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A União Europeia prepara um sistema de monitoramento de exportação de vacinas contra o coronavírus, fornecendo aos Estados-membros a oportunidade de vetar os envios fora do bloco se não forem "legítimos", disseram funcionários nesta quinta-feira (28).

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, recebeu a medida com satisfação em uma carta aos líderes de quatro Estados-membros, dizendo: "A UE deve tomar medidas enérgicas para garantir seu fornecimento de vacinas e demonstrar concretamente que a proteção de seus cidadãos continua sendo nossa prioridade absoluta".

Funcionários da UE deram alguns detalhes do novo sistema e falaram com a imprensa sob a condição de anonimato.

Apesar de afirmarem que a "medida de emergência" não está direcionada a nenhuma empresa em particular, foi anunciada uma semana após o início de uma disputa entre a UE e a empresa anglo-sueca AstraZeneca por atrasos nas entregas das vacinas.

"Não é uma proibição de exportação. Não é nosso plano proibir as exportações", disse um funcionário, embora tenha admitido que em "um caso raro (...) poderia ocorrer" uma rejeição para autorizar a venda.

O sistema, denominado "Mecanismo de Transparência e Concessão de Licenças para as Exportações", tem como objetivo coletar informações sobre a produção da vacina contra a Covid-19 que será enviada para fora da UE.

Será baseado em uma lei da UE que já foi invocada no ano passado para regular a exportação de equipamentos de proteção pessoal, como máscaras e luvas, quando a pandemia atingiu o continente pela primeira vez.

Os funcionários disseram que a iniciativa cumpriria com as regras da Organização Mundial do Comércio e que as exportações claramente definidas como "humanitárias" estariam isentas.

A justificativa dada é que a UE investiu bilhões de euros em empresas produtoras de vacinas para garantir suas 2,3 bilhões de doses de vacinas potenciais e, portanto, "não devemos isso apenas aos pacientes da Europa, mas também aos contribuintes".

As empresas que desejarem exportar vacinas para a Covid-19 da UE deverão entrar em contato com as autoridades do Estado-membro em que estiver sua fábrica para obter a autorização que, por regra geral, seria concedida em "horas".

O governo da Índia liberou as exportações de vacinas contra a Covid-19 para o Brasil, segundo a agência de notícias Reuters. As primeiras remessas serão enviadas na sexta-feira (22).

O imunizante desenvolvido pela farmacêutica britânica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford está sendo fabricado no Instituto Serum da Índia, o maior produtor mundial de vacinas.

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A Índia suspendeu a exportação das vacinas até iniciar o seu programa de imunização no último fim de semana. O país já enviou doses gratuitas para países vizinhos, como Butão, Maldivas, Bangladesh e Nepal.

O secretário das Relações Exteriores, Harsh Vardhan Shringla, afirmou que o fornecimento comercial da vacina começaria na sexta-feira, conforme compromisso do primeiro-ministro Narendra Modi de que a capacidade de produção do país seria usada para o mundo todo combater a pandemia da Covid-19.

“O fornecimento das quantidades comercialmente contratadas também começará a partir de amanhã, começando por Brasil e Marrocos, seguidos pela África do Sul e Arábia Saudita”, disse o secretário, segundo a Reuters. O Brasil cobra o envio de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. 

O Brasil pode ter um déficit de abastecimento de feijão no ano de 2021. Uma projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a próxima safra do grão pode ser menor do que o necessário para suprir a demanda no país.

Segundo o IBGE, o Brasil consome cerca de 3 milhões de toneladas de feijão por ano. A perspectiva do órgão é que a próxima safra colha apenas 2,8 milhões de toneladas do grão.

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De acordo com o instituto, se não houver possibilidade de melhora no cenário, o país terá que recorrer às importações para completar o abastecimento em 2021.

Embora haja impressões pessimistas com a safra do feijão, para as demais culturas o IBGE projeta uma colheita recorde para o ano que vem. Segundo o prospecto, o agronegócio deve colher 256,8 milhões de toneladas de alimentos. O número representa um aumento de 1,9% em relação ao ano de 2020.

A Faculdade UNINASSAU Belém realiza, nos dias 10 e 11 de dezembro, a 3ª Feira de Trabalhabilidade. O evento tem como tema "Impulsione o Empreededorismo: oportunidades de negócios com foco na exportação para o mercado árabe". A programação é gratuita e presencial, na unidade Quintino Bocaiúva, a partir das 17 horas.

A feira é uma iniciativa dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e de Gestão da Instituição, com parceria do Núcleo de Trabalhabilidade, Empregos e Carreiras (Ntec). No primeiro dia, vão ser realizadas palestras e oficinas com pequenos e médios empreendedores que fazem carreira em diferentes segmentos no estado do Pará. Entre os empreendedores confirmados estão: Kaboquinhas Ateliê; Sam Marques; Embalapara e a Boutique Dona Bella. Para os empresários, foram montados uma mesa específica para orientação de negócios, com apoio da Associação de Jovens Empreendedores (AJE).

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No segundo dia, o evento segue, a partir das  ,oras com a palestra "Liderança transformacional e os desafios no mercado detrabalho", com o educador físico e coaching da UNINASSAU Belém, Márcio Cerveira. Às 15 horas, a atividade continua com a conversa sobre "Planejamento de carreiras: mercado de trabalho, currículo e seleção", com a Izabela Nascimento. O público poderá, ainda, participar da roda de  conversa com alunos e egressos empreendedores, além de se divertir com as atrações culturais.

Para um dos gestores envolvidos na feira da UNINASSAU Belém, Sérgio Pery, a programação é voltada a diferentes públicos. "A proposta é reunir exatamente as pessoas que queiram entender melhor como funciona a administração de um negócio ou querem ampliar os próprios empreendimentos. É uma oportunidade de escutar os paraenses que já estão a bastante tempo no mercado e como conseguiram ampliar os horizontes", disse o também coordenador das graduações envolvidas na programação.  

