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Com o risco de ficar inelegível por até oito anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que não vai se "desesperar" com a possibilidade iminente de perder seus direitos políticos e que tem uma "bala de prata" para as eleições de 2026.

"A tendência, o que todo o mundo diz, é que eu vou me tornar inelegível", admitiu Bolsonaro em entrevista à Folha de S.Paulo. "Eu não vou me desesperar. O que eu posso fazer?", acrescentou.

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O ex-presidente ainda disse que é "imbrochável até que se prove o contrário" e que é "possível" tentar reverter uma eventual inelegibilidade no futuro, ainda que acredite que, com um "julgamento justo", ele será "absolvido por unanimidade".

Ao ser questionado se sua esposa, Michelle, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, poderiam ser candidatos à Presidência no seu lugar, Bolsonaro respondeu que sim, mas ressaltou que ele tem uma "bala de prata" para 2026.

"Eu tenho a bala de prata, mas não vou revelar", afirmou. O ex-presidente ainda contou que tem um convite para "trabalhar nos Estados Unidos" como "garoto propaganda de venda de imóveis".

"Mas eu não quero abandonar meu país. Tenho parentes aqui. Tenho uma filha aqui. Se eu for, vai a família toda embora", ressaltou.

Da Ansa

O partido de direita de Kyriakos Mitsotakis venceu com folga as eleições legislativas deste domingo na Grécia, conquistando uma maioria absoluta que lhe permitirá um novo mandato como primeiro-ministro.

O partido Nova Democracia (ND), no poder de 2019 até o fim de maio, teve 40,5% dos votos, mais do que o dobro do partido de esquerda Syriza, de Alexis Tsipras, que obteve 17,8%, segundo resultados baseados na apuração de mais de 90% dos colégios eleitorais.

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O resultado garantiria à direita 157 das 300 cadeiras do Parlamento grego, unicameral, segundo analistas. Desta forma, Mitsotakis voltaria a ocupar o cargo de primeiro-ministro, o qual teve que deixar no fim de maio, antes das eleições.

“O povo nos deu um mandato forte para avançarmos rumo às grandes mudanças de que o país necessita”, festejou o político, 55, perante militantes do seu partido.

- 'O mais forte' -

"O Nova Democracia é o partido de centro-direita mais forte da Europa!", exclamou Mitsotakis, do lado de fora da sede do partido, em Atenas.

Quatro anos após chegar ao poder, o Nova Democracia melhora seus resultados frente a 2019, quando obteve 39,85% dos votos.

Oito partidos teriam superado a barreira de 3% para entrar no Parlamento, entre eles o Spartiates, de extrema direita, apoiado por Ilias Kassidiaris, ex-líder do partido neonazista Amanhecer Dourado, que está preso.

A vitória eleitoral deste domingo dará ao vencedor um bônus de 50 deputados na câmara (de um total de 300), o que poderia ajudar Mitsotakis de forma decisiva.

- 'Com a razão' -

Em uma escola de Atenas, Aris Manopoulos, comerciante de cerca de 50 anos, disse que optou por votar "com a razão". "Votei no Nova Democracia, para que o país avance e continue se reerguendo economicamente", declarou.

Ao darem ao Nova Democracia a maioria absoluta nas eleições de julho de 2019, em detrimento do Syriza, os gregos queriam virar a página de anos de crise financeira e planos de resgate, que destruíram 25% do PIB e ameaçaram tirar o país da zona do euro.

Filho de um ex-premier e tio do atual prefeito de Atenas, Mitsotakis não deixou de ostentar seu balanço econômico, marcado por um crescimento de 8,3% em 2021 e 5,9% em 2022, com o desemprego em queda.

Durante sua campanha, Mitsotakis prometeu aumentos salariais, principalmente para as pessoas de menor renda, principal preocupação dos gregos, em um contexto de custo de vida elevado.

O líder conservador também prometeu realizar contratações em massa no setor público de saúde, afetado por uma escassez grave de recursos desde a crise financeira e os programas de austeridade impostos a numerosos serviços públicos.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto serão julgados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir desta quinta-feira (22). A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) pede a inelegibilidade dos então candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República, respectivamente, nas eleições de 2022. Para entender como o acontecimento pode influenciar no cenário político brasileiro, o LeiaJá conversou com cientistas políticos, que explicaram alguns detalhes acerca das possíveis consequências do resultado das sessões.

Cenário pouco otimista

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O cientista político Vanuccio Pimentel explica, a princípio, que as sessões do julgamento são para analisar e decidir o que será feito com os réus. “Ou seja, os argumentos da defesa e do Ministério Público Eleitoral já foram apresentados. O que vai ocorrer agora é exatamente a análise do mérito de tudo isso. Então, provavelmente, a defesa dele já entregou toda a tese de defesa para o julgamento. O próprio Bolsonaro falou que tinha expectativas negativas em relação ao processo”, elucida Pimentel.

De acordo com o professor e cientista político, Augusto Teixeira, a perspectiva da situação não se apresenta favorável ao ex-presidente, tendo em vista o relatório apresentado pelo ministro Benedito Gonçalves sobre o caso, porém ele pondera sobre o destino de Braga Neto.

“Desde junho o relatório feito pelo ministro Benedito Gonçalves sobre o caso já aponta pela inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro mas com a não culpabilidade do vice-presidente Braga Neto. Isso de certa forma permite fazer com que a corte, de um lado, tenha uma sentença completamente desfavorável para o ex-presidente Bolsonaro, deixando-o inelegível por cerca de oito anos, mas preservando, por outro lado, um potencial sucessor do bolsonarismo na figura de Braga Neto”, analisa Teixeira.

Ministro Benedito Gonçalves, relator do julgamento. Foto: Antonio Augusto/TSE

Perspectiva do futuro da direita

Ao analisar o possível desdobramento da não culpabilidade de Braga Neto, surgem questões acerca do quadro que pode ser desenhado para as eleições de 2026. “Supondo que ele possa ser considerado inelegível, isso muda muito o cenário porque quem seria agora a pessoa que conseguiria, eleitoralmente, substituir Bolsonaro? Ele até pode continuar como liderança, como cabo eleitoral. Mas ele não poderia se candidatar. E aí quem seria esse substituto ou substituta?”, aponta Vanuccio Pimentel. 

Ainda sobre a presença e força política, Pimentel afirma que o poder de fala do ex-presidente pode se tornar cada vez menor, já que ele não usufrui mais do foro privilegiado do qual aproveitou nos últimos 30 anos.

“Ele tem tido uma postura muito cautelosa em falar em público. Então como é que ele mobilizaria esse eleitorado mais radical dele se ele não pode, ou pelo menos, ele não se sente seguro de falar tudo que ele falava antes, por exemplo? Então aquela base mais radical que era mobilizada pela fala radical do presidente não vai encontrar mais esse Bolsonaro disponível. Porque a partir de agora qualquer coisa que ele fale ele vai responder na justiça comum”, complementa.

