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O vendedor ambulante Jorge Luís, de 61 anos, tem saudade da época em que ganhava três salários mínimos mensais como auxiliar de serviços gerais, numa empresa prestadora de serviços para a Petrobrás. A perda do emprego e, consequentemente, da carteira assinada levou dele também direitos trabalhistas, benefícios e boa parte da renda familiar.

Hoje, vendendo picolés nas ruas do centro do Rio de Janeiro, ele ganha o suficiente para suas necessidades primárias, mas precisa da ajuda de parentes para o sustento da casa onde vive em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

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"Naquela época nós éramos felizes e não sabíamos. Eu era mil vezes mais feliz do que hoje. Eu só consigo tirar meu sustento porque, graças a Deus, não pago aluguel e minha família me ajuda, todo mundo trabalha", contou Luís.

A máxima de que dinheiro não traz felicidade está equivocada, segundo dados da Sondagem do Bem-Estar apurados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e obtidos com exclusividade pelo Estadão/Broadcast. Quanto mais alta a renda do brasileiro, maior a pontuação no ranking de satisfação.

Os entrevistados que recebiam até R$ 1.200 por mês - a faixa de renda mais baixa da pesquisa - tiveram a menor média de felicidade, 7,58 pontos. Na faixa de renda mais alta, pessoas que recebiam R$ 10 mil ou mais mensais, o nível de satisfação subiu para 8,22 pontos.

"Quando você pensa em satisfação com a vida, você leva em conta vários aspectos, subjetivos e objetivos. A questão da renda é muito importante, é bastante tocada nas pesquisas de bem-estar no mundo inteiro. Quanto maior a renda, a média de felicidade é mais alta", confirmou Viviane Seda, coordenadora da sondagem no Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Na pesquisa da FGV, a média de felicidade foi crescendo conforme a média de renda se ampliava: de R$ 1.200 a R$ 2.600 mensais, 7,77 pontos; de R$ 2.600 a R$ 5.250, 7,94 pontos; e de R$ 5.250 a R$ 10.000, 8,09 pontos.

Diego Nicheli Chagas viu sua satisfação pessoal aumentar conforme ascendia profissionalmente e financeiramente. Em menos de oito anos, o jovem passou de trainee a coordenador na área financeira do Grupo Estácio. Há apenas seis meses veio a última promoção, virou gerente de Operações Financeiras no conglomerado de educação.

"O salário foi ficando mais elevado, a vida começou a mudar. Eu, que era noivo, consegui me casar. Hoje minha mulher e eu temos a nossa casa. Depois de sete anos, além de ter me estabilizado financeiramente, estou estabilizado profissionalmente, estou muito mais feliz", disse ele.

Conquistas

Com a evolução da renda, surgiram novas oportunidades, descobertas, experiências para toda a família. "Venho de uma família um pouco mais humilde. Tive uma ascensão profissional rápida e consegui conquistar muitas coisas que não imaginava. Com certeza estamos mais satisfeitos agora. Com um salário maior você tem acesso a coisas novas, restaurantes melhores, viagens internacionais. Conseguimos proporcionar até para as nossas famílias algumas dessas viagens", disse Diego.

Se por um lado a evolução da renda afeta positivamente a felicidade, o desemprego e a desigualdade impactam negativamente, mostrou a pesquisa da FGV. "O Brasil é um País em desenvolvimento, tem muito a evoluir, tem que focar principalmente na redução da desigualdade. Não adianta aumentar a renda para uma faixa apenas. A renda tem que ser mais bem distribuída", afirmou Viviane.

Homens são mais felizes que as mulheres. Paulistas estão mais satisfeitos do que os cariocas. A diferença pode ser também explicada pela renda. Os homens tiveram 7,98 pontos no ranking de felicidade, ante 7,90 pontos das mulheres, numa escala de 0 a 10. Em São Paulo, o nível de satisfação alcançou 7,96 pontos. No Rio, o resultado foi de 7,91 pontos.

"Provavelmente essa média maior de felicidade em São Paulo do que no Rio tem a ver com a renda mesmo", contou a coordenadora da pesquisa.

Apesar das diferenças, na média geral, os países da América Latina têm pontuação alta em relação a outros lugares do mundo, lembrou Viviane Seda: "Isso acontece por conta da questão do convívio social maior, mais interação entre as pessoas, isso ajuda na sensação de bem-estar".

A Sondagem do Bem-Estar ouviu 2.594 moradores das cidades do Rio e São Paulo. A primeira fase de coleta ocorreu entre os dias 1.º de junho e 4 de agosto de 2016, enquanto a segunda etapa foi a campo de 5 de setembro a 31 de outubro do mesmo ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pesquisa realizada neste mês de agosto no Recife mostrou que 60,6% das pessoas ouvidas sentiram que sua capacidade de compra caiu nos últimos anos. A queda desse poderio de compra reflete no bem-estar dessas famílias – 51,9% dos entrevistados disseram que o bem-estar reduziu.

Segundo o levantamento, realizado pelo Instituto de Pesquisas UNINASSAU, os recifenses acreditam que a redução do poder de compra foi causado pela crise econômica. Em números totais, 79,9% dos indagados disseram existir crise econômica no país.

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Desses, 85,9% disseram que a crise afetou negativamente suas vidas. Por conta disso, 79,9% dos que afirmam existir crise econômica tiveram que reduzir seus gastos.

O cenário é perceptível pelo menos desde 2014 para os comerciantes, é o que pontua a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife.  Desde aquele ano, os lojistas sentem uma queda nos lucros entre 20% e 30%. “No Grande Recife, houve a parada das obras de Suape, gerou-se o desemprego, que afasta as pessoas do consumo. Aquele que tem emprego fica com medo de firmar compromisso e não conseguir cumpri-lo à frente”, analisa o presidente da CDL Recife, Eduardo Catão.

