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O presidente Jair Bolsonaro recuou, nesta sexta-feira (11), da posição de desobrigar o uso de máscaras protetoras a vacinados ou já recuperados de Covid-19. Ao deixar o Palácio da Alvorada, ele repetiu que pediu ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um estudo sobre o tema. Mas, ao contrário do que afirmou nessa quinta-feira, a decisão final caberá ao ministro e, principalmente, a governadores e prefeitos.

"Quem vai decidir é ele (Queiroga), não o parecer. Se bem que quem define, na ponta da linha, são os governadores e os prefeitos. Segundo o Supremo, quem manda são eles", afirmou. A mudança do discurso ocorre após série de críticas recebidas após Bolsonaro revelar ontem a demanda feita a Queiroga.

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Bolsonaro retoma, no entanto, a posição equivocada de que o STF daria Estados e municípios autonomia sobre a União. A Corte, desde o ano passado, autorizou apenas que governadores e prefeitos possam adotar medidas mais rígidas no controle da pandemia.

Apesar do recuo na decisão final, o presidente voltou a defender que pessoas infectadas ou vacinadas não utilizem máscaras. Depois de perguntar aos presentes se tomariam a vacina, o presidente repetiu que "dará o exemplo" e será o último a se imunizar. "Alguns acham que o exemplo é se vacinar. Não, o exemplo é dar o lugar para quem está desesperado. Tem gente aí desesperada dentro de casa esperando ser vacinada para sair"

Doria

O que Bolsonaro manteve foram os ataques ao governador paulista João Doria (PSDB). Perguntado sobre o passeio de moto com apoiadores na capital paulista, previsto para sábado (12), ele provocou o Doria, que ameaçou multá-lo, caso vá ao encontro sem máscara. "Quem é governador de São Paulo? Não conheço. Virou 'doninho' de São Paulo? Ai, se vier aqui eu multo. É assim agora?", disse.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), classificou a ideia do presidente Jair Bolsonaro de desobrigar pessoas vacinadas ou que já tenham sido contaminadas por Covid-19 a usarem máscaras, como "mais um ato de irresponsabilidade". Segundo o governador, Bolsonaro reafirma sua condição de negacionista e irresponsável. "Jair Bolsonaro não tem compaixão e não tem nenhum apreço pela vida, principalmente pela vida do povo brasileiro", afirmou.

O uso do equipamento de proteção é obrigatório no Estado de São Paulo, para evitar a propagação do novo coronavírus, transmitido pelo ar. A posição de Doria foi reforçada pelos membros do governo, como o Secretário da Saúde Jean Gorinchteyn, que destacou a necessidade do uso de equipamentos de proteção mesmo para pessoas vacinadas ou que já tenham sido infectadas pela doença.

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O governador esteve nesta manhã na sede do Instituto Butantan para acompanhar a entrega de mais 800 mil doses da Coronavac, imunizante contra Covid-19 produzido pelo centro de pesquisas em parceria com a chinesa Sinovac. Segundo o governador, 48 milhões de doses do imunizante já foram entregues ao Programa Nacional de Imunização e até o final de setembro é esperado que se conclua o contrato feito com a Saúde, com a entrega de 100 milhões de doses.

"Guerra contra a covid-19" ou qualquer outra comparação bélica não agrada à médica Isadora Jochims, de 35 anos. Como diz em um poema que escreveu semanas atrás, ela está na linha de frente, não escondida em uma trincheira. "Cuido de vidas, não ceifo."

Foi na arte que a médica encontrou as forças para expressar o que testemunha na pandemia. Também foi na expressão artística que obteve inspiração para criar intervenções para "humanizar" o atendimento a pacientes da covid-19 no hospital em que trabalha, como o "prontuário afetivo" e o "correio afetivo", lançados nas últimas semanas.

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O primeiro exemplo chegou a ser repetido em outros hospitais do País e consiste, basicamente, na criação de um prontuário que traga informações com os gostos e a personalidade do paciente que tem alguma impossibilidade de se comunicar, apesar de estar sedado ou apresentar confusão mental. Como explica a idealizadora, a ideia é tanto conectar o profissional de saúde ao enfermo quanto auxiliar no tratamento.

Cante pra ele!

No caso do paciente de iniciais A. F. G., por exemplo, o prontuário afetivo dizia "Gosta de: barulho de água e passarinho, Raul Seixas e música sertaneja raiz. Cante pra ele!." O de outra hospitalizada descrevia, por sua vez: "Gosta de música internacional romântica e sertaneja (Gustavo Lima); família numerosa e amorosa; e boa garfo!", em meio a pequenos desenhos de coração, flores e emojis. "Quando se pergunta sobre paixões, o que a pessoa gosta, a gente se identifica com alguns gostos", explica ela.

As informações são colhidas com a família dos pacientes. No caso daqueles mais velhos, não habituados ao uso de tecnologia ou outras distrações durante a internação, começou-se a registrar as preferências de rotina, como horário de ouvir a missa.

Com proposta semelhante, ela costuma colocar uma música que o paciente goste no momento da intubação. "A sedação tem todo um movimento antes: tem de explicar ao paciente, o que é algo angustiante para a equipe de saúde. O mais habitual (é fazer o procedimento) quando o paciente já está rebaixado (em outras doenças). No covid isso não acontece, a gente identifica que ele está mal pelos exames. Então, está com consciência, tem de explicar."

