram e do WhatsApp passaram a convocar manifestantes de todo o Brasil para protestos na capital federal. Por volta das 15h do dia 8, os manifestantes furaram o bloqueio de segurança e invadiram e destruíram dependências dos edifícios públicos.

EVENTO. Lula anunciou no fim do ano passado que vai realizar um evento no próximo dia 8, junto com os presidentes dos outros Poderes e governadores, para marcar um ano dos atos golpistas em Brasília.

Na semana passada, autoridades do Planalto, do Congresso e do Supremo se reuniram para discutir o esquema de segurança para o evento. Um plano de ação integrado deve ser apresentado nesta quinta-feira. Também participaram da reunião representantes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do GSI e da Secretaria Nacional de Segurança Pública, além de chefes de segurança do Senado, da Câmara e do STF.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Argentina, Javier Milei, apresentou nesta quarta-feira (27) seu primeiro projeto de lei de reforma do Estado, em que pede ao Congresso a aprovação de uma emergência pública para assumir poderes legislativos até dezembro de 2025. O projeto, que tem 664 artigos e trata de temas econômicos, penais e eleitorais, foi apresentado horas depois de o libertário defender um plebiscito caso o Legislativo rejeite seu megadecreto econômico anunciado anteriormente, que tem despertado protestos pelo país.

A entrega do texto ocorreu enquanto manifestantes entravam em confronto com a polícia no centro de Buenos Aires. Milhares se reuniram após convocação de centrais sindicais para um novo protesto pedindo que a Justiça rejeite o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU, semelhante à Medida Provisória no Brasil) que desregulamenta a economia argentina com a reforma de mais de 300 leis, incluindo trabalhistas. Um juiz do trabalho rejeitou um pedido de liminar apresentado pela Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) do país que impedia que o decreto entrasse em vigor amanhã. O projeto de lei de ontem não tem ligação com o megadecreto anunciado no dia 20, já que toca em temas que não podem ser reformados por uma canetada.

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O texto de 183 páginas, chamado de Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, foi entregue no início da tarde de ontem em meio a sessões extraordinárias do Congresso convocadas por Milei e iniciadas no dia anterior. O presidente havia adiantado, ao convocar as sessões, que pretendia entregar 11 iniciativas de reforma do Estado argentino. Essas iniciativas foram detalhadas no projeto de lei enviado ontem.

O projeto traz uma ampliação dos poderes do governo por meio da declaração de "emergência pública em matéria econômica, financeira, fiscal, previdenciária, de segurança, de defesa, tarifária, energética, de saúde, administrativa e social até 31 de dezembro de 2025".

O texto declara que, nessa data, ele pode ser prorrogado pelo Executivo por mais dois anos, ou seja, até o final do mandato de Milei, que assumiu no dia 10. Na prática, o documento, se aprovado pelo Congresso, permitiria a Milei ter funções legislativas nas matérias que pontua.

O governo argumenta que esse projeto está sendo promovido "no espírito de restaurar a ordem econômica e social com base na doutrina liberal incorporada na Constituição Nacional de 1853".

Mudanças profundas

A reforma é bastante ampla e modificaria regras eleitorais, como a eliminação de eleições primárias e financiamento de partidos políticos, mas também limita a organização de protestos e amplia penas a quem bloquear vias. O texto também traz mudanças no regime de aposentadoria, Justiça, composição do Congresso e facilita a privatização de empresas.

O partido de Milei, A Liberdade Avança, é minoritário no Congresso e ainda não avançou na costura de alianças. O partido libertário tem 40 dos 257 deputados e 7 de 72 senadores, enquanto a oposição tem a chamada primeira minoria em ambas as Casas.

Plebiscito

Justamente pelo risco de sofrer uma derrota no Congresso, Milei ameaçou, mais cedo, em convocar um plebiscito para a aprovação de seu megadecreto.

O DNU, que entra em vigor já amanhã, pode ser revogado caso as duas casas determinem. Em entrevista ao jornal La Nación, Milei disse que "obviamente" vai convocar uma votação popular caso os deputados e senadores, a quem chamou de corruptos, decidam pela revogação.

Depois da entrevista, o próprio La Nación alertou para as possíveis implicações da ideia. A primeira seria constitucional, já que o presidente não poderia submeter à votação popular um pacote com mais de 100 medidas. A segunda seria prática: só o Congresso pode convocar plebiscitos vinculantes, ou seja, que viram lei automaticamente. No caso de plebiscitos propostos pelo presidente, mesmo que seja aprovado, o texto ainda precisará passar pelos legisladores.

Confrontos nas ruas

Minutos antes de o presidente enviar seu projeto, milhares de manifestantes se concentraram em frente à Suprema Corte, em Buenos Aires, para pedir que se declare inconstitucional o decreto publicado na semana passada. Cerca de 8 mil pessoas participaram das marchas convocadas pela CGT.

Apesar do operativo do governo contra o fechamento de vias, os manifestantes bloquearam importantes avenidas da cidade, o que levou a enfrentamentos com a polícia. Seis pessoas foram detidas e um policial ficou ferido após ser atropelado por um ônibus, segundo a imprensa argentina.

