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A politização em torno da imunização contra a Covid-19 no Brasil fez insurgir o primeiro candidato à concorrente de Jair Bolsonaro em 2022. Em debate com especialistas em Política, o LeiaJá analisou o avanço do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ao pleito e como o presidente da República deve reverter a derrota diante da liberação da Coronavac, do Instituto Butantan.

O cientista político Elton Gomes aponta que a antecipação da vacina em São Paulo foi um grande revés para o Governo Federal, pois Doria ganhou prestígio dentro e fora do Brasil. Contudo a iniciativa do gestor não é suficiente para decidir uma eleição presidencial. "Nesse primeiro round, claramente o vencedor é Doria, mas o jogo está sendo jogado e até 2022 muitas condicionantes políticas devem ser levadas em consideração como, a Economia, o nível de apoio congressual, a presença ou não de protestos de rua em desfavor do presidente, a possibilidade do PSDB fazer uma aliança pragmática com partidos de centro-esquerda e esquerda para tentar uma oposição mais sistemática ou viabilizar o processo de impeachment”, indicou.

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Apesar dos prejuízos com o insucesso na corrida vacinal, Bolsonaro deve tentar reverter o atraso com um alto investimento na sua aposta de imunizante. "A respeito da política de Saúde em um modo geral, a literatura mostra que a percepção do grande público é de que isso é uma obrigação do Estado. Então, não dá muito voto. Porém, para Doria é muito bom dar a vacina, porque a rigor não era obrigação do governo estadual. Para o Governo Federal, não dar a vacina é um demérito muito grande e pode produzir um dano considerável. Por isso ele vai correr loucamente para conseguir o insumo e começar a produção da Fiocruz", afirmou o estudioso.

Apesar disso, ter preenchido o vácuo de poder deixado por Bolsonaro não garante o bom desempenho do governador nas urnas. Ele ainda sofre com uma má avaliação e, de acordo com a pesquisa XP/Ipespe, não alcançaria a faixa presidencial. O espaço de incerteza entre a dupla amplia as possibilidades de mais um possível candidato.

Ao considerar o resultado do levantamento, o cientista político Antônio Henrique reforça que o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, ainda pode ser a surpresa nas eleições de 2022. "De fato, João Doria se capitalizou politicamente em virtude dessa vacinação, impondo uma das maiores derrotas para Jair Bolsonaro [...] ainda tem muito chão para 2022, nas últimas pesquisas de opinião coloca-se que Sergio Moro seria o adversário mais capaz de derrotar Bolsonaro no 2º turno”, pontuou.

Tomado por críticas, que foram agravadas durante a falta de uma boa coordenação no enfrentamento da pandemia, o Governo Federal tem como saída liberar os cofres e investir em políticas de renda mínima, para garantir uma ampla assistência e, em troca, conseguir um alto retorno com as camadas menos favorecidas. Logo, se quiser chegar forte em 2022, Bolsonaro vai ter que ser mais sensível a possibilidade de tornar o auxílio emergencial definitivo ao tirar o projeto Renda Brasil do papel.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), criticou, nesta segunda-feira (18), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por ter iniciado a vacinação antes dos demais Estados. Nesse domingo (17), assim que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial da CoronaVac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, Doria iniciou a campanha de imunização estadual.

"Nós governadores merecemos tratamento igualitário", disse, segundo o jornal Valor Econômico. “O gesto de Doria coloca os outros governadores em uma segunda categoria. O gesto é muito importante na vida pública", emendou.

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Caiado, assim como outros governadores, participaram de um encontro com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na manhã de hoje. Cerimônia marcou a distribuição da CoronaVac para o país. Os chefes dos Executivos estaduais e o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) firmaram um acordo para que a imunização inicie ainda hoje nos Estados.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usou o Twitter, nesta quarta-feira (13), para pedir o fim da politização da vacina e o início da imunização dos brasileiros. O imunizante ao qual o tucano se referia é a Coronavac, produzida pelo latoratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. 

"Renomados cientistas declararam sua satisfação com a apresentação dos estudos clínicos de segurança e eficácia da vacina do Butantan. O apelo da ciência é pelo fim da politização e início da vacinação", escreveu o governador, ao compartilhar um vídeo com fala de cientistas.

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A declaração de Doria foi exposta após críticas ao modelo de comunicação da eficácia da vacina que, segundo anúncio feito nessa terça (12), tem uma eficácia global de 50,38%. O Butantan já pediu a autorização para o uso emergencial à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e aguarda resposta. Em uma avaliação secundária, a proteção é de 78% para prevenir casos leves da doença e de 100% para casos graves.

Nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou o resultado global da vacina. "Essa de 50% é uma boa vacina ou não? O que eu apanhei por causa disso, agora estão vendo a verdade. Eu estou há quatro meses apanhando por causa da vacina. Entre eu e a vacina tem a Anvisa. Eu não sou irresponsável, não estou a fim de agradar quem quer que seja", afirmou a apoiadores pela manhã.

Renomados cientistas declararam sua satisfação com a apresentação dos estudos clínicos de segurança e eficácia da vacina do Butantan. O apelo da ciência é pelo fim da politização e início da vacinação.

A rápida viagem para Miami do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), resultou em uma discussão entre sua esposa Bia e a DJ Pietra Bertolazzi. A influenciadora, que se considera anticomunista e antifeminista, publicou uma foto do tucano sem máscara e em desrespeito às regras de enfretamento à pandemia nos Estados Unidos para criticar a determinação de fechamento das atividades não essenciais no estado.

Em um áudio publicado pela DJ na quinta-feira (24), véspera do Natal, a primeira-dama a chama de 'vigarista' e diz que o governador tirou a máscara para tomar um cafezinho. Bia Doria ainda destaca que trabalhou durante todo ano no 'front' da pandemia em hospitais.