Os anos de 2016 e 2017, apesar de não satisfatórios, trouxeram resultados melhores que 2015 e 2014. “Está equilibrando, crescendo um pouco. Mas quando o crescimento é pouco a gente tem que ter muito cuidado. A injeção do FGTS foi muito forte. Maio, junho e julho foi um período bom neste ano. A tendência agora não é mais cair, é manter”, conclui.

A pesquisa ouviu 624 pessoas com idade a partir de 16 anos residentes do Recife. Em torno de 55% dos ouvidos tinham renda de até um salário mínimo. 

O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira (27) que o governo está fazendo “um dever de casa atrasado há muito tempo” e com isso o país está “virando a página da crise”. Em discurso durante cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente citou a aprovação da reforma trabalhista, do teto para os gastos públicos, as discussões sobre a reforma da Previdência e indicadores da geração de emprego.

“Digo aos senhores que não é por acaso que o Brasil está virando a página da crise. Estamos fazendo um dever de casa atrasado há muito tempo e os resultados estão aparecendo. Temos a inflação que é a mais baixa dos últimos tempos. Os juros ainda ontem caíram a um dígito, coisa que há quatro ou cinco anos não acontecia. E a tendência é cair muito mais”, disse durante discurso na cerimônia de celebração das concessões de aeroportos.

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Segundo Temer, esses números positivos na economia são resultados da responsabilidade do governo e da capacidade de superação do povo brasileiro.

O presidente ressaltou ainda o apoio e o trabalho nos últimos 60 dias do Senado e da Câmara dos Deputados. De acordo com ele, ainda há muito a fazer como a simplificação tributária e as reformas política e da Previdência. Caso aprove essas reformas, segundo ele, seu governo não terá passado em branco. “Se conseguirmos realizar mais essas três reformas, como conseguiremos, ninguém poderá dizer que passamos em branco nesses dois anos e pouco de governo”, disse.

Na cerimônia de hoje, Temer, ministros e empresários celebraram a concessão dos aeroportos de Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e Florianópolis. O leilão ocorreu em março e os contratos de concessão serão assinados amanhã (28) , obedecendo aos prazos previstos. Com a assinatura dos contratos, o governo recebe, à vista, R$ 1,4 bilhão.

Reforma da Previdência

Também durante discurso na cerimônia, que teve a participação de parlamentares, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, defendeu a aprovação da reforma da Previdência, que está em discussão no Senado.

“Existe a necessidade imperiosa de fazermos uma reforma na Previdência. Os números mostram, só não vê quem não quer, só não vê quem quer fugir da realidade. Se você pega agora o déficit deste semestre, o que mais contribuiu para ele foi a Previdência. Então, temos que enfrentar”, disse o ministro.

Sem anunciar novidades, o governador Paulo Câmara (PSB) aproveitou a abertura do IV Congresso Pernambucano de Municípios, nesta terça-feira (25), para fazer um balanço das ações da gestão estadual, reforçar a tese de que mesmo com a crise financeira nacional os investimentos estaduais continuam acontecendo e pontuar que “os cortes precisam ocorrer, mas os serviços básicos não podem parar”. 

“Não está fácil para ninguém, diante de um cenário econômico tão adverso. Nunca passamos tanto tempo em recessão, a receita parou no tempo e isso fez com que a gente tivesse que trabalhar de maneira muito responsável e determinada. Pela parada de investimentos públicos, que não foram continuados, Pernambuco atingiu a marca de 151 mil postos de empregos desativados”, observou o governador diante de uma plateia repleta de prefeitos. 

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Ao contrário das últimas três edições do Congresso, quando foi sempre anunciado o início de uma nova etapa do Fundo Estadual de Apoio aos Municípios (FEM), Paulo Câmara usou o discurso para salientar que o “cenário é desafiador”, mas ele “sempre procura ver o que é possível fazer chegar na ponta”, ou seja, nas cidades. De acordo com o governador, por exemplo, quando ele anunciou o aumento de impostos como o ICMS e o IPVA “foi com um olhar federativo”.

“No momento que estamos passando de uma crise econômica, política e federativa é fundamental discutir o futuro, afinal moramos nas cidades. Todos os encaminhamentos para as cidades passam pela unidade, por sentar à mesa. Passam por gestão, mas principalmente pela política e Pernambuco tem a tradição e faz política com p maiúsculo”, argumentou, ressaltando que 2015 foi um ano duro e 2016 pior do que ele.

“Não podemos deixar nossos estados e municípios se desequilibrarem. Os cortes precisam ocorrer, mas os serviços básicos precisam acontecer. Falo isso porque em nenhum momento deixamos de investir em educação, sempre 26%, e saúde, sempre 15%. Isso vale também para área de segurança, nosso grande desafio. Ou seja, comprometimento com saúde, educação e segurança comprometem mais de 50% do nosso orçamento”, acrescentou o governador. 

Paulo Câmara ainda destrinchou sobre os investimentos que a gestão vem fazendo no estado, citando as obras da Adutora de Serro Azul, a continuidade do FEM 3, para os municípios que concluírem a etapa anterior; a finalização dos corredores de transporte leste/oeste e norte/sul, além das ações de segurança pública. 

“Isso vale para o Pacto Pela Vida, nosso maior desafio. A segurança tem sido olhada todos os dias, com o máximo de atenção. Vamos investir mais de R$ 4 bilhões com segurança e a partir de 2018 vamos ter concurso todo ano para Polícia Militar com pelo menos 500 vagas. Nosso estado é maior do que qualquer crise. Quero governar com o apoio de vocês e o Pernambuco em Ação vai dar a garantia de que os investimentos não podem faltar. Quando encerrarmos o programa vamos ter anunciado mais de R$ 1 bilhão de investimentos nas cidades de todas as regiões”, observou. 

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Cobrança por mais

Após a abertura do evento, que durou mais de duas horas, o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), disse que compreende o discurso de balanço do governador e do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), também presente na solenidade, mas afirmou que "é preciso mais". Patriota também pontuou a necessidade de deixar as "brigas miúdas de lado por Pernambuco".

