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O presidente reeleito da França, Emmanuel Macron, foi intimado pelo juiz do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, Mirko Vincenzo Giannotte, a explicar sobre os possíveis impactos ambientais causados por uma usina hidrelétrica em Sinop. O magistrado foi um dos indicados a assumir a cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) que foi ocupada por André Mendonça.

A denúncia contra a empresa Électricité de France (EDF) foi feita por uma cooperativa de empresários da agropecuária e outras organizações. A ação civil pública sugere que a empresa com 51% de capital do governo francês esteja negligenciando a prevenção a incêndios na região. O juiz também determinou uma inspeção judicial na usina.

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Carta rogatória

“É de conhecimento nacional que o Presidente da França, monsieur Emmanuel Macron, defensor do meio ambiente e que tanto palpita nas questões ambientais no Governo Brasileiro, tecendo inúmeras críticas sobre a proteção do meio ambiente no nosso País, relacionando, inclusive, recentemente, a grande produção de soja brasileira ao desmatamento da floresta amazônica, tenha, portanto, conhecimento da atuação da Requerida em solo Brasileiro, razão pela qual ordeno a expedição de carta rogatória à França, a fim de que o exmo. presidente se manifeste sobre a atuação da Companhia Energética Sinop (CES) na usina hidrelétrica de Sinop no que toca às questões ambientais, em especial sobre os mencionados impactos ambientais que vêm sendo causados no Brasil”, ordenou Giannotte no documento publicado pelo Metrópoles.

Contracheque de R$ 500 mil

Com posições polêmicas, o juiz foi criticado por receber um contracheque mensal de mais de 500 mil, em agosto de 2017. Na ocasião, ele não mostrou incômodo quanto à repercussão e disse: "não estou nem aí”, em entrevista à Veja.

O valor divulgado no Portal da Transparência incluía indenizações, verbas atrasadas e gratificações, além de auxílio oferecido ao Judiciário.

Sinop Energia enviou ao LeiaJá uma nota oficial se posicionando sobre o caso.

Confira a nota na íntegra:

A Sinop Energia reforça que segue rigorosamente a legislação brasileira e cumpriu todas as exigências do licenciamento ambiental aprovado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Mato Grosso (MT) para a construção e operação da Usina Hidrelétrica Sinop.  A empresa esclarece que possui um plano de contingência de incêndios florestais elaborado por especialistas, onde estão previstas diversas medidas de controle e monitoramento de focos de incêndio, entre elas: monitoramento por engenheiros florestais da Sinop Energia, com auxílio da ferramenta do INPE e de satélite, bem como elaboração de relatórios gerenciais diários; brigada de incêndio devidamente treinada para atuar em caso de ocorrência; realização de inspeções no entorno do reservatório via terrestre, pelo lago ou com uso de drone para detectar focos; programa de comunicação para população vizinha ao reservatório com informações de conscientização sobre riscos de incêndio e divulgação de canal de comunicação para com a companhia para denúncias, entre outras atividades.  A Sinop Energia reafirma seu compromisso com as melhores práticas e com a preservação do meio ambiente.

O presidente Emmanuel Macron venceu a eleição presidencial da França e foi reeleito nesse domingo (24). Após uma campanha acirrada, o progressista derrotou a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, durante o segundo turno, por 58,5% (18.779.641) contra 41,5% (13.297.760). Macron foi o primeiro líder francês a ser reeleito em 20 anos. 

A vitória do presidente francês foi amplamente comemorada pela ala progressista brasileira, que vê a derrota da direita europeia como um avanço positivo no cenário que molda as eleições presidenciais no Brasil, em outubro deste ano. Macron e Le Pen avançaram para o segundo turno depois de terminarem em primeiro e segundo lugar, respectivamente, entre 12 candidatos que concorreram no primeiro turno em 10 de abril. 

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Embora o discurso de Macron para os eleitores de uma França globalizada e economicamente liberal à frente da União Europeia tenha vencido, a visão de Le Pen, de uma mudança radical para o país, representada por 41,5% dos votos, colocaram a extrema direita francesa mais perto da presidência. O cenário é similar, em circunstâncias, ao visto no Brasil, cujo Palácio do Planalto já é ocupado por um líder conservador associado aos políticos de centro.

Do governador Rui Costa ao presidenciável Ciro Gomes, confira a repercussão entre os líderes da esquerda brasileira: 

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Os franceses confiaram neste domingo (24) um novo mandato de cinco anos ao centrista Emmanuel Macron contra Marine Le Pen, que apesar de perder conseguiu o melhor resultado da extrema-direita em uma eleição presidencial na França.

Segundo estimativas iniciais, o candidato de La República en Marcha (LREM), de 44 anos, obteve entre 57,6% e 58,2% dos votos, uma diferença menor do que em 2017, quando derrotou sua adversária do Reagrupamento Nacional (RN) com 66,1% dos votos.

A França optou por continuar com um líder pró-europeu, que também se tornou o primeiro a conseguir a reeleição desde 2002, quando o conservador Jacques Chirac venceu o pai de sua rival deste domingo, o ultradireitista Jean-Marie Le Pen.

A vitória de Macron distancia o projeto de ruptura da candidata do RN, de 53 anos, que defendia a exclusão de estrangeiros dos benefícios sociais, inscrevendo a "prioridade nacional" na Constituição, e o abandono do comando integrado da Otan.

Porém, apesar das advertências sobre o "perigo" extremista, a extrema-direita tem feito avanços constantes a cada eleição desde 2002. Com 41,8% a 42,4% dos votos, segundo estimativas, Le Pen alcançou seu melhor resultado.

"O resultado por si só representa uma brilhante vitória", disse a herdeira da Frente Nacional (FN) a seguidores desapontados em seu quartel-general. "Vou seguir meu compromisso com a França e os franceses (...) Vou lutar esta batalha", acrescentou.

Comemorações explodiram entre a população presente no Campo de Marte, ao pé da Torre Eiffel, onde Macron deve se dirigir a seus apoiadores, após a divulgação das primeiras estimativas.

Mas "quando vemos uma extrema-direita acima de 40%, temos que continuar trabalhando, unir o país, ter um projeto político e uma maioria parlamentar", disse o ministro de Assuntos Europeus, Clément Beaune.