Cada palestra terá a lotação máxima de 50 pessoas. Em todos os auditórios, equipes vão disponibilizar álcool em gel, fazer a aferição da temperatura e vão organizar as poltronas respeitando o distanciamento social. 

Serviço

III Feira de Trabalhabilidade UNINASSAU Belém

Data: 10 e 11 de dezembro de 2020

Horário: A partir das 17h

Informações sobre a instituição: uninassau.edu.br

Da Ascom UNINASSAU Belém.

 

Chamadas de "câncer" pelo presidente Jair Bolsonaro, as organizações socioambientais foram as instituições que recorreram à Justiça para tentar derrubar uma decisão do governo que, na prática, fragilizou o controle da exportação de madeira no País, favorecendo a saída de material ilegal do Brasil.

Em junho deste ano, o Instituto Socioambiental (ISA), a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) e o Greenpeace Brasil entraram com uma ação na 7ª Vara ambiental e agrária da seção judiciária do Amazonas, para pedir a anulação imediata de uma decisão do Ibama, que acaba com a autorização de exportação que era emitida pelo órgão.

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A Ação Civil Pública pedia, em síntese, a nulidade de um despacho do Ibama que, na prática, conforme afirmam as ONGs, "liberou a exportação de madeira nativa sem fiscalização a pedido de madeireiras". A ação requer ainda que a União deixasse de emitir qualquer outro ato normativo que comprometesse a legislação já existente de controle fiscalizatório da exportação de madeiras nativas no País.

Segundo as ONGs, o objetivo era "evitar o flagrante desrespeito à legislação protetiva do meio ambiente, especialmente a que disciplina os procedimentos de fiscalização e controle da exportação de madeira nativa, afetando com vigor especial a Amazônia, patrimônio nacional e bioma essencial para a garantia do núcleo essencial do direito da coletividade ao meio ambiente ecologicamente equilibrado".

A Justiça indeferiu a liminar na primeira instância. As ONGs, então, entraram com um recurso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que ainda aguarda apreciação.

Como mostra reportagem do Estadão, em março deste ano, o Ibama acabou com as inspeções que eram feitas nos portos do País. Por meio de um "despacho interpretavo", o Ibama suspendeu os efeitos de uma instrução normativa (15/2011) do próprio órgão. Com a decisão, os produtos florestais passaram a ser apenas acompanhados de um documento de origem florestal (DOF). Esse DOF de exportação, que existe desde 2006, serve, na prática, apenas para que a madeira seja levada até o porto, enquanto a instrução normativa previa autorização para a exportação em si.

Uma análise técnica do próprio Ibama aponta que o Código Florestal distingue a licença de transporte e armazenamento (DOF) da autorização de exportação. A instrução previa, por exemplo, inspeções por amostragem e outros controles para a exportação que o DOF não exige. Os madeireiros, no entanto, defenderam que a exigência daquela autorização específica teria "caducado", porque teria sido revogada pela existência de outro recurso, o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sina?or), que começou a ser implantado em 2014.

O presidente do Ibama entendeu que o argumento fazia sentido e que nem seria preciso revogar a instrução normativa de 2011, porque o próprio Sinaflor teria alterado as regras, "sendo su?ciente para exportar o DOF exportação ou a Guia Florestal expedida pelos Estados-membros". Na prática, uma guia de transporte estadual passou a valer no lugar de uma autorização de exportação do Ibama.

Ilegalidade interna

A maior parte da madeira que sai do Brasil rumo ao Exterior, para virar móveis e assoalhos de casas, chega ao destino final com papeis que, a rigor, comprovariam a sua legalidade. Isso acontece porque toda a parte ilegal do comércio dessa madeira ocorre internamente. São muitos os casos em que Secretarias do Meio Ambiente dos Estados "esquentam" papeis para dar um respaldo legal de madeira que, na realidade, foi extraída de forma irregular, ou seja, de áreas protegidas, onde a madeira não poderia ser "manejada".

As Filipinas proibiriam temporariamente a partir desta sexta-feira (14) as importações de carne de frango do Brasil por medo do novo coronavírus.

A medida ocorre um dia depois que autoridades da cidade de Shenzhen, na China, alegaram ter encontrado traços do novo coronavírus em carregamentos de alimentos congelados importados do Brasil.

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"Com os relatórios recentes da China e em conformidade com a Lei de Segurança Alimentar do país para regulamentar os operadores de empresas de alimentos e proteger os consumidores filipinos, é imposta a proibição temporária da importação de carne de frango", disse o Departamento de Agricultura das Filipinas em um comunicado, citado pela agência Reuters.

O órgão não especificou, no entanto, quanto tempo a proibição seria aplicada. O Brasil responde por cerca de 20% das importações do produto das Filipinas.

Na quinta-feira (13) o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disse que está buscando esclarecimentos das autoridades chinesas.

As Filipinas disseram que os produtos de frango que estão atualmente no mercado são seguros para o consumo.

Da Sputnik Brasil

Três pessoas foram presas na tarde desta quinta-feira (30), em Bauru, município do interior de São Paulo, por falsidade na exportação de esmeraldas. A Receita Federal e a Polícia Federal (PF) apreenderam 2,5 quilos das pedras preciosas que seriam enviadas ao exterior. Os agentes apontaram indícios de interposição fraudulenta - quando "laranjas" são usados para ocultar os reais compradores e vendedores das pedras.

