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As equipes de resgate continuam procurando, nesta segunda-feira (28), por uma menina de 12 anos soterrada há quase dois dias sob o lixo após um desabamento em um grande aterro no oeste da Índia.

Neha Vasava e um menino de seis anos estavam recolhendo plástico e metal de uma pilha de lixo de entre 25 e 30 metros de altura no aterro sanitário de Pirana, em Ahmedabad, quando parte do monte desabou sobre eles no sábado à noite.

Cerca de quatro milhões de indianos, muitos deles crianças, trabalham em condições perigosas e insalubres nos aterros de lixo para recolher diversos materiais para vender.

"O menino também ficou soterrado no lixo, mas sua cabeça estava visível e os moradores do local conseguiram salvá-lo", disse à AFP o chefe dos bombeiros MP Mistry. "Nossas operações continuarão até que a encontremos", afirmou.

Ele também explicou que o trabalho dos socorristas foi prejudicado pela "impossibilidade de respirar normalmente em meio a toneladas de lixo" e também pelos cachorros de rua que vivem no aterro.

Este aterro gigantesco recebe cerca de 3.500 toneladas de lixo por dia de Ahmedabad, uma cidade de 5,6 milhões de habitantes. Várias centenas de famílias vivem neste local em condições de extrema pobreza e trabalham ali como catadores.

Segundo a UNICEF, mais de 41 milhões de crianças menores de 12 anos são forçadas a trabalhar no sul da Ásia.

Os especialistas consideram que o confinamento imposto pela pandemia de coronavírus, que deixou milhões de pessoas sem recursos, agravou o problema do trabalho infantil.

A renúncia do governo libanês abre, nesta terça-feira (11), uma fase de negociações e debates para determinar quem assumirá um país onde a revolta ressoa uma semana após a trágica explosão que devastou o porto de Beirute.

A tragédia de 4 de agosto alimentou a ira da opinião pública, ainda traumatizada com os 160 mortos e 6.000 feridos em uma cidade na qual bairros inteiros viraram campos de ruínas.

Desde o outono de 2019, o país tem sido palco de uma revolta popular sem precedentes, na qual milhares de libaneses saem às ruas para denunciar as dificuldades econômicas que só se agravam e uma classe política sem mudanças há décadas, acusada de corrupção e incompetência.

Para acalmar as ruas após a explosão, o governo do primeiro-ministro Hassan Diab renunciou na segunda-feira. Mas, exatamente uma semana após a tragédia do porto, os libaneses exigem que os responsáveis sejam levados à Justiça e sejam responsabilizados pela negligência do Estado.

"A república está desmoronando", foi a manchete do jornal L'Orient-Le Jour desta terça-feira.

"O apocalipse de 4 de agosto foi a manifestação mais dura e severa do mau funcionamento das instituições e do aparato estatal", comentou o jornal em seu editorial.

Nomeado no final de janeiro, o governo de Diab consistia em um único campo político, o do movimento xiita Hezbollah e seus aliados.

O governo cuidará dos assuntos correntes até que seu sucessor seja nomeado.

Diab era criticado há vários meses por sua incapacidade de responder à crise econômica, a desvalorização histórica da libra libanesa, escassez de combustível e hiperinflação.

- "Governo neutro" -

A grande questão é quem o sucederá, em um país acostumado a debates intermináveis entre forças políticas que passam vários meses negociando pastas antes de nomear um governo.

Resta saber se desta vez a magnitude do cataclismo os levará a mostrar velocidade.

Contará também a participação da comunidade internacional.

Citando fontes políticas, o jornal Al-Akhbar, próximo ao Hezbollah, assegura que Washington, Riade e Paris estão pressionando pela nomeação do ex-embaixador Nawaf Salam como chefe de um "governo neutro".

Este diplomata de grande experiência, que representou seu país na ONU, foi juiz da Corte Internacional de Justiça (CIJ).

A posição do influente Hezbollah e a de seu aliado, o presidente do Parlamento Nabih Berri, ainda não é conhecida, disse o jornal.

Os libaneses permanecem quase indiferentes aos debates políticos. Eles ainda estão nos bairros devastados de Beirute, limpando por conta própria os escombros, enquanto criticam a inércia das autoridades.

- Pão para duas semanas -

O que causou a catástrofe foi um incêndio em um armazém onde 2.750 toneladas de nitrato de amônio estavam armazenadas por seis anos sem "medidas de precaução", como reconheceu o primeiro-ministro Hassan Diab.

O porto foi completamente arrasado.

Em um país mergulhado em uma severa crise econômica, a tragédia gerou insegurança alimentar.

Quase "85% dos alimentos do Líbano são importados e passam por este porto", disse David Beasley, diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) na segunda-feira.

Ele falou do porto, onde um avião descarregava geradores, guindastes e elementos para fazer depósitos temporários.

O objetivo é restabelecer alguns serviços "em duas semanas" para garantir o abastecimento alimentar do país.

"No estado atual, os libaneses terão pão por apenas mais duas semanas, por isso é essencial lançar essas operações", disse Beasley.

Agentes do FBI fortemente armados fizeram uma busca e apreensão nesta quarta-feira (5) na casa californiana da estrela do YouTube Jake Paul, como parte de uma investigação, informou o advogado do influenciador.

Imagens transmitidas pela imprensa local mostraram armas de fogo sendo apreendidas na mansão de Paul em Calabasas, perto de Los Angeles, após uma busca que durou horas e envolveu uma equipe do batalhão de choque da polícia, a SWAT.

"Entendemos que um mandato de busca foi executado na casa de Jake em Calabasas esta manhã, enquanto Jake estava fora do estado", declarou o advogado Richard Schonfeld em declaração à AFP.

Paul, que tem mais de 20 milhões de inscritos no YouTube e já explorou carreiras no cinema, na música e até no boxe profissional, foi recentemente flagrado em vídeo saqueando comércios no Arizona durante um protesto antiracismo, em maio.

O influenciador foi acusado de invasão de propriedade privada e de participar de assembleia ilegal. Ele se declarou inocente.

As acusações iniciais foram retiradas para permitir uma investigação penal federal.

Um porta-voz do FBI declarou nesta quarta-feira à AFP que os agentes investigam "as acusações de atos criminosos" no centro comercial de Arizona e que "executaram mandatos de busca federais na Califórnia e em Las Vegas, Nevada, relacionados a esta investigação".

O advogado de Paul afirmou estar reunindo informações, mas que colabora com a investigação.

Paul, de 22 anos, também se viu em meio a polêmicas devido às barulhentas festas na mansão de Calabasas, uma comunidade exclusiva nos arredores de Los Angeles onde morram diversas celebridades.

No YouTube, Paul promete um conteúdo "de comédia, atuação, esportes extremos e aventuras loucas".

Seu irmão mais velho, Logan Paul, também é uma estrela do YouTube, plataforma na qual tem 22 milhões de inscritos.

Desde o início da manhã desta terça-feira (28), a polícia alemã realiza buscas em um canteiro perto de Hanover, ligadas ao misterioso desaparecimento da britânica Maddie McCann em 2007 em Portugal.

O caso voltou à tona no início de junho com a identificação de um novo suspeito, Christian B., de 43 anos, um pedófilo alemão já condenado por estupro em Portugal e atualmente em detenção.

