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Um fenômeno chamou atenção no Twitter, entre a segunda (25) e a terça-feira (26), com o aumento exponencial de seguidores em perfis de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), inclusive na conta do próprio presidente. A plataforma norte-americana Bot Sentinel monitorou parte dos supostos usuários e identificou que, pelo menos, 38 mil perfis-robôs foram criados nos últimos dois dias.

Nesse intervalo, Bolsonaro ganhou mais 61.299 seguidores. Desses, 37.922 eram falsos, equivalente a 62% dos novos seguidores nos dois dias, constatou a análise. 

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Ao todo, 65 mil contas foram verificadas e 58% eram falsas. Confira a lista de perfis-identificados como robôs pelo Bot Sentinel. 

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A disparada de adeptos digitais também ocorreu em outras pessoas ligadas a Bolsonaro, como nos perfis da ex-ministra Damares Alves e do empresário Luciano Hang, que comemoraram a crescente.

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O fenômeno volta a levantar a suspeita sobre a atuação do 'Gabinete do Ódio', grupo investigado por produzir e difundir conteúdos nas redes sociais com informações falsas e atacar adversários políticos e ministros do STF, por exemplo, para manipular o eleitor na escolha do voto e em questões sociais.

Dezenas de perfis que se passavam por ONGs ambientalistas e disseminavam informações falsas sobre a Amazônia estavam ligados a dois militares do Exército, constatou o relatório de ameaças encomendado pela Meta, detentora do Facebook e Instagram, publicado nessa quinta-feira (7). As contas foram derrubadas pela plataforma.

A análise da agência Graphika, contratada pela Meta para monitorar as postagens, identificou que a rede de fake news era controlada pela dupla que estava "servindo ativamente no exército em dezembro de 2021, de acordo com registros do governo brasileiro de pagamentos de funcionários federais".

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A rede de desinformação contava com 14 contas e 9 páginas no Facebook, e 39 contas no Instagram. Todas foram derrubadas sob a justificativa de apresentar "comportamento inautêntico coordenado".

Defensores do governo federal

O documento indica que os perfis enalteciam o governo federal, criticavam defensores do Meio Ambiente e defendiam que nem todo desmatamento é ruim. Os perfis também apoiaram os atos do último 7 de setembro e o Projeto de Lei 490, que modifica as regras de demarcação de território indígena. 

As primeiras páginas surgiram em 2022, como a “Resistência Jovem” e “Orgulho Sem Terra”, que postavam memes sobre questões sociais, como a reforma agrária e a pandemia.

Em 2021, os perfis passaram a fingir ser ONGs e ativistas, como a “NatuAmazon” e a “Amazônia Sustentável”, mas não alcançaram tanto engajamento. Cerca de 1.200 seguidores acompanhavam as páginas no Facebook e mais de 23 mil no Instagram.



Exército se afasta dos envolvidos

Em nota, o Exército alegou que soube das contas através da imprensa e que “não fomenta a desinformação por meio das mídias sociais”.

"A instituição possui contas oficiais nessas mídias e obedece as políticas de uso das empresas responsáveis por essas plataformas. Assim, o Exército já entrou em contato com a empresa Meta para viabilizar, dentro dos parâmetros legais vigentes, acesso aos dados que fundamentaram o relatório, no que diz respeito à suposta participação de militares nas atividades descritas", destacou o documento.

"A Instituição requer de seus profissionais o cumprimento de deveres militares, tais como o culto à verdade, a probidade e a honestidade", complementou.

A socióloga e noiva do ex-presidente Lula (PT) tem, em um dos seus endereços, um apartamento sofisticado em um prédio da avenida Vieira Souto, na beira da praia, no Rio de Janeiro. A diária do apartamento custa R$ 2.600, é um dos aluguéis mais caros do Rio de Janeiro.

No entanto, os oficiais de Justiça não conseguem encontrá-la para cobrar dívidas, como informou a revista Veja. De acordo com a reportagem, Janja deve mais de R$ 220 mil, segundo ações na Justiça Federal e no Tribunal de Justiça do Paraná. Em um dos processos, a Caixa Econômica Federal cobra R$ 109 dela.

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A Procuradoria-Geral da Fazendo Nacional, por sua vez, inscreveu o seu nome na Dívida Ativa da União, com débitos que somam R$ 111 mil, e estão associados ao Imposto de Renda. A página da Procuradoria-Geral da Fazendo Nacional não detalha que tipo de irregularidade foi cometida junto ao Fisco.

Os débitos já transitaram pela fase administrativa e o próximo passo será um processo judicial. Além dessas grandes dívidas, Janja coleciona dívidas de menor valor. Em um outro processo que tramita no Tribunal de Justiça do Paraná desde 2018, o Condomínio Edifício Jardim Larissa, em Curitiba, cobra à socióloga R$ 3.700 mil referentes à prestações atrasadas de condomínio.

Um dos últimos andamentos da ação de cobrança é um documento assinado em fevereiro por um oficial de Justiça, informando que ela não foi localizada na capital, em um segundo endereço que consta como sendo dela.

Através da assessoria, Janja informou que a dívida com a Caixa está em fase de negociação. No entanto, quanto ao débito da Receita, ela afirmou que trata-se de "questões particulares com tratativas negociais normais". E a pendência com o condomínio já foi resolvida, segundo informações.

Lula O ex-presidente Lula também está com o nome na Dívida Ativa da União, com débitos que somam R$ 1,3 milhão. O Instituto Lula deve mais de R$ 18 milhões, e o ex-presidente também responde a dois processos na Justiça movidos pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, como também relatou a Veja.

Conta de luz atrasada, dívidas no cartão de crédito e boletos vencidos são alguns caminhos para o endividamento que se tornou um problema mais grave durante a pandemia de covid-19. Para algumas pessoas a sensação é de bola de neve, mas segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, com organização, planejamento e um pouco de sacrifício é possível sair do vermelho. Segundo o educador financeiro, Jhon Wine, vice-presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), alguns passos são importantes para reequilibrar as contas:

1 – Planilha de gastos

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Para ter o controle das contas ele recomenda começar anotando todos os gastos, do cafezinho à prestação do carro, por um período de 30 dias. Dessa forma, Wine diz que é possível saber exatamente para onde o dinheiro está indo.

