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No dia 4 deste mês, o primeiro caso de zika contraído na capital paulista foi anunciado. O registro é da Freguesia do Ó, na zona norte da capital, de uma mulher de 28 anos que está grávida. Apesar da divulgação da informação, gestantes do bairro não demonstram preocupação. Outras afirmam não saber do caso.

"Eu não estou preocupada, porque não acredito que seja isso (zika) que está causando a microcefalia", afirma a consultora óptica Márcia Silva, de 27 anos.

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Moradora do bairro há cinco anos, ela está grávida de oito meses do primeiro filho. "Passo repelente para evitar problemas, mas meus ultrassons deram normais." Ela afirma que não há muitos mosquitos nas redondezas de sua residência.

Grávida de cinco meses, a teleatendente Giovanna Cristina Pavanelli, de 21 anos, mora no Jardim Vista Alegre, também na zona norte, e estava nessa segunda, 7, em consulta em um hospital na Freguesia do Ó. Ela desconhecia o registro de infecção na capital. "Não estava sabendo, mas não tem como não se preocupar. Estou usando roupas de mangas compridas quando saio para trabalhar e minha avó coloca veneno em casa."

Repelente

Após ser informada, ela disse que pretendia começar a usar repelente. "Tem muitos pernilongos no bairro e não dá para saber sempre qual é o da dengue", diz o companheiro da jovem, o tapeceiro Felipe Ferreira de Araújo, de 22 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Se for confirmada a relação entre zika, microcefalia e outras alterações neurológicas nos bebês, médicos que vêm acompanhando a evolução da epidemia afirmam que deve aumentar a gama de exames que as mulheres que querem engravidar terão de fazer como prevenção.

"No futuro, não tenho dúvidas de que a sorologia (teste) de zika vai entrar nessa lista. Vai passar a ser um exame obrigatório. Quem não estiver protegida, vai ter de tomar a vacina, assim como já ocorre com a rubéola, por exemplo", afirma o neuropediatra Marcelo Mashura Rodrigues, presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.

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Bem como os demais especialistas ouvidos pela reportagem, Rodrigues acredita que o zika pode levar a outros problemas, além de microcefalia e doenças oculares, que foram relatadas em estudo publicado na semana que passou. "Quando a mulher grávida tem rubéola, por exemplo, é comum o bebê ter alteração cardíaca", disse. O mesmo poderia acontecer com o zika, mas, segundo ele, respostas precisas só serão dadas à medida que as crianças crescerem.

Até lá, as medidas de precaução indicadas para gestantes seguem valendo. Incluem sexo seguro, já que estudos indicam que zika pode ser transmitido pela relação sexual, uso de repelentes, roupas compridas, mosquiteiros e telas contra o Aedes aegypti.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou ontem um informe em que orienta que mulheres grávidas devem consultar seus médicos e considerar adiar visitas a localidades que tenham registros de casos de zika.

Com base na possível transmissão sexual da doença, o informe diz ainda que homens e mulheres que visitarem locais que têm o vírus em atuação devem fazer uso de preservativos durante as relações sexuais. Isso vale principalmente para as gestantes e seus parceiros.

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A OMS recomenda que os turistas se mantenham informados não só sobre o zika vírus, mas sobre outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Também afirma que governos devem fazer recomendações sobre saúde pública e viagens com a população local.

A organização, no entanto, não sugere que pessoas deixem de viajar para países que relataram casos de zika vírus, assim como o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e o Centro Europeu para a Prevenção de Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês).

O novo comunicado da OMS trouxe ainda informações sobre os cuidados que os viajantes devem tomar, como o uso de repelentes e de telas em janelas, usar roupas claras e não acumular água em recipientes.

Turismo

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) no Estado de São Paulo, Bruno Omori diz que os casos de zika ainda não interferiram no turismo local, mas que ações devem ser intensificadas para evitar que a doença continue se espalhando pelo País.

"Desde o fim de dezembro até o carnaval, toda a hotelaria teve crescimento de 5% a 15%. O brasileiro deixou de viajar para fora do País, por causa da alta do dólar, mas continua viajando. Mas, se o governo não fizer uma ação coletiva para combater o mosquito, vamos ter uma queda no turismo internacional", afirma Omori, que também é diretor de operações da ABIH Nacional.

Segundo ele, a associação ainda não tem registros de cancelamentos de viagens ou de reservas em hotéis feitos por gestantes nem pessoas preocupadas com a disseminação do vírus. "Essa é uma doença curável e, em geral, o Brasil é um lugar seguro para o turismo."

Omori afirma que a rede hoteleira está se mobilizando desde o fim de novembro do ano passado para ajudar na campanha contra o Aedes aegypti. "Dentro dos hotéis não há focos do mosquito. Isso nem seria possível. Muitos estabelecimentos, principalmente de cidades litorâneas e do interior, estão fazendo trabalhos com as equipes de manutenção no entorno, até matando os mosquitos adultos", afirma.

