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Líder do Democratas na Câmara Federal, o deputado Mendonça Filho avaliou, nesta terça-feira (25), que a presidente Dilma Rousseff (PT) “demorou” para reconhecer a gravidade da crise econômica no Brasil. Em entrevistas recentes, a petista pontuou que “não teremos uma situação maravilhosa em 2016” e disse ter levado “um susto” com o cenário econômico mundial.

Para Mendonça, “a demora em reconhecer situação caótica é sinal de incompetência de um Governo”. “A presidente disse que levou muitos ‘sustos’ quando percebeu a crise econômica. Susto leva quem é despreparado. Quem se planeja, quem se organiza, não se assusta, não é surpreendido com uma situação tão grave. Os brasileiros que perderam seus empregos por conta da irresponsabilidade do governo petista estão mais que assustados. Estão pagando a conta pelo desgoverno Dilma”, disparou.  

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Segundo o parlamentar, a presidente conseguiu com sua administração destruir “a economia, gerando desemprego, inflação e foi omisso diante da corrupção”. E a política de “vale-tudo” adotada nas eleições em 2014 resultou na situação atual do país. 

“Surpreendido está o país com o discurso da presidente, que joga a culpa da crise no cenário externo. A verdade é que a crise é resultado da irresponsabilidade fiscal e econômica, de uma política baseada no vale-tudo para garantir a reeleição em 2014”, cravou.

O cenário econômico brasileiro não é o pior já enfrentado na história do País e nem está o Brasil sozinho na crise, afirmou o empresário Abilio Diniz durante um congresso em São Paulo. Ao iniciar um discurso sobre gerenciamento de crises para uma plateia de executivos do varejo, Abilio avaliou que a China está "sofrendo um tranco" e disse que o momento que vive o país asiático afeta o mundo inteiro.

"O governo chinês não divulga muito o que esta acontecendo, fui pra lá pra trabalhar com o Carrefour e, de fato, a China está sofrendo um tranco pesado", afirmou. "Vamos ver como vai ser a aterrissagem, se vai ser 'soft' ou mais barulhenta, mas o tamanho da China faz com que isso mexa com o mundo inteiro", acrescentou.

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Sobre o Brasil, o empresário afirmou que o País vive uma crise de ceticismo, de falta de confiança. "Fundamentalmente essa é uma crise política, muito mais do que econômica", declarou. "Se tivermos tranquilidade política, a crise se resolve, não com grande facilidade, mas se resolve", completou.

Na avaliação de Abilio, os fundamentos da economia brasileira seguem sendo sólidos e investidores estrangeiros mantém interesse no País uma vez que "o Brasil está barato". "O nosso déficit é baixo, é claro que tem que ser estancado, mas é pequeno e ainda há fundamentos sólidos da economia", completou. O empresário pediu "união" dos brasileiros. "A hora em que superarmos a crise política através de união dos brasileiros, vamos superar crise com certeza".

Durante sua palestra no Latam Retail Show, Abilio falou ainda sobre a superação de crises em sua carreira. Ele relembrou períodos de tensão nos anos 90 no Grupo Pão de Açúcar e a disputa com os sócios do Casino. O empresário concluiu dizendo que está "realizado, voltando ao varejo e às origens" com o Carrefour.

O Governo de Pernambuco anunciou, nesta segunda-feira (24), um corte de mais R$ 600 milhões nos gastos da máquina pública. A divulgação do acréscimo no Plano de Contingenciamento de Gastos (PCG) foi feita no início da tarde, após uma reunião do governador Paulo Câmara (PSB) com os 26 secretários da gestão, a portas fechadas no Palácio do Campo das Princesas, que durou quase cinco horas. Com o novo montante, a redução estadual atinge a casa dos R$ 920 milhões só este ano. 

“Foi apresentado uma meta de mais R$ 600 milhões em economia em cima do que foi contingenciado no início do ano, de R$ 320 milhões. Já havia uma adequação em andamento. Hoje foi dito que é necessário acelerar até o final do ano”, explicou o secretário da Fazenda, Márcio Stefanni. Único membro da equipe estadual que conversou com a imprensa sobre o encontro, Stefanni pontuou que um plano com “medidas necessárias” foram apresentadas aos secretários que devem se reunir com a Fazenda nas próximas duas semanas para pontuar em quais setores serão reduzidos os gastos. 

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Segundo o secretário da Fazenda, o período atual – julho, agosto e setembro – é “o pior” para a arrecadação estadual e os ajustes serão discutidos em cima desta tese. “A arrecadação nominal, sem descontar a inflação, tem subido 4%. Quando colocamos a inflação de 9%, tem caído 5%. Hoje temos mais serviços para prestar com menos dinheiro”, detalhou. 

O anúncio do corte estadual acontece no mesmo dia em que o Governo Federal prevê a redução do número de ministérios. Questionado se as secretarias também seriam reduzidas, Stefanni afirmou que deveriam aguardar até o fim do ano para tomarem tais medidas. “A discussão sobre o tamanho do Estado neste momento ela ocorre, mas nós vamos esperar até o final do ano. Até porque temos alguns programas em andamento e que são tocados por determinadas secretarias, mas sim ela ocorre [a possibilidade de redução], há a possibilidade sim de readequação dos serviços prestados a população, mantendo os mais essenciais”, disse. 

Indagado sobre quanto tempo acreditava que o contingenciamento duraria, ele pontuou ser imprevisível. “Não há como dizer. Temos um ano totalmente imprevisível e uma crise econômica instalada, mas também política. Em fevereiro traçamos um cenário e infelizmente foi aquém do que se esperava”, acrescentou o secretário. 

Já se a falta de liberação do Governo Federal para as operações de crédito internacional interferiam no quadro, Stefanni alertou que a ordem de investimentos no estado já foram afetados. “Operações de crédito só podem ser realizadas em investimentos. Os investimentos já foram afetados. Lá no começo, a Lei Orçamentária prévia R$ 3 bilhões de investimentos, serão feitos R$ 1 bilhão”, observou, pontuando que no primeiro semestre foram investidos R$ 500 milhões. 

A afirmativa recente do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que seriam liberadas as operações de crédito para alguns estados não reanimou o secretário. “O ministro Levy já disse três vezes que ia reabrir a operação de crédito, vamos esperar a quarta”, ironizou. “É importante ressaltar que a economia em Pernambuco foi muito impactada pela crise da Petrobras e da Lava Jato. Tivemos em Pernambuco um dos maiores desempregos do Brasil. O Estaleiro parou de uma hora para a outra. Então a receita tem sido mais fraca do que nós esperávamos. Não se compra, não se consume então se arrecada pouco”, acrescentou, justificando. 

O prefeito de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Júnior Matuto (PSB), anuncia, nesta terça-feira (25), uma série de medidas para enxugar os gastos da máquina pública municipal. O anúncio acontece às 11h, na Câmara de Vereadores da cidade.

De acordo com a assessoria de imprensa, a previsão é de que sejam realizados cortes de pessoal e uma redução na remuneração de servidores com cargos comissionados. Ainda não há informações sobre o valor total dos cortes.

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Anfitrião da agenda da presidente Dilma Rousseff (PT) nesta sexta-feira (21), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), cumpriu o protocolo e participou de todos os eventos junto com a petista. Ao ser convidado para discursar durante a edição do Dialoga Brasil no Recife, o pessebista foi surpreendido com vaias entoadas por militantes petistas. As recepções negativas puderam ser confundidas com coros de “vai avançar, vai avançar, unidade popular” e aplausos.

Rebatendo as posturas petistas, Câmara iniciou o discurso condenando a intolerância. “Não vamos superar esta crise com intolerância em nenhum dos lados. Sou testemunha das conquistas que o país teve durante os últimos 30 anos”, cravou. “A partir de agora temos que garantir essas conquistas. Por isso que é importante termos ferramentas como esta (o Dialoga Brasil) onde a população pode se expressar e fazer com que se melhore ainda mais”, acrescentou.