2 – Tenha sonhos estabelecidos

Um dos objetivos para 2022 de quem está no vermelho pode ser sair das dívidas até o fim do ano. Com essa motivação em mente é importante eleger as dívidas prioritárias e criar estratégias, como o pagamento das contas com mais descontos à vista, como IPTU. Além disso, ele sugere ter motivação e criar sonhos a serem alcançados no curto, médio e longo prazo. “Inclua no seu planejamento o prazer, se não vai se cansar e acaba fugindo do plano. Mas tudo tem que caber no seu orçamento”, lembra Jhon Wine.

3 – Orçamento organizado

Organizar o orçamento é outra recomendação para equilibrar as contas e sair do vermelho. Há hoje diversos aplicativos grátis disponíveis para esse fim. Quem preferir também pode utilizar uma planilha no computador ou uma caderneta de papel. O importante é anotar todo o dinheiro que você recebe no mês e setorizar todos os gastos como alimentação, saúde, lazer, telefone, entre outros.

4 – Envolva a família

Envolver toda a família na organização do orçamento e no processo de acabar com as dívidas é considerado um ponto fundamental pelo consultor. Cada membro da sua casa pode ajudar com ideias para diminuir as contas ou conseguir mais dinheiro, com um trabalho extra ou venda de itens não essenciais que estão sem uso.

5 – Gastos desnecessários

O estilo de vida e as necessidades de cada família vão indicar quais gastos podem ser cortados. Enquanto estiver com dívidas será necessário apertar o cinto e cortar alguns gastos por um período. Pequenas mudanças de hábitos como apagar a luz do quarto quando sair, colocar o chuveiro na posição verão no período de calor e juntar as roupas para usar a máquina de lavar na capacidade máxima podem fazer diferença no fim do mês.

Outras estratégias

Além desses passos, a Serasa Experian acrescenta que buscar uma renda extra pode ser interessante. Segundo a instituição, às vezes, só cortar não basta, ou mesmo com todos os cortes possíveis ainda falta dinheiro para se livrar das dívidas. Se essa for a sua situação, o caminho pode ser a renda extra. Pode ser com um trabalho nas horas que estavam livres, bicos nos finais de semana ou mesmo com vendas.

Com o orçamento em ordem e com as economias de corte de gastos ou renda extra, procurar credores também é indispensável. De acordo com a Serasa Experian, com dinheiro na mão é mais fácil negociar e conseguir desconto. Para quem tem mais de uma dívida, o importante é dar prioridade para as que têm os maiores juros para não virar uma bola de neve.

Outra recomendação da instituição é pesquisar antes de comprar. Essa é a única garantia de que você vai encontrar o melhor preço e, claro, economizar.  A última dica para sair das dívidas é uma auto avaliação. Parar e pensar no que aconteceu para chegar a situação de endividamento são passos importantes para evitar a inadimplência no futuro e saber sair do problema o quanto antes.

A CPI da Pandemia aprovou, nesta terça-feira (26), o requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitando a quebra de sigilo telemático das redes sociais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a suspensão de acesso aos seus perfis e um pedido de retratação do presidente por declarações em live na semana passada em que ele associa a vacina contra a Covid-19 ao desenvolvimento do vírus da Aids.

A CPI também aprovou o encaminhamento de informações sobre o episódio ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) também vão encaminhar recomendação para que o Congresso Nacional se posicione sobre o tema.

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"Presidência é uma instituição, não é um cargo de boteco. [ Como o ] presidente que se reporta ao povo brasileiro baseado em estudo que não tem cabimento nenhum, quando estamos implorando para a população se vacinar?", apontou Omar.

*Da Agência Senado

O empresário Luciano Hang admitiu ter contas no exterior e offshores em paraíso fiscal. Durante depoimento na CPI da Covid nesta quarta-feira, Hang, no entanto, negou que tenha financiado a disseminação de fake news. "Temos contas no exterior, temos offshore, deve ser umas duas ou três, declaradas na Receita Federal, todas essas declaradas e auditadas", disse Hang.

Após o presidente da CPI, Omar Aziz, afirmar que o colegiado tem informações sobre o financiamento de fake news por meio das contas no exterior, e empresário negou: "não, não".

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Hang também admitiu que recebeu benefícios fiscais para a atividade das empresas Havan no País, mas afirmou que todos os incentivos estão previstos em legislação. Ele ainda classificou como "fake news" a informação de que tenha sido financiado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES).

Tumulto

O depoimento de Hang começou tumultuado na CPI. Houve bate-boca entre o grupo majoritário e os governistas. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) chegou a pedir a retirada do advogado do empresário na sala da comissão após o defensor ter supostamente ofendido o parlamentar. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), determinou a apreensão de placas que Hang levou para a comissão pela Polícia do Senado. Uma delas tinha a frase "não me deixam falar". Além disso, o empresário divulgou um vídeo considerado como propaganda de suas lojas. A sessão da CPI foi suspensa após a discussão.

'Papel central'

"A mobilização da tropa bolsonarista na CPI para defender Luciano Hang demonstra o papel central do empresário para as investigações. Eles se entregaram! Quem financia as fake news? Qual o papel do empresário no esquema? Por que é tão importante para eles essa blindagem?"

O questionamento foi feito pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE), em publicação no Twitter, sobre o bate-boca entre senadores durante sessão de depoimento do dono da Havan, o empresário Luciano Hang, nesta quarta-feira.

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) também fez publicação no Twitter sobre o bate-boca. "Quando os senadores Flávio Bolsonaro, Marcos Rogério e sua trupe tumultuam a #CPIdaCovid é sinal de que bateu o desespero…", escreveu. Sem habeas corpus, Luciano Hang conta com o amparo de senadores da base do governo.

Após uma breve pausa, o Twitter reabriu os pedidos de verificação de perfil na noite da segunda-feira (13). Os usuários agora têm uma nova oportunidade de solicitar o cobiçado crachá azul para perfis na rede social. O processo havia sido interrompido em agosto de 2021, para "fazer melhorias no processo de revisão e verificação". Isso aconteceu após denúncias de que o Twitter verificou como legítimas contas que pertenciam a robôs, que tinham pouco tempo de vida na rede e nem sequer haviam feito postagens nos perfis.

Em maio, oito dias após a abertura dos pedidos de verificação, a rede havia feito uma outra pausa e blogs mencionaram que a SN não havia se preparado para a grande demanda. Em sua conta oficial, o Twitter disse que a interrupção poderia durar alguns dias ou semanas, dependendo do volume de solicitações. Não está claro se o Twitter tem uma programação definida para iniciar e interromper o procedimento de verificação de conta.