"Essas buscas estão ligadas à nossa investigação do caso Maddie McCann", disse à AFP Julia Meyer, porta-voz da Promotoria de Brunswick, sem dar mais detalhes.

Vários veículos da polícia foram enviados para o local da busca, um lote localizado na periferia oeste da cidade.

Os investigadores usam cães farejadores, pás e uma escavadeira, de acordo com o jornal local "Hannoversche Allgemeine", que afirmou que o suspeito morou em Hanover, no norte da Alemanha.

Esses canteiros são muito populares na Alemanha, geralmente permitindo que os moradores da cidade se beneficiem de um pequeno espaço onde cultivam frutas e legumes, fazem churrascos com amigos e descansam nos fins de semana.

Esta nova busca pode confirmar a tese dos investigadores alemães. Recentemente, eles foram os primeiros a afirmar que Madeleine McCann, que desapareceu há 13 anos, estaria morta.

Em meados de junho, a Promotoria de Brunswick explicou que tinha "provas, ou fatos, concretos" que apoiavam a morte da menina, mas nenhuma "evidência forense", como, por exemplo, os restos do corpo.

Christian B. está atualmente detido em Kiel, no norte da Alemanha, por outro caso.

Na época do crime, morava a poucos quilômetros do hotel, no balneário português da Praia da Luz, onde a criança sumiu. Já em detenção, teve de ser colocado em confinamento solitário para impedir que fosse atacado por outros detentos.

Ele é suspeito do assassinato da menina, que estava de férias com os pais e os irmãos em Portugal.

Segundo seu advogado, citado na mídia, o homem nega qualquer envolvimento no desaparecimento de Maddie.

Segundo a imprensa alemã, os investigadores encontram no veículo do suspeito roupas de banho infantis. Também estaria em posse de milhares de imagens pedófilas. Em algumas, ele aparece em cena.

O suspeito apresentou um pedido de liberdade, que não terá êxito, de acordo com a Promotoria. Ele é alvo de um pedido de extradição para Portugal pelo estupro de uma mulher de 72 anos.

O caso também provocou polêmica, em particular em torno dos erros da polícia alemã, que teria informado Christian B. já em 2013 que suspeitava dele. Isso pode ter-lhe dado tempo suficiente para destruir qualquer prova do crime.

Os investigadores alemães também estudam um possível paralelo com outro caso de desaparecimento, o da pequena Inga, em 2015, em uma floresta na região alemã da Saxônia-Anhalt.

Vários outros assassinatos não resolvidos de crianças e adolescentes na Europa, principalmente na Bélgica e na Holanda, também estão sendo verificados para determinar se o suspeito pode estar envolvido.

O corregedor nacional do Ministério Público, Rinaldo Reis Lima, decidiu nesta quarta-feira (22) abrir uma reclamação disciplinar para apurar a conduta do coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. O caso diz respeito às críticas feitas pelo procurador à decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que suspendeu nesta terça-feira uma operação de busca e apreensão no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP).

Em sua conta pessoal no Twitter, Deltan disse que a decisão de Toffoli é "muito equivocada" e a considerou uma "solução casuísta que está equivocada juridicamente". "Se a moda pega, o mesmo argumento de Toffoli poderia ser utilizado contra buscas e apreensões em quaisquer lugares, pelo risco de prejuízo à atividade empresarial, judicial, advocatícia, ministerial etc., dignas de igual proteção, o que inviabilizaria a apuração de crimes", escreveu o procurador.

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"Com todo o respeito ao STF e seu presidente, trata-se de solução casuísta que está equivocada juridicamente e que, independentemente de sua motivação, a qual não se questiona, tem por efeito dificultar a investigação de poderosos contra quem pesam evidências de crimes", concluiu o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

Toffoli suspendeu a operação nas dependências do Senado, determinada pela Justiça Eleitoral de São Paulo, apontando para o risco de as provas colhidas na investigação de Serra (como dados armazenados em computadores) incluírem objetos ligados ao exercício do atual mandato.

"A situação evidenciada, portanto, eleva, sobremaneira, o risco potencial de sejam apreendidos documentos relacionados ao desempenho da atual atividade do congressista, o que, neste primeiro exame, pode implicar na competência constitucional da Corte para analisar a medida", observou o presidente do Supremo, responsável pelos despachos considerados urgentes durante o recesso do tribunal.

A abertura de uma reclamação disciplinar contra Deltan marca mais um revés para a Lava Jato em Curitiba. No início deste mês, Toffoli determinou às forças-tarefa da Lava Jato que apresentem dados e informações da operação à Procuradoria-Geral da República (PGR). A medida foi tomada em ação da PGR sob relatoria do ministro Edson Fachin que questiona ingerência dos procuradores ao supostamente investigar os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), quando ambos possuem prerrogativa de foro privilegiado.

Respeito

Procurado pela reportagem, o procurador informou "está à disposição para prestar esclarecimentos sobre as postagens, assim como tem prestado esclarecimentos constantes à imprensa e às Corregedorias quando solicitado".

"No tocante à postagem objeto de questionamento, o procurador entende que fez críticas respeitosas a fim de contribuir para o debate democrático de ideias. Como o procurador deixou claro na própria sequência de posts, entende que 'as instituições são essenciais para a democracia e desempenham em medida relevante seus papeis. A crítica a parte de suas decisões é um instrumento para o aperfeiçoamento das instituições. A liberdade de expressão crítica é aliás um pilar da própria democracia'", disse Deltan, em nota.

Abaixo, a sequência de tuítes postada por Deltan:

"Toffoli proibiu o cumprimento de busca e apreensão no gabinete de José Serra no Senado por entender que poderia haver a "apreensão de documentos relacionados ao desempenho da atividade parlamentar". Entenda por que a decisão é muito equivocada na thread:

1. O STF limitou o foro privilegiado para crimes praticados no exercício e em razão da função em 03/05/18. É pacífico que José Serra não tem foro privilegiado para os crimes específicos que a Justiça Eleitoral investiga na operação de hoje. O STF não tem competência sobre o caso.

2. O ambiente parlamentar, assim como qualquer outro ambiente, não pode funcionar como um bunker que permita a ocultação de crimes. Não há qualquer regra constitucional ou legal que ampare a ideia de um foro privilegiado de imóvel.

3. Se for feita a busca no gabinete do Senado e se encontrar fortuitamente alguma prova de crime submetido à jurisdição do STF (crime praticado no exercício e em razão da função), a Justiça remeterá tais provas ao STF, o que é suficiente para preservar a jurisdição do tribunal.

4. Se a preocupação do STF está em impedir prejuízo à continuidade da atividade parlamentar, a solução é determinar que a Polícia entregue imediatamente cópia de todo o material para o Senado e não impedir que provas de crimes sejam procuradas e apreendidas.

5. "Se a moda pega": o mesmo argumento de Toffoli poderia ser utilizado contra buscas e apreensões em quaisquer lugares, pelo risco de prejuízo à atividade empresarial, judicial, advocatícia, ministerial etc., dignas de igual proteção, o que inviabilizaria a apuração de crimes.

6. Com todo o respeito ao STF e seu presidente, trata-se de solução casuísta que está equivocada juridicamente e que, independentemente de sua motivação, a qual não se questiona, tem por efeito dificultar a investigação de poderosos contra quem pesam evidências de crimes."

