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Ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Michel Temer, o general Sérgio Etchegoyen criticou a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que ele "perdeu a confiança" em parte das Forças Armadas. Para Etchegoyen, a fala do presidente demonstra "profunda covardia" e não contribui para pacificar o País.

"Passado o triste episódio do dia 8, o presidente Lula, comandante supremo das Forças Armadas, dá uma declaração clara à imprensa de que não confia nas Forças Armadas. Como é que se pacifica o País a partir daí? Como é que se pacificam as Forças Armadas, que são uma instituição de Estado com a qual os governos do PT conviveram por 16 anos?", afirmou o general nesta terça-feira, 17, em entrevista ao programa gaúcho Pampa Debates.

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"O presidente da República (...) sabe, desde já, que nenhum general vai convocar uma coletiva para responder à ofensa. Então isso é um ato de profunda covardia, porque ele sabe que ninguém vai responder. Ele sabe que ninguém vai contestar o que ele está dizendo. Ou seja, é a velha técnica de procurar culpados", acrescentou Etchegoyen.

Na semana passada, em um contexto de críticas sobre a atuação do Exército durante a invasão e depredação do Palácio do Planalto, Lula relatou falta de confiança em parcela dos militares da ativa. "Eu perdi a confiança, simplesmente. Na hora que eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade", disse o petista. Como mostrou o Estadão, pela primeira vez um presidente rejeitou ter militares fardados como ajudantes de ordens.

Poder moderador

Em outra declaração, o chefe do Executivo afirmou que as Forças Armadas "não são poder moderador como pensam que são". O petista disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro "poluiu" a instituição. "É como se tivesse dado um terremoto, mudou tudo de lugar. Bolsonaro mudou o comportamento de muita gente nesse país", declarou.

O general Etchegoyen chefiou o GSI durante o governo Temer, entre 2016 e 2019. O órgão é responsável direto pela segurança do presidente. Lula escolheu permanecer com a segurança da Polícia Federal por desconfiança de alguns militares lotados no GSI.

Etchegoyen afirmou ainda que nunca viu tamanho grau de radicalismo no País como atualmente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou a lista de militares dispensados das funções de segurança da Presidência da República. O Diário Oficial da União, desta quarta-feira (18), publica a exoneração de 14 integrantes das Forças Armadas que estavam atuando no Gabinete de Segurança Institucional. O GSI é responsável pela segurança do presidente e vice-presidente e também do Palácio do Planalto e das residências oficiais.

Na terça-feira (17), outros 56 militares já tinham sido dispensados, sendo que 45 cuidavam da segurança do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto. Nesta quarta, também foi exonerado o tenente-coronel da Aeronáutica Max Steinert, que ocupava a função de assessor militar na Secretaria Geral da Presidência. Além dele, outros 13 militares das três Forças foram dispensados de atuar no GSI.

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O afastamento desses militares ocorre num contexto de "perda de confiança" em parte dos militares assumida publicamente pelo presidente Lula. "Eu perdi a confiança, simplesmente. Na hora que eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade", admitiu Lula ao Estadão, quando questionado sobre se sentia ameaçado. Até o fim desta semana, Lula terá encontro com os comandantes das Três Forças. Na conversa deverá falar dos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro em Brasília e voltar a insistir que as Forças Armadas não devem ser partidarizadas, como ocorreu na gestão de Jair Bolsonaro.

Na terça, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que as exonerações atingiram cargos de "extrema confiança" e avisou que outras demissões estão por vir. Segundo ele, a maior parte ocorrerá a partir do dia 23 de janeiro. "O grosso das nomeações e exonerações será feito a partir do dia 23 até fim do mês. Tem muita gente para sair e entrar", disse Costa. "O governo que saiu tem pouca ou nenhuma sintonia com o que entrou, o pensamento em todas as áreas é muito diferente, portanto não poderíamos conviver com os mesmos assessores. Alguém achava que íamos manter os assessores do governo anterior? Não é razoável que fosse assim. O regime de governo mudou. Se mudou a filosofia, mudou o conteúdo, então tem que mudar quem está implementando isso", afirmou.

Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarar que "perdeu a confiança" em parte dos militares e, por isso, não indicou até o momento oficiais para atuar ao seu lado como ajudantes de ordem, o governo petista dispensou 43 cabos, sargentos, soldados, um tenente e um coronel da Polícia Militar do Distrito Federal. O contingente tinha como função cuidar tanto do Palácio da Alvorada como de outras residências oficiais da Presidência, incluindo a Granja do Torto.

Os atos de exoneração foram publicados no Diário Oficial da União desta terça-feira (17). A mais alta patente dispensada da função foi o coronel da PM do DF Marcelo de Oliveira Ramos. A lista tem ainda militares da Marinha, Exército e Aeronáutica.

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Na semana passada, Lula admitiu ao Estadão que perdeu a confiança em parte dos militares. Por conta disso, continuava sem ajudante de ordem, função tradicionalmente ocupada por oficiais de uma das três Forças.

"Eu perdi a confiança, simplesmente. Na hora que eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade", admitiu Lula à reportagem, quando questionado sobre se sentia ameaçado. O presidente dissera, durante um café da manhã com jornalistas, que entregaria o cargo aos seguranças que já trabalham com ele desde 2010, entre eles militares aposentados, como o capitão Valmir Moraes.

Durante a campanha eleitoral, o presidente teve sua proteção pessoal realizada por agentes e delegados da Polícia Federal. Depois que foi eleito, preferiu manter a PF executando a função. Tradicionalmente, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) cuida da segurança do presidente e vice-presidente da República e seus familiares. Até momento, no entanto, a proteção ainda estaria sob a responsabilidade de policiais federais. Quando serviço é executado pelo GSI, os agentes destacados são militares.

No café da manhã com jornalistas na semana passada, Lula mandou recados às Forças Armadas. Declarou que elas não têm o "poder moderador que pensam que têm". Esse poder que não está previsto na Constituição foi defendido publicamente por seguidores e auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanecerá sob os cuidados de equipe da Polícia Federal (PF) no início do governo, em 2023, por desconfiança do PT dos militares lotados no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência. A mudança no esquema da segurança, considerada por integrantes da equipe de Lula como provisória, esvazia o ministério tradicionalmente responsável pela tarefa.

