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Um levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apresenta números preocupantes em relação à exploração do trabalho infantil. De acordo com a pesquisa realizada na cidade de São Paulo, a cada 1 mil famílias cadastradas pelo órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), 21,2 alegaram que ao menos uma criança da casa trabalha para complementar a renda doméstica.

O estudo, realizado com 52,7 mil famílias atendidas pelo Unicef na capital paulista, fica ainda mais alarmante quando a amostragem é comparada com o período anterior à pandemia do novo coronavírus. Antes de março, eram 17,5 a cada 1 mil grupos familiares que confirmavam a participação de crianças na economia do lar. Ao todo, as residências cadastradas abrigam cerca de 190 mil pessoas. Desse número, 80 mil são crianças e adolescentes.

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Vulnerabilidade extrema

Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora do Unicef em São Paulo, Adriana Alvarenga, afirma que as famílias acolhidas pelo programa da instituição são aquelas que não tinham sido amparadas e ainda estão em situação de vulnerabilidade social extrema. "A gente foi atender a quem não estava sendo atendido de outras maneiras, pois 50% não estavam tendo acesso a auxílio emergencial ou qualquer outro auxílio do governo", declarou.

Nos grupos familiares atendidos na capital paulista, outro fator determinante para o aumento da exploração infantil durante a pandemia é o desemprego dos adultos. Antes de março desse ano, 42,9% dos maiores de idade estavam sem trabalho. No decorrer da crise sanitária, 30,4% perderam o emprego e os 15,7% que seguiram em atividade tiveram o salário reduzido. Ao todo, só 10,9% mantiveram a estabilidade com o surto de Covid-19.

De acordo com o último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), em 2016, cerca 998 mil crianças brasileiras eram exploradas pelo trabalho infantil.

 

A Lei nº 8.069, mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), data de 13 de julho de 1990, quando foi assinada pelo então presidente Fernando Collor. Nesta segunda-feira (13), completa seu aniversário de 30 anos de vigência em proteção aos jovens e crianças do país, inspirada na Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, documento ratificado por mais de 196 países. Antes disso, vigorava no Brasil o Código de Menores, lei promulgada por João Figueiredo durante a Ditadura Militar brasileira em 1979 que tratava sobre “menores em situação irregular”. No entanto, sem prezar pela garantia de direitos básicos como, por exemplo, o acesso à escola durante todo o ensino básico. 

O estatuto, por sua vez, prevê em seu “Capítulo IV Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer”, artigo 53, que “A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores”. 

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O ECA prevê ainda direitos como creche e oferta de ensino noturno regular, determinando que “o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo”, como também o “não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente”, sendo assim obrigação dos pais ou responsáveis fazer a matrícula das crianças e jovens. Além disso, existe ainda a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, estabelecendo o ensino obrigatório dos 7 aos 14 anos. Em 2006, a lei foi alterada, determinando o ensino fundamental a partir dos 6 anos. No ano de 2009, foi aprovada a Emenda Constitucional 59, ampliando escolaridade obrigatória para 4 a 17 anos.

Desde 1990 a presença das crianças e adolescentes nas escolas melhorou consideravelmente, em grande parte devido ao ECA e outros normativos que o acompanham. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgados no relatório “ECA 25 Anos Avanços e Desafios da Infância e Adolescência no Brasil”, elaborado em 2015 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) também apontam para um crescimento no número de matrículas de jovens entre 15 e 17 anos: de 5,4 milhões, em 1995, para 7,8 milhões de estudantes matriculados em 2014 em escolas públicas, segundo o Censo Escolar. 

Apesar disso, os números não são animadores, pois as altas taxas de repetência e distorção idade-série alinhadas a outros fatores ainda levam, mesmo com as determinações do ECA, a uma grande evasão de alunos, gerando exclusão e impedindo a universalização do ensino. Essa realidade também se revela nas estatísticas: A Pnad 2013 registrou mais de 3 milhões de meninos e meninas fora da escola, enquanto o estudo “Cenário da exclusão escolar no Brasil”, realizado em 2017 pela Unicef, detectou 2,8 milhões de crianças e adolescentes fora de instituições de ensino, sendo 57% (1,6 milhão) com idades entre 15 e 17 anos. Atualmente, Pernambuco é o estado brasileiro com a menor taxa de evasão do país (na rede estadual de ensino), passando de um percentual de abandono na casa dos 24% em 2007 (o que o colocava na 26º posição do ranking), para 1,2% em 2018, figurando desde 2013 como o estado com o melhor quantitativo. O número absoluto de abandonos, no entanto, não foi divulgado. 

Quem está fora da escola no Brasil?

Diante desse cenário, cabe uma reflexão sobre os motivos que levam à “fuga” de alunos das salas de aula e como é possível não apenas resolver, mas também prevenir o problema, buscando reduzir o número de estudantes em situação de repetência, distorção idade-série e evadidos, para enfrentar a exclusão escolar do Brasil. Antes de apontar as razões da exclusão escolar, é preciso falar de quem são as crianças e jovens do Brasil que permanecem, após 30 anos de Estatuto da Criança e do Adolescente, à margem do sistema de ensino. 

Verônica Bezerra é Especialista em Educação do Unicef há 2 anos e tem mais de 20 anos de experiência com educação no Brasil, trabalhando em universidades e na gestão pública. Segundo ela, “no Brasil, as redes estaduais e municipais somam cerca de 6,4 milhões de estudantes com dois ou mais anos de atraso escolar. Cerca de 2,6 milhões reprovados” e, historicamente, “a exclusão afeta crianças e adolescentes pretos, pardos e indígenas. Na educação há milhares de estudantes que passam pela escola sem aprender também”.

Para comprovar a afirmação, Verônica cita o Censo Escolar de 2018 (uma vez que o mais recente, de 2019, ainda passa por correções). “Tínhamos cerca de 2,6 milhões de estudantes de escolas estaduais e municipais reprovados no nosso país. Observe, tem exclusão escolar, tem o atraso escolar, tem o fenômeno da repetência e as populações mais atingidas são as preta, parda e indígena. Em termos de território, essas crianças e adolescentes estão mais nas regiões Norte e Nordeste, mais nas áreas de campo que urbanas, mais meninos do que meninas. Essas desigualdades estão muito presentes nestes recortes de raça, gênero, e todos são estudantes que estão numa linha de pobreza” afirma Verônica.