Walter Braga Neto também será julgado. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Tentativa de defesa

O julgamento dos ex-candidatos se sustenta a partir da denúncia montada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, durante reunião do presidente Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022. “Na ocasião, Bolsonaro teve um discurso contrário à questão do sistema eleitoral no Brasil, em particular sobre a urna eletrônica, atacando também a Justiça Eleitoral e certos ministros do Supremo, em particular. Somado a essa situação pesa contra o ex-presidente Bolsonaro o fato de que ele teria utilizado o seu cargo como presidente e suas prerrogativas para realizar essa conduta indevida”, explica Augusto Teixeira.

A defesa de Bolsonaro alega que ele estaria fazendo usufruto de suas liberdades, além da reunião com os embaixadores constar na agenda oficial do então presidente. Segundo os autos do TSE, a defesa afirma que a acusação usou da má-fé de determinados setores da imprensa, levando a cobertura da reunião a tratar “uma proposta de aprimoramento do processo democrático como se se tratasse de ataque direto à democracia”.

Augusto Teixeira rebate a argumentação, apontando três fatores.

“Primeiro porque ele já havia sido potencialmente informado sobre os riscos e potencial ilegalidade dessa ação;

Segundo porque o próprio presidente utilizava de forma muito clara uma estratégia de esticar a corda e em particular no seu tensionamento para com a justiça inclusive a Justiça Eleitoral;

Terceiro porque a ação do presidente de forma muito clara colocava não apenas um questionamento sobre a credibilidade e a legitimidade do nosso sistema eleitoral, como amplificava esse potencial descrédito internacionalmente com a visita oficial e a participação oficial de diversos embaixadores. Ou seja, era um comunicado para a comunidade internacional de que as eleições do Brasil não eram críveis ou limpas, o que de certa forma é algo que um presidente do exercício de seu cargo não poderia fazer.”

Ministros do TSE. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Símbolo de perseguição política

Na análise política do que pode acontecer após o resultado do julgamento, Teixeira ainda analisa que a declaração de Bolsonaro de sentir que está “em maus lençóis”, e sua potencial inelegibilidade decretada podem ser ferramentas utilizadas a seu favor para aumentar e fortalecer seu número de apoiadores.

“Sem a chance de concorrer a cargo eletivo, o ex-presidente Bolsonaro tem apenas a sua capacidade simbólica como elemento de aglutinação de um movimento político ao seu redor, mas sem necessariamente recursos de poder materiais como cargos, dinheiro entre outras coisas. Por outro lado, a sua potencial condenação reforça a narrativa bolsonarista de perseguição da justiça e de anti-sistema ao mostrar que a justiça estaria em conluio com a sua oposição à época, agora o governo PT e outros partidos, para retirá-lo do páreo”, finaliza.

Ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Foto: TSE

Confira o passo a passo do julgamento de Bolsonaro e Braga Neto no TSE:

1) O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, deverá iniciar o julgamento com a leitura do relatório da Aije. O relatório contém o resumo da tramitação da ação na Corte, informando as diligências solicitadas, os depoimentos tomados, bem como as perícias e as providências requeridas pelo relator na etapa de instrução processual.

2) O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, concederá a palavra, da tribuna, aos advogados de acusação e aos de defesa das partes envolvidas na ação, nessa ordem. A sustentação oral de cada uma das partes é de 15 minutos.

3) Em seguida, será dada pelo presidente a palavra ao representante do Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) para que emita o parecer do órgão sobre a ação.

4) Finalizadas essas etapas, o ministro Benedito Gonçalves apresentará o seu voto na ação.

5) Na sequência, votam os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, a vice-presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, o ministro Nunes Marques e, por último, o presidente do Tribunal, ministro Alexandre de Moraes.

O general da reserva Walter Braga Netto falou pela primeira vez, nesta sexta-feira (16), como pré-candidato do PL à prefeitura do Rio. Em um vídeo, o vice do ex-presidente Jair Bolsonaro na chapa derrotada na eleição do ano passado diz que conta com todos aqueles que acreditam nas pautas sobre "Deus, pátria, família" para a disputa.

"Aqueles que acreditam nas pautas que nós defendemos, Deus, pátria, família, liberdade, unam-se a nós. Economia liberal, essa é a nossa pauta, contamos com todos", diz Braga Netto.

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Como mostrou o Estadão, Braga Netto lidera a corrida interna no PL para a disputa do ano que vem contra o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), que tentará o seu quarto mandato. Após barrar o filho e senador, Flávio Bolsonaro (PL), na disputa, Bolsonaro costura a candidatura de seu vice para agradar ao seu eleitorado tradicional na cidade e evitar um racha do grupo político.

Além da chancela de Bolsonaro, Braga Netto conta com o apoio do deputado estadual Alan Lopes (PL-RJ), um aliado próximo de Flávio. Lopes busca apoio para se consolidar como um candidato a vice em uma eventual "chapa puro sangue". "Sexta-feira, 16 de junho de 2023, é o início da mudança do Rio de Janeiro", diz o deputado.

O próximo passo da dupla para dar tração à candidatura será um encontro com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, em Brasília, na próxima semana. Além de Braga Netto, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o senador Carlos Portinho trabalham pela indicação.

Braga Netto foi um dos poucos oficias militares da reserva que passaram pelo governo Bolsonaro sem perder a confiança do então presidente e seus filhos. Em novembro passado, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, Braga Netto demonstrou simpatia pelo movimento que preparava um golpe. "Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar pra vocês agora", disse o militar a simpatizantes que defendiam, na portaria do Palácio da Alvorada, uma intervenção militar. Quase dois meses depois, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos três Poderes em Brasília.

‘Cumpridor de ordens’

 

Braga Netto sempre foi considerado um "cumpridor de ordens". Ele atuou como ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro em 2020 e da Defesa em 2021. Na pasta da Defesa, não hesitou em defender a bandeira mais polêmica do chefe. O Estadão revelou que, em julho de 2021, ele mandou um interlocutor dizer ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em tom de ameaça, que só haveria eleições presidenciais no ano seguinte se tivesse voto impresso. Ainda como titular da pasta, Braga Netto publicou uma ordem do dia celebrando o golpe de Estado de 31 de março de 1964, que culminou na ditadura militar.

A carreira política de Braga Netto começou em 2018, quando chefiou a intervenção federal no Rio durante o mandato do então presidente Michel Temer. Mineiro de Belo Horizonte, ele entrou no Exército em 1974. Foi responsável pela segurança dos Jogos Olímpicos do Brasil em 2016, pouco antes de ser nomeado chefe do Comando Militar do Leste, com sede no Rio.

A Polícia Federal (PF) encontrou uma minuta para decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Cid prestou depoimento na última terça-feira (6), na Diretoria de Inteligência, em Brasília, mas ficou em silêncio quando foi questionado sobre o assunto.

A GLO, quando assinada pelo presidente da República, concede poderes às Forças Armadas em casos graves de desordem pública. Os investigadores também tiveram acesso a trocas de mensagens de Cid com outras pessoas ligadas a Bolsonaro, e o conteúdo das conversas aponta para uma tentativa de golpe de Estado que estava sendo planejado após a derrota do então presidente nas eleições de 2022.

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Mauro Cid já prestou outros três depoimentos à PF, relacionados à falsificação do cartão de vacina de Bolsonaro e à entrada de joias ilegais vindas da Arábia Saudita. O tenente-coronel está preso sob custódia do órgão desde o dia 3 de maio.