O correio foi um desdobramento dessa experiência. "Depois de tantas mensagens de carinho (por causa da repercussão do prontuário), percebi o quanto a população está carente de expressar gratidão, carinho."

As cartas são fotocopiadas e colocadas em meio às pranchetas dos profissionais de saúde. Entre as recebidas, estão a de uma paciente de 7 anos e de uma médica que escreveu como se fosse destinada a uma tia que morreu na pandemia. Mais adiante, o material também vai virar uma grande intervenção artística.

Segundo ela, alguns colegas leem, se interessam, mas outros mal acabam percebendo. "Ficam no automático. A rotina de fazer aquilo toda a hora, todo o dia, a pessoa vira um robô. As intervenções são para quebrar essa rotina", aponta Isadora. "Há um medo, um receio de se vincular."

"Está todo mundo muito vulnerável, com muito sofrimento. Tem de ser algo espontâneo, não dá para fazer por imposição", complementa ela. "Se a gente deixa de se vincular, perde o sentido do trabalho. O trabalho em saúde é uma troca de carinho, de cuidado."

A médica é reumatologista no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e integrante da Comissão de Humanização. Na pandemia, tem se dividido entre o ambulatório e o atendimento em leitos de retaguarda, no ano passado, e na enfermaria de covid-19, neste ano.

O espalhamento da covid-19 foi, inicialmente, sentido a partir do temor do contágio e da morte em meio a relatos trágicos cada vez mais frequentes de colegas de profissão. Com experiências anteriores em arte, Isadora chegou a fazer um autorretrato em que estava entubada, à beira da morte, no começo da pandemia.

Aquarelas

Foi nesse momento que resolveu pintar aquarelas com base em desabafos ouvidos informalmente de outros trabalhadores de saúde, como o da residente que atestou sete mortes em um único plantão. "Ouvia a história e fazia uma imagem mental. Chegava em casa e fazia a aquarela", comenta. "Consegui dar uma reviravolta neste ano, com coisas mais relacionais, de troca de afeto."

Para ela, as experiências com a arte também são uma forma de se fortalecer. "Pensei inúmeras vezes em pedir demissão, mas vinha essa motivação de continuar trabalhando", comenta.

Outra intervenção recente foi a colagem na parede de uma sequência de cartazes com passo a passo para se desparamentar (dos equipamentos de proteção), a qual tem uma das últimas etapas com uma urna, papel, caneta e a orientação: "desparamente sentimentos ruins vivenciados aqui".

Mais um exemplo é o uso de fita adesiva para escrever frases nas paredes, portas e no biombo onde os profissionais costumam se paramentar, tais como "Respire, inspire", "Dou conforto na passagem" e "Me paramento de amor".

Em outra ocasião, ela e uma equipe de plantão colocaram emojis na roupa, com a identificação do nome, para sinalizar como se sentiam naquele dia. "Na enfermaria covid, a gente se paramenta por inteiro. Às vezes, não reconhece a pessoa, não escuta direito a voz, não sabe se está triste ou feliz", comenta.

Sobrevivência

Para a reumatologista, o uso da arte nessas situações ocorre até por uma "questão de sobrevivência" em meio a um cenário em que não consegue atender todos. "A gente não é imortal, um super-herói. Somos pessoas comuns, que têm família, que sofrem." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara dos Deputados aprovou, por 433 votos a 3, o texto-base do Projeto de Lei Complementar (PLP) 10/21, do Senado Federal, que permite a estados e municípios usarem saldos de repasses do Ministério da Saúde de anos anteriores em serviços de saúde em 2021.

O Plenário deve analisar ainda nesta quarta-feira (31) os destaques apresentados pelos partidos ao substitutivo do deputado Roberto Alves (Republicanos-SP).

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A proposta também faz mudanças nas leis sobre refinanciamento de dívidas de estados com a União (leis complementares 156, 159 e 178), como o adiamento, de 30 de junho de 2021 para 31 de dezembro deste ano, do prazo a partir do qual a União poderá exigir atrasados que deixaram de ser pagos.

*Da Agência Câmara de Notícias

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta quarta-feira (17) a continuidade do uso da vacina anticovid-19 da AstraZeneca - que teve a aplicação suspensa em vários países devido a possíveis efeitos colaterais, enquanto os especialistas continuam avaliando os dados de segurança.

"No momento, a OMS considera que o balanço de riscos e benefícios se inclina a favor da vacina da AstraZeneca e recomenda que a vacinação continue", afirma um comunicado da agência de saúde da ONU.

Diante da incerteza e temores sobre a segurança da vacina sueco-britânica, o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, pediu nesta quarta que ela continue a ser usada.

"Não há evidências de que essas vacinas tenham causado coágulos", escreveu ele no tabloide The Sun, destacando que é também a opinião do regulador britânico, MHRA, da OMS e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

A Organização Mundial de Saúde também recomendou nesta quarta-feira a vacina americana Johnson & Johnson, mesmo em países onde circulam as cepas mais contagiosas.