De acordo com a Receita Federal, a apreensão foi feita após análise da carga registrada no Porto Seco de Bauru. O auditor fiscal responsável pela liberação das pedras suspeitou do valor declarado: 10,8 milhões de dólares, o equivalente a aproximadamente R$ 60 milhões.

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O fiscal verificou que o exportador não dispunha de capacidade econômica para aquisição das mercadorias e que o comprador no exterior, um brasileiro residente no México, tampouco poderia fazer uma compra desse valor.

O gemólogo credenciado pela Receita Federal avaliou que as pedras têm valor comercial de no máximo R$ 417 mil, cem vezes menor do que o declarado. Diante do flagrante da fraude, o exportador e o despachante, que mora no Rio de Janeiro, foram presos. Uma terceira pessoa envolvida no suposto esquema e estava presente no momento da operação também foi detida pelas autoridades.

Foto: Divulgação/Receita Federal

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus impulsionou a venda de frutas cítricas brasileiras para outros países. Enquanto o volume de exportação de frutas em geral caiu 5% no primeiro semestre do ano, em relação ao mesmo período de 2019, a comercialização de produtos como tangerina, laranja, limão e lima avançou 12%. Em seis meses, essas frutas foram responsáveis por US$ 57,1 milhões em exportações, o que representa uma alta de 8% no valor exportado.

Os dados fazem parte de estudo feito pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), com base em informações do governo federal. Os números revelam que, durante a pandemia, as frutas cítricas destoaram da tendência mais geral de retração nas vendas para outros países.

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Por trás do movimento está principalmente o interesse dos países europeus, em especial Holanda, Reino Unido, Espanha e Alemanha, que compraram frutas cítricas em busca de fontes de vitamina C - vista como uma ferramenta para ajudar a fortalecer o sistema imunológico durante a pandemia. Com volumes menores de compras, também se destacaram Emirados Árabes e Canadá.

Se por um lado o volume exportado de melão - uma das principais frutas vendidas pelo Brasil a outros países - recuou 13% no primeiro semestre, a comercialização de tangerina subiu 158%, a de laranja avançou 132% e a de limão e lima teve alta de 12%. O destaque ficou por conta de limões e limas, que somaram 71,7 mil toneladas exportadas de janeiro a junho.

No período, o Brasil vendeu 399.804 toneladas de frutas em geral in natura (fresca, sem processamento), o que gerou US$ 312,4 milhões em divisas para o País. Deste total, 73.039 toneladas foram de frutas cítricas (18% de todas as frutas), em um montante de US$ 57,1 milhões.

"No início da pandemia, surgiu uma demanda muito grande por vitamina C", explica o assessor técnico da Comissão de Fruticultura da CNA, Erivelton Cunha. "A vitamina era vista como uma forma de ajudar na imunidade." Assim, as vendas de laranjas, que chegaram a cair 58% no primeiro trimestre do ano, passaram a subir no período de pandemia, encerrando o primeiro semestre com alta superior a 100%.

Outras frutas tradicionalmente exportadas pelo Brasil tiveram desempenho pior. Conforme Cunha, itens como mamão, uva e manga foram prejudicados por não poderem utilizar os modais aéreos. "São frutas que vão para outros países juntamente com os passageiros", explica o assessor da CNA. Com a forte redução do número de viagens aéreas, estes itens encalharam no Brasil.

Renda

Apesar dos bons resultados do primeiro semestre, há dúvidas sobre a continuidade do desempenho no segundo semestre. Além de o período de colheita das frutas cítricas se concentrar em maio, junho e julho, os exportadores terão que lidar, até o fim deste ano, com as incertezas em relação ao consumo pós-pandemia.

"Esperamos uma sensibilização maior dos consumidores quanto à alimentação e que ocorra procura maior por frutas e hortaliças, ricas em vitaminas e sais minerais", diz Cunha. "Por outro lado, existe a questão financeira. Será que a população terá dinheiro para consumir este tipo de produto, ou será que vai preferir comprar itens básicos, como carboidratos e proteínas?"

Técnicos do Ministério da Agricultura ouvidos pelo Estadão/Broadcast Agro lembraram que a representatividade das frutas cítricas é pequeno no universo das exportações agrícolas do Brasil. Ao mesmo tempo, afirmaram que a expectativa é de que haja um aumento das vendas de frutas em geral no segundo semestre.

Eles lembraram que a segunda metade do ano é, tradicionalmente, mais favorável para a exportação de frutas brasileiras. Além disso, pontuaram que a Europa, principal mercado consumidor, já está em um estágio mais avançado na pandemia, com reabertura do comércio e processo de normalização do consumo.

Hortaliças

As exportações de hortaliças também apresentaram expansão consistente no primeiro semestre, com alta de mais de 300% no volume ante o mesmo período do ano passado, conforme a CNA. Foram vendidas no período 23 mil toneladas de produtos como cenoura, tomate, cebola e batata.

Conforme a CNA, neste caso o avanço deve-se à busca por mercados mais próximos, como os dos países do Mercosul, cujo acesso pode ser feito por meio terrestre.

"Os produtores, com o comércio interno muito limitado, buscaram alternativas via Mercosul", diz Cunha. "O tomate, por exemplo, em junho teve preço muito baixo. Então a comercialização para países vizinhos foi ampliada."

Apesar dos impactos inevitáveis da pandemia do novo coronavírus sobre o consumo de produtos brasileiros, o agronegócio tem surgido como uma exceção. Isso porque a exportação de produtos agrícolas - em especial, de soja para a China - tem impulsionado o setor nos últimos meses.

As projeções da CNA são de que, com a pandemia, a participação do agronegócio no PIB brasileiro saltará de 21,4% em 2019 para 23,6% em 2020. No ano passado, 45% de tudo exportado pelo País foram do agronegócio. Este ano, o porcentual deve chegar a 55%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A balança comercial de Pernambuco registrou uma queda de 55% em maio deste ano esse é o pior resultado para a balança comercial desde o começo do ano. Junho é o terceiro mês consecutivo que os resultados são negativos para o Estado. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), isso se deve à retração generalizada das importações e exportações de produtos locais.