"Como o município não tem autonomia financeira fica sempre esperando que chegue socorro e mais recursos. Sabemos que o aperto fiscal é de todo mundo, compreendemos o aperto fiscal que a União e o Estado estão passando, mas sempre queremos mais. Esta cobrança não é partidária, ela é a partir da necessidade do povo que está perto do prefeito. É natural que se tenha esta aparente tensão de necessidades. Todos os serviços do município não podem ser interrompidos", declarou. "Precisamos de equilíbrio e serenidade para encarar este momento que estamos passando, não é nada fácil", completou Patriota.

Congresso Pernambucano dos Municípios

O evento segue até a próxima quinta-feira (27) e tem como tema principal: “A cidade que queremos”. De acordo com a Amupe, durante os três dias serão realizados 28 painéis sobre temas diversificados, como saúde pública, transparência e controle social, iluminação, desenvolvimento sustentável e financiamento da educação.

Em paralelo aos painéis outros eventos também vão acontecer, como o Encontro Regional de Consórcios Públicos, apresentação de boas práticas de gestão municipal, lançamento do plano safra 2017-2018 e Fórum Internacional Implementando Cidades Sustentáveis. 

O Brasil enfrenta umas das piores crises econômicas da sua história. Altos índices de desemprego, demissões e carreiras estagnadas são alguns dos problemas oriundos desse cenário, assim como as dívidas que castigam o mercado consumidor.

Situações que remetem à crise também podem virar assunto do Exame Nacional do Ensino Médio. Nesta semana, o programa Vai Cair No Enem mostra, na prática, de que forma o fera pode se deparar com temas da economia. Confira o vídeo:

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Diante do cenário político-social no qual se encontra o país, a população se vê descrente na política. A nova pesquisa do Instituto de Pesquisas UNINASSAU, divulgada pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio,  corrobora a tese e mostra como os pernambucanos têm absorvido os panoramas de crise em escala estadual e nacional.

Dos mais de 2 mil entrevistados, 80% afirmaram existir crise econômica no país. Os que mais sentiram a mudança da situação econômica no país foram as pessoas entre 25 e 34 anos. Quando perguntados sobre de quem seria a responsabilidade por essa situação,, espontaneamente, 43,9% dos entrevistados apontaram o governo de Michel Temer. Outros 23,8% culparam os políticos de forma geral e 1,4% citou o nome da ex-presidente Dilma Rousseff.

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Muitos pernambucanos (13,8%) estão tão desacreditados que afirmam que ninguém seria capaz de mudar o atual cenário brasileiro. O ex-presidente Lula, com 10,2%, é um nome ainda lembrado pelos entrevistados como "salvador da pátria". Sobre sentir na pele os efeitos da crise, quase 40% citaram a falta de emprego como o principal reflexo do atual momento. Ao todo, 69% asseguraram que a crise interferiu ou interferiu muito em suas vidas. 

Panorama da crise em Pernambuco

O Instituto de Pesquisas UNINASSAU também arguiu as mesmas pessoas sobre o cenário no Estado. Do total, 76% dos entrevistados apontam haver crise em Pernambuco, enquanto 18% discordam desta afirmativa. 

Quase 100% deles afirmam, espontaneamente, que a crise nacional afetou o Estado e dizem que, em Pernambuco, o culpado de a economia estar em colapso é o governador Paulo Câmara (53,7%). Esta opinião é seguida pelas respostas políticos (22,5%) e gestão do presidente Michel Temer (8,3%).

Ao mesmo tempo em que os entrevistados apontam o líder do governo estadual como sendo o culpado, ele também é visto como a figura que pode tirar o Estado da crise econômica, sendo citado por 27,5% dos entrevistados. A resposta “os políticos” também é apresentada (10,6%), seguida da resposta “o povo”, com pouco mais de 10% dos posicionamentos. O nome do ex-presidente Lula aparece em quarto lugar, alcançando mais quase 5,5% das opiniões.

Com menos de 20 dias de mandato, os novos prefeitos têm enfrentado problemas nos cofres municipais. Um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que, até o momento, 43 cidades já decretaram Estado de Emergência Administrativa em todo o país. Além destes, em Pernambuco o número de prefeituras com os mesmos problemas vêm crescendo. 

Três gestores já declararam calamidade financeira e outros estão realizando auditorias nas contas deixadas pelas antigas gestões. Ao encontrar uma dívida de quase R$ 2 bilhões apenas com iluminação pública, o prefeito de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Mozar Filho (PSB), publicou o decreto nessa terça-feira (17). Antes dele, o prefeito de Goiana, na Mata Norte, Osvaldo Rabelo Filho (PMDB), também decretou estado de emergência e revelou ter herdado uma dívida de R$ 10 milhões. 

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No último dia 3, foi a vez do prefeito de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, Clebel Cordeiro (PMDB), notificar a postura. Ele ainda não divulgou de quanto é o desfalque municipal, mas alegou que o antigo gestor, Marcone Libório de Sá (PSB), cometeu infrações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).  

Entre as cidades que passam por auditorias está São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. De acordo com o prefeito Bruno Pereira (PTB), já foi identificada uma dívida de R$ 7 milhões com folhas de pagamento, além de mais R$ 1,7 milhão. “Ainda estamos recebendo informações, pois assumimos sem nenhum computador. Levaram todos. Teremos que juntar os dados com muito cuidado”, observou o petebista. A expectativa é de que até o fim da próxima semana ele divulgue o rombo nas contas públicas.  

O decreto de calamidade financeira é um ambiente formal de comunicar a sociedade sobre os cortes que serão feitos pelas prefeituras. Por meio deles, ficam vedadas as despesas que dependam de recursos próprios, bem como novas obras, investimentos e contratações. Entretanto, não isentam os gestores de cumprir a legislação. 

Com uma projeção econômica ainda negativa para 2017, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) instituiu, nesta quarta-feira (11), o Programa de Desburocratização, Inovação e Eficiência da Administração Municipal. A iniciativa, segundo ele, pretende otimizar os serviços públicos, fomentar o ambiente de negócios na cidade e reduzir os custos da máquina administrativa. O programa será comandado por um comitê gestor, composto por cinco secretarias e quatro instituições da administração direta e indireta da prefeitura. 