Desde que foi assinado, o decreto tem despertado protestos e panelaços em várias cidades.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Levantamento do Estadão mostra que o governo gastou R$ 26,8 milhões com reformas, compra de novos móveis, materiais e utensílios domésticos para o Palácio do Planalto, o Palácio da Alvorada, a Residência Oficial do Torto e o Palácio do Jaburu em 2023. Em comparação com anos anteriores, é o maior gasto com esse tipo de despesa, que não considera a manutenção do dia a dia das residências oficiais e o pagamento de funcionários. Os números são do Portal da Transparência e do Siga Brasil.

A Secretaria de Comunicação (Secom) informou que as peças adquiridas respeitam os padrões e referências dos Palácios oficiais. "Além disso, todas as peças passam a integrar o patrimônio da União e serão utilizadas pelos futuros chefes de Estado que lá residirem."

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Deste valor, R$ 114 mil foram destinados a um novo tapete, com o objetivo de dar mais "brasilidade" ao Palácio do Planalto. Um sofá escolhido pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, para o Alvorada, residência oficial da Presidência, foi comprado por R$ 65 mil. A colocação de um piso "mais macio e confortável" na Granja do Torto, casa de campo da Presidência, custou R$ 156 mil. O Planalto disse que "os itens não são pessoais", mas "patrimônio da União que não precisariam ser reconstituídos se os imóveis tivessem sido recebidos pela atual administração em boas condições".

A aquisição de novos mobiliários faz parte de um projeto de "modernização" dos palácios, segundo consta num dos processos de compra da Presidência. No início deste ano, Janja afirmou em entrevista à GloboNews que o Palácio da Alvorada foi danificado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A primeira-dama chegou a mostrar estofados rasgados, pisos estragados e uma mesa quebrada na residência. Com essa justificativa, o casal morou por mais de um mês em um hotel em Brasília. "É bastante trabalho, mas já estamos com a mão na massa para deixar tudo lindo, e reabrir o Alvorada para visitas o quanto antes", escreveu ela numa rede social. Onze meses depois dessa fala, a visitação ao Palácio da Alvorada, no entanto, segue suspensa.

Edital

As compras dos mobiliários foram feitas ao longo de todo o ano. No último dia 29 de novembro, a Presidência da República publicou um edital para a aquisição de 13 tapetes de nylon e de sisal de fibra, sendo três para o Alvorada e 10 para o Planalto. O valor total estimado é de R$ 374.452,71. Os preços de cada tapete variam de R$ 736 a R$ 113.888,82. Os mais caros são itens inspirados em desenhos modernistas do arquiteto Burle Marx, com formato orgânico pensado a partir das linhas do espelho d'água do Palácio do Planalto e dimensões de 6,8 x 10,3 metros. Essas peças ficarão em áreas onde ocorrem eventos e cerimônias no Planalto.

Para justificar essas aquisições, o órgão alega que os tapetes orientais, que atualmente ambientam as salas e gabinetes dos palácios presidenciais, não trazem aos seus espaços a "brasilidade" necessária. Dessa maneira, diz o estudo técnico preliminar, "realizou-se uma pesquisa sobre as tipologias de materiais utilizados na produção de tapetes brasileiros, bem como sobre os locais e meios originários de fabricação das peças de tapeçaria no país objetivando uma maior integração visual entre os espaços do prédio". O processo de compra ainda está na fase de captação das propostas.

Luxo

Um decreto publicado em 27 de setembro de 2021 proíbe a aquisição de bens de luxo pelo governo federal, o que inclui a própria Presidência da República. O texto considera bens de luxo aqueles que apresentam ostentação, opulência, forte apelo estético ou requinte. Há, no entanto, duas exceções em que é possível efetuar a compra desses artigos de luxo: primeiro, se for adquirido a preço igual ou inferior ao bem comum; segundo, se tiver características superiores justificadas pelo órgão.

Apesar do alto valor do tapete, a Presidência diz não se tratar de item luxuoso. Procurada, a Secom esclareceu que o item possui as características superiores justificadas em face da estrita atividade do órgão ou da entidade.

Presidência da República também vai gastar R$ 156.154,77 para trocar os pisos da Granja do Torto, a casa de campo oficial dos presidentes, que conta com lago artificial, piscina, campo de futebol, quadra e churrasqueira. O objetivo da troca de chão é "padronizar" o ambiente com materiais que tenham "maior durabilidade e que exijam uma baixa manutenção". O novo piso será de vinílico e tem como característica o fato de ser "mais macio e confortável", conforme destacado pela Presidência durante a compra.

Enxoval

Também estão sendo gastos R$ 130.695,36 num enxoval de lençóis e roupas de cama e de banho. Parte desse valor (R$ 41.750) foi gasto sem licitação, em setembro deste ano. A outra parte (R$ 88.945,36) se refere a um pregão aberto no último dia 4 de dezembro para a aquisição de itens como mantas, fronhas e roupões de banho.