- "Terceiro turno" -

Com o nome do inquilino do Palácio do Eliseu claro, a segunda economia da União Europeia (UE) entra agora na campanha para as eleições legislativas de 12 e 19 de junho, que desta vez tem ares de um “terceiro turno”.

A reeleição de Macron ocorreu em um cenário de descontentamento entre os jovens e entre os eleitores desiludidos do esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que recebeu quase 22% dos votos no primeiro turno.

"Entre a peste e a cólera, devemos tomar a decisão certa", disse Pierre Charollais, um aposentado de 67 anos em Rennes, no oeste do país, defendendo um "voto responsável" em um contexto "particular" devido à guerra na Ucrânia.

A abstenção, entre 27,8% e 29,8% segundo as estimativas, atingiu assim o seu nível mais elevado em um segundo turno desde 1969 (31,3%).

Macron é "o presidente mais mal eleito" desde o início da Quinta República em 1958, observou Mélenchon, que reiterou seu apelo aos eleitores para torná-lo um "primeiro-ministro" após as eleições legislativas.

De acordo com uma pesquisa BVA na sexta-feira, 66% querem que Macron perca sua maioria parlamentar. A última "coabitação" remonta ao período de 1997 a 2002, quando Chirac nomeou o socialista Lionel Jospin como primeiro-ministro.

- "Renascimento" -

O primeiro mandato de Emmanuel Macron foi marcado por crises – protestos sociais, uma pandemia com milhões de pessoas confinadas e o retorno da guerra na Europa com a invasão russa da Ucrânia – e a França não é o mesmo país de 2017.

Suas promessas de transformar a França incluem o "renascimento" da energia nuclear, alcançar a neutralidade de carbono até 2050 e sua impopular proposta de aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos.

Embora ele já tenha dito que está disposto a ir só até os 64 anos, essa medida, contra a qual milhares de pessoas já se manifestaram no início de 2020, anuncia novos protestos massivos, como os que abalaram seu primeiro mandato, especialmente o dos “coletes amarelos”.

A guerra às portas da UE sobrevoou a campanha, mas a principal preocupação dos franceses era seu poder de compra, num contexto de alta dos preços da energia e dos alimentos.

Embora Marine Le Pen fosse percebida pelos eleitores como a que melhor entendia os problemas da população, no fim, optaram pela experiência e competência de Macron para lidar com crises, segundo observadores.

Emmanuel Macron e Marine Le Pen iniciam a última semana de campanha nesta segunda-feira (18), marcada por um debate televisivo de alto risco entre os dois candidatos no segundo turno das eleições presidenciais da França em 24 de abril.

Uma semana após a votação, nada foi decidido. As pesquisas oferecem uma vantagem estreita de 53 a 55,5% para o presidente em final de mandato sobre sua adversária de extrema-direita.

A margem é bem menor do que em 2017, quando Macron venceu com 66% dos votos. O desafio do segundo turno é convencer os indecisos e os abstencionistas, que no primeiro turno ultrapassaram 26% do censo.

Será especialmente importante mobilizar o eleitorado de esquerda, o árbitro desta corrida acirrada. Desde o encerramento do primeiro turno, em 10 de abril, os dois finalistas continuam a fazer promessas ecológicas e sociais ao eleitorado do líder esquerdista radical Jean-Luc Mélenchon, que ficou em terceiro lugar com quase 22% dos votos.

Desde a divulgação dos resultados do primeiro turno, vencido por Macron (27,8%) à frente de Le Pen (23,1%), os dois candidatos retomaram sua campanha, multiplicando os deslocamentos, os encontros com multidões e participações no rádio e na televisão.

- Um debate crucial -

A uma semana do segundo turno, em um contexto de campanha tenso e com a extrema-direita mais perto do poder do que nunca, o debate televisionado de quarta-feira parece ser decisivo.

O tradicional duelo realizado desde 1974 nos dois turnos de todas as eleições presidenciais na França será moderado por um jornalista do canal público France 2 e outro do privado TF1.

Marine Le Pen e Emmanuel Macron "têm muito em jogo", estima o sociólogo e especialista em comunicação política Philippe Riutort.

Em 2017, o debate foi desastroso para Le Pen, que foi agressiva e despreparada contra a líder centrista, o que, segundo muitos analistas, causou em grande parte sua derrota.

Cinco anos depois, a líder de extrema-direita amenizou sua imagem, trabalhou em seu programa e implantou uma campanha de proximidade, conquistando um perfil mais "presidencial".

"Estou preparada porque tenho experiência, trabalhei muito no projeto, ajustei meu projeto com eles (os franceses), aproximei-o de suas realidades, de suas esperanças, um projeto sério, equilibrado, orçado projeto", disse a candidata na sexta-feira.

Já Macron não subestima um debate "extremamente apertado", admite sua comitiva.

Macron, que não tem mais o frescor de cinco anos atrás, deve tentar desmantelar o programa de sua adversária, apontando os aspectos radicais que tentou encobrir na campanha em questões como imigração ou instituições.

Ele também tentará corrigir sua imagem às vezes percebida como sendo muito à direita entre os eleitores da esquerda.

O ex-presidente conservador francês Nicolas Sarkozy anunciou nesta terça-feira (12) que votará no atual chefe de Estado, o centrista Emmanuel Macron, no segundo turno de 24 de abril, que terá como outra candidata a política de extrema-direita Marine Le Pen.

"Votarei em Emmanuel Macron porque acredito que tem a experiência necessária diante de uma grave crise internacional, mais complexa que nunca", escreveu o presidente da França entre 2007 e 2012 em sua página do Facebook.

Sarkozy, que durante o primeiro turno não apoiou nenhum candidato publicamente, justificou seu comunicado público pela "importância" da próxima eleição, que o obrigou a "a abandonar sua reserva".

"O contexto internacional e a situação financeira são graves e exigirão decisões difíceis e urgentes (...) que comprometerão a França para os próximos cinco anos", acrescentou na mensagem.

O ex-presidente, considerado próximo a Macron, destacou o "projeto econômico" do candidato do partido A República Em Marcha (LREM), que coloca "a valorização do trabalho no centro", e o seu "compromisso europeu claro".