“Queremos com isso reduzir os custos e melhorar os serviços para a população. Tornar as ações mais eficientes, utilizar mais tecnologias, diminuir os passos necessários para fechar cada processo e melhor o ambiente de negócios no Recife”, destacou Geraldo. “Nos últimos meses conseguimos uma redução de R$ 313 milhões no custeio da Prefeitura, mas sem reduzir os serviços prestados. Queremos trazer mais soluções inovadoras, e promover uma gestão ainda mais eficiente e parceira da sociedade”, acrescentou. 

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O Comitê Gestor terá sua primeira agenda na próxima segunda-feira (16) e os encontros acontecerão quinzenalmente. O colegiado será formado pelas secretarias de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, de Mobilidade e Controle Urbano, de Planejamento, Administração e Gestão de Pessoas e de Finanças; Controladoria Geral do Município, Procuradoria Geral do Município, Emprel e Agência Recife para Inovação e Estratégia.

Entre as atribuições do grupo estão: acompanhamento das ações destinadas a simplificar os procedimentos burocráticos; avaliação dos resultados alcançados pelo programa, estabelecimento de metas para adoção de medidas de simplificação burocrática, entre outros.

Sem verbas próprias e com atraso nos repasses das prefeituras, hospitais que atendem pelo sistema público de saúde estão parando em todo o interior paulista. Em várias cidades, consultas, cirurgias e internações acabaram suspensas por falta de profissionais ou o atendimento foi reduzido para enxugar custos. Há ainda médicos e funcionários em greve por falta de pagamento.

Estudantes de Medicina e funcionários do Hospital Santa Lucinda, de Sorocaba, saíram em passeata na quarta-feira passada contra a suspensão de convênio da prefeitura com o hospital que garantia o atendimento de 3 mil pacientes e até 800 internações por mês. Os estudantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC) alegam que 80 leitos separados para o Sistema Único de Saúde (SUS) estão sendo desativados.

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Há uma semana, a Justiça determinou à prefeitura um repasse de R$ 68 milhões ao centro médico para a realização de cirurgias cardíacas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. A prefeitura informou que entrará com recurso e alegou que a suspensão do convênio decorreu da situação financeira do município. Apontou ainda a defasagem entre os custos da saúde e o que recebe de repasses estaduais e federais.

Funcionários da Santa Casa de Valinhos fizeram um protesto na mesma quarta contra o atraso nos salários. Eles não receberam o adiantamento de dezembro e a primeira parcela do 13º salário. O hospital diz que o repasse da prefeitura atrasou e o ato não prejudicou o atendimento. A prefeitura negou o atraso e informou que, neste ano, já repassou R$ 18 milhões ao local, valor acima do repassado em anos anteriores.

Na segunda-feira da semana passada, funcionários do Hospital Psiquiátrico Vera Cruz, de Sorocaba, fizeram um protesto contra a falta de alimentos para os 300 pacientes da unidade. Eles estavam recebendo apenas duas refeições por dia - almoço e jantar. A situação das refeições já foi normalizada, mas ainda faltam médicos para os pacientes e funcionários para a limpeza do hospital. A Associação Paulista de Gestão Pública, responsável pelo hospital, alegou que a dificuldade é causada pelo atraso nos repasses da prefeitura. O município informou que as verbas previstas para o ano já foram executadas.

Grávidas

As gestantes de Angatuba estão sendo obrigadas a viajar para Itapetininga, a 110 quilômetros, para dar à luz. A Santa Casa local reduziu o atendimento às parturientes, depois que cinco médicos deixaram de atender por falta de pagamento. O único hospital da cidade alega falta de condições financeiras para manter os profissionais.

Em assembleia na terça-feira, a provedora Maria Inês Barros Pereira afirmou que o centro médico pode fechar. "Todos os médicos estão com pagamentos atrasados e, se eles pararem, a Santa Casa também para." O prefeito Calá Turelli (PSDB) alega que os repasses são feitos. "Até novembro passamos R$ 4,5 milhões para o hospital e, este mês, esperamos a entrada das transferências de impostos para fazer a subvenção."

Em Jundiaí, o Hospital São Vicente suspendeu as cirurgias não emergenciais e dispensou 25 médicos do pronto-socorro. Outros funcionários e médicos terceirizados estão com salários atrasados. A administração também alega falta de repasses da prefeitura. O São Vicente atende 25 mil pessoas, faz 1,3 mil internações por mês e é o único hospital filantrópico de referência para a rede pública na cidade.

A prefeitura informou ter liberado, na terça-feira, R$ 5,5 milhões para o pagamento dos salários. Segundo o município, além dos R$ 15 milhões destinados este ano, foi feito aditamento de outros R$ 13 milhões, mas a direção do centro médico alega que o dinheiro é insuficiente.

Os 30 mil moradores de Rio das Pedras estão sem hospital para casos urgentes. O São Vicente de Paulo suspendeu as internações, alegando que a prefeitura não faz repasses desde agosto, acumulando débito de R$ 1,5 milhão. Sete dos doze médicos pararam de atender por falta de pagamento. Os casos graves são levados para Piracicaba, mas as transferências também foram afetadas pela falta de pagamento à empresa de transporte. A prefeitura reconheceu a "grave dificuldade financeira, como a maioria dos municípios do Brasil".

Serviço até 19 horas

As 63 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Campinas reduziram o horário de funcionamento. Desde o início de dezembro, o limite de atendimento diário passou a ser às 19 horas e não mais às 22 horas.

De acordo com o secretário de Saúde da cidade, Carmino Antonio de Souza, o objetivo é reduzir custos e um estudo mostrou que, após as 19 horas, há queda de 80% nos atendimentos. Conforme Souza, a medida não afeta as unidades de pronto-atendimento, pronto-socorro e hospitais que atendem urgência e emergência 24 horas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil precisa voltar a crescer para que o ambiente doméstico melhore, mas a avaliação de gestores e investidores em Nova York é que 2017 pode ser um novo ano de decepções na economia, com o risco de mais turbulência política e ainda o aumento da incerteza no cenário externo com o governo de Donald Trump nos EUA.