Ele diz que a entidade emitiu comunicados e começou a campanha de conscientização dos funcionários e proprietários antes do período de proliferação do mosquito. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Colômbia registra 22.612 infectados pelo vírus zika, entre eles 2.824 grávidas, além do forte aumento de Guillain-Barré - de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde neste sábado, com dados de até 30 de janeiro.

Segundo dados oficiais divulgados neste sábado, a síndrome de Guillain-Barré está relacionada a três mortes por causas associadas ao vírus zika, afeta grande parte da América Latina.

"Os casos da síndrome de Guillain-Barré (SGB), diante do número de casos que se tinha anteriormente, (registraram) um aumento de 66%", disse o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em um evento, sem mencionar os mortos com antecedentes de zika e de SGB confirmados na véspera pelo Ministério da Saúde.

"Em relação a casos de bebês nascidos com microcefalia de mulheres que tiveram zika, não se apresentou nenhum único caso", acrescentou Santos.

Apenas nas quatro primeiras semanas de 2016, quase 11.000 pessoas foram contaminadas na Colômbia, o segundo país mais afetado pelo vírus depois do Brasil.

Na sexta-feira, o Instituto Nacional de Saúde confirmou as três primeiras mortes associadas ao zika no país.

Embora, em geral, os sintomas do zika sejam leves - febre baixa, dor de cabeça e articular e erupções na pele -, suspeita-se de que as grávidas possam ter bebês com microcefalia, uma doença congênita irreversível que provoca danos irreparáveis no desenvolvimento motor e cognitivo da criança.

O vírus zika está presente em 205 municípios da Colômbia, 43% deles na região central do país e 20,9% no Caribe, onde se comemora nesta semana o carnaval de Barranquilla.

O departamento de Barranquilla registrou na última semana de janeiro 2.389 casos.

Dos casos notificados, 1.331 foram confirmados por laboratório e 21.281 por sintomas dos pacientes em clínicas. Há também 3.033 casos suspeitos em todo o país.

Entre as grávidas, 330 têm resultados positivos de laboratório. As mulheres concentram 64,8% dos casos.

Na sexta-feira, a ONU pediu que se autorize o aborto em países afetados pelo zika. Já as autoridades colombianas recomendaram aos casais em janeiro que adiem a gravidez entre seis e oito meses.

O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite dengue, febre amarela e chikungunya.

Na Colômbia, a previsão é de que haja mais de 600.000 infectados pelo vírus este ano e 500 casos de microcefalia, caso se repita a situação vivida no Brasil, o país mais afetado por esta epidemia, com mais de um milhão e meio de casos.

O vírus se expandirá por todo o continente americano, exceto Canadá e Chile, advertiu a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O governo federal já está negociando com laboratórios o preço para adquirir repelentes que protejam as gestantes contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da zika, vírus associado a um surto de microcefalia em bebês. Os produtos serão distribuídos a todas as grávidas cadastradas no Bolsa Família, informou o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

Ele e mais sete ministros do governo reuniram-se na manhã desta sexta-feira, 29, com a presidente Dilma Rousseff na Sala Nacional de Coordenação e Controle para Enfrentamento de Dengue, Chikungunya e Zika, em Brasília. Participaram por videoconferência os governadores dos Estados de Pernambuco, Bahia, Paraíba, São Paulo e Rio de Janeiro.

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"Os fabricantes de repelentes terão conosco o compromisso de não desabastecer as farmácias, para que todas as grávidas - e não só aquelas que recebem o Bolsa Família - possam ter acesso (ao produto)", disse o ministro.

Castro falou sobre a agenda de combate ao inseto para os próximos dias, que inclui "eliminação dos criadouros em todos os prédios públicos do governo federal espalhados pelo País" e "estabelecer uma rotina para evitar que o mosquito nasça".

No dia 4, segundo o ministro, haverá uma mobilização em todos os hospitais que atendam pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), sejam públicos ou privados. Dia 13, 220 mil militares da Marinha, Exército e Aeronáutica vão "visitar o maior número possível de residências", distribuindo panfletos, cartilhas e instruções para eliminar os focos do Aedes, que encontra em águas paradas as condições ideias para se reproduzir.

Já no dia 20, haverá uma ação conjunta de conscientização, que reunirá 50 mil militares, 70 mil agentes de combate a endemias, 260 mil agentes comunitários de saúde e bombeiros e policiais militares dos Estados.

"É o nosso dever, mas também são atos simbólicos para que a sociedade tome para si essa causa, fazendo o que podem dentro de suas casas", disse Castro, afirmando que o combate ao mosquito é um trabalho "permanente e ininterrupto".

Ele destacou que a fêmea do Aedes aegypti produz cerca de 400 ovos. "Se metade dos que nascerem forem fêmeas, teremos 200 mosquitos produzindo 400 ovos cada. Em poucas gerações, temos um povoamento muito grande", afirmou.

Na segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde fará uma reunião para definir se declara estado de emergência internacional. O vírus zika já estaria em circulação em mais de 23 países, propagando-se de forma "explosiva", segundo a OMS.