Aliados de Lula têm dito ser necessário manter a segurança presidencial com a PF diante da "delicadeza" do momento. Em conversas reservadas, dirigentes do PT e ministros indicados pelo partido admitem receio de que o GSI tenha tido sua integridade comprometida por "ideologização" durante o período em que o general Augusto Heleno ocupou a pasta. O militar é um dos aliados mais fiéis do presidente Jair Bolsonaro (PL) e chegou a dizer que "infelizmente" Lula não estava doente.

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O futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), tem tratado o tema com integrantes do GSI e policiais federais, como o futuro diretor-geral da corporação, delegado Andrei Passos, responsável pela segurança de Lula na campanha. A ideia é preparar uma proposta de reestruturação das atribuições do GSI e manter, no âmbito da PF, um departamento para a proteção pessoal do presidente, do vice e de suas respectivas famílias.

Rui Costa afirmou, no início da semana, que haverá uma "estrutura de transição" da segurança de Lula até as definições completas no GSI. Depois de concluídas as mudanças pretendidas, é possível que o gabinete volte a ficar responsável pela função. Quem assumirá o novo GSI é o general Gonçalves Dias, responsável pela segurança de Lula nos dois primeiros mandatos do petista.

O futuro governo mantém diálogo com a atual equipe do GSI com vistas à segurança para a cerimônia de posse de Lula. O ministério, porém, não é o principal responsável pela missão. Passos tem mantido conversas com o governo do Distrito Federal e promete mobilizar "milhares" de militares para a solenidade de 1º de janeiro.

Pesquisa Datafolha mostra que 60% dos entrevistados nunca confiam no presidente Jair Bolsonaro, um recorde em seu mandato que chega ao final do terceiro ano. O porcentual que respondeu que confia, às vezes, é de 26% e o dos que disseram sempre confiar, de 13%. Tecnicamente, os índices estão empatados com o levantamento anterior, divulgado em setembro, mas apontam curva ascendente para a desconfiança.

Desconfiam de Bolsonaro, segundo a pesquisa, os que ganham até dois salários mínimos (66%), nordestinos (68%) e os que reprovam seu governo. Confiam mais os que recebem entre cinco e dez mínimos e mais ricos. Os moradores das regiões Norte/Centro-Oeste, onde há maior aprovação do governo, também acreditam mais (16%).

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Em 2019, no início do mandato, o nível de desconfiança já era alto: 44% nunca confiavam enquanto 36% parcialmente e 19% acreditavam.

A pesquisa foi realizada com 3.666 pessoas com 16 anos ou mais em 191 cidades, entre os dias 13 e 16 de dezembro. A margem de erro é dois pontos para mais ou para menos.

Números revelados pelo Datafolha nesta sexta-feira (17), mostram 57% das pessoas entrevistadas desconfiam do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No último levantamento realizado em julho, 55% das pessoas desconfiavam das palavras do presidente - o atual patamar configura um recorde de desconfiança dos brasileiros.

Apenas 15% dos entrevistados disseram confiar no que é dito por Bolsonaro, enquanto 28% revela que às vezes confiam. Número recorde de desconfiança anda lado a lado com as fake news do chefe do Executivo, que chegou a afirmar na última semana que "Fake news faz parte da nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? Se não contasse, a noite não ia acabar bem", revelou durante uma cerimônia no Palácio do Planalto.

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Pesquisa

A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 13 e 16 de setembro e ouviu, de forma presencial, 3.667 pessoas com mais de 16 anos, em 192 cidades do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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Datafolha: Bolsonaro bate recorde de rejeição com 53%

A desconfiança nas vacinas, inclusive a rejeição total de uma parte da população em se vacinar, não surgiu com a pandemia de Covid-19 e sim com a própria vacinação.

"A rejeição à vacinação é tão antiga quanto a própria vacinação", segundo o historiador da saúde Patrick Zylberman.

Uma jornada que dura mais de dois séculos de avanços e suspeitas.

- 1796: a ideia de Jenner -

Com pústulas altamente contagiosas, a varíola foi um flagelo terrível durante anos.

Em 1796, o médico inglês Edward Jenner teve a ideia de injetar uma forma do vírus da varíola benigna em uma criança para estimular sua reação imunológica.

O processo funcionou e, com ele, nasceu a "vacinação".

- 1853: 1ª vacina obrigatória -

No Reino Unido, a vacina contra a varíola se tornou obrigatória para as crianças a partir de 1853. Essa obrigatoriedade gerou uma oposição gigantesca.

Os críticos alegavam o "perigo" de injetar produtos procedentes de animais, "motivos religiosos" ou um "ataque às liberdades individuais".

A partir de 1898, uma "cláusula de consciência" foi adicionada à legislação britânica para permitir que os relutantes não se vacinassem.

- 1885: Pasteur e a raiva -

No final do século XIX, Louis Pasteur desenvolveu uma vacina contra a raiva a partir de uma cepa atenuada do vírus. Em 1885, realizou uma injeção bem-sucedida em Joseph Meister, uma criança que foi mordida por cão suspeito de ter raiva.

Neste caso, também houve desconfiança. Pasteur foi acusado de querer ficar rico com a fabricação de uma "raiva de laboratório".

- Anos 1920: BCG, difteria, tétano... -

Após a vacina contra o tifo desenvolvida no final do século XIX, os anos 1920 viram a chegada das vacinas contra a tuberculose (BCG, 1921), difteria (1923), tétano (1926) e a coqueluche (1926).

Também nos anos 1920, sais de alumínio começaram a ser utilizados como coadjuvantes para aumentar a eficácia das vacinas. Isso também foi uma fonte de suspeita para os críticos das vacinas, especialmente na França.

- 1998: estudo falso, desconfiança verdadeira -

Em 1998, um estudo publicado na renomada revista médica The Lancet sugeria uma relação entre as vacinas SPR (sarampo, caxumba, rubéola) e o autismo.

No entanto, foi descoberto que se tratava de uma "enganação" do autor Andrew Wakefield, mas nem a negação oficial da revista nem os trabalhos posteriores comprovando a ausência de vínculo conseguiram conter os temores.

Este estudo ainda é frequentemente citado pelos críticos das vacinas.

Esse ceticismo tem como consequência o "ressurgimento de algumas patologias contagiosas" como o sarampo, destaca Patrick Zylberman em seu livro "La Guerre des vaccins" (A Guerra das Vacinas).