Outros militares já foram identificados como cúmplices da operação, como o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros e o sargento Luis Marcos dos Reis, que também está preso.

O ex-governador de Nova Jersey, o republicano Chris Christie, antigo aliado de Donald Trump e que se tornou um de seus maiores críticos, entrou para a corrida presidencial de 2024 nesta terça-feira (6), apresentando-se como o único candidato capaz de enfrentar o ex-presidente.

Christie, de 60 anos e conhecido por seu estilo aguerrido, registrou sua candidatura na Comissão Federal Eleitoral (FEC, na sigla em inglês).

Assim, ele se junta a um grupo já nutrido de aspirantes do Partido Republicano para a Casa Branca, entre eles o governador da Flórida, Ron DeSantis, e o ex-vice-presidente Mike Pence, que deve oficializar sua candidatura nesta quarta.

Christie, por sua vez, fará um anúncio público esta noite em New Hampshire. Em 2016, ele chegou a participar das primárias republicanas, mas desistiu e passou a apoiar Trump.

Naquele momento, ele havia se tornado um dos assessores mais próximos do ex-presidente, mas rompeu com ele depois que Trump se recusou a reconhecer a derrota para o democrata Joe Biden em 2020.

Christie, que aparece com pouco apoio nas pesquisas, já começou a direcionar seus ataques contra Trump, sugerindo que o favorito republicano, segundo essas mesmas pesquisas, tem "medo" de debater com oponentes sérios.

Também atacou Trump em outras frentes, em particular ao mencionar as muitas investigações que existem a sua espreita e o classificando de "marionete de Putin", após comentários ambíguos do ex-presidente sobre a guerra na Ucrânia.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira, 6 que o agronegócio brasileiro - pequeno, médio e grande - precisa da ajuda do Estado para manter suas atividades. Em discurso na Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA), Lula ainda defendeu as políticas do PT para o agro em comparação com a adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que tinha melhor interlocução com o setor.

"Se não é o Estado colocar o dinheiro, muitas vezes o agronegócio não estaria do tamanho que está para financiar máquinas, safra e garantir exportações", disse o presidente no evento.

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Segundo ele, é "mentira" dizer que os produtores do setor não precisam do governo. "Quem é do agro sabe como foi o Plano Safra no ano passado, talvez o pior plano safra história do agronegócio", criticou o presidente, em referência à política bolsonarista.

Crítico do atual nível da Selic, hoje em 13,75%, Lula criticou os juros cobrados do setor agro.

"Quem é da agricultura sabe o que aconteceu no tempo em que o PT governava esse país. Vocês compravam essas máquinas que parecem coisa de outro mundo pagando 2% de juro ao ano. Hoje vocês estão pagando 18, 19% ao ano", declarou o presidente. "Está praticamente impossível as pessoas comprarem e nós entendemos que é obrigação do Estado criar as condições e ajudar", seguiu, ao lado do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Na avaliação de Lula, a oposição ainda não se conforma que perdeu as eleições do ano passado e, por isso, não quer aceitar os resultados validados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O petista ainda teceu críticas à disseminação de notícias falsas. "Temos um ódio disseminado, baseado numa quantidade de mentiras que eu não conhecia. Uma máquina de contar mentiras está implantada nesse país. Tudo é feito com deboche, sem respeito à verdade", afirmou o presidente.

*A jornalista viaja a convite da Aiba.

Após barrar o filho e senador, Flávio Bolsonaro (PL), na disputa pela Prefeitura do Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro costura uma candidatura de seu vice na chapa derrotada nas eleições do ano passado à sucessão municipal de 2024. O general Walter Braga Netto é a aposta de Bolsonaro para agradar seu eleitorado tradicional na cidade e evitar um racha do grupo político.

Pesquisas internas do PL indicavam que Flávio teria dificuldades em vencer o prefeito e eventual candidato à reeleição Eduardo Paes (PSD), que busca o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de Jair Bolsonaro de tirar o filho do processo sucessório municipal levou em conta, ainda, o impacto das denúncias de corrupção envolvendo a família. No entanto, as escolhas do ex-presidente têm incomodado o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

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Com a saída do senador do jogo, reacendeu a disputa interna no diretório do PL fluminense pela indicação de um novo candidato. Além de Braga Netto, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o senador Carlos Portinho e os deputados estaduais Márcio Gualberto e Alan Lopes trabalham pela indicação ou pelo posto de vice, em caso de composição com outros partidos.

O general foi um dos poucos oficias militares da reserva que passaram pelo governo Bolsonaro sem perder a confiança do então presidente e seus filhos. Em novembro passado, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, Braga Netto demonstrou simpatia pelo movimento que preparava um golpe. "Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar pra vocês agora", disse o militar a simpatizantes que defendiam, na portaria do Palácio da Alvorada, uma intervenção militar. Quase dois meses depois, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos três poderes.

ALIANÇAS

O ex-presidente Jair Bolsonaro aguarda o fim das negociações do diretório carioca do PL com os demais partidos de centro-direita para a disputa municipal. Correndo por fora, o senador Carlos Portinho tenta forjar uma aliança com partidos como Progressistas, Republicanos e União Brasil. Para pavimentar uma pré-candidatura, ele busca um entendimento com o deputado federal Dr. Luizinho (PP).

O parlamentar do Progressistas, por sua vez, tem o apoio do governador Cláudio Castro (PL), que defende uma ampla coligação para vencer Paes. "O presidente Bolsonaro é o grande articulador das eleições de 2024, que é o campo preparatório para as eleições de 2026", afirma Portinho. "O general Braga Netto é o grande estrategista das ações do PL, não só no Rio como em todo o país", disse.

Um dos integrantes do PL que mais se empenharam na candidatura de Flávio Bolsonaro, o deputado estadual Alan Lopes (PL-RJ) passou a defender a escolha de Braga Netto após o senador deixar a disputa. "Minha missão é lutar para expulsar os corruptos ditadores do Rio".

Eduardo Pazuello e o deputado estadual Márcio Gualberto também brigam como alternativas para assumir uma vaga de vice-prefeito, caso o partido decida apoiar outra legenda. O ex-ministro da Saúde e Gualberto pretendem participar de seminários e encontros para discutir o tema da segurança pública.

A opção Pazuello, contudo, esbarra no presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O dirigente tem dito à interlocutores que lançar o militar é entregar a eleição para o prefeito Eduardo Paes (PSD), uma vez que Pazuello era ministro da Saúde na pandemia da covid-19, quando Bolsonaro adotou o negacionismo como resposta à crise.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Equador, o empresário Álvaro Noboa e seu filho, o ex-deputado Daniel Noboa, anunciaram que disputarão as eleições presidenciais marcada para o dia 20 de agosto, porém, em chapas opostas. Até o momento, nenhum dos dois cogitou renunciar ou uma união na disputa em prol da harmonia familiar.