Só no Brasil, de acordo com Castro, são mais de 1,5 milhão de pessoas infectadas. "Todos os Estados e todos os municípios estão sendo monitorados", garantiu o ministro, destacando a política de controle de Goiás, onde os agentes reportam em tempo real, por meio do smartphone, a situação de cada localidade, abastecendo a central de controle do Estado.

Castro afirmou, ainda, que está em negociação uma reunião entre todos os ministros de Saúde da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que possivelmente ocorrerá quarta-feira, no Uruguai.

Grávidas com passagem aérea comprada das companhias TAM (brasileira) e LAN (chilena) para países da América Latina que tenham registrado casos de infecção pelo zika vírus poderão antecipar seu retorno ou cancelar a viagem sem custos adicionais.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, 26, o Grupo Latam, que reúne as duas empresas, oferece alternativas para gestantes com viagens internacionais para os seguintes países: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Puerto Rico, Suriname e Venezuela.

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As passageiras grávidas que já chegaram a esses países poderão adiantar o retorno (sujeito à disponibilidade de assentos), sem cobranças adicionais. Já as gestantes com voos programados poderão alterar o destino do voo (sujeito ao pagamento de possíveis diferenças de tarifas) ou solicitar o reembolso do bilhete gratuitamente.

Para usufruir dessas facilidades, a passageira deverá apresentar declaração médica mencionando o número de semanas de gestação. Os benefícios também serão concedidos aos acompanhantes que estejam viajando com a grávida no mesmo voo.

O zika vírus está associado à microcefalia em bebês recém-nascidos, além de outras enfermidades. Autoridades de saúde dos Estados Unidos já recomendaram que gestantes evitem viajar ao Brasil e a países que tenham registrado casos do vírus.

Os Estados Unidos advertiram nesta sexta-feira (15) as mulheres grávidas para que evitem viajar ao Brasil e a outros países da América Latina afetados pelo vírus zika, que pode provocar graves consequências para o feto. "O vírus está se espalhando muito rapidamente através das Américas", disse Lyle Petersen, diretor da divisão de doenças infeciosas transmitidas por vetores do Centro de Controle e Prevenção de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC).

Segundo Petersen, 26 casos foram diagnosticados nos Estados Unidos desde 2007 em pessoas que contraíram o vírus fora do país. "Mulheres grávidas em qualquer estágio devem considerar o adiamento de viagens às zonas onde a transmissão do vírus é permanente", recomenda o CDC.

As zonas listadas são: Guiana Francesa, Martinica, Porto Rico, Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Suriname e Venezuela. No Brasil, mais de 3.500 casos de microcefalia foram registrados entre outubro de 2015 e este mês de janeiro, no período de maior incidência do vírus zika. Os especialistas ainda não conseguem afirmar que o Brasil teve uma alta no número de casos de microcefalia, mas "até que nós saibamos mais, e para agir com prudência, o CDC recomenda às mulheres grávidas ou às que querem engravidar que tomem precauções especiais".

O zika vírus, que é transmitido de pessoa para pessoa por uma picada de mosquito tigre, não tem nenhuma vacina ou tratamento curativo; somente os sintomas podem ser tratados. Em geral, eles são de tipo gripal: febre, dor de cabeça e dores musculares, assim como erupções cutâneas. Se manifesta entre três e 12 dias após a picada do mosquito. Nas mulheres grávidas, o vírus pode ser transmitido para o feto e provocar graves consequências congênitas ou até a morte.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse nesta quarta-feira (9), na capital paulista, que está em negociação com o Exército para produção de repelente que será distribuído para mulheres grávidas. “Nós sabemos que houve grande consumo de repelente. Nós estamos em contato com o laboratório do Exército, que fabrica normalmente esses repelentes para suas tropas. Entramos em contato e vamos estabelecer uma parceria”, declarou após evento do Seminário Lide, que reuniu mais de 400 lideranças empresariais da área da saúde.

Castro informou que os repelentes serão distribuídos somente para mulheres grávidas do país, com exceção do Rio Grande do Sul, onde o vírus Zika ainda não circula. “Estamos dando atenção especial às gestantes e mulheres em período fértil. É o nosso grande foco. É drama humano, de dimensões extraordinárias, uma mulher grávida saber que foi picada por um mosquito. Ela vai entrar, seguramente, em pânico, porque sabe das consequências que isso poderá trazer para o seu filho”, declarou.

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O ministro destacou também a atenção à Região Nordeste, onde estão registrados o maior número de casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado ontem (8), mostra que são 1.761 casos suspeitos em 422 municípios brasileiros, sendo que Pernambuco permanece como o estado com o maior número de casos (804). O ministro reforçou a necessidade de as mulheres, além de usarem repelente, priorizem roupas que deixam o corpo encoberto e, se possível, coloquem tela nos apartamentos.

PMDB no Congresso

Castro disse que foi surpreendido pelo pedido de peemedebistas, que se declaram contrários ao governo Dilma Rousseff, que protocolaram um pedido na Mesa Diretora da Câmara para substituição do líder da bancada do partido, passando do deputado Leonardo Picciani (RJ) para Leonardo Quintão (MG).