O sarampo matou 207.500 pessoas no mundo em 2019, 50% a mais que 2016, em um contexto de redução da vacinação global, alerta a OMS.

- 2009: fracasso da vacinação H1N1 -

Em 2009, a pandemia da gripe H1N1, causada por um vírus da mesma família da gripe de 1918, soou as sirenes da OMS. Campanhas de vacinação foram organizadas, mas a epidemia foi menos grave que o previsto, deixando apenas 18.500 mortes.

Milhões de doses tiveram que ser destruídas e as críticas à má gestão reforçaram a desconfiança nas vacinas em vários países, onde os "anti-vacinas" destacam casos de efeitos colaterais, apesar de serem muito raros.

- 2020: poliomelite e a teoria da conspiração -

Oficialmente erradicada desde agosto de 2020 na África graças à vacina, a poliomielite resiste na Ásia, no Paquistão e Afeganistão, onde esta doença causa paralisia nos mais novos.

O fracasso das campanhas de vacinação é explicado principalmente pela desconfiança das populações rurais e a crença em teorias da conspiração contra os muçulmanos.

As campanhas de vacinação começaram apenas um ano depois do surgimento da Covid-19. Uma rapidez sem precedentes que gera a esperança de acabar com a crise, mas alimenta a desconfiança de sempre a respeito das vacinas.

A seguir um resumo de mais de dois séculos de avanços e suspeitas:

- 1796: a ideia de Jenner -

Com pústulas altamente contagiosas, a varíola foi um flagelo terrível durante séculos. Em 1796, o médico inglês Edward Jenner teve a ideia de inocular uma forma do vírus da varíola benigna em uma criança para estimular sua reação imunológica. O processo funcionou. Nasceu a "vacinação".

- 1853: 1ª vacina obrigatória -

No Reino Unido, a vacina contra a varíola foi obrigatória para as crianças a partir de 1853. A obrigatoriedade provocou uma grande oposição. Os críticos alegavam o "perigo" de injetar produtos procedentes dos animais, "motivos religiosos" ou "atentado às liberdades individuais".

A partir de 1898 foi introduzida uma "cláusula de consciência" na legislação britânica para permitir que pessoas em dúvida não fossem vacinadas.

- 1885: Pasteur e a raiva -

No fim do século XIX, Louis Pasteur desenvolveu uma vacina contra a raiva a partir de uma cepa atenuada do vírus. Em 1885 uma injeção bem-sucedida foi aplicada em Joseph Meister, um menino que havia sido mordido por um cachorro suspeito de estar com raiva.

Neste caso também existiu desconfiança. Pasteur foi acusado de tentar enriquecer com a fabricação de uma "raiva de laboratório".

- Anos 1920: BCG, difteria, tétano... -

Após a vacina contra o tifo desenvolvida no fim do século XIX, os anos 1920 registraram a multiplicação das vacinas, contra tuberculose (BCG, 1921), a difteria (1923), o tétano (1926) e a coqueluche (1926).

Também nos anos 1920 os sais de alumínio começaram a ser utilizados como adjuvantes para aumentar a eficácia das vacinas. Isso também virou uma fonte de suspeita para os críticos da vacina, especialmente na França.

- 1944: vacina contra a gripe -

A primeira campanha de vacinação contra a gripe aconteceu em 1944-1945 para proteger os soldados americanos que seriam enviados para combater na Europa.

Trinta anos depois, a primeira grande campanha de vacinação contra a gripe nos Estados Unidos "terminou em desastre em 1976", recorda à AFP o historiador de Ciências Laurent-Henri Vignaud. O aumento entre os vacinados da síndrome de Guillain-Barré, doença rara do sistema nervoso, "levou à suspensão da campanha".

- 1980: erradicação da varíola -

O último caso natural de varíola foi diagnosticado na Somália em 26 de outubro de 1977. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença erradicada em 8 de maio de 1980 graças ao esforço internacional iniciado após a Segunda Guerra Mundial. Apenas no século XX, a varíola provocou quase 300 milhões de mortes, mais que os conflitos armados.

- 1998: estudo falso, desconfiança verdadeira -

Em 1998, um estudo publicado na prestigiosa revista médica The Lancet sugeriu uma relação entre a vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) e o autismo.

Uma "falsificação" do autor Andrew Wakefield foi descoberta. Mas nem o desmentido oficial da revista nem os trabalhos posteriores que demonstraram a ausência de vínculo conseguiram acabar com os temores. O estudo é citado com frequência pelos críticos das vacinas.

- 2009: fracasso da vacinação H1N1 -

Em 2009, a pandemia de gripe H1N1, provocada por um vírus da mesma família que o da gripe de 1918, soou o alerta na OMS. Campanhas de vacinação foram organizadas, mas a epidemia foi menos grave que o previsto e provocou apenas 18.500 mortes.

Milhões de doses foram destruídas e as críticas à má gestão reforçaram a desconfiança a respeito das vacinas em muitos países, onde os grupos "antivacinas" destacam os casos de efeitos colaterais, embora estes sejam raros.

- 2020: pólio e a teoria da conspiração -

Oficialmente erradicada desde agosto de 2020 na África graças à vacina, a poliomielite resiste na Ásia, no Paquistão e Afeganistão, onde a doença provoca paralisia entre as crianças.

O fracasso das campanhas de vacinação é explicado sobretudo pela desconfiança das populações rurais e a crença em teorias da conspiração contra os muçulmanos.

As campanhas de vacinação começam apenas um ano depois do surgimento da Covid-19. Uma rapidez sem precedentes que gera a esperança de acabar com a crise, mas alimenta a desconfiança de sempre a respeito das vacinas.

A seguir um resumo de mais de dois séculos de avanços e suspeitas:

- 1796: a ideia de Jenner -

Com pústulas altamente contagiosas, a varíola foi um flagelo terrível durante séculos. Em 1796, o médico inglês Edward Jenner teve a ideia de inocular uma forma do vírus da varíola benigna em uma criança para estimular sua reação imunológica. O processo funcionou. Nasceu a "vacinação".

- 1853: 1ª vacina obrigatória -

No Reino Unido, a vacina contra a varíola foi obrigatória para as crianças a partir de 1853. A obrigatoriedade provocou uma grande oposição. Os críticos alegavam o "perigo" de injetar produtos procedentes dos animais, "motivos religiosos" ou "atentado às liberdades individuais".

