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O movimento "Por um Novo Parque Dois Irmãos" denunciou nesta segunda-feira (1º) que as últimas três araras-azuis-grandes do Zoológico de Dois Irmãos, administrado pelo Governo do Estado, foram encontradas mortas no cativeiro no domingo (30). Segundo os integrantes, haviam nove exemplares da espécie dois anos atrás. O grupo responsabiliza a direção do parque estadual porque já haviam sido constatadas diversas irregularidades em uma vistoria feita em setembro do ano passado. A Secretaria de Meio Ambiente confirmou a morte das aves e afirmou que os animais serão enviados para um laboratório para que seja investigada a causa.

Segundo Márcio Silva, um dos veterinários do Parque Dois Irmãos, uma outra arara da mesma espécie havia morrido no início do mês de novembro, mas o material não foi mandado para análise, mesmo sendo um "procedimento de praxe", segundo ele. "Não temos como dizer detalhes sobre as causas. Os animais estavam 'normais', sem doença. Tem animais que morrem por velhice mesmo, o que pode ter sido o caso da primeira. Como desta vez foram três há indícios de que não foi este o motivo, mas pode ter sido uma infeliz coincidência", afirmou Silva. Ainda segundo o especialista, há exames que não podem ser feitos em Pernambuco, por isso, é provável que o resultado só saia depois de 15 dias.

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Para Igor Oliveira, integrante da Sociedade Brasileira de Zoológicos e Aquários (SZB), a direção do Zoo Dois Irmãos tem sido irresponsável e a vistoria realizada em 2013 encontrou problemas em quase todos os recintos do local. Ele lamentou a morte das araras e explicou a situação da espécie. "A arara-azul-grande é uma espécie considerada ameaçada de extinção, na categoria 'vulnerável', em nível nacional e internacional. De acordo com a União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), uma entidade responsável pela Lista Vermelha Internacional das Espécie Ameaçadas, as populações desta ave estão em declínio na maior parte de seu habitat natural", afirmou.

O LeiaJá teve acesso ao relatório da visita citada, que foi solicitada pelo Promotor de Meio Ambiente, Ricardo Van der Linden Coelho. O documento explana diversas irregularidades e "remendos de última hora", que teriam sido feitos, inclusive, por estagiários do Zoo. Ainda de acordo com o relatório, haviam diversos recintos em péssimas condições, que ocasionaram a morte de alguns animais, segundo depoimento de funcionários e ex-funcionários. 

Erros no manejo cometidos pela equipe veterinária do local também teriam ocasionado o falecimento de outros espécimes.Um cervo-nobre e um cervo-sambar teriam sido vítimas do trabalho mal executado pelos funcionários do Parque. Um outro animal. o waterbuck (antílope africano) havia morrido depois que uma das paredes do seu cativeiro ter desabado sobre ele.

Na área de quarentena, onde os animais doentes deveriam estar sendo tratados, a comissão que fez a vistoria encontrou sinais de descaso (foto à direita). Algums viveiros eram mantidos fechados por pedaços de madeira ou até cabos de vassoura e as telas em péssimas condições, dando a impressão de que iriam cair. Um ex-funcionário relatou à comissão que jaguatiricas e gatos-do-mato, que vivem na reserva de mata atlântica do parque, já haviam invadido a área e pela fragilidade das gaiolas teriam matado quatro mutuns, aves consideradas ameaçadas de extinção. Segundo o relatório, o Dois Irmaõs era referência até 2007 da preservação desta ave, tendo a maior diversidade de espécies do Brasil.

O relatório também apontou que o Zoológico da capital pernambucana não havia implantado nenhuma espécie de inovação - a exemplo de diversos lugares do mundo - em suas instalações, o que não indicava qualquer preocupação com a saúde dos animais. Os ursos, por exemplo, estavam apresentando o comportamento denominado “pacing”, uma estereotipia que consiste no movimento de ir e vir sem sentido algum, e cuja freqüência é um "indicador de estresse provocado pelas condições inadequadas do recinto e/ou ausência de estímulos neste".

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O Disque-Denúncia está oferecendo uma recompensa de R$ 300 para quem denunciar o descaso contra pessoas que se apossam da aposentadoria de parentes e/ou conhecidos. O órgão informou que a medida foi necessária para estimular a denúncia contra apropriação indébita.

O número de casos dentro da própria residência chega a quase 90% e, na metade dessas ocorrências, os filhos são os suspeitos. Segundo o órgão, o fato inbe a denúncia dos idosos. Qualquer ocorrência pode ser relatada pelo número (81) 3421-9595, no Grande Recife e Zona da Mata Norte ou pelo (81) 3719-4545, no interior do Estado.

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Quem desejar, pode denunciar também através do site, que permite o envio de fotos e vídeos. O serviço funciona durante 24h, todos os dias da semana. O anonimato é garantido.

Os recifenses não estão satisfeitos com as calçadas da sua cidade. Essa foi a conclusão tirada do levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau (IPMN). Para a grande maioria, nem o poder público e nem as empresas privadas cuidam bem dos passeios da capital pernambucana. E mais: a sensação é de que nada está sendo feito para que isso melhore.

Para a maior parte da população - 53,8% - o maior problema são os buracos. “Isso revela o descaso dos proprietários com o passeio público e que a prefeitura precisa urgentemente aumentar a fiscalização e a punição para aqueles que não cuidam das suas calçadas”, afirma o coordenador executivo do IPMN, Sérgio Murilo Jr.

Outros pontos citados foram a presença de lixo (13,2%), árvores (11,3%), carros estacionados (10,3%) e fiteiros ou barracas, citado por 9,3% dos entrevistados. Com relação às árvores, 38,9% das pessoas são favoráveis à retirada das mesmas para liberar o passeio, mas a maioria - 52,7% - não concorda com essa atitude. “Neste caso outras alternativas terão de ser pensadas. Ou o morador recua parte de seu muro para dar passagem às pessoas, ou o poder público terá de avançar sobre a via fazendo uma extensão do passeio”, opina Murilo Jr.

A manutenção e cuidado com os passeios não é bem visto pelos recifenses. Para 88,3%, o poder público não cuida bem de suas calçadas, e 66,8% acreditam que proprietários de casas e edifícios tem a mesma atitude. A esmagadora maioria - 89,1% - acha que a Prefeitura e o Governo do Estado deveriam ser os responsáveis pela manutenção dos passeios. “O problema seria o alto custo para o erário municipal e a dificuldade de se eleger as áreas prioritárias por se tratar de passeios em frente a áreas privadas”, diz o coordenador do IPMN.

Uma outra solução seria a adoção de calçadas por parte de empresas, a exemplo do eu acontece com alguma praças na capital pernambucana. Esta alternativa foi aprovada por 77,6% dos entrevistados. No entanto, é discutível o benefícios para os adotantes, uma vez que apesar de 98 espaços públicos estarem adotados, 69,3% dos moradores não sabem disso. “A sugestão do IPMN é que se coloque pisos iluminados, que além de servirem de guia para as pessoas com baixa visão, iriam embelezar as calçadas e ainda serviriam para a aplicação da marca das empresas, bem como de mensagens educativas, poesias e pinturas de artistas locais, por exemplo”, completa Sérgio Murilo Jr.

Na lei atual, a manutenção de passeios públicos é de responsabilidade dos proprietários dos imóveis. A competência da administração municipal é para recuperar as calçadas de canteiros centrais de vias, frentes de água, praças, parques e imóveis públicos municipais.

Segundo a Prefeitura do Recife, já foram investidos, desde 2013, R$ 10 milhões em recuperação de calçadas de canteiros centrais de vias, praças, parques e imóveis públicos municipais localizados nos principais corredores viários da cidade. Até agora, foram concluídos 38 km de passeios. Estão em andamento as obras em ruas do polígono do Carmo (centro da cidade), largo de Água Fria e de Casa Amarela. Ruas como Sete de Setembro, das Flores, João Souto Maior, Bulhões Marques, além das calçadas dos cemitérios de Casa Amarela e Santo Amaro (esse na área interna), e entorno de algumas escolas municipais da Imbiribeira e Ilha do Leite, já foram beneficiadas.

A pesquisa ouviu 622 pessoas acima de 16 anos, no Recife, entre os dias 6 e 7 de maio.

 

Na Rua Castro Alves, localizada no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife, fica a Escola de Frevo Maestro Fernando Borges, fundada em 1996 e mantida pela Fundação de Cultura Cidade do Recife. De acordo com a placa situada na entrada principal da escola, o espaço tem como objetivos "valorizar, fortalecer e divulgar a dança ícone do Recife". A realidade atual da única escola pública de frevo do mundo, no entanto, está longe destes dizeres: paredes com rachaduras, pisos quebrados, fiação exposta e falta de equipamento para as aulas.

Em fevereiro de 2014, a reportagem do Leiajá visitou o espaço e se deparou com uma infraestrutura bastante precária. Na época, a Prefeitura do Recife informou que a próxima reforma estaria prevista para o primeiro semestre de 2014, dependendo da abertura de uma licitação. Em setembro de 2014, o local continua na mesma situação. A Escola de Frevo conta com quatro instrutores e cerca de 600 alunos, distribuídos em 25 turmas.