O ministro explicou que é prática do PMDB eleger o líder em votação secreta para um mandato de um ano e que o de Picciani iria até fevereiro. “Parece-me que houve contaminação [pelo processo de impeachment]. A maioria do PMDB, sem ir para eleição, se antecipou e assinou um documento”, disse.

O ministro da Saúde defendeu ainda que o pedido de impeachment de Dilma Roussef não tem base jurídica e que se trata de um “processo exclusivamente político”, o qual não cabe para o regime democrático presidencialista do Brasil.

“Se a presidenta Dilma cometeu alguma pedalada em 2014, era outro mandato, não vale para 2015. E este ano não terminou ainda e ninguém sabe como as contas serão fechadas. E a meta fiscal que tinha sido estabelecida, o Congresso Nacional mudou e ela está cumprindo a meta [que foi alterada]. Eu não chegaria a dizer que seria um golpe, mas teria a condição de dizer que não tem fundamento, portanto, é uma imposição de forças políticas”, disse.

 

O Ministério da Saúde está avaliando a possibilidade de se distribuir repelentes para gestantes como uma estratégia para tentar conter o avanço da epidemia de bebês com microcefalia no Brasil. Ainda não há um consenso sobre a adoção da medida, mas o ministro da Saúde, Marcelo Castro, admitiu ao jornal O Estado de S.Paulo que a hipótese está em discussão pela sua pasta. "Estamos avaliando todas as possibilidades", disse.

Outra medida avaliada pela equipe do governo é a distribuição de telas para serem colocadas nas casas. Castro disse que, a exemplo da distribuição dos repelentes, ainda não há um consenso sobre o assunto. "Por enquanto, recomendamos o uso. A distribuição, se acertada, será numa outra etapa", completou.

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Dentro do ministério, há resistências para a adoção da medidas, em razão do seu alcance limitado e pela polêmica que a atitude poderá provocar. Não há garantias de que gestantes de fato usarão o repelente. O raciocínio é o mesmo para telas de proteção. Para que haja resultados efetivos, seria preciso que a gestante adotasse outras medidas em conjunto.

Críticos da proposta afirmam que as duas medidas poderiam enfraquecer a principal mensagem do governo que é tentar reduzir o número de criadouros do Aedes aegypti, vetor do zika vírus, da dengue e de chikungunya. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde mostra que, dentre 1.792 municípios, quase 50% (864) estão em situação de alerta e de risco para as doenças, em razão do alto número de focos do mosquito.

Defensores da proposta, por sua vez, afirmam que todos os mecanismos de contenção da doença devem ser usados, mesmo que de alcance limitado. Um dos argumentos usados é o de que a distribuição, em vez de desmobilizar, reforçaria a mensagem de que a situação é grave e que todas as medidas devem ser adotadas para conter o avanço da microcefalia.

A má-formação, considerada rara, teve um aumento súbito este ano. Até sexta-feira, foram notificados 1.248 casos da síndrome. Além da explosão do número de casos, a doença se alastra numa velocidade que impressiona governo e autoridades sanitárias.

Já há registros de casos em 302 municípios, distribuídos em 13 Estados e no Distrito Federal. O problema, que na primeira semana estava restrito a Estados do Nordeste, já atinge a região Centro-Oeste e o Rio, que tem 13 casos registrados. Além disso, foram notificadas sete mortes. Uma delas foi confirmada.

Por enquanto, o governo sugere que mulheres se protejam contra picada do mosquito usando repelentes, protegendo suas casas com telas e usando roupas de mangas longas - algo de difícil execução, sobretudo diante das altas temperaturas do estado do Nordeste.

Consumir álcool durante a gravidez traz riscos de problemas de desenvolvimento e danos ao cérebro, mas uma em cada 10 mulheres grávidas nos Estados Unidos afirmam beber - informaram autoridades norte-americanas nesta quinta-feira (24).

O hábitos de consumo excessivo de álcool entre mulheres grávidas também aumentou a preocupação entre os pesquisadores, que disseram que as mulheres grávidas que bebem relataram mais episódios de compulsão para beber do que as mulheres não grávidas.

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"Sabemos que o uso de álcool durante a gravidez pode causar defeitos congênitos e problemas de desenvolvimento em bebês, bem como um aumento do risco de outros problemas de gravidez, como aborto espontâneo, morte fetal e prematuridade", explicou Coleen Boyle, diretora do departamento de Doenças Congênitas e Deficiências de Desenvolvimento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

"Este é um alerta importante para que as mulheres não bebam enquanto estiverem grávidas. Não vale a pena correr este risco".

Cerca de 10% das mulheres grávidas com idades entre 18 e 44 anos relataram ter consumido álcool no mês passado, segundo o relatório semanal do CDC sobre morbidade e mortalidade.

Cerca de um terço das mulheres grávidas que beberam - ou 3,1% das grávidas do mundo - admitiram ter bebido além da conta, o que significa quatro ou mais bebidas alcoólicas por vez.

A frequência destes episódios de bebedeira foi maior do que o observado entre mulheres não-grávidas - 4,6 episódios no mês passado, comparado a 3,1 episódios entre mulheres que não estavam grávidas.