O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o mandado de busca e apreensão que seria cumprido na manhã desta terça-feira (21), no gabinete do senador José Serra (PSDB), alvo de investigação sobre suposto caixa 2 de R$ 5 milhões na campanha de 2014. A decisão atende a pedido da mesa diretora do Senado, presidida por Davi Alcolumbre (DEM-AP), que argumentou que a ordem expedida pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo "retirava a eficácia das prerrogativas constitucionais do Poder Legislativo e constitui flagrante violação à hierarquia do Poder Judiciário".

Mais cedo, Alcolumbre impediu a entrada da Polícia Federal no gabinete do tucano e mobilizou os advogados da Casa para acionar o STF no caso.

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A Operação Paralelo - a terceira fase da operação Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo - foi desencadeada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Eleitoral de São Paulo. A ofensiva foi aberta por ordem da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, que também determinou o bloqueio judicial de contas bancárias dos investigados.

Um dos principais alvos da ofensiva da PF é o empresário José Seripieri Junior, fundador e ex-presidente da Qualicorp, preso temporariamente no âmbito da operação. Segundo a Ministério Público Eleitoral, supostas doações de R$ 5 milhões não contabilizadas à Serra em 2014 teriam sido feitas a mando de "Junior".

A Polícia Federal apontou ainda que a investigação identificou outros pagamentos, "em quantias também elevadas e efetuados por grandes empresas, uma delas do setor de nutrição e outra do ramo da construção civil, todos destinados a uma das empresas supostamente utilizadas pelo então candidato para a ocultação do recebimento das doações".

Defesas

Em nota, a assessoria do tucano afirma que "o senador José Serra foi surpreendido esta manhã com nova e abusiva operação de busca e apreensão em seus endereços, dois dos quais já haviam sido vasculhados há menos de 20 dias pela Polícia Federal. A decisão da Justiça Eleitoral é baseada em fatos antigos e em investigação até então desconhecida do senador e de sua defesa, na qual, ressalte-se, José Serra jamais foi ouvido".

"José Serra lamenta a espetacularização que tem permeado ações deste tipo no país, reforça que jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública e sempre pautou sua carreira política na lisura e austeridade em relação aos gastos públicos. Importante reforçar que todas as contas de sua campanha, sempre a cargo do partido, foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Serra mantém sua confiança no Poder Judiciário e espera que esse caso seja esclarecido da melhor forma possível, para evitar que prosperem acusações falsas que atinjam sua honra", finaliza a nota.

A Qualicorp também se manifestou: "a nova administração da Companhia informa que adotará as medidas necessárias para apuração completa dos fatos narrados nas notícias divulgadas nesta manhã na imprensa, bem como colaborará com as autoridades públicas competentes".

O advogado Celso Vilardi, que defende o empresário José Seripieri, disse que irá se manifestar assim que tiver acesso aos autos. A reportagem também fez contato com a criminalista Flávia Rahal, que defende o senador José Serra. O espaço está aberto para manifestação.

O PSDB de São Paulo também publicou nota, na qual "reitera sua confiança no senador José Serra, pautada nos mais de 40 anos de uma vida pública conduzida de forma proba e correta. Mantemos nossa confiança no poder judiciário e no esclarecimento dos fatos", diz o texto.

Marte é o único local do universo em que a humanidade tem possibilidades concretas de encontrar provas de vida extraterrestre pretérita e essa busca intensa poderia, enfim, render frutos com o envio de três novas missões ao planeta vermelho.

Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos vão aproveitar o posicionamento celeste favorável deste verão no hemisfério norte para enviar uma série de robôs, tanto para orbitar quanto para pousar em Marte.

"Marte é a prioridade das explorações espaciais, visto que sabemos que há bilhões de anos era habitável", explicou Jean-Yves Le Gall, presidente da agência espacial francesa CNES, responsável por um dos principais instrumentos da missão "Marte 2020", da Nasa.

Enquanto a Lua é "desesperadamente vazia de vida", Marte tem sido "promissor neste sentido desde o século XVII", quando se observou a possível presença de água em forma de gelo em seu polo sul, explica o astrofísico Francis Rocard.

Em 1976, duas missões de pouso do programa americano Viking forneceram pela primeira vez dados 'in situ' sobre sua atmosfera e solo... Concluindo na ausência de vida na superfície.

"Foi uma decepção", que desacelerou a exploração marciana durante 20 anos, explicou à AFP Rocard, especialista em sistema solar.

"Faltou mudar a estratégia com uma nova doutrina: 'Seguir a água, o carbono, a luz!'", os elementos que pressupõem a formação de organismos vivos, prosseguiu.

No começo dos anos 2000, a descoberta de que em algum momento houve água em estado líquido acendeu paixões e desde então cada missão aporta "cada vez mais provas de que Marte não está tão morto quanto se acredita", segundo o biólogo Michel Viso.

- A história da água -

O trabalho do veículo "rover" Perseverance, da Nasa, cuja chegada a Marte está prevista para fevereiro de 2021, gera grandes expectativas.

Complementar do robô Curiosity, que opera em uma cratera marciana desde 2012, o Perseverance elegeu domicílio em um entorno inexplorado até agora: a cratera Jezero, da qual recolherá amostras para trazê-las para a Terra, uma novidade completa.

Esta bacia de 45 km de diâmetro é um terreno ideal para conservar o rastro de uma vida passada na superfície: é rica em rochas sedimentares e seu relevo em forma de delta é atribuído à desembocadura de um antigo rio.

Além disso, ao estudar a geologia de Jezero, o "rover" poderá caracterizar o entorno geoquímico que deu origem à superfície aquática, permitindo compreender a "história da água" em Marte, segundo Rocard.

"De fato, houve água em Marte, mas a questão que nos deixa loucos é: por quanto tempo? Quanto mais longo fosse este período, mais possibilidades haveria de que se criasse alguma forma de vida", segundo este astrofísico.

A ciência ignora quanto tempo foi necessário que houvesse água na Terra para permitir a vida, nem quando apareceu exatamente.

Consequentemente, decifrar a história de Marte suporia também esclarecer a da Terra, assim como compreender por que a vida desapareceu no primeiro e perdurou no segundo, apesar de ambos reunissem as mesmas condições há quatro milhões de anos.

No nosso planeta azul, os primeiros vestígios de vida datam de 3,5 bilhões de anos, mas "certamente começou antes", segundo Jorge Vago, especialista científico da Agência Espacial Europeia (ESA), cuja missão "ExoMars" partirá em 2022 para esquadrinhar o solo marciano.

Mas a atividade tectônica das placas terrestres, que renova com frequência a crosta em profundidade, impede a preservação da vida ancestral e, por isso, impossibilita encontrar seus vestígios.

Marte, ao contrário, é isento de tectônica, razão pela qual é suscetível de ter conservado em suas entranhas a marca de uma vida "original", de mais de 4 bilhões de anos.

- Fragmentos decisivos -

E se nunca houve vida? A análise de amostras marcianas na Terra, aguardada pelos cientistas há anos, será sem dúvida decisiva para determinar uma resposta, graças ao trabalho de instrumentos inovadores, como os síncrotrons (aceleradores de partículas).

"Se houver algo, saberemos através destas amostras", resume Viso.

Mas não antes de dez anos, visto que o retorno à Terra será uma missão extremamente complexa.