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“Pausamos temporariamente a implementação do acesso para solicitar a Verificação para que possamos fazer melhorias no processo de inscrição e revisão.

Para aqueles que estavam esperando, sabemos que isso pode ser decepcionante. Queremos acertar as coisas e agradecemos sua paciência.

[...] Estamos de volta à implementação do acesso para solicitar um selo azul. Se você planeja se inscrever e ainda não tem acesso, continue verificando as configurações de sua conta. Obrigado por ficar com a gente.”

Novidades no processo

Com o programa de verificação recente da rede social, qualquer pessoa pode se inscrever para obter o selo azul em seu perfil. O usuário precisa seguir todas as regras da plataforma e ter atividades registradas em sua conta nos últimos seis meses.

Anteriormente, apenas seis categorias de contas eram qualificadas para verificação: governos; empresas, marcas e organizações sem fins lucrativos; jornalismo; treinamento; esportes e jogos; e ativistas e influenciadores. Conforme relatado pelo Twitter, novas classes foram adicionadas ao formulário de inscrição nos próximos meses. Entre eles estão cientistas, acadêmicos e líderes religiosos.

Senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid apresentaram, na terça-feira (31), imagens e extratos bancários que comprovariam, segundo eles, que o motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, da empresa VTC Operadora Logística (VTCLog), pagou boletos do ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.

As transações teriam ocorrido em junho deste ano. O motoboy deveria ter ido à CPI pela manhã, mas o depoimento foi cancelado após o ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), lhe conceder o direito de não comparecer à comissão.

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A VTCLog é encarregada do transporte de medicamentos e a atual responsável pela distribuição de vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A empresa, que pertence ao grupo Voetur, é investigada pela CPI por supostas irregularidades em contratos com o Ministério da Saúde. Em nota, a VTCLog afirmou que "jamais houve qualquer depósito" da empresa ou de qualquer subsidiária do grupo na conta de Dias.

Duas imagens apresentadas pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), mostram um homem dentro de uma agência do Bradesco, no Setor de Indústria e Abastecimento, em Brasília, em 22 e 24 de junho. Segundo o senador, trata-se do motoboy. Em ambas as datas, afirmou o parlamentar, o funcionário da VTCLog pagou boletos do ex-diretor da Saúde.

Renan apresentou também extratos bancários que somam quase R$ 20 mil, um de 22 de junho, no valor de R$ 6 mil, e o outro de 24 de junho, no total de R$ 13.525,31. Na avaliação do relator, a presença do motoboy no banco, no mesmo dia e hora em que os boletos foram pagos, "comprova verdadeiramente o conluio existente no bastidor do Ministério da Saúde no exato enfrentamento da pandemia".

A cúpula da CPI apontou que os boletos foram emitidos pela Voetur, grupo empresarial que presta serviços de turismo e controla a VTCLog. A comissão reuniu documentos que apontam que a Voetur teria emitido ao menos nove boletos bancários em nome de Dias, um total de R$ 47 mil. Segundo a CPI, as faturas variam de R$ 782,22 a R$ 7,5 mil e têm datas de vencimento entre 18 de maio e 6 de julho deste ano.

Os senadores ainda buscam entender por que o motoboy da VTCLog teria pago boletos do ex-diretor da Saúde. "Nós acabamos de receber indícios veementes de que era o próprio Ivanildo, o motoboy, que pagava os boletos de dívidas junto à Voetur do Roberto Ferreira Dias", afirmou Calheiros. A defesa de Dias afirmou que, por enquanto, não vai se manifestar.

"O que as imagens maldosamente editadas não mostram é que o ex-diretor, assim como milhares de consumidores, é usuário dos serviços da Voetur Turismo, empresa pertencente ao grupo", afirmou a VTCLog, em nota. Segundo a empresa, o ex-diretor "efetuou pagamentos - e não recebeu ou foi beneficiário em suas contas - de qualquer vantagem por parte da Voetur".

A VTCLog declarou que Dias usou duas formas de pagamento, "transferência eletrônica (portanto, rastreável) e pagamentos dele para a empresa em espécie". "Atualmente, há pagamentos em aberto (R$ 20 mil), portanto Roberto Dias está inadimplente e as cobranças foram devidamente protestadas", afirmou. "A Voetur é credora e não pagadora de qualquer recurso ao ex-diretor. Lamentamos a distorção e a precipitação no tratamento de dados tão sensíveis."

Convocações

Sem depoimentos na sessão de ontem, os senadores aprovaram três requerimentos, dois deles diretamente ligados à VTCLog. A CPI aprovou a quebra de sigilo telefônico, fiscal, bancário e telemático da empresa e a reconvocação do motoboy Ivanildo. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que Ivanildo sacou milhões em espécie para a VTCLog.

Durante a sessão, senadores criticaram a decisão de Nunes Marques. Calheiros classificou como "retrocesso". Randolfe sugeriu que as imagens do motoboy no banco fossem enviadas ao ministro para que ele reconsiderasse a decisão. A CPI entrou com um recurso no Supremo para que a decisão do ministro seja revertida.

O terceiro requerimento aprovado foi o de convocação da advogada Karina Kufa, que defende o presidente Jair Bolsonaro. A data do ainda não foi marcada. O nome de Karina surgiu durante o depoimento do empresário José Ricardo Santana, na semana passada. Ela teria organizado um jantar em sua casa, no qual estiveram o lobista Marconny Albernaz e José Ricardo Santana, que foi secretário executivo de uma comissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e amigo de Roberto Dias.

Depois de vetar os talibãs em todos os seus aplicativos, o Facebook divulgou nesta quinta-feira (19) medidas para proteger os usuários vulneráveis no Afeganistão, onde os fundamentalistas islâmicos tomaram o poder.

"Por uma semana, nossas equipes trabalharam noite e dia para fazer o possível a fim de ajudar a manter as pessoas seguras", tuitou Nathaniel Gleicher, diretor de regulamentações de segurança do grupo californiano.

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Seguindo recomendações de defensores dos direitos humanos, jornalistas e ONGs, a rede social criou uma funcionalidade que permite ao usuário "bloquear sua conta com um único clique". A ação evita que pessoas que não estejam entre os seus contatos baixem ou compartilhem sua foto de perfil ou vejam conteúdo do seu feed.