"A aquisição justifica-se para renovar as roupas de cama e banho da família presidencial e de hóspedes nas Residências Oficiais do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto", diz o estudo que fundamenta a abertura do edital. As colchas vão ornar a nova cama de R$ 42.230 do Alvorada. O item tem revestimento em couro grão natural e pés em metal, e foi adquirido em fevereiro por Janja junto a sofás reclináveis de até R$ 65.140 e poltronas ergonômicas de R$ 29.450.

No fim do ano, a Presidência abriu processos para comprar R$ 182.810 em persianas motorizadas e cortinas e R$ 358.400 em árvores de Natal e arranjos de flores nobres, tropicais e de campo para recepcionar autoridades, políticos e artistas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na quinta-feira, 21, em segunda votação, o orçamento da cidade para 2024. O valor é de R$ 111,8 bilhões, o que representa um aumento de 16,6% em comparação ao aprovado para este ano. Esse total estará disponível para o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em ano eleitoral.

O projeto foi enviado pelo prefeito à Câmara em 29 de setembro e foi aprovado de forma simbólica, ou seja, sem contagem de votos. As bancadas do PT e do PSOL se posicionaram contra a proposta.

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Em ano que concorre à reeleição da Prefeitura, Nunes terá R$ 3,8 bilhões para aplicar em programas de habitação. O valor é o orçamento da Secretaria de Habitação, que passou de R$ 2,5 bilhões em 2023 para R$ 3,8 bilhões, quase 50% a mais. A habitação é a principal bandeira de seu adversário, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi à capital paulista em demonstração de apoio a Boulos na corrida pela Prefeitura. Não por acaso, os dois participaram juntos de evento da assinatura do contrato de início de obras do empreendimento habitacional Copa do Povo, que faz parte do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, na Zona Leste de São Paulo.

Reação

O prefeito respondeu ao ato. Durante entrega de 109 moradias populares pela prefeitura no dia 20, na Vila Olímpia, Nunes falou em reeleição e alfinetou Boulos. "É muito fácil as pessoas dizerem que defendem a habitação, que defendem não sei o quê, e a entrega, zero. O importante é isso aqui, concretizar o sonho."

Outra medida popular que alavanca Nunes na corrida eleitoral e está prevista no orçamento é a tarifa de ônibus municipais grátis aos domingos. A Secretaria de Mobilidade e Trânsito recebeu o incremento de 67%, comparado ao orçamento deste ano, chegando a R$ 10,4 bilhões. O valor prevê os gastos com a implementação do novo programa. O prefeito andou de ônibus no domingo passado, dia 17, para lançar o programa. Passageiros reclamaram sobre a tarifa gratuita ser implementada no único dia que têm para descansar e não em dias úteis.

Defendida ao longo dos anos pela esquerda, em movimentos como o do Passe Livre (MPL), a proposta deve invadir as campanhas eleitorais de 2024. Adversários de Nunes avaliam que esta pode ser a bandeira que ele precisa para se reeleger.

O orçamento da SPTrans, uma entre as empresas que recebem subsídio da prefeitura, passará de R$ 10,8 bilhões para R$ 12,1 bilhões em 2024, representando mais de 81% da verba destinada às empresas.

A secretaria que ficou com a maior parte do orçamento foi a de Educação, com R$ 21,8 bilhões, seguida pela pasta da Saúde, com R$ 17,8 bilhões. Entre as subprefeituras, a Sé é a primeira colocada, com R$ 127 milhões, seguida pela de São Mateus, com R$ 74 milhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A temperatura subiu na segunda noite de protestos na Argentina contra as medidas do presidente Javier Milei para desregulamentar a economia, com manifestantes e polícia entrando em confronto. Em Córdoba, seis pessoas ficaram feridas e cinco foram presas. As manifestações tomaram as também as ruas de Buenos Aires, La Plata e Rosário.

Em Córdoba, cerca de mil pessoas se reuniram em frente ao shopping Pátio Olmos, no centro, para promover um panelaço quando passaram a lançar objetos contra os policiais que faziam a escolta, segundo autoridades da província.

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Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram o uso de gás de pimenta pela polícia e disparos de balas de borracha. Pelo menos cinco manifestantes foram detidos e cinco policiais ficaram feridos, disseram as autoridades da província. Uma mulher também teria se ferido com uma garrafa de vidro.

"A manifestação se desenvolvia normalmente até que os participantes bloquearam toda a estrada na esquina da Vélez Sarsfield com a San Juan, no coração da capital de Córdoba", indicou o Ministério Público local.

Segundo determina o recém-lançado protocolo da ministra de Segurança, Patricia Bullrich, a polícia pode reprimir quem bloquear vias durante manifestações.

Várias cidades

Novos panelaços foram registrados em cidades de várias províncias do país. Na capital, Buenos Aires, centenas se reuniram em frente ao Congresso, muitos deles sindicalistas, funcionários de empresas públicas e inquilinos, segundo a imprensa argentina.

As manifestações foram convocadas em protesto contra o grande pacote de medidas de Milei, que derrubou mais de 300 leis por meio de um mecanismo similar à Medida Provisória do Brasil. Entre as medidas estão desregulamentações que permitem privatizações de empresas públicas, flexibiliza negociações trabalhistas e altera contratos de aluguéis. O decreto ainda precisa receber o aval do Congresso, onde deve enfrentar resistência.