"E cuidado: não vamos nos deparar com uma chave-mestre: o mais provável é um conjunto de presunções que poderia nos levar a dizer, 'Sim, estas moléculas são, sem dúvida, restos de uma atividade metabólica, microbiana, por exemplo'", afirma.

Há outros locais com potencial para abrigar vida extraterrestre no universo, como Encélado e Europa, luas que orbitam, respectivamente, Saturno e Júpiter. Mas partir em busca de amostras ou perfurar sua espessa camada de gelo por enquanto está nos domínios da ficção científica.

A Google anunciou nesta segunda-feira que começou a adicionar indicações de verificação de dados, ou fact-ckecking, às imagens, como parte de seus esforços para impedir informações visualmente enganosas.

As novas indicações serão acrescentadas aos vídeos e fotos que aparecem nos resultados das buscas feitas no Google Imagens, informou a gigante da tecnologia.

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A empresa mostrou como funciona o sistema de verificação com uma ilustração de um conjunto de imagens falsas que circularam amplamente e mostram o que seriam tubarões nas ruas de Houston após um furacão em 2017.

"Os vídeos e fotos são uma forma incrível de ajudar as pessoas a entender o que acontece no mundo. Mas o poder dos meios visuais tem suas armadilhas, principalmente quando há dúvidas envolvendo a origem, autenticidade ou contexto de uma imagem", disse o gerente de produtos da Google, Harris Cohen.

As novas indicações irão se apoiar na base de dados ClaimReview, administrada por verificadores independentes. "Agora, quando se faz uma busca no Google Imagens, aparece uma indicação "Fact Check" abaixo dos resultados em miniatura das imagens", explicou Cohen. "Quando você clicar em um desses resultados para ver a imagem em formato maior, aparecerá um resumo da verificação dos dados que aparecem na página web associada."

Segundo a Google, as menções não irão afetar a classificação das buscas. "Nossos sistemas são desenvolvidos para mostrar as informações mais relevantes e confiáveis disponíveis, inclusive das fontes que proporcionam verificação de informações", assinalou Cohen.

O portal dedicado ao universo dos torrent, TorrentFreak, divulgou que a Google está dificultando o acesso a páginas com downloads de filmes e séries. Os sites com conteúdo pirata não foram removidos do buscador, porém não estão sendo mostrados na primeira página da pesquisa, o que os torna invisíveis para os usuários que ignoram os resultados das demais páginas.

De acordo com o TorrentFreak, os sites testados na busca foram o 1337x.to, EZTV, LimeTorrents, NYAA e Torrentz2. Mesmo especificando o nome do site que oferece esse conteúdo, o resultado da primeira página traz conteúdos relacionados a Wikipedia, páginas de notícias sobre esses sites ou cópias dos originais. Essa restrição não foi mostrada em outros buscadores como Bing.

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Segundo o TorrentFreak, diminuir o alcance dos sites é uma forma de censura e isso vai contra as declarações da própria Google, que sempre se mostrou contra a esse tipo de prática.

 

Esquecer objetos no transporte público não é nenhuma novidade. Provavelmente você já perdeu um celular, carteira ou fone de ouvido no ônibus ou no metrô, por exemplo - ou pelo menos conhece alguém que passou por isso. Na Suíça, no entanto, o 'esquecimento' ganhou outra proporção: algum esquecido deixou uma sacola com três quilos de ouro em um vagão de trem.

De acordo com o noticiado pela rede britânica BBC, o caso aconteceu em outubro do ano passado, mas as autoridades suíças resolveram divulgar a história à imprensa apenas agora, que não tiveram êxito em rastrear o dono da sacola.

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O que se sabe até o momento é que o proprietário do verdadeiro tesouro - com valor estimado em 152 mil libras (o equivalente a 189 mil dólares ou 955 mil reais na cotação atual) - entrou no vagão que fazia a linha entre St. Gallen e Lucerna.

Segundo as autoridades suíças, o dono tem cinco anos para apresentar sua queixa no gabinete da promotoria de Lucerna. O comunicado, porém, não deixa claro como será confirmada a alegação de propriedade.

A China lidera a corrida por uma vacina contra a Covid-19 e já realiza testes em humanos, mobilizando o exército e acelerando os trâmites, mas seus laboratórios devem melhorar uma imagem manchada por inúmeros escândalos.

Pequim, que quer imunizar sua população o mais rápido possível e obter reconhecimento internacional, ajuda suas empresas fornecendo cepas de vírus ou com ajuda financeira.

Uma tática que tem dado frutos, já que das dez vacinas em fase de teste clínico (isto é, com seres humanos) no mundo, cinco são chinesas.

Entre as investigações mais avançadas estão as da Academia Militar de Ciências Médicas, que colabora com a empresa farmacêutica CanSinoBIO.

O projeto é altamente midiatizado. Liderando a investigação está o general Chen Wei, um epidemiologista de 54 anos que aparece regularmente uniformizado. E os voluntários para os ensaios clínicos já têm selos com sua efígie.

Menos de seis meses desde o surgimento da Covid-19 em Wuhan (centro), os primeiros resultados da vacina são encorajadores, de acordo com um estudo publicado na revista médica The Lancet.

Para ir mais rápido, a China autorizou que as etapas fossem aceleradas. Os laboratórios podem executar etapas pré-clínicas em paralelo, quando sempre foram realizadas uma após a outra.

Ding Sheng, diretor do Instituto Farmacêutico da prestigiada Universidade Tsinghua em Pequim, criticou esses "métodos não convencionais".

"Entendo que as pessoas estão esperando ansiosamente por uma vacina. Mas, do ponto de vista científico, não podemos nos dar ao luxo de diminuir nossos critérios, mesmo em uma emergência", disse no Diário do Povo.

As autoridades concederam autorizações de "fase 1 + fase 2" aos investigadores. Isso permite que dois estágios sejam encadeados sem validação intermediária.

- Subornos -

"A China não é a única", diz Nick Jackson, da Coalizão para a Inovação da Preparação Epidêmica (Cepi) - uma fundação internacional de pesquisa de vacinas.

"Muitas organizações em todo o mundo conduzem testes adaptados que permitem uma transição rápida dos estudos da fase 1 para a fase 2", lembra Jackson. "Neste caso, é necessário, dada a necessidade urgente de uma vacina".

A empresa farmacêutica estatal Sinopharm, que atualmente prepara duas, espera poder chegar ao mercado no final de 2020 ou no início de 2021.

O diretor-geral do Centro Chinês de Prevenção e Controle de Doenças já espera uma vacina a partir de setembro para o pessoal da saúde.

Mas, além da pesquisa, a China terá que convencer da qualidade de suas vacinas. E é que esse setor foi abalado por vários escândalos de vacinas defeituosas, que afundaram a confiança da população nas vacinas 'fabricadas na China'.

A fabricante local Changchun Changsheng teve que pagar em 2018 uma multa de 9,1 bilhões de yuans (1,2 bilhão de euros, US$ 1,35 bilhão) depois da descoberta de um processo de fabricação ilegal de vacinas contra a raiva.

A mesma empresa produziu vacinas DTP (difteria, tétano e poliomielite) defeituosas que foram administradas a mais de 200.000 crianças.

Uma empresa que atualmente trabalha com uma vacina para a COVID-19 também esteve envolvida no escândalo. O Instituto de Pesquisa de Produtos Biológicos de Wuhan (filial da Sinopharm) produziu mais de 400.000 doses de DTP "que não estavam dentro dos padrões", segundo as autoridades.