A partir de 1898 foi introduzida uma "cláusula de consciência" na legislação britânica para permitir que pessoas em dúvida não fossem vacinadas.

- 1885: Pasteur e a raiva -

No fim do século XIX, Louis Pasteur desenvolveu uma vacina contra a raiva a partir de uma cepa atenuada do vírus. Em 1885 uma injeção bem-sucedida foi aplicada em Joseph Meister, um menino que havia sido mordido por um cachorro suspeito de estar com raiva.

Neste caso também existiu desconfiança. Pasteur foi acusado de tentar enriquecer com a fabricação de uma "raiva de laboratório".

- Anos 1920: BCG, difteria, tétano... -

Após a vacina contra o tifo desenvolvida no fim do século XIX, os anos 1920 registraram a multiplicação das vacinas, contra tuberculose (BCG, 1921), a difteria (1923), o tétano (1926) e a coqueluche (1926).

Também nos anos 1920 os sais de alumínio começaram a ser utilizados como adjuvantes para aumentar a eficácia das vacinas. Isso também virou uma fonte de suspeita para os críticos da vacina, especialmente na França.

- 1944: vacina contra a gripe -

A primeira campanha de vacinação contra a gripe aconteceu em 1944-1945 para proteger os soldados americanos que seriam enviados para combater na Europa.

Trinta anos depois, a primeira grande campanha de vacinação contra a gripe nos Estados Unidos "terminou em desastre em 1976", recorda à AFP o historiador de Ciências Laurent-Henri Vignaud. O aumento entre os vacinados da síndrome de Guillain-Barré, doença rara do sistema nervoso, "levou à suspensão da campanha".

- 1980: erradicação da varíola -

O último caso natural de varíola foi diagnosticado na Somália em 26 de outubro de 1977. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença erradicada em 8 de maio de 1980 graças ao esforço internacional iniciado após a Segunda Guerra Mundial. Apenas no século XX, a varíola provocou quase 300 milhões de mortes, mais que os conflitos armados.

- 1998: estudo falso, desconfiança verdadeira -

Em 1998, um estudo publicado na prestigiosa revista médica The Lancet sugeriu uma relação entre a vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) e o autismo.

Uma "falsificação" do autor Andrew Wakefield foi descoberta. Mas nem o desmentido oficial da revista nem os trabalhos posteriores que demonstraram a ausência de vínculo conseguiram acabar com os temores. O estudo é citado com frequência pelos críticos das vacinas.

- 2009: fracasso da vacinação H1N1 -

Em 2009, a pandemia de gripe H1N1, provocada por um vírus da mesma família que o da gripe de 1918, provocou alerta na OMS. Campanhas de vacinação foram organizadas, mas a epidemia foi menos grave que o previsto e provocou apenas 18.500 mortes.

Milhões de doses foram destruídas e as críticas à má gestão reforçaram a desconfiança a respeito das vacinas em muitos países, onde os grupos "antivacinas" destacam os casos de efeitos colaterais, embora estes sejam raros.

- 2020: pólio e a teoria da conspiração -

Oficialmente erradicada desde agosto de 2020 na África graças à vacina, a poliomielite resiste na Ásia, no Paquistão e Afeganistão, onde a doença provoca paralisia entre as crianças.

O fracasso das campanhas de vacinação é explicado sobretudo pela desconfiança das populações rurais e a crença em teorias da conspiração contra os muçulmanos.

Quando o governo russo programou uma vacinação em massa contra o coronavírus para outubro, os cientistas brasileiros mostraram mais desconfiança e cautela do que otimismo com a perspectiva de cura da doença. As dúvidas aumentaram ontem, quando o presidente Vladimir Putin afirmou que a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a aprovar a regulamentação para uma vacina contra a Covid-19. E ela já tem um nome, Sputnik V, lembrando a "vitória" da antiga União Soviética ao lançar o primeiro satélite artificial ao espaço, em 1957.

A possibilidade de se "pular" etapas de testes para acelerar a distribuição da vacina e a falta de transparência dos resultados deixam dúvidas sobre sua eficácia. O Ministério da Saúde da Rússia informa que as pesquisas estão na fase 3, a última e mais importante - mas não divulgou estudos em nenhuma revista científica sobre os resultados das fases anteriores. Segundo o órgão, a Sputnik V está apta para ser distribuída à população.

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Há controvérsias

De acordo com o site russo Meduza, criado por jornalistas independentes, a Associação de Organizações de Pesquisa Clínica, que reúne empresas farmacêuticas e de pesquisa, aponta que a vacina ainda está na fase I-II, segundo o registro de ensaios clínicos. A previsão de conclusão seria apenas em dezembro. Outro site, o Clinical Trials, criado nos EUA, repete o dado: os estudos russos ainda estão na fase 1 e 2.

Como comparação, a vacina Coronavac, parceria do Instituto Butantã com a empresa chinesa Sinovac Biotech, vai precisar de 90 dias para concluir a fase 3. Se os testes derem certo, ela deve estar disponível apenas no início de 2021. O experimento russo tem menos de dois meses de testes em humanos. "Temos 26 vacinas em fase clínica de estudos e seis na fase 3. A vacina russa está em fase 1. Mas o governo está indicando uma vacina pronta em agosto", compara a infectologista Cristina Toscano, da área de Patologia Tropical da Universidade Federal de Goiás.

Para a professora, isso é impossível "porque pressupõe, necessariamente, estudos de fase 3, que não podem ser feitos sem a conclusão da fase 2". Representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), e única sul-americana a integrar o GT de Vacinas para covid-10 no grupo estratégico da Organização Mundial de Saúde, ela está diretamente envolvida na busca por uma vacina contra o covid. . Seu papel é revisar, com os outros 14 integrantes do grupo, as evidências disponíveis sobre o progresso das vacinas em andamento.

No escuro. Nessa mesma linha, a bióloga Natalia Pasternak, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, ressalta a falta de compartilhamento dos dados da vacina russa. "A comunidade científica mundial está no escuro. É motivo de muita preocupação. Temos uma população de cerca de 150 milhões de pessoas (na Rússia) que vai começar a ser vacinada sem que conheçamos os efeitos."

Queimar etapas na criação de uma vacina para acelerar sua distribuição levanta questões éticas, ressalta o virologista Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária da USP. "Esses estudos geram dúvidas na comunidade científica mundial por causa da intenção dos envolvidos de saltar etapas e passar diretamente ao uso da vacina em escala mais ampla", opina o especialista. "Não é ético fazer isso."