Em maio, o volume da balança de Pernambuco chegou a 263 milhões de dólares, mas permaneceu deficitária em 101 milhões de dólares porque as exportações continuaram menores que as importações. “Alguns produtos têm forte influência nessa queda, óleo combustível, pet e automóveis. Para se ter uma ideia, houve momento em que não aconteceu exportação de automóveis dado ao cenário de paralisação das atividades em razão da Covid-19”, analisou o gerente de Relações Industriais da FIEPE, Maurício Laranjeira.

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Cingapura e Argentina e Estados Unidos foram os responsáveis para que o cenário não fosse pior. A FIEPE aponta que na Argentina, percebe-se uma recuperação do começo do ano para cá, demonstrando um aumento de 29,9% nas vendas. No entanto, o volume exportado (131 milhões de dólares) ainda não se equipara aos patamares anteriores à crise econômica do país hermano, quando a movimentação chegava a 369 milhões entre janeiro e maio de 2018. “Embora seja um sinal positivo no acumulado, notamos também um cenário de queda provocado pela falta de demanda de produtos com alto valor agregado, como os automóveis, no intervalo em que se instaurou a crise na saúde”, afirmou Laranjeira. Em maio, o encolhimento registrado foi 71,6%.

Ainda na análise do gerente de Relações Industriais da FIEPE, a relação com os Estados Unidos também vem amargando compressões bruscas. No acumulado de janeiro a maio, o encolhimento foi de 47% (69 milhões de dólares) e na comparação entre os meses de maio de 2020 e 2019 foi de 20,5% (26 milhões de dólares). Neste caso, houve retração na comercialização de produtos de petróleo e isso tem refletido no desempenho pernambucano junto ao país americano.

*Com informações da assessoria

Medicamentos em teste para tratamento da covid-19, como a cloroquina e hidroxicloroquina, só podem ser exportados com autorização prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A mudança foi divulgada nesta segunda-feira, 13, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A decisão também controla a venda ao exterior de matéria-prima para produção destes fármacos e do produto semi-elaborado.

Além da cloroquina, a Anvisa decidiu endurecer regras sobre a exportação de ingredientes e comprimidos de azitromicina, fentanil, midazolam, etossuximida, propofol, pancurônio, vancurônio, rocurônio, succinilcolina e ivermectina, todos testados contra a covid-19.

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O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a indústria farmacêutica instalada no Brasil tem cerca de 8,9 milhões de comprimidos de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina. Estes produtos são aposta do presidente Jair Bolsonaro no combate ao coronavírus, mas estão recomendados pelo Ministério da Saúde somente para pacientes internados, pois faltam estudos conclusivos sobre segurança e eficácia da droga.

Segundo fontes da indústria ouvidas pela reportagem, é difícil precisar quantos pacientes podem ser atendidos por este estoque, mas a quantidade é "segura" e há perspectiva de ampliar a produção.

O grupo EMS, por exemplo, disse à Anvisa que pode fabricar até 1,4 milhão de comprimidos de sulfato de hidroxicloroquina 400 mg no começo de abril. Já a Apsen projetou mais 5,8 milhões de unidades até 24 de abril. A Cristália afirmou conseguir fabricar 1,35 milhão de comprimidos nas próximas semanas. Já a Fiocruz estimou para a Anvisa que entrega 4 milhões de unidades em até 30 dias a partir do pedido para a produção.

Principal produtora de material para fabricação destes medicamentos, a Índia bloqueou exportações de alguns fármacos. Ainda assim, a indústria brasileira diz ter capacidade de produção. "Com alguma dificuldade, não acreditamos, nesse momento, em desabastecimento, apesar de um aumento exponencial dos custos de matéria prima, fretes, entre outros", disse na última semana ao jornal O Estado de S. Paulo Nelson Mussolini, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), que reúne as principais empresas do setor no Brasil.

Eficácia

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, disse à reportagem que a entidade deve se pronunciar ainda nesta semana sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes da covid-19.

Ele evitou antecipar qual posição o órgão médico tomará, mas fez a ressalva de que "não existe nenhum trabalho na literatura mundial que comprove a eficácia" do medicamento no tratamento da doença. "O que acontece no Brasil é uma situação pouco usual. Pessoas comentam sobre a droga como se tivessem domínio absoluto", disse ele. Segundo Ribeiro, porém, "o fato de não existir evidência científica não quer dizer que não se pode recomendar uso, mas com segurança".

O novo presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou suas primeiras medidas econômicas: elevou os custos para demissão sem justa causa e o imposto sobre exportação de produtos agrícolas.

Por meio de um decreto de necessidade e urgência publicado ontem, 14, o peronista determinou que trabalhadores demitidos sem justa causa nos próximos 180 dias receberão o dobro do valor da rescisão de contrato.

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De acordo com o jornal argentino Clarín, o texto do decreto justifica a decisão devido à gravidade da crise no mercado de trabalho, cuja taxa de desemprego cresceu para 10,6% no segundo trimestre de 2019, um ponto a mais do que mesmo período de 2018. A medida surpreendeu, uma vez que o próprio Fernández havia relativizado seu impacto durante a campanha.

O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) diz que "os trabalhadores afetados terão o direito de receber o dobro da remuneração correspondente de acordo com a legislação vigente".

Ainda não se sabe como as empresas receberão a notícia. Dias atrás, a União Industrial Argentina (UIA) disse considerar um erro o retorno do pagamento de indenização dupla.