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Sendo interrompido duas vezes por vaias, Câmara minimizou sua fala e concluiu se colocando, mais uma vez, à disposição da presidente para superar a crise econômica e política que o país vive atualmente.

“Quero mais uma vez dizer à presidente que o momento exige a unidade nacional. Pernambuco não vai se eximir para que o Brasil volte a crescer. Vamos trabalhar por um Brasil melhor”, concluiu.  

Ao lado de Dilma, Paulo Câmara participou nesta sexta-feira da inauguração de um trecho do eixo norte da Transposição do Rio São Francisco, em Cabrobó, no Sertão. E da reunião com empresários pernambucanos na Fiepe.

A família do representante comercial Ernesto Francisco Andrade é o exemplo do aperto vivido pelas famílias brasileiras que são obrigadas a reduzir o consumo para sobrar dinheiro para pagar as contas do fim do mês. Funcionário de uma empresa de materiais elétricos para construção civil que entrou em recuperação judicial, Andrade teve de reduzir gastos, mudar hábitos de consumo e dar "pedaladas" no orçamento doméstico para manter um mínimo de conforto no dia a dia da família.

"Ainda bem que consegui quitar o carro (um Kia Sportage, 2007), mas a troca por um modelo mais novo vai ficar para depois", afirma Andrade. "As vendas caíram e a empresa passou a não cumprir prazos de entrega, e comecei a faturar bem menos, resultando numa queda de renda brutal."

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Segundo ele, "desde 2013, a coisa vem apertando, mas este ano, piorou demais". A saída foi usar criatividade e "jogo de cintura". "Em algumas contas, dou ‘pedaladas’. Se tem juros altos, como cartão de crédito, dou prioridade no pagamento, mas outras, menores, ficam para o mês seguinte e assim vou revezando para não deixar de pagar ninguém", conta. "A gente atrasa aqui e ali e vai levando."

O consumo da família também mudou. "Troquei as marcas de produtos de limpeza e de consumo na casa", diz Célia. Agora a família compra grandes quantidades em lojas de atacado. "O sabão em pó, por exemplo, eu compro embalagens de cinco quilos, que sai mais barato. Parei com o refrigerante e agora o negócio é o suco de saquinho." Segundo Ernesto até mesmo conseguir outro emprego está difícil. "As empresas mais conceituadas estão com o quadro formado", explica. "Vamos esperar que as coisas melhorem para que a gente volte a consumir, mas não vejo muitas mudanças em pouco tempo não", concluiu.

Nova realidade

Em Fortaleza, Clébia Nobre, dona de uma pequena confecção de roupas masculinas no bairro Serrinha, deixou a Coca-Cola de lado e substituiu pelas "tubaínas", como são chamados os refrigerantes de marcas menos conhecidas. O sabão em pó que lavava a roupa da família - ela, o marido e as duas filhas menores - também foi trocado. De olho mais atento ao orçamento, Clébia deixou de lado a fidelidade a certas marcas de produtos.

Até pouco tempo atrás, a situação financeira da família era ótima. Em 2011, Clébia até ampliou a confecção, mas, com o aumento no custo de vida, a família começou a enfrentar alguns problemas financeiros. "A gente aperta o supérfluo e gasta o essencial. É melhor do que ter dívidas para o futuro."

Professora da rede municipal de Fortaleza, Christiane Costa também teve de fazer ajustes no orçamento para não acumular dívidas. "Como as coisas estão piorando cada dia, a situação da classe média está no corte de despesas. Marcas caras nem pensar." Para continuar bancando o combustível do carro usado para ir ao trabalho e para os passeios com a filha, ela reduziu o consumo de certos alimentos, como peixe, feijão verde e algumas frutas. Além da gasolina, outra conta que tem pesado é a de luz.

Já para o administrador de empresas Glauber Henrique de Carvalho, que trabalha no setor de construção, é separado e tem uma filha, a crise ainda não chegou. Ele costuma planejar tudo. "O segredo é não gastar com besteira", diz. Carvalho usa um software para administrar as contas pessoais. "Às vezes, pagamos caro por um produto, mas na verdade, estamos pagando pela marca." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com dez minutos de duração o Partido dos Trabalhadores (PT) exibirá nesta quinta-feira (6), em rede nacional de rádio e TV, sua propaganda partidária. Na veiculação, lideranças petistas como o ex-presidente Lula, a presidente da República, Dilma Rousseff e o presidente nacional da legenda, Rui Falcão. abordarão à crise econômica vivenciada no Brasil e defenderão à gestão atual. 

Logo no início da gravação, o ator José de Abreu inicia a propaganda pontuando as escolhas que às pessoas devem fazer. “Todas às vezes que enfrentamos uma crise escolhemos dois caminhos: o da esperança e o do pessimismo”, pontua. 

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Outros atores e atrizes frisam que há anos a legenda evita a chegada da crise ao País. “Durante seis anos os governos do PT conseguiram retardar a chegada de uma crise econômica no Brasil. Hoje, o País vive problemas passageiros na economia, e tem gente tentando se aproveitar disso para criar uma crise política. Uma crise política podia trazer efeitos bem piores do que uma crise econômica”, relatam.

A propaganda faz um apelo pedido que a sociedade “não se deixem enganar pelos os que só pensam em si mesmo”, enquanto exibem imagens de políticos da oposição como o senador Aécio Neves (PSDB), o deputado federal Paulinho do Força (SDD) e o senador Ronaldo Caiado (DEM), entre outros.

Em defesa da gestão de Dilma, Falcão faz questão de dizer que a crise existe por toda a parte e não apenas no Brasil. “Tem gente dizendo que só existe crise no Brasil, mas as manchetes provam que há crise em toda a parte. Os que tentam restringir a crise ao Brasil querem mesmo é enfraquecer o governo e tumultuar a política. Uma coisa é cobrar e criticar o governo, outra, bem diferente, é tentar desestabilizar um governo eleito democraticamente. Isso não podemos admitir jamais”, cravou.

O presidente nacional do PT também aproveitou a veiculação para mandar um recado aos concorrentes no pleito de 2014. “Aos que não se conformam com a derrota nas urnas só pedimos uma coisa: juízo, pois o povo saberá defender a grande conquista de todos os brasileiros: a nossa nova e vibrante democracia”, destacou. 

Outro líder que integra as veiculações é o ex-presidente Lula. “Temos tudo para ter um futuro melhor do que o nosso presente e muitíssimo melhor do que o nosso passado. Problemas econômicos se resolvem com políticas corretas e corajosas, não com oportunismo. Eu mesmo fiz um ajuste na economia e depois o Brasil ficou muito melhor. O mais adequado é unir e superar a crise com quem já fez muito. Esse é o caminho mais rápido”, sugeriu. 

A presidenta Dilma também participa do vídeo e promete que o Brasil voltará a crescer. “Estamos atualizando as bases da economia e vamos voltar a crescer com todo o nosso potencial”, garantiu. “Quem pensa que nos falta energia e ideias para vencer os problemas, está enganado. Sei suportar pressões e até injustiças. Eu tenho o ouvido e o coração neste novo Brasil que não se acomoda”, disparou a petista. 

Confira a propaganda na íntegra abaixo:

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que a falta de credibilidade e a instabilidade política do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) impedem uma solução de curto prazo para a crise da economia brasileira. Segundo o tucano, o Brasil tem um "desgoverno" agravado ainda mais pelos desdobramentos da Operação Lava Jato. 

"Lamentavelmente vivemos uma política econômica extremamente grave e que, na verdade, impede uma solução de curto prazo pela absoluta instabilidade do governo. O Brasil tem um desgoverno. As coisas já não caminham minimamente na direção correta porque falta ao governo autoridade, falta ao governo credibilidade. E isso não se conquista com palavras vazias, com discursos de boas intenções. E as ações do próprio governo e das empresas do governo federal só agravam este descrédito", declarou o tucano após se reunir com a bancada nessa terça-feira (4). 