No primeiro turno, Sarkozy chamou a atenção da imprensa ao não apoiar publicamente a candidata de seu partido Os Republicanos (LR), Valérie Pécresse, que recebeu menos de 5% dos votos.

Pécresse declarou voto no atual presidente, mas o partido se limitou a pedir que nenhum voto seja concedido à extrema-direita, sem declarar apoio direto ao presidente. Também afirmou que o LR não é compatível nem com Macron nem com Le Pen.

"A fidelidade aos valores da direita republicana e nossa cultura de governo devem nos levar a responder ao apelo de unidade de Emmanuel Macron na presidência", afirmou, no entanto, Sarkozy.

Quase todos os candidatos derrotados no primeiro turno pediram voto em Macron ou que os eleitores não votem em Le Pen. O ex-primeiro-ministro socialista Lionel Jospin também anunciou que votará no atual presidente.

Os franceses votavam neste domingo (10) para eleger seu presidente, com o atual mandatário, o centrista Emmanuel Macron, e a candidata da extrema direita, Marine Le Pen, como favoritos de um disputado primeiro turno após uma campanha atípica.

O início da ofensiva russa na Ucrânia em 24 de fevereiro ofuscou a campanha eleitoral, mas o efeito nos preços da energia a devolveu ao primeiro plano, sobretudo pela inquietação sobre o poder aquisitivo.

O início da guerra impulsionou Macron, mas na reta final da campanha, sua principal adversária, Le Pen, avançou nas pesquisas, até encostar em Macron, ameaçando seu favoritismo se os dois passarem ao segundo turno em 24 de abril.

No âmbito internacional, ante Macron e seus esforços de mediação entre Kiev e Moscou, Le Pen propõe, entre outros, abandonar o comando integrado da Otan, órgão da Aliança Atlântica que estabelece a estratégia militar.

Por isso, o resultado será acompanhado de perto em todo no mundo porque uma eventual vitória da ultradireitista poderia representar um novo revés para a União Europeia (UE) e as alianças internacionais desta potência econômica e nuclear.

Dos dez candidatos restantes, o esquerdista Jean-Luc Mélenchon é o único com alguma chance de impedir neste domingo que ambos consigam passar para o segundo turno, reforçado por sua imagem de "voto útil" de uma esquerda pulverizada.

Em nível internacional, este neto de espanhóis e que foi apresentado pelo jornal conservador Le Figaro como um "Chávez francês", propõe sair da Otan em prol de "alianças altermundialistas" e quer que a França seja um país "não alinhado".

- Dúvidas sobre a participação -

Cerca de 48,7 milhões de eleitores são habilitados a eleger entre 12 candidatos à Presidência.

As seções de votação abriram às 08H00 locais (03H00 de Brasília) na França metropolitana para um pleito iniciado na véspera nos territórios ultramarinos e no exterior.

Os resultados serão conhecidos às 20H00 locais (15H00 de Brasília), quando as últimas seções vão fechar.

Se nenhum candidato tiver a maioria absoluta no primeiro turno, os dois mais votados se enfrentarão no segundo turno em 24 de abril.

A participação era uma das principais preocupações nos últimos dias de campanha.

Segundo dados do Ministério do Interior, a participação no meio da jornada deste primeiro turno foi de 25,48%, três pontos a menos do que em 2017 (28,54%).

A participação às 10H00 GMT (07H00 de Brasília) foi, no entanto, quatro pontos maior do que em 21 de abril de 2002 (21,39%), ano em que se alcançou um recorde de abstenção no primeiro turno das eleições presidenciais.

Em Pantin, perto de Paris, Michèle Monnier, de 77 anos, agora aposentada e que foi vigia de uma escola, votou cedo.

"As mulheres da minha época lutaram para votar, sendo assim, sejam quais forem as eleições, eu votarei", disse ao sair de uma padaria.

O primeiro turno não está isento de surpresas como em 2002, quando o ultradireitista Jean-Marie Le Pen, pai de Marine, se habilitou, contrariando todos os prognósticos, ao segundo tuno contra o conservador Jacques Chirac, que acabou se reelegendo.

A abstenção do primeiro turno então alcançou o recorde de 28,4% em uma eleição presidencial. Outra das incógnitas é saber se este percentual será superado, como acreditam muitos cientistas políticos. Em 2017, 22,2% dos eleitores não votaram no primeiro turno.

- "Frente republicana" -

Marine Le Pen, de 53 anos, e Emmanuel Macron, de 44, já disputaram as chaves do Palácio do Eliseu em 2017, que o centrista conseguiu com dois terços dos votos. Mas embora o cenário pareça se repetir cinco anos depois, o país não é o mesmo.

O coronavírus irrompeu na França no começo de 2020, confinou milhões de pessoas e deixou para trás uma primeira metade de mandato de Macron marcada por protestos sociais. A guerra na Ucrânia emergiu quando os franceses começavam a respirar.

Macron jogou, assim, a cartada de um presidente estável em tempos de crise e reformista; Le Pen se apresentou como uma defensora do poder aquisitivo, com uma imagem menos radical, evitando dar ênfase em seus temas prediletos: migrantes, islã, segurança.

Sem mudar os fundamentos da extrema direita, segundo os observadores, a candidata do Reagrupamento Nacional (RN) preferiu tentar capitalizar o descontentamento das classes populares com a política de seu adversário do A República em Marcha (LREM).

Os temas mais radicais da extrema direita ficaram nas mãos do polêmico Eric Zemmour, que com suas declarações explosivas contra os imigrantes e os muçulmanos dominou parte da campanha, pondo em dificuldades Le Pen e a candidata da direita, Valérie Pécresse.

O presidente, que entrou tarde na campanha pela gestão da pandemia e sua tentativa de mediação entre Kiev e Moscou, alertou na reta final contra o "perigo extremista". Os especialistas duvidam que o cordão sanitário em torno da extrema direita vá funcionar em 2022 como ocorreu em 2017.

Para o diretor da Fundação Jean-Jaurès, Gilles Finchelstein, a tradicional "frente republicana" de partidos não bastará para isolar Le Pen no segundo turno, já que, embora este sistema não tenha desaparecido, está desgastado.