Detalhando melhor os números, a especialista conta que “Só no ano de 2018 mais de 912 mil crianças e adolescentes estavam na escola e dela saíram para não retornar. Estudantes negros e pardos deixam a escola quase duas vezes mais do que os brancos. Nessa faixa de negros e pardos, isso representa cerca de 48% do total de reprovados. Os indígenas têm a maior taxa de distorção idade-série e abandono. Mais de 41% dos estudantes estão em atraso escolar e aproximadamente 15 mil indígenas deixaram a escola em 2018”. 

Questionada sobre as razões que levam esse perfil de criança e adolescente a ser o mais frequentemente excluído, Verônica aponta para questões estruturais da sociedade, como violência, racismo, fome, trabalho infantil, pobreza e gravidez na adolescência, por exemplo. Para ela, a solução está na adoção de ações integradas em diversas áreas do setor público. “A partir de uma conjunção de forças de saúde, assistência e educação, que nós partejamos uma nova estratégia compreendendo trajetórias de sucesso”, diz a especialista. 

Por que a evasão persiste?

Os motivos para o abandono escolar são os mais diversos possíveis, mas alguns costumam ser mais frequentes. As altas taxas de repetência, que levam à distorção entre a idade e a série que o aluno está cursando, por exemplo, atrasam a conclusão dos estudos e geram desinteresse pela escola, maior causa apontada pelos estudantes que deixam a sala de aula. A necessidade de trabalhar para ajudar em casa devido à pobreza, violência (doméstica e escolar) e gravidez na adolescência também são algumas das mais comuns. 

Há ainda questões estruturais, como vaga na escola, distância e precariedade no transporte, todos direitos essenciais previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. Diante dos diferentes casos e perfis de estudantes, ao procurar por pessoas que sofreram com o distanciamento da escola, encontramos histórias diferentes.

Dona Francisca Maria Alves tem 63 anos, é manicure, nasceu em Santana do Acaraú, no Ceará, e aos 19 anos se mudou para o Recife. Antes, quando tinha em torno de 10 anos de idade e cursava a segunda série, precisou deixar a escola. “Foi tanta coisa, tanta pobreza que eu acabei saindo da escola pra ajudar meus pais.  Eu fui trabalhar fazendo chapéu, lavoura, ajudava eles no que podia. Quando eu saí, eu não voltei mais para a escola, eu fui só trabalhar. Morava no interior, muito atrasado, a escola lá era muito difícil. Eu entrei lá e não consegui ficar muito tempo, eu tinha muita dificuldade de leitura, até hoje eu tenho”, diz.

A evasão não ocorreu por falta de interesse e, após se mudar, a então jovem Francisca tentou retomar os estudos, mas outra vez não conseguiu. “Quando eu tava com 19 anos vim embora aqui 'pro' Recife, vim trabalhar e comecei... entrei numa escola, mas trabalhava numa casa de família, mas a mulher dizia que não dava para eu ir, porque na hora do jantar eu tinha que estar presente, aí desisti de novo. Eu vim de Santana do Acaraú, no Ceará. Depois eu conheci o pai das minhas meninas e meu filho, fiquei morando com ele e não fui mais estudar. Ele viveu comigo há 22 anos, já faleceu. Ele era mestre de obras, ganhava bem, e depois que saí da casa da mulher continuei fazendo unha, ainda faço”, contou Dona Francisca. 

Perguntada se ela tinha alguma aspiração profissional que queria ter alcançado por meio dos estudos, a resposta é positiva. “Eu tinha o sonho de ser uma professora, não consegui. Eu gosto muito de matemática, com matemática eu não tenho problema”. Porém, logo em seguida a conversa fica triste: “mas acho que esse sonho acabou, por causa da minha idade, né? Daqui que eu chegue numa faculdade… Eu sei que nunca é tarde, mas daqui que eu chegue lá eu tenho mais cabeça para ensinar ninguém”.

Se tivesse tido oportunidades melhores na vida para estudar, no lugar de ter precisado trabalhar tão jovem e ficado sem tempo para exercer seu direito fundamental à educação, Dona Francisca conta que hoje sua vida poderia ser muito melhor. “Se eu tivesse tido oportunidade hoje eu estaria aposentada, trabalhando no estado, numa prefeitura. Era um trabalho mais conhecido, uma coisa mais garantida. Hoje eu até me conformo, porque eu lutei muito, batalhei muito”. 

Apesar de todo o tempo que se passou e de não crer mais que conseguirá se tornar professora, Francisca decidiu voltar a estudar mesmo acreditando que sua idade já está muito avançada e hoje tem aulas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Eu queria sair um pouco de casa a noite, o que eu achei mais fácil foi estudar, para conhecer mais gente, conhecer mais coisa do estudo, mas é muito difícil. Estou fazendo a quinta série. Agora está tudo na pandemia, os professores passam deveres muito complicados, eu trabalho e não tenho tempo de estar estudando, só quando voltar pra ver como vai ser. Minha cabeça está um vazio. É muito difícil. O ensino remoto é difícil, está difícil para mim, também para os jovens”, contou ela.

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Tatiana Barreto, de 35 anos, é formada em relações públicas, mora no Rio de Janeiro, e teve uma vida escolar complicada durante vários anos antes de, enfim, conseguir concluir o ensino médio e, em seguida, cursar e terminar o nível superior.  Ela conta que até os 8 anos de idade várias mudanças de endereço e escola levaram a evasões e repetências que a deixaram com uma grande distorção de idade-série. Em seguida, quando estava com 16 anos e cursando o 6º ano do ensino fundamental, ela não foi matriculada. 

“Já era atrasada nas séries escolares, não tinha quem procurasse vaga escolar para mim. Fui criada pelo meu avô materno, e ele não entendia da importância de estudar e também não tinha tempo. Eu lembro de ficar muito para baixo, porque apesar das dificuldades, eu adorava ir para escola. Isso na época me afetou demais, acabava que eu passava 70% do dia pela rua, na porta do colégio dos outros. [quando retornei à escola] Fiquei perdida nas matérias, e desmotivada, porque lembro de não ter bom desempenho em algumas matérias”, contou ela. 