Como em Oxford. Alheia à desconfiança da comunidade científica internacional, a Rússia acelerou seu cronograma por determinação do presidente Vladimir Putin. Em reunião transmitida pela TV estatal, ele afirmou que uma de suas filhas tomou a vacina. "Sei que funciona de maneira bastante eficaz", disse Putin.

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emilio Ribas, afirma que a vacina russa utiliza a plataforma do vetor-viral, a mesma técnica utilizada pela Universidade Oxford, que possui os estudos mais promissores sobre a vacina. "A única diferença é que os russos usam dois adenovírus, mas essa é uma das poucas informações que nós temos", critica.

Na verdade, a vacina divide opiniões até entre os cidadãos russos. A jornalista Daria Kornilova, 45 anos, acredita que a vacina é uma ferramenta de propaganda. Para Natália Zhavoronkova, de 32 anos, "ninguém vai arriscar a saúde da população". "Se a vacina não funcionar do jeito esperado o triunfo pode virar catástrofe", opina a gerente de TI. O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, anunciou que a vacinação em massa começa em outubro. Ela já foi administrada a 38 pessoas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A pandemia de coronavírus continua a atormentar o mundo e, além de quase 16 milhões de infecções e mais de 640.000 mortes, deixa um rastro de dificuldades e desconfiança.

Alguns, contudo, comemoram: o presidente brasileiro Jair Bolsonaro anunciou que testou negativo para a Covid-19 após ser diagnosticado em 7 de julho, uma recuperação que ele atribuiu ao tratamento com hidroxicloroquina.

O Brasil é o país latino-americano mais afetado pela Covid-19, com quase 2,4 milhões de casos e mais de 86.000 mortes. A doença tem um impacto muito desigual no território de 212 milhões de habitantes.

Em algumas regiões, está apenas começando e em outras se estabilizou depois de deixar milhares de mortos, embora haja preocupações com uma segunda onda devido às políticas erráticas de Bolsonaro para combater a pandemia, que ele descreveu como "gripezinha" e que não parece afetá-lo politicamente. O presidente teve um crescimento nas pesquisas de popularidade divulgadas nesta semana.

- Desconfiança -

Nesta semana, e pela primeira vez desde o surgimento da pandemia, mais de 280.000 infecções foram diagnosticadas em todo o mundo em 24 horas, um número que força os governos a intensificar as restrições e que geram desconfiança em relação às autoridades.

"Em muitos países, o apoio aos governos está caindo este mês", apontou o relatório da consultoria Kekst CNC, que destacou que os entrevistados de países como França, Alemanha, Reino Unido, Japão, Suécia e Estados Unidos acreditam que os números oficiais são menores que os reais.

Na América Latina e no Caribe, onde os casos ultrapassam os 4,2 milhões e os óbitos se aproximam de 180.000, alguns países iniciam um desconfinaento gradual, como o Peru. O Chile fará o mesmo a partir da próxima semana em sete comunas de Santiago.

O Equador, que neste sábado ultrapassou 80.000 casos, estendeu até meados de agosto o estado de emergência que está em vigor desde março para deter o vírus. No entanto, desde meados de maio, começou a aliviar as medidas restritivas.

Em outros países, a pandemia aprofunda a crise política, como na Bolívia, onde o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) adiou novamente as eleições para 18 de outubro.

Na Argentina, na próxima semana começarão os testes clínicos em pacientes que usam uma solução hiperimune com base em soro de cavalo, informou a empresa de biotecnologia Inmunova em comunicado.

- Sem festas -

Eventos e festividades continuam sendo cancelados no mundo. O Rio de Janeiro cancelou a tradicional festa de Réveillon que reúne milhões de pessoas na praia de Copacabana para assistir aos fogos de artifício.

A prefeitura do Rio espera uma assembleia das escolas de samba na próxima semana, que definirá o destino do carnaval. São Paulo já cancelou seu carnaval de 2021.

Neste sábado, entretanto, o futebol voltou à China, após uma pausa de cinco meses e o campeonato local recomeçou com um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da pandemia.

Nos Estados Unidos, onde já existem mais de 145.000 mortes e mais de 4 milhões de infecções, a epidemia não para. Os mais atingidos agora são os estados sul e oeste do país, incluindo o Texas, que neste sábado foi atingido pelo furacão Hanna.

- Novos surtos na Europa -

Os surtos na Europa, que ultrapassa 3 milhões de infecções e 207.000 mortes, levaram a OMS a manifestar sua "preocupação" e insistir que, "se a situação exigir", sejam introduzidas "medidas mais rigorosas".

O Reino Unido uniu forças com França, Alemanha e Áustria para forçar o uso de máscaras em locais públicos fechados e para realizar mais testes de diagnóstico.

Os surtos na Espanha, especialmente nas regiões de Aragão e Catalunha, levaram a França e a Noruega a impor restrições a quem chegasse da península. No entanto, e apesar das recomendações de seu governo, as famílias francesas viajaram para a Catalunha para se bronzear na praia.

Da mesma forma, a França agora exige testes de diagnóstico obrigatórios para viajantes de 16 países, incluindo Estados Unidos e Brasil, os dois mais afetados no mundo, e Peru, o segundo com o maior número de infecções na América Latina.

A Ásia também é motivo de preocupação, à medida que novas fontes de contágio estão surgindo. A Coreia do Norte, que dizia não ter infecções, informou na noite deste sábado ter detectado o primeiro caso "suspeito".

A vizinha Coreia do Sul registrou o maior número de casos em quase quatro meses e o Vietnã detectou o primeiro contágio por transmissão local em 100 dias.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, sobreviveu nesta quarta-feira (16) a uma moção de desconfiança no Parlamento e manteve-se no cargo, apesar da histórica derrota de seu acordo para o Brexit, na terça-feira (15). Sem dar sinais de que pretende fazer concessões, ela negocia agora com uma oposição fortalecida, que pressiona pelo adiamento da data de saída do Reino Unido do bloco, marcada para 29 de março.

May manteve sua coalizão de governo unida, apesar das críticas de membros do Partido Conservador e de unionistas da Irlanda do Norte, que não concordam com o acordo negociado por ela com a UE, por considerá-lo muito favorável aos europeus. Mas, por temer a volta dos trabalhistas ao poder, eles respaldaram nesta quarta a premiê.