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Aluno do espaço há mais de 2 anos, Hariston Maciel, de 20 anos, conta que o atual estado da Escola de Frevo desestimula muita gente. "Faz tempo que a escola está desse jeito, sem cuiadados, com ventiladores quebrados, pintura precária. É como se o Frevo não estivesse sendo respeitado. É o único local público em que a gente pode praticar e viver essa dança que é nossa, não é correto deixar que este espaço único se acabe por falta de investimento e de cuiadados básicos", relata.

A instituição foi assaltada três vezes em dois anos. O útimo roubo aconteceu no final de 2013, quando os assaltantes levaram ventiladores, computadores e o som utilizado nas aulas. No início de 2014, a prefeitura contratou segurança privada para o estabelecimento. De acordo com o guarda deplantão, que preferiu não se identificar, não houve mais assaltos no local, mas a licitação para o contrato da empresa vencerá em setembro e ainda não foi resolvido se será renovado para o semestre seguinte.

José Valdomiro, professor da instituição há mais de 15 anos, informa que o local encontra-se esquecido. "É difícil pra gente, que ama o frevo e que o vive, ter que manter uma tradição dando aulas nestas condições precárias. A dança requer que trabalhemos bastante com nossas articulações, e com esse piso quebrado dá medo de alguém se machucar. A estrutura é ruim e o espaço está se tornando pequeno pra a demanda que recebemos", diz. A Escola de Frevo Maestro Fernando Borges completa duas décadas em 2016 e, segundo Valdomiro, "resiste fortemente."

Recebendo uma atenção cada vez menor da prefeitura, a Escola de Frevo sofre também com a falta de equipamentos e material. O fardamento, por exemplo, já não é mais cedido aos alunos. O professor Valdomiro conta que certas vezes os próprios alunos têm que trazer o material porque a demora para a reposição é grande. "Uma vez eu tive que trazer um monitor", revela.

O Frevo por vários olhares

Em fevereiro de 2014, o Paço do Frevo foi inaugurado com o intuito de ser um centro de referência e difusão de umas das principais manifestações culturais do país. O imóvel onde foi estruturado o Paço fica localizado na Praça do Arsenal, no Recife Antigo, e foram investidos mais de R$ 14 milhões na reforma do local. Climatizado, o Paço do Frevo contém salas para aulas de dança e música, estúdio de gravação e centro de documentação com um acervo inicial de 500 títulos sobre o frevo e o Carnaval de Pernambuco. A coordenação do espaço é de incumbência da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.  

A Escola de Frevo do Recife se propõe a preservar o frevo, declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2012, ensinando e perpetuando a cultura entre frequentadores de diversas classes sociais. "Achei que, com a inauguração do Paço, a nossa escola fosse possuir uma maior visibilidade, porque aqui é onde o frevo é vivido diariamente, não pelos turistas, mas sim pelo povo pernambucano. É como se fôssemos esquecidos, deixados de lado", se queixa Valdomiro.

A diretora da Instituição, Anna Miranda, conta que a reforma será feita, mas depende da licitação da Prefeitura. "A gente faz o que pode, sabemos que esse processo de aprovação é lento", explica.

Companhia de Dança 

O resultado do que se aprende deveria poder ser visto na prática, com apresentações de uma companhia de dança formada por proferssores e alunos da Escola de Frevo. Mas um professor afirma que ela está desativada. De acordo com a diretora Anna Miranda, a cia ainda existe, mas não recebe apoio público há cerca de 4 anos. "A Companhia de dança, embora não receba mais a bolsa do poder público, continua ativa", explicou Anna. O grupo não se apresentou, porém, na abertura do Carnaval do Recife 2014, festa mais identificada com o frevo.

Questionada, a Prefeitura do Recife afirma que está havendo uma reestruturação interna relacionada à manutenção de equipamentos culturais, com a criação da Gerência Geral de Arquitetura e Engenharia, que ficará responsável pela manutenção e preservação destes equipamentos. Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria de Cultura garante que a implantação da nova gerência se dará até o início de outubro deste ano. Sobre a estrutura precária da Escola de Frevo, realidade há anos, a nota afirma que "Inicialmente, serão realizados pequenos reparos e consertos, até que a nova gerência possa concluir a avaliação sobre a reforma geral do espaço."

Confira a nota da Prefeitura do Recife na íntegra:

"Uma das ações que estão sendo implementadas pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR) é a implantação da Gerência Geral de Arquitetura e Engenharia. Esta estrutura, que será vinculada à FCCR, terá por responsabilidade cuidar da manutenção e preservação dos equipamentos da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura, agilizando reformas e reparos que forem necessários nos teatros e museus. Aprovada pelo prefeito Geraldo Julio através do monitoramento, esta Gerência será implantada até o início do mês de outubro. 

Inicialmente, serão realizados pequenos reparos e consertos, até que a nova gerência possa concluir a avaliação sobre a reforma geral do espaço. Essa é a principal prioridade da gestão nesse momento, por entender a importância desse e dos outros equipamentos culturais para a cidade, e para a qual, todos os esforços estão convergindo.

Com relação à Companhia de Dança da Escola de Frevo, a FCCR informa que tem todo o interesse em reativá-la e, mais, em fortalecê-la de modo que ela seja estruturada de forma permanente, não ficando a mercê das gestões para existir. Por isso, nesse momento, há estudos jurídicos em andamento para definir a melhor forma de alcançar esse objetivo."

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Ingressar em uma universidade pública é o sonho de muitas pessoas. Existe uma expectativa pela garantia de uma boa infraestrutura, ensino de qualidade e gratuidade. Entretanto, alguns estudantes dos campi federais de Pernambuco sofrem com a ausência de estrutura em alguns cursos, atrapalhando o aprendizado prático. Apesar dos problemas, muitos relatam que os professores superam barreiras para suprir as deficiências. Ausência de iluminação, laboratórios sucateados, estrutura sem manutenção, obras inacabadas, falta de energia e prédios inaugurados, porém fechados, são problemas elencados.

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No Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), localizado no Campus Recife, no bairro da Cidade Universitária, alunos falam que a estrutura está abandonada. “Os banheiros estão inutilizáveis, a academia está com equipamentos enferrujados, há salas com entulhos e lixo, e há obras inacabadas. Como podemos desenvolver os nossos conhecimentos práticos dessa forma?”, questiona o estudante Caio Barbosa. 

O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), André Luiz Simões, também compartilha que existem muitos problemas. “Recentemente, os alunos de odontologia não tinham o produto para esterilizar os instrumentos. Como o atendimento é feito nessa situação?”, questionou o professor. Ainda em entrevista ao Portal LeiaJá, Simões falou que esse caso é pontual, porém, não é o único. Até a energia elétrica é foco de reclmação. “A instituição e o número de alunos cresceram, por isso ocorrem as quedas de energia. Não se tem uma estrutura para suprir a sobrecarga de energia. Inclusive, devido às quedas, muitos  trabalhos já foram perdidos”, lamenta. 

UFRPE

Essa realidade não é diferente na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). No curso de gastronomia, que existe há quase dez anos, a cozinha que era para ser entregue em 2011 ainda está de portas fechadas. Desde o início do curso, as aulas são realizadas em uma cozinha terceirizada no bairro de Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana. A estudante do terceiro período, Laís Moreira, natural da Bahia, demonstra desmotivação diante das dificuldades. Ouça no áudio abaixo:

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Estudantes do curso de medicina veterinária do Campus da UFRPE do Recife também apontam irregularidades. “A falta de estrutura é geral, existem obras inacabadas há anos e laboratório sem utilização", desabafa a estudante do oitavo semestre de veterinária, Rhaysa Oliveira, que também destaca a falta de energia e a insegurança dentro da unidade.  Confira o vídeo:

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Na Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG), nossa equipe de reportagem se deparou com o Hospital Veterinário ainda em construção. Durante nossa apuração, um dos professores informou que o prédio ainda não foi inaugurado e só está sendo utilizada uma sala para aulas práticas. Existe inclusive material de construção nas áreas interna e externa do local. Um aluno do sexto semestre do curso, que não quis se identificar, classificou como precária a situação. “Só após sete anos de curso, o Hospital Veterinário começou a funcionar. A precariedade das aulas práticas, em relação aos pequenos animais, é grande, porém, temos excelentes docentes", explica o universitário. Uma estudante do nono ano, que também não revelou a identidade, lamenta concluir a graduação com essa lacuna. “Quando percebi que o curso não tinha condições de proporcionar essa prática, segui outro rumo. Infelizmente, só agora o Hospital começou a funcionar e a minha esperança é que os novos alunos não passem pelos mesmos problemas”, disse. 

Na Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST), localizada no Sertão do Estado, também existem obras inacabadas. “Falta muita coisa: laboratórios, espaço para prática esportiva, áreas de vivência, restaurante universitário e inclusive sala de professores. Enfim, tudo que uma universidade federal deveria oferecer basicamente”, pontua Otávio Henrique Souza, aluno do terceiro semestre de ciências econômicas.

Posicionamento das instituições

A assessoria de imprensa da UFRPE se posicionou sobre alguns pontos apresentados na matéria. Por e-mail, a instituição informou que diversas questões já foram solucionadas. Uma delas é o Hospital Veterinário de Garanhuns, que já está funcionando normalmente. A obra da nova Biblioteca, ao lado do Hospital Veterinário, já foi licitada e a empresa está sendo contratada para a segunda etapa da edificação.