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Para o senador, a presidente precisa assumir sua responsabilidade pela grave crise na qual seu governo mergulhou o país. Sem isso, avalia, ela terá grandes dificuldades para governar. "A presidente Dilma tem que governar o Brasil, tem que assumir esse mandato e para isso é fundamental que ela faça mea culpa, que ela pare de dizer que a responsabilidade com o que ocorre no Brasil é responsabilidade da crise internacional ou é da seca do Nordeste", disse.

"Enquanto a presidente não olhar para os brasileiros e dizer a verdade, ela terá muitas dificuldades para recuperar aquilo que é essencial para quem governa: confiança, credibilidade. Momentos difíceis todos os governos passam por eles, mas se as pessoas olham para a presidente da República e não enxergam ali verdade, sinceridade no que diz, certamente a confiança vai se distanciar cada vez mais", acrescentou. 

Oposição quer saber se Petrobras mentiu para investidores nos Estados Unidos

Aécio Neves, afirmou ainda que a oposição vai solicitar acesso às informações prestadas pela defesa da Petrobras na ação coletiva movida por investidores estrangeiros contra a empresa na Corte de Nova York (EUA).  De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo, o juiz distrital do tribunal federal de Manhatan, Jed Rakoff, relatou que a empresa sustentou em sua defesa que os comunicados enviados ao mercado eram "mera publicidade". A ação coletiva movida por investidores nos Estados Unidos busca reaver os prejuízos causados a eles pela corrupção e pela ingerência política na empresa.

"Houve uma cobrança por parte do juiz em relação aos comunicados que a Petrobras ao longo do tempo vinha fazendo sobre boas práticas de governança, sobre padrões de ética inquestionáveis, sobre a condução dos seus negócios com transparência e integridade, essas são algumas das informações que a Petrobras lançou ao mercado norte-americano. E a defesa da Petrobras, qual foi? O advogado da Petrobras, em nome da nossa maior empresa, disse que essas informações eram apenas peças de propaganda. Isso é absolutamente grave", criticou o senador Aécio Neves.

De acordo com o presidente do PSDB, o pedido de acesso às informações será feito pelo vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antônio Imbassahy. "Se isso efetivamente se confirmar, é a constatação de que este governo, não satisfeito em mentir reiteradamente para os brasileiros, passa a mentir também para os estrangeiros, para aqueles que investem no país. E um governo que age desta forma cada vez se distancia mais do resgate da sua própria credibilidade", avaliou.

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Se há falta de dinheiro ou se os produtos estão cada vez mais caros, a culpa é toda dela: a crise. Ela também é a justificativa para o poder público cortar gastos e reduzir investimentos. A economia brasileira está desgastada e diversos setores não têm o que comemorar. Há quem diga que para diminuir o prejuízo, a população precisa evitar gastos supérfluos. Além disso, não diferente de setores como comércio, serviços e indústria, uma área que envolve desejo e prática sexual parece que também foi afetada pela crise, segundo fontes. De acordo com profissionais do sexo atuantes no Recife, a prostituição tem sofrido com a falta de dinheiro dos clientes.

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Figuras comuns nas madrugadas recifenses, garotas de programa e travestis não estão satisfeitos com a movimentação de clientes. Rebeka Delmer, de 29 anos, é uma dessas pessoas. Há três anos, a recifense se prostitui à beira de uma BR localizada no bairro do Engenho do Meio, Zona Oeste da cidade. Segundo Rebeka, o número de clientes caiu pelo menos 50%.

“Trabalho aqui neste ponto de terça a domingo, a partir das 17h. Na época boa, chegava a atender numa só noite no mínimo quatro clientes. Hoje, por causa desta danada da crise, se eu ficar com dois homens numa noite é muito. E olhe que meu preço é bom... Se for pra transar no carro, meu programa custa R$ 40. Agora, se for no motel, cobro R$ 50. Mas os clientes estão reclamando muito... Eles dizem que não têm dinheiro e às vezes querem transar até de graça”, conta a profissional do sexo. Veja o depoimento de Rebeka no vídeo a seguir:

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Era quase meia noite de uma terça-feira quando a reportagem do LeiaJá entrevistou Vanessa, de 22 anos. Seu ponto de prostituição fica próximo à Avenida Caxangá, nas imediações de um famoso supermercado. De acordo com a profissional do sexo, o local é estratégico e por isso ela sempre teve muitos clientes, porém, “por causa da crise econômica”, Vanessa revela que a quantidade de programas despencou. “Num dia bom, falando com muita sinceridade, eu fazia de 20 a 25 programas. Do começo do ano pra cá a coisa ficou tão ruim que hoje não chego nem a dez. O mês de maio mesmo foi horrível”, relata. A companheira de Vanessa, identificada como Larissa Borm, de 23 anos, também reclama do movimento. “Está muito fraco mesmo! A sorte são os clientes mais antigos. Mesmo assim, até eles estão me procurando com menor frequência”, diz Larrisa. Durante a entrevista que durou cerca de 40 minutos, nossa reportagem não identificou abordagens de clientes às profissionais do sexo. As duas profissionais cobram pelos programas de R$ 40 a R$ 70.

Reclamação também na Zona Sul

Bairro de forte atuação de prostitutas, Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, também tem garotas de programa que estão insatisfeitas com o movimento de clientes. A jovem Poliana, 18, que há três anos vende o corpo na Avenida Conselheiro Aguiar, revela que o número de clientes caiu mais de 50%. De acordo com ela, a reclamação dos clientes é constante. “Amor, não venho mais te procurar porque a crise chegou lá em casa... É isso o que muitos clientes estão me dizendo. O movimento está horrível! O povo está liso”, declara Poliana, afirmando faturar R$ 3 mil mensais. Antes, segundo ela, seu orçamento chegava a R$ 5 mil.

Oferecendo programas sexuais a partir de R$ 100, Tuane França (foto abaixo), de 22 anos, também culpa a crise pela falta de clientes. “Nunca vi um movimento assim. Caiu muito! Eles preferem gastar com outras coisas”, conta Tuane. A garota de programa também se prostitui na Conselheiro Aguiar.

De acordo com a presidente da Associação das Profissionais do Sexo de Pernambuco (APPS), Nanci Feijo, apesar de não existir um levantamento que detalhe queda no número de clientes das prostitutas, já se sabe, de maneira informal, que a crise afetou a prostituição no Recife. Segundo Nanci, durante as ações da APPS de distribuição de preservativos para as garotas, as equipes da Associação estão escutando muitas reclamações sobre a queda na clientela.

“Elas falam que realmente está ruim. Mas na verdade, a crise está afetando praticamente todos os setores da economia brasileira. O que ainda sustenta o orçamento das meninas são os clientes fiéis. As garotas novatas, principalmente que vêm do interior, estão tendo muita dificuldade para encontrar clientes”, diz a presidente da APPS.

Segundo dados da Associação, Recife tem atualmente, pelo menos, 290 prostitutas cadastradas na APPS. Porém, de acordo com Nanci, o número geral, incluindo as não associadas, é bem maior. A presidente revelou que nos próximos meses será realizado um novo levantamento a nível estadual para identificar a quantidade real de profissionais do sexo em Pernambuco.

 

Em reunião com a presidente Dilma Rousseff e ministros, em Brasília, nesta quinta-feira (30), os governadores se comprometeram a colaborar com o governo federal. O Palácio do Planalto propôs tanto a integração de ações dos gestores como a articulação junto às bancadas para promover as pautas de interesse dos Estados e União.

O principal objetivo é evitar que sejam aprovadas as propostas que preveem aumento de despesas, justamento o que mais os chefes dos Executivos estaduais e federal querem evitar neste momento de crise econômica e redução das arrecadações. “Resolvemos adotar uma postura mais ativa para conversar com as bancadas, porque, muitas vezes, elas ficam muito soltas. Na verdade, essa articulação é uma obrigação nossa, inclusive com as assembleias legislativas”, frisou o governador de Rondônia, Confúcio Moura, ao deixar o Palácio da Alvorada.