Centenas de manifestantes já haviam se reunido em frente ao Congresso na noite de quarta-feira, 20, após o anúncio de Milei, fazendo panelaços na capital, assim como em cidades ao redor.

Sindicatos também convocaram marchas na cidade de Rosário, na Província de Santa Fé, onde os manifestantes se reuniram na Praça 25 de Maio e marcharam em direção ao Monumento à Bandeira, um local icônico para celebrações e protestos na cidade.

Em La Plata, centenas se reuniram no centro da cidade, que é capital da Província de Buenos Aires. Marchas e panelaços também foram registrados em Lanús, Mar del Plata, Bariloche e Ituzaingó.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Exército autorizou que seus militares, tanto do serviço ativo quanto os inativos, comprem e mantenham até seis armas em acervos particulares, sendo até cinco delas de uso restrito. Entre os itens que os integrantes da Força poderão ter em casa estão alguns modelos de fuzis, como o AR-15, da Colt, e o T4, da Taurus.

As regras, definidas em portaria do Comando Logístico do Exército, publicada no último dia 15, são uma revisão tímida das normas para acervos de militares definidas no governo de Jair Bolsonaro (PL). Entretanto, ao permitirem equipamentos mais potentes, mudam o paradigma que vigorava antes do governo anterior.

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Desde novembro de 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, os integrantes do Exército, na condição de militares, podiam ter até seis armas de uso permitido (que podem ser compradas por civis) ou restrito (só acessadas por alguns profissionais e atletas), independentemente do tipo ou do calibre.

Agora, com base na portaria nova, eles só podem ter em casa cinco armas de uso restrito, sendo elas de somente oito dos mais de cem tipos de calibres restritos. É por isso que o Exército considera ter definido regras que representam "maiores restrições para a aquisição de armas de fogo por militares".

"A portaria anterior possibilitava a aquisição de até seis armas de uso permitido ou restrito. A portaria atual restringe o número de armas de uso restrito para o máximo de cinco armas", frisou, em nota ao Estadão. "Existem apenas oito calibres de uso restrito que podem ser adquiridos por militares".

Regras

A pedido da reportagem, o gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, levantou o regramento que valia até antes das mudanças definidas no governo Bolsonaro para a compra de armas particulares por militares. As normas permitiam seis armamentos de uso permitido, além de dois de uso restrito. Mas estes com tipos limitados de calibres (.357, 40 SW, .45ACP, 9 mm). Os de fuzil, como o 5,56 mm x 45 mm, não estavam contemplados. Agora, ele é um dos oito disponíveis.

"Historicamente, eram autorizadas armas para defesa. Fuzil não é arma adequada para defesa em ambiente doméstico. A indústria podia vender 30 fuzis por cidadão. Agora há um lobby para desovar em alguma categoria. Cada nova categoria que acessa esse tipo de armamento é mais um ponto passível de cooptação para desvios. Se a gente tem cooptação de dezenas de militares para furtos de metralhadoras em quartéis, por que não teria para comprar fuzis?", afirmou.

A nova regra foi comemorada por atores do mercado de armas. Os decretos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva que reverteram a política armamentista do governo de Bolsonaro congelaram vendas em lojas ao limitar os CACs (caçadores, atiradores esportivos e colecionadores de armas). Com incentivos de Bolsonaro, o grupo se tornou o maior segmento armado do Brasil.

Empresários têm se queixado de produtos represados e lojistas têm preparado preços especiais. Com a definição, eles acreditam que os militares terão mais segurança e clareza sobre quais tipos de armas podem ser compradas à luz das novas regras. O Exército tem, na ativa, 213 mil homens.

Proibidos

Os fuzis estão proibidos para a defesa pessoal de civis. Conforme os novos decretos, caçadores e atiradores de nível 3, que participam de competições internacionais, podem ter armas e calibres restritas. Até as pistolas 9 mm, que haviam se popularizado nos últimos anos, estão com vendas proibidas para civis. No caso desse tipo de arma, o governo retomou o paradigma em vigor antes da política armamentista de Bolsonaro e restabeleceu a restrição.

A nova portaria do Exército, a de nº 164, proíbe que militares comprem armas longas, de repetição ou semiautomáticas, que produzam energética cinética superior a 1.750 joules - unidade de medida de energia. A energia média do calibre 5,56 x 45 mm, como a do AR-15 e da T4, foi estipulada em 1.748,63 joules. Ambos os modelos têm versões semiautomáticas. Ou seja, aquelas que detêm um mecanismo que prepara internamente o armamento para um novo disparo quando o gatilho é apertado, mas que demanda um acionamento de gatilho para cada tiro.

Portanto, as que produzem energia inferior a esse patamar, ainda que restritas, ficaram liberadas aos acervos pessoais de militares. A aferição mais recente da energia das armas e calibres consta em portaria conjunta do Exército e da Polícia Federal, a de nº 2, publicada em 14 de novembro.