Exportações

No Diário Oficial de ontem, o governo de Fernández também publicou um decreto que estipula que o imposto de exportação para grãos passe a ter alíquota de 9% em substituição aos 4 pesos por dólar exportado que estavam em vigor até agora. A soja, porém, mantém sua base de 18%, que somada aos 9% de todos os outros produtos, ficará com uma taxa de exportação de 27%, de acordo com o Clarín. A medida está valendo desde ontem.

Esse valor aumenta os valores pagos: 30% a mais para a maioria dos grãos e 15% para a soja. Até sexta-feira, 13, com o mecanismo de 4 pesos por dólar, as retenções eram pagas a uma taxa de 6,5% para todos os grãos e esse porcentual mais 18% fixos para a soja, totalizando 24,5% para oleaginosas.

Embora o anúncio seja de aumento, ele está em linha com a previsão de especialistas do agronegócio, uma vez que o novo governo já vinha antecipando a medida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O preço da carne bovina chegou a um nível que até mesmo os chineses não estão dispostos a pagar, o que deve provocar um recuo no valor, inclusive no Brasil, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Os preços médios da carne bovina importada pela China saíram de US$ 4.600 por tonelada para US$ 5.200 por tonelada, com picos próximos aos US$ 6 mil por tonelada. "São valores recordes que nem os chineses estão dispostos a pagar. Por isso, haverá o ajuste", disse o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi.

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Mas o presidente da CNA, João Martins, alertou que os preços não voltarão aos patamares passados. "Ninguém espera que voltem os preços de 60 dias atrás", disse Martins em evento de balanço anual da entidade, em Brasília. A própria ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o preço da carne não volta ao patamar anterior.

No período citado por Martins, a arroba do boi em São Paulo subiu cerca de 45%, de uma média de R$ 160 para R$ 230, e boa parte desse reajuste chegou ao varejo. A disparada ocorreu depois do aumento das importações chinesas, da redução na oferta brasileira e do crescimento do consumo no mercado interno.

De acordo com o presidente da CNA, o ajuste será feito pelo consumidor e pelo mercado. Ele lembrou que o avanço favorece os pecuaristas, já que os preços estavam "achatados e o custo de produção em alta". Além do aumento nas importações chinesas, a redução na oferta brasileira e o crescimento do consumo no mercado interno motivaram a disparada no preço da carne bovina.

Lucchi afirmou que não há possibilidade de falta de carne no mercado interno, pois o volume exportado do produto em novembro, pico das vendas, correspondeu a 22% a 23% da oferta total. "Se tomarmos esse volume como base, vamos exportar 28% da produção em 2020. Mas a capacidade de reação do pecuarista é grande e vamos ter aumento na oferta", explicou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O jornal britânico Financial Times levantou dúvidas sobre os dados do Produto Interno Bruto (PIB) e da economia brasileira. O veículo aponta que a retificação feita pelo Ministério da Economia referente ao resultado das exportações não foi incorporada ao resultado anunciado nessa terça-feira (3). Mesmo com caráter oficial, as informações do Governo podem não ser dignas de confiança.

A primeira revisão ocorreu no dia 25 de novembro com a divulgação do resultado deficitário estipulado em 1,099 bilhão de dólares. Contudo, uma nova revisão ocorreu três dias depois (28), no qual o resultado apontou um superávit de 2,717 bilhões da moeda americana. Como retratação, o Governo destacou que a confusão foi fruto de um erro no cálculo das exportações, que antes da revisão estavam em 9,681 bilhões de dólares.

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Com a alteração, o valor passou a ser de 13,498 bilhões de dólares na parcial de novembro. As importações permaneceram. Na última segunda-feira (2), o Governo voltou a corrigir os dados. Após nova revisão, as exportações aumentaram em 6,488 bilhões de dólares de setembro ao dia 24 de novembro, em relação ao que havia sido divulgado. A justificativa foi uma falha na transmissão de dados.

Toda essa confusão influenciou a cotação do dólar, que no dia 25 atingiu o nível recorde de R$ 4,22. Enquanto no dia 28, após a revisão, sofreu uma queda e chegou a operar em R$ 4,19, contudo, acabou retornando ao maior valor. Na segunda (2), após as novas correções, o dólar abriu a semana em queda e desceu para R$ 4,21.

Nesta quarta-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma retificação dos indicativos econômicos dos trimestres anteriores de 2019. No segundo trimestre por exemplo, o número aumentou de 0,4% para 0,5%. Enquanto isso, os dados do primeiro tri passaram por uma segunda alteração desde sua divulgação que, originalmente, foi apontada uma queda de 0,2% na atividade econômica e revisado para baixa de 0,1% junto com o PIB do 2º trimestre. 

Como tentativa de driblar o aumento do preço da carne bovina, os brasileiros voltaram as atenções para os cortes de frango e porco. No entanto, a intensificação de exportações para o Oriente, sobretudo a China, também aumentou o valor das carnes tidas como alternativa. A expectativa da indústria é que os preços não retornem aos praticados no ano passado.

"Vai ser uma pressão [no preço] bem forte agora, nos períodos de festa de fim de ano, quando as pessoas consomem mais, compram mais para seus churrascos, suas festas, mas ela continua pelo menos até a metade do ano que vem", projeta o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em entrevista ao Uol.

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Para Ricardo Santin, o primeiro semestre de 2020 também será de alta. Ele reforçou o entendimento da ministra da Agricultura Tereza Cristina, que havia afirmado que o preço da carne bovina não retornaria ao nível anterior por conta da falta de reajuste nos últimos três anos.

Um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP comparou a variação entre outubro e novembro. Em São Paulo, o preço do boi gordo teve um aumento médio de 35,5%; seguido pelo frango congelado com 17,8%, e pelo porco, que alcançou 13,3%.