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Segundo ele, um dos grandes destaques da reunião foi o consenso sobre a necessidade de uma cooperação nacional pela segurança pública. “Foi um grito de alerta contra a violência, porque precisamos reduzir os homicídios, resolver a questão prisional e fazer um esforço pela diminuição dos acidentes de trânsito”, considerou.

Segundo o ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, a ideia é somar esforços. “Quanto mais integrados nós estivermos, melhor será o resultado”, frisou. De acordo com o ministro, a taxa de homicídios hoje no país é de 24,3% por cem mil pessoas. A meta é reduzir anualmente 5%.

Durante o encontro, segundo ministros e governadores, não se falou sobre pedaladas fiscais nem sobre a Operação Lava Jato. “O que nós ressaltamos aqui é que, numa democracia, existem forças políticas que nem sempre têm a mesma visão. Isso não significa que não possa estar junto. Neste momento, temos que procurar mais convergências e menos divergências”, sustentou Cardoso. “O interesse público deve estar acima das questões política e foi isso o que senti nessa reunião”, finalizou.

Para o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, a reunião foi positiva. “A gente espera que a questão econômica seja tratada, para que tenhamos condições políticas de gerar novamente confiança no país, porque isso é fundamental para a gente superar os desafios de 2015”, disse, ao sair do encontro.

Nos próximos meses, o governo pretender estreitar o canal de diálogo com os Executivos estaduais. “A presidente se comprometeu a realizar uma sistemática de reuniões, não sei se setoriais ou com todos ou individuais. A gente espera que daqui para frente a cooperação mútua seja cada vez mais presente, tanto a União com os governadores, como os governadores tendo a sensibilidade de ajudar a União num momento tão delicado, de grave crise fiscal e também política”, salientou.

Entre os temas que estiveram em pauta estava a reforma do Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços (ICMS), cuja proposta está em vias de ser votada pelos senadores, assim que retornarem do recesso na próxima semana. “Um dos pleitos nossos foi a constitucionalidade dos fundos de compensação. É obvio que há uma movimentação para a regularização desses depósitos que estão fora dos país. Mas foi unânime entre os 27 governadores a necessidade de mexer nessa legislação”, informou Câmara.

A crise econômica que atualmente atinge o país será o tema de discussão entre os prefeitos, na próxima terça-feira (28), durante a Assembleia Extraordinária da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Com o debate, os prefeitos pretendem traçar estratégias que possam bloquear a ampliação dos efeitos da crise.

Além da situação financeira das prefeituras, a reunião também vai abordar a organização para a mobilização que acontecerá no dia 5 de agosto, em Brasília, promovida pela a Confederação Nacional dos Municípios. O ato pretende pressionar o Legislativo e o Governo Federal quanto à aprovação do novo pacto federativo e de medidas que facilitem as gestões.

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Outra mobilização em pauta é o apoio que a Amupe está prestando para a vinda do Centro de Referência em Reabilitação Hospitalar Sarah Kubitschek para Pernambuco. O Movimento 'Sarah, vem pra Pernambuco' já sinalizou a doação do terreno para a construção da unidade nos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes e São Lourenço da Mata, todos na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Envolvido com a política nacional desde 1990, o deputado federal Raul Jungmann (PPS) avaliou a atual conjuntura do país e o cenário de instabilidade que vive o Congresso Nacional, nesta sexta-feira (24), em entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá. Na visão do parlamentar, o primeiro semestre na Câmara dos Deputados “foi pobre em soluções significativas” e o “segundo semestre será ainda mais tumultuado”. 

Vice-líder da bancada de oposição na Câmara, durante a conversa, Jungmann também disparou contra a postura do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e disse que não cederia a “possíveis pressões” que serão efetuadas por ele.  

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Ministro do Governo Federal entre os anos de 1996 e 2002, o deputado alertou ainda sobre a ausência de possibilidades para reverter a crise econômica, política e moral que o Brasil vive e pontuou que o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não seria a solução.

Veja a entrevista completa:   

LeiaJá (LJ) - Como o senhor avalia o primeiro semestre legislativo na Câmara dos Deputados?

Raul Jungmann (RJ) - Foi um semestre de muito trabalho e de muitos projetos votados, uma quantidade elevada até, mas uma qualidade bastante a desejar. A quantidade não fez jus à qualidade dos projetos. O principal deles foi o que a montanha pariu um rato: a reforma política. Na verdade, passou-se longe de uma reforma. Praticamente em nada mudou a política. Quando você vota um projeto de envergadura importante é preciso cumprir o mínimo de processos para se conduzir uma legislação com consistência e apresentar uma solução para as questões que aborda. Veja também o que aconteceu com o pacote fiscal. Você votava o ajuste por um lado e desajustava do outro. No final, as contas do país ficaram piores do que antes. O atropelo das votações e o ritmo frenético sem que você amadureça e organize as propostas, busque articulá-las e produzir consensos mínimos resulta nisso. O semestre foi pobre em soluções significativas. 

LJ - Foi um período favorável para a bancada oposicionista?

RJ - Em muitos momentos a oposição virou governo e por muitas vezes, ou quase a maioria, o governo virou oposição. O Congresso, particularmente a Câmara, viveu um parlamentarismo branco, pois ficou à frente da agenda política enquanto o Executivo e a presidente perderam o controle desta mesma agenda. Isso só veio a aprofundar a crise que hoje é política, social e econômica. Uma crise sistêmica e difusa. 

LJ - O que seria possível fazer para reverter essa crise que atinge o Brasil?

RJ - Com muito realismo, não há saída a vista. O governo não tem como fazer o ajuste, não tem controle da agenda política, está no chão em termo de popularidade e lida com a chamada Lava Jato, que alcança o partido do governo e membros do Executivo. Por aí não tem saída. 

LJ - O semestre encerrou com o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Como o senhor avalia essa postura?

RJ - Com muito repulso. Eduardo Cunha quer sempre confrontar, constranger e ameaçar quando encontra qualquer adversário. Ele costuma cobrar a aposta. Por isso mesmo ele se coloca como um fator de ampliação, reciclagem e aprofundamento da crise. Ele aglutina a crise ao confrontar os outros poderes da República e assumir uma postura emocional que o deixa isolado.

LJ - Defende que ele deixe o comando da Casa?

RJ - É preciso aguardar que se avancem as investigações a respeito dele no Ministério Público e Procuradoria Geral da República para se ter um juízo definitivo sobre o papel dele à frente da Câmara. Não aprecio a maneira como ele conduz a Casa e repito: ele é um fator de agravamento a crise, além de ter imposto uma série de projetos de forma atabalhoada e que não representava soluções. É preciso esperar um pouco mais para responder diretamente a essa pergunta. 

LJ - Cunha se colocou como oposição. A bancada vai encarar ele como integrante da oposição ou um adversário do PT independente? 

RJ - Ele sempre foi, disfarçadamente, oposição. Eduardo Cunha sempre se posicionou de uma maneira não declarada como oposição, ele apenas tornou isso algo transparente, às claras. Não há nenhuma novidade a esse respeito. Agora, se ele quer fazer oposição ao governo Dilma, deveria abrir mão de todos os cargos que tem no governo e deixar claro que a oposição que ele faz não é a Brasil, mas ao governo Dilma. Além disso, de uma vez por todas, ter a preocupação em separar as situações de presidente da Câmara de Deputados, que ele é.

LJ - O senhor tem receio de que Eduardo Cunha chantageie os parlamentares, com essa nova postura?

RJ - Eduardo Cunha é um mestre em fazer pressões. Veja como ele virou o resultado da maioridade penal numa madrugada, disparando telefonemas e pressionando aliados. Acredito que também cabe a Casa, que não é de jovens e adolescentes, resistir às pressões e ameaças. Comigo nenhuma coisa nem outra tem sucesso. Nunca cedi a nenhum tipo de apelo, pressão ou chantagem para mudar as minhas posições. Acredito que a Casa vá assumir a sua independência e dignidade, sem se deixar levar por pressão ou chantagens.