Através de um vídeo divulgado em suas redes sociais na noite da última segunda-feira (29), Álvaro Noboa confirmou sua participação na disputa desse ano, informando que essa será sua sexta participação no pleito (ele esteve nas disputas de 1998, 2002, 2006, 2009 e 2013). Mesmo não confirmando por qual partido ou coligação irá concorrer, conseguiu provocar uma reviravolta no cenário político do país.

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“O povo do Equador está passando por momentos muito difíceis. Por isso, aceitei o pedido do povo equatoriano de trabalhar com eles, com os equatorianos, como Presidente da República do Equador. Vamos juntos”, afirmou no vídeo.

Na semana passada, o seu filho já havia anunciado que seria candidato à presidência por alguma sigla da direita. Daniel Noboa Azín era parlamentar da Assembleia Nacional, dissolvida pelo presidente da direita conservadora, Guillermo Lasso, por meio da medida conhecida como “morte cruzada”.

O jovem político deve concorrer com o apoio de uma união envolvendo o movimento PID (Povo, Igualdade e Democracia) e o Mover (Movimento Verde, Ético, Revolucionário e Democrático), antigo Alianza País.

“Sou um homem de projetos, que não desiste, está no meu DNA. Acredito firmemente que juntos podemos fazer do Equador o projeto que queremos, sendo eu o presidente”, disse.

 

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, 69, venceu a eleição presidencial e vai governar o país por mais cinco anos, estendendo seu poder até 2028. Erdogan está no poder desde 2003, entre mandatos de primeiro-ministro e presidente. A projeção é da mídia estatal da Turquia.

Vitorioso nas urnas três vezes como premiê e outras duas como presidente, após promover mudanças nas regras eleitorais e na Constituição, Erdogan tem 52,1% dos votos, à frente do adversário, Kemal Kilicdaroglu, 74, que tem 47,8%. Os números são divulgados pela agência de notícias estatal, a Anadolu.

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Apesar de ter sido a disputa mais acirrada da história política de Erdogan - é a primeira vez que uma eleição presidencial vai para o segundo turno no país - o presidente turco reeleito teve 26 milhões de votos, 3 milhões a mais que seu adversário. Erdogan dominou a votação no centro do país, assim como o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), liderado por ele, e que obteve votação expressiva nas eleições parlamentares duas semanas atrás.

O adversário de Erdogan, Kemal Kilicdaroglu, ainda não se manifestou sobre o resultado. À frente de uma coalizão de seis partidos, ele votou em Ancara, capital do país, onde convidou os seus apoiadores a permanecerem próximos das urnas após o encerramento da votação, para acompanharem a contagem.

Os dois candidatos votaram perto das 12h (6h, em Brasília), ambos acompanhados pelas mulheres. Tanto Erdogan, em Istambul, quanto Kilicdaroglu, em Ancara, pediram que os eleitores fossem às urnas, diante de um clima aparentemente mais tranquilo em comparação com o primeiro turno, quando foi registrada afluência de 88%.

Assim que a votação foi encerrada, às 17h locais, o atual presidente agradeceu aos eleitores no Twitter e instigou os partidários a "cuidarem das urnas até o resultado final", na observação da contagem de votos. "Agora é hora de proteger a vontade de nossa nação até o último momento", escreveu.

O resultado indica que a crise econômica, que alimentou as esperanças da oposição de derrubá-lo, é uma pauta em segundo plano para a maioria dos turcos.

Principalmente sua base eleitoral coloca os interesses nacionais em primeiro lugar, em uma pauta identitária que muitas vezes coincide e se funde com a do Islamismo, que esteve na origem da carreira política do líder conservador.

De acordo com a rede al-Jazeera foram reportados ataques a observadores eleitorais, cédulas pré-preenchidas com votos em Erdogan e pessoas sendo impedidas de votar.

O presidente do Conselho Eleitoral Supremo da Turquia, Ahmet Yener, disse, no entanto, que a votação não foi prejudicada. "Não houve nenhuma situação negativa que tenha sido refletida em nosso conselho e que tenha impactado o processo de votação", disse ele a repórteres.

Turquia rumo à autocracia

A votação expressiva agora deve consolidar o domínio de Erdogan na vida pública da Turquia, um país estrategicamente localizado entre o Ocidente e o Oriente, membro da Otan, mas cortejado pela Rússia e pela China. Para analistas, a vitória deve dar controle ainda mais firme de Erdogan e seu governo cada vez mais autoritário.

"Erdogan tem apoio dos setores conservadores e religiosos do eleitorado de 64 milhões de pessoas, e é reconhecido como o homem forte que posicionou a Turquia como protagonista na geopolítica e deu voz ativa aos religiosos", afirmou diz Soner Cagaptay, que chefia a pesquisa sobre a Turquia no Washington Institute, uma organização de pesquisa política, e é autor do livro Um sultão no outono, sobre as mazelas do período Erdogan no poder.. "Essa concentração de poder, que começou coma reforma que acabou com a figura do primeiro-ministro e se estendeu com a perseguição política de adversários, deve aumentar ainda mais agora".

A campanha de Erdogan se concentrou nos avanços que ele disse que a Turquia conseguiu sob seu governo, como um país modernizado por megaprojetos como pontes e aeroportos e uma potência global independente que produzia suas próprias armas militares. Ele também atacou ferozmente a oposição, alegando que eles eram apoiados por grupos "terroristas", no que analistas disseram ser um sinal de desespero, já que ele flertou com a derrota pela primeira vez em anos.

Em uma tentativa de atrair os eleitores duramente atingidos pela inflação, Erdogan aumentou os salários e as pensões e subsidiou as contas de eletricidade e gás, ao mesmo tempo em que apresentava a indústria de defesa e os projetos de infraestrutura da Turquia.

A resiliência do presidente turco, quando consecutivas pesquisas previam sua derrota, certamente denota o controle sistemático de seu partido sobre os meios de comunicação e os tribunais do país (a Freedom House, entidade que classifica o estado da democracia nos países, baixou a colocação da Turquia de "parcialmente livre" para "não livre" em 2018).

Mas o autoritarismo vai muito além de votos e tiros. Televisão, música, monumentos e memoriais foram as principais alavancas de um projeto político: uma campanha de ressentimento cultural e renascimento nacional que culminou em maio, nos carpetes azul-esverdeados instalados sob a abóbada de Hagia Sophia.

Fora da Turquia, essa reviravolta cultural é com frequência descrita como "islamista", e Erdogan e seu Partido Justiça e Desenvolvimento, conhecido como AKP, realmente passaram a permitir expressões de religiosidade anteriormente banidas, como as mulheres cobrirem o cabelo com véus dentro de instituições públicas.

Mas esta eleição sugere que o nacionalismo, não a religião, pode ser o verdadeiro fio condutor da revolução cultural de Erdogan. Suas celebrações do passado otomano - e o ressentimento dos que supostamente o odeiam, seja no Ocidente ou dentro da Turquia - caminham ao lado de esforços nacionalistas não relacionados com o Islã.

O país organizou campanhas agressivas pela devolução de antiguidades greco-romanas levadas para museus no Ocidente. Equipes estrangeiras de arqueologia tiveram permissões de trabalho canceladas. A Turquia se posiciona na vanguarda obscura de uma tendência vista por toda parte hoje, principalmente nos Estados Unidos: uma política cultural de ressentimento perpétuo, quando a indignação é mantida mesmo após a vitória.