Nas últimas semanas, os consumidores têm sentido no bolso o aumento fora do normal do preço da carne bovina em frigoríficos da Região Metropolitana do Recife (RMR). O cordão mignon, que antes custava R$ 16,00 o quilo, subiu para R$ 32,00. E mesmo na vantagem de preço em comparação as outras carnes, a paleta sofreu uma alteração de mais de 4%.

A razão do reajuste é que o Brasil está exportando o produto para a China, país que está tendo suas carnes atingidas por um vírus suíno oriundo da África. No Brasil, com a queda nas vendas, o mercado também é afetado.

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Leonardo da Silva, vendedor em um açougue do Recife, diz que se sente preocupado por causa do baixo movimento. De acordo com ele, os clientes, que agora compram carne de segunda e em menor quantidade, têm se queixado dos valores mais caros. “Tem gente que chega aqui e acha que a gente está satisfeito com esse aumento. Mas a gente não está satisfeito. Com o preço barato, todo mundo compra. Mas ninguém pode comprar mais. A gente nem vende e ainda temos que pagar despesas, impostos... não conseguimos. Tá sendo absurdo para se trabalhar”, desabafa.

Em outro ponto de vendas da cidade, o aumento chegou a registrar 30% a mais, segundo o gerente Jurandir Lopes. “A demanda agora é maior pelas carnes suínas, aves e ovos”, diz. A prova disso são algumas pessoas que trocaram a carne por frango, por exemplo. "A carne está muito cara e ainda não rende. Então, não vale a pena. Por isso, resolvi comprar coxa e sobrecoxa", completa.

O vendedor Adeilson Batista considera o acréscimo do valor abusivo. Ele lamenta as poucas vendas, especialmente as carnes de primeira qualidade. O acém e a costela estão sendo comercializadas em nível bem menor do que há um mês. "Com esse preço, um assalariado não tem condições de pagar por 1kg. Estão dando prioridade à China e a gente que fica na pior", afirma.

Alvo crônico da extração ilegal de madeira, o Brasil pode passar a ser exportador de troncos de árvores nativas da Amazônia, vendendo madeira in natura, ou seja, sem nenhum tipo de beneficiamento, para outros países. Esse tipo de atividade, hoje, é ilegal. O governo, no entanto, conforme apurou O Estado de S. Paulo, estuda a possibilidade de abrir espaço para esse tipo de exportação, depois de ser provocado sobre o assunto por empresários do setor.

As regras ambientais atuais estabelecem que o único tipo de madeira que o Brasil pode exportar em sua forma natural, ou seja, logo após o seu corte, são as chamadas "madeiras exóticas", como o eucalipto e o pinus. Para isso, os produtores precisam apenas de autorizações estaduais. No caso, porém, das árvores nativas, ou seja, espécies naturais da floresta, a exportação de troncos é proibida.

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A legislação ambiental exige que essa madeira, depois de ser legalmente cortada, deve ser beneficiada no Brasil, para então ser vendida a outros países como um produto. O que se pretende, com alterações na regulamentação do setor, é liberar a exportação desses troncos. Essa abertura seria algo inédito na legislação ambiental.

A liberação das exportações, apurou o Estadão, é bem avaliada pela diretoria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) já foi questionado sobre o assunto por representantes do Fórum Nacional de Base Florestal, uma organização formada por 24 instituições do setor madeireiro, além do deputado do PSL no Mato Grosso Xuxu Dal Molin. A reportagem entrou em contato com o fórum e o deputado, mas não obteve resposta até 21 horas de ontem. O ministro do MMA, Ricardo Salles, foi questionado sobre a proposta e quais seriam seus benefícios para o País. O ministro também não respondeu ao pedido de esclarecimento.

O mercado brasileiro de madeira é, historicamente, marcado pela ilegalidade. Não há números precisos sobre a dimensão das atividades criminosas no setor, mas estima-se que até 90% das madeiras que vão para fora do País são fruto de extração irregular. O ipê, chamado de o novo "ouro da floresta", é a madeira mais cobiçada.

Dentro daquilo que o Brasil consegue rastrear como operações legais no comércio de madeira, os dados apontam que 90% das derrubadas abastecem o mercado nacional, enquanto os demais 10% seguem para o exterior. Os Estados Unidos compram mais da metade do que o Brasil exporta atualmente, seguidos dos países europeus. Se a proposta vingar, a ideia do Ibama é liberar a extração apenas de árvores nativas que estejam dentro dos chamados "planos de manejo", ou seja, áreas de reservas florestais que o governo, teoricamente, protege, fiscaliza e autoriza para a extração de cada metro cúbico. Na prática, a situação está longe de ser controlada.

Números

 

Reportagem do Estadão mostrou que a devastação das florestas protegidas do governo federal - justamente aquelas onde o desmatamento não poderia ocorrer - cresceu 84% entre agosto de 2018 e julho de 2019.

A explosão do desmatamento dentro das unidades de conservação tem uma razão objetiva: é dentro dessas áreas que ainda se encontra a maior parte das árvores mais nobres, como o ipê. Essa realidade se repete nas reservas estaduais e nas terras indígenas, que hoje são mais visadas pelo crime organizado que atua dentro da floresta.

Na última semana, conforme revelou reportagem do jornal O Globo, o Ibama flexibilizou as normas de fiscalização e multa a compradores de madeira ilegal que tenha sido comercializada com base em documentos de origem florestal (DOFs) fraudados. Basicamente, ficou definido que compradores de DOFs fraudulentos não poderão ser multados pelo Ibama, a menos que haja indícios de que tinham conhecimento prévio de que esses documentos eram falsos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na quarta-feira (13), que o Brasil conversa com a China sobre a possibilidade de estabelecer uma área de livre-comércio entre os dois países. Este tipo de acordo costuma prever uma fase de transição até o fim de todas as barreiras tarifárias na venda de produtos.