Os usuários do Instagram no Afeganistão receberão notificações com formas de proteger as contas. "Também removemos temporariamente a possibilidade de ver a lista de amigos de um usuário para buscar contas no Afeganistão" de pessoas que poderiam ser procuradas pelos talibãs, acrescentou Gleicher. O executivo também recomendou guias para proteger a atividade na internet.

O Facebook excluiu esta semana uma conta no WhatsApp usada pelos talibãs para responder a reclamações de afegãos. "Somos obrigados a respeitar as leis americanas sobre sanções, o que inclui o bloqueio de contas que se apresentam como oficiais dos talibãs", explicou um porta-voz do aplicativo de mensagens.

Os fundamentalistas responderam na última terça-feira, em sua primeira entrevista coletiva, com críticas ao Facebook, o qual acusaram de atentar contra a liberdade de expressão.

O Facebook anunciou o banimento de todas as contas ligadas ao grupo fundamentalista islâmico Talibã, que retomou o poder no Afeganistão 20 anos depois de ter sido destituído pela invasão americana.

A rede social fundada por Mark Zuckerberg formou uma equipe de especialistas afegãos para remover conteúdo relacionado ao Talibã, que usava a plataforma para promover suas mensagens.

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O banimento também vale para Instagram e WhatsApp, ambos controlados pelo Facebook, que considera o grupo fundamentalista como uma organização terrorista.

"O Talibã é sancionado como organização terrorista pela lei dos EUA, e nós os banimos de nossos serviços de acordo com nossas políticas para organizações perigosas. Isso significa que removemos contas mantidas por ou em nome do Talibã", disse um porta-voz do Facebook à rede britânica BBC. 

Da Ansa

Os fogos de artifício encerraram a festa, e os atletas deixam o país: o Japão começou a fazer o balanço dos Jogos Olímpicos da pandemia, com custos elevados e organizados apesar da forte oposição inicial de sua população.

Os dirigentes olímpicos se mostraram otimistas, como era esperado, alegando que estes Jogos realizados em condições inéditas ofereceram momentos de esperança e de emoção ao mundo, e que aconteceram sem grandes incidentes.

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"Estes Jogos Olímpicos foram uma potente demonstração do poder unificador do esporte", declarou o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.

Para o Japão, no entanto, será necessário mais tempo para fazer o balanço dos Jogos, muito caros (ao menos 13 bilhões de euros) e polêmicos, que aconteceram enquanto os casos de covid-19 explodiam em Tóquio e em outras áreas do país.

Em tom crítico, o jornal Asahi, que defendeu o cancelamento dos Jogos, afirmou na segunda-feira (9) que a organização do evento foi uma "aposta" com a vida das pessoas, à medida que a situação sanitária se tornava mais grave.

Uma pesquisa feita pelo jornal nos últimos dois dias dos Jogos revelou, porém, que 56% dos japoneses eram favoráveis ao evento, e 32%, contrários. Ao mesmo tempo, o resultado da sondagem mostra a persistente ambivalência da população: apenas 32% disseram ter a sensação de que os Jogos eram "seguros", enquanto 54% não estavam convencidos a esse respeito.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio foram diferentes de qualquer outro evento esportivo mundial, começando pelo adiamento histórico de 2020 que penalizou alguns atletas.

As restrições impostas durante os Jogos incluíram o uso de máscaras em todos os ambientes e a quase total ausência de torcedores nas instalações olímpicas.

- Sucesso dos novos esportes -

Rapidamente foram observadas demonstrações de que o público japonês poderia mudar de opinião. Milhares de pessoas compareceram às imediações do Estádio Olímpico para observar os fogos de artifício da cerimônia de abertura e fazer fotografias com os anéis olímpicos.

Quando as competições esportivas começaram, algumas pessoas desafiaram as ordens de distanciamento dos eventos organizados nas vias públicas.

"Você observa os atletas correndo na sua frente e não consegue evitar incentivá-los", disse à AFP Hirochika Tadeda, durante a prova do triatlo.

As felicitações aos esportistas foram um tema dominante nos editoriais de segunda-feira. O jornal Yomiuri fez "grandes elogios pelas competições, nas quais (os atletas) mobilizaram todos os seus esforços".

Apesar da preocupação com as consequências da pandemia da covid-19 e do adiamento dos Jogos, as performances foram impressionantes, com direito a recordes mundiais e à entrada triunfal no programa olímpico de novas modalidades, como skate e surfe.

O coronavírus ofuscou os Jogos, e os sonhos olímpicos de vários atletas foram destruídos pelos resultados positivos nos testes de PCR.

A maioria estava, no entanto, muito feliz: "Em plena pandemia, eles (os japoneses) conseguiram organizar Jogos Olímpicos extraordinários. Sempre nos receberam com um sorriso e muita gentileza. Obrigado", escreveu a jogadora de futebol australiana Alanna Kennedy no Twitter.

- "Os organizadores se destacaram" -

"Os Jogos aconteceram nas circunstâncias mais difíceis imagináveis, e os organizadores se destacaram", avaliou o presidente da Associação Olímpica Britânica, Hugh Robertson.

O evento também representou um triunfo para o esporte nipônico: a delegação do país obteve o recorde de 27 medalhas de ouro. As autoridades olímpicas japonesas acreditam que os números ajudaram no crescente apoio do público aos Jogos, como demonstram as famílias que levaram filhos para áreas do evento, ou que penduraram bandeiras nas janelas.

Por trás dos aplausos se esconde, no entanto, uma sensação de crise, consequência do forte aumento dos casos de covid-19 durante os Jogos. Os organizadores insistem em que não há vínculo entre uma coisa e outra.

Tóquio e muitas outras regiões estão sob restrições, e apenas um terço dos japoneses está completamente vacinado.

A crise sanitária pode afetar o futuro político do primeiro-ministro, Yoshihide Suga, que enfrenta uma disputa pela liderança do partido conservador e, em breve, vai encarar eleições gerais.

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira, 30, as contas do governo Jair Bolsonaro em 2020, mas impôs ressalva à falta de transparência e de critérios no repasse das verbas do orçamento secreto. Por unanimidade, a Corte recomendou dar "ampla publicidade" aos documentos das emendas de relator-geral, conhecidas pela sigla RP 9, mecanismo utilizado pelo esquema de compra de apoio político revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Essa é a primeira análise do tribunal sobre o chamado "tratoraço". Outros seis processos sobre suspeitas de irregularidades na distribuição das emendas de relator ainda serão julgados.