As previsões de expansão para o País em 2017 começaram a ser revisadas para baixo e a manutenção da estimativa de algum crescimento vai depender dos efeitos da delação da Odebrecht, segundo gestores e economistas que participaram da reunião anual em Nova York, na quinta-feira, da EMTA, associação de casas financeiras que investem em mercados emergentes. Os executivos destacam que a política de Trump pode afetar os fluxos de capital para o País e contribuir para a desvalorização do real.

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O Citigroup avalia que a nova onda de delações tem potencial para "chacoalhar" o ambiente político em Brasília e atrasar a reforma da previdência, além de afetar a atividade econômica. O diretor do banco responsável por mercados emergentes, David Lubin, disse que os recentes indicadores econômicos decepcionaram. Entre eles, o PIB do terceiro trimestre mostrou a sétima queda consecutiva, recuando mais 0,8%.

"A questão essencial para o Brasil é voltar a crescer", disse o responsável pela América Latina na gestora Schroders Investment Management, Jim Barrineau. Só uma expansão mais robusta do PIB, acima de 2% ao ano, ajudaria a reunir capital político para que reformas necessárias sejam feitas. Para o gestor, a política populista no Brasil fracassou em estimular a atividade econômica e agora é preciso fazer ajustes importantes.

Apesar do aumento do risco político e de indicadores fracos, o gestor da BlackRock, Pablo Goldberg, avalia, que o Brasil está em melhor posição do que há um ano. Já ocorreram dois cortes de juros pelo BC e a proposta de PEC que estabelece um teto para os gastos públicos foi aprovada em primeiro turno no Senado. "O Brasil começou a se mover em um ambiente político muito difícil para resolver essas questões, mas está se movendo na direção certa."

No cenário externo, ainda há considerável incerteza sobre como deve ser o governo de Trump, mas a expectativa é que será um período marcado por juros altos e dólar valorizado, o que é um ambiente negativo para emergentes, como o Brasil, avalia o chefe de pesquisa econômica do Barclays, Christian Keller.

Reeleito para governar o Recife, o prefeito Geraldo Julio (PSB) afirmou, nesta segunda-feira (31), que o Brasil precisa voltar a crescer para ampliar os investimentos das prefeituras no país. Ponderando a execução das promessas de campanha para o segundo mandato diante de um contexto nacional de crise econômica, o pessebista disse que vai “continuar fazendo o que já tem feito” para governar a cidade e não projetou uma redução imediata da máquina pública.

“Vou continuar fazendo o que já tenho feito. Governei na crise [no primeiro mandato], conseguimos fazer o maior Hospital, a obra da Via Mangue, o Compaz, o maior programa de requalificação da cidade, tudo isso numa intensa crise”, observou, em entrevista a uma rádio local. “Sempre tem que ter a intenção de cuidar da despesa e encontrando onde cortar para favorecer a população. Se o Brasil não sai da crise, isso tem que acontecer permanentemente”, emendou. 

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Entre as medidas de ajuste fiscal que já estão sendo tomadas pelo Governo federal está a Proposta de Emenda à Constituição 55/2016, mais conhecida como PEC do Teto de Gastos, em análise no Senado Federal. Sobre as mudanças estabelecidas pela proposta, Geraldo reforçou ser contrário a elas. 

“Não somos contra ajustes e as contas estarem equilibradas, mas do jeito que a PEC foi elaborada traz prejuízos para saúde e educação. Quem paga a conta é povo sozinho. Quando isso acontece, prefeitos e governadores podem ser obrigados a fechar hospitais, creches, escolas, maternidades”, salientou. 

De um técnico indicado por Eduardo Campos, o prefeito ao sair das urnas com mais de 60% dos votos é cacifado para se tornar um líder do PSB no país. Com um contexto de avaliação regular da administração do governador Paulo Câmara (PSB), Geraldo foi questionado se ele vai concluir o mandato ou disputará em 2018 o cargo estadual. 

“Ele já disse que é candidato à reeleição, acredito que o Brasil passa por um momento de dificuldade e é em um momento como este que Paulo tem governado Pernambuco com muita competência”, frisou, pontuando que seguirá até 2020 na PCR. “Vou cumprir meu mandato”. 

Sobre a inserção dele no âmbito nacional do PSB, Geraldo ressaltou que sua prioridade é administrar o Recife, mas tem “muito interesse no fortalecimento do PSB”. 

Efetivação de promessas

Durante a campanha, a promessa de construção do Hospital do Idoso foi a que mais se destacou. Indagado sobre quando iniciará a construção, Geraldo disse que ainda não encontrou um local para instalar a obra. “Agora vamos identificar a área, fazer o projeto, pedir apoios aos parlamentares com emendas. O Hospital da Mulher em três anos deu certo, construir ele em tempos de vacas magras foi muito importante. O Hospital do Idoso tem um porte menor e vamos conseguir custear. Já apresentamos os pedidos a todos os parlamentares”, detalhou.

Já sobre quando o Hospital da Mulher vai operar integralmente, o prefeito disse que “em poucos meses ele estará a plena carga”. “O Hospital a Mulher está pronto e concluído. O que ele tem é um cronograma de serviços para entrar em funcionamento. Já começamos o pedido de procedimento de credenciamento junto ao SUS, estamos aguardando o resultado disso”, pontuou. 

A requalificação da Avenida Conde da Boa Vista também foi ponderada. “Estudamos o caso com profissionais especializados. Sabemos o movimento em cada um dos locais da Avenida. Este estudo se conceituou em um projeto estrutural que vai se transformar em um projeto de engenharia. É uma obra que será feita”, garantiu. 

Para o novo mandato, o prefeito disse que dará prioridade a educação. “É com ela que construímos o futuro. É um investimento feito por longo prazo. A maior ação que a prefeitura tem nesses três anos e meio é a transformação na educação”, destacou. 