O jornal O Estado de S.Paulo/Broadcast apurou que as negociações estão em estágio inicial e que, formalmente, ainda não incluem a ideia de uma área de livre-comércio. Além disso, pelas regras do Mercosul, países membros do bloco não podem firmar individualmente acordos bilaterais que envolvam eliminação de tarifas.

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Neste sentido, uma eventual negociação teria de acontecer entre a China e o Mercosul. É o que faz hoje o bloco em conversas com Coreia do Sul, Canadá, Líbano e Singapura.

Segundo fontes, neste momento o objetivo é aumentar os itens na pauta de exportação para a China, hoje concentrada em três produtos: soja triturada (34%), óleos brutos de petróleo (24%) e minério de ferro (21%).

"Estamos conversando com a China sobre a possibilidade de considerarmos uma 'free trade area' (área de livre comércio). Estamos buscando um alto nível de integração. É uma decisão. Queremos nos integrar às cadeias globais. Perdemos tempo demais, temos pressa", afirmou o ministro, em seminário do banco do Brics, em Brasília. A capital federal recebe desde quarta-feira o encontro de cúpula do grupo, que reúne líderes de Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.

Durante evento distinto do que teve Guedes como participante, o presidente Jair Bolsonaro ressaltou o desejo de uma maior aproximação com a China, mas não fez menção a um acordo de livre-comércio entre os dois países. "A China é nosso primeiro parceiro comercial e, juntamente com toda minha equipe, bem como com empresariado brasileiro, queremos mais que ampliar, queremos diversificar nossas relações comerciais", disse Bolsonaro.

Já o presidente chinês, Xi Jinping, disse que a China está disposta a trabalhar com o Brasil "em pé de igualdade" para intercâmbio em diferentes áreas. Os dois países fecharam na quarta-feira acordos bilaterais em transporte, saúde, segurança, comunicações e agronegócio. O último possibilita a venda de melão brasileiro para a China em troca da importação de pera chinesa.

Balança

A China é hoje o maior parceiro comercial do País. De janeiro a outubro deste ano, o Brasil exportou US$ 21,5 bilhões a mais do que importou da China. Os chineses respondem por 27,8% das exportações e por 20% das importações. Sem entrar em detalhes, Guedes afirmou que o objetivo do Brasil é ampliar as trocas comerciais com o país asiático, ainda que isso signifique uma redução do superávit comercial do Brasil com o parceiro. "Não me incomodo se nossa balança (comercial) com a China se equilibrar lá na frente."

Presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro afirmou que o anúncio é positivo, mas ressaltou que, diferentemente do Brasil, a China possui baixos custos de produção e alta eficiência. Assim, uma eventual abertura afetaria principalmente o setor de manufatura brasileiro, que seria tomado por produtos chineses. "A indústria brasileira não está preparada para nenhuma abertura de mercado hoje", disse ele.

Segundo fontes do governo, as conversas entre autoridades dos dois países incluem a formação de joint-ventures com empresas chinesas para manufaturar os produtos no Brasil, aumentando o valor agregado.

O Brasil tem uma demanda antiga para que os chineses abram o mercado interno a produtos agrícolas processados e semiprocessados, de maior valor agregado, como a soja, que poderiam ampliar os ganhos nas exportações.

Guedes não descartou acordos com outros países ou blocos comerciais. "Se pudermos passar para a área de livre-comércio com outras áreas do mundo, também queremos", afirmou o ministro da Economia. "Queremos nos integrar. Vamos fazer 40 anos em quatro."

No fim de julho, o Brasil iniciou oficialmente as negociações para o fechamento de um acordo comercial com os Estados Unidos, após o Mercosul ter fechado, semanas antes, um acordo de livre-comércio com a União Europeia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 8,27 bilhões em agosto de 2019. O número representa uma redução de 11% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O efeito é resultado da redução de 7,2% no preço médio e da queda de 4,1% na quantidade enviada do Brasil para o exterior. 

Uma das maiores quedas em comparação com agosto do ano passado foi a da soja. O grão apresentou baixa de 38,7% em relação ao mesmo período de 2018. De acordo com a SCRI, a redução das exportações de soja para a China por causa da febre suína africana que atinge o gado chinês reduziu a demanda do grão. Outra alegação para a queda foi a redução do preço da commodity no mercado internacional. Em agosto de 2019, os chineses compraram 4,1 milhões de toneladas de soja brasileira. O número mostra uma redução de 2,8 milhões de toneladas em relação às 6,9 milhões de toneladas exportadas no mês oito do último ano. Em nota, a SCRI minimizou o impacto. “Deve-se ressaltar que a queda nas exportações de soja em grão à China foi idêntica à queda para o mundo”, diz nota da secretaria.

Já o recordista da safra foi o milho. Com um número próximo de 100 milhões de toneladas colhidas, o cereal atingiu a marca de US$ 1,34 bilhão em exportação (+169,2%) e em quantidade embarcada com 7,6 milhões de toneladas (+170,5%). Egito (894,3 mil toneladas), Irã (885 mil toneladas), Japão (831,7 mil toneladas), Espanha (798,1 mil toneladas) e Vietnã (633,6 mil toneladas) foram os países que mais compraram do Brasil. A última vez em que o milho havia ultrapassado uma marca histórica foi em agosto de 2017, quando 5,3 milhões de toneladas do cereal foram exportadas.