Crime

Os decretos de Bolsonaro chegaram a permitir que CACs tivessem 30 fuzis. Como mostrou o Estadão, investigações policiais revelaram que a política do ex-presidente acabou por armar o crime organizado. Em vez de recorrer ao mercado paralelo, criminosos conseguiam pagar mais barato em armamentos legais.

Laranjas ou mesmo indivíduos com extensa ficha criminal passaram a recorrer aos registros de CACs, concedidos pelo Exército, para comprar as armas com mais facilidade. O esquema explorou a fragilidade da fiscalização dos militares e falhas na verificação de antecedentes.

Em 2022, a Polícia Federal encontrou na casa de um integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em Uberlândia (MG), duas carabinas, um fuzil T4, duas pistolas, uma espingarda e um revólver. Ele se credenciou como CAC para adquirir armas para a facção. Se antes integrantes do PCC pagavam de R$ 35 mil até R$ 59 mil num fuzil no mercado paralelo na Bolívia, com o aval eles passaram a pagar de R$ 12 mil a R$ 15 mil um (fuzil calibre) 5,56 mm com nota fiscal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na entrega de imóveis do Minha Casa, Minha Vida neste sábado, 16, será sua primeira agenda oficial em São Paulo desde julho, quando foi à posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Neste período, o presidente concentrou atividades em Brasília e no exterior. Enquanto isso, coube ao vice, Geraldo Alckmin (PSB), estar presente com frequência no território que já governou. Agora, Lula retorna também com olhos na campanha eleitoral do ano que vem, o que deve fazer com que mude a postura também em 2024.

Lula deve intensificar agendas em São Paulo e em outras grandes cidades no ano que vem, quando iniciará sua peregrinação para as eleições municipais. Ele será o principal cabo eleitoral do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) na disputa à prefeitura da capital paulista contra o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).

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Além do compromisso governamental, Lula quer aproveitar a viagem a São Paulo neste sábado para promover o encontro entre Boulos e Marta Suplicy (sem partido). O presidente articula para que a atual secretária de Relações Internacionais da administração de Nunes na Prefeitura seja a candidata vice na chapa do deputado do PSOL. A ideia é que Marta volte para o PT, sigla que deixou em 2015 após criticar casos de corrupção no partido.

O petista também deve atuar na campanha eleitoral do deputado estadual Fernando Ferreira (PT-SP), que disputará a Prefeitura de São Bernardo do Campo. A cidade é o berço político de Lula, que liderou greves de metalúrgicos durante a ditadura militar.

Desde a última visita a São Paulo, o petista foi a 11 países de todo o mundo. Os principais compromissos foram a cúpula dos Brics na África do Sul em agosto, quando aproveitou a ida ao continente africano para passar por Angola e São Tomé; o G-20, realizado na Índia em setembro, que foi seguido de uma viagem a Cuba para reunião do G-77, grupo de países em desenvolvimento, e da Assembleia-Geral da ONU em Nova York. Lula também foi ao Paraguai para participar da posse do presidente Santiago Peña em agosto.

Mais recentemente, o presidente realizou um giro pelo Oriente Médio entre o final de novembro e o início de dezembro. Ele passou pela Arábia Saudita antes de participar da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-28) em Doha, no Catar. Em seguida, embarcou para os Emirados Árabes Unidos e, na volta, foi à Alemanha, onde atuou para tentar avançar no fechamento do acordo bilateral entre o Mercosul e a União Europeia.

Casa

Ele e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, ainda mantêm endereço em uma casa de luxo alugada no Alto de Pinheiros, Zona Oeste da capital paulista, embora não tenham frequentado o local nos últimos meses. A reportagem apurou que embora Lula seja o responsável legal pelo aluguel do espaço, ele recebe, além do salário, uma ajuda de custo do PT que, na prática, contribui com o custeio da moradia.

A justificativa seria a de que a casa funcionaria não apenas como residência, mas para encontros políticos como presidente de honra. A prestação de contas do PT ao TSE aponta que, de janeiro a setembro, Lula já tinha recebido R$ 86.111,22 do PT. De maio a setembro os pagamentos foram idênticos: parcelas mensais de R$ 9.598,92.

Questionado, o PT informou que utilizou "desde 2021, exclusivamente recursos de arrecadação própria para pagamento de parte do aluguel de imóvel em São Paulo utilizado pelo presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva". A sigla diz que "esta destinação de recursos sempre foi informada e justificada à Justiça Eleitoral".

Cirurgias

Interlocutores argumentam que a ausência no Estado, que lhe deu 11,5 milhões de votos em 2022 no segundo turno da disputa com Jair Bolsonaro (14,2 milhões), se deve, em parte, às cirurgias no quadril a que o petista foi submetido em julho e no fim de setembro e que lhe deixou mais de um mês em recuperação. A última delas foi realizada em setembro no Hospital Sírio Libanês, em Brasília, onde ele deu entrada no dia 29 daquele mês e passou quatro dias internado.