Alianças

Durante os últimos dias de campanha e nesse domingo (30) após a vitória ser concretizada, Geraldo Julio pontuou inúmeras vezes que pretende reunir todas as lideranças da cidade para governar no segundo mandato. Indagado se teria algum desconforto com a reativação da aliança com partidos como o DEM e o PSDB, ele negou. “Não tenho constrangimento com nenhuma força ou liderança que queira ajudar a governar o Recife. Não temos restrição nenhuma”, declarou. 

O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) engrossou o discurso contra a administração do PT ao participar do guia eleitoral do prefeito do Recife e candidato à reeleição Geraldo Julio (PSB). Em uma conversa informal, gravada no alto de um dos prédios da capital pernambucana, coube ao aliado fazer o tom ácido que o socialista tem evitado protagonizar na campanha contra o adversário João Paulo (PT).  

Avaliando o contexto em que Geraldo assumiu o comando da gestão municipal em 2012, após três mandatos petistas, Jarbas disse que o atual prefeito encontrou a prefeitura “um caos”, mas teve “cuidado e equilíbrio” para reorganizar a gestão. 

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“Você teve um problema que eu não tive, foi eleito e entrou [na prefeitura] numa crise [econômica] sem precedentes, como nunca se viu. Ninguém no Brasil encontrou uma prefeitura mais em estágio de esculhambação do que você encontrou aqui. Uma administração petista que levou a cidade ao caos”, disparou o parlamentar no programa exibido nessa quinta-feira (8).   

Corroborando o peemedebista, Geraldo Julio disse que foi difícil “começar arrumando a casa”. “Deu um trabalho danado para sair consertando o que estava mal feito. Era tanto problema que não deu para resolver tudo”, disse. “Com muito aperto nas contas e força de vontade”, acrescentou o candidato à reeleição. 

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Um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), divulgado nesta semana, revela que Pernambuco é o estado onde mais prefeitos que estão aptos para disputar à reeleição vão concorrer ao pleito deste ano. De acordo com os dados organizados pela entidade, 88,28% dos 128 gestores que cumprem o primeiro mandato vão disputar a recondução à vaga. Entre eles estão os prefeitos do Recife, Geraldo Julio (PSB); de Paulista, Júnior Matuto (PSB) e o de Garanhuns, Izaias Régis (PTB). 

Já o número de desistência entre os pernambucanos é de 10,94%. A maioria deles justifica o fim da participação na administração das cidades pelas medidas impopulares que precisaram tomar para superar a crise econômica. Os gestores de Moreno, Adilson Filho (PSB); Goiana, Fred Gadelha (PTB) e Santa Cruz, Gilvan Sirino (PR) são exemplos disso.

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No país, o quantitativo de postulações à reeleição é de 68,79% de 2.768 prefeitos. O percentual deste ano é inferior aos apresentados em 2008 e 2012, quando 76,90% e 73,23%, respectivamente, dos gestores compatíveis com a legislação participaram do pleito. 

O número dos pernambucanos vai, inclusive, de encontro aos índices apresentados por outros estados. Dos 25 entes federativos, em 16 o percentual não ultrapassa os 70%. O maior número de candidaturas está em Minas Gerais, onde 448 prefeitos vão disputar a recondução ao Executivo municipal. O número, entretanto, representa 68,9% dos 658 que estariam aptos a voltarem às urnas em outubro. Em São Paulo, o quantitativo é de 313, equivalente a 66,31% dos prefeitos de primeiro mandato.

A amostra constata que nas regiões Sul e Sudeste há uma maior desistência dos gestores, enquanto no Norte e Nordeste existe um interesse mais latente pela manutenção dos cargos. "Isso só pode ser consequência da crise financeira que assola as prefeituras, pois, ao contrário das regiões Norte e Nordeste que estão mais acostumadas a gerir as cidades com falta de recursos, as regiões mais desenvolvidas enfrentam dificuldades na administração dentro da conjuntura", analisa a Confederação.

As constantes denúncias de políticos envolvidos com escândalos de corrupção têm deixado os eleitores do Recife e mais quatro cidades da Região Metropolitana – Olinda, Paulista, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes – irritados com a classe. De acordo com uma análise feita pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o  Jornal do Commercio, 79,5% da população tem conhecimento sobre os atos ilícitos da categoria e  19,4% diz estar alheia ao cenário.

Dos mais de 79% dos entrevistados, o que mais chama atenção são as punições que eles sentem vontade de conceder a cada político que articula, por exemplo, para o recebimento de propinas, como é o caso dos envolvidos com a Lava Jato, esquema de irregularidades nos contratos da Petrobras. De acordo com a pesquisa, a maioria (24,6%) defende a prisão dos corruptos, mas outra parcela (23,2%) tem uma concepção mais dura de punição e deseja matar, decapitar ou explodir a classe. 

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Mais de 12% acredita que não votar é a melhor medida corretiva, 8% querem retirá-los dos cargos e 5,4% afirmam que mudar de cidade seria a melhor solução. Apesar das opções mais rígidas, o espírito de piedade para com os que cometem atos ilícitos também é mencionado quando 1,4% dizem sentir vontade de orar por eles. 

O cenário também reflete no interesse da população pelo assunto. Apenas 19,5% dizem gostar de política e 15,8% estão interessados no debate. Em contrapartida, 80,5% dos entrevistados não gostam da área e 84,2% não se interessam por política. O índice negativo também é grande quando o quesito é irritabilidade. Mais de 80% dos entrevistados afirmam estar irritados com os políticos, enquanto 18,7% pontuam que não sentem nada.

Boa parcela desta irritação também tem haver com a crise econômica instalada no país. Dos que responderam ao IPMN, 86,5% acreditam que existe uma instabilidade da economia no Brasil e deles 89,5% disseram que a crise tem os deixado irritados com os políticos. Para 57,2% dos entrevistados, a crise prejudicou muito a vida deles; 35,8% o impacto foi pouco e 6,9% não sentiu o declínio econômico nacional. 