Especialistas dizem que beber durante a gravidez pode causar desordens do espectro alcoólico fetal, um grupo de condições que não tem cura e pode prejudicar a criança para o resto da vida.

"Estudos estimam que dois a cinco porcento dos alunos da primeira série do ensino fundamental nos Estados Unidos podem ter essas desordens", diz o relatório.

O estudo foi feito tendo como base uma enquete por telefone com a população dos Estados Unidos, e dados de todos os 50 estados e o Distrito Federal de mulheres com idades entre 18 e 44 anos.

"Mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez devem saber que não há um nível seguro de consumo de álcool durante a gravidez", disse a epidemiologista Cheryl Tan, principal autora da pesquisa e membro do CDC.

"Todos os tipos de álcool devem ser evitados, incluindo vinhos tinto ou branco, cerveja e destilados".

Os serviços públicos de saúde passam a oferecer a partir deste mês vacinas que protegem contra difteria, tétano e coqueluche para grávidas e recém-nascidos. A inclusão é uma resposta do Ministério da Saúde ao aumento do número de casos de coqueluche no Brasil.

A incidência da doença, que entre 1996 e 2010 foi inferior a um caso a cada 100 mil habitantes, registrou nos últimos anos um aumento expressivo. Em 2013, foram 3,3 casos por cada 100 mil - com 110 mortes. A maior parte entre menores de seis meses.

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A vacina protege não só a gestante, mas o bebê, que recebe anticorpos ainda durante a gestação. O imunizante deve ser aplicado entre a 27ª e 36ª semana de gestação. É nessa etapa que ele tem maior poder de proteção para o bebê. Gestantes que não conseguirem se vacinar nesse período podem receber uma dose do imunizante até 20 dias antes da data provável do parto.

A estimativa do Ministério da Saúde é a de que 2,9 milhões de mulheres grávidas sejam vacinadas. O imunizante será aplicado também em profissionais que trabalham em UTI neonatal e em maternidades.

Esta é a quarta vacina para gestantes no calendário nacional. O SUS também oferece a influenza, a dupla adulto (difteria e tétano - dT) e a vacina contra hepatite B. A gestante deverá receber três doses de vacina. Duas doses de vacina contra difteria e tétano e uma daquela que protege contra difteria, tétano e coqueluche.

Dados do Ministério da Saúde mostram que 87% dos casos de coqueluche estão concentrados entre menores de seis meses. Causada por uma bactéria, a coqueluche pode provocar pneumonia e evoluir para quadros graves com complicações pulmonares.

Entre os dias 9 e 12 de outubro acontece no Pavilhão Sul do Centro de Convenções a 4ª edição da Fenekids. O evento une a conveniência de uma feira de negócios com uma programação de lazer voltada para toda a família: são 120 expositores e muitas apresentações culturais. Personagens amados pelos pequenos, como Peppa Pig e Dora Aventureira, se apresentam no palco da feira em seus quatro dias de realização. Também estão na programação oficinas de circo para crianças e debates relacionados ao universo da maternidade, como o parto humanizado. 

A feira funciona na quinta (9) e sexta-feira (10) das 14h às 22h, nos outros dias o evento funciona das 10h às 22h. A entrada custa R$ 10 (inteira) e R$5 (meia-entrada); há também o pacote família que custa R$ 25 e permite a entrada de quatro pessoas. Uma boa notícia para os pais é que crianças de até cinco anos não pagam.

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A Fenekids ocupa uma área de 9.000m² no pavilhão Sul do Cecon, esperando gerar até R$ 11 milhões durante e pós-feira. Visitantes poderão encontrar produtos  nas áreas de moda, saúde, enxovais, mobiliário e decoração para mamães, crianças e empreendedores. Há ainda dois parques infantis, praça de alimentação e fraldário. A expectativa dos organizadores é receber de 40 a 50 mil pessoas nos quatro dias de evento. 

Confira abaixo a programação cultural do evento:

Sexta-feira (10)

15h | Brincadeiras com Marcelo Bonfim
16h | Grupo Trup da Alegria 
17h | Show de Marionetes
18h | Cordel Animado com Mariane e Milla Bigio
19h | Llana Ventura - Cantigas de Brincar 
20h | Show: A Barca Maluca

Sábado (11)

13h | Brincadeiras com Marcelo Bonfim
14h | Show de Marionetes
15h | Show de Mágicas com Mestre Ryan
16h | Banda Trupe da Alegria
17h | Peppa Pig
18h | Cordel Animado com Mariane e Milla Bigio
19h | Palhaço Chocolate

Domingo (12)

12h | Brincadeiras com Marcelo Bonfim
13h | Show de Marionetes
14h | Cordel Animado com Mariane e Milla Bigio
15h | Dora, a Aventureira
16h | Super Heróis
17h | Meu Minion Favorito 
18h | Espetáculo Assim me contaram, assim vou contando 
19h | Espetáculo Sonho do Circo - Escola Pernambucana de Circo

Serviço
Fenekids 2014
Quinta-feira a domingo (9 - 12 de outubro) | 14h às 22h (quinta e sexta) 10h às 22h (sábado e domingo)
Centro de Convenções de Pernambuco (Av. Prof. Andrade Bezerra, S/N - Salgadinho)
R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia-entrada), R$ 25 (pacote família para quatro pessoas). Crianças 

As grávidas brasileiras são convencidas ao longo da gestação a terem seus filhos por cesárea. É o que mostra o estudo Nascer no Brasil - Inquérito sobre Parto e Nascimento, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz, divulgado na tarde desta quinta-feira (29), no Rio de Janeiro. No total, 23.894 mulheres foram entrevistadas, em 266 hospitais de médio e grande porte, localizados em 191 municípios brasileiros. O levantamento ocorreu em 2011.