Os candidatos socialista Anne Hidalgo, ecologista Yannick Jadot, e comunista Fabien Roussel já disseram que vão pedir votos contra a extrema direita se Le Pen passar para o segundo turno. Já Valérie Pécresse, do partido Os Republicanos (LR), não indicará voto.

Na França, as atenções também se voltarão para o alcance do aguardado fiasco dos partidos tradicionais: a direita ex-presidentes Chirac (1995-2007) e Nicolas Sarkozy (2007-2012) e os socialistas de François Hollande (2012-2017) e François Mitterrand (1981-1995).

"Nós não estamos em guerra contra a Rússia", afirmou nesta quarta-feira (2) o presidente francês, Emmanuel Macron, em um discurso televisionado no qual afirmou estar "ao lado de todos os russos que rejeitam que uma guerra indigna seja travada em seu nome", em alusão ao conflito na Ucrânia.

"Nós sabemos de tudo o que los liga a esse grande povo europeu e ao povo russo, que tanto sacrificou durante a Segunda Guerra Mundial para salvar a Europa do abismo", acrescentou.

Em seu discurso, Macron pediu "decisões históricas" para que a França e a Europa se tornem "mais independentes" no setor energético e para assegurar sua defesa, após a invasão russa da Ucrânia.

A Europa "deve aceitar pagar o preço da paz, da liberdade, da democracia" e "investir mais para depender menos dos outros continentes", acrescentou.

Para tal, ele prometeu que decisões fortes seriam tomadas pelos 27 membros da União Europeia durante uma cúpula do bloco prevista para 10 e 11 de março em Versalhes, perto de Paris.

"Eu defenderei uma estratégia de independência energética europeia", detalhou, pois "nós não podemos mais depender dos outros e sobretudo do gás russo para nos deslocar ou nos aquecer, fazer nossas fábricas funcionarem".

Além disso, "nossa defesa europeia deve passar a uma nova etapa" para não mais depender dos outros para se defender, avaliou.

"A Rússia não é o agredido, é o agressor", "esta guerra não é um conflito entre a Otan e a Rússia" e "muito menos uma luta contra o nazismo, isso é uma mentira", afirmou.

Macron voltou a dizer que está disposto a dialogar com o presidente russo. "Eu escolhi manter contato, enquanto eu puder e for necessário, com o presidente (russo, Vladimir) Putin para buscar sem descanso convencê-lo a renunciar às armas".

Emmanuel Macron preveniu, ainda, que o conflito pesaria na economia francesa. "Nossa agricultura, nossa indústria, vários setores econômicos vão sofrer".

"Nosso crescimento será inevitavelmente afetado pelo aumento do preço do petróleo, do gás, das matérias-primas e haverá consequências para nosso poder de compra", acrescentou.

"A guerra na Europa não pertence mais a nossos livros de história ou livros didáticos, está acontecendo, diante dos nossos olhos", concluiu.

Sem evocar sua candidatura às presidenciais de abril, Emmanuel Macron destacou brevemente que "esta guerra também veio atropelar nossa vida democrática e a campanha eleitoral que começa oficialmente no fim desta semana".

O presidente em fim de mandato, franco favorito segundo as pesquisas de opinião frente à candidata da extrema direita Marine Le Pen, está preso entre a gestão da guerra russo-ucraniana e a data limite para a apresentação oficial de candidaturas, que vence na próxima sexta-feira.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira (21) que vai reconhecer "em breve" as áreas separatistas da Ucrânia após solicitação pública dos líderes de Donetsk e Lugansk.

A decisão, que põe fim ao processo de paz neste conflito, foi divulgada pelo Kremlin à agência estatal RIA, que disse que Putin pretende assinar um decreto correspondente a qualquer momento.

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A medida já havia sido adiantada por Putin ao chanceler alemão, Olaf Scholz, e ao presidente da França, Emmanuel Macron, que convocou seu Conselho de Segurança Nacional. Os dois condenaram a atitude e afirmaram estar "decepcionados", mas indicaram disposição de continuar os contatos.

Recentemente, após a Duma (o Parlamento baixo russo) fazer o mesmo pedido ao Kremlin, o próprio mandatário reconheceu que a medida seria uma violação dos Acordos de Minsk, firmados em 2015 entre ucranianos e russos sob intermediação de Alemanha e França.

No entanto, coincidentemente ou não, a decisão dos parlamentares russos ocorreu no mesmo momento em que combates na área do Donbass voltaram a se intensificar após quase sete anos de poucos incidentes.

As trocas de acusações de violações do acordo de cessar-fogo chegam às centenas desde o fim da semana passada e mais de 61 mil pessoas já fugiram das duas áreas com destino a cidades russas para escapar de um possível novo grande conflito.

Agora pouco, o governo ucraniano solicitou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). "Por iniciativa do presidente Volodymyr Zelensky, pedi oficialmente a realização de consultas imediatas nos termos do artigo 6º do memorando de Budapeste", informou o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, citando o histórico acordo de 1994, também assinado por Rússia, Estados Unidos e Reino Unido, sobre garantias de segurança.

Discurso

Em um discurso à nação, Putin afirmou que a situação em Donbass tornou-se crítica, mas lembrou que "a Ucrânia não é um país vizinho, é parte integrante da nossa história e cultura".

"A Ucrânia foi criada por Lenin, ele foi seu criador e arquiteto. Ele também tinha um interesse particular por Donbass", disse.

Segundo o líder russo, o país vizinho sempre se recusou a reconhecer seus laços históricos com a Rússia e, portanto, não é de admirar esta onda de nazismo e nacionalismo" neste país.

Putin ressaltou ainda que seu governo recebeu "ameaças permanentes" das autoridades ucranianas em relação à energia. "Eles continuaram a nos chantagear sobre o fornecimento de energia e essas são as ferramentas que eles usaram nas negociações com o Ocidente", acrescentou.

Da Ansa

Brigitte Macron, esposa do presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou duas mulheres na Justiça por afirmarem na Internet, falsamente, que ela é uma mulher transgênero - disse uma fonte judicial à AFP nesta sexta-feira (18), confirmando uma notícia da emissora M6.

As mulheres denunciadas se apresentam como "médium" e "jornalista independente". Esta última se tornou uma das principais disseminadoras da história.

