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Os torcedores de futebol poderão retornar aos estádios na primeira quinzena de julho, no Rio de Janeiro. A prefeitura da cidade estabeleceu a autorização da volta do público aos estádios a partir do dia 10 de julho em medida publicada na noite da última sexta (26), em edição extra do Diário Oficial. De acordo com o novo decreto, estádios poderão receber ⅓ de sua capacidade, com distanciamento de e 4m² por pessoa e vendas online.

Alterando o planejamento inicial, que previa liberação de parte da capacidade dos estádios para competições esportivas no dia dois de julho, a nova medida, referente à terceira fase do plano de reabertura durante a pandemia do novo coronavírus foi desmembrada em A,com início a partir do dia dois, e a B, que está prevista para o dia 10. 

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Sendo assim, de acordo com o Diário Oficial estarão “abertos com restrições: Centros de treinamentos esportivos abertos para treino, sem público, sendo vedado uso de sauna, piscina e banheira de hidromassagem. Competições esportivas com capacidade simultânea máxima de 1/3, sem ultrapassar a regra de 4m² por pessoa. Venda de ingressos somente online ou caixas de auto atendimento. Atividades de lazer e esporte em piscinas, vedado o compartilhamento de objetos.Clubes, associações, hipódromos, quadras de aluguel e congêneres abertos, vedado esportes de contato.Continuam fechados escolinhas de treinamento.Continuam vedados eventos em espaços fechados." 

O documento da prefeitura também desmembra as demais fases até 16 de agosto. Na fase cinco, a partir de 1° de agosto, fica estabelecida a abertura de estádios para 2/3 da capacidade de público. As demais regras seguem valendo, com distanciamento de público presente, uso de máscaras e vendas online. Com a liberação, é possível que a decisão da Taça Rio, caso seja realizada no dia 12 de julho, seja disputada com público.

A Prefeitura de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), vai reabrir parques e praias na próxima segunda-feira (22). Medida foi tomada após o Governo do Estado decidir que cabe aos municípios decidir os novos protocolos de reabertura de áreas públicas. Ao contrário do Recife, que autorizou apenas as atividades físicas individuais, as praias de Paulista estarão com banho de mar liberado.

 Segundo a Prefeitura, serão organizadas ações educativas, com distribuição de máscaras em pontos estratégicos. Um monitoramento será realizado por meio de grupo de trabalho que já atua na fiscalização de aglomerações.

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 A ação educativa vai acontecer na entrada dos principais parques e praças. Ao longo dos 14 km de orla, a Guarda Municipal e a Polícia Militar vão evitar que banhistas se aglomerem ou descumpram as normas sanitárias.

 "É um momento extremamente delicado. O retorno é necessário, mas os cuidados devem ser redobrados. Não é hora de relaxar. Pior que nunca ter, é ter e perder. Se a gente não tomar as devida medidas para garantir as normas sanitárias, vamos ter que regredir e voltar ao fechamento de tudo não essencial novamente. Aí teremos uma sociedade frustrada e o que é pior, o retorno da pandemia. Portanto, faço um apelo a todos, vamos continuar seguindo as recomendações e tomando todos os cuidados de antes", disse o prefeito Junior Matuto (PSB).

Um dos países com maior presença no WhatsApp, com 120 milhões de usuários, o Brasil foi escolhido pelo Facebook para estrear o serviço de pagamentos do app de mensagens. Anunciada nessa segunda-feira (15) por Mark Zuckerberg, a ferramenta tem parceiros locais como Banco do Brasil, Cielo, Nubank e Sicredi e chegará aos poucos aos brasileiros: segundo apurou o Estadão/Broadcast, cerca de 1,5 milhão de pessoas no País tiveram o recurso liberado ontem.

"Queremos expandir em breve para mais pessoas e outros parceiros, mas ainda não há data definida", disse ao Estadão Matt Idema, diretor de operações do WhatsApp. Com a ferramenta, usuários poderão transferir quantias a outros contatos e também realizar pagamentos para empresas que usem o WhatsApp Business, versão corporativa do app. A novidade é similar à que já existe no app chinês WeChat, da Tencent, que transformou os meios de pagamentos no país asiático.