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A oposição, fortalecida pela derrota da premiê na terça-feira, deve ter mais força para negociar emendas ao acordo e fazer com que May peça às autoridades continentais mais tempo para sair do bloco.

Após a vitória de quarta, no entanto, May não demonstrou sinais de que pretende recuar em nenhuma de suas posições. Ela rejeita a possibilidade de um Brexit sem acordo e a manutenção da união aduaneira com a UE, como querem os trabalhistas. Pouco depois da votação, uma porta-voz da premiê rechaçou os dois cenários.

O impasse é preocupante, uma vez que a premiê precisa apresentar um novo plano para aprovar o Brexit até segunda-feira. "Nada parece abalar Theresa May", disse o analista político Anand Menon, do centro de estudos UK in a Changing Europe. "Ela segue em frente com seu plano."

Essa determinação - ou teimosia, para seus críticos - ajuda em uma situação que exige uma correção de rota. Muitos deputados, principalmente do Partido Trabalhista, acreditam que a manutenção de uma união aduaneira com a UE possibilitaria a aprovação do acordo.

May, no entanto, não admite esse cenário, porque significaria dar uma contrapartida aos europeus: permitir o livre fluxo de pessoas dos dois lados do Canal da Mancha - justamente uma das bandeiras do Brexit.

Sem acordo, a saída desordenada da UE - solução preferida dos eurocéticos dentro do próprio Partido Conservador - pode provocar caos econômico. "Ela está em estado de negação", afirmou o deputado trabalhista Ben Bradshaw, a respeito de May.

Diante da mistura de inflexibilidade e de falta de apoio político, analistas acreditam que o trabalhista Jeremy Corbyn agora está em posição mais confortável de pressionar May e influenciar possíveis mudanças no acordo. No entanto, para conseguir fazê-lo, ele terá de superar algumas divisões dentro de seu partido.

Entre os trabalhistas, há divisões entre os que apoiam o Brexit, por considerar a União Europeia nociva à classe trabalhadora britânica, e os que apoiam a permanência no bloco. "Em toda a Europa, os partidos de esquerda enfrentam esse dilema", disse Tim Bale, professor de ciência política da Universidade de Londres.

Prazos

Nesta quarta, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que ainda há tempo para um acordo sobre o Brexit, e o presidente francês, Emmanuel Macron, admitiu que há margem para mudar alguns pontos do pacto.

Em carta publicada na quarta, mais de 70 deputados do Partido Trabalhista defenderam a organização de uma segunda consulta popular, rejeitada por May, mas que Corbyn deve apoiar se não conseguir provocar eleições antecipadas.

Os nacionalistas escoceses, que fazem parte da oposição, também apoiam uma nova consulta popular. Durante o referendo que rejeitou a independência da Escócia, em 2014, o governo britânico - então liderado pelo conservador David Cameron - dizia que os escoceses deveriam votar contra a independência, que significaria a saída da Escócia da UE. Agora os escoceses reclamar que terão de sair do bloco de qualquer forma, mesmo a maioria da Escócia tendo vota. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os resultados fenomenais da China nos Jogos Paralímpicos estão chamando a atenção e, consequentemente, gerando questionamentos. Em seis dias de competição no Rio-2016, os chineses já conquistaram mais de 100 medalhas e lideram o quadro, com ampla vantagem sobre a Grã-Bretanha, a segunda colocada. "Alguma coisa está acontecendo. Durante os Jogos não tem o que fazer, depois é uma questão para ser analisada", afirmou Edilson Tubiba, chefe de missão da delegação brasileira na Paralimpíada Rio-2016 e diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Se doping é a maior ameaça nos Jogos Olímpicos, o uso de substâncias ilícitas fica em segundo plano na Paralimpíada. Fraude nas classificações funcionais é o principal motivo de desconfiança nas competições. Suspeita que recaiu sobre os atletas da China e também envolveu a Ucrânia, terceira colocada no quadro geral de medalhas da Paralimpíada.

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"Um ou outro atleta até pode estar envolvido com doping. Mas não há suspeita de um sistema, como ficou provado no caso da Rússia. A maior dúvida é se os atletas estão dentro de uma classificação funcional justa", explicou Edilson Tubiba.

Dois casos de quebra de recorde mundial na natação dão fôlego para a polêmica. Aos 21 anos, Liankang Zou cravou 1min45s25 nos 100 metros costas na classe S2, baixando 17 segundos da marca anterior aos Jogos (2min02s25). No revezamento 4x50 metros livre misto até 20 pontos, a China pulverizou o melhor tempo da história, que pertencia ao Brasil, sendo 11 segundos mais rápida. Para isso, o chinês Wenpan Huang fez uma parcial quase seis segundos abaixo do recorde mundial nos 50 metros livre S3: de 42s60 para 36s64.

Soberana desde os Jogos de Atenas-2004, a China é uma potência paralímpica. De acordo com Edilson Tubiba, a supremacia dos asiáticos é explicada por um grande número de pessoas com deficiência em um sistema sólido de investimento esportivo. O chefe de missão do Brasil também aponta que a Paralimpíada de Pequim, em 2008, teve papel importante no crescimento.

Mas os chineses enfrentam problemas por "esconder" suas promessas. A nova geração de competidores de diversas modalidades é desconhecida até por parte dos atletas, visto que muitos asiáticos não participaram de competições importantes durante o ciclo olímpico. Diante desse cenário de descontentamento, o Comitê Internacional Paralímpico (IPC, na sigla em inglês) prometeu analisar o caso.

"Sobre o doping não tenho nenhuma informação. Tivemos uma reunião muito rápida e informal no IPC e essa questão foi levantada, não exatamente relacionada ao doping. Sempre investigamos essas questões independente de qualquer coisa. Os atletas brasileiros têm dado declarações e vamos levar em conta porque somos uma entidade centrada nos atletas. Vamos averiguar", garantiu o presidente Philip Craven. (colaborou Marcio Dolzan, do Rio)

Nessa segunda-feira (14), Um tribunal da cidade de Ahmedabad, na Índia, condenou uma mulher à prisão perpétua por matar seu marido depois que ele se recusou a ter relações sexuais com ela.