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Indiferente à denúncia, João Doria retornou ao Brasil após o vice Rodrigo Garcia (DEM) ser diagnosticado com a Covid-19. Bertolazzi diz que a reação da sua esposa foi porque o descanso do casal precisou ser abreviado. O gestor admitiu que cometeu um erro ao deixar o país.

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Em outro áudio publicado pela DJ, Bia Doria afirma que as pessoas que perderam emprego foram 'dissimuladas' e as que quiseram trabalhar 'se reinventaram e conseguiram'. "Não foi culpa do governador. Isso foi culpa do vírus, que veio de fora. Só uma pessoa ignorante não percebe isso. Você é uma pessoa ignorante", diz a primeira-dama.

Após xingar Pietra e ser acusada de ameaça, Bia Doria emitiu uma nota na tarde deste domingo (27). No comunicado ela tenta explicar que 'reagiu indignada a uma acusação falsa contra o seu marido, João Doria, que sempre usa a máscara, conforme pode se constatar em coletivas de imprensa e compromissos públicos".

O posicionamento oficial da esposa do governador indica que a motivação de Pietra é fruto da frustração de ter sido demitida do quadro de servidores do Fundo Social. “Na foto compartilhada, o governador estava tomando um café. O ataque partiu de uma ex-funcionária que foi demitida do Fundo Social por baixo rendimento. Desde então, ela atua nas redes sociais para negar a importância do isolamento social e do uso de máscara, desta forma prestando um desserviço contra medidas essenciais no combate à pandemia", ressalta.

Em transmissão ao vivo nesta quinta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou a viagem do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para Miami. Enquanto conversava com o artista plástico Romero Britto, o mandatário aproveitou para alfinetar o tucano, sem citar nomes, afirmando que não entendia a ação de fechar o estado e viajar em seguida. 

"Tem que tomar cuidado com o vírus, sim, mas não é para fechar tudo. Um governador assinou um decreto fechando o Estado dele nos dias 23, 24 e 25 e foi para os Estados Unidos, para Miami. Eu não entendi”, comentou o presidente, citando o tucano ao tentar desviar do convite do artista para uma visita ao ateliê. 

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Durante a live, Bolsonaro também atacou os médicos cubanos que prestavam serviço no programa Médicos Sem Fronteiras. "Se os cubanos fossem bons ‘tavam’ atendendo a Dilma no Palácio", disse o presidente. Ele também questionou, sem apresentar dados, o percentual de eficácia da CoronaVac, afirmando que o imunizante teria baixa eficácia. 

Coronavac 

Na última quarta-feira (23), o Instituto Butantan e o Governo de São Paulo não divulgaram dados sobre a eficácia do imunizante, que está sendo produzido em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Apesar disso, o instituto paulista informou que a vacina está dentro do limite para pedido de uso emergencial na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 

O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PMDB), anunciou que a partir desta terça-feira (22), tira dez dias de licença para o convívio com a família. "Fiquei muito ausente da minha família ao longo deste ano", disse o governador.

Durante este período, o vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia (DEM) assume o cargo de governador até seu retorno, programado para o dia 3 de janeiro.

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Convidados pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique e Michel Temer vão ser imunizados contra o novo coronavírus juntos.

A expectativa é que eles recebam uma dose da Coronavac, já no primeiro dia do Plano de Imunização paulista, agendado para o dia 25 de janeiro.

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Em busca da aprovação popular, dificultada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que chegou a comemorar a suspensão dos testes do Instituto Butantan, o aceite dos ex-presidentes aumenta a credibilidade da vacina e reforça o campo político do conflito em torno da Saúde dos brasileiros.

O governador João Doria anunciou nesta segunda-feira, 7, que a vacinação contra a covid-19 terá início em 25 de janeiro com a imunização de idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. O plano se assemelha ao anunciado na semana passada pelo Ministério da Saúde. Em coletiva de imprensa, foram apresentados os grupos que terão prioridade na aplicação da Coronavac, vacina desenvolvida pela biotech chinesa Sinovac e que será produzida pelo Instituto Butantã.

O governador afirmou ainda que serão disponibilizadas 4 milhões de doses da vacina a outros Estados. A aplicação da Coronavac está condicionada à apresentação dos resultados de eficácia da vacina, o que ainda não ocorreu, e ao posterior registro do produto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Butantan promete divulgar os dados de eficácia até 15 de dezembro e entrar com pedido de registro de imediato.

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Entre os grupos priorizados, os primeiros imunizados, a partir de 25 de janeiro, serão os profissionais de saúde, indígenas e quilombolas, num total de 1,5 milhão de pessoas. Serão duas doses por pessoa, com intervalo de 21 dias entre as duas.

A partir do dia 8 de fevereiro, serão imunizados os idosos com 75 anos ou mais. Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos. No dia 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos. Por fim, no dia 1º março, serão vacinados os indivíduos de 60 a 64 anos.

O acordo entre o Butantan e a Sinovac prevê o recebimento, ainda neste ano, de 6 milhões de doses prontas do imunizante e matéria-prima para a produção de outras 40 milhões de doses. Em 2021, seriam trazidos insumos para a fabricação de mais 14 milhões, totalizando 60 milhões de unidades, o suficiente para imunizar 30 milhões de pessoas.

O Butantan tenta, há meses, firmar acordo com o Ministério da Saúde para que a vacina seja incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aplicada em todos os Estados, mas a resistência do presidente Jair Bolsonaro em comprar a vacina impediu a parceria.

Cronograma do ministério prevê início da campanha em março

Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou um plano preliminar de vacinação contra a covid com início da vacinação previsto para março de 2021. Por enquanto, a pasta tem garantido o fornecimento de 100 milhões de doses do imunizante produzido pela AstraZeneca e Universidade de Oxford e outros 42 milhões vindos da Covax facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Idosos com 75 anos ou mais, profissionais de saúde e indígenas serão os primeiros a ser vacinados contra a covid-19 no País, segundo o cronograma do ministério. Segundo o órgão, a campanha será realizada em quatro fases principais. Na primeira, seriam vacinados cerca de 14 milhões de pessoas. Além dos idosos com 75 anos ou mais, indígenas e profissionais de saúde, serão imunizados nessa primeira fase também idosos acima de 60 anos que estejam em instituições de longa permanência.