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Para que os pagamentos possam ser realizados, o Facebook lançou também no País o Facebook Pay, sistema que permite pagamentos por meio de apps. Nos EUA, a ferramenta já é usada para compras feitas diretamente na rede social e também no Instagram - algo que pode chegar ao Brasil em breve, disse Idema.

As transações entre pessoas terão teto de R$ 1 mil e serão feitas apenas com cartão de débito, vinculada a uma conta bancária - os valores recebidos já cairão direto na conta do usuário. Todas as operações terão de ser aprovadas com uso de senha ou biometria. "Se o telefone for roubado, ninguém poderá fazer transações com ele sem a senha", afirmou o executivo.

Os pagamentos para empresas, por sua vez, poderão ser feitos a partir de cartão de débito ou crédito das bandeiras Visa e Mastercard. Não haverá limite de valores, mas todas as transações terão taxa fixa de 3,99% - os valores serão divididos pelo banco do usuário, o Facebook e a Cielo. Com o anúncio, a empresa de adquirência teve alta de 14% na bolsa ontem.

Para David Vélez, cofundador do Nubank, a nova ferramenta é mais um passo para bancarizar o Brasil - segundo dados do Instituto Locomotiva, hoje o País tem 45 milhões de pessoas sem acesso a serviços financeiros. "Esse produto pode aumentar o crescimento da nossa conta digital e do cartão de débito", afirmou Vélez.

Conselheiro da Associação Brasileira de Fintechs, Guilherme Horn também vê potencial reduzir a desbancarização, mas crê que será preciso ter atenção para que a ferramenta não seja usada para fraudes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de ser liberado do presídio em decorrência das medidas tomadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para conter o avanço da Covid-19 nas penitenciárias, Éder Abrão Filadélfia estuprou e matou Jenifer Modesto, de apenas 18 anos. O crime ocorreu em Poços de Caldas, no interior de Minas Gerais, a 80 km da penitenciária, no dia 4 de abril, menos de 24 horas antes de o detento ser solto, no dia 3. Ele só foi preso dias depois, após tentar cometer outro estupro.

Segundo a polícia, Jenifer foi abordado em um trecho deserto entre a parada de ônibus de que descia e sua casa. Éder confessou o crime e ainda indicou onde havia escondido o corpo.

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O detento foi liberado por sofrer de hipertensão, comorbidade que o enquadrava no grupo de risco do novo coronavírus. A recomendação do Conselho Nacional de Justiça é pra liberar apenas quem está em grupos de risco e não cometeu crimes graves. Desde que a política foi anunciada, mais de 30 mil condenados foram autorizados a cumprir pena em casa.

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) publicou uma recomendação na sexta-feira, 22, em que pede a suspensão imediata das orientações do Ministério da Saúde para o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de casos leves do novo coronavírus. "Até o momento, não existem evidências científicas robustas que possibilitem a indicação de terapia farmacológica específica", justifica o documento.

Segundo a recomendação, o "momento excepcional" da pandemia da covid-19 "não pode significar que a racionalidade deva ser abandonada nem que a população deva ser exposta a condições de maior vulnerabilidade". Ela é assinada pelo presidente do conselho, Fernando Zasso Pigatto.

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O documento também recomenda que não seja recomendada "qualquer medicamento" para prevenção da covid-19, "pela ausência de confirmações de uso seguro aos usuários", e que o ministério "desempenhe seu papel na defesa da ciência e a redução da dependência de equipamentos e insumos, construindo uma ampla e robusta produção nacional".

Além disso, pede que o Ministério Público Federal (MPF) "tome as devidas providências" para que as orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da covid-19 sejam suspensas.

Na quarta-feira, 20, o Ministério da Saúde publicou um novo protocolo, que libera os dois medicamentos no tratamentos de todos os pacientes com sinais da doença. Para o conselho, contudo, a mudança "não se baseia em evidências científicas" e faz referências a estudos "criticados pela comunidade científica".