Do total de mulheres ouvidas, 72% queriam parto normal logo que engravidaram. Os bebês nasceram por cesárea em 52% dos casos. A situação é mais grave na rede particular. Entre as mulheres que esperavam o primeiro filho e foram atendidas em hospitais pagos, o índice de mulheres que desejava cesárea era de 36% no início da gestação. Ao fim dos nove meses, essa proporção havia subido para 67%. Ainda que um terço das mulheres quisesse o parto normal, 89,9% tiveram seus filhos pelo método cirúrgico. Entre as mulheres atendidas na rede pública, 15% queriam a cesárea tanto no início quanto no fim da gestação - 44% tiveram seus bebês dessa forma.

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"Tem uma cultura instituída de que a cesárea é o melhor método para se ter filho. Talvez elas não sejam informadas dos riscos. A cesariana aumenta o risco de morbidade respiratória nos bebês, também aumenta o risco de internação em UTI. Também faz aumentar os óbitos maternos. Em gestações subsequentes, pode haver placentação anormal, já que o útero não é mais íntegro. Outra questão é que o bebê não se coloniza com as bactérias da mãe, já que não passou pelo canal vaginal. Ele se coloniza com a flora bacteriana hospitalar. Os efeitos, a longo prazo, são o risco maior de síndrome metabólica, asma e diabete", alertou a pesquisadora Maria do Carmo Leal, coordenadora da pesquisa.

Para a pesquisadora Silvana Granato, subcoordenadora da pesquisa, as mulheres fazem mais cesáreas "porque o nosso parto normal é muito ruim". Ela se refere ao número de intervenções desnecessárias, como episiotomia (corte na vagina para facilitar a saída do bebê) e aplicação de ocitocina (hormônio sintético indutor de contrações).

O estudo chama a atenção ainda para a importância do planejamento da gestação. Das mulheres entrevistadas, apenas 45% disseram que desejavam a gravidez. Perguntadas se estavam satisfeitas com o nascimento do filho, 9% responderam negativamente. "Um quarto das gestações terminam em aborto. Há uma falha no planejamento da gravidez e é preciso falar sobre isso agora. Temos de parar de fazer de conta que está todo mundo feliz com a gravidez. Está na hora de discutirmos o aborto no País", defendeu Silvana. A depressão materna foi detectada em 26% das mulheres, entre 6 e 18 meses após o parto.

Médicos atuantes na rede materno-infantil de importantes unidades de saúde do estado, como os hospitais Agamenon Magalhães, Barão de Lucena e Jesus Nazareno, estão inconformados com as condições destes locais. Superlotação de leitos e falta de profissionais nos plantões acarretaram uma assembleia no Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), realizada nesta quarta (26), para debater o assunto.

O crescimento da demanda de pacientes tem resultado em situações como a acomodação de pacientes nas salas onde são realizadas cirurgia. “Por falta de leitos, há pessoas nos corredores e, inclusive, nos blocos cirúrgicos. E, obviamente, estes pacientes precisam se alimentar, ou seja, comidas é manuseada em espaços que deveriam ser reservados às cirurgias”, declarou o diretor do Simepe, Tadeu Calheiros. 

Além deste, uma série de outros problemas foram apontados, como a falta de berços suficientes nas maternidades, falhas nas assistências pré-natais e as graves consequências dos serviços mal prestados. “Como resultado, há uma peregrinação das mulheres grávidas. Se este centro está lotado, a paciente é encaminhada a outro, e às vezes as distâncias são bem longas. Tudo isso tem deixado os profissionais angustiados”, revelou Calheiros. 

O problema das maternidades atinge, diretamente, a categoria médica. A rotatividade entre os profissionais é alta, porque a maioria não quer trabalhar nestas circunstâncias. O diretor do Simepe afirmou: “o número de profissionais deve ser recomposto. Muitos não aguentam o estresse, adoecem e pedem para sair. Não podemos deixar as escalas desfalcadas. Estamos fazendo um tipo de alerta à gestão publica, responsável pela situação, pois os pacientes ainda podem ser mais lesados”. 

Resposta do Estado – Durante a assembleia, a categoria elaborou um ofício para ser encaminhado à Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) com a preocupação dos médicos. O Conselho Regional de Medicina (Cremepe) também foi acionado para contribuir nas proposições. De acordo com Tadeu Calheiros, uma nova assembleia com os profissionais está marcada para o dia 23 de abril, para avaliar os andamentos do diálogo com o Governo.