Para essa fase, a pasta estima a necessidade de 29,4 milhões de doses, considerando duas para cada pessoa e mais 5% de perda estimada. A estimativa é que a primeira fase dure cinco semanas.

Na segunda fase, serão vacinados todos os brasileiros com mais de 60 anos, que serão escalonados dos mais velhos para os mais jovens. O primeiro grupo da segunda fase serão idosos entre 70 e 74 anos, seguidos pelas faixas etárias de 65 a 69 anos e 60 a 64. Serão cerca de 21 milhões de vacinados nesse grupo.

Na terceira fase da campanha, serão imunizadas pessoas maiores de 18 anos com as seguintes comorbidades: diabete, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, transplantados de órgãos sólidos, pacientes com anemia falciforme, câncer (com diagnóstico nos últimos cinco anos) e obesidade grave (IMC acima de 40). A estimativa para essa fase é vacinar 12,6 milhões de pessoas.

Por fim, na quarta fase da campanha, receberão a proteção trabalhadores de áreas consideradas essenciais: professores do nível básico ao superior, profissionais de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional, além da população carcerária. Os grupos somam cerca de 4 milhões de pessoas.

Para as quatro fases, o ministério estima imunizar cerca de 51 milhões de brasileiros. Não há definição ainda de como será a vacinação do restante da população.

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quinta-feira que a cidade renovou contrato com Fórmula 1 para receber o GP do Brasil por mais cinco anos. Em entrevista coletiva, Doria disse que o acordo está assinado e garante, assim, a realização da etapa no Autódromo de Interlagos no ciclo entre 2021 e 2025. O atual contrato de São Paulo com a Fórmula 1 termina no fim deste ano.

"Tenho o orgulho de anunciar que a Fórmula 1 acaba de renovar a realização do GP do Brasil de Fórmula 1 até 2025. O autódromo de Interlagos foi confirmado como sede do GP do Brasil de Fórmula 1 pelos próximos cinco anos. O contrato será assinado pelo prefeito Bruno Covas e o Liberty Media (grupo dono da Fórmula 1)", disse o governador. Além de São Paulo, a Fórmula 1 admitia ter negociações para levar a prova ao Rio de Janeiro em um novo circuito a ser construído em Deodoro.

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O Estadão antecipou no início desta semana que o calendário provisório da Fórmula 1 para o ano que vem já traria a presença de São Paulo, mas com a ressalva de a etapa precisar de confirmação contratual. Na terça-feira, a categoria divulgou a lista de provas para 2021 com exatamente o mesmo cenário: Interlagos presente, porém com a necessidade de finalização do acordo.

Agora, nesta quinta, Doria revelou o término da negociação. "É uma grande vitória para a cidade de São Paulo, para o Estado de São Paulo e para o Brasil. Vitória do bom senso, do equilíbrio e a vitória determinada por um trabalho competente liderado pelo Bruno Covas", disse o governador. O projeto do novo autódromo do Rio tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a anunciar ano passado que o acordo com a Fórmula 1 estava quase fechado.

São Paulo tem sido a sede ininterrupta da prova desde 1990. O GP deste ano só foi cancelado por causa da pandemia do novo coronavírus, que acabou por causar uma radical mudança no cronograma da temporada. Com o acerto anunciado por Doria, a prova em São Paulo será disputada em 14 de novembro do ano que vem e será a antepenúltima do calendário.

Por enquanto não há informações sobre o valor a ser pago por São Paulo para realizar a corrida. A taxa de promoção que costuma a ser cobrada pelos donos da Fórmula 1 gira em torno de no mínimo R$ 150 milhões para etapas disputadas fora da Europa. O Rio chegou a acenar com um valor de até R$ 325 milhões entre taxas e receitas de ingressos VIP. Porém, o projeto de construção ainda não teve início porque depende de liberação de licenças ambientais.

Diversos governadores brasileiros também já usaram as redes sociais, neste sábado (7), para parabenizar Joe Biden pela vitória na eleição presidencial dos Estados Unidos. Além de felicitar o candidato democrata, o governador de São Paulo, João Doria, enviou uma carta oficial do governo paulista convidando Joe Biden a visitar o Estado.

Doria disse que estava feliz com a vitória do "candidato eleito presidente dos Estados Unidos" Joe Biden. "Ele é um defensor da democracia e das relações multilaterais. Bom para os EUA, bom para o Brasil", escreveu.

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"Ao que tudo indica, Joe Biden será o próximo presidente dos EUA. Parabenizo o novo presidente e desejo um caminho de parcimônia, diálogo, tolerância e perseverança!", afirmou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.

Para o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a vitória de Joe Biden nos EUA é uma derrota do que chamou de "politicamente incorreto". "Um sinal de que a maioria dos americanos estão preocupados com o fortalecimento das instituições democráticas, meio ambiente, direitos humanos e cultura de paz. Um bom sinal para a política mundial", considerou no Twitter.

Já o governador do Maranhão, Flávio Dino, disse estar "muito feliz" com a derrota de Donald Trump. "Com ele, caem os que fazem apologia à violência, os que negam as mudanças climáticas, os irresponsáveis no combate ao coronavírus, os defensores do racismo. Ou seja, Bolsonaro está ainda mais isolado nas suas absurdas posições", afirmou.

"Começa pelos Estados Unidos o reconhecimento de que a aventura em que o mundo entrou há alguns atrás, elegendo candidatos de extrema direita, precisa ser revista em função dos resultados nulos ou negativos apresentados", comentou o governador da Paraíba, João Azevêdo.