A recomendação do CNS ainda diz que o ministério descumpriu a legislação do Sistema Único de Saúde (SUS) por indicar os medicamento para um uso que não está registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, tampouco, teve análise e elaboração de diretrizes terapêuticas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

O conselho ainda chama a mudança de protocolo de uma "decisão política tomada por não especialistas em saúde".

Ele também cita artigos publicados em revistas científicas internacionais que apontam efeitos dos medicamentos no tratamento de pacientes do coronavírus, especialmente em relação a problemas cardíacos, além de diretrizes médicas publicadas por entidades brasileiras, como a Associação de Medicina Intensiva e a Sociedade Brasileira de Infectologia, dentre outras.

"Considerando que a necessidade de avaliação dos pacientes através de anamnese, exame físico e exames complementares nos equipamentos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), trará um grande impacto à atenção primária e de média complexidade, ao qual o sistema não está adaptado para regular neste presente momento", aponta ainda o texto.

O CNS é uma instância colegiada do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem o objetivo de fiscalizar, acompanhar e monitorar as políticas públicas de saúde.

Ele tem 48 conselheiros, que são representantes dos segmentos de usuários, trabalhadores, gestores do SUS e prestadores de serviços em saúde, além de representantes de movimentos sociais, instituições governamentais e não governamentais, entidades de profissionais de saúde, comunidade científica, entidades de prestadores de serviço e entidades empresariais da área da saúde.

Confrontado sobre estudo publicado nesta sexta-feira, 21, que aponta aumento do risco de morte por arritmia cardíaca em até 45% nos infectados pelo novo coronavírus que utilizam cloroquina, o Ministério da Saúde afirmou ao Estadão que acompanha mais de 40 pesquisas clínicas envolvendo medicamentos para tratar a covid-19 e não quis comentar sobre os resultados apresentados.

Por ordem do presidente Jair Bolsonaro, a pasta passou a recomendar a prescrição da substância a pacientes desde os primeiros sinais da doença. Fontes do ministério dizem que, apesar de a pesquisa publicada pela revista científica Lancet ter sido realizado com 96 mil pacientes e indicar o risco do medicamento, ninguém acredita que a orientação do governo irá mudar.

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Em nota, o ministério se limitou a dizer que "com base em estudos existentes e parecer do Conselho Federal de Medicina (CFM), além de experiência da rede pública na utilização da cloroquina, cumpre o princípio da equidade ao dar oportunidade de todos os brasileiros, com seus médicos, buscarem a melhor opção de tratamento contra o coronavírus". Nenhuma palavra sobre o novo estudo, liderado pelo professor Mandeep Mehra, da Escola de Medicina de Harvard.

O estudo publicado na revista científica Lancet concluiu que o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina, mesmo quando associados a outros antibióticos, aumenta o risco de morte por arritmia cardíaca em até 45% nos infectados pela covid-19. A cloroquina é defendida pelo governo Jair Bolsonaro como primeira opção de tratamento, inclusive para pacientes sem gravidade.

A Saúde já publica diariamente uma análise do compilado de estudos sobre possíveis tratamentos para a covid-19. Estes documentos têm repetido que a cloroquina, e nenhum outro medicamento, mostra resultados benéficos aos pacientes.

As análises do Ministério da Saúde foram ignoradas pelo governo ao divulgar nesta semana orientação do uso da cloroquina para todos os pacientes, como cobra o presidente Jair Bolsonaro. O documento do ministério tem forte poder político, mas não dita as regras do tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), como faria um protocolo de diretrizes terapêuticas. Apesar disso, autoridades temem que médicos e pacientes sejam estimulados ao uso da cloroquina, mesmo sem evidência de benefícios.

Uma autoridade do SUS, reservadamente, disse que o estudo publicado nesta sexta-feira, 21, na revista Lancet ainda não é o ideal, pois a avaliação foi feita sobre um banco de dados de pacientes, ou seja, tem impacto menor do que avaliações randomizadas e controladas. Ainda assim, traz fortes indícios para reforçar o risco do uso da cloroquina em larga escala, segundo a mesma fonte.

A pesquisa foi realizada com pacientes de 671 hospitais em seis continentes, internados entre 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril deste ano. Das 96.032 pessoas analisadas, 14.888 foram tratadas com alguma variação ou combinação da cloroquina nas primeiras 48 horas de internação.