LJ - O segundo semestre na Câmara será pautado por temas como a reforma tributária e o pacto federativo. A bancada do PPS já tem um posicionamento formado a esses assuntos?

RJ - Com relação a alguns sim, em outros o PPS ainda está construindo o ponto de vista. Mas o que é preciso prestar atenção é que o segundo semestre será mais tumultuado do que o primeiro. Então, corremos o risco de termos novas votações dispersivas, inconclusivas, atabalhoadas e regressivas. Existem uns cem números de temas importantes que estão sendo tocados pelas comissões especiais, mas isso não é nenhuma certeza que vamos ter uma produtividade de qualidade na Câmara e no Senado. Afinal de contas, nesse momento o Congresso Nacional se encontra sobre forte pressão da opinião publica; sobre suspeição, pois não se sabe quem está fora ou dentro da Operação Lava Jato; com uma enorme fragmentação das bancadas; um governo minoritário e maiorias extremamente instáveis. Ter temas de grande importância nesse cenário não é salvaguarda, nem a garantia que eles terão uma solução legislativa adequada, antes pelo contrário.

LJ - Como o senhor avalia a autorização para a abertura de CPIs como a do BNDES?

RJ - A CPI do BNDES é proposta do meu partido, o PPS. Quem coletou as assinaturas foi o líder, Rubens Bueno. A CPI do Fundo de Pensão foi proposta da oposição. Agora abrir essas CPIs que são importantes e nós apoiamos do ponto de vista de Eduardo Cunha é uma retaliação, pois ele acha que o governo levou a Procuradoria a incluir o nome dele na Lava Jato.

LJ - E os pedidos de impeachment para a presidente Dilma, desarquivados por Eduardo Cunha?

RJ - É preciso dizer que para poder abrir processos de impeachment são necessários 308 votos. Eles não existem hoje. Podem vir amanhã, mas hoje esses votos não existem. Eles representam muito mais uma pressão, uma chantagem, uma retaliação do ponto de vista pessoal do presidente da Câmara para conter as investigações da Lava Jato, do que uma ação articulada da oposição. A oposição, até aqui, não tem articulado o pedido de impeachment, embora entenda que a presidente precisa ser investigada. A oposição tem sido responsável, ela não está retaliando. 

LJ - Impeachment da presidente seria realmente a solução para a crise no país?

RJ - Esse que é o centro da questão. De um lado a crise só tem se aprofundado, vai se aprofundar ainda mais e o governo não tem forças para sair. Do outro, você não tem nenhuma saída no presidencialismo para essa solução. Ficamos à espera do que venha a nos dizer a Justiça e a Procuradoria, para, se for o caso, avançar com um pedido de impedimento da presidente da República. Isso só poderá acontecer se de fato surgirem responsabilidades objetivas da presidente da República que venham a constituir crime. 

LJ - Quanto ao PPS, agora que foi descartado o processo de fusão com o PSB, como a legenda deve se pautar para as eleições municipais de 2016?

RJ - Nossa perspectiva principal é fazer o maior número possível de prefeitos e vereadores, além de ampliar o número de filiados. Para isso, o PPS conta hoje com um respeito muito grande, por ser um partido que há 12 anos está na oposição, não tem nenhum dos seus principais quadros envolvidos em escândalos do Petrolão ou do Mensalão, tem denunciado a corrupção e tem sido fiel ao seu eleitorado na medida em que prega o que diz e faz aquilo que prega. Nessas próximas eleições vamos crescer em todo o país.

LJ - E em Pernambuco há uma meta da legenda já traçada?

RJ - Nossa meta é concorrer com 25 candidatos a prefeitos e pelo menos 500 vereadores. Isso vai representar um salto numérico em comparação às eleições de 2012. Hoje não temos prefeitos, temos três vice-prefeitos e aproximadamente 43 vereadores. Esperamos fazer com que esse número seja duplicado e elejamos pelo menos cinco prefeitos. 

LJ - Acredita na possibilidade de uma aliança entre o PSB e o PPS para a disputa majoritária no Recife?

RJ - Ainda é cedo para dizer isso. Só será discutido e debatido pelo partido em 2016. Toda nossa energia agora está voltada para montar chapas de vereadores e prefeito. Alianças para a disputa do Recife e outras cidades só entrarão em pauta no próximo ano. 

RJ – Pretendem ter candidato à Prefeitura do Recife?

LJ - Não sei, podemos ter candidato ou não. Isso só será discutido em 2016.

A crise econômica que atualmente atinge o país será o tema de discussão entre os prefeitos, na próxima segunda-feira (28), durante a Assembleia Extraordinária da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Com a discussão, os prefeitos pretendem traçar estratégias que possam bloquear a ampliação dos efeitos da crise.

Além da situação financeira das prefeituras, a reunião também vai abordar a organização para a mobilização que acontecerá no dia 5 de agosto, em Brasília, promovida pela a Confederação Nacional dos Municípios. O ato pretende pressionar o Legislativo e o Governo Federal quanto à aprovação do novo pacto federativo e de medidas que facilitem as gestões. 

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Outra mobilização em pauta é o apoio que a Amupe está prestando para a vinda do Centro de Referência em Reabilitação Hospitalar Sarah Kubitschek para Pernambuco. O Movimento “Sarah, vem pra Pernambuco” já sinalizou a doação do terreno para a construção da unidade nos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes e São Lourenço da Mata, todos na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

A forte correção nos mercados acionários chineses pode ser reflexo de uma desaceleração mais ampla do gigante asiático. Nesse cenário, um dos principais riscos de contágio para a economia global e em especial para exportadores de commodities, como o Brasil, é que o governo da China se veja forçado a desvalorizar sua moeda, afetando os preços de insumos básicos.

A preocupação é que a queda das bolsas reflita um cenário de lucros menores das empresas e também acabe provocando falências de algumas instituições financeiras menores que estão mais expostas, afetando assim a atividade econômica. Para o estrategista global do Macquarie Bank, Thierry Wizman, os múltiplos de mercado atingidos pelas bolsas chinesas antes da atual correção certamente sugerem que elas estavam em território de bolha. Essa situação foi estimulada pela promessa de mais liquidez vinda do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), à medida que a economia dava sinais de que não iria atingir as metas de crescimento para este ano.

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"Isso tem a ver com o fato de que, apesar das recentes injeções de liquidez, a economia não acelerou. É possível ver isso em outras variáveis, como os preços do minério de ferro, a cotação do dólar australiano, etc", comenta Wizman. Para o estrategista da Post-Bric Asset Management, Marcelo Ribeiro, os desdobramentos no mercado acionário também são parte de um movimento mais amplo de estouro da bolha chinesa. "O governo tem tentado fornecer estímulos monetários, mas em vez de esse dinheiro ter ido para a produção, ele foi para especular em bolsa e outros instrumentos. Muitas empresas estavam lucrando mais com ações do que com sua operação, assim como aconteceu com a bolha do Japão (no final dos anos 1980) ou do Nasdaq (também chamada de bolha do Ponto Com, no início dos anos 2000)", afirma.

O especialista em direito bancário, mercado de capitais e sócio do escritório Leite, Tosto e Barros Advogados, Flávio Maldonado, diz que é difícil determinar se uma bolha existe e se está prestes a estourar. "Algumas vezes ouvimos falar de bolhas e elas não se concretizaram. O fato é que nós estamos vendo uma forte correção de preços nos mercados chineses", aponta. Ele lembra que, desde a crise financeira internacional de 2009, a noção de deixar o mercado se ajustar livremente perdeu apoio. "A instituição que atua como emprestador de última instância precisa corrigir os desvios, senão a crise é muito dramática".

Contágio Wizman, do Macquarie, lembra que os mercados chineses de renda variável são muito fechados para os investidores estrangeiros, mas acredita que o atual movimento pode ter impactos em outras regiões por canais indiretos, via queda na confiança de empresas e consumidores, que assim afetaria o crescimento econômico. "O Brasil e outros mercados emergentes definitivamente vão sofrer, especialmente se a China for forçada a enfraquecer sua moeda", explica. Essa é a mesma preocupação de Ribeiro, da gestora Post-Bric.