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A recomendação representa uma derrota política para o Palácio do Planalto, que mobilizou os ministros Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e André Mendonça (Advocacia-Geral da União) para acompanharem presencialmente o julgamento.

Nos últimos dias, o Planalto enviou emissários para pressionarem os ministros do TCU a não incluir ressalvas quanto a emendas de relator na decisão sobre as contas da Presidência.

O ministro Ramos, que participou da criação do RP 9 enquanto era titular da Secretaria de Governo, é um dos que lideram a estratégia para negar a existência do orçamento secreto, narrativa derrubada nesta quarta-feira pelo plenário do tribunal.

A ressalva nas contas foi recomendada pelos técnicos da Secretaria de Macroavaliação Governamental (Semag) do TCU e aprovada de acordo com o voto do ministro relator, Walton Alencar. "A inovação legislativa trouxe perplexidades e dificuldades em sua operação", disse o relator, em seu voto. "Diferentemente do que ocorre com as emendas individuais, que dispõem sobre procedimentos padronizados e centralizados, com ampla transparência de todas as fases da alocação dos recursos, verificou-se não haver uniformização de procedimentos para a distribuição ou alocação de despesas suportadas com recursos advindos de emendas RP-9."

De concreto, o TCU orientou o governo a disponibilizar, em plataforma centralizada de acesso público, os documentos encaminhados aos órgãos e entidades federais que embasaram as demandas de parlamentares para distribuição das emendas do ano de 2020. Para o exercício de 2021, foi recomendada a adoção de medidas para que os pedidos também sejam registrados em plataforma eletrônica centralizada, mantida pelo órgão central do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal do Ministério da Economia. "A ausência de procedimentos sistematizados (para distribuição de emendas RP9) dificulta o monitoramento e a avaliação dos critérios", afirmou Walton Alencar Rodrigues.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo esta semana, além do Desenvolvimento Regional, a prática do orçamento secreto foi utilizada em ao menos outros três ministérios (Defesa, Agricultura e Justiça). Planilhas, ofícios e até mensagens por WhatsApp revelam os acertos para o repasse de R$ 261 milhões de emendas do relator-geral.

Urgência

O ministro Benjamin Zymler, em seu voto, reforçou a gravidade do uso dado pelo governo às verbas do orçamento secreto. "Isso é absolutamente urgente. Claramente essas emendas se contrapõem aos princípios orçamentários de transparência e universalidade", afirmou Zymler. "É preciso sem dúvida afastar as falhas no processamento dessas emendas."

Dos R$ 21,9 bilhões empenhados para emendas de relator-geral em 2020, R$ 11,6 bilhões foram destinados a municípios e Estados. Em uma análise sobre esses números, o tribunal observou que a média per capita nacional das emendas RP 9 foi de R$ 54,77, mas que algumas prefeituras e governos estaduais receberam valores muitas vezes superiores.

Na síntese do relatório sobre a análise das contas, o tribunal apontou que não foram identificados os critérios objetivos e os referenciais de equidade que nortearam a distribuição das emendas de relator-geral, por exemplo, entre as capitais que receberam valores mais significativos. "Entre as cidades, sobressaem os valores per capita entregues aos municípios de Tauá (CE), Carneiro (AM), Parintins (AM) e Santana (AP), cuja distribuição variou entre R$ 2.476 a R$ 969 per capita", disse a nota. Roraima, pelo qual foi eleito o então presidente do Senado no ano de 2020, senador Davi Alcolumbre, recebeu em média R$ 531 per capita. O esquema ficou conhecido nas redes sociais como "tratoraço", pois parte dos recursos foi usado para comprar tratores em redutos eleitorais de parlamentares.

Depois de examinar as explicações do governo sobre o chamado orçamento secreto, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o mecanismo usado para distribuir as emendas de relator-geral do Orçamento é incompatível com a Constituição. O relatório dos auditores apontou falta de transparência e critérios na lógica de atender ofícios de deputados e senadores no repasse dos recursos. "A realidade identificada não reflete os princípios constitucionais, as regras de transparência e a noção de accountability", destacou o documento preparado pela equipe do tribunal.

Metas

Um outro problema grave apontado pelo tribunal na análise das contas foi a verificação de falta de qualidade e confiabilidade no cumprimento das metas do Plano Plurianual da União (2020-2023). Das 74 metas analisadas neste ano, foram rejeitadas 35 metas (47%) quanto à qualidade, e 13 metas (17%) com relação à confiabilidade dos dados apresentados. Segundo o ministro Augusto Nardes, essa foi "a pior análise realizada pelo tribunal nos últimos anos".

No caso do programa Prevenção e Controle do Desmatamento e dos Incêndios nos Biomas, a meta relativa à redução do desmatamento e dos incêndios ilegais nos biomas brasileiros não pôde ser apurada para o ano-base 2020 pela inexistência de um indicador. "Desse modo, verifica-se que, neste momento, não existe indicador que possa retratar e permitir o monitoramento da meta do objetivo do programa", destaca o relatório do TCU.

A análise das contas da presidência também "apontou grave deterioração das já fragilizadas condições fiscais do País, o que exigirá esforços para correção de rumos e implementação das receitas públicas", segundo o ministro Walton Alencar Rodrigues. Neste ano, foi dispensado o atendimento das metas previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei de Responsabilidade Fiscal, em razão do estado de calamidade pública decretado em 2020, que permitiu uma espécie de "licença" para ampliar os gastos no combate aos efeitos da pandemia.

Também houve apontamentos de falta de transparência nos dados do Ministério da Economia. A auditoria financeira feita pelo tribunal indicou a necessidade de abstenção de opinião sobre a confiabilidade e a transparência das demonstrações financeiras do regime de Previdência dos servidores públicos. Essa indicação decorreu de limitações encontradas na auditoria financeira realizada sobre as informações referentes à Administração Tributária (Receita Federal e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional).

A Polícia Federal (PF) identificou que, entre a rede de contas falsas derrubadas pelo Facebook em junho do ano passado, está um perfil operado de endereços ligados ao presidente Jair Bolsonaro: no Palácio do Planalto, sede oficial do governo, e na casa da família na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

A conclusão consta em relatórios produzidos durante as investigações do chamado inquérito dos atos antidemocráticos - aberto em abril do ano passado para investigar a organização de manifestações defendendo a volta da ditadura militar, intervenção das Forças Armadas e atacando instituições democráticas que marcaram as comemorações pelo Dia do Exército em diferentes cidades do País.