Crise econômica à vista

O índice de inflação na Turquia está em 44%. Os consumidores têm visto seus salários comprar cada vez menos comida, e agora, gastos do governo em benesses e esforços para sustentar o valor da moeda ameaçam o crescimento econômico e poderiam empurrar o país para a recessão.

O desafio será duro para Erdogan. "A economia relativamente forte dos trimestres recentes foi produto de políticas insustentáveis, portanto muito provavelmente haverá contração ou recessão", afirmou Brad Setser, especialista em comércio global e finanças do Council on Foreign Relations.

"Os trabalhadores turcos se sentirão mais pobres quando o valor da lira cair", afirmou ele sobre a moeda local. "As pessoas terão mais dificuldade de encontrar emprego para ganhar um salário que cubra o custo de vida."

A turbulência econômica na Turquia, uma das 20 maiores economias do mundo, poderia ecoar também globalmente, em razão de sua extensa rede de relações de comércio internacional.

Em sua primeira década na presidência, Erdogan coordenou um crescimento econômico dramático, que transformou cidades turcas e retirou da pobreza milhões de pessoas. Mas alguns desses ganhos têm erodido nos anos recentes. A moeda nacional perdeu 80% de seu valor em relação ao dólar desde 2018. E o índice anual de inflação, que chegou a mais de 80% em seu auge, no ano passado, baixou, mas no mês passado ainda permanecia em 44%, fazendo muitos turcos se sentir mais pobres.

Enquanto a ortodoxia econômica normalmente requer aumentar taxas de juros para combater a inflação, Erdogan tem insistido em fazer o oposto, reduzindo-as repetidamente - o que, segundo economistas, exacerbou o problema.

Durante sua campanha pela reeleição, Erdogan não demonstrou nenhuma intenção de alterar suas políticas, dobrando a aposta em sua convicção de que juros baixos ajudam a economia a crescer por ocasionar crédito barato para aumentar a manufatura e as exportações turcas.

Erdogan prometeu "combater" a crise eeconômica. "Nós trabalharemos incansavelmente até colocar a Turquia entre as dez maiores economias do mundo", afirmou Erdogan em um comício este mês. "Se hoje a realidade na Turquia não permite que seus pensionistas, trabalhadores e funcionários públicos sejam esmagados pela inflação, é porque nós fomos bem-sucedidos em apoiar vocês."

Maioria no Parlamento

Além disso, a aliança liderada pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento, de Erdogan, manteve sua maioria no parlamento de 600 assentos, embora a assembleia tenha perdido muito de seu poder após um referendo que deu à presidência poderes legislativos adicionais. O AKP de Erdogan e seus aliados garantiram 321 assentos na Assembleia Nacional, enquanto a oposição conquistou 213 e os 66 restantes foram para uma aliança pró-curda, de acordo com resultados preliminares.

Howard Eissenstat, professor associado de história e política do Oriente Médio na St. Lawrence University, em Nova York, disse que esses resultados deram a Erdogan uma vantagem no segundo turno, porque os eleitores não gostariam de um "governo dividido".

Quase 89% dos eleitores elegíveis na Turquia votaram e mais da metade dos eleitores estrangeiros foram às urnas. A participação eleitoral na Turquia é tradicionalmente forte, apesar do governo suprimir a liberdade de expressão e reunião ao longo dos anos e especialmente desde a tentativa de golpe de 2016.

Terremoto esquecido?

Os terremotos de fevereiro deste ano no sul da Turquia deixaram cicatrizes em um curral eleitoral de Erdogan, mas não foram suficientes para abalar a popularidade do líder turco. Os tremores deixaram a maior parte da cidade em ruínas. Um boom imobiliário de duas décadas por aqui, emblemático em relação ao foco nacional de Erdogan em desenvolvimento, mais do que dobrou a população local, para cerca de 25 mil pessoas.

Um em cada seis habitantes de Nurdagi morreu nos terremotos. Mais de 50 mil pessoas morreram na região, de acordo com cifras oficiais; muitos observadores acreditam que o número real é muito maior. Os resultados relatados pela agência estatal Anadolu mostraram que o partido de Erdogan domina a região, vencendo 10 das 11 províncias em uma área que tradicionalmente apoia o presidente. Isso ocorreu apesar das críticas à resposta lenta de seu governo ao terremoto de magnitude 7,8 que matou mais de 50.000 pessoas.

O Conselho Nacional Eleitoral do Equador anunciou nesta quarta-feira, 24, que as eleições presidenciais antecipadas vão acontecer em 20 de agosto. As eleições estavam previstas inicialmente para 2025, mas foram adiantadas após o decreto constitucional do presidente Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso.

O presidente pode escolher se candidatar ou não nas eleições que vão renovar Congresso e presidência. Caso não haja vencedor absoluto, o segundo turno será realizado em outubro.

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O partido de direita do primeiro-ministro em fim de mandato, Kyriakos Mitsotakis, venceu as eleições na Grécia neste domingo (21), segundo resultados parciais, mas pode ter dificuldade para formar um governo estável diante da falta de uma maioria absoluta.

O partido Nova Democracia (ND), que está no poder há quatro anos, soma 41,1% dos votos, superando por ampla margem o Syriza (esquerda), do ex-chefe de governo Alexis Tsipras, que soma 20% dos votos, de acordo com os resultados de um terço das zonas eleitorais.

Atrás dessas duas forças estão os socialistas do partido Pasok-Kinal, com 12,6% dos votos.

Contudo, se esses resultados se confirmarem, o ND não poderá governar de forma absoluta, o objetivo manifestado por Mitsotakis, já que não conseguiria a maioria necessária para tal.

Por sua vez, Alexis Tsipras, de 48 anos, recorreu ao dirigente socialista Nikos Androulakis com vistas a uma possível aliança em caso de resultados favoráveis, mas este impôs uma série de exigências.

Em caso de impossibilidade de formar um governo, tal como projetam muitos analistas, serão convocadas novas eleições no fim de junho ou no início de julho.

O vencedor desse eventual segundo pleito gozaria de um bônus de cadeiras que poderiam lhe dar uma maioria confortável.

Durante a campanha eleitoral, Mitsotakis não deixou de defender seu desempenho econômico, referindo-se à queda do desemprego, a um crescimento de quase 6% no ano passado e à disparada do turismo.

Neste domingo, pouco depois de votar em Atenas, Mitsotakis disse que quer fazer da Grécia "um país mais forte, com um papel importante na Europa".

Tsipras, por sua vez, pediu que o país "virasse a página de quatro anos difíceis" para possibilitar "um governo justo".

A perda de poder aquisitivo por causa da inflação e os baixos salários continuam sendo uma dor de cabeça para muitas famílias, após uma década de crises e resgates financeiros internacionais que foram traduzidos em cortes nos serviços públicos e em uma redução significativa da renda para os gregos.

A dívida pública do país continua sendo de mais 170% de seu PIB. Já a inflação beirou os 10% no ano passado, agravando ainda mais as dificuldades da população.