Ele afirma que as exportações chinesas apresentam queda real na comparação anual, em função do relaxamento quantitativo na zona do euro, que torna os produtos europeus mais competitivos, e também devido ao atrelamento do yuan ao dólar. Com a valorização da moeda norte-americana desde o fim do ano passado, a divisa chinesa também subiu, mesmo essa paridade sendo calculada diariamente pelo PBoC.

"Na medida em que a economia perde capacidade de exportação, cresce a pressão para que o governo desvalorize a moeda. Se isso acontecer, as commodities vão tomar um forte golpe e aí podemos dizer que a crise brasileira nem começou. Essa seria a mãe de todas as crises", alerta Ribeiro. Em fevereiro, o Bank of America Merrill Lynch já tinha divulgado relatório afirmando que esse era o maior risco de cauda para este ano, já que reduziria o poder de compra dos chineses, "o que seria muito negativo para o já combalido setor de commodities".

Para Ribeiro, o problema nos mercados chineses não é mais um "risco" para o Brasil, e sim "uma realidade". Ele chama atenção para a forte queda de commodities como o cobre e o petróleo na semana passada. "Quando as commodities caem como aconteceu, a única explicação é China, não tem outro motivo".

O executivo-chefe da boutique de investimentos Latam Access, Nilsson Strazzi, também afirma que o estouro da bolha chinesa teria impacto direto nas commodities e no Brasil. "O contágio é total, pois somos reféns das commodities". Ele aponta que a queda nos preços das commodities já é maior que o efeito da desvalorização cambial, que poderia dar mais competitividade aos produtos brasileiros. Na opinião dele, a chance de o PBoC desvalorizar a moeda é grande. Entretanto, se isso levar a uma melhora nas perspectivas de crescimento, poderia acabar tendo um efeito líquido positivo nos preços das commodities.

Contexto

Desde meados de junho, os mercados acionários chineses caíram quase 30%, na mais intensa sequência de baixa desde 1992. Com isso, o valor de mercado das companhias listadas recuou cerca de US$ 2,5 trilhões, ou dez vezes o PIB da Grécia, para se ter uma noção. O movimento já é comparado com a quebra das bolsas norte-americanas em 1929 e as ações do governo chinês para tentar acalmar os investidores só alimentaram o pânico.

Apesar da queda atual, as bolsas chinesas ainda estão 80% acima dos níveis observados no meio do ano passado. Além disso, a fatia das empresas (taxa de free-float) que é listada no mercado acionário representa apenas um terço do PIB da China. Em economias desenvolvidas, o porcentual chega a superar 100% do PIB. Menos de 15% das economias das famílias estão investidas em ações, ou seja, a queda da bolsa tenderia a não afetar o consumo.

Os problemas nos mercados chineses também estão relacionados a questões regulatórias. Com o mercado muito alavancado, algumas corretoras aumentaram as exigências de margens e muitos participantes que haviam tomado empréstimos para comprar ações foram obrigados a vender seus papéis para cumprir as novas regras. Em uma tentativa de estancar a sangria, o governo adotou diversas medidas. As maiores corretoras do país anunciaram neste fim de semana um pacote de 120 bilhões de yuns para comprar ações, com apoio indireto do banco central, e uma meta de levar o índice Shanghai Composite para 4.500 pontos, do patamar atual de 3.730 pontos. Mas com um giro diário de quase 2 trilhões de yuans, o efeito positivo nos mercados durou apenas um dia.

Além disso, quase 30 empresas que tinham ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) foram incentivadas a adiar os planos. Outro expediente que tem sido usado são as interrupções de negociações com determinados papéis, solicitadas pelas próprias empresas. Mais de 700 companhias, de um total de aproximadamente 2,8 mil empresas listadas, já pediram para que as operações fossem suspensas, sendo quase 200 só esta semana.

A maioria desses pedidos de suspensão ocorreu em Shenzhen, mercado que é dominado pelas empresas de menor porte, as chamadas small caps. Diferentemente de outras grandes bolsas, que são dominadas por gestores profissionais, na China os investidores de varejo - muitas vezes pouco instruídos - representam quase 85%. Eles preferem as small caps, já que a negociação com as blue chips é controlada pelos grandes players. Entretanto, isso aumenta a volatilidade.

Candidata derrotada no primeiro turno da última eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva afirmou nesta sexta-feira, 26, que o agravamento da crise econômica ocorreu por "ações erráticas praticadas pelo atual governo".

"Todas as vezes em que promessas mirabolantes são feitas e não são cumpridas, há uma tendência para o retrocesso. Aqueles que prometem o céu e entregam menos que as montanhas acabam contribuindo muito para que os retrocessos aconteçam", disse ela em rápida entrevista após palestra na Câmara dos Vereadores do Rio.

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A ex-senadora, que foi homenageada com uma medalha, disse que aguarda o registro da Rede para contribuir com o que chamou de "atualização da política". "Se fala muito de reforma política, mas ela não vai ser primeiro das estruturas. A reforma tem que ser das posturas", declarou. Ela não quis falar de eventual nova candidatura. "Isso eu não sei. Vou participar do processo político como cidadã em 2016, mas ainda não sei como será minha contribuição, se na militância, com candidatura ou sem."

Para Marina, o quadro atual do País é de "profunda gravidade". "Eu dizia repetidas vezes que o atraso na política ia nos levar a perder o pouco que ganhamos e a oportunidade de fazer avanços. Esse é um momento que requer de nós muita responsabilidade. Olhar os problemas no mérito. Não simplesmente olhar para a crise e ver qual é a vantagem que se pode tirar. É que importa é como resolver a crise", disse.

"Fico muito preocupada por ver movimentos na lógica de recuperar a popularidade. Tem que recuperar é a credibilidade. Isso se recupera dando as respostas que o Brasil precisa. Resolver os problemas que a sociedade está enfrentando. Juros altos, inflação, perda do emprego por milhares de pessoas. O ajuste deveria ter uma cara voltada para sair da crise com uma estrutura melhor do que essa que temos."

Com a crise econômica atingindo diversos setores, muitos profissionais e empresas precisam se ‘reinventar’ e mudar algumas estratégias para manterem-se no mercado. O ramo da tecnologia também não escapou. Segundo alguns profissionais da área, as empresas estão mudando o estilo de contratação e eles precisam se adequar ao novo sistema.

Manoel Amorim, diretor da empresa Softex, que é formada por uma associação com mais de 90 empresas, avalia que houve uma queda dos investimentos com a crise. “É incontestável. Realmente o mercado na área da tecnologia da informação está sofrendo com a crise econômica. Inclusive, podemos constatar que a queda de investimento, comparada com o mesmo período em 2014, sofreu uma redução de 30%”, aponta o empreendedor.

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Ainda em entrevista ao Portal LeiaJá, o empresário, que também é presidente da empresa Facilit Tecnologia, relatou como os diretores e investidores estão atuando no mercado. “Os investidores atualmente não estão querendo arriscar em negócios incertos. Eles estão optando aplicar em projetos assertivos, ou seja, que apresentam garantias de sucesso e com esta atitude acabam investindo menos”, conta.

Amorim explica como as empresas de criação de projetos de tecnologia estão fazendo para superar essa redução de investimento com as diretrizes impostas pela crise. “Os empresários estão unindo forças. Esta é principal estratégia. Além disso, a maioria das corporações está aderindo à contratação temporária a freelance. Muitos profissionais da China e da Índia são convocados para realização de um projeto e ao fim são dispensados, caso não haja perspectiva de novos trabalhos”, revela.

“Os grandes desafios na área da tecnologia da informação são as seguintes: encontrar um profissional verdadeiramente adequado a um determinado projeto, o segundo é reter ele por um bom tempo na empresa e a última é de não conseguir realizar uma sinergia com a equipe. Já os positivos é que, com a crise, o empresário deixa de gastar com o custo fixo, no caso as passagens e a alimentação, por exemplo. Após a contratação, a equipe só precisa se preocupar com o prazo de entrega da demanda, o horário e rotina diária eles definem”, conclui.   