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Uma das hipóteses de investigação tocadas pela Polícia Federal no inquérito mirou no uso de redes sociais e a identificação de contas declaradas inautênticas pelo Facebook. Os investigadores usaram como base um relatório produzido pela Atlantic Council, que faz análises independentes sobre a remoções de perfis da rede social por "comportamento inautêntico coordenado".

O trabalho foi feito em etapas. Primeiro, a PF analisou o relatório e identificou 80 contas consideradas inautênticas responsáveis pela difusão de informações antidemocráticas. Na sequência, operadoras de internet foram intimadas a compartilhar os números de IP (espécie de "RG" atribuído a cada computador ou celular conectado à internet) dos terminais usados para operar esses perfis e os dados usados nos cadastros desses IPs, incluindo localização de acesso.

A conclusão foi a de que ao menos 1.045 acessos partiram de órgãos públicos, incluindo a Presidência da República, a Câmara dos Deputados, o Senado e o Comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército. É justamente nesta lista que constam acessos a partir da rede de Wi-Fi do Palácio do Planalto e da casa dos Bolsonaro no Rio de Janeiro.

A Polícia Federal identificou que, nos endereços ligados a Bolsonaro, foram acessadas a conta de Instagram Bolsonaro News e o perfil pessoal no Facebook de Tércio Arnaud Thomaz, assessor do presidente apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio", revelado pelo Estadão. Na casa de Bolsonaro, os acessos foram feitos em novembro de 2018. Já na rede da Presidência, foram mais de 100 acessos só ao perfil Bolsonaro News entre novembro de 2018 e maio de 2019.

No relatório da Atlantic Council, a Bolsonaro News é descrita como uma página que usa memes para atacar ex-aliados de Bolsonaro. "Tática do suposto Gabinete do Ódio", afirma a consultoria. "Esse comportamento persistiu durante a campanha de 2018 e continuou depois que Bolsonaro assumiu o cargo. Muitas dessas postagens foram publicadas durante o horário de trabalho, o que pode ser uma indicação de que Tércio Arnaud Thomaz estava postando neste site - que não está oficialmente conectado à Presidência - durante o horário oficial do gabinete", diz outro trecho do relatório.

Segundo a PF, o Facebook apontou que a derrubada desta e de outras contas usou com base a seguinte tipologia estabelecida pela empresa: "operações executadas por um governo para atingir seus próprios cidadãos. Isso pode ser particularmente preocupante quando combinam técnicas enganosas com o poder de um Estado".

A Polícia Federal (PF) identificou que ao menos 1.045 acessos de contas "inautênticas" ligadas a aliados do presidente Jair Bolsonaro - derrubadas pelo Facebook há quase um ano - partiram de órgãos públicos como a Presidência da República, a Câmara dos Deputados, o Senado e o Comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército. A investigação da PF ocorre no âmbito do inquérito no Supremo Tribunal Federal que apura a organização e financiamento de atos antidemocráticos. A conta inautêntica é um perfil criado ou usado por meio de identidade desconhecida.

Ao analisar parte dos perfis apontados pela rede social como falsos, os investigadores conseguiram identificar assinantes de redes privadas das quais partiram 844 acessos, incluindo uma provedora ligada à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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Na sexta-feira passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF o arquivamento da investigação que atingiu parlamentares e apoiadores bolsonaristas. Cinco meses após ter sido cobrado a se manifestar sobre a continuidade das apurações, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros - braço direito do chefe do Ministério Público Federal, Augusto Aras -, disse que o inquérito não conseguiu apontar a participação dos deputados e senadores nos crimes investigados. Os parlamentares chegaram a ter os sigilos bancários quebrados no curso das investigações. O parecer da PGR foi enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito.

A jurisprudência do Supremo prevê que o pedido de arquivamento feito pela PGR é irrecusável. Na prática, Moraes tem de acolher a solicitação. O rito no Supremo é diferente da tramitação na Justiça estadual, onde o artigo 28 do Código de Processo Penal prevê que o juiz, ao não concordar com o arquivamento, encaminha os autos ao procurador-geral de Justiça.

Conforme relatos colhidos pelo Estadão, o pedido da PGR surpreendeu os investigadores e incomodou ministros da Corte. Os autos estavam na PGR desde 4 de janeiro. Nenhuma diligência foi realizada. A PF havia sugerido outras oito frentes de apuração. Mesmo tendo de acolher o arquivamento, Moraes poderá decidir sobre abertura de novos inquéritos contra parlamentares bolsonaristas. O Estadão apurou que ele vai analisar detalhadamente os autos e a manifestação da PGR.

O relatório enviado ao Supremo pela delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, em dezembro passado, tem 154 páginas e descreve os achados da PF, com base em apuração da Atlantic Council - instituição que realiza análise independente de remoções do Facebook. Os endereços apresentavam indícios de comportamento coordenado considerado inautêntico, agindo em redes de desinformação. Na época o Facebook afirmou que os responsáveis pelos materiais removidos tentavam ocultar suas identidades.

Em uma das hipóteses criminais sob suspeita no inquérito dos atos antidemocráticos, a PF mira o "movimento online de pessoas associadas para supostamente promover a difusão de ideias com potencial de causar instabilidade na ordem política e social", conforme o relatório produzido para o Facebook.

'Grupo Brasília'

A partir do documento da Atlantic Council, a PF buscou "dados externos e independentes" para checar as informações do relatório e identificou 80.552 acessos nas contas apontadas no documento. Os investigadores seguiram a análise e decidiram se debruçar sobre um dos três grupos que atuavam "utilizando contas inautênticas e de forma coordenada", o chamado "grupo Brasília".

"Utilizando o grupo Brasília como referência, limitou-se o escopo da análise a aproximadamente 15.528 vínculos de conta - endereço IP. Desse universo foram solicitados às operadoras (Claro, Tim, Oi e Vivo) dados cadastrais de 5.120 vínculos de contas com endereço IP, sendo que apenas 844 acessos tiveram seus assinantes identificados (total 31 assinantes), dos quais alguns deles com vínculos com os proprietários das contas inautênticas apontadas pelo Facebook", diz o relatório.

A PF aponta a mulher do presidente Jair Bolsonaro, Michelle, como assinante da provedora de internet na qual foi acessada a conta Bolsonaro News e o perfil de Tercio Arnaud Thomaz, que é assessor do presidente e integra o chamado "gabinete do ódio" - núcleo instalado no terceiro andar do Palácio do Planalto. Também consta na lista um assessor parlamentar lotado no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Fernando Nascimento Pessoa. A partir de sua internet, teriam sido acessadas as contas SnapNaro, Trump We Trust, DiDireita, Tudo é Bolsonaro, Porque o Bolsonaro? e Snapressoras.