Em dezembro passado, ambas divulgaram no canal da "médium" no YouTube fotos da primeira-dama e de sua família.

Há vários meses, surgem mensagens nas redes sociais afirmando que Brigitte Macron, cujo sobrenome de nascimento é Trogneux, é, na verdade, uma mulher transexual, cujo nome era Jean-Michel.

De acordo com essa falsa notícia, uma ampla operação teria sido montada para esconder a verdadeira identidade de Brigitte. A polêmica é acompanhada de acusações mais graves - de pedofilia - contra a esposa de Macron.

Em 15 de junho, acontece a primeira audiência, no Tribunal de Paris, acrescentou a fonte judicial.

Segundo a rede M6, os três filhos de Brigitte Macron também denunciaram estes fatos por violação da privacidade, violação dos direitos de personalidade e violação dos direitos de imagem.

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu calma nesta segunda-feira (22) diante da "muito explosiva" situação na região caribenha de Guadalupe, que registra uma série de protestos violentos desencadeados pela obrigatoriedade da vacina anticovid para os profissionais de saúde.

“Não podemos usar a saúde das francesas e dos franceses para lutas políticas”, disse Macron durante uma visita a Amiens, ao norte de Paris, fazendo um apelo à manutenção da “calma” e da “ordem pública”.

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Um movimento de protesto contra a vacinação obrigatória do pessoal de saúde e assistência, que se tornou uma crise social pontuada por inúmeros incidentes, está sacudindo esta ilha das Antilhas, para onde o governo enviou reforços.

“Há uma situação muito explosiva e que está ligada a um contexto muito local, a tensões que já sabemos que são históricas”, declarou o chefe de Estado, que chamou a não “ceder à mentira e à manipulação”.

Por sua vez, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou nesta segunda a criação de uma "instância de diálogo" para "convencer e acompanhar humanamente" os profissionais afetados, após uma reunião com políticos da ilha.

Os incidentes, marcados pela construção de barricadas, incêndios e saques de mercearias ou farmácias, ocorrem apesar da implantação de um toque de recolher noturno e do envio de 2.250 agentes de segurança, entre policiais, gendarmes e membros de unidades de elite.

A noite de domingo foi mais tranquila que a anterior, pois, segundo a prefeitura, as forças de segurança impediram "a maioria das tentativas de concentração e de danos materiais" no centro das cidades e zonas rurais. Foram feitas 11 prisões.

jri-asa-cre-tjc/mb/es/jvb/ic/mvv

O ex-presidente Lula (PT) deu detalhes de seu encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, ocorrido nesta quarta-feira (17) no Palácio do Eliseu, residência oficial do chefe do Executivo francês. Segundo o líder petista, a conversa tratou de temas como urgência climática e questões globais, como fome e pobreza.

"Também conversamos sobre o futuro da União Europeia e a integração da América Latina", disse Lula nas redes sociais. "Acredito que os líderes mundiais precisam sentar à mesa para dialogar e enfrentar esses desafios com uma governança global. Dividimos preocupações como o avanço da extrema direita pelo mundo e as ameaças à democracia e aos direitos humanos", completou.

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O ex-presidente brasileiro foi recebido com protocolo direcionado a chefes de Estado. Emmanuel Macron é desafeto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e crítico da atual política ambiental brasileira. 

Lula tem cumprido uma série de compromissos na Europa desde a última quinta-feira (11). Ele esteve em Berlim, na Alemanha, tendo se reunido com o futuro chanceler do país. Na Bélgica, o petista discursou no Parlamento Europeu, onde foi aplaudido de pé após declarar que o Brasil vive uma "tragédia sem precedentes" desde que Bolsonaro assumiu o governo. Na terça-feira (16), já na França, o ex-presidente almoçou com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

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A Justiça francesa condenou nesta sexta-feira (5) a três anos de prisão, entre eles um de uso obrigatório da pulseira eletrônica, o ex-guarda-costas do presidente francês, Emmanuel Macron, por agredir manifestantes durante uma manifestação do 1º de maio em 2018.

Alexandre Benalla, de 30 anos, também foi declarado culpado de usar seus passaportes diplomáticos de forma fraudulenta, após ser demitido por esse escândalo, de falsificar um documento para obter um passaporte de serviço e por porte ilegal de arma em 2017.

"Você foi investido com um certo poder, real quanto às suas funções, mas presumido quanto à sua proximidade com o presidente da República", disse a presidente do tribunal, Isabelle Prévost-Desprez, ao pronunciar a sentença.

"Traiu a confiança depositada em você por essa nomeação", continuou a magistrada, que justificou a condenação com a "gravidade dos diversos fatos, as missões que cumpria e que exigiam rigor e exemplo".

Os fatos remontam a 1º de maio de 2018. Em uma manifestação marcada por confrontos no centro de Paris, Benalla aparece junto às forças de segurança como observador, usando um capacete das forças de ordem.

Imagens gravadas durante o protesto mostram-no agredindo manifestantes. O jornal Le Monde revelou o caso no verão de 2018, destacando que foi punido apenas com uma suspensão de 15 dias e que mantinha um escritório no Eliseu.

A oposição denunciou rapidamente um "assunto de Estado". Os meses seguintes foram marcados por uma chuva de revelações e pelas audiências em comissões parlamentares de inquérito.

A condenação é a primeira contra o ex-colaborador de Macron, que tem outros cinco casos abertos. Ele sempre negou qualquer agressão e disse ter tido uma "reação cidadã" com pessoas "que acabavam de cometer uma infração".

O veredicto sobre este escândalo que, junto com os protestos sociais dos "coletes amarelos", abalou a primeira parte do mandato do presidente liberal, chega meses antes da eleição presidencial prevista para abril de 2022.

Um homem atirou um ovo no presidente francês, Emmanuel Macron, nesta segunda-feira (27), nos corredores de um congresso internacional para profissionais de restauração realizado em Lyon, no sudeste do país.

O ovo atingiu as costas do presidente francês, embora sem chegar a se quebrar. O autor do "disparo" foi retirado do local e algemado em outra sala.

"Se tem algo para me dizer, que venha", afirmou o chefe de Estado, de 43 anos, pedindo que o homem fosse levado até ele.