"Recomendamos o uso (da vacina Johnson & Johnson) nos países onde a disseminação de variantes é alta", declarou Alejandro Cravioto, presidente do grupo de especialistas da OMS que analisa a eficácia e segurança do produto.

- Temor de efeitos colaterais -

Para recuperar a confiança na vacina AstraZeneca, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, disse na terça-feira que estava disposto a ser vacinado "muito rapidamente" assim que fosse reautorizada.

De acordo com uma pesquisa, apenas um quinto da população francesa a considera confiável.

O chefe do governo também mencionou a possibilidade de confinar a região parisiense, com 12 milhões de habitantes, no fim de semana, em face da aceleração da pandemia.

Dez países europeus (Alemanha, França, Itália, Eslovênia, Espanha, Portugal, Letônia, Suécia, Luxemburgo e Chipre) juntaram-se à Dinamarca, Noruega e Islândia na lista dos que suspenderam a vacina por problemas de coagulação ou trombose.

Em contrapartida, a Austrália pediu à AstraZeneca e à UE nesta quarta o acesso emergencial a um milhão de doses que comprou para abastecer Papua Nova Guiné, que enfrenta um surto.

No início de março, a Itália bloqueou o envio de vacinas da AstraZeneca produzidas na Europa para a Austrália. Roma justificou a ação pela "persistente escassez de vacinas e atrasos no fornecimento pela AstraZeneca" na UE.

Enquanto isso, e à medida que se aproxima o verão europeu, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou hoje um projeto de certificado de saúde para tornar as viagens dentro do bloco "seguras".

O documento, chamado Certificado Digital Verde, registrará que o portador foi vacinado, está imune ou obteve resultado negativo em um teste de PCR. As autoridades esperam implementá-lo a tempo de salvar a temporada turística.

- Vacinas do Covax para a Palestina -

Já os palestinos receberam nesta quarta sua primeira remessa de vacinas contra o coronavírus do mecanismo Covax para regiões desfavorecidas.

Cerca de 60.000 doses das vacinas Pfizer/BioNTech e AstraZeneca chegaram ao aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv, de acordo com uma fonte da segurança israelense.

A UE também espera "mais de 200 milhões de doses" da vacina Pfizer/BioNTech no segundo trimestre, após um acordo para "acelerar" as entregas, informou a Comissão na terça-feira.

Por sua vez, o laboratório americano Moderna disse que começou a testar sua vacina em milhares de crianças com entre 6 meses e 11 anos, um ensaio clínico com a participação prevista de 6.750 crianças nos Estados Unidos e Canadá.

Um ano após o primeiro confinamento, a Irlanda cancelou, pelo segundo ano consecutivo, as comemorações do dia de São Patrício, normalmente muito agitadas.

"Já faz um ano e parece que estamos de volta ao início", lamentou Tom Cleary, gerente de um pub de Dublin desesperadamente vazio, onde havia apenas alguns barris vazios no chão.

Por sua vez, as Filipinas vão fechar suas fronteiras aos estrangeiros e reduzir o número de cidadãos que podem entrar no país devido ao aumento de casos.

Movimentos de divulgação sobre as máscaras PFF2 (da sigla Peça Semifacial Filtrante), também conhecidas como N95, vêm ganhando força nas redes sociais. Divulgadores científicos abordam a importância do uso do modelo em situações de risco de exposição ao vírus, não só por profissionais de saúde. Agora têm surgido páginas que se dedicam a tirar dúvidas, explicar como reconhecer uma máscara verdadeira e até indicar onde comprá-la sem cair nos preços abusivos que já estão sendo praticados na internet.

Desde dezembro, a antropóloga e doutoranda em Saúde Coletiva na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Beatriz Klimeck, de 24 anos, é uma das administradoras do perfil "Qual Máscara?" no Twitter e no Instagram, que contabilizavam 23,4 mil e 91,8 mil seguidores, respectivamente, na última semana.

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"Na época das eleições, comecei a explicar porque tinha parado de usar máscara de tecido e começado a usar a PFF2. Começou no meu perfil pessoal, mas resolvi separar e fazer um perfil. O foco é no Instagram, onde a gente consegue passar as imagens, deixar um link para baixar para que as pessoas possam compartilhar no grupo do WhatsApp", conta ela.

A atuação como pesquisadora ajuda a separar informações científicas das fake news e a fazer uma tradução dos conteúdos científicos para o público leigo. "Também faço mestrado em Divulgação Científica. Assim, a gente aprende o que é informação de qualidade. Temos o presidente da República (Jair Bolsonaro) falando que máscara faz mal, vamos atrás de cientistas, traduzimos manuais em inglês. Nas duas últimas semanas, ganhamos mais de 50 mil seguidores no Instagram."

Ela e o companheiro, o mestrando em Comunicação Ralph Rocha, chegam a se dedicar seis horas por dia respondendo perguntas das pessoas que estão em busca do Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Pouco antes do carnaval, o empresário Bruno Carvalho, de 30 anos, começou a ver posts no Twitter sobre máscaras PFF2. Conversou com a usuária e assim começou o "PFF para Todos", um site que explica como usar o EPI e mostra pontos de venda online e em lojas físicas, separados por Estado. No Twitter, a página já tem mais de 9 mil seguidores. A iniciativa também tem um perfil que divulga máscaras em promoção, marcas disponíveis no mercado brasileiro e orientações para usar o produto. O "Estoque PFF" tem 25,1 mil seguidores.