"Nós fomos incapazes de confirmar qualquer benefício da cloroquina ou da hidroxicloroquina em resultados de internação pela covid-19. Ambas as drogas foram associadas à diminuição de sobrevivência dos pacientes internados e a um aumento da frequência de arritmia ventricular quando usadas no tratamento da covid-19", conclui o estudo do professor de Harvard.

Um estudo realizado com mais de 96 mil pacientes internados concluiu que o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina em pacientes com o novo coronavírus, mesmo quando associados a outros antibióticos, aumenta o risco de morte por arritmia cardíaca em até 45% nos infectados pela covid-19. Esta é a maior pesquisa realizada até o momento sobre os efeitos que essas substâncias têm no tratamento do vírus.

"Nós fomos incapazes de confirmar qualquer benefício da cloroquina ou da hidroxicloroquina em resultados de internação pela covid-19. Ambas as drogas foram associadas à diminuição de sobrevivência dos pacientes internados e a um aumento da frequência de arritmia ventricular quando usadas no tratamento da covid-19", conclui o estudo liderado pelo professor Mandeep Mehra, da Escola de Medicina de Harvard, e publicado nesta sexta-feira, 22, na revista Lancet.

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A pesquisa foi realizada com pacientes de 671 hospitais em todo o mundo, internados entre 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril deste ano.

Das 96 mil pessoas analisadas, cerca de 15 mil foram tratadas com alguma variação ou combinação da cloroquina.

Entre os pacientes que tomaram a hidroxicloroquina, houve aumento de 34% no risco de mortalidade e de 137% no risco de arritmias cardíacas graves. Quando combinada com antibióticos, a droga aumentou em até 45% o risco de morte nos pacientes e em 411% a chance de arritmia cardíaca grave.

Na quarta-feira, 20, o Ministério da Saúde liberou a cloroquina para todos os pacientes de covid-19. Em documento, o ministério recomendou a prescrição do medicamento desde os primeiros sinais da doença causada pelo coronavírus.

Embora não haja comprovação científica da eficácia do medicamento contra a doença, o Ministério da Saúde alegou, no documento, que o Conselho Federal de Medicina autorizou recentemente que médicos receitem a seus pacientes a cloroquina e a hidroxicloroquina, uma variação da droga.

O próprio presidente Jair Bolsonaro, que defende o uso do medicamento, disse que ele não tem comprovação científica de combate à doença, mas comparou a indicação do remédio à luta em uma guerra para justificar a defesa de liberá-lo para todos os pacientes.

"Ainda não existe comprovação científica. Mas sendo monitorada e usada no Brasil e no mundo. Contudo, estamos em Guerra: 'Pior do que ser derrotado é a vergonha de não ter lutado'.Deus abençoe o nosso Brasil!", escreveu o presidente em redes sociais ao comentar o novo protocolo, divulgado pelo Ministério da Saúde, para a prescrição do remédio.

A defesa de Bolsonaro do uso da cloroquina levou à queda dos ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

Diversos estudos já comprovaram que não há eficácia comprovada da droga no combate ao novo coronavírus. Somente neste mês de maio, alguma das mais importantes revistas médicas do mundo - New England Journal of Medicine (NEJM), o Journal of the American Medical Association (Jama) e o British Medical Journal (BMJ) - publicaram estudos com resultados nada promissores.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também já havia alertado para os efeitos do uso cloroquina. A entidade já afirmou que não há eficácia comprovada do medicamento e aconselhou uso apenas em estudos clínicos. A recomendação foi feita na quarta-feira.

"Uma nação soberana tem o direito de aconselhar seus cidadãos sobre qualquer medicamento. Mas gostaria de destacar que, até agora, a cloroquina e a hidroxicloroquina não foram identificadas como eficazes para tratar a covid-19. Diversas autoridades já emitiram alertas sobre efeitos colaterais. A OMS aconselha que esse medicamento seja utilizado apenas em estudos clínicos supervisionados por médicos em ambiente hospitalar, como já ocorre em diversos países", disse o diretor do programa de emergências do órgão, Michael Ryan.