Na ocasião, o presidente tratou de uma artrose que lhe causava dores crônicas. Dizem eles que, antes disso, Lula sentia dores que atrapalhavam sua locomoção e, por isso, evitou viagens. Isso não impediu, porém, que o presidente fizesse as diversas agendas no exterior antes e depois do procedimento, em vez de optar por idas a São Paulo.

Aliados afirmam que isso ampliou as visitas de seus filhos que residem na capital paulista a ele em Brasília. Mesmo o Natal dos Catadores, ao qual Lula tradicionalmente comparece aos finais de ano, será realizado na capital federal neste ano, em vez de São Paulo. A presença do presidente está confirmada.

Aliados lembram também que, além de Alckmin, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, viajaram recorrentemente à capital paulista e representaram Lula em compromissos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A reunião entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, terminou nesta quinta-feira, 14, com um aperto de mãos, mas sem acordo sobre a disputa pela região do Essequibo. Em Caracas, a Assembleia Nacional venezuelana decidiu adiar a aprovação da lei de anexação do território para esperar o resultado das negociações que estão sendo realizadas no arquipélago de São Vicente e Granadinas, no Caribe.

Após a reunião, Ali afirmou que seu governo tem todo o direito de explorar recursos em seu espaço soberano. "A Guiana não é o agressor, não procura a guerra. A Guiana reserva-se o direito de trabalhar com os nossos aliados para assegurar a defesa do nosso país", disse o presidente guianense.

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De acordo com o relato do regime chavista, os dois lados expressaram disposição para manter o diálogo. Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais do governo brasileiro, participou do encontro como mediador.

A disputa pelo Essequibo tem mais de 200 anos, mas se intensificou a partir de 2015, após a descoberta de petróleo no território de 160 mil km². Neste mês, Maduro promoveu um plebiscito que aprovou a anexação da região. A Guiana considera o avanço de Caracas uma ameaça a sua soberania e afirma que as fronteiras do país não estão em discussão.

Suspensão

Os parlamentares venezuelanos, em sua maioria governistas, realizaram duas sessões, entre quarta-feira e ontem, sem fazer qualquer menção à chamada Lei de Defesa da Guiana Essequiba, que formaliza a criação de um novo Estado na área que corresponde a 75% do território da Guiana. No fim da sessão, o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, convocou um novo debate para terça-feira.

Com essa lei, o governo da Venezuela pretende estabelecer políticas provisórias até que consiga realizar eleições no território reivindicado ou que se chegue ao que Maduro chama de "solução prática e mutuamente aceitável" com a Guiana. Segundo Amorim, o próximo encontro entre Maduro e Ali pode ser realizado no Brasil, em 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a minimizar nesta terça, 12, após reunião com o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, a possibilidade de o País se endividar, se isso for necessário para garantir investimentos. De acordo com o presidente, o grupo apresentou um conjunto de iniciativas para o País.

"Nós precisamos fazer um estudo de viabilidade econômica de quanto será o investimento para a gente colocar essas coisas maravilhosas que vocês (Conselhão) fecharam que é preciso fazer para o Brasil dar certo" disse o presidente. "Não é uma decisão de mercado, não é apenas uma questão fiscal" continuou Lula. "Se for necessário esse País fazer um endividamento para o Brasil crescer, qual é o problema?", perguntou o presidente.

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A declaração do presidente é mais um episódio da queda de braço entre a ala econômica e a política do governo pela gestão do Orçamento. A primeira, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende um equilíbrio nas contas. O ministro prometeu para o próximo ano zerar o déficit público. A segunda pressiona por maior gastos em obras e em programas governamentais.

Argumentando em favor de mais investimentos em educação "para aproveitar os gênios que a gente tem", o presidente defendeu a construção de escolas. "Não quero saber de onde vem o dinheiro, mas eu quero 100 institutos federais nesse País", disse.

Após passar quase duas horas ouvindo demandas de diversos setores, o presidente afirmou que governar "não é difícil". "Basta apenas a gente ter a capacidade de ouvir as pessoas", afirmou. "Temos o caminho das pedras, temos de decidir agora se nós vamos retirar essas pedras ou não. Ou se vamos chegar à conclusão de, por um problema de responsabilidade fiscal, de superávit primário, nós não vamos fazer", disse.

Disputa

No sábado, 9, durante reunião da cúpula do partido para discutir as eleições do próximo ano, em Brasília, a presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu que o País tenha uma meta de crescimento econômico.

Para a petista, o Orçamento deve ser executado na totalidade, com ênfase em investimentos públicos, porque um déficit não alterará a situação do País. "Não é um déficit que vai mudar (a situação do País)", afirmou ao lado de Haddad.

O ministro da Fazenda respondeu no mesmo evento. Ele afirmou que não há uma relação automática entre alta nos gastos públicos e crescimento da economia. Haddad citou como exemplo as gestões anteriores de Lula, em que houve superávit primário de 2% e a economia cresceu, em média, 4%. Ele lembrou que Gleisi havia falado, mais cedo, que o déficit de 2023 se aproximava de 2%.