"Vou vê-lo mais tarde. Vão buscá-lo", acrescentou.

O incidente ocorreu durante sua visita ao Salão Internacional da Restauração, da Hotelaria e da Alimentação (SIRHA), junto com três membros de seu gabinete e o ex-chefe do Eliseu.

O ato contrasta com a recepção calorosa a Macron, a quem os profissionais agradeceram pelos auxílios do governo durante a crise do coronavírus, que atingiu duramente o setor.

Em 8 de junho, Macron levou um tapa no rosto de um homem, durante uma visita a uma localidade ao sul de Lyon.

O homem, desempregado e que contava com benefícios sociais, foi julgado dois dias depois e condenado a quatro meses de prisão. Foi solto em 21 de setembro.

Na campanha à presidência em 2017, Macron recebeu um ovo na cabeça durante uma visita ao Salão de Agricultura em Paris. Ele ainda não confirmou se disputará a reeleição em abril de 2022.

A França vai doar 120 milhões de doses da vacina contra a covid-19 a países pobres - o dobro do previsto, prometeu neste sábado (25) o presidente francês, Emmanuel Macron.

"A injustiça é que em outros continentes, evidentemente, a vacinação esteja muito atrasada. Por causa de nós, coletivamente. Na África, apenas 3% da população está vacinada, devemos ir mais rápido, com mais força", disse o presidente francês em uma sequência de vídeo difundida durante um show da organização de caridade Global Citizen, em Paris.

"A França se compromete a dobrar o número de doses que doará. Passaremos de 60 milhões a 120 milhões de doses doadas. Isto é, mais doses, até agora, das que temos feito no país", acrescentou.

Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira a intenção de dobrar suas doações de vacinas contra a covid-19, elevando o total das doses prometidas aos países pobres a mais de 1,1 bilhão.

"Precisamos que outros países de renda alta ponham em prática suas ambiciosas promessas de doações", reivindicou o presidente americano, Joe Biden.

A União Europeia, por sua vez, doará mais de 500 milhões de doses, enquanto a China prevê abastecer o mundo com 2 bilhões de doses, segundo as autoridades do país, que não informaram se o volume se refere a vendas, doações ou ambas.

Em nome da França, o presidente Emmanuel Macron "pediu desculpas" aos harkis nesta segunda-feira (20), as tropas muçulmanas que lutaram junto com o Exército francês durante a guerra da Argélia, e anunciou a promulgação, em breve, de uma lei de "reparação".

"Quero dar nosso reconhecimento aos combatentes. Não esqueceremos de vocês. Peço-lhes perdão. Não esqueceremos de vocês", declarou o presidente, em uma cerimônia de homenagem, realizada no Palácio do Eliseu.

O evento contou com a presença de ex-harkis, descendentes, líderes de associações e personalidades.

Macron também prometeu apresentar, até o fim do ano, "um projeto destinado a inscrever no mármore das nossas leis o reconhecimento e a reparação para os Harkis".

"A honra dos harkis deve ficar fixada em nossa memória nacional", acrescentou, pedindo que "se cure as feridas", as quais devem ser "fechadas com palavras verdadeiras, gestos de memória e atos de justiça".

Os harkis são os ex-combatentes - em torno de 200.000 - recrutados pelo Exército francês durante o duro conflito entre os nacionalistas argelinos e a França de 1954 a 1962.

No final da guerra, alguns deles, abandonados pela já ex-metrópole, sofreram represálias na Argélia.

Dezenas de milhares deles, muitos acompanhados de suas famílias, foram transferidos para a França, onde foram alojados em "campos de trânsito e de reclassificação". Nestes locais, viveram em condições indignas, precárias e traumáticas.

Hoje, os harkis e seus descendentes fazem parte de uma comunidade de centenas de milhares de pessoas na França. Passaram por uma difícil integração no novo país, assimilados aos imigrantes e rejeitados por eles.

Em 2000, o então presidente argelino, Abdelaziz Buteflika, classificou-os como "colaboradores". Embora criticasse suas condições de vida na França, descartou seu retorno à Argélia, afirmando que "não era seu país".

Apesar dos protestos semanais, o passe sanitário impulsionou a vacinação contra a Covid-19 em uma França antes atrasada e conseguiu angariar o apoio da maioria da população, sete meses antes da eleição presidencial.

Sete semanas após o anúncio do presidente Emmanuel Macron, os franceses já estão acostumados a exibir seu certificado em restaurantes, bares, academias e museus.

Pessoas totalmente imunizadas têm acesso a essa chave para uma vida social e cultural mais ampla, bem como aqueles que tiveram um teste de diagnóstico negativo ou superaram a Covid-19 nos últimos seis meses.

"No início, não achei que funcionaria", mas "as pessoas entenderam e é relativamente respeitado", diz Djillali Annane, chefe do serviço de reanimação do hospital Raymond-Poincare em Garches, na região de Paris.

Apesar das críticas a uma medida considerada discriminatória para os não vacinados, milhões de pessoas deram um passo em direção à imunização para evitar fazer exames diagnósticos a cada três dias.

Em relação aos vacinados com pelo menos uma dose, a França ultrapassou nas últimas semanas os Estados Unidos e a Alemanha, assim como o Reino Unido e a Itália, segundo dados oficiais analisados pela AFP.

A segunda economia da União Europeia (UE) administrou ao menos uma dose a 72,3% de sua população e, junto com Suécia e Finlândia, vacina em um ritmo acelerado: 0,6% da população por dia.

Mas ainda está longe de alcançar os países europeus mais avançados, como Espanha, Malta e Portugal, onde mais de 80% das pessoas receberam a primeira dose.

- Injeção de moral -

Para Macron, que deve disputar um segundo mandato nas eleições presidenciais marcadas para abril, a resposta favorável ao sistema de passe sanitário fortaleceu seu governo, segundo pesquisas.

De acordo com pesquisas recentes do Elabe, entre 64% e 77% dos franceses apoiam essa medida, e a confiança na gestão governamental da crise está em seu nível mais alto desde o início da pandemia.