Cobrado pela falta de assinatura no documento que mudou a orientação do Ministério da Saúde sobre a cloroquina, o ministro interino, general Eduardo Pazuello, ordenou e, cerca de 12 horas após a divulgação, todos os secretários da pasta subscreveram o papel. As assinaturas foram feitas entre 20h37 e 23h36 da noite de quarta-feira (20), após o jornal O Estado de S. Paulo mostrar que a orientação da pasta não tinha o poder de um protocolo de atendimento, como defende o presidente Jair Bolsonaro.

O documento havia sido divulgado por volta de 9h30, como orientação. Depois, virou uma "nota informativa" na versão assinada, que será enviada para gestores do SUS.

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Contrariando recomendações de entidades científicas e médicas, a pasta orientou uso de medicamento à base de cloroquina ou hidroxicloroquina, associadas ao antibiótico azitromicina, desde o primeiro dia de sintomas. Por não ser um protocolo, o papel não dita regras de atendimento no SUS. É apenas uma orientação, mas marca uma guinada no discurso do ministério e tem força política.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou nota contrária à recomendação. A entidade questiona: "Por que estamos debatendo a cloroquina e não a logística de distanciamento social? Por que estamos debatendo a cloroquina ao invés de pensar um plano integrado de ampliação da capacidade de resposta do Ministério da Saúde para ajudar os Estados em emergência?"

O Ministério da Saúde tem sete secretarias, sendo que três estão com substitutos no comando. Responsável pela Secretaria de Ciência e Tecnologia (SCTIE), área que avalia incorporação de medicamentos ao SUS, o médico Antônio de Carvalho não subscreve o documento.

Ele pediu exoneração e aguarda a publicação de sua saída no Diário Oficial da União (DOU).

Críticas

Nesta semana, três entidades nacionais aprovaram um documento com diretrizes para o enfrentamento da pandemia no qual recomendam que as drogas não sejam usadas como tratamento de rotina.

As entidades são a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os médicos acreditam que a nova orientação do Ministério da Saúde deve atrapalhar um pouco o trabalho no enfrentamento da pandemia. Na quarta-feira (20), o governo permitiu a prescrição da cloroquina para casos leves da Covid-19, mesmo após diversos estudos terem mostrado que o medicamento não é eficaz para tratar a doença.

"A população vai começar a pedir para o médico. Caberá a ele explicar que não tem eficácia comprovada e talvez não seja a melhor opção", disse o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes da Costa.

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Ele esclarece que a pressão acontece também no tratamento de outras doenças. "Muito frequentemente o médico é solicitado a prescrever tratamento porque pacientes ouvem falar que tem efeito miraculoso."

A médica Lessandra Michelim, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia, também acha que a orientação do Ministério da Saúde dificulta o trabalho dos profissionais da saúde. "Temos batido muito nessa tecla de falar que não há evidências para casos pouco sintomáticos. A gente vem falando isso há muitas semanas e agora vem o protocolo que a gente não concorda. A pressão sempre virá na direção de quem prescreve."

Ela acredita que não haverá pressão do governo sobre os hospitais. "Tem de ficar claro que não foi nota técnica, não tornou obrigatório. É uma orientação, que as sociedades médicas já disseram que não apoiam."

Antonio Carlos Lopes, diretor acadêmico do Hospital Militar da Área de São Paulo, discorda. "Tem de saber receitar a dose adequada. O problema é que a cloroquina é um medicamento barato e não interessa para a indústria. Querem queimar para lançar um mais caro."

O presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto, acredita que a orientação não mudará a compra da cloroquina. "No início da pandemia, houve corrida pelo medicamento e faltou. Mas desde que a Anvisa definiu que precisa de receita controlada freou a compra. Esse panorama só vai mudar se os médicos começarem a receitar muito mais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sem passar pelas etapas necessárias, o Ministério da Saúde mudou nesta quarta-feira a orientação sobre o uso da cloroquina, estendendo a possibilidade de médicos prescreverem a substância a todos os pacientes com Covid-19. Em vez de um protocolo, como vinha defendendo o presidente Jair Bolsonaro, a pasta divulgou apenas um documento, sem assinatura e fora dos padrões, em que recomenda a administração da droga desde os primeiros sinais da doença. Na prática, Bolsonaro perdeu dois ministros que se recusaram a assinar a medida e, mesmo assim, continuou sem conseguir exigir de Estados, municípios e da rede privada mudanças no atendimento.