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"Tivemos a ideia de colocar as informações em um site na terça de carnaval. A gente viu que as pessoas estavam carecendo de informações e começou a explicar como identificar. O que a gente gostaria é que os governantes estivessem comprando e distribuindo para a população."

Carvalho não atua na área de Saúde nem é do ramo de EPIs."Somos do campo do Direito. Hoje, com todos os problemas que estamos tendo com vacinas, o que temos de mais seguro são as máscaras. Vemos muitos divulgadores científicos. A gente se vê como ativista da proteção respiratória."

Segundo o idealizador do site, a varredura em lojas de material de construção e de EPIs, onde o modelo costuma ser vendido, já mostrou a unidade até por R$ 1,70. Uma busca na internet também pode levar a locais que vendem por até R$ 90 a unidade.

O problema é quando o produto não é certificado ou não é uma PFF2 verdadeira. "Não pode ter costura com linha, tem de ser selada, não pode dizer que é lavável, porque não pode ser lavada. O elástico prende atrás da cabeça, não na orelha. A pessoa tem de encontrar o selo do Inmetro, tem de ter o CA (Certificado de Aprovação), que pode ser consultado online. E não precisa estar escrito N95, o termo correto é PFF2", explica Beatriz.

Orientação é não fazer estoque

Desde janeiro, diante do cenário de circulação de novas variantes do novo coronavírus, países europeus, como a Alemanha, passaram a exigir o uso de máscaras profissionais pela população em locais públicos e com grande circulação de pessoas. Segundo especialistas, a PFF2 é mais eficaz para evitar a infecção por aerossóis.

Pós-doutorando na Faculdade de Medicina na Universidade de Vermont (EUA), o físico e membro do Observatório Covid-19 Vitor Mori diz que a máscara PFF2 deve ser usada por pessoas que têm de trabalhar em locais fechados ou que enfrentam o transporte público lotado diariamente, mas que não é necessário nem correto fazer grandes estoques do modelo em casa.

"Tem de tomar cuidado para que não falte para os profissionais de saúde. A máscara PFF2 é a última linha de defesa para quem realmente não pode evitar de ir para locais fechados, para quem tem de pegar o transporte público todos os dias, como atendente da farmácia e caixa do supermercado, que é um trabalhador essencial."

Mori explica que as pessoas podem usar a máscara de tecido para exercícios ao ar livre e com distanciamento social ou para passear com o cachorro. "Mas, neste momento crítico da pandemia, se a pessoa puder ficar em casa, o ideal é ficar o máximo que puder."

Fora da situação da pandemia, essas máscaras seriam descartáveis. No entanto, segundo Mori, elas podem ser reutilizadas enquanto estiverem sem danos. "Se a manta filtrante estiver em bom estado, a máscara sem nenhum rasgo e com o elástico em boas condições, ela pode ser usada novamente."

A recomendação é deixar a máscara em local arejado por, no mínimo, três dias após o uso. Essa máscara não pode ser lavada nem higienizada com álcool. O uso correto é importante para que a máscara realmente proteja a pessoa.

"Depois de ajustar os tirantes elásticos e o clipe nasal, é preciso fazer um teste de verificação de vedação. A pessoa deve cobrir a maior área possível da máscara com as mãos, inspirar e expirar. Não pode ter passagem de ar." Para quem usa barba, a vedação não é garantida. Logo, é necessário remover os pelos faciais.

Infectologista, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Raquel Stucchi explica que a máscara PFF2 pode ser usada em situações como voos de avião - algumas empresas aéreas não permitem embarque com máscaras de tecido ou com válvulas -, mas diz que seu uso não é necessário para a população em geral.

"Mesmo com as novas variantes, o vírus não mudou de tamanho e a transmissão principal é por gotículas. As máscaras de tecido, no dia a dia, conseguem barrar transmissão do vírus. A máscara N95 é recomendada para quando tem aerossol, como no atendimento de um paciente que está no respirador, na UTI, e quando a gente vai colher o exame do swab nasal."

Ela destaca que a população deve reconhecer a importância da proteção com máscaras e continuar fazendo o uso mesmo com a imunização. "A gente deve sempre usar máscaras. As de algodão, com dupla camada, são suficientes. E mesmo as pessoas vacinadas devem usar máscaras", alerta Raquel.

O governo da Dinamarca decidiu suspender o uso da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 como medida preventiva, devido a temores relacionados com a formação de coágulos sanguíneos nos vacinados - informou sua Agência Nacional de Saúde, nesta quinta-feira (11).

A suspensão se dá, "depois dos informes de casos graves de formação de coágulos de sangue em pessoas que foram vacinadas com a vacina contra covid-19 da AstraZeneca", anunciou a Agência Nacional de Saúde, acrescentando que, "por enquanto, não se pode concluir que tenha uma relação entre a vacina e os coágulos de sangue".