Até mesmo o governador afastado - por um processo de impeachment - no Rio de Janeiro, Wilson Witzel, foi ao Twitter comentar o resultado da eleição norte-americana. "A vitória de Joe Biden representa o fim do extremismo nos EUA, país que tem forte poder de influência sobre as democracias do mundo. Que os ventos do fim do extremismo cheguem ao Brasil também", afirmou.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a eventual vitória do candidato democrata à presidência americana, Joe Biden, será boa para o Mercosul, a Argentina e o Brasil. "Para São Paulo, não tenho nenhuma dúvida de que vitória de Biden será muito boa", completou o governador.

Doria anunciou também que o governo estadual inaugurará novo escritório de negócios nos Estados Unidos caso o democrata vença. Seria o quarto do tipo no mundo. Neste ano, Doria lançou escritórios nos Emirados Árabes Unidos e China e pretende inaugurar um novo na Alemanha no próximo ano. Segundo dados do Estadão/AFP, Biden lidera a disputa à presidência americana com 253 votos no colégio eleitoral contra 214 do candidato republicano à reeleição, Donald Trump.

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"Os Estados Unidos da América são um parceiro importante. O segundo maior parceiro comercial do Brasil e do Estado de São Paulo. Com a confirmação da eleição de Joe Biden, poderemos fortalecer ainda mais essa relação e ao mesmo tempo retirar esse estigma de contrariedade em relação à China", afirmou o governador.

No início da semana, antes do início da contagem dos votos americanos, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo havia informado ao Broadcast Político que "a eleição nos Estados Unidos não afeta São Paulo em nenhum aspecto". "O Governo de SP não tem posicionamento ideológico com outros governos. Nossa relação é boa com ambos os candidatos", completou o texto.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em resposta à investida que tem sofrido do presidente da Jair Bolsonaro, sugeriu que o presidente pare de atacá-lo e "comece a trabalhar". Segundo o governador, "o povo não quer briga, quer emprego". "O Brasil não quer divisão, quer compaixão. O Brasil não quer um presidente que só pensa em reeleição", completou.

A réplica foi dada ao Broadcast Político, após o presidente afirmar que Doria "só não quebrou" o Estado por causa da ajuda financeira dada pelo governo federal. Bolsonaro também se referiu ao governador como "esse da vacina obrigatória" durante discurso a apoiadores na quarta-feira, 28.

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Doria e Bolsonaro aumentaram a frequência das críticas entre si desde que o Ministério da Saúde suspendeu a intenção de compra das doses da vacina contra o novo coronavírus, em produção pelo paulista Instituto Butantã. Na última semana, em menos de 24h após a assinatura do acordo, o presidente disse que o imunizante não seria comprado. O governo paulista pleiteia junto ao governo federal o financiamento para a produção das doses e aplicação dentro do Plano Nacional de Imunização (PNI) sob responsabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), "só não quebrou" o Estado por causa do ajuda dada pelo governo federal na forma do auxílio emergencial, recursos a pequenas e micro empresas, rolagem da dívida, compensação da perda de ICMS e socorro ao setor de turismo.

"Imagina se tivesse o Doria como presidente. Esse da vacina obrigatória, que fechou tudo em São Paulo e só não quebrou São Paulo dado ao auxílio do governo federal", disse Bolsonaro a apoiadores nesta quarta-feira (28) à noite. Bolsonaro também voltou a insistir que o governador durante a pandemia aumentou impostos. "Aumentou tudo, tudo que possa imaginar, e ainda fala em obrigar tomar a vacina. Que lunático!", disse o presidente.

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Segundo o governo estadual, o pacote de ajustes fiscais aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) neste mês autoriza o governo estadual a revogar os benefícios fiscais concedidos sobre a arrecadação do ICMS e não a aumentar a alíquota. Na terça-feira (27), Doria afirmou que "São Paulo não fez e não fará nenhum aumento de imposto".

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), afirmou, nesta sexta-feira (23), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), estão travando uma "disputa mesquinha" diante da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac. Na avaliação de Ciro, a briga é perigosa. 

"Desde o início da pandemia, Bolsonaro atua com demagogia e irresponsabilidade, apostando com a vida dos brasileiros. O resultado, doloroso, todos estamos vendo: mais de 155 mil vidas perdidas", escreveu no Twitter.

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"Para piorar, neste momento que o mundo inteiro trabalha na busca por uma vacina para salvar vidas, Bolsonaro e Dória dão o pior exemplo, com uma disputa mesquinha. Essa briga, por sinal, chega a ser perigosa, uma vez que só gera mais incerteza e amedronta nossa população", emendou o ex-candidato do PDT à Presidência em 2018.

Apesar da disputa entre o mandatário nacional e o tucano, Ciro também acredita que a ciência e as pesquisas sobre o novo coronavírus seguirão avançando. "A ciência, no entanto, não deve ficar no meio dessa disputa, e seguirá avançando. Cabe a todos brasileiros e brasileiras seguir exigindo que a saúde seja a prioridade", finalizou.

Os argumentos do pedetista são expostos na mesma semana em que Bolsonaro desautorizou a compra de 46 milhões de doses do imunizante, anunciada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na terça (20). Uma disputa política norteia os bastidores do cancelamento, uma vez que a vacina tem base de insumos da China e está sendo produzida em São Paulo, Estado gerido por Doria que deve ser adversário de Bolsonaro em 2022. 

O governador João Doria (PSDB) afirmou, nesta segunda-feira (19), que a vacina contra a Covid-19 deve ser aplicada a todos os brasileiros. Em entrevista coletiva, Doria reagiu, em tom mais ameno, às falas do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a afirmar que a imunização não será compulsória no País.

"O Brasil precisa de paz, amor e vacina para salvar os brasileiros. Entendo que a vacina deve ser aplicada a todos os brasileiros, para salvar a vida de todos. Não estamos em uma corrida eleitoral ou ideológica. Estarei ao lado de médicos e cientistas que querem salvar vidas", disse Doria.