Em relação à cozinha do curso de gastronomia, houve solicitação, pela coordenação do curso, de mudanças estruturais no prédio que já havia sido inaugurado, tendo sido necessária a intervenção de outra empresa, que já está iniciando o processo e concluirá as reformas em breve. As obras dos prédios da Biblioteca e do restaurante na Unidade Acadêmica de Serra Talhada também estão licitadas, lembrando que, naquela região, algumas empresas declararam falência e, portanto, foi necessário realizar outros processos licitatórios até que se contratem as empreiteiras adequadas à finalização dos serviços, o que está sendo providenciado.

A UFPE também se posicionou. Conforme e-mail encaminhado pela assessoria de imprensa, não existem obras inacabadas ou paralisadas. Porém, em função do volume de obras nos setores, algumas salas possuem equipamentos novos que precisaram ser deslocados por medida de segurança. Cada empresa, junto com a Prefeitura do Campus, tem um cronograma específico para as obras.

Sobre os banheiros, O Núcleo de Educação Física de Desportos (NEFD) fez a solicitação de reparo à Prefeitura da Cidade Universitária, que já colocou como prioridade a manutenção dos mesmos. Paralelo a isso, o Plano de Ação Institucional (PAI) 2014 de ambos os órgãos já prevê uma reforma completa dos banheiros do ginásio, com início previsto ainda para este semestre. Quanto aos materiais do curso de odontologia, a Pró-Reitoria para Assuntos Acadêmicos informou que os insumos já estão sendo providenciados pela coordenação do curso e pelas chefias dos departamentos de Odontologia.  

Em relação à queda de energia, a maior parte dos casos é decorrente de falhas no fornecimento da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Para resolver os problemas internos de fornecimento, está sendo feita a poda de árvores para evitar a queda de galhos nos fios, que ocorre principalmente em dias de chuva. Outra medida que vai aperfeiçoar a distribuição de energia no Campus é a aquisição de uma subestação 69 KV (em licitação), aliada a uma nova rede (de distribuição de energia) a ser implantada.

 

 

 

O vereador Raul Jungmann (PPS) denunciou, nesta quarta-feira (9), o descaso da Prefeitura do Recife (PCR) com relação a manutenção e a limpeza dos canais da cidade, que são os principais sistemas de macrodrenagem no período de chuvas, normalmente intensificadas entre os meses de maio e agosto. Jungmann discutiu o assunto durante uma audiência pública, na Câmara, onde apresentou um trabalho com as situações dos locais espalhados pelo Recife.

“Em 2011, a Prefeitura do Recife divulgou um plano de requalificação de revestimento dos canais, no valor de R$ 95 milhões. Isso não vem sendo tocado. Em parte está até paralisado. Isso é motivo de muita preocupação”, declarou. “Vários estão sujos e assoreados, o que representa risco para as comunidades ribeirinhas. É o caso, por exemplo, do canal do Cavouco (Engenho do Meio), do Arruda e de Guarulhos (Jardim São Paulo)”, denunciou.

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O oposicionista ainda apresentou o resultado dessa fiscalização também em alguns pontos de encosta. “Verificamos que existem vários pontos de risco e alto risco que não possuem a cobertura sequer das lonas, uma vez que elas se desfizeram ao longo do tempo. Existem promessas de colocar geomantas nos morros, mas ainda não foram instaladas. Espero que venha a acontecer o mair rápido possível”, comentou o pós-comunista, que ressaltou a importância da discussão sobre o planejamento para o inverno.

“De março ao final de julho, temos o maior volume de chuvas na cidade, onde aproximadamente meio milhão de pessoas vive em áreas de risco ou de alto risco. O plano de contingência é fundamental para garantir a sobrevivência desses cidadãos e a preservação dos seus bens”, argumentou o vereador.

Participaram da audiência sobre o plano de contingência para os efeitos do inverno os tenentes-coronéis Adalberto Freitas, secretário executivo de Defesa Civil, e Caio Hecílio, chefe do Centro de Respostas de Desastres do Corpo de Bombeiro, além do engenheiro Antônio Valdo, assessor técnico da presidência da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb).

RADAR E MAPEAMENTO DE RISCO

Raul Jungmann também demonstrou preocupação com a falta de um mapeamento das áreas de risco e de alto risco da cidade, que ainda está sendo realizado pela Defesa Civil, e de um radar meteorológico no município. “Recife deveria ter um radar meteorológico para dar maior precisão na estimativa de chuvas. Precisamos de previsibilidade para evitar tragédias e maiores transtornos para a população”, alertou.

O líder da oposição ainda destacou a importância no aumento dos investimentos em sistemas de aviso à população em relação a eventos extremos de precipitação no inverno. “Temos um projeto (PLO 97/2013) que obriga a Prefeitura a enviar torpedos, mensagens de texto (SMS), para que os recifenses fiquem sabendo o que está acontecendo, e tomem também, por conta própria, medidas para se protegerem”, explicou Raul Jungmann, que irá propor à Presidência da Câmara Municipal do Recife a criação de uma comissão especial para acompanhar o planejamento de ações preventivas e emergenciais no período de chuvas na cidade.

Enquanto as alternativas de lazer no Bairro do Recife são priorizadas pela Prefeitura (ciclofaixa aos domingos, transformação da Avenida Rio Branco em via exclusiva de passeio), a realidade de pessoas que residem no bairro continua em segundo plano. Após realizarem protesto em frente à sede da Prefeitura, em fevereiro, moradores da comunidade do Pilar seguem à espera de soluções. 

Iniciada no ano de 2010, a construção do conjunto habitacional do local ainda não foi concluída. A reportagem do Portal LeiaJá visitou a comunidade, nesta terça-feira (1°), e constatou: não há um operário em atividade e as obras estão completamente paradas. Entulhos, telhas empilhadas e o mato crescido reforçam o cenário de abandono no terreno. Segundo os moradores, nenhum trabalhador aparece na construção há muito tempo. 

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“Depois do protesto, entregaram uma parte deste segundo bloco e pronto, mais nada. Muitas pessoas que tiveram seus barracos destruídos ainda não foram alojadas e nem receberam auxílio-moradia. Só fica um vigia aí na obra, mas tudo parado, cheio de bicho, um perigo para as crianças”, disse a moradora Clementina Feliciano ao afirmar que parentes já encontraram escorpiões dentro dos apartamentos já entregues, por conta do terreno abandonado.  

Outro morador, Tony Silva, que já está em um dos apartamentos prontos, afirmou que outras pessoas, de outras comunidades, estão sendo levadas para o Pilar para serem acomodados no habitacional que nunca termina. “Estamos todos revoltados. Não é porque eu já estou com meu apartamento que estou satisfeito. Cadê o colégio, a upinha, a academia que prometeram e até agora nada também?”, indaga Tony. 

No projeto da Prefeitura, além do conjunto habitacional, ainda são previstos para a comunidade a construção de uma escola municipal, Unidade de Saúde da Família, mercado público, praças, espaços para atividades artístico-culturais, quadra poliesportiva, entre outras ações que tinham a promessa de “transformar a região num grande atrativo turístico”.

A culpa é de quem? De acordo com a Prefeitura, as construtoras responsáveis pela obra desistiram de continuar no local, porque estariam tendo prejuízos por causa da demora devido a uma pesquisa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No local, foram descobertos vários esqueletos humanos e um grupo de arqueólogos do Instituto acredita que ali existia um cemitério, aproximadamente do século 16. 

Com a desistência das construtoras, uma nova licitação precisará ser aberta pela Prefeitura para a contratação de novas empresas. A Empresa de Urbanização do Recife (URB) informou que dentro de três meses as obras serão retomadas. Segundo a URB, 84 apartamentos foram entregues, de um total de 588, divididos em 17 blocos. Ainda em abril, a Empresa garante o lançamento da licitação de conclusão de três blocos com 36 unidades cada, além da escola e do posto de saúde.

Espera - A pavimentação das ruas e a construção de uma praça serão licitadas de forma separada, ainda no primeiro semestre. Apesar do prazo, a moradora Severina Santana, de 84 anos, não se conforma com a demora. “Há um ano estou morando aqui no Habitacional e é assim, com essa catinga e esse lixo todo”, aponta ao se referir ao esgoto a céu aberto na porta de casa. 

Na Rua Bernardo Vieira de Melo, o morador Claudemir Nascimento abordou a equipe de reportagem. Ele estava no espaço onde, antes, era o seu barraco, demolido há mais de um ano. Atualmente, mora com conhecidos por não ter sido ainda alojado nos blocos, e exige do poder público. “Sempre estou nas reuniões com a Prefeitura e não adianta de nada. A pior coisa é você não estar na sua casa. Por isso a gente espera por uma solução”. 

Passado mais de um mês que o Governo do Estado anunciou a transferência do setor de onco-hematologia da Fundação Hemope para o Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), funcionários e pacientes do Hemocentro continuam a protestar sobre a mudança. Na manhã da quarta-feira (12), um grupo chegou a fechar o trânsito em frente à unidade e um funcionário que atua no órgão entregou ao LeiaJá um documento, que segundo ele seria referente ao fechamento da ala de oncologia. No material, a um termo de comprometimento entre Hemope e a Secretaria Estadual de Saúde. E o conteúdo revela problemas com o encerramento do espaço, além de em alguns trechos trazer informações que contradizem com o que foi anunciado pelas entidades.  

O primeiro ponto é que de acordo com Governo, a transferência do centro para o Hospital de Câncer traria melhorias para os pacientes. Porém, no documento, é apontado que haverá uma redução de leitos que será oferecido pelo HCP. A unidade hospitalar não receberá pacientes com suspeitas de doenças hematológicas sem a confirmação do câncer. Os chamados pacientes novos – pessoas que ainda não realizaram nenhum tipo de diagnóstico, não poderão realizar no HCP, o mesmo serviço oferecido pelo Hemope.