Após o regresso difícil, já aos 22 anos e cursando o 1º ano do ensino médio, Tatiana precisou deixar a escola novamente, reprovada por faltas, dessa vez por outro motivo: gravidez. “Deu desânimo de cursar o mesmo ano, fora que maior parte dos meus amigos conseguiam empregos e levar a vida sem estudar, eu me apoiei nisso. Nesse período eu já era mãe, trabalhava e estudava, sem nenhuma rede de apoio. Eu não tinha pai, nem mãe e minha filha não tinha pai também, então eu muito que colocava isso na balança, me dedicar aos estudos ou cuidar da minha filha. Eu arrumava uns 'bicos' e deixava de ir à escola, e lembro também de ter que levar ela pra escola. Não existia um espaço, ela precisava ficar no meu colo, às vezes a diretora ficava pelos corredores com ela. O ônibus então era um inferno, tinham piadas tipo 'tá indo para escola pra quê?'”, conta Tatiana.

Questionada sobre o impacto da evasão escolar em sua vida, a jovem afirma que houve um atraso em sua formação e que o mercado de trabalho, além de não ser como o esperado, hoje “parece ser voltado aos mais jovens, e com tudo isso eu estou meio que para trás. Nós conhecemos bem a dificuldade de mães acessarem o mercado, ainda existe um estigma muito grande sobre isso”. 

Quando lhe foi pedido um conselho para jovens que estejam, agora, pensando em largar os estudos para viver apenas do trabalho antes de terminar a escola, Tatiana disse que é muito difícil “chegar e falar para um jovem de periferia que ele vai vencer através dos estudos, que estudar é importante, um agente modificador que vai tornar ele uma pessoa capaz de ter cognição para decidir até um voto e seus direitos”. No entanto, ela continuou afirmando que “hoje eu sou outra pessoa e graças a Deus com todo o esforço que eu fiz, hoje inspiro outras pessoas. Tive amigos que, através do diálogo, foram para a universidade, terminaram o ensino médio. Educação vale a pena”. 

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Enfrentamento ao problema

De acordo com o artigo 56 do Estatuto da Criança e do Adolescente, os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos; reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; e elevados níveis de repetência, para que o mesmo possa prestar apoio às instituições nesses casos. De acordo com Cristiano Carvalho, Presidente da Associação Metropolitana dos Conselheiros Tutelares, o Conselho Tutelar é “um órgão criado pelo ECA com o objetivo de ser representado pela sociedade, que escolhe seus representantes” e atua em casos de ameaça ou violação de direitos de crianças e adolescentes. 

“O Conselho Tutelar é um órgão que garante e fiscaliza as instituições: primeiro os pais e responsáveis, depois o Estado, que também é responsável quando os pais são omissos, e depois o adolescente ou criança na sua própria conduta, aí a gente aplica medidas. Resumindo, o Conselho Tutelar é um órgão que garante os direitos de crianças e adolescentes”, explicou ele.

Cristiano explicou que há diversas ações que podem ser implementadas pela gestão escolar, através da equipe de psicólogos e pedagogos que todas precisam ter por determinação do Ministério da Educação. 

“Essa equipe tem a responsabilidade de, dentro da escola, observar o desenvolvimento e a desenvoltura desse aluno. Quando elas começam a perceber evasões, começam a fazer estudos técnicos e chamar os pais, interrogar por que o aluno está faltando, evadindo. Primeiro a equipe pedagógica tem esgotar todos os meios com os pais ou a pessoa que tem a guarda, chamar e aí vai ter que se explicar por que o aluno não está chegando na sala de aula”, diz.

Porém, em casos que as medidas internas não funcionam, chega a hora de, conforme determina o ECA, acionar o Conselho Tutelar em busca de uma solução mais eficiente. “Quando a escola e a equipe técnica não têm condições de cessar, ela comunicará ao Conselho Tutelar a questão de evasão ou repetição, o conselho notifica esses pais e eles vão se explicar porque a equipe chamou e a situação continuou. O conselho colhe toda a informação e aplica as medidas: acompanhamento psicológico, acompanhamento terapêutico com aquela criança, aquele adolescente e até mesmo os pais e aguarda o resultado”, conta Cristiano.

No entanto, a ação do Conselho Tutelar tem limites e não é punitiva, necessitando de apoio da Justiça para tomar medidas mais severas. “O conselho não penaliza, é um órgão administrativo que aplica a medida do direito que foi violado. Quando vem a se esgotar tudo isso, foge da nossa alçada. Se houver alguma infração de descumprimento da medida aplicada pelo conselho a gente comunica ao Ministério Público”, disse ele.

Questionado sobre a efetividade do Estatuto da Criança e Adolescente para seguir trilhando um caminho de avanços rumo à universalização do ensino, ou se para ele é necessária a publicação de uma nova lei (ou adaptações no ECA), Cristiano afirmou que considera o ECA “aplausível”, mas julga ser necessária mais responsabilização dos gestores públicos. 

“O poder público tinha a criança como um objeto no código penal. Via a criança como uma cadeira, um pneu, como um pente, criança e adolescente era tratado como objeto, não como como sujeito de direito. O estatuto traz a garantia de que a criança e o adolescente é um sujeito de direito em desenvolvimento. Na minha visão o estatuto precisa aprimorar algumas coisas, trazer a responsabilidade dos órgãos, apesar de existir na constituição e no código penal, mas trazer para dentro do estatuto a responsabilidade dos gestores. Hoje, para sanar essa questão de evasão é preciso trazer a responsabilidade para o poder público”, disse ele.

Gestão escolar

Izaias Lopes é Conselheiro Tutelar há dois mandatos em Jaboatão dos Guararapes, bacharel em direito e trabalhou por aproximadamente seis anos com educação infantil no Recife e em Jaboatão. Ele reitera a fala de Cristiano ao destacar avanços trazidos pelo ECA, também apontando necessidades de aprimoramento em termos de gestão. 

“Uma das maioridades dificuldades vêm da parte dos gestores públicos em se tratando da falta de implementação de programas e serviços direcionados a justamentes este tema como também na melhoria de programas onde auxiliem as famílias que vivem em situações mais vulneráveis, pois não adianta incluir a criação de novas leis se não existir um trabalho exaustivo e de longo prazo na área de educação, serviço social lazer e cultura onde garanta as famílias um ambiente tranquilo para criar seus filhos. Outra grande dificuldade para implementação de tais leis são por muita das vezes a falta de diálogo entre os gestores públicos em sua totalidade e os próprios Conselheiros tutelares, os dirigentes de unidades de ensino e a população onde juntos podem direcionar caminhos diferentes para solucionar tal problema, pois muita das vezes o interesse político se sobressai sobre o interesse da população e de seus direitos”, disse ele.