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Na saída do Palácio do Alvorada na manhã desta segunda, Bolsonaro afirmou que "o meu ministro da Saúde já disse que não será obrigatória essa vacina e ponto final". Sem citar Doria nominalmente, Bolsonaro também afirmou que tem "governador que está se intitulando o médico do Brasil".

Na entrevista coletiva, Doria também comentou esta declaração. "Queria agradecer ao presidente Bolsonaro me qualificando como médico do Brasil. Eu confio nos médicos do Brasil, isso só me distingue, porque acredito na medicina e nos médicos e é isso que temos feitos nestes meses nas medidas de combate ao coronavírus e proteção às pessoas", disse.

Na sexta-feira, Doria afirmou que a vacinação contra a covid-19 no Estado será obrigatória. "Já garanti que aqui os 45 milhões de brasileiros de São Paulo serão vacinados e a vacinação será obrigatória, exceto se o cidadão tiver uma orientação médica e um atestado médico de que não pode tomar a vacina. E adotaremos as medidas legais se houver alguma contrariedade nesse sentido", disse Doria na sexta.

Neste dia, horas mais tarde, Bolsonaro publicou nas redes sociais que o Ministério da Saúde não iria impor a imunização. O presidente publicou trechos de uma lei sancionada por ele próprio, em fevereiro, que diz que "poderão ser adotadas a realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas para o enfrentamento da pandemia". Mas, na sequência, ele publicou trecho de uma lei de 1975 sobre saúde pública para descartar a possibilidade de impor a imunização.

Também na sexta-feira, Doria chegou a dar um ultimato no Ministério da Saúde para que indique se irá incluir o uso da coronavac no cronograma de vacinação nacional. Nesta quarta-feira, 21, está agendada uma reunião, em Brasília, entre o governador e membros do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir o assunto.

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, já havia afirmado que o governo federal está acompanhando as vacinas em teste contra a covid-19 e "não descarta nenhuma possibilidade". O governo federal tem a previsão de ter 100 milhões de doses no primeiro semestre de 2021, começando com 15 milhões em janeiro, da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford e da possibilidade de acesso a mais 40 milhões de doses de vacinas vindas da iniciativa global Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nesta segunda, o Instituto Butantã divulgou dados sobre a segurança da coronavac. De acordo com instituto, os testes brasileiros da coronavac, desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, mostram que o imunizante é o mais seguro entre todos os testados no Brasil por apresentar o menor índice de efeitos colaterais.

A vacina do contra a Covid-19 em São Paulo, até a próxima sexta-feira (16), deverá passar pelas últimas fases de testes. Foi o próprio governador João Doria (PSDB) que confirmou a informação durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, nesta quarta-feira (14). A vacina é desenvolvida em conjunto pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan.

O governo de São Paulo vem mantendo seu cronograma para a campanha de vacinação que é estimada para 15 de dezembro. A prioridade será dos profissionais de saúde, educadores e pessoas com doenças crônicas. Espera-se que, no fim de março de 2021, toda população paulista esteja vacinada. 

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"Até agora, todos os resultados foram positivos. Nenhuma colateralidade foi apresentada nos 13 mil médicos e enfermeiros que foram testados em sete estados brasileiros”, afirmou o governador João Doria.

O governador João Doria (PSDB) classificou como "lamentável" a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que libertou André Oliveira Macedo, o André do Rap, e afirmou que está confiante no julgamento que ocorre na tarde desta quarta-feira, 14, no plenário da Corte.

"Estou confiante na decisão que o Supremo deverá chegar hoje à tarde. Será uma decisão seguramente justa. Quero reafirmar que fico indignado quando um criminoso condenado duas vezes em segunda instância é libertado por uma decisão monocrática de um juiz do STF. A imagem deste criminoso saindo de um presídio de segurança máxima pela porta da frente é um deboche à opinião publica e à polícia de São Paulo e também àquelas pessoas que acreditam que o crime deve ser condenado e criminosos devem cumprir a pena na cadeia. A polícia de São Paulo levou meses pra chegar a este chefe do PCC. É lamentável que um líder do PCC tenha sido libertado por um magistrado experiente", disse.

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Preso havia pouco mais de um ano, André Oliveira Macedo, o André do Rap, teve seu pedido de habeas corpus atendido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, na última sexta-feira, 9. A decisão foi suspensa no dia seguinte pelo ministro Luiz Fux, mas o homem forte do Primeiro Comando da Capital (PCC) já havia deixado a Penitenciária de Presidente Venceslau e está foragido. O plenário do STF deve julgar nesta quarta-feira o caso.

Nesta terça, 13, a Polícia Civil de São Paulo incluiu André do Rap em sua lista de mais procurados. O traficante também teve o nome incluído na lista de procurados do Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Polícia Federal também pediu a inclusão dele na difusão vermelha da Interpol.

Doria já havia usado redes sociais para criticar a decisão de Marco Aurélio e elogiar o presidente da Corte, Luiz Fux. Na ocasião, o governador disse que a liminar causa 'perplexidade' e afirmou que a determinação foi um 'ato de desrespeito' com o trabalho da Polícia de São Paulo e demonstrou 'uma condescendência inaceitável com criminosos'. Ele também já havia pedido que o Congresso faça alterações na lei anticrime para manutenção de prisões preventivas. Entendo que o Congresso também deve tomar medidas para alterar o projeto aprovado pelo presidente Bolsonaro, que precisa ser revista, para que isso não mais aconteça.

No final de semana, a Secretaria de Segurança de São Paulo informou que colocou policiais dos departamentos Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE) em busca de André do Rap.