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Esses pacientes terão que chegar ao Hemope com um diagnóstico de câncer concluído, para através da Fundação, serem encaminhados para o HCP e realizarem o tratamento. A fonte, que preferiu não ser identificada, afirma que essa mudança irá prejudicar os pacientes. “Antes era tudo feito no Hemope, agora, quem precisar disso, terá que ir para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou alguma Unidade de Saúde da Família, para começarem o diagnóstico, depois de confirmado, é que poderá ir ao Hemope para daí, ser encaminhado para o HCP. Tem paciente que demora até seis meses para fazer um diagnóstico, como é os profissionais da UPA terão condições de identificar isso, se muitas vezes, nem uma agulha pra fazer um mielograma – exame que diagnostica doenças como leucemia - eles tem”, questiona.

O material explica também que caberá a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, envolver outras unidades de tratamento hematológico no processo diagnóstico. A fonte assegura que, no entanto, o Estado não possui nenhum outro local que realize o procedimento. Outro item afirma que todos os pacientes serão transferidos apenas com referências e após autorização do HCP. As pessoas que ainda não tiverem com um diagnóstico completo, de algum tipo de câncer hematológico, não poderão ser atendidas no Hemope e nem no Hospital do Câncer.

Outra mudança relatada é que os pacientes com diagnóstico de câncer em situação clínica grave e internados na enfermaria ou Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), deverão aguardar uma equipe de hematologistas do HCP visitarem o Hemope, para que seja decidido quando será realizada a transferência para a enfermaria do Hospital do Câncer. Além disso, todas as unidades de tratamento oncológico da Fundação serão gradativamente desativadas, e seus pacientes, transferidos para o HCP.

Com o fechamento de tal ala da Fundação Hemope, pacientes do setor onco-hematológico, com quadro clínico mais grave, não terão uma UTI específica para o tratamento. A fonte alega que o Hemope é o único hospital que tem possui tal unidade de tratamento em todo Norte-Nordeste. Ainda de acordo com a fonte, equipamentos comprados para o Hemope, teriam sido doados para o Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), instituição privada que tem convenio com o Sistema Único de Saúde (SUS). “O quinto andar do Hemope está pronto para uso, foi gasto dinheiro público nisso, e ao invés de aproveitar a reforma para ampliar a quantidade de leitos, o secretário de saúde fechou o lugar e pronto. Muitos materiais caríssimos foram doados para o IMIP”.

Ela afirma ainda, que pacientes que sofrem de problemas onco-hematológicos estão sendo tratados no HCP, no mesmo local de pacientes com outros tipos de câncer. “Um paciente onco-hematológico está o tempo inteiro em aplasia, ou seja, ele não tem defesas imunológicas suficientes para estar fora de um filtro específico, que purifica até o ar que o paciente respira. Todo esse material que tinha no Hemope foi transferido para o IMIP, só as crianças que estavam no Hemope foram para lá, mas os adultos não receberão o mesmo tratamento, pois o HCP não tem esse equipamento”.

A equipe do LeiaJá entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado (SES) para obter uma resposta sobre a denúncia. Segundo a assessoria, a informação da doação de equipamentos para o IMIP não procede. Quanto aos outros pontos da denúncia, a SES informou que não caberia à secretaria, pois seria responsabilidade da Fundação Hemope. Em resposta aos questionamentos, a Fundação mandou a seguinte nota. Confira a íntegra:  

“A Fundação Hemope, reafirmando o seu compromisso com os usuários do SUS e alinhada às diretrizes do Programa Nacional do Sangue e Hemoderivados, vem a público prestar os seguintes esclarecimentos à população sobre a necessidade de mudança do Perfil Assistencial do Hospital do Hemope, a partir de março do corrente ano:

1- Durante o período de transição, todos os pacientes do Hemope continuarão a ser assistidos normalmente, sem descontinuidade no tratamento.

2- Os pacientes atualmente internados no Hemope serão transferidos, gradualmente e respeitando seu quadro clínico, para o Hospital de Câncer de Pernambuco, onde serão assistidos por equipes multiprofissionais, compostas por médicos hematologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas.

3- Os atuais pacientes onco-hematológicos assistidos no ambulatório do Hemope continuarão seus atendimentos, até que haja necessidade de internamento. Somente os casos novos diagnosticados, e os casos que necessitem de internamento passarão a ser assistidos no Hospital de Câncer de Pernambuco. 

4- O Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), unidade com vocação e especialização para tratar todos os tipos de cânceres no Estado, acolherá esses pacientes, promovendo uma maior resolutividade dos casos em função de sua infraestrutura mais adequada.

5- O novo bloco do HCP abrigará um centro de tratamento para esses pacientes com estrutura de apoio composta de um centro de imagem completo, com radiologia, tomografia e endoscopia, além de radioterapia e exames de apoio e diagnóstico e de contar com profissionais de diversas especialidades clínicas.

6- Em sua estrutura, o HCP comportará ainda um Centro de Transplante de Medula Óssea, como programado pelo Governo do Estado/SES, que possibilitará a realização de transplantes, logo que indicado.

7- A mudança representa a transferência apenas dos pacientes internados, portadores de leucemias e outras doenças onco-hematológicas, para o Hospital do Câncer de Pernambuco, que recebeu investimentos do Governo do Estado e passa a ser o Centro de Referência para o Programa de Oncologia de Pernambuco. A mudança de perfil atende ao Planejamento Estratégico da Fundação Hemope, foi aprovado pelo Conselho Estadual de Saúde, consta do Plano Estadual de Saúde – PES 2012-2015 e, ainda, obedece à estratégia do Ministério da Saúde.

Ass: Presidência da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco Fundação Hemope”







Para complementar a série de discursos em critica ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) enfatizou, nesta quarta-feira (12), a falta de investimentos da gestão com a Polícia Federal (PF) brasileira. Seguindo o peemdebista, a entidade é a prova de que “o Governo Federal dá pouca ou quase nenhuma atenção à questão da Segurança Pública”. Para o parlamentar, o fato se torna mais grave por ser a PF responsável pelo “combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas e de pessoas, à corrupção no setor público”.

Embasado em dados de uma pesquisa realizada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jarbas afirmou que apenas 13% dos agentes entrevistados dizem que estão felizes na Polícia Federal, enquanto 90% acreditam que poderiam fazer muito mais do que fazem atualmente. Ainda segundo ele, há 10 anos um agente da PF recebia uma remuneração equivalente a um Auditor ou Fiscal da União. Atualmente o valor pago configura a metade. 

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“94% dos policiais entrevistados acreditam que a falta de investimentos do Governo Dilma é um castigo pelas investigações sobre corrupção. Um número ainda maior, cerca de 97% dos policiais, afirmam que é proposital o tratamento desigual e o congelamento salarial da maioria dos profissionais da PF nos últimos anos.Todo esse quadro tem levado cerca de 250 policiais federais a abandonarem a instituição a cada ano. Nos últimos anos, a cada mês, 10 policiais dos cargos de Agente, Escrivão e Papiloscopista abandonaram a carreira à procura de melhores condições de trabalho”, exemplificou o senador. 

De acordo com o pernambucano, a Polícia Federal não é de um Governo “A” ou de um Governo “B”, não é de um partido específico, conforme está definido no Artigo № 144 da Constituição Federal. “Ela deve ser sempre, hoje e no futuro, uma polícia de Estado e não de governos. Infelizmente, para as administrações do PT prevalece a lógica de que “aquilo que não posso aparelhar, eu vou esvaziar e enfraquecer”, alertou. 

Mesmo integrando a base governista, no partido, Jarbas sempre disparou contra o governo do PT. Ainda no discurso, Jarbas fez questão de lembrar que este é um ano eleitoral e seria “um bom momento para debater essas questões, para se avaliar o que vem sendo feito, para se apresentar novos caminhos”. Além de pontuar que a falta de investimentos na PF também pode estar atrelada ao descontento das ações de prisão aos condenados na Ação Penal 470, que versa sobre o Mensalão. Escândalo que tem a protagonização do PT. 

Fiação exposta, banheiro interditado, cadeiras danificadas, paredes rachadas, piso, vidros e espelhos quebrados. Essa é a situação da Escola de Frevo Maestro Fernando Borges, localizada no bairro da Encruzilhada - Zona Norte do Recife. Criada para atender um público de 400 pessoas, hoje ela recebe, com instalações precárias, aproximadamente 600, distribuídas em 23 turmas, formadas por 25 alunos, entre crianças e adultos com idade a partir de cinco anos de todas as classes sociais.

Mantida pela Fundação de Cultura, a Escola, que representa nacionalmente e internacionalmente o município e o Estado, foi fundada em 1996 para atender a alunos de escolas municipais, promover oficinas de sombrinha e máscaras de carnaval, formar dançarinos e instrutores, valorizar, fortalecer e divulgar o frevo e incentivar a inclusão social, gerando renda através da linguagem corporal.