- "Reputação internacional" -

Outro problema que gangrena o setor é a corrupção. A imprensa relata regularmente condenações de autoridades locais que aceitaram suborno de laboratórios para comprar suas vacinas.

Por esse motivo, "o governo é muito cuidadoso no controle dos pedidos de autorização de vacinas", diz o professor Lung-Ji Chang, presidente do Instituto de Medicina Geno-Imune de Shenzhen (China), que também está trabalhando em uma vacina contra o novo coronavírus.

No final de 2019, uma lei entrou em vigor para impedir que doses defeituosas fossem colocadas no mercado.

Mas a imprensa relatou vários escândalos nos últimos 12 meses: vacinas falsas no hospital Hainan (sul); crianças que foram vacinadas para outra doença em Hebei (norte); Vírus da brucelose que escapa durante a fabricação de uma vacina no Instituto Veterinário de Gansu (noroeste).

"Isso não significa que a China não tenha capacidade para produzir uma vacina segura e eficaz contra a Covid-19", diz Yanzhong Huang, pesquisador do think tank Council on Foreign Relations.

O que está em jogo é enorme, já que o presidente Xi Jinping prometeu que uma futura vacina chinesa seria um "bem público global" acessível para o maior número possível, adverte.

Diante de uma pandemia que deixou as aéreas praticamente sem operação e impôs um severo distanciamento social, as buscas por passagem aérea no Brasil atingiram o menor nível histórico na plataforma Google. Os dados foram compilados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) por meio da ferramenta Google Trends. Os números mostram que a retomada do setor pela perspectiva do interesse dos passageiros ainda não começou no País, mas pelo menos parou de cair. Na contramão, o mercado global dá sinais de que o pior já passou e as pessoas começaram a retomar o interesse.

Segundo dados do Google, a busca por passagem aérea no Brasil na plataforma atingiu o menor nível da série histórica, que começou em 2004. O interesse no termo caiu 81% de fevereiro para abril (de 91 para 17), mas se estabilizou em maio.

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A métrica usada pelo Google é a seguinte: um valor de 100 representa o pico de popularidade de um termo em uma determinada região. Já uma pontuação de 0 significa que não havia dados suficientes para a busca.

Os dados globais mostram uma retomada de 30% em maio na comparação com abril - este último também o pior da série histórica do buscador (26). Nesta quarta-feira, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) apontou uma série de dados, assim como a melhora nas buscas do Google por passagens, como uma luz no fim do túnel.

De acordo com o economista-chefe da Iata, Brian Pearce, o setor mostrou uma recuperação no número de voos (considerando também o de transporte de carga) em maio. "Vimos uma elevação de 30% no dia 27 de maio na comparação com 21 de abril, que demonstrou ter sido o menor ponto na crise em termos de voos. Isso sugere que o mês de maio foi melhor também para os passageiros", disse, durante coletiva com jornalistas.

O economista reforçou a tendência de retomada do negócio via mercado doméstico. "As aéreas estão se esforçando para puxar a demanda, com oferta de passagens", destacou. Segundo dados da Iata, as tarifas para voos no mercado doméstico em maio foram 23% menores na comparação anual.

A crise, entretanto, vai deixar uma conta elevada. A demanda global de transporte aéreo de passageiros (medida em RPK, ou Passageiros-Quilômetros Pagos transportados) despencou 94% em abril na comparação com igual mês de 2019. "A indústria atingiu nível sem precedentes em abril", destacou Pearce. A oferta de assentos (medida por assentos-quilômetros ofertados, ou ASK) naquele mês recuou 87% na comparação anual. Já a taxa de ocupação atingiu mínima histórica de 36,6%. Em igual período de 2019, o indicador estava em 83%.

Segundo o sócio-fundador do Fenelon Advogados, Ricardo Fenelon, a menor retomada do Brasil até agora se dá pela diferença temporal em que a pandemia atingiu a América Latina. Enquanto China e Europa dão sinais de recuperação e queda na contaminação, o Brasil tem registrado crescimento dia a após dia e hoje ocupa o segundo lugar no número de casos de covid-19.

Fenelon destacou que o Brasil conseguiu dar importantes passos para proteger o setor aéreo no início da pandemia. "A Ryanair, que em 2019 transportou sozinha mais passageiros do que todas as aéreas brasileiras, parou. E aqui conseguimos manter". Em 2019, as companhias locais transportaram 104,4 milhões de passageiros. Somente a irlandesa de baixo custo Ryanair transportou 142 milhões. O desafio do governo agora, acrescenta, está no que ele chamou de segunda etapa, com a linha de crédito. "Eu tenho hoje uma preocupação grande de como o governo vai agir para evitar o colapso do setor", disse, ponderando que o BNDES e os ministérios têm se esforçado.

Além dessa diferença no tempo, outro fator que tem comprometido o interesse do brasileiro em viajar é a crise política que o País está enfrentando, avalia a idealizadora da Airport Infra Expo e CEO da Necta, Paula Faria. "A gente está com dificuldade de prever esse futuro. As pessoas não viajarem é reflexo dessa insegurança que está relacionada a dicotomia entre as esferas (federal, municipal e estadual). Como não temos essa direção, as pessoas não vão viajar", disse.

Retomada

Passada a tempestade que foi o mês de abril, as aéreas brasileiras começaram a retomar suas operações. Como forma de garantir que a crise não afetaria o transporte de carga e equipe média em aviões, o governo costurou uma malha essencial com o segmento. "No início de abril, quando a crise se instaura aqui, nosso ponto mínimo foi de 180 voos diários, de uma média que chegava até em 2.700 no período de pico, em temporada de verão", destacou o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz.

Na virada de maio para junho, o setor passou a operar com 263 voos diários. Para o fim do mês, a estimativa é de 353 voos diários. "No início de julho, esse número já cresce, com a retomada da Passaredo e Map", acrescentou.

Depois da maior crise da história, a aviação terá um grande desafio pela frente. Sanovicz disse que, no caso brasileiro, os pontos de mais atenção são o câmbio (o dólar está na casa dos R$ 6 e a moeda norte-americana influencia 50% dos custos das aéreas) e os hábitos dos passageiros na retomada. Ele disse ainda que o cliente vai começar a levar em conta questões como cobertura de plano de saúde e assistência médica nas cidades em que pretende ir. "O movimento de retomada vai se dar primeiro no doméstico, com viagens de até 2,5 horas. Porque com isso, se o passageiro se sentir desconfortável, ele consegue voltar", destacou.

A Azul anunciou que aumentará o número de voos em junho para 168 decolagens diárias nos dias de pico, comparado com uma média de 115 decolagens por dia em maio. A Gol, em junho, terá média de 100 voos diários, ante os 68 previstos na malha essencial de maio, o que representa um acréscimo de 47%. A Latam está voando no Brasil em igual mês com cerca de 7% da sua capacidade do período pré-pandemia (750), com uma média de 50 voos por dia.

Copa América, tabela do Brasileirão, Gugu Liberato, vagas de emprego e Gabriel Diniz. O que os cinco temas tão diferentes tem em comum? Foram os principais assuntos buscados no Google no Brasil em 2019. A análise foi disponibilizada pelo Google Trends, a ferramenta do buscador que indica o que tem sido mais pesquisado pelos usuários de acordo com a localização em um determinado período.