As grávidas expostas a ftalatos, um composto químico usado principalmente em plásticos, tintas e cosméticos como desodorantes, correm mais risco de dar à luz bebês prematuros, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira (18).

Os autores desta pesquisa, entre eles Kelly Ferguson, da faculdade de Saúde Pública da Universidade de Michigan (norte), estudaram os casos de 130 mulheres que tinham dado à luz de forma prematura e os de outras 352 que tiveram analisadas amostras de urina durante a gravidez para determinar o nível de resíduos de ftalatos.

"Nossos resultados mostram um vínculo significativo entre uma exposição a ftalatos durante a gravidez e nascimentos prematuros, o que confirma observações precedentes feitas no laboratório e resultados de estudos epidemiológicos", destacou Ferguson no artigo, publicado no periódico Journal of the American Medical Association (JAMA, na sigla em inglês).

Na opinião da especialista, as conclusões deste estudo podem ser aplicadas ao conjunto de grávidas nos Estados Unidos e em outros países. Os dados levantados pela pesquisa criam uma base sólida para prevenir ou reduzir a exposição aos ftalatos durante a gravidez, afirmaram seus autores.

A principal causa de mortalidade entre recém-nascidos são os nascimentos antes da 37ª semana de gestação, o que não se estuda suficientemente, advertiram os pesquisadores. O trabalho lembrou, por outro lado, que exames precedentes revelaram que mulheres expostas a ftalatos tinham níveis hormonais que podiam desajustar o funcionamento da tiroide e estavam vinculados ao câncer de mama e à endometriose.

Em um editorial publicado junto com a pesquisa, a doutora Shanna Swan, da faculdade de Medicina do hospital Monte Sinai de Nova York, avaliou que este estudo "é o mais forte até agora que sugere que os ftalatos estão em tudo o que cerca as grávidas e que poderiam ser um importante fator que explique os nascimentos prematuros, cujas causas são desconhecidas hoje em dia".

Algumas empresas desenvolveram aplicativos que ajudam às mulheres a saberem por exemplo o período fertil, o dia da ovulação e desta maneira ajudar a saber qual o melhor dia para tentar engravidar. 

Abaixo seguem alguns aplicativos que prometem dar esta forcinha para as mulheres que tem o sonho da gravidez:

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Fertilog - nada mais é do que um calendário que ajuda a descobrir o dia correto da fertilidade e ovulação. O aplicativo ainda funciona como um diário e agenda pessoal, nele fica anotado os dias em que você e o parceiro tentaram engravidar.

Period Calendar / Tracker - Este aplicativo faz um verdadeiro mapeamento das menstruações. O app consegue relatar o seu humor, estado de saúde, temperatura corporal e dias férteis, de acordo com as suas respostas pré colocadas. 

Grávida - Com este app a mulher poderá saber o seu período fértil. Ele é baseado na data da última mentruação. Ao inserir a data do último ciclo, o app calcula o próximo período fértil, e ainda faz uma projeção, em caso de gravidez, de qual será o dia que o bebê nascerá.

Mestrual Calendar -  Com este aplicativo as mulheres conseguem ter um controle sobre o ciclo mestrual, ovulação, sintomas aparentes e temperatura basal. O app oferece um calendário no qual você poderá inserir diversos dados de forma detalhada como: peso, relações sexuais, testes de gravidez, testes de ovulação, medicamentos e demais informações sobre suas consultas médicas. O aplicativo ainda é totalmente personalizável e a mulher ainda poderá alterar a duração do ciclo, da fase luteal, fazer backup das suas tabelas e proteger seus dados através de senhas.

Um grupo de mulheres canadenses, entre elas 40 grávidas, apresentou um processo coletivo contra uma empresa farmacêutica da qual exigem 800 milhões de dólares por uma pílula anticoncepcional defeituosa, indicou a imprensa local nesta sexta-feira (17).

Sessenta moradoras da província de Ontário, quatro das quais sofreram abortos, participam do processo contra a empresa Apotex, fabricante da pílula Alysena, segundo a advogada das demandantes, Sandy Zaitseff, citada pelo jornal The Globe and Mail, um dos principais do Canadá.

Cinquenta mil caixas de Alysena foram retiradas do mercado em 8 de abril passado, depois que foi descoberto que um lote continha dois tipos de pílulas placebo ao invés de uma. Cinco dias depois, a retirada foi expedida para outros 11 lotes.

A empresa farmacêutica não divulgou publicamente a primeira retirada de produtos e a ministra da Saúde, Leona Aglukkaq, solicitou a abertura de uma investigação diante da falta de informações.

Zaitseff destacou que o erro de embalagem teve consequências financeiras para suas clientes, que estima em milhões de dólares, assim como consequências éticas. "No mundo de hoje, o fato de ter uma relação sexual com uma pessoa não significa assumir o encargo de criar filhos", declarou ao The Globe and Mail.