Além disso, no fim de fevereiro, uma catástrofe ferroviária que provocou a morte de 57 pessoas, entre elas muitos estudantes, suscitou manifestações multitudinárias contra o governo conservador, acusado de negligência em matéria de segurança.

Mitsotakis, filho de um ex-primeiro-ministro e tio do atual prefeito de Atenas, também foi atingido em cheio por um escândalo de grampos ilegais voltados a dirigentes políticos e jornalistas.

Em março, o Parlamento Europeu denunciou a existência de "ameaças sérias ao Estado de Direito e aos direitos fundamentais" na Grécia.

A Controladoria-Geral da União (CGU) revisou 252 casos de pedidos de dados via Lei de Acesso à Informação (LAI) que foram negados no governo anterior. Ao tomar posse, em 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a revisão de atos que impuseram sigilo indevido a documentos de acesso público.

Nesta terça-feira (16), a CGU apresentou o balanço dos trabalhos durante evento, em Brasília, em comemoração aos 11 anos de vigência da LAI. Segundo o órgão, na maioria dos 252 casos os sigilos impostos foram revertidos e as informações entregues aos solicitantes.

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"Solicitei que essa análise fosse feita sem paixões, mas de forma técnica e imparcial, em pleno respeito ao que está nas leis e na Constituição. O trabalho resultou na derrubada de mais da metade dos sigilos analisados, jogou luz sobre as tragédias e os desmandos dos últimos anos, superou interpretações equivocadas de nossa legislação e foi além, gerou enunciados para que não haja mais dúvidas sobre como disponibilizar ou atribuir sigilo a informações de agora em diante", disse o presidente Lula, em discurso no evento da CGU.

Entre os temas mais relevantes, objetos da revisão dos sigilos, estão os relacionados à possível atuação irregular de instituições do governo federal durante as eleições presidenciais de 2022 e à má gestão da pandemia da covid-19. Outro tema de repercussão foi o uso dos sigilos sobre a agenda pública e a gastos com cartão corporativo de pagamentos, além de assuntos disciplinares.

“A transparência, o acesso à informação e as políticas de dados abertos são aliados da vida”, disse Lula, citando informações sobre a pandemia da covid-19. “Enquanto nossos amigos, vizinhos e parentes tinham a vida ceifada pela doença; enquanto as imagens de hospitais lotados e gente sendo atendida nos corredores invadiam as telas das TVs e dos celulares; enquanto qualquer pessoa séria sabia da gravidade do que estava ocorrendo, o governo anterior tentou minimizar a situação. Informações eram sonegadas nas coletivas de imprensa, agentes públicos eram constrangidos para não relatarem o que ocorria e até a página oficial da internet com os dados da covid foi mudada para dificultar o acompanhamento pela população”, acrescentou o presidente.

Para a CGU, os casos de sigilo indevidos mobilizavam equivocadamente conceitos como a proteção de dados pessoais, garantia da segurança nacional ou do presidente da República e seus familiares, ou ainda a proteção de atividades de inteligência. Com a revisão, a pasta elaborou um parecer técnico para evitar que decisões equivocadas sobre sigilo voltem a acontecer.

Alguns exemplos de assuntos que foram abertos após revisão da CGU são o crédito consignado do Auxílio Brasil durante o 2º turno das eleições presidenciais; a operação da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições; o cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro; o estoque de vacinas e medicamentos do Ministério da Saúde; a lista de visitantes nos palácios; e os processos administrativos disciplinares concluídos, como do ex-ministro da Saúde e general do Exército Eduardo Pazuello.

Com a revisão, também foram divulgados gastos com o cartão corporativo dos ex-presidentes da República entre 2003 e 2022. As informações liberadas abrangem os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), Dilma Rousseff (2011-2016), Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022).

A CGU trabalhou a partir de 64.571 mil pedidos de acesso à informação negados, total ou parcialmente, pelos órgãos da administração pública federal no período de 2019 a 2022. O estudo se concentrou nos casos que chegaram até a terceira instância recursal na CGU, e tiveram a negativa de acesso mantida, em um total de 1.335 decisões.

A controladoria selecionou 234 casos concretos para análise. A esse grupo, foram adicionados outros 18 casos correlatos ao longo dos trabalhos, totalizando 252. Desse conjunto, 111 são referentes a segurança nacional, 40 são relativos à segurança do presidente da República e seus familiares, 50 são sobre informações pessoais, 29 sobre atividades de inteligência e 22 sobre assuntos diversos.

No evento da CGU, o presidente Lula também assinou três decretos que atualizam a LAI e o acesso a informações públicas.

Os turcos vão às urnas neste domingo (14) em uma eleição crucial que poderia estender o domínio de duas décadas do presidente Recep Tayyip Erdogan, ou levar o país de maioria muçulmana à secularização.

Com a expressão cansada, o presidente em final de mandato e candidato Recep Tayyip Erdogan compareceu à sua seção eleitoral em Üsküdar, um bairro conservador de Istambul, para votar, desejando "um futuro próspero para o país e para a democracia turca".

Erdogan, que não quis dar nenhuma previsão dos resultados, destacou o "entusiasmo dos eleitores", principalmente nas áreas mais atingidas pelo terremoto de 6 de fevereiro, que deixou pelo menos 50 mil mortos.

O candidato da oposição, Kemal Kiliçdaroglu, votou pouco antes em Ancara.

"Sentimos falta da democracia", declarou com um sorriso. "Vocês vão ver. A primavera vai voltar para este, se Deus quiser, e vai durará para sempre", acrescentou, referindo-se a um de seus "slogans" de campanha.

Em uma Turquia profundamente dividida, a disputa para eleger o 13º presidente do país, um século após a fundação de sua república, promete ser equilibrada.

- Polarizados -

O país está polarizado entre os dois principais candidatos: o presidente islâmico-conservador Erdogan, de 69 anos, no poder há duas décadas, e seu principal oponente Kemal Kiliçdaroglu, de 74, líder de um partido social-democrata laico, o CHP.

Para garantir a vitória no primeiro turno, eles precisam de pelo menos 50% dos votos mais um.

O terceiro candidato em disputa é Sinan Ogan, a quem as pesquisas atribuem apenas alguns pontos.

"O importante é não dividir a Turquia", disse Recep Turktan, um eleitor de 67 anos que esperava em frente à sua seção eleitoral em Üsküdar.

Hoje, 64 milhões de eleitores, que também elegerão seu Parlamento, estão habilitados para votar neste país de 85 milhões de habitantes. Tradicionalmente, as taxas de participação eleitoral são superiores a 80%.

Bom humor e clima festivo reinam entre os eleitores neste domingo, que coincide com o Dia das Mães na Turquia.

- Crise econômica -

Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP) de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da Turquia moderna, lidera uma coalizão de seis partidos que vai da direita nacionalista à centro-esquerda liberal.

Ele também recebeu o apoio do partido pró-curdo HDP, a terceira maior força política do país.

Em 2018, na última eleição presidencial, o chefe de Estado venceu no primeiro turno com mais de 52,5% dos votos. Se, desta vez, tiver de disputar um segundo turno, em 28 de maio, já será um golpe para ele.