"Não é verdade que déficit faz crescer. De 10 anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia", disse, e citou a expansão de gastos de 2009, logo após a crise econômica global de 2008.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na véspera de passar pela sabatina da Comissão de Constituição e Justiça e da votação no plenário do Senado, o ministro Flávio Dino reuniu-se com parlamentares e disse que sabe "distinguir o papel de um juiz e de um político". A fala se refere a uma das principais ressalvas feitas ao seu nome, em especial pela oposição: a de que Dino - ex-governador do Maranhão, eleito senador no ano passado e, como ministro, um porta-voz ativo e alinhadíssimo ao discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - levaria ao Supremo Tribunal Federal uma plataforma político-ideológica, deixando de lado a imparcialidade da Justiça. As sabatinas de Dino e de Paulo Gonet (indicado à Procuradoria-Geral da República) começam às 9 horas.

Levantamento feito pelo Estadão revela que, dos 81 senadores, 25 disseram que vão votar a favor de Dino, enquanto 23 vão se opor à indicação. Outros 25 preferiram não antecipar o voto e oito não foram contactados pelo jornal.

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Nesta terça, 12, Dino encontrou-se com a bancada do MDB no Senado. na saída, falou sobre os papéis. "É claro que, pela experiência pretérita, sei distinguir o papel de um juiz e de um político e tenho sublinhado essa distinção, uma vez que são poderes diferentes. Se tiver a honra de receber a aprovação do Senado levarei comigo o compromisso de ser um guardião e facilitador do diálogo entre os Poderes", afirmou.

Antecedentes

Dino disse, ainda, que "não é raro" que pessoas da política ocupem cargos no Supremo Tribunal Federal. "O último ex-governador que foi sabatinado nesta Casa já se vão quase 60 anos, que foi Osvaldo Trigueiro, e o último senador tem 30 anos, que foi Maurício Corrêa. É uma experiência que se alinha com a tradição brasileira. Não é raro ver pessoas que vieram da política no Supremo", disse.

O ministro disse estar "muito satisfeito com a acolhida" dos senadores e que sua sabatina "será o momento de esclarecimento de alguns pontos que vêm sendo apresentados".

O indicado ao STF disse que não cabe a ele opinar sobre o formato de sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e que essa é uma decisão do presidente do colegiado, senador Davi Alcolumbre (União-AP). Na semana passada, Alcolumbre confirmou que Dino será sabatinado ao mesmo tempo em que Paulo Gonet, indicado ao comando da Procuradoria-Geral da República.

Contabilidade

Questionado sobre quantos votos estima ter no plenário do Senado, Dino disse que não está fazendo essa contabilidade. "Não tenho feito contabilidade (de votos no Senado), porque creio que é uma prerrogativa de cada senador definir seu voto. Mas tenho projeção muito tranquila e promissora", afirmou.

O ministro disse que não teve a oportunidade de falar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o futuro, caso seja aprovado para o STF. Nem sobre se ficará no cargo até a sua posse na Suprema Corte, nem sobre seu eventual substituto - um tema que tem gerado discussões dentro da base de partidos aliados e do PT, partido do presidente.

"Eu realmente só vou conversar com ele após a votação, até porque vai ser melhor, não haverá o 'se'. Ele vai ter que decidir. Se ele vai fazer a substituição imediatamente, esperar um pouco. Não há decisão sobre isso", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE), rejeitou a tentativa do governo de criar um novo teto para o contingenciamento (bloqueio preventivo) de despesas no ano que vem, como antecipou o Estadão na semana passada. A proposta havia sido apresentada pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que adiantou que, com a decisão de Forte, o governo deverá fazer uma consulta formal ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o assunto.

Forte disse nesta quinta-feira, 7, que a proposta do governo tinha "fragilidades jurídicas". O governo tentava limitar na LDO o contingenciamento máximo que a equipe econômica poderá fazer no Orçamento de 2024. Economistas da área fiscal e parlamentares avaliam que, para cumprir a meta de zerar o déficit nas contas públicas no ano que vem, o governo terá de contingenciar ao menos R$ 53 bilhões.

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A cifra tem base no dispositivo do novo arcabouço fiscal que define o limite para bloqueio de 25% das despesas discricionárias (não obrigatórias, como investimentos e custeio). Esse montante, porém, afetaria o desempenho das obras do PAC, por exemplo, além de outros investimentos de interesse do governo Lula.

A proposta de Randolfe, então, era limitar esse contingenciamento usando a regra do arcabouço que estipula um intervalo para a expansão dos gastos entre 0,6% e 2,5% acima da inflação por ano. Para o governo cumprir o mínimo de expansão das despesas (0,6%), o contingenciamento não poderia superar R$ 23 bilhões.

A visão é controversa. Um parecer técnico emitido pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara rejeitou a chamada "emenda Randolfe", dizendo que a interpretação dada pelo governo "subverte a lógica" da nova regra fiscal e que seria permitido gastar menos do que o piso de 0,6% para o cumprimento da meta fiscal.

Já o TCU, em resposta a uma consulta informal feita por Forte, afirmou que a emenda é incompatível com as regras do novo arcabouço. Na ocasião, porém, a Corte disse que ficaria distante do impasse jurídico.