Vimla Vaghela, de 54 anos, e seu marido Narsinh estavam sozinhos em sua casa durante uma tarde em 2 de Novembro de 2013, quando aconteceu o crime. Na ação movida contra a mulher, a promotoria afirmou que depois que seu marido se recusou a ter relações sexuais com ela, ela se enfureceu e brigou com ele.

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Ela duvidou da fidelidade do marido e acusou-o de ter um relacionamento extra-conjugal e em um acesso de raiva, pegou uma vara de madeira e começou a bater em seu marido na cabeça até ele morrer.

As informações são do The Indian Times

O lateral Juan Manuel Vargas causou certo alvoroço na entrevista coletiva da seleção peruana ao criticar a desconfiança da imprensa do seu país em relação à seleção, na véspera do duelo com a Bolívia, marcado para quinta-feira, pelas quartas de final da Copa América.

O jogador da Fiorentina pegou o microfone e resolveu inverter os papéis, fazendo uma pergunta aos jornalistas. "Uma pegunta para vocês, da imprensa peruana: vocês acreditam ou não na sua seleção? Com fé, de verdade", disse 'El Loco' Vargas nesta quarta-feira, na entrevista coletiva realizada no estádio Germán Becker de Temuco, palco do clássico andino.

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Depois da surpresa, um repórter arriscou uma resposta: "na verdade, achávamos que vocês iriam passar como melhores terceiros colocados.

Ao lado de Vargas, o técnico da seleção peruana, Ricardo Gareca, escutou sorrindo às justificativas dos jornalistas.

"Ninguém apostava que ficaríamos em Temuco, não fazia parte dos cálculos" admitiu outro profissional.

O Peru avançou às quartas como segundo colocado do grupo C, deixando para trás a favorita Colômbia (3ª), que enfrentará a Argentina de Messi, em Viña Del Mar.

Depois de perder de virada por 2 a 1 para o Brasil na estreia pelo grupo C, ao sofrer um gol nos acréscimos, Paolo Guerrero e companhia derrotaram a Venezuela (1-0) e seguraram o empate sem gols com os colombianos.

Apesar de o Governo Federal garantir que a educação é uma de suas prioridades de gestão e usar o nome “Brasil: Pátria educadora”, uma análise do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) em parceria com o Instituto de Pesquisa MDA. encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio revelou que a população anda incrédula em relação às promessas feitas pela presidente Dilma Rousseff (PT). Na amostra nacional realizada entre os dias 12 e 15 de março com mais de dois mil entrevistados, 72% dos brasileiros não acreditam que a petista transformará a educação de forma positiva. 

Colhendo dados de pessoas com 16 anos ou mais das cinco regiões do país, o IPMN trouxe informações da expectativa dos brasileiros em relação à educação. No questionamento a indagação mencionada aos entrevistados foi se “a presidente Dilma, em seu novo mandato, transformará positivamente a educação do Brasil” e tanto no Norte e Nordeste como no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, o percentual de respostas “não” foi de, no mínimo, 60%.

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Entre esses dados o Sudeste despontou com 78% de falta de confiança em Dilma, 18% de aprovação e 8% de pessoas que não souberam ou não quiseram responder. Já analisando o público que respondeu ”sim”, o Nordeste foi a região com maior aprovação da petista, no entanto, os percentuais chegaram a 27% entre as pessoas que responderam “sim”, contra 63% dos que assinalaram ‘não’ e 10% não emitiram opiniões.

O Instituo de Pesquisa Maurício de Nassau também quis saber se as pessoas concordam com as reduções de recursos públicos na área de educação anunciados por Dilma, como forma de reajustar a economia brasileira. Neste quesito, os percentuais contra a atitude da gestora nacional foram ainda maiores. Do total dos entrevistados, 87% afirmaram “não”, 9% concordaram com Rousseff e 4% esquivaram-se de opinar. Desta mostra, a Região Centro-Oeste foi à área que teve o maior percentual negativo. No local, 94% das pessoas indagadas responderam “não”. Já entre a população favorável a petista a maior estatística foi de 13% das pessoas que recebem mais de cinco salários mínimos. 

Segundo o cientista político Adriano Oliveira, os dados sobre educação podem ser vistos como alerta “porque junto com a avaliação com a educação sugere que as pessoas não acreditam nela (em Dilma), então ela deve mudar de postura. Isso mostra o enfraquecimento da imagem dela e da confiança”, avalia Oliveira.

O especialista também pontuou os percentuais sobre a reprovação dos brasileiros em relação ao corte de investimento na área educacional, e sugeriu algumas estratégias que Dilma poderia utilizar. “Ela tem obrigação de criar um diálogo com o setor educacional privado para tomar medidas e buscar a solução, porque ela sabe que essa ausência de diálogo afetou a popularidade dela”, alertou.

 

A Copa do Mundo proporciona situações inusitadas e sempre abre espaço para as surpresas. A Grécia parecia não acreditar nisso antes do Mundial. E, por pouco, duas histórias não foram alteradas no meio do percurso graças a competição. Mas, ficou apenas no quase mesmo. Com a eliminação dos europeus, neste domingo (29), na Arena Pernambuco, diante da Costa Rica, nos pênaltis, o zagueiro Papastathopoulos Sokratis e o técnico Fernando Santos não tiveram seus destinos alterados.

O defensor havia marcado seu casamento para o dia 5 de julho, no próximo sábado. Talvez ele não acreditasse na classificação da Grécia, que bateu na trave, inclusive, com gol dele no minuto final. Contudo, caso tivesse acontecido e o resultado fosse diferente na Arena Pernambuco, os gregos entrariam em campo na data do casamento pelas quartas de final. O adversário seria a Holanda, às 17h, na Fonte Nova, em Salvador.

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Já o técnico Fernando Santos tem contrato com a Federação Grega válido até 30 de junho. Para seguir comandando a seleção, uma cláusula do vínculo seria ativada, como ele mesmo disse antes da partida. Porém, ao que parece, não sentiam confiança no trabalho do treinador. "Não sei se não acreditavam na nossa classificação, mas compraram a minha passagem para depois do jogo. Não sei porque fizeram isso", disse após a eliminação.

A cláusula não precisou ser executada, mas ficou a lição aos gregos para as próximas Copas. Confiar é preciso. Já pensou se a Grécia elimina a Costa Rica e avança às quartas de final?