Laudicéia de Barros Gomes tem 31 anos, é pedagoga há 10 anos, já deu aulas por 2 anos em uma escola pública e atualmente é professora polivalente em uma instituição privada. Ela conta que as escolas particulares em geral não sofrem com evasão, exceto durante esta pandemia de Covid-19, quando há pais tirando as crianças da educação infantil. Já na rede pública, ela conta que o problema sempre foi grave e frequente, mas nem sempre combatido com a seriedade que merecia pela gestão. 

“Tem uma escola que eu trabalhei em que encontrei um amigo meu de escola que estava retornando aos estudos. Teve que ajudar os pais pela parte financeira. Uma queixa geral dos alunos era incentivo do professor. Essa escola tinha muitas dificuldades, a gestão na época não ajudava muito, mas os professores estavam ali e se quiser aprender, aprenda. Se não quiser não estou nem aí.  Às vezes o aluno saía de casa sem tomar café, pais bêbados, pais drogados, chegava na escola... qual a motivação desse aluno se tem um amigo do lado chamando ele para beber ou usar drogas?”, questionou ela. 

No que diz respeito diretamente à gestão, as críticas da professora são no sentido da falta de engajamento de professores e gestores para tornar a escola mais agradável, atrativa e observar a frequência dos alunos com atenção. 

“O papel do professor é trazer o aluno e a gestão, a comunidade para junto da escola. Motivar o aluno, trazer aulas atrativas. Chamar a família para dentro da escola e fazer o papel de se responsabilizar pela criança. É escola e comunidade, juntos, fazendo projetos juntos, vendo as necessidades. O primeiro passo é procurar a família, ligar, saber os motivos e como a escola pode ajudar para fazer o retorno deste aluno. Escola particular se o aluno falta dois, três dias, liga para saber o que aconteceu. Escola pública o aluno vai faltando e no final do ano geralmente, são poucas as escolas que se importam com esse processo de evasão”, afirmou Laudicéia.

Questionada se ela considera que, com uma gestão empenhada, o Estatuto da Criança e do Adolescente é um instrumento legal forte o suficiente para resolver os problemas ligados à evasão e abandono escolar, ou se a adaptação da lei ou publicação de normas novas são necessárias, a professora elogiou o Estatuto. “O ECA é uma das legislações mais importantes. São leis bem fundamentadas e com um gestor competente a gente pode sim diminuir essa exclusão escolar, o ECA tem suporte suficiente para isso, uma boa gestão consegue sim diminuir os impactos da exclusão escolar, mas infelizmente isso ainda é minoria no Brasil. São minorias que têm essa gestão fundamentada no ECA, mas sem sombra de dúvida o ECA é o instrumento principal para [reduzir] essa exclusão, com certeza”, disse Laudicéia.

Essa realidade também se reflete nos dados de pesquisas. Dados tabulados pelo Instituto Unibanco com base no Questionário do Diretor - Saeb 2015 apontam que entre os alunos do ensino médio, 5% está em escolas cujo diretor afirma não haver ações para resolver o problema da evasão escolar, mas admite que a questão existe; 22,3% são alunos de unidades onde a direção afirma não desenvolver ações e nega que haja problema; a maioria dos alunos, 41,2%, são de escolas cujos diretores afirmam desenvolver ações sem sucesso; 23,8% alegam ter ações com bons resultados e 7% ainda não avaliaram os resultados de suas ações.     

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Dezenas de países correm o risco de sofrer com a falta de vacinas, principalmente contra o sarampo, por causa das restrições no transporte aéreo justificadas pela pandemia do novo coronavírus, alertou o Unicef nesta sexta-feira (1º).

No último ano, o Fundo das Nações Unidas para a Infância distribuiu aproximadamente 2,43 bilhões de doses em 100 países para vacinar 45% das crianças com menos de 5 anos de idade.

Desde a semana de 22 de março, a organização observou uma redução de 70% a 80% nos envios das vacinas, devido à drástica queda nos voos comerciais e à quantidade limitada de voos fretados.

"Atualmente, dezenas de países correm o risco de ficar sem vacinas por causa do atraso no envio das mesmas", explicou uma porta-voz da UNICEF, Marixie Mercado, em uma entrevista coletiva virtual realizada a partir de Genebra.

Os 26 países mais ameaçados por causa dessa condição são os de difícil acesso, pelo menor número de voos comerciais e fretados nesses locais, o que também torna o custo para um eventual transporte exorbitante, ressaltou a porta-voz.

Muitos desses países estão na África, mas também na Ásia, como é o caso da Coreia do Norte e da Birmânia. Segundo a Unicef, cinco desses 26 países enfrentaram no último ano epidemias de sarampo, uma doença altamente contagiosa e mortal.

Por causa dos atrasos, os países estão usando seus estoques de vacinas para emergências, que tem duração estimada em mais três meses. Se os problemas de transporte continuarem, um número maior de países corre o risco de ficar sem estoque de vacinas.

A Unicef, como muitas outras organizações, teme que a interrupção da imunização de rotina, principalmente em países com sistemas de saúde frágeis, ocasione surtos devastadores dessas doenças neste ano e nos próximos.

Mesmo antes da pandemia da Covid-19, cerca de 20 milhões de crianças em todo o mundo não haviam recebido vacinas essenciais, como para sarampo, difteria ou tétano.

Neymar Jr. teria doado R$ 5 milhões para ajudar no combate do novo coronavírus, segundo o programa Fofocalizando, do SBT.

Parte do valor foi para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e parte para um fundo de solidariedade criado por artistas e liderado por Luciano Huck.

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O jogador brasileiro havia sido criticado após o anúncio de que ele e outras celebridades arrecadaram R$ 1,5 milhão para comunidades carentes do Rio de Janeiro. 

Além do jogador, participavam do grupo Luciano Huck, Thiaguinho, Gabriel Medina, Rafael Zulu e Bruninho Rezende. O valor foi considerado baixo e internautas apontaram que cada um dos amigos teria condições financeiras de fazer uma maior doação.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) promove hoje (27) sessão, na Assembleia Legislativa de São Paulo, para marcar os 30 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança. O órgão produziu um relatório que confere ao Brasil reconhecimento por ter melhorado, ao longo dos anos, índices como o da mortalidade, do trabalho infantil, além da exclusão escolar.