Randolfe afirmou que a negativa de Forte não desagradou ao governo, uma vez que o relator afirmou que valerá o que diz o arcabouço fiscal, o que, segundo ele, confirmaria a interpretação do Planalto sobre o limite para o bloqueio. "Nós, do governo, nos sentimos contemplados, porque o deputado (Forte) disse que o limite do contingenciamento está esculpido no arcabouço."

Relator prevê medidas que reduzem margem de manobra do governo

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE), acrescentou dispositivos ao texto que podem engessar o governo na hora de contingenciar despesas no próximo ano. O governo terá de obedecer a uma lista de despesas que não podem ser bloqueadas, entre as quais, gastos com atividades do agronegócio, como vigilância sanitária e recursos do Plano Safra reservados ao financiamento agrícola.

Forte também previu uma norma pela qual o governo, ao contingenciar as despesas, terá de fazê-lo de forma proporcional sobre os gastos atribuídos ao Legislativo e ao Executivo. Dessa forma, o governo não poderá congelar apenas os valores de emendas parlamentares. O dispositivo atende a uma demanda dos congressistas para preservar os valores reservados para emendas que não são obrigatórias, as emendas de comissão.

Em outro movimento que obedece aos interesses da cúpula do Congresso, Forte estabeleceu que as emendas parlamentares impositivas (individuais e de bancadas estaduais) deverão ser integralmente empenhadas no primeiro semestre, como antecipou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). A projeção é de que essas emendas somem R$ 37,5 bilhões em 2024.

Já os recursos para as transferências a municípios denominadas pelo jargão "fundo a fundo", pois saem do Fundo Nacional de Saúde diretamente para os fundos municipais, deverão ser não apenas empenhados no primeiro semestre, mas também pagos.

Ano eleitoral

O calendário deverá favorecer os prefeitos incumbentes, que terão à disposição, no primeiro semestre, a maior parte dos recursos que vão receber de seus aliados no Congresso Nacional em ano eleitoral. Nos três meses que antecedem a eleição (a partir de junho), são proibidas novas transferências.

Forte defendeu o calendário para a execução das emendas, argumentando que pode ajudar a frear o "fisiologismo político", uma vez que a liberação de recursos não mais obedeceria aos interesses políticos do governo. O argumento do Executivo, porém, é de que, além de engessar a gestão orçamentária, o dispositivo gera uma interferência em atribuições do governo.

"O atraso na liberação das emendas condicionou a dificuldade que os Estados e municípios estão vivendo. Se a gente tivesse liberado as emendas da área de Saúde no primeiro semestre, com certeza não teríamos tido uma pressão tão grande de prefeitos e governadores no segundo semestre em busca desses recursos", afirmou.

Forte também autorizou que os recursos que irrigam o fundo eleitoral possam vir de outras fontes, além das emendas parlamentares de bancada, como proposto inicialmente pelo governo. Forte retirou o termo "exclusivamente" do texto, o que poderá permitir que verbas federais de outras áreas tenham como destino o financiamento de campanhas eleitorais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu parecer favorável ao registro da Arexvy, vacina da empresa GlaxoSmith Kline contra a bronquiolite. Trata-se do primeiro imunizante que protege pessoas idosas do vírus sincicial respiratório (VSR), o principal causador da doença. A previsão é que ele chegue ao mercado brasileiro por volta de junho de 2024 - primeiramente na rede privada.

A aprovação do registro da vacina é classificada como um marco importante por especialistas. O registro do imunizante foi enquadrado como prioridade, pois atua contra uma condição considerada debilitante. A vacina será aplicada de forma intramuscular e em dose única nas pessoas com mais de 60 anos de idade.

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A bronquiolite é uma inflamação aguda dos bronquíolos pulmonares terminais, ou seja, das ramificações mais finas que servem para conduzir o ar para dentro dos pulmões. O VSR é o principal responsável pelos casos de bronquiolite e de pneumonia em crianças pequenas e idosos.

Segundo Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o VSR sempre esteve muito associado aos quadros de bronquiolite na infância, mas observa-se também grande impacto na população idosa. "É mais frequente entre as crianças, mas tende a ter letalidade maior entre idosos", reforça Flávia.

Prevalência

O VSR é o terceiro vírus mais prevalente em infecções respiratórias em idosos, e o responsável por quadros de exacerbações de patologias respiratórias crônicas, com taxas de morbidade e mortalidade que podem ser maiores que as causadas pelo influenza nesta população. "Uma meta-análise recente estimou que 5,2 milhões de casos de VSR ocorreram em países de alta renda entre adultos com idade acima de 60 anos em 2019, levando a 470 mil hospitalizações e 33 mil mortes hospitalares", afirma Melissa Palmieri, consultora de vacinas da Alliança Saúde, grupo de referência em diagnóstico de saúde no País.

Segundo ela, a aprovação pela Anvisa é a primeira fase para que a vacina possa ser comercializada no Brasil. "O próximo passo será solicitar o registro de preços junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e, uma vez aprovado o preço, a empresa fabricante poderá começar a distribuição do produto no Brasil. Ainda não há estimativa do valor de aplicação na rede privada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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