O espanhol terminou em quarto lugar nas duas primeiras corridas da temporada, mas criticou a falta de competitividade de sua Ferrari nas duas provas. Ele afirma que a escuderia está trabalhando duro para alcançar a Mercedes e a Red Bull, mas avalia que o curto espaço entre o GP da Malasia e o GP do próximo fim de semana, em Sakhir, tornará mais as coisas mais difíceis para a Ferrari.

Segundo o piloto espanhol, a Ferrari não fará grandes mudanças até a próxima corrida, em Sakir, mas tem esperanças de que o traçado do Bahrein possa ajudar a equipe a melhorar o seu desempenho. “No GP do Bahrein eu não acho que vamos mudar muito a nossa imagem. Obviamente, estamos no caminho certo, mesmo com poucos dias entre a última corrida e a próxima, mas os carros vão ser mais ou menos parecidos. As características da pista são um pouco diferentes, com longas retas. Provavelmente vamos ver um carro com uma velocidade máxima muito boa e será competitivo”, afirmou

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Embora Alonso terminou em cerca de 35 segundos atrás da Mercedes que venceu pela segunda vez consecutiva, mas o bicampeão mundial disse que a Ferrari tinha diminuído a diferença para as equipes da frente, na Malásia. “Vai ser difícil de novo, mas de alguma forma conseguimos estar sempre entre os cinco primeiros, o que no momento, com o desempenho que temos, está nos dando alguns bons pontos. Estamos um pouco mais rápido do que vimos em Melbourne. É verdade que terminamos 35 segundos atrás de Rosberg em Melbourne, mas tivemos um carro de segurança, sem ele, talvez estivéssemos um minuto atrás da Mercedes. Agora estamos, realmente, 35 segundos atrás, o que ainda não está bom e precisamos melhorar”, comentou.

Fernando Alonso sabe que o tempo será seu maior problema para desenvolver o carro, mas contou que confia no trabalho de sua equipe e não vai desistir. “No Bahrein, infelizmente não vejo muito o que fazer em termos de mudanças mágicas, porque temos apenas cinco dias, mas ninguém na equipe está desistindo. Nós sabemos o que precisamos fazer, nós temos potencial, temos pessoas talentosas e nós temos os recursos necessários”, encerrou.

Um mês sem balançar as redes. Desde o confronto contra o Central, na estreia do Campeonato Pernambucano, no dia 9 de fevereiro, que o atacante Léo Gamalho não marcava gols. O jejum chegou ao fim neste domingo (9), diante do Salgueiro, no Arruda, e logo com três tentos. Assim, o centroavante espera ter afastado a desconfiança que pairava sobre ele.

“Hoje foi só alegria. Não estou acompanhando muito as noticias, mas percebia que a torcida estava cobrando e havia, sim, uma desconfiança. Espero que tenha acabado agora”, comentou o camisa 9 tricolor.

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O atacante ainda reconheceu o incômodo pela falta de gols. Porém, garantiu que não estava faltando vontade de sua parte para superar a má fase.

“Não só hoje, mas, das outras vezes, eu procurei me doar. Se um dia não der o meu melhor, aí vou estar descontente comigo. Estava tentando, mas para no goleiro ou na trave. Até falei no intervalo do jogo que ia continuar lutando e graças a Deus o gol saiu”, concluiu.

Mesmo com uma participação mais ativa da sociedade em relação à política brasileira em meio às manifestações ocorridas em todo o país, os partidos políticos, em que cada representante do povo tende a ser filiado, não têm a credibilidade da população. Numa análise realizada no Recife pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), entre os dias 26 e 27 de setembro, a maioria dos entrevistados afirmaram que as legendas contribuem sim, mas é para a corrupção.

A mostra contou com a participação de 626 pessoas da capital pernambucana e de diferentes classes sociais e faixas etárias, a partir dos 16 anos. Na avaliação foi questionado de que forma as pessoas concordavam ou não com algumas afirmações, como por exemplo, se “os partidos políticos no Brasil contribuem para a corrupção política”. Neste aspecto, 76% das pessoas concordaram com a frase, 11% foram a favor parcialmente e apenas 8% discordaram.

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A segunda indagação é se os partidos políticos no Brasil não contribuem para o desenvolvimento da nação. Nesta resposta, 60% dos recifenses concordaram com a afirmação, 17% aceitam de forma parcial, 16% não concordaram e outros 7% não responderam ou não sabiam avaliar. O IPMN também quis saber sobre a diferença das legendas, mas para os participantes não é tão notória as alterações entre os partidos. De todos os entrevistados, 53% alegaram que as siglas são iguais, 17% concordaram parcialmente com a frase, 24% discordaram e 6% não souberam ou não responderam.

A descrença nas legendas demonstra ser tão considerável que 48% das pessoas participantes da pesquisa concordam com a inexistência dos partidos políticos no Brasil. Sobre este mesmo assunto 16% defende a ideia parcialmente, 29% discorda e 8% não opinaram. Já em relação à ideologia das legendas brasileiras 48% concordam não haver mais ideologias partidárias, 22% defende parcialmente a existência da parcialidade, 15% discordam e 17% não sabem ou não responderam. 

De acordo com o cientista político e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), José Maria Nóbrega, os dados exibem a falta de descrédito nos partidos políticos porque as pessoas não reconhecem nas legendas seus representantes. “A democracia está em total descrédito. Os representantes, principalmente dos legislativos, são os principais meios de conservar o estado e a coisa pública. São por eles que são colocados as leias no regime democrático, mas a própria democracia estar em crise no país”, comentou o especialista.

Nóbrega acredita que os partidos não contribuem para o crescimento do ambiente democrático e por isso, algumas pessoas defendem, inclusive, a volta do regime militar. “Já existe muitos grupos nas redes sociais defendendo o regime militar no país. Se fizermos uma pesquisa em relação aos regimes políticos, quando se colocam as forças armadas, essas forças têm uma grande confiança. Isso é uma crítica e um risco, porque as pessoas passam a acreditar no discurso militar. Aí você está corroborando com os países da América latina que são mistos”, explicou.

Ainda segundo o professor da UFPB, a população exibe esses dados porque os comportamentos dos autores políticos não comprometedores. “Os escândalos da corrupção, principalmente no caso do mensalão e que aparecem todos os dias na política, a descrença e essa falta de desconfiança, tendem a crescer. Agora, o comportamento da sociedade também deve ser levado em consideração, porque muitas pessoas tentam usar propina e burlar as leis”, pontuou o cientista. 

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