"Ele não ficou na sua casa esperando que a polícia voltasse à sua porta. Ele foi para Maringá, depois se dirigiu a outra cidade e aparentemente, ao pegar um jatinho, foi para o Paraguai, Bolívia ou Colômbia. A polícia de São Paulo acionou a Polícia Federal. E a PF acionou a Interpol e ele está entre os mais procurados. E juntas as polícias daqui estão tratando de reencontrá-lo, e com colaboração da Interpol, vamos colocá-lo numa prisão de segurança máxima", disse Doria.

André do Rap teve a prisão temporária decretada em abril de 2014, junto com outros 10 suspeitos, após a deflagração das Operações Hulk e Overseas pela Polícia Federal. Ele foi preso em 15 de setembro de 2019, após passar cinco anos foragido. À época, ele foi encontrado pela polícia em uma mansão em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense.

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (30) que, se a coronavac passar na fase de testes em voluntários e for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacinação poderá ocorrer já a partir de 15 dezembro e começará em profissionais de saúde.

"Os testes seguem até 15 de outubro. Mas estamos confiantes no resultado dessa vacina. Estamos avançando positivamente com esperança de que essa será uma das mais promissoras vacinas contra a covid-19. Vamos respeitar os procedimentos de testagem, e após aprovação da Anvisa, o início da vacinação está previsto para começar no dia 15 de dezembro, começando pelos profissionais da saúde", afirmou Doria.

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O governo de São Paulo assinou nesta quarta o contrato de fornecimento de 46 milhões de doses da coronavac até dezembro deste ano. Outras 14 milhões de doses devem ser fornecidas pela Sinovac ao Estado até fevereiro do ano que vem. O contrato assinado nesta quarta também prevê a transferência de tecnologia da vacina ao Butantã, que é parceira da empresa chinesa e coordena os testes do imunizante em voluntários no Brasil.

O estudo da vacina foi ampliado, de nove mil para 13 mil voluntários, e acontece em 16 centros de estudos espalhados por sete estados brasileiros e o Distrito Federal. De acordo com o presidente do Instituto Butantã, Dimas Covas, sete mil voluntários já receberam o imunizante. Ele afirmou também que, em outubro, o Butantã receberá da Sinovac a matéria prima para ser transformada em vacinas no instituto. Uma fábrica do Butantã entrará em obras em novembro e será ampliada para produção da coronavac. O contrato assinado nesta quarta é de US$ 90 milhões.

"Importante lembrar que, para que possamos dar início ao programa de vacinação, temos que ter aprovação do órgão regulatório. As tratativas vem sendo positivas. Há entendimento de que uma vacina, ou as vacinas, são necessárias para que tudo volte ao normal. A nossa relação com o Ministério da Saúde é algo próximo e temos tratativa com o ministro Pazuello, com apoio e até o incentivo financeiro", afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. "São sinais de que teremos boa condução assim que tivermos a liberação da Anvisa. Não tenho dúvida de que essa vacina será inserida no Programa Nacional de Vacinação e será distribuída pelo SUS. Esperamos ter um grande número de vacinados no primeiro semestre no País", disse. No entanto, Gorinchteyn citou que, caso isso não ocorra, pode existir um plano de vacinação para São Paulo.

Na semana passada, o governo do Estado divulgou um estudo feito em 50 mil pessoas na China que indicou segurança da coronavac. Segundo o governo de São Paulo, 94,7% dos voluntários não apresentaram qualquer efeito adverso - índice que se equipararia a outras vacinas já amplamente usadas no Brasil, como a da gripe.

Custo

Doria informou que terá um custo de US$ 90 milhões - cerca de R$ 507,6 milhões - o contrato estabelecido com a farmacêutica Sinovac, para o fornecimento da vacina contra o novo coronavírus e troca tecnológica com o Instituto Butantan.

Segundo Doria, responsabilidade de pagamento é do governo do Estado caso o Ministério da Saúde decida não "estar alinhado" na aplicação do imunizante. Entretanto, o governador informou que o Estado tem trabalhado neste acordo com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e disse que o ministro tem sido "positivo, republicano e dado um tratamento técnico à questão da vacina sem nenhum viés ideológico ou político".

De acordo com o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, não há dúvida de que, a partir da aprovação pendente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), "as vacinas serão inseridas no Programa Nacional de Imunização e disponibilizadas de forma gratuita pelo SUS a toda população".

"Não é razoável imaginar que diante de uma pandemia, que já levou a vida de mais de 140 mil brasileiros, tenhamos uma visão ideológica, partidária, política e eleitoral num tema como esse", disse Doria. "Teimo em duvidar que governo federal faça algo desta natureza boicotar aprovação da Anvisa e diga que o tema da vacinação é ideológico", afirmou o governador.

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira que não vai permitir a presença de torcida em jogos de futebol, seja pelo Campeonato Brasileiro da Série A ou no jogo do dia 9 de outubro entre Brasil e Bolívia, na Neo Química Arena, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. Em entrevista coletiva com a presença do governador João Doria e demais autoridades da área de saúde pública, ficou confirmado que apesar da demanda da CBF para voltar a vender ingressos e ter público, nada deve mudar por causa do alto risco de contaminação da covid-19.

Segundo o coordenador do Centro de Contingência de Combate ao Coronavírus, José Osmar Medina, foi realizada uma reunião na última terça-feira para debater a proposta da CBF de reabrir os estádios com público. Entre os presentes ao encontro, foi unânime a decisão de manter a restrição como forma de prevenção ao novo coronavírus. "Não se recomenda a retomada de público em eventos associados a grandes aglomerações, como nas partidas de futebol. É uma decisão técnica", explicou Medina.

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No entender do governo estadual, ainda não há segurança suficiente para permitir a presença de público. "Nesse tipo de evento tem fluxo de pessoas de diferentes regiões demográficas e muitas atividades paralelas ao redor do estádio. Vamos manter as diretrizes que discutimos com a Federação Paulista de Futebol (FPF), CBF e seguir com as partidas sem público", comentou Medina, que usou a realização de partidas sem público na Europa como um modelo de cuidado a ser seguido.