Dentre as perguntas mais buscadas em 2019 em primeiro lugar ficou o WhatsApp, ou o motivo da rede de mensagens instantâneas ter parado de funcionar (Por que o WhatsApp parou de funcionar hoje?). A segunda pergunta foi um tanto curiosa “Por que são 21 tiros de canhão?”, que trata da homenagem que marca o início dos trabalhos do Legislativo. Na sequência, vieram as perguntas “Por que o Japão está na Copa América?” (a seleção asiática foi convidada pela federação sulamericana), um questionamento musical “Por que Carlinhos Brown saiu do The Voice?” (segundo a emissora em que o programa é exibido, a saída é normal e faz parte do “revezamento de técnicos”). Em último lugar, a pergunta foi de cunho religioso “Por que não comer carne na Sexta-Feira Santa?” (segundo a fé católica é um sacrifício que deve ser feito na quaresma).

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Dentre os acontecimentos mais pesquisados no Brasil no último ano o futebol apareceu no topo com a Copa América em primeiro lugar seguida da Copa do Mundo de Futebol Feminino e Libertadores. Brumadinho ficou em quarto lugar e em quinto o Dia dos Professores. Para ver o que esteve em alta em 2019 no Brasil confira o link.

O Google divulgou nesta sexta-feira (27), quais foram os produtos mais procurados pelos brasileiros em sua plataforma de busca. Para a alegria da Apple os iPhones 7, 8 e Plus, conquistaram os três primeiros lugares do pódio, seguidos por outro smartphone da maçã. Apesar da preferência por produtos da companhia - que totalizaram 7 dos termos mais buscados, o Moto G7 e o Xiaomi Mi9 também figuraram a lista. A única exceção é o PlayStation 4 que aparece sozinho, quase ao final do ranking. Confira todos:

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Pela primeira vez, em 2019 a procura por investimentos em ações superou a pesquisa por ativos de renda fixa na plataforma de busca e comparação de investimentos Yubb, que apresenta diferentes opções para a possível composição de uma carteira.

A renda fixa - tirando os títulos do Tesouro - representou cerca de 16% das pesquisas feitas no site até 10 de dezembro, enquanto as ações somaram aproximadamente 18% do total. A diferença pode parecer pequena, mas no decorrer do ano houve uma mudança significativa no cenário de procura na plataforma: em janeiro, a renda fixa ficava com uma fatia de 30% das buscas e as ações, com 8%.

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Historicamente, a renda fixa é preferência de investidores brasileiros. De acordo com levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), considerando fundos de investimento no mercado de varejo, atualmente mais de 75% do volume financeiro está alocado em renda fixa, somando R$ 468 bilhões. Em fundos de ações, a alocação fica em 5% do total, ou cerca de R$ 32,7 bilhões.

Com a queda na taxa básica de juros da economia, a Selic, que atingiu o piso histórico de 4,5% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os investimentos em renda fixa perderam rentabilidade. Aplicações tradicionais como caderneta de poupança, fundos atrelados à taxa DI, que acompanha de perto a taxa Selic, e os títulos do Tesouro Direto indexados pela Selic não serão capazes de proteger o investimento do brasileiro da perdas inflacionárias projetadas para o IPCA, a inflação oficial. Outros, como LCI, LCA e CDB têm a rentabilidade muito reduzida.

Risco

Para fazer o dinheiro render mais, o investidor terá de se expor a risco. Mas, para o fundador do Yubb, Bernardo Pascowitch, é cedo para dizer que há uma mudança no raciocínio do brasileiro sobre investimentos. O aumento nas buscas no site estão mais atreladas ao que caracteriza como uma "onda". Segundo ele, a quantidade de propagandas sobre fundos de investimento compostos por renda variável, fundos multimercado e ações tem crescido nos últimos meses, além de o assunto ter ganhado visibilidade no noticiário recentemente.

Pascowitch ressalta que, de fato, a possibilidade de maiores ganhos está, hoje, na renda variável, mas isso não quer dizer que as garantias e seguranças da renda fixa serão encontradas na Bolsa quando o investidor passar a comprar ações. Há para a renda fixa, por exemplo, a presença do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que protege perdas de até R$ 250 mil em determinados investimentos, algo que não existe em nenhum ativo de renda variável.

Caco Santos, planejador financeiro da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar) já enxerga um movimento do investidor brasileiro, ainda que lento, rumo à renda variável. E diz esperar que isso se concretize no médio e longo prazos, por considerar que uma quantidade boa de investimentos em renda variável mostra uma "economia mais madura e saudável".

O número de pessoas físicas na Bolsa brasileira é recorde e quase dobrou na comparação entre os meses de novembro de 2018 e de 2019, passando de 789 mil para 1,59 milhão de pessoas.

Santos afirma que a entrada no mundo das ações deve ser muito bem calculada. "É um processo educativo. Tenho de começar a me acostumar e trabalhar para me educar no novo mercado. Não adianta querer correr uma maratona logo depois de começar a engatinhar. Tem de ir aos poucos, treinando", diz. "Não existe fórmula mágica sem se dedicar ao estudo. O roteiro é sentar, abrir livro, site e estudar."

Além disso, o investidor precisa saber quanto de risco está disposto a correr e quanto pode, de fato, perder de dinheiro, porque, segundo o planejador, "chacoalhadas de mercado existem e vão acontecer". "É necessário um preparo emocional para investir em ações, não só técnico." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na manhã desta quarta-feira (18), uma operação liderada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) cumpre mandados de busca e apreensão sob suspeita de lavagem de dinheiro e peculato (desvio) em endereços ligados aos ex-assessores e parentes do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). A ação investiga o ex-chefe de segurança Fabrício Queiroz, um dos supostos operadores da prática de "rachadinha" - quando o assessor devolve parte do salário ao parlamentar.

Os mandados são referentes aos supostos crimes ocorridos na época em que Flávio ainda era deputado e mantinha um gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Além de Queiroz, são investigados nove parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-companheira do pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e mãe do irmão mais novo Jair Renan.

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Todos esses parentes da ex-companheira do pai integraram o gabinete de Flávio entre 2003 e 2018, são eles: o ex-sogro de Jair José Procópio Valle, a ex-cunhada Andrea Sequeira Valle, o primo Francisco Diniz, a prima Daniela Gomes, a prima Juliana Vargas, o tio Guilherme dos Santos Hudson, a tia Ana Maria Siqueira Hudson, a tia Maria José de Siqueira e Silva, a tia Marina Siqueira Diniz.

A força-tarefa foi iniciada em 31 de julho de 2018, após um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado para ao MP pela suspeita diante da movimentação atípica de Queiroz. Segundo o documento, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, ele movimentou R$ 1,2 milhão. No entanto, o caso foi paralisado de julho até novembro deste ano e aguardava a liberação do Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o compartilhamento das informações necessárias para a investigação.

Os partidos políticos iraquianos continuam com suas negociações nesta segunda-feira (16) para encontrar um candidato ao cargo de primeiro-ministro, em meio à pressão do Irã e de manifestantes, que exigem há semanas um novo governo.

Na noite de domingo (15), o presidente iraquiano Barham Saleh disse que recebeu um comunicado do chefe do Parlamento aceitando a renúncia do primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi em 4 de dezembro e, de acordo com a Constituição, o prazo final para nomear um novo primeiro-ministro expirará na quinta-feira, dia 19.