Conforme o Unicef, de 1990 a 2017 registrou-se "redução histórica" no total de mortes de crianças menores de um ano de idade. No período, a taxa nacional caiu de 47,1 para 13,4 a cada 1 mil nascidos vivos. Além disso, entre 1996 e 2017, 827 mil vidas foram salvas.

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As ações de mitigação articuladas pelos governos geraram efeitos de âmbito nacional, causando impacto também em São Paulo. No estado, a redução do índice foi de 22,5 para 10,9, de 1996 para 2017, quando 103 mil vidas de bebês foram salvas.

A queda nos índices de cobertura vacinal, adverte o Unicef, tem sido porta de entrada para doenças que eram, até recentemente, consideradas erradicadas, como o sarampo. "Em 2016, a mortalidade infantil subiu pela primeira vez em mais de 20 anos e ainda não voltou aos patamares de 2015, acendendo um sinal de alerta. No total, 42 mil crianças menores de 5 anos ainda morrem por ano no Brasil", informa o fundo da ONU no relatório.

Índice de violência

A alta incidência de homicídios de adolescentes é outro ponto abordado no documento. O Unicef destaca que, entre 1990 e 2007, o total de ocorrências dessa natureza mais do que dobrou.

"De 1996 a 2017, 191 mil crianças e adolescentes de 10 a 19 anos foram vítimas de homicídio", informam os autores do relatório, acrescentando que, a cada dia, em média, 32 meninas e meninos nessa faixa de idade são assassinados.

Nos municípios paulistas, somente na década encerrada em 2017, destaca o documento do Unicef, 8.200 crianças e jovens nessa faixa etária foram assassinados. A taxa chegou a ser de 9,7 homicídios por 100 mil habitantes, há dois anos. A estimativa é que mais de 1 milhão de menores de idade vivam em áreas afetadas pela violência armada na cidade de São Paulo.

Sala de aula

Outro aspecto mostrado no relatório é o acesso de crianças e adolescentes à educação. Na avaliação do Unicef, o país "conseguiu avançar consideravelmente" nessa área.

"Em 1990, quase 20% das crianças de 7 a 14 anos (idade obrigatória na época) estavam fora da escola. Em 2009, a escolaridade obrigatória foi ampliada para a faixade 4 a 17 anos. E, em 2017, 4,7% das crianças e adolescentes de 4 a 17 anos estavam fora da escola".

Os especialistas do Unicef ponderam que, embora o índice de exclusão escolar tenha diminuído significativamente, o país ainda não atingiu a universalização do ensino. Ao todo, quase 2 milhões de meninas e meninos estão fora da escola.

"Em São Paulo, 13% das crianças e adolescentes estavam fora da escola em 1996. Em 2018, eram 3,9%, o que representa 330 mil meninas e meninos. Há ainda aqueles que estão na escola sem aprender. A adolescência é a fase da vida mais afetada com a distorção idade-série no país: 14,9% dos estudantes do ensino médio e 12,5% nos anos finais do fundamental estão dois ou mais anos atrasados, totalizando 6,5 milhões de meninas e meninos. Em São Paulo, são 556.515 crianças e adolescentes", completa o órgão.

Imigrantes e saúde mental

Para o Unicef, outro ponto que deve integrar a agenda das autoridades preocupadas com a garantia dos direitos de crianças e adolescentes refere-se à acolhida de refugiados. Dos cerca de 200 mil venezuelanos que ingressaram no país até julho, 30% eram menores de idade. O estado é o segundo com maior volume de pedidos de refúgio, concentrando mais de 10% do total.

O tema suicídio também figura no relatório do Unicef como uma das questões contemporâneas que requerem atenção. "Nos últimos 10 anos, os suicídios de crianças e adolescentes vêm aumentando no Brasil. Eles passaram de 714, em 2007, para 1.047, em 2017. No estado de São Paulo houve aumento de 53% no número de casos, saltando de 98, em 2007, para 150 em 2017".

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Instituto Claro divulgaram, nesta quinta-feira (31), uma pesquisa chamada “Reprovação, distorção idade-série e abandono escolar - Dados do Censo Escolar 2018”, O levantamento apresenta dados das escolas públicas municipais e estaduais do Brasil. Os resultados revelaram um cenário preocupante: 3,5 milhões de estudantes foram reprovados ou abandonaram a escola em 2018. 

Segundo a pesquisa, 912.527 estudantes deixaram as escolas e 2,6 milhões foram reprovados por unidades de ensino municipais e estaduais. O estudo também revela que os meninos têm uma chance 64% maior de repetir de ano na comparação com as meninas. 

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Estudantes autodeclarados negros, indígenas e pardos são mais reprovados que os estudantes brancos. Mais de 453 mil pretos e pardos abandonaram escolas estaduais e municipais em 2018, enquanto esse número foi de 181 mil para estudantes brancos.

Estudantes com deficiência também são apontados como um grupo mais sensível à reprovação: têm 59% mais chances de serem reprovados, com uma taxa de reprovação de 13,82%, versus 8,68% de alunos sem deficiência. No que diz respeito à distribuição geográfica, há mais estudantes com distorção idade-série nas regiões Norte e Nordeste do país, apresentando 54,8% das crianças e adolescentes com dois anos de atraso ou mais.

O atraso escolar afeta mais de 383 mil crianças e adolescentes com deficiência, o que corresponde a mais de 48,9% das matrículas. As duas regiões também apresentam altas taxas de abandono escolar: 460 mil estudantes do ensino médio em 2018, representando 7% de todos os alunos matriculados nesse nível de ensino. 

Curso para escolas

O curso online “Trajetórias do Sucesso Escolar” foi criado pelas instituições que realizaram a pesquisa, segundo a Unicef, com o objetivo de auxiliar gestores de rede, gestores escolares e professores no diagnóstico, adesão e desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento da cultura do fracasso escolar e planejamento. O site do curso permite que o usuário identifique recortes de dados por região, Estado, município, e escolas específicas, obtendo dados sobre reprovação, distorção idade-série e abandono escolar referentes a cada unidade de ensino.