Erdogan prometeu respeitar o resultado das urnas, que serão monitoradas por centenas de milhares de observadores eleitorais de ambos os lados.

Nesta disputa, tem-se um país atingido por uma crise econômica, com uma moeda desvalorizada pela metade em dois anos, e uma inflação que passou de 85% no outono, além do dramático terremoto de fevereiro, que colocou em xeque a onipotência de Erdogan.

Seu rival, Kemal Kiliçdaroglu, aposta no apaziguamento e promete restaurar o estado de direito e respeitar as instituições, afetadas nos últimos dez anos pela guinada autocrática de Erdogan.

De acordo com as pesquisas, seus discursos breves e tranquilos, em contraste com os de Erdogan, conquistaram a maioria dos 5,2 milhões de jovens turcos que votaram pela primeira vez.

Para o cientista político Ahmet Insel, exilado em Paris, “a derrota de Erdogan mostraria que podemos sair de uma autocracia consolidada pelas urnas”.

País-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Turquia goza de uma posição privilegiada entre a Europa e o Oriente Médio e é um importante ator diplomático.

Os centros de votação fecham as portas às 17h (11h em Brasília). As primeiras estimativas oficiais devem começar a ser divulgadas em torno de quatro horas depois.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mobiliza seus apoiadores neste sábado (13) e reza em Santa Sofia, a basílica transformada em museu em Istambul, a 24 horas das decisivas eleições de domingo, nas quais enfrenta uma oposição unida pela primeira vez.

É nesta basílica bizantina do século IV, convertida em mesquita em 2020, que o chefe de Estado encerrará uma campanha de injúrias e ameaças veladas feitas tanto por ele quanto por seus correligionários contra seu maior rival, Kemal Kiliçdaroglu.

"Todo o Ocidente ficou atordoado! Mas eu fiz", gritou ele para seus apoiadores, neste sábado, sobre a conversão da Santa Sofia.

Reeleito nas urnas desde 2003, Erdogan, de 69 anos, prometeu na sexta-feira respeitar o resultado das eleições presidencial e legislativas, para as quais são convocados 64 milhões de eleitores.

"Chegamos ao poder pela via democrática, com o apoio do nosso povo. Se nossa nação tomar uma decisão diferente, faremos o que a democracia exige", afirmou, visivelmente irritado, em entrevista transmitida à noite pela televisão, simultaneamente, na maioria dos canais do país.

O medo de excessos violentos persiste nas grandes cidades, após uma série de incidentes ocorridos na reta final de uma campanha bastante polarizada, obrigando seu adversário a usar um colete à prova de balas debaixo do terno em suas últimas reuniões de campanha.

- "Prontos para a democracia?" -

Kiliçadraoglu, que voltou para Ancara, conclui sua campanha neste sábado com uma visita simbólica ao mausoléu de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da Turquia moderna.

Ao contrário do poder autocrático "de um só homem" (Erdogan), seu principal adversário, de 74 anos, propõe, em caso de vitória, uma direção colegiada, cercada de vice-presidentes que representem os seis partidos da coalizão que ele dirige, indo da direita nacionalista à esquerda liberal.

"Estão prontos para a democracia? Para a paz reinar neste país? Eu estou. Prometo isso a vocês", declarou, ontem, em seu último grande comício em Ancara.

"Eu prometo" é o slogan de sua campanha e o refrão das canções de seus apoiadores.

Kiliçadraoglu promete o retorno ao Estado de direito e ao regime parlamentar, a separação dos poderes e a libertação das dezenas de milhares de presos políticos, entre juízes, intelectuais, militares e funcionários públicos, acusados de "terrorismo", ou de "insulto ao presidente ".

A popularidade do chefe de Estado, que destaca as grandes conquistas e o desenvolvimento de seu país desde 2003, foi prejudicada pela virada autoritária da última década, por uma economia em crise e por uma inflação de cerca de 40% em um ano, conforme dados oficiais contestados.

Erdogan reconhece ter dificuldade para atrair os mais jovens, dos quais mais de 5,2 milhões votarão pela primeira vez. Outra incógnita é o impacto do terremoto que devastou parte do sul da Turquia, deixando pelo menos 50 mil mortos e três milhões de desaparecidos.

Desde 2021, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite que jovens que completaram 15 anos emitam o título de eleitor, mesmo que só possam votar, efetivamente, quando completarem 16 anos de idade.

Segundo o capítulo IV da Constituição Federal, o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para jovens de 16 e 17 anos, mas são obrigatórios a partir dos 18 anos.

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Alistamento eleitoral

A solicitação do primeiro título eleitoral pode ser feita pela internet, pelo Autoatendimento do Eleitor, no sistema on-line TítuloNet. Ao acessar o sistema, o jovem deve selecionar a opção 'não tenho', na aba 'Título de eleitor' e preencher todos os campos indicados com dados pessoais, como nome completo, e-mail, número do Registro Geral (RG) e local de nascimento.

Além dessas informações, é preciso anexar fotografias ao requerimento para comprovação da identidade. Por fim, é necessário juntar um comprovante de residência. Homens até 18 anos estão dispensados de enviar o comprovante de quitação com o serviço militar. Contudo, torna-se obrigatório para eleitores do sexo masculino, a partir dos 18 anos.

Há, ainda, a opção de ir ao cartório eleitoral do município. O Alistamento Eleitoral deve ser feito até a data de fechamento do cadastro, que ocorre sempre no mês de maio do ano em que houver eleição. A próxima eleição no Brasil será em 2024 para eleger prefeitos e vereadores de mais de 5.550 municípios.  

A secretária da Corregedoria-Geral Eleitoral, responsável pela fiscalização da regularidade dos serviços eleitorais em todo o país, Roberta Gresta vê vantagem no alistamento eleitoral no período facultativo: 

“A realização do alistamento da pessoa aos 15 anos estimula o jovem, pois, ao completar 16, já estará apto a votar, tornando-se efetivamente pertencente à comunidade política brasileira e responsável pelo fortalecimento da democracia”.

O pedido de emissão do documento pode ser acompanhado pela internet. Para isso, basta clicar na guia 'Acompanhar Requerimento', no site do TSE, e informar o número do protocolo gerado na primeira fase do atendimento.

Caso não haja pendências, após o processamento dos dados, o jovem futuro eleitor pode baixar o aplicativo e-Título no celular e, assim, utilizar a versão digital do documento, dispensando o título em papel, inclusive em futuras votações, dentro da seção eleitoral do eleitor.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, parabenizou na noite do domingo, 30, Santiago Peña pela vitória eleitoral no Paraguai. Por meio do Twitter, o presidente brasileiro desejou sorte ao novo presidente do país vizinho e defendeu relações cada vez mais fortes e melhores entre Brasil e Paraguai.

Numa mensagem enviada rapidamente após a confirmação da vitória do candidato do Partido Colorado, Lula disse ainda que conta com Peña para trabalhar por uma América do Sul com mais união, desenvolvimento e prosperidade.

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Com 99,09% das urnas apuradas no fim da noite do domingo, Peña tinha 42,74% dos votos, segundo a Justiça Eleitoral do Paraguai. O rival, Efraín Alegre, do Partido Liberal, tinha 27,48% dos votos.