Outro destaque nas exportações foi o algodão. O produto gerou US$ 66 milhões, o que representa um aumento de 51% em relação ao ano passado. O setor cafeeiro registrou lucro real de US$ 404 milhões com 187 mil toneladas negociadas para o exterior. Já no segmento de açúcar e álcool, o etanol foi de US$ 117,35 milhões em agosto de 2018 para US$ 161,75 milhões no mesmo mês em 2019, uma alta de 37,8%.

O avanço da peste suína africana na China, com perdas estimadas neste ano de 35% na produção do país, deve ampliar a exportação dos produtores brasileiros de proteína animal (suínos, aves e bovinos). A crise no país asiático, maior consumidor e produtor de carne de porco no mundo, também acende o sinal de alerta entre os economistas quanto a possíveis aumentos de preços e reflexos na inflação no Brasil.

"Nos novos negócios de exportação de carne suína fechados já existe um aumento de preço de US$ 1 mil por tonelada na comparação com três meses atrás", contou Ricardo Santin, diretor executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Para o executivo, que representa os produtores de suínos e frangos, os efeitos da doença significam uma "quebra de paradigma" no mercado de proteína animal, já que a China responde por metade da produção de carne de porco do mundo. Com isso, tanto o Brasil quanto outros países devem ter suas vendas para o mercado asiático impulsionadas.

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José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, observou um avanço nas vendas externas de suínos em abril. As exportações brasileiras de suínos totais cresceram 51,4% em valor em comparação com abril de 2018 e atingiram US$ 110 milhões. "A tendência é subir mais." O cenário, na sua opinião, é favorável, pois o Brasil vai reduzir vendas de soja e farelo para China e ampliar as carnes, que são produtos de maior valor agregado.

A peste suína, que é fatal para o animal, mas não prejudica os seres humanos, começou a afetar a China em meados de 2018. Estima-se que entre 150 milhões a 200 milhões de suínos já morreram no país asiático. Com uma produção de 54 milhões de toneladas no ano passado, segundo dados do Departamento de Agricultura do EUA elaborados pela ABPA, a China é o maior produtor de carne de porco do mundo. Cada chinês consome cerca de 40 quilos do produto por ano, volume equivalente ao consumo per capita do brasileiro de carne de frango.

Inflação. Ontem, a Tyson Foods, um dos maiores frigoríficos do mundo, disse que já está pagando preços mais altos por suínos e outras carnes nos EUA, depois que importadores chineses aumentaram suas compras. Nos próximos meses, ele prevê custos mais elevados para os consumidores, bem como lucros maiores nas suas operações de processamento de carne suína, bovina e de frango.

No Brasil, na última semana, o Banco Safra e o Santander elevaram suas estimativas para a inflação (IPCA), baseados nos desdobramentos negativos da peste suína na China. O Safra elevou a projeção de 3,60% para 4,00%. Já o Santander revisou a expectativa para 2019, de 3,50% para 4,00%.

"A oferta interna deve ficar em xeque. O preço desses itens tende a aumentar, conforme as exportações acelerarem e a oferta doméstica diminuir", explica o economista João Fernandes, da Quantitas Asset.

Procurada, a BRF, um dos maiores frigoríficos brasileiros, não se manifestou porque está no período que antecede a publicação dos balanços. Mas, três semanas atrás, Pedro Parente, presidente da companhia, chegou a afirmar em evento que a perda da produção na China poderia ampliar entre 200 a 300 mil toneladas as exportações brasileiras nos próximos três anos. Em 2018, o Brasil exportou 646 mil toneladas de carne de porco e foi o quarto maior exportador mundial, atrás da União Europeia, EUA e Canadá.

Prejuízos. O comércio mundial de carne de porco no ano passado movimentou 8 milhões de toneladas. As perdas por conta da peste suína giram em torno de 16 milhões de toneladas. "Não tem produto para atender essa demanda", observou o diretor da ABPA. Santin embarcaria na madrugada de hoje numa comitiva de empresários que acompanham a ministra da Agricultura Tereza Cristina rumo ao Japão e depois a China. O objetivo da viagem é credenciar novos frigoríficos a exportar carne suína para os países asiáticos. "Hoje temos nove plantas habilitadas para exportação", disse Santin. Ele explicou que há possibilidade de credenciar mais 31 frigoríficos. Em evento do setor de pecuária, o economista do Rabobank, Adolfo Fontes, disse que o principal efeito da peste suína africana nas exportações para a China ainda está por vir. Isso porque a China tem um grande estoque do produto. Nas suas previsões, um avanço maior deve ocorre no segundo semestre.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As exportações de minério de ferro do Brasil em março caíram 26% na comparação com o mesmo mês de 2018, para 22,18 milhões de toneladas, menor volume mensal em seis anos. O motivo foram os cortes realizados pela Vale, depois do acidente em Brumadinho (MG).

Na semana passada, a Vale informou que deve vender 20% a menos do que havia programado para este ano. A mineradora tem cerca de 93 milhões de toneladas/ano de capacidade de produção congelada, por iniciativa própria ou determinação de autoridades. Apesar da queda no total embarcado, o preço do minério de ferro exportado pelo país subiu 11,6 % ante o mesmo período do ano passado.

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Na bolsa

A alta no preço do minério de ferro tem ajudado a sustentar as ações da Vale, apesar de uma queda nos volumes previstos pela mineradora.

Além disso, as ações das siderúrgicas e mineradoras foram impulsionadas pela informação de que o setor industrial da China voltou a crescer pela primeira vez em quatro meses.

Maior alta do índice no pregão dessa segunda-feira (1º) a Gerdau subiu 6,21% no dia. A Vale também entrou na lista de maiores altas do índice, com avanço de mais de 3%. A CSN registrou ganhos de 4,12%.

Em relatório, o BTG Pactual disse esperar ainda maiores dividendos no futuro diante de um cenário mais favorável para a empresa, com o aquecimento da economia brasileira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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