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O instrutor Bruno Henrique, que em 1995 se apaixonou pelo frevo, revela que o local não é reformado há anos. “Sinceramente é uma pena a única escola municipal de frevo do mundo, que tem a missão de perpetuar o Patrimônio Cultural e Imateral do Brasil, estar com vidros quebrados, banheiro interditado e ainda ter sido assaltada por falta de segurança”, desabafou o professor. A instituição foi arrombada três vezes em dois anos. No útimo roubo, em dezembro, os assaltantes levaram ventiladores, computadores, som e ainda violaram a dispensa que mantia a merenda dos alunos.

“Praticamente na véspera do curso de férias, a escola ficou quase sem nada. Conseguimos substituir alguns equipamentos, mas não é o suficiente. Estamos com medo, ultimamente deixando as luzes acesas à noite e durante o final de semana para espantar os ladrões”, declara Bruno, que, tristemente, ressaltou também o receio da escola ser abandonada pelo poder público após a inauguração do Paço do Frevo. “A função da escola é integrar várias classes sociais. Tenho medo que, com o Paço, o frevo seja elitizado e acabe perdendo sua essência. Não podemos esquecer que o frevo é do povo, é da rua!”, conclui.

Segundo o bailarino Wanderley Aires, a escola distribuía materiais para as aulas como a sombrinha de frevo - primordial para o passista -, que está acima das condições financeiras de muitos alunos. “Nem todo mundo pode adquirir uma sombrinha profissional, a única que aguenta as passadas durante a dança, e custa em média R$ 70. Muito cara para quem vive do frevo e quem sonha em em obter renda através da linguagem corporal”, diz Aires, que há 10 anos frequenta a Escola de Frevo.

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Sem computador na sala, devido ao último roubo, a coordenadora da escola Nara Frej informou que o local oferece condições mínimas e básicas para se manter. “A gente sabe que nem tudo é perfeito, mas as condições mínimas e básicas a gente mantém ou tenta manter. Tanto é que atendemos essa quantidade imensa de alunos, sempre informando as nossas dificuldades e problemas, que aos poucos estão sendo sanados”, enfatizou. Sobre o material disponibilizado para os alunos, Nara afirma: "Se houve algum dia, nunca vi”.

Entre as aulas e a rotatividade de vários alunos, é possível perceber fios expostos, barra de apoio de ferro descascada e caindo, piso quebrado e desnivelado e caixas d’água na entrada, que para uma das mães apresentam um risco para as crianças. “O piso e essas caixas podem ocasionar um acidente, as crianças brincam e frevam aqui e é muito perigoso”, alerta Wilza Gomes, 45 anos, mãe de Evelyn Maria, 10 anos. Ela ainda sugeriu uma reforma e mais incentivo da Prefeitura.

“Além de construir mais uma sala de dança, podiam fornecer fardamento e passagem, porque tem muita criança que não pode arcar com esse custo”, sugere Wilza. Quem compactua com esta opinião é Girleide Pereira, 38 anos, que leva a filha e a sobrinha para as aulas. “Gostamos muito dos professores, eles são muito atenciosos, mas deveria fornecer passagem, como uma ajuda de custo, além de reformar e pintar”. Para atender a todos os alunos e instrutores, a escola conta apenas com um salão de dança, dois banheiros - um atualmente interditado - e uma sala de vídeo.

Segundo a gestão municipal, o conhecimento acumulado pela Escola de Frevo é que tem subsidiado a estruturação do programa educativo do recém-inaugurado Paço do Frevo. A interação entre os dois equipamentos culturais acontecerá de diferentes formas, explica a diretora da Escola de Frevo, Anna Miranda. "Existem algumas parcerias, como a realização de ensaios e espetáculos", explicou.

A última reforma na escola aconteceu em 2010 e a próxima está prevista para o primeiro semestre de 2014. Mas ainda depende da abertura de licitação. Quanto ao orçamento destinado à Escola de Frevo, a Fundação de Cultura Cidade do Recife convocará após o Carnaval os gerentes de todos os equipamentos culturais para acordar as prioridades de ações esse ano e, só assim, dimensionar os orçamentos necessários para cada espaço.

A realização das oficinas de máscaras e sombrinhas, que eram realizadas na época da fundação da instituição, de acordo com a prefeitura, serão avaliadas neste planejamento. Já as sombrinhas de frevo, que segundo alguns alunos eram entregues aos passistas, somente foram fornecidas para apresentações e mesmo assim quando eram doações feitas à Escola, afirma ainda a assessoria de imprensa.

Os centros de comercialização de alimentos de Jaboatão dos Guararapes continuam a demonstrar descaso com os consumidores. Mais uma vez, um supermercado do município é fiscalizado e tem setor interditado pelo Procon e pela Vigilância Sanitária locais. Nesta quarta-feira (29), foi a vez da seção de frios e panificação do Extrabom, em Piedade, mostrar irregularidades nos produtos vendidos.

Técnicos da Vigilância encontraram problemas no acondicionamento dos artigos, itens sem identificação de validade, bem como alimentos aparentemente mofados e fora da refrigeração necessária. Queijos, manteiga, catchup e pães fazem parte fazem parte da negativa lista. De acordo com a fiscalização, aproximadamente 86 kg de produtos foram inutilizados. 

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Assim como aconteceu numa vistoria no início do mês, a surpresa mais desagradável da ação foi encontrar insetos em pacotes de alimentos. “No Extrabom, não foi diferente, chegamos até a encontrar uma barata viva dentro de um saco fechado de pão”, informou a secretária de Defesa do Consumidor de Jaboatão, Débora Albuquerque. O estabelecimento recebeu uma multa no valor de R$ 30 mil e o setores ficarão interditados por cinca dias, contados a partir desta quarta (29). 

Segundo Débora, a população tem auxiliado no controle dos supermercados que vêm sendo vistoriados. Para solicitar o serviço do Procon de Jaboatão dos Guararapes, o consumidor pode entrar em contato pelos telefones 3476-2951 e 3476.2912, ou presencialmente na sede do órgão, na Rua Emiliano Ribeiro, nº 389, em Piedade. O horário de atendimento é de segunda a sexta, das 8h ás 17h. 

Histórico – Esta é a quinta interdição feita apenas neste mês de janeiro. No dia 13, as seções de panificação e frios foram interditadas no Bompreço de Candeias, pelas mesmas razões do Extrabom. Na ocasião, também foi encontrada uma barata num saco de pão. Em seguida, produtos com a validade adulterada foram encontrados em dois supermercados da Rede Sim, no dia 22. Nesta terça (28), o Leve Mais de Cajueiro Seco também apresentou irregularidades. 

Com informações da assessoria

 

Cerca de 28% dos moradores do município de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul, a 50 quilômetros do Recife, não tem cobertura dos Correios. Os dados foram apontados em uma pesquisa encomendada pela Câmara de Vereadores da cidade que, nesta segunda-feira (16), promoverá uma audiência pública para discutir com a sociedade e instituições ligadas à administração pública municipal o serviço de distribuição de correspondências. 

Durante o levantamento, quase 30% do total de entrevistados afirmou não receber correspondências em sua residência. Desses, 90,3% disseram que já procuraram a prefeitura para tentar solucionar o problema. A pesquisa também apontou que as localidades mais comprometidas ficam na região dos bairros de Água Branca, Conceição, Santana e Militrina, onde 61,4% dos moradores alegam não receberem nenhum tipo de correspondência pelos Correios. 

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O levantamento não foi feito na zona rural de Vitória porque já é conhecido que apenas o distrito de Pirituba é atendido pelo serviço. Lá existe uma pequena filial da agência do centro da cidade, que é 'operada' pelos próprios moradores da vila que pegam as correspondências na cidade, levam e distribuem com os vizinhos.

A falta do serviço dos Correios faz com que muito precisem deixar seus afazeres para se dirigirem a única agência da cidade de quase 134 mil habitantes. Além disso, o pagamento de multas pelo não recebimento de contas causa prejuízos às famílias.

Para o Vereador Edmo Neves (PMN) presidente da Casa Diogo de Braga, “a partir desta pesquisa conclui-se que é de grande importância a realização de uma Audiência Pública sobre este tema, levando as possíveis reivindicações da população e reclamações à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, à Prefeitura Municipal, e outros envolvidos nos serviços públicos de endereçamento e correspondência, que é de suma importância para o exercício da cidadania”.

Pernambuco sempre foi celeiro de grandes nomes do audiovisual, música, teatro e literatura.  São inúmeros os exemplos de artistas, pensadores, escritores que fizeram e fazem de Pernambuco uma força cultural. Foi com o intuito de resgatar e documentar a tão rica história cultural do Estado que nasceu, em outubro de 1970, o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (MISPE). Na época foram registrados em áudio entrevistas com personalidades da política, arte e cultura pernambucana das décadas de 70 e 80, como Cícero Dias.

Durante as décadas seguintes, o MISPE se consolidou como o principal espaço voltado à guarda, restauração, manutenção, catalogação, divulgação da música, fotografia e audiovisual no Estado. Tornou-se o guardião de um acervo composto por mais de seis mil peças, entre filmes em película, partitura, discos, literatura, audiovisual, livros, cordéis e jornais. Em 2006, a TV Universitária doou todo o material jornalístico da emissora ao museu. Outra importante doação ao MISPE foi o acervo particular do fotógrafo e cineasta pernambucano Firmo Neto. Atitude semelhante foi tomada pela Rádio Clube, que entregou aos cuidados do museu mais de duas mil horas de gravação desde 1960.