Na segunda-feira (8), a Áustria informou que parou de administrar um lote de imunizantes produzidos pelo laboratório anglo-sueco. O anúncio se deu após a morte de uma enfermeira de 49 anos que sucumbiu a "graves distúrbios de sangramento", dias depois ser vacinada.

Outros quatro países europeus - Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo - suspenderam imediatamente a vacinação com doses desse lote, que foi entregue a 17 países e incluía um milhão de vacinas.

Já a Dinamarca interrompeu o uso de todas as suas vacinas da AstraZeneca.

Na quarta-feira (10), uma investigação preliminar da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) destacou que não havia relação entre a vacina da AstraZeneca e a morte na Áustria.

Até 9 de março, 22 casos de trombose foram notificados em um universo de mais de três milhões de pessoas vacinadas no Espaço Econômico Europeu, de acordo com a EMA.

"É importante ressaltar que não desistimos da vacina da AstraZeneca, mas estamos fazendo uma pausa em seu uso", afirmou o diretor da agência dinamarquesa, Søren Brostrøm, em um comunicado.

Secretaria de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia disponibilizou em seu portal, na última semana, uma cartilha com informações de educação financeira para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A iniciativa visa a auxiliar esse público na tomada de decisões mais conscientes com relação ao uso de seus recursos financeiros e contribuir para evitar o endividamento. Elaborada em linguagem simples, a cartilha trata das formas de acesso a benefícios, às modalidades de crédito, a prevenção a golpes e fraudes, além de informações adicionais sobre direitos das pessoas idosas.

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documento “Educação Financeira para Pessoas Idosas - Guia para aposentados e pensionistas do INSS” foi lançado no final do ano passado e aperfeiçoado após apresentação ao Conselho de Nacional de Previdência Social e sugestões dos seus membros.

 Em auditoria, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou ilegalidade na compra de cloroquina e hidroxicloroquina com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo federal tem dias para prestar esclarecimentos.

Em despacho realizado na última sexta (22), o ministro Benjamin Zymler lembrou que os supostos efeitos positivos dos medicamentos adquiridos no tratamento da covid-19 não possuem comprovação científica. Zymler colocou ainda que a cloroquina e a hidroxicloroquina só poderiam ser fornecidos pelo SUS para o tratamento da doença com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou de autoridades sanitárias estrangeiras.

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"Desta feita, como não houve manifestação da Anvisa acerca da possibilidade de se utilizar os medicamentos à base de cloroquina para tratamento da Covid-19 e tampouco dos órgãos internacionais [quatro autoridades sanitárias estrangeiras previstas em lei] antes mencionados, verifica-se não haver amparo legal para a utilização de recursos do SUS para o fornecimento desses medicamentos com essa finalidade", comentou o ministro.

Aplicativo polêmico

O TCU pediu ainda esclarecimentos a respeito do aplicativo TrateCov, do governo federal, que foi retirado do ar na quinta (21), depois de questionamentos da opinião pública. A plataforma recomendava o uso de antibióticos, bem como de cloroquina e ivermectina, para náusea e diarreia. A prescrição era indicada até para bebês.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselha o uso do remdesivir no tratamento de pacientes internados com Covid-19, uma vez que o antiviral não evita mortes, nem o agravamento da doença, indicou nesta sexta-feira (20).

"O remdesivir não é aconselhavel para os pacientes internados com Covid-19, seja qual for a gravidade da doença, uma vez que não há nenhuma prova de que ele aumente a sobrevivência ou permita evitar a respiração assistida", assinala o comunicado da OMS, que chegou a esta conclusão após consultar seu painel de especialistas, cuja avaliação será publicada na revista médica "BMJ".

Os especialistas destacaram "a possibilidade de efeitos colaterais importantes", bem como o custo "relativamente significativo e suas implicações logísticas", já que o mesmo deve ser administrado "de forma intravenosa".

O remdesivir foi desenvolvido contra a febre hemorrágica do Ebola e é vendido pelo laboratório Gilead sob o nome comercial Veklury. Em julho, ele se tornou o primeiro medicamento contra a Covid-19 a receber uma autorização de venda condicional no mercado europeu. A Agência Europeia do Medicamento informou em outubro que iria estudar a possibilidade de o remédio provocar "problemas renais agudos".

Um estudo divulgado no mesmo mês, feito a partir de testes realizados em mais de 30 países com o apoio da OMS, concluiu que o remdesivir não mostrou resultado em termos de redução da mortalidade. Segundo os especialistas da OMS, não se pode dizer que o remédio não tenha resultados benéficos, mas o fato de essa eficácia não ter sido comprovada clinicamente, somado a seus possíveis efeitos colaterais e custo, levou a organização a não recomendar o seu uso.

No momento, os corticoides, entre eles a dexametasona, são o único tratamento que permitiu reduzir a mortalidade da doença, embora em nem todas as categorias de pacientes.

A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) concedeu, nessa segunda-feira, autorização temporária para um novo tipo de tratamento contra a Covid-19, anticorpos sintéticos fabricados pela empresa americana Eli Lilly, apenas para pacientes com a forma leve ou moderada da doença.

O tratamento foi desenvolvido especificamente contra o novo coronavírus. Outros, como remdesivir e dexametasona, receberam autorização após terem mostrado certa eficácia contra o patógeno, mas suas moléculas já existiam antes da pandemia e tinham outros usos.