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Mais um artista brasileiro está se solidarizando com os necessitados da África. Após a atriz Bruna Marquezine passar uma temporada na Angola, em uma missão humanitária, o cantor Jorge Vercillo decidiu ajudar os africanos. Como presente de casamento, ele pediu doações em dinheiro para as vítimas do ciclone Idai, que atingiu Moçambique, Malauí e Zimbábue.

Jorge oficializa sua união com a biomédica Martha Suarez em uma cerimônia que será realizada no próximo final de semana, na Bahia. O casal optou por abrir mão dos presentes e solicitou aos convidados que fizessem doações para os países atingidos pelo ciclone. "Ficamos muito sensibilizados com o trabalho que o UNICEF está fazendo para salvar vidas na África, após a passagem do ciclone Idai. Somente com nossa ação diária de amor e união vamos construir uma realidade melhor, em que os maiores beneficiados seremos nós mesmos".

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Para a ação, o UNICEF criou um link exclusivo para os noivos que está sendo enviado juntamente com os convites para a festa. O link fica disponível até o final do mês de maio, porque uma outra cerimônia será realizada para celebrar o casamento de Vercilo e Martha, no Rio de Janeiro.

 

A falta de água potável em países afetados por conflitos prolongados causa, em média, mais mortes de crianças menores de 15 anos do que a violência direta. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), esses menores têm quase quatro vezes mais chances de morrer de doenças diarreicas causadas pela falta de água potável, saneamento e higiene.

O relatório da UNICEF examina taxas de mortalidades de 16 países que passam por conflitos prolongados e concluindo que, na maioria deles, crianças menores de 5 anos têm 20 vezes mais chances de morrer por falta do acesso adequado ao saneamento básico.

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A ONU acentua que "Sem serviços de água, saneamento e higiene seguros e eficazes, as crianças correm risco de desnutrição e doenças evitáveis, incluindo a diarréia, febre tifóide, cólera e poliomielite.

As meninas são as que mais sofrem, principalmente quando vão buscar água. A UNICEF constatou que são elas que lidam com as afrontas à sua dignidade enquanto se banham e administram a higiene menstrual, faltando às aulas durante o período menstrual, quando suas escolas não têm instalações de água e saneamento.

O relatório da agência da ONU calculou as taxas de mortalidade em 16 países onde existem os conflitos prolongados. São eles: Afeganistão, Burkina Faso, Camarões, Chade, Etiópia, Iêmen, Iraque, Líbia, Mali, Myanmar, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Síria, Somália, Sudão e Sudão do Sul.

De todos esses países, somente na Líbia, Iraque e Síria as crianças menores de 15 anos tem mais chances de morrer em decorrência da violência coletiva, do que pela falta de água e saneamento básico.

Após analisar os dados sobre sarampo de 194 países nos anos de 2017 e 2018, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiu um alerta nesta quinta-feira, 28, sobre o aumento de casos da doença no mundo. Segundo o órgão, há um surto global puxado por dez países que tiveram aumento nos registros no período. Entre eles, está o Brasil, que obteve o certificado de erradicação da doença há três anos e estava sem registros até 2017, mas superou os 10,2 mil casos no ano passado.

A entidade diz que 98 países reportaram mais casos da doença no ano passado do que em 2017 e dez foram responsáveis por mais de 74% do aumento dos registros no mundo: Ucrânia, Filipinas, Brasil, Iêmen e Venezuela foram os países que tiveram o crescimento mais expressivo no número de ocorrências da doença na comparação entre os anos de 2017 e 2018. Campanhas de vacinação estão sendo conduzidas em alguns desses países.

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Os dados de 2019 também foram destacados pela entidade. De acordo com o Unicef, no ano passado, a Ucrânia registrou 35.120 casos. Neste ano, já há o registro de 24.042 pessoas infectadas pelo vírus. No caso das Filipinas, até 18 de fevereiro, houve 12.736 casos da doença e 203 mortes. Em todo o ano passado, foram 15.599 registros.

A doença, segundo o órgão, é altamente contagiosa e a pessoa pode ser infectada até duas horas depois que outra com o vírus ter saído do local. O risco maior é para crianças malnutridas e bebês que ainda não foram imunizados. Não há tratamento para o sarampo.

A vacina deve ser aplicada em duas doses: uma aos 12 meses e a outra, aos 15 meses. Crianças de 5 anos a 9 anos de idade que não foram vacinadas devem tomar duas doses. Para pessoas de 10 a 29 anos, a indicação é de duas doses. Quem tem entre 30 e 49 anos, só precisa tomar uma dose da vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola).

Um bebê de um mês de vida tornou-se o primeiro a ser imunizado com vacinas entregues por um drone comercial à ilha inacessível onde mora com sua família, em Vanuatu, no Pacífico Sul. A falta de infraestrutura em todo o país dificulta a prestação de serviços de saúde e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) conta com a ajuda da tecnologia para mudar esse cenário.

A entrega da vacina foi feita por uma empresa australiana, a Swoop Aero. Um drone voou a quase 40 quilômetros da Baía de Dillon, no lado oeste da Ilha Erromango, para alcançar a menina Joy Nowai, de um mês, na remota baía de Cook, no leste.

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Ela foi uma das 13 crianças e cinco mulheres grávidas da comunidade - que não tem uma clínica de saúde ou eletricidade - que foi vacinada por uma enfermeira local.

Segundo dados do Unicef, quase 20% das crianças em Vanuatu não recebem vacinas essenciais. Embora os drones tenham sido usados ​​para transportar remédios antes, o Unicef ​​diz que esta é a primeira vez que um governo contrata uma empresa comercial para ajudar a implementar os serviços de vacinação.

O governo de Vanuatu espera expandir os testes com drones, o que permitirá que as vacinas cheguem ao seu destino em questão de horas, não dias - o que é crucial, já que os remédios devem ser mantidos resfriados para permanecerem viáveis. A diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, disse que a expectativa é levar a iniciativa para outros países.

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Diversos artistas reviraram o baú nesta terça-feira (20) e publicaram no Instagram fotos da infância. Famosos da música, televisão e do esporte participaram de um desafio promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que celebra o Dia Mundial da Criança.

Ivete Sangalo, Angélica, Marina Ruy Barbosa, Preta Gil e Luciano Huck, entre outros, lembraram na rede social a importância dos direitos que toda criança tem que ter. "A data também reforça a Convenção sobre os Direitos da Criança, que, como o nome já diz, serve de instrumento para a garantia desses direitos de forma global", escreveu a atriz Fernanda Paes Leme, ao aceitar o pedido de Maisa Silva.