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Durante 12 anos, o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco funcionou na Casa da Cultura. Em 1992, passou para o casarão que fica na rua da Aurora. Em 2008, o tempo foi cruel com o MISPE, que por razões estruturais do prédio, voltou a funcionar temporariamente na Casa da Cultura. A reforma no antigo casarão começou em 2011 e se arrasta até os dias de hoje. O diretor do MISPE, Geraldo Pinto, em entrevista recente à imprensa, explicou que a demora em reformar o casarão se deve a problemas estruturais que demandam tempo, como a reforma no telhado e partes elétrica e hidráulica, além de diversas exigências de órgãos como o Corpo de Bombeiros.

O diretor do museu também informou que as mudanças estão em curso e que as obras devem ser terminadas em 2014. André Arararipe – diretor de gestão de equipamentos da Fundarpe, explicou que o projeto é utilizar os quatro andares do prédio, com exposições permanentes e sessões de cinema. Enquanto as obras não são concluídas, o diretor explica que o Mispe continua funcionando na Casa da Cultura do Recife, aberto apenas à pesquisadores, e que os funcionários estão trabalhando normalmente no acervo.

Procurada pelo LeiaJá, a Secult-PE/  Fundarpe não enviou resposta sobre a reforma do MISPE até o fechamento desta matéria.

*Edição: Felipe Mendes

O Cine Teatro Samuel Campelo, em Jaboatão dos Guararapes, foi inaugurado em setembro de 1947 com a exibição do filme O Canto do Mar, que contava com a atriz Yara Lins no elenco. Foi um momento importante para os moradores da cidade, que estava em plena expansão. “O cinema foi inaugurado com Jaboatão em pleno crescimento. Aqui passavam filmes muitos bons. Tinha aqueles românticos, faroeste, era uma época muito boa”, lembra com saudade José Luis Ferreira, de 77 anos.

O cinema fica na Praça Nossa senhora do Rosário, principal local de encontro de muitos moradores do centro do município. Em  2013, a prefeitura deixou de realizar o carnaval na cidade e prometeu que o dinheiro que originalmente seria gasto na folia de momo, cerca de R$ 500 mil, serviria para reformar o Cine Teatro Samuel Campelo.

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A demora na entrega do equipamento cultural vem deixando os moradores revoltados. “Venho aqui todos os dias. Encontro os amigos, jogo conversa fora e olho com saudade o cinema que frequentei. Era o único local de lazer da população. Tem muito tempo que está fechado. Fico triste com tudo isso”, diz Edson Carneiro de Almeida, morador.

A indignação fica explícita nas conversas em torno do cine teatro. “Como é possível ter um cinema como este, com uma obra que nunca termina”, comenta Antônio Santos. Palavras que são endossadas por quem passa em frente ao prédio, como o aposentado José Honésio. Ele vai à praça todos os dias encontrar os amigos. “Isso é uma vergonha, Jaboatão não merece que o Samuel Campelo fique sem funcionar tanto tempo, até quando isso vai continuar?”, desabafa.

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Felipe Bernardo, estudante que faz parte do cine clube Moscouzinho, também faz coro para a reabertura imediata do cinema. “A juventude precisa de lazer, de um cinema. A violência na cidade é muito grande. Quando falamos com os jovens, a grande maioria quer o cinema funcionando. Enquanto isso não acontece, passamos curtas e longas brasileiros nas praças”, explica Felipe.

Desde de Julho de 2011, jovens do movimento social Núcleo Educacionista de Jaboatão como Gérson Vicente, vêm acompanhando o andamento das obras. Os jovens não ficaram apenas no protesto, partiram para descobrir porque a reforma do Cine Teatro Samuel Campelo se arrasta por tanto tempo. O Ministério da Cultura repassou à Prefeitura cerca de R$ 500 mil. O restante não foi liberado por falta de documentos, como por exemplo o acervo fotográfico com a situação da obra e os últimos boletins de medições. Os documentos são do Portal Transparência Brasil”, diz Gerson Vicente, um dos líderes do movimento. Veja os documentos na galeria de imagens.

A prefeitura rebate as informações do grupo e afirma que não há pendências documentais em relação à obra do Cine Teatro Samuel Campelo. Leia a íntegra da nota oficial:

"A Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes informa que o valor total da construção do Teatro Samuel Campelo é de R$ 5,6 milhões (infraestrututura e equipamentos), verbas do Ministério da Cultura e município. A previsão é de que as obras sejam concluídas até dezembro deste ano. Em relação às documentações o Governo Municipal esclarece que não há pendências e foi distribuída uma cópia aos integrantes do grupo Educacionista de Jaboatão, durante reunião realizada nesta terça-feira (15/10), na Casa da Cultura, em Jaboatão Centro.

O Samuel Campelo terá com capacidade para mais de 500 expectadores, além de contar com lugares preferenciais para pessoas com deficiência e também para obesas. Além disso, programações cinematográficas e apresentações teatrais variadas farão parte do cotidiano do espaço, transformando-o em ponto de formação e educação de jovens por meio de oficinas culturais."

*Edição: Felipe Mendes

Um dos patrimônios culturais de Pernambuco, o Teatro do Parque tem o título de Imóvel Especial de Preservação. O teatro - que também abriga exibições de cinema, espaço para aulas e jardim com café - está com as portas fechadas desde 2010, e continua abandonado. Segundo informações divulgadas em agosto deste ano pela Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), a reforma está próxima e o teatro será entregue à população em agosto de 2015, quando completa 100 anos.

"Esperamos gastar cerca de R$ 1 milhão, em duas parcelas de R$ 500 mil, na reforma, já que as vistorias iniciais realizadas por arquitetos constataram que o local apresenta estrutura bem sólida, não sendo necessárias grandes intervenções '' disse, na época, o presidente da FCCR, Roberto Lessa. Contactada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife reafirmou a entrega do Teatro do Parque para agosto de 2015 e  que não há nenhuma informação nova. As obras ainda não foram iniciadas.

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Construído pelo comerciante português Bento de Aguiar, com o projeto de decoração dos pintores Henrique Elliot e Mário Nunes, o prédio que abriga o Parque tem arquitetura em art nouveau e foi inaugurado em 24 de agosto de 1915 com uma apresentação da Companhia Portuguesa de Operetas e Revistas. Grandes companhias brasileiras passaram pelo palco do teatro, como as de Vicente Celestino e Alda Garrido. No palco foram encenadas as primeiras peças em parceria entre Samuel Campelo e Valdemar de Oliveira.

O teatro passou pela primeira reforma em 1929, na gestão de Pelópidas da Silveira. Em 1995 foi novamente reformado. Nada foi feito em 18 anos, e o velho e bom teatro novamente pede socorro. No dia 24 de agosto desse ano, dia que marcou o 98º aniversário do Teatro do Parque, artistas se mobilizaram em protesto chamado de Ocuparque pedindo urgência na reforma.

''Não gostaria de receber um teatro maquiado, com obras por fazer, como já aconteceu com o Santa Isabel. É melhor que a reforma passe dois anos e saia bem feita, do que na pressa e cheia de problemas”, opina Leidson Ferraz, jornalista, escritor e pesquisador na área de teatro.

Joaquim Argemiro - Seu Miro, como é conhecido - tem há 36 anos um bar em frente ao Teatro do Parque. Ele lembra com saudade dos grandes espetáculos. “Aqui já foram encenadas grandes peças teatrais. Me lembro que Chico Anysio esteve no teatro e veio ao meu bar tomar um café. Ficamos batendo papo umas duas horas”, conta o comerciante. Seu Miro desconfia que a promessa da prefeitura de reabrir o teatro em agosto de 2015 não seja cumprida: “Teve um povo pedindo a reabertura do espaço. Logo, a prefeitura colocou uma placa dizendo que o teatro estava em obras. Só que até agora nenhuma telha entrou no prédio, sei não”, diz, descrente.

O LeiaJá teve acesso às dependências do Teatro do Parque, confira imagens exclusivas:

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*Edição: Felipe Mendes

A população precisa de locais em que possa exercer seu direito de acesso a bens culturais. Teatros, cinemas, museus, são espaços de encontro das pessoas com outras e com a cultura. Além da questão artística, os equipamentos culturais públicos, ao atrair um grande número de pessoas, também têm impacto na economia do entorno. Muitos são também patrimônio histórico e arquitetônico, trazendo mais uma dimensão para sua importância na vida da cidade.

O Recife e sua Região Metropolitana vêm sofrendo com casos crônicos de abandono de equipamentos culturais geridos pelo poder público. Alguns dos mais importantes espaços culturais - muitas vezes única opção de lazer e acesso à cultura da sua região - estão fechados há anos, quando não décadas, e alguns não têm sequer data para início das obras necessárias ao seu funcionamento. O LeiaJá foi ao Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes procurar saber como estão alguns dos mais importantes e simbólicos equipamentos culturais da Região Metropolitana.

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E o que encontrou foi espaços abandonados, obras que se arrastam há anos e promessas repetidas do poder público de entrega destes equipamentos culturais à população, que até agora não se concretizaram. Confira nesta reportagem especial como estão o Teatro do Parque e o Museu da Imagem e do Som - MISPE, no Recife, o Cine Teatro Samuel Campelo, em Jaboatão, e os cinemas Olinda e Duarte Coelho, em Olinda. Navegue pelos links para conferir as reportagens completas sobre todos estes espaços fechados para o acesso do público.

Em agosto deste ano, o Governo Federal contemplou o Estado de Pernambuco com R$ 171 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Cidades Históricas para restauração e manutenção de patrimônios históricos. Recife ficou com R$ 78,4 milhões, Olinda com R$ 61,8 milhões e Fernando de Noronha com R$ 30,8 milhões. Confira a lista completa neste link.