A FDA deu autorização "para o uso emergencial" do novo tratamento, baseando-se nos resultados de um teste clínico realizado com 465 adultos não internados. A Eli Lilly havia solicitado a aprovação da agência reguladora há pouco mais de um mês.

Os anticorpos poderão ser usados apenas em adultos e jovens com mais de 12 anos, que pesem a partir de 40 kg e corram "alto risco de evoluir para a forma grave ou internação".

O tratamento, chamado bamlanivimab, é administrado por meio de uma injeção intravenosa. Esses anticorpos imitam a ação do sistema imunológico após a infecção pelo novo coronavírus, bloqueando a ponta do vírus, que lhe permite aderir às células humanas e penetrá-las.

O tratamento é considerado mais eficaz na fase inicial da doença, quando os anticorpos ainda têm chance de deter o vírus. No teste clínico, apenas 3% dos pacientes com alto risco de desenvolver a forma grave da Covid-19 tiveram que ser internados ou procurar atendimento de emergência após receberem o bamlanivimab, frente a 10% que receberam um placebo.

A candidata à Prefeitura de São Paulo, Joice Hasselmann (PSL), não pediu autorização à Disney para usar personagens da série Os Muppets em sua propaganda eleitoral. A empresa informou, em nota, que não autoriza e nem licencia uso de imagens para fins políticos.

No vídeo da campanha divulgado na rede social da deputada federal, a personagem Miss Piggy dança ao som do jingle "Tem jeito, tem Joice". Outros personagens da série de televisão também aparecem na gravação.

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Em novembro de 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou que a utilização de jingle eleitoral em forma de paródia, mesmo sem autorização dos autores, não viola a Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98) em caso que isentou o deputado federal Tiririca (PL/SP) de indenizar a EMI Songs. No entanto, há omissão em relação ao uso de imagens, como no caso da campanha de Joice Hasselmann, e prevalece o Código Penal, que estipula detenção de três meses a um ano, ou multa.

O uso da personagem Miss Piggy faz referência a ataques gordofóbicos que a deputada sofre nas redes sociais. Em entrevista ao Estadão no dia 28 de agosto, Joice falou sobre o processo de emagrecimento e contou que xingamentos como "Peppa Pig", "porca" e "orca" a levaram a estado de profunda tristeza. "Com toda essa tristeza meu corpo adoeceu, praticamente faliu", contou a deputada. Em entrevista à revista Época, ela disse que a ideia do vídeo é promover uma propaganda "anti-bullying".

Procurada pelo Estadão, a assessoria da candidata disse que não vai se manifestar.

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (31), o secretário de saúde de Pernambuco, André Longo, admitiu que o estado observa relaxamento da população em relação ao uso da máscara, sobretudo nas praias. O equipamento é obrigatório, por decreto, desde maio, em prevenção à disseminação da covid-19.

“É fundamental manter a educação sanitária para que continuemos podendo dar passos adiante dentro do nosso plano de convivência. Todos temos aspirações do ponto de vista de retorno à normalidade, mas temos que estar sempre conscientes de que a covid-19 ainda é uma realidade, então todas as atividades devem ser feitas com cuidado. O estado não é onipresente. Precisamos da ajuda da população para fazer as denúncias quando encontrarmos alguma infração”, apelou Longo, ao ser questionado sobre a fiscalização nas praias.

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Em ronda no último fim de semana, a reportagem do LeiaJá voltou a observar a formação de aglomerações de pessoas nas praias da região metropolitana do Recife, onde é comum observar pessoas sem máscara permanecendo por longos períodos na faixa de areia. “Temos realmente percebido que as pessoas, em menor número, mas de forma significativa têm relaxado em relação ao uso da máscara e isso é muito ruim, porque amplia o potencial de transmissão do vírus. A gente vem buscando apoio das prefeituras para fazer esse disciplinamento”, colocou Longo.

Nesta segunda, Pernambuco registrou 445 novos casos da covid-19 e 19 óbitos causados pela doença. Assim, o estado totaliza 125.539 casos e 7.593 mortes em consequência do novo coronavírus.

Desde que pôde voltar a trabalhar há mais de um mês, Munish Tiwari, um motorista de táxi indiano, já recebeu duas multas de 500 rúpias (US$ 6,5) por desrespeitar a obrigação de usar máscara.

"Não é confortável e não consigo respirar quando uso", explica à AFP este motorista de Nova Délhi, que perdeu o ganho de um dia inteiro de trabalho pagando as multas.

"Tenho que usar quando tem passageiro, mas quando as portas fecham, e eles vão embora, costumo tirar. Sou presa fácil para a polícia", comenta Tiwari.

A pandemia de Covid-19 se encontra em expansão na Índia, que conta até agora com 23.727 mortos de um total de 906.752 casos oficialmente declarados da doença.

Os especialistas consideram que o pico do novo coronavírus ainda não foi atingido no segundo país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes.

Neste contexto de crise sanitária, o governo impõe o uso de máscara nos espaços públicos, nos transportes e no trabalho. Em geral, a medida é respeitada nas grandes cidades, mas muitos indianos usam este acessório de proteção individual de maneiras criativas e incorretas: pendurada na orelha, abaixo do nariz, em torno do queixo, entre outras.