O documento divulgado ontem, porém, foi a alternativa encontrada pelo ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, diante das dificuldades de se criar um protocolo propriamente dito - este sim com poder de ditar regras de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, seria necessária a aprovação de um Protocolo Clínico de Diretriz Terapêutica (PCDT), medida que passa por um rito próprio e muitas vezes lento no governo.

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Um dos pilares para elaborar o protocolo é a comprovação científica da eficácia da droga - o que não existe. O órgão responsável por avaliar se um produto será usado na rede pública é a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), colegiado formado por representantes da indústria e diversos setores.

"O protocolo precisa ser algo cartorial, com obrigação de 'cumpra-se'. O que estamos fazendo é orientação, a partir da liberação do Conselho Federal de Medicina (CFM) de que médicos brasileiros possam ter livre-arbítrio. Queremos garantir que o tratamento de tantos brasileiros não seja retardado", afirmou ontem a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação, Mayra Pinheiro.

Para gestores do SUS, ao divulgar apenas uma orientação de uso do produto, o ministério contornou a dificuldade de criar um protocolo do SUS sobre um medicamento sem benefício comprovado contra a covid-19 - e ainda agradou ao presidente e à sua militância.

O uso em larga escala da cloroquina para combater o coronavírus se tornou uma das principais bandeiras de Bolsonaro durante a pandemia, mesmo sem respaldo da comunidade científica sobre a eficácia (mais informações nesta página). Nas redes sociais, aliados do governo destacaram a "coragem" de Bolsonaro em "liberar" a droga.

Médicos já vinham receitando a cloroquina nas redes privada e pública de forma "off label", ou seja, fora das recomendações da bula. Para dar respaldo a esta situação, mas sem seguir recomendações científicas, o CFM decidiu, no fim de abril, livrar de infração ética o profissional que prescrever a cloroquina contra a covid-19.

O médico sanitarista Gonzalo Vecina, colunista do Estadão e fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), afirmou que a nova orientação é apenas política. "O ministério fez para deixar o presidente (Bolsonaro) satisfeito. Vai ser uma arma de pressão aos fracos, para quem não acredita na ciência", disse. "É uma questão de fé. Quando não tem o que fazer, as pessoas querem qualquer coisa. Esse negócio, além de não fazer bem, pode fazer mal", completou Vecina.

Para o advogado sanitarista Tiago Farina Matos, a orientação do ministério é "frágil", pois não passou pelo rito correto. "Não seguindo este caminho, você tem uma deliberação com vício de origem e falta de credibilidade. O fluxo de análise na Conitec poderia ser acelerado, mas não há justificativa para não usar este processo", disse.

Especialistas e gestores do SUS ouvidos pela reportagem temem que pacientes passem a exigir a prescrição após a orientação da pasta. Secretários estaduais alertam para a possibilidade de o presidente usar a droga como justificativa para reduzir o distanciamento social.

O secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, disse que o documento divulgado nesta quarta-feira pela pasta não muda a rotina no Estado. "O PCDT seria mais forte. A gente passa a ter consequência, inclusive, civil. Pode haver obrigação de se adequar", disse.

OMS

Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que a cloroquina e a hidroxicloroquina sejam usadas apenas em estudos clínicos contra o coronavírus, dentro de hospitais, ressaltou que não há eficácia comprovada desses medicamentos no combate à covid-19 e alertou para os efeitos colaterais.