A lista de obras no Recife contempla mercados, igrejas e museus. Fernando de Noronha se resumiu à restauração, conservação e revitalização de fortes, ruínas e pátios seculares. Olinda foi a maior beneficiada, com um total de 14 projetos aprovados. Estão contemplados casarões, igrejas, praças, bicas, ruas, mosteiros, o Palácio dos Governadores e o Cine Duarte Coelho, no bairro do Varadouro.

Olinda

O LeiaJá visitou as obras do Cine Olinda, no Carmo, e descobriu que estão adiantadas. Segundo o mestre de obras Marcolino da Silva, 80% da reforma está terminada, faltando detalhes de acabamento. ''Concluímos a parte mais pesada, como paredes e as partes hidráulica e elétrica. Esperamos entregar até o final de novembro'', afirmou Marcolino da Silva. As obras do Cine Olinda são de responsabilidade do IPHAN e não estão incluídas no PAC - Cidades Históricas. Segundo Fernando Medeiros, responsável pela obra, ela estará concluída até o final de dezembro deste ano.

Já o Cine Duarte Coelho está totalmente abandonado. Sem ninguém trabalhando, entregue à própria sorte. Nossa equipe esteve no local e encontrou um prédio destruído pelo tempo, tomado pelo mato e cheio de pichações. “Aguardávamos ansiosos pelos filmes. Assisti muitos de humor e bang bang. Era muito bom. Fico triste quando vejo o estado do Cine Duarte Coelho. O que não pode é ficar do jeito que está. É uma vergonha'', lamenta José Laurentino Ferreira, de 73 anos. A Prefeitura de Olinda, através de nota, informou que o projeto está em fase de licitação e que após a aprovação do plano de execução pelo IPHAN, a obra levará 12 meses para ser concluída, sem informar o prazo para ter início.

Confira a matéria completa sobre os cinemas Olinda e Duarte Coelho

Recife

Apesar do clamor da classe artística, o Teatro do Parque - fechado desde 2010 - não foi contemplado com a verba do PAC - Cidades Históricas. A Prefeitura do Recife, no entanto, pretende investir cerca de R$ 1 milhão na reforma do prédio. O dinheiro é suficiente, garantiu o presidente da FCCR, Roberto Lessa, já que a estrutura do teatro está sólida e não precisa de grandes intervenções.

Até agora, a obra não teve início, o que gera desconfiança por parte dos comerciantes próximos ao teatro. ''Não vi até agora nem uma telha entrando no local. Lamento que ele fique parado, já que ganhamos um dinheirinho maior quando ele funciona”, diz Joaquim Argemiro, que há 36 anos tem um bar na frente do Teatro do Parque. “É muito estranho só ter uma placa de obras na porta e nenhum operário'', diz, desconfiado, o comerciante. A Prefeitura do Recife promete entregar o Teatro do Parque à população em agosto de 2015, quando completa 100 anos.

Confira a matéria completa sobre o Parque

Jaboatão

O Cine Teatro Samuel Campelo é outro exemplo na demora em entregar equipamentos fechados de volta ao uso da população. Já são duas décadas fechado. A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes promete entregar o espaço cultural em dezembro deste ano e a reforma tem um custo total de R$ 5,6 milhões. O dinheiro vem do Ministério da Cultura, com contrapartida de R$ 500 mil da prefeitura.

Desde julho de 2011, jovens do Centro do Movimento Social Núcleo Educacionista de Jaboatão vêm acompanhando o andamento das obras e do processo de liberação dos recursos. "As obras estão devagar, não andam. Tem muito tempo que a população reclama que não existe lazer na cidade. Constatamos que a prefeitura não entregou documentos essenciais ao Governo Federal. Diante disso, só foi liberada uma parcela de R$ 500 mil para o teatro”, informa Gérson Vicente, líder do Grupo. A prefeitura rebate a informação.

Confira a matéria completa sobre o Samuel Campelo

Imagem e som

Outro exemplo de espaço público importante para a cultura fechado há muitos anos é o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (MISPE). Desde 2007, o MISPE não está acessível à população. O casarão do início do século 19, que fica na Rua da Aurora, no centro do Recife, está abandonado e o acervo do museu abrigado na Casa da Cultura.

O LeiaJá esteve no local e não havia nenhuma pessoa trabalhando. A diretoria de gestão de equipamentos da Fundarpe informou à imprensa, em agosto desse ano, que a obra estava em curso, e que o prazo de entrega seria em 2014. Atualmente, o acervo do museu - que conta com mais de 6 mil peças - está disponível apenas a pesquisadores. E a situação não tem data para mudar.

Confira a matéria completa sobre o MISPE

*Edição: Felipe Mendes

O Cine Teatro Olinda, localizado em frente à Praça do Carmo, em Olinda, recebeu recursos de R$ 1,3 milhões. Mas este dinheiro não faz parte do PAC – Cidades Históricas, e sim de verbas do IPHAN. Promessa antiga da Prefeitura de Olinda, o cinema já teve diversas datas de inauguração, mas ainda está fechado. E a cidade patrimônio histórico e cultural continua sem ter nenhum cinema em funcionamento no seu território.

Ao visitar o local, o LeiaJá encontrou um canteiro de obras em pleno funcionamento. Segundo o mestre de obras Marcolino da Silva, 80% da restauração já está concluída, e o que falta agora é o acabamento. ''Toda parte hidráulica já está pronta, o telhado e tubulações de energia também. Faltam pintura e detalhes que devem levar ainda dois meses”, explica Marcolino. “Até o final de novembro vamos entregar o teatro”, afirma.

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Segundo o projeto de restauração, o Cine Olinda Convenções contará com uma sala de cinema e teatro-convenções, com capacidade máxima de 320 lugares, um auditório, sala multifuncional no piso inferior com capacidade de 80 lugares, uma sala multimídia, sala de reunião no piso superior com capacidade para 30 pessoas, uma cabine de projeção, sala para administração e um depósito, além de uma copa - lanchonete.

O mestre de obras tem uma relação pessoal com o Cine Teatro Olinda. ''Eu era pequeno, mas assistia a filmes infantis na matinê. Era muito bom”, recorda Marcolino. O Cinema também é parte da vida de José Laurentino de Brito, de 73 anos. Ele mora em Olinda desde 1957, no Bairro do Carmo, próximo ao Cine Olinda, local que utilizou várias vezes para se “divertir, levar a namorada e assistir bons filmes”. “No cinema passavam filmes românticos, de faroeste e humor, como os de Mazzaropi. Levei a namorada várias vezes ao cinema, tudo com muito respeito, lógico. Um lugar desses não merecia ficar tanto tempo parado. Será que desta vez sai mesmo?'', indaga o aposentado.

Um dos cinemas mais movimentados do Estado entre as décadas de 1930 e 1970, O imóvel estava em ruínas desde o início da década de 1970. Situado na avenida Sigismundo Gonçalves, bairro do Carmo – foi alvo de constante invasões. Após décadas de abandono, o equipamento cultural pode finalmente ter um final feliz e ressurgir majestoso. Segundo informou a Prefeitura de Olinda, a obra do Cine Olinda está sendo executada pelo IPHAN e que todas as informações deveriam ser obtidas junto ao órgão. O IPHAN que confirmou a informação da Prefeitura de Olinda, informou segundo Fernando Medeiros, responsável pela fiscalização da obra, que o prazo de entrega da obra está previsto para Dezembro deste ano.

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Cine Duarte Coelho: O abandono continua

Ainda em Olinda, outro cine teatro sofre com o completo abandono. A situação do Cine Duarte Coelho, que funcionava em um prédio histórico localizado na praça da Lapa, no Varadouro, é crítica. O espaço foi inaugurado em 1942 e funcionou como cinema até a década de 1980. Em 1998, a Prefeitura de Olinda anunciou R$ 800 mil para a reforma do cinema.

“No prédio tinha poltronas, carpetes e móveis. Começaram a reforma, mas depois ela foi abandonada. Roubaram tudo e o local virou ruínas”, diz, com tristeza, o Jornalista José Ataíde. Quem lembra com saudade do Cine Duarte Coelho é Mauro de Barros, 76 anos, morador da cidade histórica de Olinda desde 1936. O aposentado acompanhou a inauguração do cinema em 1942, quando foi exibido o filme Uma Noite no Rio, protagonizado por Carmem Miranda. “Assisti a vários filmes. Era muito bom. Bang bang, filmes românticos, de humor... Aqui frequentava a alta sociedade olindense”, relembra Mauro.

O Duarte Coelho pertencia às Empresas de Cinemas Reunidos, dirigidas por Benjamim Ramos. A sala de projeção funcionou ativamente durante as décadas de 1950 e 1960. No início da década de 80, o prêdio foi desapropriada pela Prefeitura de Olinda. Hoje a construção está na lista dos 14 projetos que receberam dinheiro do PAC - Cidades Históricas para obras de restauração.

Em entrevista à imprensa em agosto deste ano, o Secretário Municipal de Patrimônio de Olinda, Lucílio Varejão, informou que a reforma espera por licitação, e assim que a obra estiver pronta, abrigará uma escola de cineanimação com capacidade para 267 pessoas. Na época, o Secretário não informou quando a obra seria entregue à população.