- "Negligência" -

Desde março, a polícia de Nova Délhi impôs mais de 42.000 multas pelo não uso de máscara, ou por desrespeito à distância social. As multas em toda Índia variam de 200 rúpias, em Bangalore (US$ 2,6), a 1.000 rúpias (US$ 13,1), em Mumbai.

O total de multas pelo descumprimento de medidas sanitárias chega a cerca de 117.000 euros (US$ 131.000) em apenas um mês em Bangalore (sul), anunciou o chefe da polícia local, Hemant Nimbalkar.

Em recente pronunciamento transmitido à nação pela televisão, o primeiro-ministro Narendra Modi criticou a "negligência" de parte da população frente ao vírus e pediu aos indianos que não baixem a guarda neste momento.

Na cidade de Firozabad, no norte do território, quem não usa máscara não paga multa, mas deve assistir a um curso de quatro horas de duração sobre distância física e escrever 500 vezes "tem que usar máscara".

Em uma rua de Hyderabad, a AFP viu a professora Sunitha Michael com o elástico da máscara preso entre os dentes. É para poder falar no celular, explicou ela.

"Realmente, detesto usar a máscara, porque é algo muito pesado, mas tenho de respeitar as normas", admite a professora.

 A Comissão Europeia autorizou nesta sexta-feira (3), em tempo recorde, o uso do remédio remdesivir para tratamento de infectados pelo coronavírus Sars-CoV-2. O aval chega apenas uma semana após a recomendação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), encurtando um processo que costuma durar mais de dois meses.

"A autorização para o primeiro remédio para tratar da Covid-19 é um passo importante na luta contra o vírus", disse a comissária de Saúde do poder Executivo da União Europeia, Stella Kyriakides.

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Pelo menos dois grandes estudos conduzidos nos Estados Unidos mostraram que o remdesivir - desenvolvido pela empresa farmacêutica Gilead Sciences para combater o ebola, mas sem sucesso - reduz o tempo de internação de casos graves do novo coronavírus.

A recomendação da EMA é para uso do medicamento em pacientes com mais de 12 anos, que estejam com pneumonia e exijam auxílio para respirar. O governo dos EUA, no entanto, já fechou um acordo com a Gilead para comprar 500 mil doses de remdesivir nos próximos três meses.

Isso corresponde a 100% da produção no mês de julho e 90% para agosto e setembro, o que deve dificultar o acesso ao remédio no restante do mundo.

Da Ansa

O juiz federal Renato Borelli impôs ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o uso obrigatório de máscara em "todos os espaços públicos, vias públicas, equipamentos de transporte público coletivo e estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços do Distrito Federal". O magistrado da 9ª Vara Cível do Distrito Federal ainda estipulou a multa diária de R$ 2 mil em caso de descumprimento.

"O Presidente da República deve adotar todas as medidas necessárias para evitar o contágio da Covid-19, seja para resguardar sua própria saúde ou a de outras pessoas que o cercam, ou ainda imprimir a sua figura, de dirigente máximo do Poder Executivo Federal, o respeito à todas as normas em vigor no Brasil”, afirma um trecho da determinação dada nessa segunda-feira (22).

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O uso do equipamento se estende aos servidores e colaboradores da União em serviço. Em casos de descumprimento, a multa é de R$ 20 mil.

Clarrisa Tércio compartilha da opinião do presidente Bolsonaro sobre uso precoce dos medicamentos, mesmo contra recomendação da OMS. (Divulgação)

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A deputada estadual Clarissa Tércio (PSC-PE) anunciou, na última sexta (8), que direcionou metade de seu salário para a compra de hidroxicloroquina. O uso do medicamento por pacientes acometidos pela Covid-19 não é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por não ter sua eficácia comprovada cientificamente. A falta da medicação no mercado já preocupa usuários portadores de doenças como lúpus, que não podem deixar de utilizá-lo.

Clarissa Tércio afirmou que fez um pedido de informação à Secretaria do Estado de Pernambuco, solicitando informações sobre acerca as milhares de unidades de Hidroxicloroquina enviadas pelo governo federal. “Já que o Governo não tem sido transparente quanto ao uso da hidroxicloroquina nas unidades de saúde e diante da urgência de quem necessita, resolvi doar o medicamento para salvar vidas”, comentou.

A revisora de textos e servidora pública aposentada brasiliense Cely Curado teve uma mudança grande de rotina nas últimas semanas. Em isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19), ela conta que o tempo na internet triplicou: passou a ver mais filmes e ouvir mais música e começou a fazer cursos online por meio de plataformas criadas para este fim.

Esta é, hoje, a realidade de muitas pessoas. O recurso da internet vem crescendo para finalidades como o teletrabalho, a comunicação com parentes, amigos e colegas, a busca por informações e momentos de lazer no consumo de músicas e vídeos. Com isso, é preciso aumentar também os cuidados para evitar acessos indevidos, entrada de vírus ou golpes aplicados pela Web.

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A empresa especializada em segurança da informação Kaspersky identificou na América Latina mais de 300 domínios maliciosos usados para envio de mensagens falsas e 35 para difundir malwares entre fevereiro e 15 de março.