O estudante e presidente da empresa júnior do Centro Integrado de Tecnologia da Informação (CITI), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Álvaro Conolly, conta que a contratação freelance é uma tendência nos últimos tempos. “Realmente percebemos que as corporações estão optando contratar por projeto. Dessa forma, o profissional não precisa ter uma rotina diária de tempo de serviço e ponto por exemplo. A preocupação primordial é entregar a demanda no prazo estabelecido no escopo do projeto”, explica.

Porém, Conolly vê pontos positivos nesta mudança. “Os profissionais de tecnologia não são autogerenciáveis. Sendo assim, é muito mais cômodo para a pessoa trabalhar em casa, mas para a empresa ter o controle do trabalho é mais interessante ele cumprir as oito horas diárias da carga horária estabelecida”, finaliza.

Outro que aprova a contratação freelance é o estudante Hiro Miyakawa, que atualmente trabalha em projeto próprio de vídeo aula através da internet. “Gosto da ideia. Inclusive, muitas vezes é mais interessante oferecermos propostas para uma determinada empresa e nos dedicar a ela”, opina. 

De passagem pelo Recife, nesta terça-feira (26), a ex-senadora Marina Silva (PSB) avaliou os ajustes ficais como necessários, mas pontuou que a forma como o Governo Federal está aplicando a reorganização dos assuntos econômicos leva a sociedade a “pagar um preço muito alto”. Na avaliação de Marina, o primeiro pecado da presidente Dilma Rousseff (PT) com relação às medidas foi a omissão sobre a crise em 2014. 

“Quando era para reconhecer a crise não se reconheceu, ganhou uma eleição dizendo que estava tudo uma maravilha e quem fazia qualquer alerta era chamado de pessimista”, cravou a ambientalista. “Da forma como estão sendo feitos, eles (os ajustes) estão sendo bem mais fortes do que seriam se tivéssemos uma mudança de governo e alguém com mais credibilidade”, disparou acrescentando. 

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Sob a ótica de Marina, a baixa credibilidade de Dilma transformou os ajustes em um “remédio amargoso”. “O preço mais alto está sendo pago por aqueles que menos deveriam estar sendo prejudicados, que são os trabalhadores. No momento em que a gente tem inflação e juros altos é a sociedade que paga o maior preço. E o governo não está se dispondo a fazer o mesmo. Mantêm ministérios, mantêm mais de 20 mil cargos comissionados, aumenta o recurso do fundo partidário e corta R$7 bilhões da educação”, frisou a ex-senadora. 

As medidas que versam sobre o ajuste fiscal estão gerando discussões fortes no Congresso Nacional. Essa quebra de braço entre o Legislativo e o Executivo foi observada por Marina como “fruto de uma governabilidade esgotada”. “Essa queda de braço é fruto de um esgotamento do presidencialismo de coalizão que hoje é de confusão mesmo. Nós temos uma situação em que a sociedade paga um preço alto em função mesmo que muita gente está instrumentalizando a crise”, analisou. 

De acordo com a ambientalista, o momento atual não é para pensar eleição e muito menos recuperar credibilidades, mas para se preocupar com a população. “Neste momento ninguém deve estar preocupado com a eleição, mas com a população. Não é fazer as coisas pensando em recuperar a popularidade. É fazer o que é necessário para evitar prejuízo de desemprego, da inflação, do baixo crescimento e fechamento de postos de trabalho que prejudica a sociedade”, argumentou.

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Marina está no Recife desde essa segunda-feira (25). Na manhã desta terça, ela participou da cerimônia de assinatura de um projeto de Lei que institui o Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais. A matéria, que segue para a Assembleia Legislativa, consiste em disponibilizar um incentivo financeiro às empresas que mantiverem áreas de preservação ambiental. Antes disso, a ex-senadora se reuniu a portas fechadas com o governador Paulo Câmara (PSB). Na ocasião, eles conversaram sobre a conjuntura nacional e das ações do governo na área de sustentabilidade. 

“Falamos principalmente das ações que o governo está tentando dar continuidade mesmo no momento de crise que está atravessando. O governador tem consciência que há uma crise grave prejudicando todas as unidades da federação, mas ele diz que tem compromisso de honrar o plano de governo e fazer de Pernambuco um estado que vai priorizar a questão da sustentabilidade", revelou Marina. “Fomos companheiros de jornada em 2014 e foi uma satisfação recebê-la hoje aqui. Discutimos um pouco do Brasil e de Pernambuco", acrescentou Câmara.

Surpreendido por manifestações durante a abertura do seminário do Todos por Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) reforçou, nesta quarta-feira (29), que pretende cumprir as promessas feitas por ele durante a campanha eleitoral e pontuou a crise econômica nacional como a culpada pelos reajustes administrativos do governo. Segundo o socialista, não está sendo “singelo administrar” o estado com os desafios impostos pela situação da economia local e nacional. 

“Vamos nos planejar para um ano desafiador. O Brasil está na recessão, não vamos crescer, o PIB vai diminuir. Estamos enfrentando uma série de desempregos e como governantes temos que trabalhar para reverter esta situação”, argumentou. “Tenho a tranquilidade de vir aqui hoje dizer que os meus compromissos serão cumpridos. Tudo que pactuei na minha campanha vou cumprir ao longo dos quatro anos do meu governo. Mas vamos ser verdadeiros e transparentes. Dizer a verdade. Não dar para fazer agora, vamos dizer. Se dar para fazer em 2016, vamos dizer”, acrescentou, justificando-se por não ter concedido o reajuste de maneira uniforme as professores estaduais. Eles estão em greve desde o último dia 13 e reivindicam o aumento de 13,01% a toda categoria, contestando o projeto de lei 79/2015, aprovado no dia 31 de março na Assembleia Legislativa.

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Apesar de resistência atual, Paulo Câmara garantiu que pretende aumentar a remuneração dos professores, mas com contrapartidas. “Vou aumentar o salário dos professores, não tenho duvida disso. Estamos apenas nos ajustes iniciais do governo, muita dificuldade econômica e muita recessão no país”, observou o socialista. “Mas vamos cobrar resultados, (o aumento) vai ser vinculado a metas, a melhoria da qualidade de ensino. Não é simplesmente aumentar o salário sem ter contrapartida. Sempre disse na campanha eleitoral e vou reafirmar: os professores vão ter o tratamento adequado”, completou. 

Confrontos – Durante a abertura do evento, alguns integrantes do Movimento Sem Terra e professores foram vistos em confrontos com a Polícia Militar e a segurança do Palácio do Campo das Princesas. Enquanto a cerimônia acontecia dentro do Centro de Convenções, em Olinda, dezenas de professores faziam um protesto em frente ao local, inclusive com o fechamento da via. 

Questionado se conversaria com o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, sobre o assunto e pediria uma mudança de atitude, Câmara disse que os policiais já são treinados para tomar cuidado com manifestantes. “Agora tem que se ver os excessos. É preciso compreender. Vi pessoas deitadas no asfalto, isso não ajuda. Não é forçando a barra, a greve já foi considerada ilegal pela Justiça e as pessoas tem que respeitar as instituições”, cravou.

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Abertura do Seminário - A última rodada de seminários do Todos por Pernambuco acontece durante todo o dia desta quarta-feira. Durante o evento, as gestões do PSB foram exaltadas pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). De acordo com ele, o modelo de escutar a população para a construção das atividades do governo foi inaugurado por nomes como Pelópidas Silveira e Miguel Arraes, ex-prefeito do Recife e ex-governador, respectivamente. "Eles governaram nas ruas e com o povo", cravou. 

Para Geraldo, o renascimento dessa iniciativa veio com o Todos por Pernambuco, criado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB). "Tudo feito com muito vigor por Eduardo. Muito do que entrou nos governos dele veio do que o povo levou aos seminários do Todos, hoje Paulo repete isso", disse. "Só acerta quem ouve o povo. O mais importante para um governo é fazer aquilo que o povo precisa", acrescentou o gestor. 