Dentro da amostragem - os 15 mil acessos selecionados para análise - a PF identificou que 1.045 deles partiram de órgãos públicos - o comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, a Presidência da República, a Câmara dos Deputados, o Senado e a Câmara Municipal do Rio.

Eduardo Bolsonaro

A PF busca identificar se mais de uma pessoa utilizava as contas sob suspeita e solicitou dados de usuários à Presidência da República, à Câmara, ao Senado e à Câmara Municipal do Rio. Conforme dados fornecidos pela Câmara, um conta de nome "Eduardo Guimarães" estaria ligada ao usuário de Carlos Eduardo Guimarães, listado como secretário parlamentar do deputado Eduardo Bolsonaro, e também ao usuário do próprio parlamentar.

Segundo os investigadores, está pendente o envio de dados pelo Senado e pela Presidência com relação aos dados cadastrais dos usuários ligados ao acesso das contas derrubadas pelo Facebook. A Secretaria-Geral da Presidência encaminhou dados sobre os usuários, mas "devido ao formato do arquivo digital apresentado foi solicitado novo envio".

Já com relação à Câmara Municipal do Rio, a instituição alegou que não possuía arquitetura de registro de logs de acesso à internet e assim não conseguiria fornecer as informações. Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente, é vereador no Rio.

Foram analisados o conteúdo de 88 contas identificadas pela Atlantic Council, sendo que a análise preliminar indicou "provável supressão de conteúdo" de diversas páginas. Os investigadores listaram os proprietários das contas, o número de seguidores, a quantidade de imagens publicadas, além de outros dados.

A PF lembra das pendências que existem no âmbito da linha de investigação, mas indica que apesar da apuração não ter sido concluída, "não há impedimento para o compartilhamento de dados e subsequente avaliação da repercussão desses fatos em outras esferas".

O Estadão entrou em contato com a Secretaria de Governo da Presidência, com o gabinete de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e com o Exército. Não houve manifestação até a conclusão desta edição. Outros citados não foram localizados. 

O programa Pátria Voluntária, coordenado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, distribuiu pouco mais de 27 mil cestas básicas e 38,5 mil quilos de alimentos desde que foi criado, em julho de 2019. Os dados foram informados pela Casa Civil e pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência após o Estadão revelar que o programa praticamente não recebe novas doações desde julho do ano passado. O número de cestas básicas distribuídas até agora corresponde a 1,93% do que a ONG Ação da Cidadania doou apenas no período da pandemia de Covid-19, de março de 2020 até o dia 30 de abril.

Fundada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, a Ação da Cidadania entregou, sozinha, aproximadamente 14 milhões de quilos de comida - o equivalente a 1,4 milhão de cestas básicas - desde o início da crise sanitária. A ajuda beneficiou mais de 4 milhões de pessoas, segundo a ONG. De fevereiro para cá, a entidade distribuiu 350 mil cestas a 1,5 milhão de famílias.

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Para efeito de comparação, pode-se dizer que, em pouco mais de um ano, no período da pandemia, a ONG ofereceu 50 vezes mais cestas do que o programa de Michelle em toda a sua existência. E, no período de três meses, 12 vezes mais.

Em outra frente, a Força Sindical anunciou que iria distribuir, a partir de 1º de maio, 15 mil quilos de alimentos. A oferta, em um único dia, equivale a mais da metade do que o Pátria Voluntária doou em quase dois anos de existência.

Propaganda, porém, não faltou para que o programa da primeira-dama decolasse. Reportagem do Estadão mostrou que o gasto da ação com publicidade (R$ 9,3 milhões) é maior que as doações destinadas pela iniciativa (R$ 5,8 milhões) até o momento. O governo alocou mais dinheiro para promover a campanha de Michelle, por exemplo, do que para divulgar a importância de combater o mosquito Aedes aegypti.

A Casa Civil justificou a disparidade sob o argumento de que há várias etapas a serem cumpridas no processo. "Os recursos são empenhados à medida que os editais públicos são lançados e todo o processo é devidamente internalizado e concluído, o que exige um tempo maior", informou a pasta, em nota. "O objetivo foi incentivar o voluntariado por meio da divulgação das ações desenvolvidas pelo Pátria Voluntária, evidenciando suas dimensões e impactos positivos na sociedade. É um equívoco tentar comparar a campanha publicitária com a execução de projetos, pois eles diferem quanto ao objeto, método e propósito."

A reportagem deixou claro que os recursos têm origens diferentes: enquanto a verba usada para propaganda sai do Orçamento da União, o dinheiro doado é captado por meio de doações.

A nota do governo diz que quem decide sobre o destino das doações é o "Conselho de Solidariedade", ligado à Casa Civil. Este grupo "não conta com ministros em sua formação, mas, sim, com representantes de ministérios, os quais se reuniram várias vezes ao longo do ano". Já o Conselho do Pátria Voluntária, mencionado no site do programa, é integrado por ministros e representantes da sociedade civil. O colegiado, no entanto, tem caráter consultivo e não toma decisões.

Escândalo

"É uma coisa escandalosa gastar R$ 9,3 milhões em publicidade, arrecadar só R$ 10,9 milhões e somente parte disso ter sido distribuída", disse Daniel Souza, coordenador da Ação da Cidadania. "É muito baixo para um programa que tem a força política da família do presidente e a estrutura do governo federal." Filho de Betinho, Souza afirmou que a ONG doa, na campanha Brasil sem Fome, entre 70 mil e 80 mil cestas básicas por mês. "Esse é o nosso ritmo. Não somos governo e não temos essa estrutura de comunicação. Se tivéssemos, com certeza estaríamos arrecadando muito mais".

Na prática, o Pátria Voluntária derrapa no momento em que mais da metade dos domicílios enfrenta algum grau de insegurança alimentar em consequência da pandemia. A volta da fome no Brasil tem repercutido no mundo. No dia 24 de abril, por exemplo, a capa do jornal The New York Times estampou a foto da enorme fila da doação de sopa, no centro de São Paulo. 