Um exemplo foi uma mensagem com uma conta de álcool gel de mais de R$ 3 mil. Quem clicava tinha um cavalo de troia instalado, que permitia o acesso à máquina do usuário pelos autores do golpe. Isso permitia, por exemplo, a realização de pagamentos e outras movimentações bancárias.

Outro caso foi uma campanha falsa distribuída no WhatsApp que simulava um anúncio da plataforma de vídeo Netflix que oferecia acesso gratuito durante a pandemia do novo coronavírus. Quem clicava era direcionado a um site. O objetivo dos autores era obter cliques para ganhar dinheiro com os anúncios na página de destino.

Cuidados

O Comitê Gestor da Internet lançou um guia com dicas para manter um uso seguro da internet. Mensagens diversas, incluindo boatos com curas milagrosas ou novidades, podem ser uma armadilha para implantar um vírus ou um código malicioso no computador ou smartphone do usuário (acesse aqui - https://internetsegura.br/coronavirus/).

Os códigos maliciosos podem ser vírus (que entram no computador como parte de um programa ou copiando-se para dentro do dispositivo), cavalo de troia (programa que executa ações sem o usuário saber), “ransomware” (mecanismo que veta usar determinados dados do equipamento, cujo acesso em geral é condicionado a um “resgate”) e “backdoor” (programa que permite o acesso remoto ao equipamento do usuário) (veja a cartilha do CGI sobre o tema - https://cartilha.cert.br/fasciculos/codigos-maliciosos/fasciculo-codigos-maliciosos.pdf).

Outro perigo são mensagens pedindo informações sobre o usuário, como dados pessoais, financeiros e bancários. Também é o caso de aplicativos e sites que prometem fazer testes online visando atestar se a pessoa está ou não infectada. No caso dos apps, a recomendação do CGI é baixar sempre de lojas conhecidas, como as do sistema operacional do smartphone. “Ao instalar aplicativos, evite fornecer dados e permissões quando não forem realmente necessários”, acrescenta o documento do CGI.

Uma sugestão é evitar sites que não tenham o endereço com “https”. Este é o indicador de um protocolo mais seguro das páginas na web. Já no caso do acesso remoto ao sistema da empresa em caso de teletrabalho, o melhor é recorrer a redes privadas virtuais, ou VPNs, no jargão técnico.   

Uma forma muito usada para violar a segurança de aparelhos é obter ou ultrapassar os sistemas de login. Por isso, o CGI recomenda a utilização do procedimento chamado “verificação em duas etapas”, que deixa mais complexo o acesso ao aparelho, evitando invasões. Uma cartilha específica foi publicada sobre o tema (acesse aqui – https://cartilha.cert.br/fasciculos/verificacao-duas-etapas/fasciculo-verificacao-duas-etapas.pdf).

Outra orientação é que o usuário busque sempre manter a cópia de reserva (back up) do aparelho em dia, pois uma invasão ou vírus pode danificar não somente o equipamento como os dados armazenados dentro dele. Além disso, a recomendação primária é manter os programas antivírus atualizados e realizar scanners nos computadores para verificar se foram infectados.   

Existem ainda outras formas de golpes virtuais. Um exemplo são conteúdos solicitando doações para vítimas da doença. O governo federal já esclareceu que não realiza tal procedimento. As pessoas devem se certificar se a fonte do pedido tem credibilidade e promove esse tipo de ação assistencial.

“Infelizmente, existem pessoas mal-intencionadas que se aproveitam justamente do momento de incerteza pelo qual estamos passando para aplicar golpes e divulgar informações falsas, alerta Miriam von Zuben, analista de segurança do Centro de Estudo, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br).

Por isso, afirma Miriam, é importante que os usuários redobrem a atenção em relação às mensagens recebidas, como aquelas que oferecem aplicativos com informações sobre a doença, páginas que oferecem teste de infecção ou, ainda, aquelas que oferecem produtos que estão com procura alta no momento, como álcool gel.

 O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, compartilhou em seu twitter um vídeo em que o médico Dráuzio Varella afirma que não há motivo para pânico a respeito do coronavírus. Acontece que o registro é do dia 30 de janeiro deste ano, quando a pandemia ainda não havia eclodido no Brasil, embora Salles tenha chamado o vídeo de “nova manifestação”, como se fosse recente.

“As coisas são dinâmicas. Em nova manifestação, Drauzio Varela diz: ‘Motivo para pânico não existe nem agora, lógico’ mas ‘Reforcem as medidas de precaução... lavar as mãos, evitar ficar próximo de outras pessoas e especialmente proteger os mais velhos’”, ironizou Salles. Também em suas redes sociais, Dráuzio reagiu à atitude, que classificou como sendo um “desserviço” à população. “Não sabemos por qual motivo ou intenção”, questionou.

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O médico reforçou ainda que o conteúdo já não está mais disponível em seu canal e que a atual situação “exige” que as pessoas fiquem em casa. “Este vídeo não está mais no ar em nossos canais há um tempo, pois nosso compromisso é com a saúde dos brasileiros e a informação correta no momento correto”, escreveu Varella.

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