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O candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), prometeu que se for eleito vai garantir vagas na pré-escola para todas as crianças de quatro e cinco anos, além de acesso à creche para crianças de até três anos.  A promessa foi feita nesta segunda-feira (17) durante agenda de campanha em Brasília, Distrito Federal, onde o presidenciável se encontrou com a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Florence Bauer.

“A melhor maneira de garantir igualdade de oportunidade em um país tão desigual quanto o Brasil é investindo na educação infantil. Então, crianças de quatro e cinco anos de idade, que são pré-escolas, todas na escola. Não ter nenhuma criança fora e garantir todas as vagas necessárias”, afirmou.

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Alckmin também disse que vai trabalhar para garantir acesso a qualificação profissional para os jovens, além de reduzir o número de homicídios. O tucano citou que o Brasil tem uma taxa de homicídio de 65,5 para cada 100 mil habitantes de 15 a 29 anos, enquanto no estado de São Paulo essa taxa é de 19 por 100 mil habitantes.

"Então é possível sim, reduzir, e vamos trabalhar firmemente para salvar a vida dos nossos jovens e investir na primeira infância", acrescentou.

Na ocasião, Alckmin também assinou um compromisso com a agenda do fundo para crianças e adolescentes, que entre seus seis pontos sugere melhorar a nutrição, reduzir o número de homicídios de jovens e garantir o acesso à educação. Os candidatos Alvaro Dias (Podemos) e Marina Silva (Rede) também assinaram o compromisso com o Unicef.

Sete milhões de estudantes têm dois ou mais anos de atraso escolar, de acordo com o estudo Panorama da distorção idade-série no Brasil, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Com isto, são quase cinco milhões de alunos do ensino fundamental e mais de dois milhões do ensino médio.

Os casos são mais evidentes nas regiões Norte (41%) e Nordeste (36%) e as populações indígenas e negras são as mais atingidas. À medida que 12,6% dos estudantes brancos nas zonas urbanas estão com dois ou mais anos de atraso escolar, a taxa é de 29,4% entre os negros e 33,1% entre os indígenas.

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Já na zona rural, a desigualdade é mais profunda. Negros representam 35,7%, indígenas são 44,7% e brancos, 18,2%.

Segundo estudo apresentado hoje, 14 de agosto, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), seis em cada dez crianças no Brasil vivem na pobreza. São crianças e adolescentes de até 17 anos de idade, que além da privação financeira (pobreza monetária), não possuem acesso à informação, educação, saneamento básico, água, moradia e proteção contra o trabalho infantil.

O levantamento foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, que aponta 18 milhões de meninas e meninos, ou seja, 34,3% do total,  afetados pela pobreza monetária, vivendo com menos de R$ 346 per capita por mês na zona urbana e R$ 269 na zona rural. Desses, 6 milhões, o equivalente a 11,2%, têm privação apenas de renda. Já os outros 12 milhões, ou 23,1%, além de viverem com renda insuficiente, têm um ou mais direitos negados.

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"Para entender a pobreza, é preciso ir além da renda e analisar se essas crianças e adolescentes têm seus direitos fundamentais garantidos. Incluir a privação de direitos como uma das faces da pobreza não é comum nas análises tradicionais sobre o tema, mas é essencial para dar destaque a problemas graves que afetam meninas e meninos e colocam em risco seu bem-estar", diz a representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer, no estudo.

O percentual de meninas e meninos da zona rural que não têm seus direitos protegidos é o dobro daquele nas áreas urbanas, 87,5% contra 41,6%. As crianças negras registram uma taxa de privação de 58,3%, entre crianças e adolescentes brancos, não passa de 40%. As regiões Norte e Nordeste aparecem com os maiores índices de privação de direitos com exceção de moradia, em que a região Sudeste supera a Nordeste.

"As desigualdades de acesso a direitos entre negros e brancos ficam expressas neste estudo e são um dos principais aspectos que devem ser analisados quando se fala em redução da pobreza. É preciso trabalhar mais e com maior precisão no desenho de políticas públicas e programas para crianças e adolescentes negros, com alocação suficiente de recursos orçamentários para que tenham acesso a todos os serviços, especialmente nas Regiões Norte e Nordeste", diz o texto do estudo.

Você pode ter acesso aos dados completos do estudo no site da Unicef Brasil

 

 

 

 

 

 

Quase 2.400 crianças morreram e 3.600 ficaram gravemente feridas ou mutiladas no Iêmen nos últimos três anos, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A instituição pediu às partes envolvidas na guerra que respeitem a população civil, após a morte ontem (9) de mais de 50 pessoas, 29 delas menores de idade, em um bombardeio na província de Saada.

"Pedimos a todas as partes em conflito que, por favor, respeitem as leis humanitárias, as leis da guerra e que não se produzam mais ataques contra civis, infraestruturas civis, como hospitais, escolas e pontos de saneamento, mas especialmente as crianças, que são as mais vulneráveis", afirmou o representante do Unicef no país, Meritxell Relano, em sua conta no Twitter.

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Relano acrescentou que as crianças mortas no bombardeio em Saada viajavam em um caminhão, aparentemente para atividades em uma escola de uma região muito afetada pelo conflito. A coalizão árabe confirmou que houve um lançamento de um míssil pelos rebeldes houthis, rebeldes xiitas apoiados pelo Irã, após a morte de um civil no dia anterior.

A guerra no Iêmen começou em 2014, quando os rebeldes ocuparam Sana e outras províncias, mas se agravou em 2015 com a intervenção da coalizão militar composta por países sunitas e liderados pela Arábia Saudita, a favor das forças leais ao presidente iemenita Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi. Ao menos 10 mil pessoas já foram mortas em decorrência do conflito.

Uma adolescente de 15 a 19 anos é infectada a cada três minutos com o HIV, informou o Unicef ​​nesta quarta-feira (25), alertando para uma crise de saúde pública esquecida. As meninas são vítimas de dois terços das infecções em todo o mundo nesta faixa etária, de acordo com dados apresentados na 22ª Conferência Internacional da Aids em Amsterdã.

"Na maioria dos países, mulheres e meninas não têm acesso às informações e serviços necessários, nem têm a oportunidade de recusar sexo desprotegido", declarou em um comunicado a diretora-geral do Unicef, Henrietta Fore.