Itaipu

A eleição no país vizinho tem uma especial importância para o Brasil em razão da revisão neste ano do Tratado da Usina de Itaipu.

O eleito será o futuro interlocutor do Brasil na revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que estabelece as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade da usina, marcada para agosto.

Assinado em 1973, o tratado já previa a amortização das dívidas contraídas pela usina, que acabaram de ser pagas no mês passado, e mudanças nas demandas elétricas dos dois países. Por isso, estabelecia a revisão do texto dentro de 50 anos.

De acordo com o Tratado de Itaipu, toda a energia produzida deve ser dividida entre os dois países. O Paraguai historicamente nunca usou toda a geração a que tem direito, e pelo acordo se vê obrigado a vender o excedente para o Brasil.

Otimismo nas negociações com Lula

Ao jornal O Estado de S. Paulo, ainda durante a campanha, Peña disse que estar otimista sobre o papel da usina para os próximos 50 anos. "Estou otimista para poder negociar isso com Lula. Ele é uma pessoa com experiência e há testemunhas de que quer fortalecer os vínculos entre os dois países", afirmou.

"Até o momento não há uma proposta clara do que será colocado na mesa e isso é lógico, porque, em uma negociação, não se pode antecipar as cartas", disse Daniel Ríos, pesquisador da Faculdade Politécnica da Universidade Nacional de Assunção.

Para ele, apesar de Peña não ter se manifestado, se ele vencer e não negociar melhores condições, a sociedade civil exigirá uma prestação de contas, já que há uma ideia generalizada de que o Paraguai merece receber mais pela energia.

Durante depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (27), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a eleição de 2022 é “página virada em sua vida”, segundo o termo emitido pela PF. Bolsonaro obteve 49,10% dos votos, sendo assim, foi derrotado pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atingiu 50,90%.

O ex-mandatário foi chamado a depor em razão de ter compartilhado em seu perfil nas redes sociais, um vídeo que questionava sem qualquer evidência o sistema eleitoral nas eleições do ano passado. O vídeo foi divulgado no dia 10 de janeiro, dois dias após os atos golpistas de 8 de janeiro que invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília. O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na semana passada, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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“Que, em relação ao conteúdo do vídeo, considera a Eleição de 2022 uma página virada em sua vida; Que, indagado a respeito de sua opinião sobre o processo eleitoral, afirma que, ao postar o vídeo, não havia o assistido em sua integralidade e, em momento algum, emitiu juízo de valor sobre ele; Que não conhece a pessoa que fez o discurso no vídeo postado; Que se fosse a intenção de divulgar o vídeo para os seus seguidores, o faria em todas as suas redes sociais e não apenas na sua rede social de menor repercussão”, diz o termo do depoimento.

Segundo o documento, Bolsonaro afirmou que poderá prestar esclarecimentos posteriormente sobre questões eleitorais. “Que, por fim, o declarante reitera que repudia e condena todo e qualquer ato que vise a abalar a ordem democrática e que durante os seus quatro anos de governo sempre atuou dentro das ‘quatro linhas’ da Constituição Federal”, complementa.

Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da gestão Bolsonaro, afirmou a jornalistas na última quarta-feira (26) que o ex-presidente estava "sob efeito de remédios" quando compartilhou a publicação que contestava a lisura do processo eleitoral brasileiro e a segurança das urnas eletrônicas.

Atos golpistas de 8 de janeiro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No dia 8 de janeiro desse ano, manifestantes apoiadores do ex-mandatário Jair Bolsonaro inconformados com a vitória nas urnas do presidente Lula invadiram a Praça dos Três Poderes, A invasão começou após a barreira formada por policiais militares na Esplanada dos Ministério, ter sido rompida. O Congresso Nacional foi o primeiro a ser invadido, com os manifestantes, vestidos de verde e amarelo, ocupando a rampa e soltando fogos de artifício. Depois eles quebraram vidro do Salão Negro do Congresso e danificaram o plenário da Casa. Após a depredação no Congresso, os golpistas invadiram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Dois dias após esses ataques, Bolsonaro compartilhou uma postagem em que dizia que Lula não foi eleito pelo povo, e sim escolhido pelo serviço eleitoral junto a ministros do STF e do TSE.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) pagou R$ 1,3 milhão na operação que bloqueou estradas em todo o país no dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Segundo reportagem da UOL, houve um aumento significativo de agentes trabalhando nos estados e regiões onde o então candidato Lula (PT) era favorito nas pesquisas. 

Todos os estados do Nordeste, além do Pará, Amazonas e Minas Gerais, tiveram aumento na equipe efetiva. A operação consistiu na instalação de pontos de fiscalização nas estradas, com a justificativa de coibir possíveis crimes eleitorais. De acordo com a própria PRF, no primeiro turno houve registro de 65% de casos de crimes eleitorais, dado que baseou a decisão de implementar o reforço nesses locais no segundo turno.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) alertou que ações que impedissem a mobilidade dos brasileiros no dia da eleição estavam proibidas. Devido aos bloqueios dos transportes, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegou a estender o horário de funcionamento de zonas eleitorais.

A operação foi comandada pelo então diretor-geral Silvinei Vasques, que era declaradamente apoiador do ex-presidente da República, que perdeu a eleição. Vasques foi demitido em dezembro de 2022.

Colega de partido de Geraldo Alckmin, Tabata Amaral elogiou a atuação do vice-presidente em seus 100 dias na governo federal. Integrada ao PSB na última eleição, a deputada federal defendeu a campanha de Lula, mas questionou a formação de uma unidade progressista de legendas da esquerda.  

Nos elogios ao vice-presidente, em entrevista à Folha de S. Paulo, a parlamentar definiu Alckmin como "uma pessoa extremamente humilde, mas com certeza é um dos quadros que mais nos orgulha no PSB", sem estimular uma eventual candidatura presidencial em 2026. 

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Ela defendeu a evolução do PSB como um partido protagonista no cenário nacional e deixou indicativo de uma posição que rompa a polarização. "Faz falta ao Brasil uma centro esquerda forte e pujante. Faz falta uma esquerda com uma visão econômica de centro e pautada em dado. [...] Tenho muito respeito pela história do PT, mas esse lugar precisa ser ocupado. E a gente vai estar lá. Precisamos trilhar nosso caminho. Tenho certeza que vamos nessa direção de construir uma centro esquerda que faz falta ao Brasil." 

Considerada como um dos nomes com força para a próxima disputa à Prefeitura de São Paulo, em 2024, Tabata não confirmou a aliança com o PT e espera a posição da legenda em relação à promessa de apoio a Guilherme Boulos (PSOL). 

"O debate sobre a melhor estratégia do campo progressista vai acontecer no ano que vem. Há quem defenda a união do campo progressista, mas também quem defenda que a gente fure essa polarização com uma candidatura viável", resumiu. 

Sobre a capital paulista, a deputada disse que São Paulo está "visivelmente mal cuidada" e com "sensação de insegurança" sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB). Ela também criticou a atuação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre fazer "esforço estranho em fazer acenos ao bolsonarismo" ao citar a pauta das mulheres e dos direitos humanos. 

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