As negociações políticas são seguidas de perto pelos milhares de manifestantes que se mobilizam contra o governo há dois meses e meio e que enfatizam que rejeitarão qualquer político do "sistema corrupto" que liderou o Iraque desde a queda de Saddam Hussein em 2003.

O futuro primeiro-ministro também deve contar com o apoio do poderoso vizinho iraniano, cada vez mais influente no Iraque, a ponto de as negociações serem supervisionadas pelo general Qasem Soleiman, da Guarda Revolucionária (força de elite e apoio ideológico de Teerã).

O movimento de protesto iraquiano foi severamente reprimido e 460 mortos e 25.000 feridos foram contabilizados, mas conseguiu forçar a renúncia do primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi em 1º de dezembro, que permanece encarregado de assuntos urgentes até a nomeação de seu sucessor.

Agentes da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sepol) estão nas ruas para realizar, na manhã desta quarta-feira (11), a operação Imperium de combate à pedofilia.

De acordo com a Sepol, a operação é para cumprir 80 mandados de busca e apreensão em diversos pontos do estado. A secretaria informou ainda que as investigações começaram há cerca de quatro meses e identificaram um núcleo de pedófilos que compartilhavam grande quantidade de imagens e vídeos contendo pornografia infantil.

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A Sepol não informou os locais do estado onde o grupo atuava. Cerca de 200 policiais civis de diversas delegacias participam da operação.

Em 2019, a busca pelas palavras 'sugar daddy' e 'sugar baby' aumentou consideravelmente entre os brasileiros. O site de relacionamento Universo Sugar, por meio da ferramenta Google Trends, que mede o número de pesquisas no buscador, aponta que Pernambuco foi o estado que mais procurou pelo 'sugar daddy' no Google, despontando estados como o Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. 

Sugar daddy representa a figura de um homem que se dispõe a "bancar" as suas companheiras. Já o 'sugar baby' é um termo em inglês que define uma pessoa jovem, geralmente mulher, que mantém relacionamento com pessoas mais velhas em troca de benefícios financeiros presentes e até suporte para estudos. 

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Atualmente existem mais de 950 mil perfis ativos em todo o Brasil na rede social Universo Sugar, que é voltada para pessoas bem sucedidas que queiram patrocinar o estilo de vida de seus parceiros. Segundo a plataforma, o objetivo da união é oferecer ganhos para as partes envolvidas no relacionamento.

 

*Com informações da assessoria

Nem palmeiras, nem areia fina... Corpos seminus mergulham na água gelada na frente de pinguins: horizonte fora de alcance, a Antártica tornou-se um playground para turistas, correndo o risco de precipitar sua metamorfose.

Aproveitando a sede de novidades de uma clientela abastada e tomado de um sentimento de urgência de descobrir países ameaçados pela perturbação climática, os cruzeiros se aventuram em cantos cada vez mais remotos e selvagens.

Continente de todos os superlativos - o mais frio, mais ventoso, mais seco, mais remoto, mais deserto, mais inóspito ... -, a Antártica, ao mesmo tempo estéril e borbulhante de vida, é hoje um destino privilegiado.

Para muitos, é a última fronteira. Uma fronteira que deve ser alcançada a todo custo antes que desapareça na sua forma atual.

"É como uma facada". Em seu maiô, Even Carlsen emerge de uma água a 3° C na Ilha Half Moon, na ponta da península antártica.

Ao redor, blocos de gelo em forma de panela, de origami ou até anfiteatro flutuam, fotogênicos. Na costa, uma equipe médica assiste a cena.

"Não é uma praia típica, mas é genial", acrescentou o barbudo norueguês de 58 anos após um "mergulho polar" sob o paralelo 62.

Ele é um dos 430 passageiros do Roald Amundsen, o primeiro navio de cruzeiro com motor híbrido do mundo a atravessar o Oceano Antártico apenas alguns meses depois de deixar o estaleiro.

Uma equipe da AFP estava a bordo, convidada juntamente com outros jornalistas pela Hurtigruten, a empresa proprietária do barco.

- Aquecimento -

Se o Tratado da Antártica, assinado há 60 anos, transformou o continente em uma terra dedicada à paz e à ciência, o turismo também se desenvolveu. Com um claro impulso nos últimos anos.

A única atividade econômica ao lado da pesca - alvo de um cabo de guerra internacional em torno da criação de santuários marinhos -, concentra-se principalmente na península, de acesso mais fácil e clima mais ameno do que o resto do território.

Neste pedaço de terra que escapa do círculo polar e se estende em direção à América do Sul, observamos uma fauna que geralmente vemos apenas em zoológicos, documentários ou filmes de animação.

Paisagens de gelo deslumbrantes, onde o branco toma tons pastel quando chega o amanhecer e o anoitecer. Colinas cravadas de sulcos como suspiros, cumes como chantilly...

"Pureza, grandeza, desmesura", descreve maravilhada Hélène Brunet, uma aposentada francesa de 63 anos. "É incrível, totalmente incrível. É um enorme prazer estar aqui"

Nem um lixo à vista. Mas por trás dessa limpidez estão, invisíveis, as marcas das atividades humanas.

Carregados pelas correntes oceânicas, os microplásticos estão por toda parte. "Detectamos nos ovos de pinguim", diz o diretor do Instituto Antártico Chileno, Marcelo Leppe.

A Antártica é, acima de tudo, "o coração da Terra", ele explica. "Provavelmente desempenha um papel importante no controle das mudanças climáticas".

Mas esse órgão vital é vítima do aquecimento.

Em particular, a península, uma das regiões que aquece mais rapidamente. Quase 3°C nos últimos 50 anos, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), três vezes mais rápido que a média global.

Em março de 2015, uma estação de pesquisa argentina chegou a medir 17,5°C. Nunca visto antes.

"Todos os anos vemos as geleiras derretendo, o gelo do mar desaparecendo e, nas áreas sem gelo, a recolonização de plantas e outros organismos que não estavam presentes na Antártida antes", adverte Leppe.

- 'O equivalente a um estádio' -

Espera-se que cerca de 78.500 pessoas visitem o continente entre novembro e março, segundo a Associação Internacional de Operadores de Turismo Antártico (IAATO).

Um salto de 40% em relação à temporada anterior, devido em parte à passagem rápida pela região de alguns novos navios transportando mais de 500 passageiros e que, portanto, não podem desembarcar, de acordo com as regras estabelecidas pela IAATO.

"Alguns diriam que 80.000 pessoas nem sequer lota um estádio de futebol e que não é grande coisa se comparado às 275.000 pessoas que visitam Galápagos todos os anos", aponta a porta-voz da associação, Amanda Lynnes.

"Mas a Antártica ainda é um lugar especial que deve ser gerenciado como tal", diz ela.

Nessas terras imaculadas, a moda é cruzeiros intimistas, chamados de expedição, que rompem com o gigantismo dos cruzeiros de massa, criticados por seu lado poluidor e invasivo.

Em navios mais limpos do que os mastodontes que navegam nos trópicos - o combustível pesado é proibido na Antártica desde 2011 -, as companhias aumentaram a conscientização sobre questões ambientais como um argumento de venda, que às vezes despertam acusações de 'lavagem verde'.

A bordo do Roald Amundsen, não há pista de dança ou cassino, mas microscópios e experiências participativas.