Para Bernard Sananes, diretor do Elabe, o presidente de 43 anos "dá a impressão de ter atravessado a crise com momentos difíceis, mas sem deixar espaço para uma alternativa, para que ninguém diga: 'Fulano teria feito melhor'".

A falta de máscaras no início da crise e a lentidão inicial da campanha de vacinação representaram, no entanto, munição para seus adversários, entre eles sua rival de extrema direita Marine Le Pen.

O passe sanitário também provocou a ira de alguns setores, que protestam todos os sábados para denunciar a "ditadura" imposta pelo presidente.

Alguns manifestantes não vacinados até exibiram uma estrela amarela para se comparar aos judeus perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial, um paralelo criticado pelos sobreviventes do Holocausto.

Em parte por causa desses excessos, os protestos não angariaram amplo apoio, ao contrário de outros movimentos durante o mandato turbulento de Macron, como os "coletes amarelos" em 2018 e 2019.

"Para a maioria das pessoas, mostrar o celular na entrada de um restaurante se tornou um costume. Os manifestantes não tiveram sucesso no terreno ideológico", comentou Sananes à AFP.

A oposição, porém, é "uma minoria, mas não é marginal", com entre 20% e 25% de apoio, adverte.

Com o início do ano letivo e o retorno ao trabalho após as férias de verão, os médicos se preparam para um possível aumento das infecções, que atualmente chega a uma média de 17 mil por dia.

"O vetor da epidemia serão as pessoas não vacinadas", disse a epidemiologista Catherine Hill à AFP, para quem entre essas quase 20 milhões de pessoas "o vírus pode continuar a circular".

E independente dos sucessos de curto prazo, "estamos à mercê de uma nova variante", enfatiza.

Pelo quarto fim de semana consecutivo, opositores das medidas de controle da covid-19 na França, como o passe sanitário e a vacinação obrigatória para profissionais de saúde, se manifestaram em dezenas de cidades do país.

Para este sábado, foram convocados protestos em mais de 150 cidades, marchas que coincidiram com uma nova mensagem do presidente Emmanuel Macron: "vacine-se", bem quando o número de franceses que receberam pelo menos uma dose chega a 44 milhões (quase 66% da população).

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Na quinta-feira, o Tribunal Constitucional ratificou a medida, adotada em julho por lei, que prevê a extensão do uso do passe sanitário a mais espaços públicos, e estabelece a obrigatoriedade de vacinação do pessoal de saúde.

Assim, a partir de segunda-feira, será necessário apresentar certificado de vacinação, teste PCR negativo ou atestado de recuperação da doença para ter acesso a cafés e restaurantes, salas de espetáculo e feiras profissionais, ou para fazer uma viagem longa de avião, trem ou ônibus.

As autoridades enfatizam que o número de hospitalizações em prontos-socorros e de mortes diárias por covid-19 voltou a aumentar.

O Ministério do Interior estimou que os manifestantes de 31 de julho eram pelo menos 204 mil, enquanto na semana anterior eram 161 mil. “Esperamos mais ou menos o mesmo número de manifestantes” no sábado, previu uma fonte policial.

“Macron, não quero teu passe” ou “Macron, não queremos nem te ver” foram alguns dos gritos ouvidos em Paris, onde ao menos mil pessoas, monitoradas por um dispositivo policial, se reuniram para protestar. Entre eles, muitos "coletes amarelos".

Boa parte dos manifestantes, alguns vacinados, veem nessa imposição do passe sanitário uma "obrigação disfarçada de se vacinar" e "uma sociedade de controle", e temem que os empregadores possam suspender temporariamente o contrato de um trabalhador se ele não tiver o passe em ordem.

Também há quem se recuse a ser usado "como cobaia" para as novas vacinas.

Enquanto isso, na cidade de Cambrai, onde se reuniam cerca de cem manifestantes, algumas lojas foram fechadas como forma de protesto contra o passe sanitário.

Na semana passada, em algumas passeatas, houve confrontos com as forças de segurança e insultos à mídia. Em Montpellier, os manifestantes xingaram um farmacêutico que estava realizando testes de covid em seu estabelecimento, chamando o homem de "colaborador" (como chamavam quem ajudava o regime nazista na França) e "assassino".

A derrota sofrida no domingo (20) pela extrema direita de Marine Le Pen e pela maioria presidencial centrista de Emmanuel Macron, no primeiro turno das eleições regionais francesas, parece lançar dúvidas sobre o anunciado duelo para a presidencial de 2022.

Nem um único candidato do jovem partido presidencial República em Marcha (LREM), nem seus aliados centristas lideraram a votação em nenhuma das 13 regiões da França metropolitana.

O fracasso da estratégia presidencial foi ainda mais severo na região Provença-Alpes-Costa Azul, para onde o chefe de Estado enviou nada menos que cinco de seus ministros para a batalha.

A derrota do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, também foi avassaladora, com um resultado bem inferior ao previsto pelas pesquisas.

O RN ficou em primeiro lugar em uma única região contra seis nas regionais de 2015.

"É claro que estamos nos questionando", disse o vice-presidente do RN, Jordan Bardella, à rádio RMC.

"Há um segundo turno e os eleitores terão outra oportunidade de se expressar", acrescentou, ao destacar que as eleições ainda não acabaram.

Em contrapartida, para surpresa de muitos, a direita tradicional prevaleceu em seis regiões, com o partido Os Republicanos (LR) sendo a força dominante em nível nacional, enquanto a esquerda tradicional, liderada pelos socialistas, ficou em primeiro em cinco regiões.

"Tal como nas eleições municipais (de 2020), o velho mundo mostra que ainda está de pé", avaliou o cientista político Bruno Cautrès.

Trampolim para a direita tradicional?

Embora a participação historicamente baixa complique qualquer interpretação dos resultados, a boa posição no primeiro turno da direita e da esquerda tradicionais soa como um desafio ao cenário pré-traçado de um duelo Macron-Le Pen no segundo turno da eleição presidencial de 2022.

Duas figuras da direita, Xavier Bertrand e Valérie Pécresse, atuais presidentes de suas respectivas regiões e potenciais adversários da dupla Macron-Le Pen, têm uma clara vantagem em seus redutos.

E os resultados podem servir de trampolim para o próximo ano.