Doria afirmou que o Estado não pode ter pressa para liberar a realização de eventos. "Aqui em São Paulo não há pressão política, econômica, partidária, assim como não há do esporte", disse. "A missão do governo de São Paulo é preservar a vida de todos: jogadores, técnicos e jogadores", comentou o governador.

Pela proposta da CBF, os principais times da capital paulista mobilizariam entre 15 mil a 20 mil torcedores por partida, o que dificultaria o controle de aglomerações e o distanciamento social em ruas, estabelecimentos comerciais e espaços de alimentação em barracas de vendedores ambulantes no entorno dos estádios.

Apesar do veto à presença de público nas Eliminatórias, a CBF trabalha para em breve conseguir uma liberação para realizar partidas do Brasileirão com até 30% da capacidade dos estádios. A entidade recebeu o aval do Ministério da Saúde sobre o tema e vai se reunir com os clubes para planejar mais detalhes.

O estado de São Paulo acumula mais de 866 mil casos e cerca de 32 mil mortes na pandemia do novo coronavírus, números superiores aos da Espanha, para citar um país de população equivalente.

Em índices relativos, são 69 óbitos para cada 100 mil habitantes, índice maior que a média brasileira (61/100 mil hab.) e de países como Reino Unido (63), Espanha (63) e Itália (59). Para o governador de São Paulo, João Doria, "muito" dessa situação se deve à "falta de cuidado e de zelo e às informações erráticas emitidas pelo presidente da República", Jair Bolsonaro, seu ex-aliado nas eleições de 2018.

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"É muito difícil, com o discurso negacionista do presidente do Brasil, fazer uma política pública de saúde no estado", declarou o tucano em entrevista à ANSA. Na conversa, Doria falou sobre a preocupação com as aglomerações vistas nos feriados, o arrependimento de ter defendido o voto "Bolsodoria", a expectativa para a vacina da Sinovac e os motivos de não ter decretado um lockdown no estado.

No último feriado, vimos muitas imagens de aglomerações, especialmente no litoral. O senhor teme que essa crescente sensação de que a pandemia já acabou possa provocar uma nova escalada dos casos?

É preciso ter cuidado, muito cuidado. No caso de São Paulo, estamos na quinta semana consecutiva de redução de casos de infecção, óbitos e de ocupação de leitos de UTI no sistema público estadual, mas isto não implica em facilitação nem na decretação do fim da quarentena. Nós estamos em quarentena, o Plano São Paulo é um programa de quarentena. Ele tem as fases em cinco cores: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul. 94% do estado está na fase amarela, mas isso não desobriga de atenção, tanto das autoridades públicas, do governo do estado e prefeituras, e principalmente o grau de consciência das pessoas. A consciência da população de que precisa se preservar, usar máscaras ao sair de casa, deve evitar aglomerações mesmo ao ar livre e ter hábitos de higiene, sobretudo em relação às mãos.

Cenas como as do último feriado podem levar o governo a restabelecer medidas restritivas?

Se necessário, sim. Nosso compromisso é com saúde e a vida das pessoas, não com a política nem com a economia. Se nós não tivermos pessoas com vida e com saúde, não teremos economia. Portanto, se tivermos de dar um passo atrás para preservar vidas de hoje e do amanhã, faremos.

Hoje o Brasil é o segundo país com mais mortes e o terceiro em casos em termos absolutos e também é um dos piores quando se leva em conta o tamanho da população. Apenas São Paulo tem 866 mil casos e quase 32 mil óbitos. O que deu errado?

Nós somos parte do Brasil. São Paulo não é uma nação independente. Vivemos em um país onde o presidente da República é negacionista, ele afirma que a Covid é uma gripezinha, um resfriado, não usa máscara, não obedece o distanciamento, promove aglomerações, estimula o consumo da cloroquina e disse que a vacina, só deve tomar quem quiser. Ou seja, é muito difícil, com o discurso negacionista do presidente do Brasil, fazer uma política pública de saúde no estado dizendo exatamente o oposto. São dois discursos completamente diferentes, e isso dificulta muito o trabalho aqui em São Paulo. Mesmo assim, estamos hoje com resultados muito positivos. São Paulo tem 0,92 de [índice de] infecção, 717.423 pessoas já foram curadas do coronavírus em São Paulo, a maioria pelo sistema público de saúde. Em São Paulo, nunca faltou leito de UTI, ninguém ficou para trás, não tivemos que ter a opção entre a vida e a morte, todos foram atendidos, e a ampla maioria foi salva. Tivemos 866 mil casos, e muito em função da falta de cuidado, da falta de zelo e de informações erráticas emitidas pelo próprio presidente da República. Isso dificulta o procedimento de orientação e conscientização da população

O senhor se arrepende de ter defendido o voto 'Bolsodoria' nas eleições de 2018?

Me arrependo, sim. Quando da campanha eleitoral, o Bolsonaro se apresentava como um candidato liberal, anti-PT e contra posturas de corrupção do governo petista, apresentava um programa desestatizante, anticorrupção, anunciava que convidaria Sergio Moro para fazer parte do governo, que respeitaria a Operação Lava Jato e que defenderia a democracia no Brasil. Não foi preciso mais que três meses para ele revelar que não eram essas as suas intenções. Em menos de três meses de governo, já afrontava o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, falava em regime autoritário, em endurecimento de posições antidemocráticas, criticava a imprensa, ameaçava jornalistas, estimulava agressões e fake news. Já a partir do terceiro mês, me coloquei em outra posição e lamento profundamente que aquele candidato que eu acreditava que faria um governo transformador, inovador, liberal, decente, anticorrupção e defensor da democracia se posicionasse de outra maneira.

Esse descolamento em relação ao presidente Bolsonaro está ligado a uma eventual candidatura em 2022?