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm), a escolha da terapia com cloroquina ou hidroxicloroquina vem na contramão da experiência mundial e científica. "Este posicionamento não apenas carece de evidência científica, além de ser perigoso", informou em comunicado assinado por 22 especialistas. Pesquisas já publicadas em importantes revistas médicas, como New England Journal of Medicine e o Journal of the American Medical Association, indicam resultados nada promissores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a recusa de dois ministros da Saúde, que optaram por pedir demissão para não assinar o documento, coube ao general Eduardo Pazuello, que assumiu a pasta de forma interina, liberar a cloroquina para todos os pacientes de Covid-19. Em documento divulgado nesta quarta-feira (20), a pasta formaliza o novo protocolo de uso do medicamento e passa a orientar a prescrição da substância desde o primeiro dia de sintoma da doença.

A orientação do ministério é pela prescrição de cloroquina ou sulfato de hidroxicloroquina, ambas combinadas com azitromicina, mesmo para casos leves. As doses dos medicamentos se alteram conforme o quadro de saúde. O documento avisa que cabe ao médico prescrever e que o paciente deve assinar um termo de "Ciência e Consentimento" sobre o uso da droga.

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O protocolo inclui declarar conhecer que o tratamento pode causar efeitos colaterais que podem levar à "disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito."

"Apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de possuírem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há meta-análises de ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o beneficio inequívoco dessas medicações para o tratamento da covid-19. Assim, fica a critério do médico a prescrição, sendo necessária também a vontade declarada do paciente", diz um trecho do documento.

Nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro afirmou pelas redes sociais que o novo protocolo da cloroquina é uma "esperança" e lamentou as mortes pela covid-19. "Dias difíceis. Lamentamos os que nos deixaram. Hoje teremos novo protocolo sobre a cloroquina pelo Ministério da Saúde. Uma esperança, como relatado por muitos que a usaram. Que Deus abençoe o nosso Brasil", escreveu.

Tubaína

O lamento do presidente ocorreu após ele ter brincado ontem na entrevista com o uso da cloroquina, que foi uma das divergências que pesaram para o pedido de demissão do então ministro Nelson Teich na semana passada. "Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, Tubaína", disse ontem o presidente.

O uso ampliado da cloroquina também foi motivo de divergência entre Bolsonaro e o antecessor de Nelson Teich na pasta da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Recorde

Nesta terça-feira, o País bateu recorde de novas mortes registradas nas últimas 24h com 1.179 novos óbitos, chegando ao total de 17.971. Já os novos casos confirmados do novo coronavírus somam 271.628, dos quais 17.408 foram registrados ontem.

O governo do presidente Jair Bolsonaro ainda não conseguiu cumprir a promessa de liberar emendas parlamentares para o combate à pandemia do novo coronavírus. Dos R$ 8 bilhões anunciados pelo presidente há 20 dias, apenas R$ 1,47 bilhão (18%) tem alguma destinação prevista e só R$ 119 milhões (1,5%) saíram efetivamente dos cofres públicos até agora.

Na ocasião, a Secretaria de Governo da Presidência da República, órgão responsável por organizar estes pagamentos, informou que toda a quantia estaria disponível até o fim de março. Agora, a justificativa apontada pelo Palácio do Planalto é a burocracia. Enquanto isso, prefeitos aguardam o dinheiro para comprar equipamentos e insumos médicos.

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As emendas parlamentares são indicações feitas por deputados e senadores de como o governo deve gastar parte dos recursos previstos no Orçamento. Incluem desde dinheiro para obras de infraestrutura, como a construção de uma ponte, até valores destinados a programas de saúde e educação. Os parlamentares costumam privilegiar seus redutos eleitorais. O cronograma destes pagamentos, no entanto, depende do governo federal.

Com a crise da covid-19, Bolsonaro fez um acordo com o Congresso para priorizar as transferências vinculadas ao Ministério da Saúde e direcionar o montante diretamente para o combate à doença. O acordo foi anunciado pelo presidente no dia 20 de março, durante videoconferência com empresários.

Além disso, o Planalto abriu a possibilidade de os parlamentares mudarem suas indicações - feitas no ano passado, antes da crise - e destinar mais recursos para o enfrentamento do coronavírus. Neste ano, cada deputado ou senador apresentou R$ 15,9 milhões em emendas, sendo necessariamente 50% para a saúde.