"O HIV está se espalhando rapidamente entre os mais vulneráveis ​​e marginalizados, colocando as meninas adolescentes no centro da crise", acrescentou.

Em 2017, 130.000 mortes de pessoas com menos de 20 anos estavam ligadas à aids e 430.000 novas infecções por HIV ocorreram nessa faixa etária.

Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, o número de mortes está estagnado, enquanto em outras faixas etárias vem caindo desde 2010.

O Unicef ​​denuncia em um relatório "relações sexuais precoces, inclusive com homens mais velhos, relações forçadas, a relação de força que não permite dizer não, a pobreza e falta de acesso aos serviços de aconselhamento e exames".

"Sabemos que isso está ligado ao status de inferioridade conferido às mulheres e meninas em todo o mundo", declarou a atriz sul-africana Charlize Theron aos delegados da conferência.

"Enquanto não alcançarmos os jovens e impedirmos a epidemia em casa (...), não atingiremos nossos objetivos", afirmou o diretor de operações da Unitaid (organização internacional de ajuda em medicamentos), Robert Matiru, entrevistado pela AFP.

De acordo com a Sociedade Internacional sobre a Aids (IAS), quatro em cada dez adolescentes africanas já sofreram violência física ou sexual de um homem. Esta ONG denuncia a ausência de uma política de prevenção contra essas violências ou de proteção para a juventude em muitos países.

Ela também trabalha para educar adolescentes. "Os jovens cresceram, são incrivelmente móveis, se movimentam, esqueceram que o HIV é um risco e não podemos deixar de passar esta mensagem", declarou à AFP sua presidente Linda-Gail Bekker.

Mais de 20 mil crianças tiveram que se deslocar na Síria por causa dos ataques na província de Deraa, no sul do país, segundo informações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A diretora executiva do órgão, Henrietta H. Fore, pediu respeito ao princípio fundamental da proteção de civis e prioridade à segurança das crianças sírias. "As crianças e suas famílias necessitam de comida, higiene, remédios e proteção. É preciso permitir aos que fogem chegar a refúgios longe das imagens e sons da guerra", afirmou.

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Os combates também causaram a morte de quatro menores e danificaram infraestruturas civis, incluindo um hospital, o que o Unicef afirma que “viola as leis humanitárias internacionais”.

A organização das Nações Unidas (ONU) informou que pelo menos 45 mil pessoas fugiram da onda de ataques em Deraa para áreas próximas à fronteira com a Jordânia, que está fechada desde 2016. O governo jordaniano declarou que manterá fechada sua fronteira e não receberá mais refugiados.

 

No Mali, mais de 850 mil crianças menores de cinco anos estão correndo risco de desnutrição aguda, incluindo 274 mil em perigo de desnutrição severa e de morte iminente. Os números foram divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

De acordo com o comunicado da entidade, os dados de desnutrição de 2018 significam um aumento de 34% em relação ao ano passado e é consequência da piora na segurança alimentar do país africano.

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A desnutrição severa aguda é maior nas regiões do norte que são alvos de conflitos, como Timbyktu, onde excede 15%. Além disso, mais de 1 milhão de crianças não frequentam às aulas, representando um aumento de 30% em comparação aos dados de 2009. No norte e no centro do país 750 escolas estão fechadas devido à insegurança, afetando 300 mil crianças em idade escolar.

Ainda segundo o Unicef, o Mali está entre os dez países do mundo com piores indicadores de mortalidade infantil, sendo que um em cada 28 recém-nascidos morre no primeiro mês de vida. O índice de mortalidade materna também é um dos piores, dado que uma de cada 27 mulheres morrem em decorrência de problemas relacionados com a gravidez e o parto.

Mais de mil crianças foram sequestrados na Nigéria pelo grupo jihadista Boko Haram desde 2013, incluindo 276 meninas raptadas na escola em Chibok, em 2014. Os dados foram divulgados hoje (13), através de comunicado oficial do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"O quarto aniversário do sequestro de Chibok nos lembra que as crianças no nordeste da Nigéria continuam sendo atacadas em uma escala assustadora. O ataque a uma escola da cidade de Dapchi em fevereiro passado, que acabou com o sequestro de 110 meninas, das quais mais de cem foram libertadas em março e cinco foram dadas como mortas, é a última indicação de que há poucos lugares seguros para as crianças no nordeste", diz a nota.

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O Unicef ressaltou que, desde que o conflito do Boko Haram em 2009, pelo menos 2.295 professores foram assassinados e mais de 1.400 escolas foram destruídas. A maior parte das instituições educacionais continuam fechadas até hoje.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alerta para o conflito na Síria. Segundo a entidade, esses embates são as principais causas de morte entre adolescentes e crianças  no país. Em 2018, nos dois primeiros meses, cerca de mil crianças já foram mortas ou feridas na intensificação da violência causada pela guerra. Dentre os sofrimentos, as crianças com algumas deficiências estão entre as mais vulneráveis, aponta a agência da ONU. Muitas delas ficaram sem algum membro do corpo por conta dos conflitos armados.

Em relatório, o diretor regional do Fundo das Nações Unidas, Geert Cappelaere, dis que por muitas vezes essas crianças precisam de um tratamento e serviços especializados. "Sem acesso a produtos assistidos, como cadeiras de rodas, muitas crianças com deficiência enfrentam um risco extremamente real de exclusão, negligência e estigmatização à medida que o conflito continua".

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A UNICEF constatou que o uso de armas, explosivos causaram um número crescente de mortes das crianças que agora representam um quarto das mortes civis; deixando centenas desses menores com alguma deficiência. Extima-se que 3,3 milhões de crianças dentro da Síria estejam expostas a explosivos e minas terrestres, artilharias não detonadas e dispositivos improvisados.

Sendo importante destacar que esses são números que as Nações Unidas conseguiram verificar, sendo assim, esse número pode ser bem maior do que averiguado pela entidade.

A UNICEF informa, também, que mais de 1,5 milhão de pessoas vivem agora com deficiências permanentes relacionadas à guerra, incluindo 86 mil pessoas que perderam membros. Entre os refugiados sírios no Líbano e na Jordânia, 80% das lesões são uma consequência direta da guerra. A falta de acesso a cuidados médicos e psicológicos adequados prolongou ou agravou lesões e condições incapacitantes entre crianças.

Com informações da ONUBR

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