A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta sexta-feira (17), a lei que garante estabilidade no emprego à trabalhadora que tiver a gravidez confirmada durante o período de aviso prévio.

A lei acrescenta o artigo 391-A à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para dispor que "a confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias."

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Esse trecho do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias proíbe a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. A Lei 12.812 está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 17.

Bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que engravidam no período da pesquisa têm direito a um ano adicional no prazo do trabalho. A medida garante que as mães bolsistas não tenham que interromper os estudos durante a licença-maternidade. O período em que as mães estão afastadas é remunerado pelo CNPq.

“[A resolução em vigor desde novembro passado] é resultado de uma série de reflexões sobre o tema. Nas diversas conferências e debates internacionais dos quais participei, observamos que uma das barreiras que mulheres cientistas enfrentam é conciliar carreira e maternidade”, disse a pesquisadora Márcia Barbosa, professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, bolsista de Produtividade em Pesquisa e presidente do Comitê Assessor de Física do CNPq.

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De acordo com CNPq, as pesquisadoras enfrentavam prejuízos quando o parto ocorria no período de concessão da bolsa e muitas mães tinham que diminuir ou interromper as atividades científicas. Na modalidade de Produtividade em Pesquisa, a bolsa é anual, sendo concedida ou prorrogada após avaliação da produção científica feita por comitês assessores. A medida que agora abrange essas pesquisadoras, já estava implantada para as bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. “O ano adicional que o CNPq concede permitirá que as pesquisadoras recuperem o período menos produtivo em termos de artigos e possam continuar a carreira, ou seja, dá uma solução de continuidade”, acredita.

A trajetória profissional de Márcia Barbosa surpreende. A pesquisadora concluiu a graduação nos anos de 1980 e aos 30 anos já tinha o primeiro pós-doutorado em física. “Na década de 1980 éramos 10% meninas ingressando no curso. Na minha formatura, eu era a única mulher. Diversas vezes em eventos, quando mais jovem e menos conhecida, era confundida com a secretária do evento, a recepcionista. Felizmente apesar de sermos poucas, sempre fomos muito unidas na percepção de que havia barreiras, algumas transparentes.”

A decisão de ter um filho é algo extremamente sério, afinal de contas, a criação não é feita apenas com amor e carinho, mas também com condições econômicas suficientes para o sustento da criança. E quando uma mulher ainda está estudando, a tarefa de ser mãe exige muito mais, uma vez que ela terá que conciliar o tempo dedicado ao filho e aos estudos. Mas, quando uma pessoa engravida e está em um processo educativo, por exemplo, ela tem o direito de receber um acompanhamento especial. A ideia é que ela possa acompanhar os conteúdos dados em sala de aula, sem prejudicar o período de gestação e de estudo.

O Decreto de Lei número 1.044, de 21 de outubro de 1969, garante à estudante grávida, a partir do oitavo mês de gestação e durante três meses, uma assistência de exercícios domiciliares. E ainda, em casos excepcionais, através de comprovação médica, o período pode ser aumentado, antes e após o parto.



A jovem Yasmim Gomes, de 17 anos, descobriu, em agosto do ano passado, que estava grávida de dois meses. Na época, ela era estudante do segundo ano do ensino médio. Yasmim continuou normalmente no colégio e só conseguiu uma licença uma semana antes do nascimento da sua filha: no dia 7 de abril deste ano. “Consegui uma licença médica e apresentei para a diretoria da escola”, conta a jovem.

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Todavia, muito antes desse repouso, Yasmim já tinha realizado algumas provas. “Fiz as provas antes do restante da turma. As questões foram apenas sobre o que eu tinha visto antes do nascimento da minha filha”, diz. Após o nascimento de Maria Clara, a jovem só passou duas semanas de repouso na sua residência. “Só fiquei esse tempo em casa e quem me ajudou foram as minhas amigas. Elas anotavam os assuntos e mandavam para mim”, relata Yasmim.

 

Procedimento - De acordo com a advogada e coordenadora do curso de direito da Faculdade Maurício de Nassau de Recife, Caroline Fernandes, as escolas e faculdades são obrigadas pela lei a oferecer um acompanhamento especial às alunas gestantes. “Isso é uma determinação da lei. A aluna gestante tem direito ao afastamento sem prejuízo”. Caroline explica ainda que a solicitação do acompanhamento deve ser feita através de um requerimento, disponível nas instituições de ensino, junto ao atestado médico.

Caso a gravidez aconteça no período das aulas, também é obrigatório o estabelecimento de ensino oferecer um acompanhamento. “A gestante recebe em casa trabalhos, atividades, aulas, entre outros. Os materiais podem até ser enviados por meio digital, como e-mail”, explica a advogada. Segundo ela, depois de resolvidos, os exercícios devem ser entregues à instituição pela própria aluna ou por um portador.

Caroline avalia o método de acompanhamento especial para gestantes como importante para as estudantes, tanto no âmbito escolar, quanto familiar. “Você ter que abrir mão de estudar em prol da família seria uma violação do direito da mulher. O acompanhamento especial ajuda nos dois lados: na educação e nos filhos”, conclui a advogada. 

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