Uma pesquisa realizada pelo Serasa apontou que 77% dos brasileiros optam por pagar em dia serviços de streaming, como Netflix, Globoplay, Disney+, no lugar de contas básicas, como saúde, água e luz. De acordo com os dados, os resultados são um reflexo do isolamento social causado pelo coronavírus (Covid-19).

O estudo também revela que a segunda prioridade da população brasileira são as contas de internet, celular e telefone fixo, uma vez que esses são necessários para acessar os serviços de streaming. Já a última posição do ranking são os empréstimos realizados entre amigos e parentes, pois segundo os dados, apenas 55% dos entrevistados se preocuparam em quitar esse tipo de dívida no prazo correto.

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Esse comportamento se reflete no crescimento que os serviços de streaming tiveram em 2020, entre eles o Globoplay, que chegou a registrar um aumento de 145% em sua base de assinantes, quando comparado a 2019. Além disso, os períodos de 2020 e 2021 marcam a chegada de novos concorrentes, como Disney+, Paramount+ e HBO Max.

A Netflix anunciou no início do ano que, durante a pandemia, ganhou 37 milhões de assinantes e obteve um crescimento de 31% em relação ao mesmo período em 2019. Outra pesquisa feita pela Associação Motion Picture revelou que o streaming, de maneira geral, passou de 1 bilhão de assinaturas e conseguiu uma receita de US$ 69 bilhões (cerca de R$ 385 bilhões) em 2020, um crescimento de 23%, quando comparado a 2019.

A liberdade do compartilhamento de senhas do serviço de streaming Netflix pode estar com os dias contados. A plataforma está testando um novo recurso para acabar com a prática segundo um comunicado emitido por um porta-voz da empresa.

"Este teste foi desenvolvido para ajudar a garantir que as pessoas que usam contas da Netflix sejam autorizadas a fazê-lo", diz o comunicado.

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É bom lembrar que os termos de serviço da streaming – que pouca gente lê ao assinar - dizem que as contas "não podem ser compartilhadas com indivíduos fora de sua casa".

Como funcionaria?

Segundo a CNN, quando um usuário selecionar seu perfil em uma conta compartilhada da Netflix, um pop-up vai solicitar que ele verifique a conta, com código ou texto que seria enviado por e-mail ao titular da conta.

Não entre em pânico

O usuário deve estar preparado para a mudança, mas não é uma coisa que deve acontecer agora. Ainda de acordo com a CNN, a ferramenta está em testes e deve ser aplicado para alguns poucos usuários. Não há data prevista para a ‘atualização’ chegar ao Brasil.

A Rússia exigiu, nesta quinta-feira (4), uma explicação ao Facebook depois que a empresa americana afirmou ter desmantelado uma rede de contas russas falsas no Instagram, que tentavam desencorajar os protestos a favor do opositor Alexei Navalny.

O responsável dos meios de comunicação russos Roskomnadzor disse em um comunicado que "enviou à gerência do Facebook uma carta solicitando uma lista das contas que tiveram o acesso restringido e para explicar as razões dos bloqueios".

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Roskomnadzor também exigiu que o Facebook, proprietário do Instagram, forneça provas de que as contas bloqueadas estão realmente envolvidas em "atividades ilegais".

O Facebook anunciou na quarta-feira (3) que retirou do Instagram 530 contas, seguidas por 55.000 usuários, cujo conteúdo apontava para descredibilizar a oposição russa.

O Facebook atribuiu a rede de contas falsas a "pessoas na Rússia" apesar de não ter identificado com certeza a organização ou as pessoas responsáveis por esta suposta campanha de manipulação, detectada graças aos seus algoritmos e suas equipes de moderadores.

O Facebook fechou todas as contas que ainda estavam abertas e eram vinculadas ao exército de Mianmar, ao citar o uso por parte da junta militar de "violência letal" contra os manifestantes pró-democracia, anunciou a plataforma em um comunicado.

A decisão, com efeito imediato, é aplicada aos militares e às entidades controladas pelas Forças Armadas no Facebook e Instagram. Também proíbe qualquer publicidade.

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"Os eventos desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro, incluindo a violência letal, precipitaram a necessidade desta proibição", afirma o Facebook em um comunicado.

"Pensamos que os riscos de autoriza o Tatmadaw (nome do exército birmanês) no Facebook e Instagram são muito grandes", completa a nota.

Nas últimas três semanas, os militares intensificaram o uso da força para tentar enfraquecer a mobilização a favor da democracia em Mianmar, onde milhares de pessoas desafiam o golpe de Estado com protestos diários nas ruas.

O número de mortes desde o golpe de Estado subiu para cinco na quarta-feira, após o falecimento de um homem de 20 anos que não resistiu aos ferimentos sofridos em Mandalay (centro).

O exército utilizou o Facebook para divulgar suas acusações de fraude nas eleições de novembro, que foram vencidas pelo partido de Aung San Suu Kyi.

O Twitter suspendeu as contas de dois antigos chefes da extinta guerrilha das Farc que se rearmaram na Colômbia e são foragidos da Justiça, por violarem suas políticas sobre "terrorismo e extremismo violento", informou a rede social à AFP nesta sexta-feira.

"No Twitter, não são toleradas organizações terroristas ou grupos extremistas violentos, nem as pessoas que se afiliam aos mesmos e promovem suas atividades ilícitas", assinalou um porta-voz da empresa.

Os perfis do ex-número dois da antiga guerrilha comunista, Iván Márquez, e do seu braço direito, Jesús Santrich, aparecem com a mensagem "conta suspensa". A decisão do Twitter foi tomada depois que os antigos rebeldes publicaram um vídeo em que criticam o presidente da Colômbia, Iván Duque, acusam o mesmo de "prejudicar o acordo de paz" e apoiam uma iniciativa em andamento para revogar seu mandato.

Márquez, Santrich e 20 ex-guerrilheiros se afastaram em agosto de 2019 do acordo de paz histórico que pôs fim a mais de meio século de conflito armado envolvendo as Farc. O perfil no Twitter que corresponderia a essa nova rebelião, chamada "Segunda Marquetalia", também foi suspenso.

O alto conselheiro presidencial do pós-conflito, Emilio Archila, chamou o vídeo dos rebeldes de bravata e acusou Márquez de ser narcotraficante e aliado "de um dos piores ditadores da história da América Latina", referindo-se ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

O tribunal de paz responsável por julgar os crimes mais graves do conflito excluiu ambos os dissidentes dos benefícios penais que constam do pacto. Caso eles sejam capturados, ficarão à disposição da Justiça comum.

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