“O impacto da crise é forte na política. As pessoas responsabilizam os políticos pela instabilidade do país e observam as seguidas denúncias de envolvimento deles em atos de corrupção. Os eleitores estão de fato com raiva dos políticos”, observa o cientista político e coordenador do IPMN, Adriano Oliveira. 

A pesquisa foi a campo nos dias 25 e 26 de julho para analisar a cultura política dos eleitores. O IPMN ouviu 816 pessoas dos municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Cabo de Santo Agostinho. O nível de confiança do levantamento é 95% e a margem de erro estimada de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

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Embora o Planalto tenha evitado falar em negociação separada com o governo do Rio de Janeiro, a tendência é que a Fazenda feche acordos diferenciados com Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, Estados que se encontram em situação financeira mais calamitosa. "A situação deles é muito difícil. Será inevitável uma negociação separada. Não há como não ter acordo específico para esses Estados", disse um integrante do governo ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

O governo federal tem preocupação de que o decreto de calamidade financeira, feito ontem pelo Rio, cause efeito dominó nos outros Estados, o que poderia criar uma "conturbação social". A União deve mesmo socorrer os Estados, mas apresentando como contrapartida um pacote disciplinar adicional.

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A crise financeira desses Estados é tão grave que a contraproposta apresentada pela equipe econômica para alívio de curto prazo nas finanças dos governos estaduais não resolve o problema individual de cada um dos três. Em reunião com os secretários de Fazenda dos Estados, na semana passada, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, indicou que o governo vai buscar uma solução individual para os três, mas fechará as portas para uma nova negociação sobre o endividamento.

Os índices negativos relacionados ao panorama da economia brasileira preocupam. Eles chegam ao mercado financeiro, afetam empregos, causam demissões e levam para baixo o desejo de consumo. Nem o fio de esperança revelado ao LeiaJá pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) - em quem dados apontam um crescimento considerável no número de formalização dos microempreendedores individuais (MEIs) - pode representar, na atual realidade econômica dos brasileiros, uma certeza de que as coisas estão melhorando.

Números solicitados pelo LeiaJá junto ao Sebrae mostram que em abril deste ano, mais de 197 mil empreendedores se formalizaram como MEIs, enquanto no mesmo mês do ano passado a quantia de formalizações foi de exatamente 165.201 registros. Comparando os números, é identificado um aumento de 19% na análise entre 2015 e 2016. Mesmo percentual registrado somente no Recife, quando neste ano mais de 51 mil empresários formalizaram seus negócios. Porém, de acordo com o analista do Sebrae João Paulo Andrade, a maioria desses empreendimentos nasceu pela necessidade e não através de oportunidades.

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Na prática, quem empreende necessidade não se planeja o suficiente ou pensa em algo inovador para ganhar destaque no mercado. O único objetivo desses empreendedores é ter retorno financeiro o mais rápido possível. “Quando você empreende por necessidade, o negócio fica mais fadado ao fracasso. Acaba sendo mais do mesmo no mercado e o público não arrisca comprando um produto tradicional em uma nova empresa. Empresas de sucesso se planejam. Não dá para abrir um empreendimento com menos de cinco meses de planejamento”, explica o analista do Sebrae.

Se de repente um negócio já entrou no mercado e não foi planejado da forma como deveria ser, é preciso pensar numa solução que, apesar das dificuldades, gere sobrevivência para o empreendimento. “Se o empresário não fez um estudo de mercado, não sabe quem são seus concorrentes ou apenas pensa em ganhar dinheiro, ele precisa, rapidamente, pensar em algo diferente. É preciso oferecer algo diferente, como por exemplo, uma promoção que se diferencie do que já está no mercado”, orienta o analista.

Outro número constatado pela Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) pode até parecer esperançoso, mas, assim como os índices de formalização, não representa resultados positivos concretos. De acordo com a Jucepe, tomando como base o mês de janeiro deste ano, foram abertas quase 5.700 empresas, enquanto 2.403 fecharam. Apesar da quantidade superior de aberturas, a orientação de alguns economistas é para que os empresários ou futuros empreendedores tenham bastante cautela na hora de abrir um negócio.

Para o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), Rafael Ramos, o momento econômico do País continua em extrema dificuldade, principalmente pelas pesquisas que apontam baixa no índice de consumismo. “Não é uma boa época para abrir negócios. O fator crédito está difícil, tanto para retirada nos bancos, quanto para a própria utilização das pessoas. São muitos índices de desemprego e a inflação está em alta. Se um cidadão ficou desempregado e de repente pensa em investir o seguro desemprego em algum empreendimento, é melhor ter cautela e esperar o momento certo”, aconselha Ramos.

Uma inesperada crise política surpreendeu os mercados nesta segunda-feira, 23, que terminou com queda das ações negociadas em Bolsa de Valores no Brasil. A revelação de uma conversa do ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugerindo um pacto para conter o avanço da Operação Lava Jato terminou com o pedido de licença (tecnicamente, pedido de exoneração, segundo Jucá), cedendo às fortes pressões ao longo do dia. O Índice Bovespa fechou em queda de 0,79%, aos 49.330,42 pontos. Foi a quinta baixa consecutiva da bolsa brasileira.

Na conversa entre Jucá e Machado, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro diz que é preciso "estancar a sangria", no que seria uma referência à Lava Jato. Em entrevista coletiva concedida ainda pela manhã, Jucá disse que não há nada de ilegal em sua fala e que o jornal tirou suas declarações do contexto. Afirmou, por exemplo, que o termo "sangria" se referia à paralisia do governo Dilma, que aprofundava a crise econômica.

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O fato gerou uma série de reações entre partidos, aliados do governo ou de oposição, e a permanência do ministro passou a ser questionada. PDT e Rede Sustentabilidade estariam entre os primeiros partidos a pedir a saída de Jucá. Na base aliada, a avaliação era de que a revelação da conversa gerou grave prejuízo à imagem do governo e que a permanência de Jucá era insustentável. Ao final da tarde, o ministro anunciou a saída, que pode ser irreversível.