O encerramento das atividades do programa será às 18h, com a participação do governador. Até agora, de acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Danilo Cabral (PSB), foram coletadas mais de 15 mil propostas. "Nosso governo acredita que o desenvolvimento tem que vir do consenso com a população", pontuou Cabral. 

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Em meios a balizas e fileiras de carros, um mercado em expansão e blindado às ameaças da crise econômica no país. Estacionamento se tornou indústria, já não de agora. No último mês de março, por exemplo, o convênio franco-brasileiro Moving/VINCI Park chegou à marca de 50 mil vagas no Brasil, com expectativa de atingir R$ 150 milhões de faturamento só este ano. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), o comércio de espaços para garagens salta aos olhos. Mesmo tão presentes e intrincados ao cotidiano, uma espécie de lei de silêncio rege os proprietários destes estabelecimentos.  

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Para compor um panorama sobre o segmento na RMR, o LeiaJá entrou em contato com donos de estacionamentos particulares, representantes de franquias e assessores dos principais shoppings do Recife. O silêncio parece regra; não se é autorizado a informar o fluxo de veículos registrados por dia, o custo de manutenção destes locais, menos ainda o faturamento mensal ou anual. Um dos poucos proprietários dispostos a dialogar foi Márcio Targino, dono de estacionamento localizado na Rua Dom Bosco, no centro do Recife. Segundo ele, diariamente, cerca de 250 carros, entre mensalistas e diaristas, passam pelo espaço. 

Questionado se a crise afetou o negócio que mantém há três anos, Targino afirmou que houve até aumento na procura de mensalista, mas insignificante. “Cerca de 5% de aumento, nada demais. Agora o que eu percebi, do ano passado para cá, é que muitos clientes trocaram de carro. No mínimo a metade daqueles que já conheço, que são mensalistas, estão com carros novos”, apontou o proprietário. No estabelecimento, gerido pela MDL Solutions, o valor da mensalidade é R$ 80. Diaristas pagam R$ 6 por seis horas de permanência; cada hora excedente, R$ 2. 

Segundo Márcio Targino, a média diária é 70% mensalistas e 30% rotativos. Num cálculo rápido, chega-se a um faturamento aproximado de R$ 25 mil mensais. De acordo com o proprietário, manutenção diária apenas de limpeza. “De três em três meses, é preciso fazer a pintura de faixas, divisórias de vagas. Também repomos brita, de três a quatro meses. E todos os dias há limpeza, mas a geral é nos sábados, com retiradas de folhas e frutas que caem das árvores mais ao fundo do terreno”. 

Em outros estacionamentos de menor porte, o sigilo impera. Na Ilha do Leite, bairro central do Recife, o supervisor de uma unidade da FR Parking disse não ser autorizado a fornecer informações. O proprietário garantiu entrar em contato com a reportagem posteriormente, mas não o fez. A rede Sanpark, dona de 17 estacionamentos no Recife, também foi procurada pelo LeiaJá e o diretor administrativo, Sergio Matta, que falaria pela empresa, sempre estava em reunião.

Nos shoppings, informações ocultas

Ao pedir respostas a alguns dos principais shoppings do Recife sobre o serviço de estacionamento, nada é divulgado sobre as principais questões: quantidade média de veículos, faturamentos e custos para manutenção.  “Além do serviço de estacionamento é oferecido aos clientes o AquaZero, serviço de manobristas e de calibragem. O estacionamento é terceirizado por empresa especializada no setor. Quanto às demais perguntas, não dá para fornecer devido à concerrência”, disse, em resposta, a assessoria do RioMar Shopping.

O Shopping Recife afirmou, também em nota, que “todas as informações são estratégicas” e, portanto, não poderiam ser tornadas públicas. Já o Paço Alfândega ignorou o contato da reportagem e nem sequer emitiu posicionamento. Para o economista e ex-diretor da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), Sérgio Gonçalves Ferreira, a receita dos estacionamentos é mantida na “caixa-preta”para evitar, entre outras situações, possíveis desconfortos com os lojistas dos centros comerciais. “É um número polêmico, o faturamento, e eles (shoppings) não liberam. Estacionamento é hoje fonte de renda expressiva que ninguém mais despreza”.

Lojistas criticam postura "sigilosa" 

A Associação de Lojistas de Shopping de Pernambuco (Aloshop) afirma que as estatísticas sobre os estacionamentos não chegam aos profissionais da categoria. Os gestores, diz a entidade, não só arrecadam com as vagas, mas também eventos realizados nos estacionamentos; nenhuma porcentagem do faturamento chega aos bolsos dos lojistas. 

Segundo a Aloshop, cada proprietário de loja recebe, por contrato, uma credencial para uso ilimitado de vaga individual no estacionamento. O Shopping Recife oferece outra credencial para liberar, por uma hora, carga e descarga das lojas. Funcionários das lojas, entretanto, para utilizar o estacionamento do local onde trabalham, precisam pagar. Em todos os shoppings. 

Em 2010, a Prefeitura do Recife promulgou a lei 17.657 que proibia a cobrança nos estacionamentos dos shoppings localizados na cidade. Os shoppings Recife, Tacaruna, Boa Vista e Plaza entraram com pedido de liminar, concedida pelo então juiz da 8ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Paulo Onofre de Araújo. Mais recentemente, na última quarta-feira (22), caso semelhante aconteceu em Campina Grande, na Paraíba. Após liminar da 2ª Vara da Fazenda, o Parta Shopping ganhou o direito de cobrar pelo estacionamento, que até então era gratuito em respeito à lei municipal 5.746/2014.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou, nesta quinta-feira (16), que em 2015 o estado terá um investimento três vezes menor que nos últimos anos. Segundo ele, no ano passado o montante chegou a R$ 3 bilhões, desta vez o número vai ficar na casa de R$ 1 bilhão. A constatação de Paulo Câmara foi feita durante uma entrevista à imprensa, após o lançamento do edital do 1º Prêmio Pelópidas Silveira em Planejamento e Gestão Urbana e Regional, quando o gestor detalhava os assuntos tratados durante o encontro dos governadores do Nordeste com as bancadas federais que aconteceu nessa quarta (15), em Brasília. 

Segundo o socialista, os projetos que ou aumentam despesas ou diminuem receitas dos estados foram postos à mesa com os parlamentares. Apesar de não ter sido foco principal do encontro, as matérias que regem sobre ajustes fiscais também foram mencionadas. De acordo com Câmara, foi pedido celeridade no aprimoramento desses projetos que devem mexer ainda mais com a economia do país.  

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“É importante termos já uma sinalização da aprovação do ajuste e da forma como ele será aprovado, para que possamos saber o que vai acontecer e quais vão ser os montantes desse corte”, observou. Sobre os possíveis cortes em Pernambuco, Câmara detalhou que estão pactuando com as secretarias onde eles devem acontecer. “Estamos trabalhando no cenário mais conservador possível. Vamos ter no máximo o investimento de R$1 bilhão esse ano, três vezes menor do que nos últimos anos”, cravou.

Tentando minimizar o impacto dos cortes, o governador esclareceu que devem permanecer como prioridade da gestão as obras em andamento, como as de mobilidade. Além de outras que devem ser tiradas do papel como a questão das estradas e dos recursos hídricos. “É preciso uma dosagem bem feita e um ponto de equilíbrio para haja um pacote que seja em favor do Brasil e não prejudique as pessoas de maneira unilateral”, observou.

Pouco antes da conversa com os jornalistas, durante o discurso no ato da assinatura do edital da premiação, Paulo Câmara afirmou ter feito uma reflexão sobre o encontro e a atual conjuntura econômica e política nacional. “É uma crise federativa, política, econômica e crise ética. Tantas questões desafiadoras”, cravou. “Pernambuco vai mostrar mais uma vez para o Brasil como enfrentar os desafios (...) não podemos sair deste caminho, desta escola que tanto bem fez ao estado”, finalizou.

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