"É um tapa na cara de Emmanuel Macron e do Executivo", analisa o cientista político Philippe Moreau-Chevrolet, para quem a estratégia de "destruir a direita tradicional para instalar um duelo Macron-Le Pen em 2022 é um fracasso".

Depois de sua "viagem pela França" para se encontrar novamente com os franceses após a pandemia, o presidente planeja apresentar até meados de julho uma reorientação do seu mandato de cinco anos, para um projeto que vai além de 2022, segundo seu círculo próximo.

A taxa de abstenção (mais de 60%) - a mais elevada desde pelo menos 1958 - surpreendeu os observadores e levou a especulações sobre as causas.

A falta de campanha pública devido às restrições da Covid-19 parece ter desempenhado um papel, assim como o clima quente de verão que afastou as pessoas das urnas após meses de confinamento.

"São eleições marcadas pela saída da pandemia e pela indiferença dos franceses em relação ao que está em jogo nessas eleições", comentou Brice Teinturier, diretor do departamento eleitoral da Ipsos, à rádio France Inter.

"Para os franceses, o evento importante será a eleição presidencial", disse ele, contrastando o humor do país com as últimas eleições regionais de 2015, quando o país estava no auge da tensão dos ataques terroristas.

No entanto, a tendência de aumento da abstenção é evidente há anos, mesmo nas últimas eleições parlamentares e presidenciais de 2017.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) reagiu às declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, sobre o desmatamento na Amazônia e a produção de soja no Brasil, principal produto da pauta exportadora do setor. "Não aceitaremos acusações desse tipo", disse, em nota, o líder da bancada ruralista, deputado Alceu Moreira (MDB-SP). "Alertamos que a política interna da França não pode colocar em xeque outra nação e a legalidade de nossas políticas públicas para a agricultura como um todo."

Na terça-feira (12), o presidente francês afirmou que "continuar a depender da soja brasileira seria ser conivente com o desmatamento da Amazônia". Em vídeo publicado em sua conta oficial do Twitter, Macron fala em "não depender mais" da soja brasileira e produzir o grão na Europa. "Nós somos coerentes com nossas ambições ecológicas, estamos lutando para produzir soja na Europa", afirmou.

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Moreira rebateu as declarações de Macron. "Atualmente, apenas 10% da soja brasileira é produzida no bioma Amazônico, sem contar que toda a produção está dissociada de qualquer processo de desmatamento desde 2008", disse o deputado.

As exportações brasileiras de soja totalizaram 83,028 milhões de toneladas em 2020, um crescimento de 12,10% ante os 74,063 milhões de toneladas de 2019. Em receita, os embarques ao exterior do País totalizaram US$ 28,59 bilhões, aumento de 9,67% ante o obtido em 2019 (US$ 26,07 bilhões).

"A França, em toda sua história, nunca demonstrou tanto desespero em relação ao desenvolvimento sustentável que o Brasil alcança ano a ano, com novas tecnologias e uma agricultura de precisão que garante duas safras por ano", disse o líder da bancada ruralista.

Mais cedo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que o presidente da França desconhece a produção de oleaginosa brasileira. Presidente do Conselho Nacional da Amazônia, Mourão afirmou que a produção agrícola da região amazônica é "ínfima" e que Macron apenas "externou interesses protecionistas dos agricultores franceses".

Em francês, Mourão disse que Macron "não estava bem". "Monsieur Macron? Monsieur Macron ne pas bien. Monsieur Macron desconhece a produção de soja no Brasil. Nossa produção de soja é feita no cerrado ou no Sul do País. A produção agrícola na Amazônia é ínfima", declarou Mourão a jornalistas, ao chegar à Vice-Presidência.

Em reação a declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, sobre o desmatamento na Amazônia e a produção de soja no Brasil, o vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira (13) que o mandatário francês desconhece a produção de oleaginosa brasileira. Presidente do Conselho Nacional da Amazônia, Mourão destacou que a produção agrícola da região amazônica é "ínfima" e que Macron apenas "externou interesses protecionistas dos agricultores franceses".

Nesta terça-feira, em suas redes oficiais, o presidente francês afirmou que "continuar a depender da soja brasileira seria ser conveniente com o desmatamento da Amazônia". No vídeo publicado em sua conta oficial do Twitter, Macron fala em "não depender mais" da soja brasileira e produzir o grão na Europa. "Nós somos coerentes com nossas ambições ecológicas, estamos lutando para produzir soja na Europa", afirmou.

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Questionado sobre as declarações nesta manhã, Mourão afirmou, em francês, que Macron não estava bem. "Monsieur Macron? Monsieur Macron ne pas bien. Monsieur Macron desconhece a produção de soja no Brasil. Nossa produção de soja é feita no cerrado ou no sul do País. A produção agrícola na Amazônia é ínfima", declarou Mourão para jornalistas na chegada à vice-presidência.

O vice-presidente destacou que o Brasil tem menos de 8% da sua área dedicada à agricultura, enquanto a França tem mais de 60%. Apesar disso, ele avaliou que o País europeu não tem condições de competir com o Brasil na produção de soja. "Nesse aspecto, na questão da produção agrícola damos de 10 a 0 neles, franceses", disse.

"Nada mais, nada menos Macron externou interesses protecionistas dos agricultores franceses, faz parte do jogo político", opinou. Na avaliação de Mourão, a fala do presidente francês não deverá influenciar outros líderes mundiais. "Acho que foi discurso interno."

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia consultados pelo Estadão/Broadcast, quase 20% das exportações para a União Europeia, bloco do qual os franceses fazem parte, são de soja e farelo da oleaginosa produzidos pelo Brasil.

No ano passado, o Brasil exportou US$ 27,1 milhões do grão para a França, além de US$ 544 milhões de farelo de soja, de um total de US$ 1,983 bilhão em embarques para o país europeu. A quantidade recebida pela França pode ser ainda maior considerando dados agregados da produção recebida por portos da Espanha e Países Baixos e depois escoada para demais países europeus.

Procurados pela reportagem ontem, os ministérios da Economia e da Agricultura disseram que não comentariam as declarações de Macron. Questionada hoje, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) orientou a procurar novamente o Ministério da Agricultura, que até a publicação deste texto ainda não havia respondido ao pedido de manifestação.

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