E conferências sobre baleias, grandes exploradores, Darwin... mas estranhamente quase nada sobre as mudanças climáticas, evocadas apenas em linhas pontilhadas.

"Porque é bastante controverso", justifica Verena Meraldi, cientista chefe da Hurtigruten. "Várias vezes tivemos conferências especificamente dedicadas às mudanças climáticas, mas isso cria conflitos".

- Lugar aos "exploradores" -

O léxico foi habilmente reformulado. Não se fala mais de "passageiro", mas de "convidado", nem de "cruzeirista", mas "explorador".

"Exploradores" geralmente mais velhos, muitas vezes aposentados que viajaram muito e que agora tomam seus bastões de marcha para desvendar o sexto continente. "Meu 107º país", diz um dinamarquês ao pisar em terra.

"Convidados" mimados que, no Roald Amundsen, têm a opção entre três restaurantes, desde comida de rua até a mesa mais seleta. O glorioso aventureiro norueguês que deu seu nome ao barco, teve que comer seus cães de trenó para conquistar o Polo Sul em 1911.

"Exploradores", finalmente, com certa riqueza, capazes de pagar 7.000 euros cada um por um cruzeiro de 18 dias em uma cabine de nível básico. E até 25.000 euros para a suíte com terraço privativo e jacuzzi.

Algumas companhias apostam no ultra-luxo, com navios a la James Bond transportando helicópteros e submarinos, suítes de mais de 200 metros quadrados e serviços de mordomo.

Com um hidroavião como bônus, o mega-iate SeaDream Innovation fará cruzeiros de 88 dias a partir de 2021. As duas suítes mais caras, a 135.000 euros por pessoa, já estão reservadas.

- Encontro de dois mundos -

Tanta modernidade e conforto contrastam com o caráter primitivo da imensidão selvagem.

Indiferente aos bípedes envoltos em seus blusões fluorescentes e protetor solar fator 50, a vida é abundante nesta primavera austral, em um silêncio ensurdecedor.

Pinguins tão desajeitados no chão quanto na água, baleias jubarte pesadas mas majestosas, leões-marinhos e focas apáticas que se aquecem ao sol...

Na Ilha Half Moon, os pinguins de barbicha - chamados por causa da linha preta que circunda o queixo - são numerosos nesta temporada de acasalamento, esticando o bico para o ar do alto de seus ninhos.

"Isso significa dizer para os outros machos que é o seu espaço e também, talvez, que é sua fêmea", diz a ornitóloga Rebecca Hodgkiss.

Eles têm motivo para trabalhar, a colônia de 2.500 palmípedes tem diminuído ao longo dos anos. Declínio relacionado ao homem ou a uma simples mudança de local? Ninguém sabe.

- Veneza sob a água -

Em contrapartida, sabemos que o futuro de milhões de pessoas e de outras espécies que vivem em áreas costeiras a milhares de quilômetros da Ilha Half Moon dependem do que acontece aqui.

Enorme congelador que abriga 90% das reservas de água doce do planeta, a Antártica também é uma bomba-relógio.

Como resultado do aquecimento global, o derretimento da calota glaciar, no oeste do continente, reformulará radicalmente o mapa do mundo, contribuindo cada vez mais para o aumento do nível do mar.

Uma contribuição de 50 centímetros até 2100, e muito mais além, segundo Anders Levermann.

"Para cada grau de aquecimento, o nível da água aumentará 2,5 metros. Não durante este século, mas a longo prazo", observa o climatologista do Instituto de Pesquisa do Impacto Climático de Potsdam.

"Mesmo que o respeitemos, o Acordo Climático de Paris (que visa limitar o aquecimento a menos de 2° C) nos dará pelo menos cinco metros de elevação do mar: Veneza estará sob a água, Hamburgo estará debaixo d'água, Nova York, Xangai, Calcutá... ", diz.

Quando exatamente? Difícil dizer, mas o processo parece inevitável.

Porque, assim como um navio a vapor não pode parar de repente, o gelo continuará a derreter e os oceanos subirão mesmo que paremos as emissões de gases do efeito estufa da noite para o dia.

- Pegada de carbono -

Para os profissionais do turismo, as mudanças na Antártica têm sua origem a mil léguas de distância, nas atividades realizadas pelo homem nos outros cinco continentes.

Eles juram praticar turismo responsável. Seu lema: "A única coisa que tiramos são fotos, a única coisa que deixamos são pegadas, a única coisa que guardamos são memórias".

As excursões em terra são regidas por uma série de instruções: limpar seus objetos pessoais para não introduzir espécies invasoras, manter-se a uma distância respeitosa dos animais para não estressá-los, não pegar qualquer coisa...

"Estragamos o resto do planeta, não vamos estragar a Antártica", observa um inglês tirando os pelos de gato no velcro de sua roupa.

E, no entanto... Algumas vozes questionam a relevância do turismo nesta região.

"O continente ganharia mais se fosse deixado apenas para pinguins e pesquisadores, mas isso provavelmente nunca acontecerá", constata o professor Michael Hall, especialista em regiões polares da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.

Os polos atraem os turistas. Com o francês Ponant, que construiu um navio quebra-gelo para atravessar o Polo Norte do outro lado do globo.

"Como apreciar algo à distância parece impossível para os seres humanos, devemos garantir que seja feito com riscos para o ambiente antártico e com uma pegada de carbono o mínima possível", continua Hall.

"No entanto, quando toda viagem turística à Antártica libera em média mais de 5 toneladas de emissões de CO2 por passageiro, é um desafio", aponta.

A maioria dos visitantes vem do hemisfério Norte, Estados Unidos e China representando quase metade deles.

Mesmo antes de embarcar em navios de cruzeiro que partem da América do Sul - o itinerário mais comum - atravessaram o globo de avião, ajudando a enfraquecer a natureza que querem admirar.

Uma questão de consciência difícil a resolver.

"Eu sinto culpa ao dizer que tomei um avião para chegar aqui", diz Francoise Lapeyre, uma francesa de 58 anos.

- 'Embaixadores da Antártica'? -

Os profissionais garantem que querem tornar os visitantes "embaixadores" que, depois de saborearem esse lugar único, pregarão por sua salvaguarda.

"É bom para a vida animal e para a proteção da Antártica que as pessoas veem o quão bonita é essa área", afirma Daniel Skjeldam, chefe da Hurtigruten.

"Quando vi uma oferta para esta viagem, achei melhor vir enquanto ainda não foi destruída", declarou Mark Halvorson, texano de 72 anos.

"Agora que vi pessoalmente, estou ainda mais determinado a ser o mais ecológico possível".

Mas os críticos denunciam uma forma de "turismo de última chance" esse desejo de visitar destinos vulneráveis.

Vindos da África do Sul, Cathy e Roland James, 68 e 75 anos, dizem-se sensíveis às considerações ecológicas. Mas admitem que não pensaram em sua própria pegada. "Infelizmente, não estou preocupado em parar de viajar", declarou.

Martina e Guido Höfken, 50 e 52, gostam de pensar fora da caixa. Eles pagaram um adicional para compensar o CO2 gerado por seu voo da Alemanha.

Futuros "embaixadores da Antártica"? "Talvez um pouco, mas acho que não vou mudar o mundo", afirmam. "O melhor seria que ninguém viesse."

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