Da minha parte, não. O erro partiu do próprio presidente da República. É quase inconcebível que um presidente recém-eleito, em dois meses, já diga que será candidato à sua própria reeleição. Eu sou contra a reeleição. Não serei candidato à reeleição em São Paulo, como já tinha dito que não seria candidato à reeleição à Prefeitura de São Paulo. E qualquer posição relativa a 2022 deve ser avaliada a partir de janeiro de 2022, não agora.

O senhor manteve contato com autoridades italianas para tentar aproveitar a experiência do país na pandemia?

Sim, falei meses atrás, logo no início da pandemia aqui no Brasil, em abril deste ano, com o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, com quem tenho boas relações cultivadas no tempo em que fui prefeito de São Paulo. Eu liguei ao prefeito Sala, dada a circunstância do seu próprio arrependimento do apoio que ele manifestou ao programa "Milano non si ferma" ["Milão não para"]. Um gravíssimo equívoco, defendendo economia e desrespeitando os efeitos da pandemia. E ele me disse isso, aliás com tristeza, mas com muita sinceridade, do equívoco que foi o apoio a essa iniciativa, e a mudança de posição que ele acertadamente teve para proteger os italianos que vivem em Milão e em torno de Milão. Foram experiências do negativo ao positivo que nos ajudaram aqui também a dedicar prioridade absoluta à saúde e à vida.

Uma das estratégias da Itália para conter a pandemia foi um lockdown bastante rigoroso. Hoje o país tem uma média móvel de mortes ao redor de 10 por dia, enquanto a de São Paulo ainda é superior a 100. O senhor não acha que um lockdown teria contido a pandemia no estado mais rapidamente?

Não foi recomendado pelo centro de contingência. Aqui não se toma decisão política nem decisão econômica, toma-se decisão de saúde. Eu segui exatamente o que especialistas de saúde determinaram. E é preciso também considerar que não há comparação entre a Itália e o estado de São Paulo. Embora São Paulo seja o estado mais produtivo e rico do Brasil, não tem a mesma riqueza e as mesmas condições que tem a Itália. A Itália tem um PIB superior ao do estado de São Paulo, e o nível de educação e consciência da sua população também é superior ao nível de consciência da população em São Paulo. E também não há os bolsões de pobreza e de miséria que, infelizmente, temos aqui também.

Então quais foram as razões sanitárias para não ter sido decretado um lockdown?

As condições de atendimento nos hospitais públicos. São Paulo tinha, no início da pandemia 3,5 mil leitos de UTI, hoje tem 8,2 mil. Nós, já no início da pandemia, tínhamos mais leitos de UTI que a Itália e do que a própria Espanha, por força de um sistema público de saúde muito robusto. Isso nos ajudou muito. Nós não vivemos aqui o drama que a Itália viveu de escolher entre quem vivia e quem morria. Então nós não tínhamos aqui a necessidade, dada a orientação do setor científico, de estabelecer lockdown. Essa foi a principal razão. Depois, investimos muito na testagem. São Paulo é a região de toda a América Latina com maior número de testagem para a Covid, isso nos ajudou muito a ter um controle adequado da evolução do vírus.

Um levantamento feito pelo G1 mostrou um crescimento de 23 vezes na quantidade de mortes por síndrome respiratória aguda grave sem causa especificada em São Paulo até 25 de julho. O governo estadual tem uma estimativa do quanto os óbitos por Covid-19 em São Paulo estão subnotificados?

Hoje mesmo tratamos desse assunto com o secretário de Saúde, doutor Jean Gorinchteyn, para que essa verificação seja feita. São Paulo não esconde os números, São Paulo dá transparência absoluta a todos os seus números, tanto de infectados quanto de óbitos. Ao longo desses seis meses, não houve nenhum caso específico de subnotificação claramente identificada, mas é sempre bom pesquisar e analisar mesmo no tempo passado, e essa foi a nossa orientação.

Quando a vacina da Sinovac começará a ser distribuída para a população?

Até o presente momento, não houve nenhum efeito colateral considerado grave ou suspeito que merecesse uma reanálise. Estamos já com mais de 40 dias de testagem e, se tudo continuar correndo bem, em novembro já teremos completado todo o ciclo e poderemos submeter à aprovação da Anvisa. Correndo bem, em novembro a Anvisa já poderá dar a aprovação da vacina, e em dezembro nós já teremos condições de iniciar a vacinação aqui em São Paulo. Nosso objetivo agora é ter apoio do governo federal para que mais vacinas da Sinovac possam ser importadas, e um novo lote, produzido aqui no Instituto Butantan para contribuir na imunização de brasileiros de outros estados também.

Como o estado está se preparando para a reabertura das escolas programada para outubro. Haverá distribuição de máscaras e álcool gel nos colégios da rede pública, bem como distanciamento entre os alunos?

É exatamente como você colocou. Não há possibilidade de retomarmos as aulas a partir de 7 de outubro sem as medidas preventivas apontadas para alunos, professores e servidores das escolas públicas. A volta só será permitida se as condições sanitárias assim indicarem. Até aqui, estão indicando positivamente. Se criarmos ainda essa condição nas próximas semanas, e com proteção sanitária nas escolas, face shields, máscaras, álcool gel, orientação para a higiene das mãos, distanciamento físico de um metro e meio entre os alunos e ocupação gradual, que envolve 35% do universo de alunos em um dia, 35% no outro dia, 30% em outro dia, tudo correndo bem, as aulas serão retomadas no dia 7 de outubro.

O senhor citou o arrependimento do prefeito de Milão em relação à campanha 'Milano non si ferma'. Passados seis meses de pandemia, existe algo que o senhor teria feito diferente?

Primeiro, volto a repetir, aqui as decisões não foram pessoais e não foram impulsionadas por decisões econômicas nem por pressões de grupos. A única orientação que seguimos foi a da saúde, então não houve nenhum arrependimento porque tomamos as medidas certas, amparados na ciência, e não em pressões, nem de ordem política, nem de ordem econômica.

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