Em nota enviada ao LeiaJá, a Prefeitura de Olinda informa que a Secretaria de Patrimônio e Cultura está encaminhando ao IPHAN o termo de referência para contratação da obra e que existe o prazo necessário para procedimento de licitação. A previsão de duração da obra é de 12 meses. A nota enviada pela Prefeitura não informa quando as intervenções terão início.

Leia a nota na íntegra:

"CINE DUARTE COELHO

1 - A Prefeitura de Olinda explica que o Cine Duarte Coelho foi inscrito no PAC das Cidades Históricas e está contemplado entre os 14 projetos que serão realizados no município.

2 - Com relação ao Cine Duarte Coelho ter sido retirado do PAC, a Prefeitura informa que a informação não procede.

3 -  Para as obras do Cine Duarte Coelho, a Secretaria de Patrimônio e Cultura esclarece que está encaminhando ao IPHAN o Termo de Referência para contração da obra de intervenção, conforme modelo de formatação estabelecido pelo PAC.  Após aprovação do IPHAN e prazo necessário para o procedimento licitatório, a previsão de duração da obra é de 12 meses.

CINE OLINDA

1- A Prefeitura esclarece que a obra do Cine Olinda está sendo executada pelo IPHAN e todas as informações sobre a obra, incluindo prazos, devem ser obtidas junto ao órgão.

2 - Não houve substituição de obras do Cine Duarte Coelho para o Cine Olinda. O primeiro foi contemplado pelo PAC e o segundo foi licitado pelo IPHAN em outro tipo de financiamento.

3 - O projeto de reconstrução do Cine Olinda prevê, além de cinema, espaço para funcionamento de um Centro de Convenções."

*Edição: Felipe Mendes

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Apenas um refletor ilumina a área onde estão instaladas as barracas das tapioqueiras da Praça da Sé, em Olinda, há pelo menos duas semanas. Com o espaço bastante escuro, o movimento caiu e elas, que trabalham de domingo a domingo, temem assaltos.

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Esta é a primeira vez que dona Zeinha passa por essa situação nos mais de 40 anos que ela vende tapioca na Sé. De acordo com ela, nos dias de semana as tapioqueiras fecham as barracas mais cedo e têm que ir para casa. “A gente trabalha com medo e porque precisa. Dia de domingo vem todo tipo de gente”, afirmou.

Não bastasse trabalhar no escuro, a falta de luz está atrapalhando no rendimento mensal de dona Zeinha, que nos fins de semana conta com a ajuda de mais duas pessoas. “Dia de semana a gente tem que ir pra casa cedo, dia de domingo que era pra ser melhor o pessoal tem medo de vir à noite”, defabafou.

Segundo as tapioqueiras, a energia foi cortada porque a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) identificou instalações irregulares que poderiam trazer risco, não só para as vendedoras, mas para os clientes.

O problema, no entanto, de acordo com Nailza de Souza, de 36 anos, que vende tapiocas desde pequena para ajudar a mãe, é que em agosto de 2011, elas foram relocadas voltando para a Sé quatro meses depois. O motivo seria a reforma da praça, por parte da prefeitura, e o serviço de fiação subterrânea, por parte da Celpe. “Em 2011, eles prometeram que iam embutir a energia e padronizar as barracas, mas até hoje a gente espera”, lamentou.

 Ainda de acordo com as tapioqueiras, nessa semana houve uma reunião entre as trabalhadoras da Sé, a Celpe e a Prefeitura. No encontro ficou acertado que até a terça-feira (24), a companhia iria instalar gambiarras até que a solução definitiva fosse tomada. “A gente confiou na palavra deles e até agora nada. Hoje já é sábado e continuamos no escuro”, relatou.

Um simpósio para discutir os benefícios da obra de engorda das praias de Jaboatão ocorreu na manhã desta quinta-feira (22), no Hotel Dorisol. Com a intenção de mobilizar moradores dos prédios da orla, empresários e potenciais investidores, o evento aconteceu com toda a pompa da cobertura do empreendimento.  A Igreja de Nossa Senhora das Candeias, cujas pedras estão à míngua em uma das ruas da cidade, não parece fazer parte do planejamento para os próximos anos.

A reportagem publicada no dia 12 de agosto, o LeiaJá alertou a secretária Fátima Lacerda sobre as pedras que compunham a antiga igreja, que foram descobertas com o início das obras contra o avanço do mar. Mas não foi há dez dias, por ocasião da reportagem que a Prefeitura de Jaboatão tomou conhecimento da existência de tais pedras. Em 2011, a própria Paróquia Nossa Senhora das Candeias fez uma solicitação para que fossem removidas algumas delas para a Igreja de Nossa Senhora do Loreto.

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Quando ouvida pela reportagem, Lacerda havia dito que tinha conhecimento da história, mas que não sabia ao certo onde estavam os artefatos. Nesta quinta (22), mesmo tendo conhecimento do ofício ela voltou a mostrar falta de interesse no assunto. “Estes achados históricos dizem respeito à UMA pedra e ela foi deslocada, com a participação de um morador muito comprometido com a história de Jaboatão. Ela está guardada na Igreja do Loreto. Quando fizermos o projeto de urbanização da orla, daremos um cuidado especial à ela, fazendo um marco da história de Jaboatão”, afirmou.

Diferente do que a secretária acredita, a esmagadora maioria das pedras da igreja da Candelária está em uma rua ao lado do Condomínio Candeias, onde a família do governador Eduardo Campos tem alguns imóveis. O LeiaJá também foi até a Igreja do Loreto para conhecer as pedras que estavam “guardadas” e o cenário encontrado foi lamentável. Por falta de uma destinação adequada, cinco pedaços da igreja histórica estavam largados em meio a muito mato e cercados de material de construção.

Representante da Associação dos Moradores da Orla de Jaboatão (AMO Jaboatão), o engenheiro Mário Baptistella, presente ao simpósio, elogiou a obra de engorda da praia, mas criticou a falta de cuidado com a história. “Nesse momento estamos cuidando da praia e da reurbanização da orla, que terá a utilização pública de todos. É lamentável que isso tenha acontecido com a Igreja, esse descaso”, disse.

Em conversa com o padre responsável pela atual Nossa Senhora das Candeias, o prefeito Elias Gomes se comprometeu a fazer o marco histórico da construção. Mas esta é apenas uma afirmação verbal de um pedido feito há quase dois anos por escrito, e no projeto de urbanização apresentado no Simpósio do Hotel Dorisol não havia nada que indicasse que a histórica igreja faça parte dos planos.

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O relacionamento entre o legislativo e o executivo na cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), não está em sintonia segundo alguns parlamentares. O atual gestor da cidade, Renildo Calheiros (PCdoB), é apontado por vereadores como um mau administrador.

“O problema hoje de Olinda é a falta de comunicação da prefeitura com a Câmara. Atrelada a falta de compromisso com a cidade, as obras e a população. A prefeitura precisa enxergar que a sociedade quer ver resultados”, ressaltou Jorge Federal (PSD), reiterando ainda que é preciso ter coragem para mudar a situação municipal, “o que falta mesmo é coragem, para notar os problemas e melhorar a cidade”, apontou o vereador.

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A Câmara que antes contava com um vereador de oposição, Arlindo Siqueira (PSL), e 16 de situação tem atualmente um grupo independente, intitulado por G6 e composto pelos vereadores Jorge Federal (PSD) Jesuíno Gomes (PSDB), Mônica Ribeiro (PDT), Riquinho Água e Gás (PDT), Joab Teodoro (PRP) e Professor Lupércio (PV). Que segundo Mônica Ribeiro existe para apoiar os olindenses.

“Não somos oposição nem situação, criamos o grupo para apoiar o povo de Olinda. Nós somos a favor do prefeito quando é para beneficiar o olindense e contra quando prejudica”, destacou a também vice-presidente da Casa.

Entre as principais solicitações dos vereadores estão: melhoria da saúde, na questão das consultas médicas e atendimento; reestruturação das escolas, abrangendo melhorias na iluminação, segurança e um novo plano de ensino; e a conclusão das obras municipais.

De acordo com Arlindo Siqueira o prefeito deve começar a agir pelo povo, pois poderá receber em breve uma carta de impeachment da sociedade olindense organizada. “Acho que ele (Renildo Calheiros) terá que abrir os olhos, porque o grupo ‘Acorda Olinda’ está colhendo assinaturas para que ocorra o impeachment dele. Se a população conseguir pode até desmoralizar a câmara de vereadores”, disparou.

Segundo os parlamentares do G6, o grupo tenta marcar uma reunião, desde a última quarta-feira (3), com Calheiro para entregar uma “Pauta Positiva” com propostas de melhorias para a cidade, o que não aconteceu. No entanto a lista foi entregue, nesta terça-feira (9), ao vice-prefeito, Enildo Arantes (PT), e a alguns secretários da gestão em conjunto com manifestantes que participavam da sessão plenária da Câmara.

Dentre as principais sugestões está a de que o prefeito corte cargos comissionados - para eles, é possível cortar mais de 40% do quadro de funcionários - para pagar uma suposta dívida de R$ 23 milhões que teria sido acumulada desde 2003, quando a prefeitura teria deixado de fazer os repasses para o Fundo Previdenciário dos servidores municipais.

“Descobrimos, através de pedidos de informações, que a prefeitura mexeu em mais de 20 milhões do fundo de previdência dos servidores, onde foi parar esse dinheiro?”, indagou Siqueira.

Confira o documento:

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