No pior momento do dia, o Índice Bovespa chegou a cair 2,07%, penalizado não apenas pelo cenário político, mas também pelo cenário internacional desfavorável. O petróleo operou em queda durante todo o dia, em meio à volta das preocupações com o excesso de oferta no mercado da commodity. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho caiu 0,75% (-US$ 0,35), a US$ 48,37 o barril. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para julho fechou em queda de 0,68% (-US$ 0,33), a US$ 48,08. Com isso, as ações da Petrobras fecharam em queda de 2,56% (ON) e 4,49% (PN).

Já o minério de ferro caiu 5,4% no mercado chinês, mas não impediu as alta de 2,19% (ON) e 0,88% (PNA) das ações da Vale, que seguiram a recuperação de outras mineradoras pelo mundo.

O Brasil é líder mundial em geração de desemprego, aponta estudo do Instituto Teotônio Vilela, do PSDB. No ano passado, 2,6 milhões de brasileiros perderam empregos, o maior volume absoluto registrado num conjunto de 59 países. "E não parou", diz o presidente do instituto, José Aníbal. "Em janeiro, fevereiro e março devemos ter tido devastação suplementar."

O estudo aponta que em nenhum país analisado houve reversão tão abrupta do mercado de trabalho em tão pouco tempo. No período, o total de desempregados saltou de 6,5 milhões para 9,1 milhões. "O Brasil aparece no ranking à frente de países cuja situação política, econômica e social é muito mais conturbada que a nossa."

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O segundo colocado é a Nigéria, que sofre com o terrorismo do grupo Boko Haram e amarga efeitos da queda do preço internacional do petróleo. Lá, 2,4 milhões de pessoas perderam o emprego. Em seguida vêm a Rússia, alvo de sanções econômicas, com 276 mil novos desempregados, e o Irã, com 261 mil. A Índia, com crescimento de 179,9 mil desempregados, fica no oitavo lugar - a população do país é seis vezes maior que a brasileira. "Isso indica a gravidade dessa crise", diz Aníbal. "As empresas demitem e não veem horizonte de retomada."

A amostra leva em consideração países da Europa, membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), economias mais desenvolvidas e América do Sul - com exceção da Bolívia, que não tem dados para 2015.

O Brasil é destaque também em relação à proporção da população. O índice passou de 6,5% para 9%. Por esse critério, o País registra o segundo pior dado do mundo. O primeiro é o da Nigéria, onde avançou 4 pontos porcentuais. No grupo de 59 países, 42 registraram estabilidade ou queda da taxa de desemprego.

"É o esperado", diz o professor José Alberto Ramos, da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, o desempenho se deve à desaceleração econômica. "O PIB do Brasil é um dos que mais caem no mundo, então o resultado é necessariamente o aumento do desemprego." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), defendeu, nesta segunda-feira (18), a criação de uma agenda positiva que aponte para a construção de bases para a retomada do crescimento econômico do País. Ao participar de um encontro promovido pelo Grupo de Líderes Empresarias de Pernambuco (LIDE-PE), o socialista ponderou a necessidade de diálogo entre os agentes públicos e união nacional para superar a conjuntura. 

“É importante todos nós desarmarmos os espíritos. Ninguém chegará a algum lugar sem o mínimo de unidade nacional”, cravou. Paulo Câmara é um dos gestores estaduais a defender o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). “Esse governo já não estava conseguindo dar respostas”, acrescentou.

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Avaliando a crise econômica nacional, o governador pontuou que o Estado se preparou para enfrentar os desafios econômicos de 2016. "A partir do momento que houver uma clareza do ambiente econômico e uma confiança de que o Brasil vai voltar a caminhar bem, eu não tenho dúvida que seremos um dos Estados mais beneficiados", avaliou. "Tão logo haja um sinal de melhoria do cenário econômico, Pernambuco vai ser um dos primeiros a dar respostas", completou Câmara.

Na sequência, Paulo Câmara afirmou que manter o equilíbrio das contas públicas, a realização de reformas estruturais e a intensificação das parcerias com o setor privado são pontos fundamentais que devem estar presentes no debate da "agenda do futuro" dos governantes. 

Além disso, o gestor também reforçou a necessidade melhoria da produtividade brasileira, que é uma das mais baixas do mundo, e a garantia dos avanços sociais. "Precisam ser mantidos e nós sempre temos que ampliar os investimentos nesse setor. Não podemos trabalhar mais pensando apenas em um núcleo da sociedade. Nós precisamos trabalhar para todos", grifou Câmara, que também aproveitou o encontro com empresários para fazer um balanço da economia local.

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores se reúne, nesta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro para tentar alinhar os discursos e definir as estratégias da legenda diante de temas polêmicos que vão ganhar fôlego na pauta do Congresso Nacional, como a reforma da previdência. Além das pautas remanescentes de 2015, como a crise econômica e o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). 

Os líderes do governo no Senado, Humberto Costa, e na Câmara, José Guimarães, além do presidente nacional da legenda, Rui Falcão, dirigentes estaduais e integrantes de todo o diretório nacional participam do encontro que se estende até este sábado (27). 

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Com a expectativa de chegar ao Congresso Nacional até maio, a proposta que promove uma reforma previdenciária no país tem gerado discussões entre os parlamentares, tanto da oposição quanto da base governista. 

Mesmo assim, a presidente tem se colocado à disposição para “encarar a reforma da Previdência” e dizer que “não é possível que a idade média de aposentadoria no Brasil seja 55 anos”, já que a expectativa de vida dos brasileiros está aumentando. Apesar disso, as modificações no setor dividem o PT e diversos movimentos sociais.

Dentro da reforma, deverão ser debatidos os seguintes temas: demografia e idade média das aposentadorias; financiamento da Previdência Social: receitas, renúncias e recuperação de créditos; diferença de regras entre homens e mulheres, pensões por morte; Previdência rural: financiamento e regras de acesso; regimes próprios de Previdência e convergência dos sistemas previdenciários.

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