Em nota no mesmo dia em que Bolsonaro fez o anúncio, a Secretaria de Governo disse que anteciparia a utilização dos recursos. "Até o fim do mês de março estarão disponíveis cerca de R$ 8 bilhões para o setor da saúde. Estes recursos são oriundos de emendas parlamentares impositivas, tanto individuais quanto de bancada", disse a secretaria na ocasião.

Sete dias depois, ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a pasta afirmou que todos os esforços estavam sendo feitos para que as emendas fossem executadas até o dia 31.

Segundo informações disponíveis no Siga Brasil, sistema do Senado para acompanhar a execução do Orçamento, dos R$ 7,42 bilhões em emendas previstos para a saúde, o governo conseguiu empenhar R$ 1,47 bilhão até a terça-feira passada - dado mais atualizado. O empenho é o primeiro estágio para o pagamento, uma espécie de reserva do valor no orçamento.

Questionada pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre o fato de a maior parte do valor não ter sido sequer empenhada até agora, a Secretaria de Governo informou que trabalha com os ministérios da Saúde e da Economia "com o objetivo de concretizar as alterações das emendas, visando o remanejamento de recursos para o enfrentamento à covid-19".

Nos bastidores do Congresso, porém, houve resistência entre parlamentares para alterar suas emendas indicadas para outras áreas e que poderiam aumentar o "corona money", como classificou o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Os congressistas não querem abrir mão de recursos garantidos no Orçamento para obras nos Estados e municípios em ano eleitoral - um ativo importante para candidatos a prefeitos neste ano. O que os parlamentares querem é "dinheiro novo" na crise.

Prefeituras

Dos R$ 119 milhões em emendas pagas até agora, a maior quantia foi para o Maranhão, que recebeu R$ 20 milhões. A cidade de Estreito (MA), com cerca de 40 mil habitantes, teve R$ 2 milhões destinados pelo deputado Júnior Marreca (Patriota-MA) liberados para pagar despesas correntes das unidades de saúde.

O prefeito de Alta Araguaia (MT), Gustavo Melo (PSB), recebeu R$ 1 milhão de uma emenda do deputado Juarez Costa (MDB-MT) para gastos com procedimentos de alta e média complexidade na cidade.

Ele afirmou, no entanto, que ainda aguarda a liberação de outra emenda, de R$ 400 mil, para compra de um novo equipamento de raio-X para o Hospital Municipal Deputado Cacildo Hugueney. O atual possui mais de 40 anos.

O aparelho é usado para realizar exames para identificar complicações respiratórias causadas pelo coronavírus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Partido dos Trabalhadores entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a liberação dos saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em meio à pandemia do novo coronavírus. A legenda pede que a Corte dê liminar sob o entendimento de que o reconhecimento formal do estado de calamidade pública pelo governo federal autoriza o levantamento dos recursos das contas de FGTS pelos trabalhadores sem necessidade de edição de regulamento específico e autorizativo do saque.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade ao Supremo Tribunal Federal foi protocolada na noite desta sexta-feira (3). A petição inicial argumenta que a legislação que instituiu o FGTS permite a movimentação de valores pelo empregado em situações específicas e em outras excepcionais entre elas "a de calamidade pública oriunda de desastre natural".

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No entanto, a norma não estabeleceu quais seriam os requisitos para o saque do FGTS - seja do seu inteiro saldo ou de parcelas dele - quando em circunstância de grave calamidade pública. Para o PT, na atual crise do coronavírus, "condicionar a movimentação dos recursos do FGTS à regulamentação (novo decreto executivo, além do já existente), afronta os princípios da dignidade humana, da proteção do mínimo existencial, da isonomia, dos direitos sociais à saúde, educação, moradia, alimentação, segurança jurídica e pessoal, e assistência aos desamparados e da garantia social do FGTS".

"Há de se reconhecer incompatível atualmente com a Constituição Federal a expressão 'conforme disposto em regulamento' (que consta no decreto que instituiu o FGTS), ao menos no sentido de que a ausência de regulamento autorizando o saque em casos de calamidade impede o saque para necessidade pessoal", diz a legenda.

A ação indica que já há projetos de lei em tramitação no Congresso visando permitir aos trabalhadores a utilização do FGTS para mitigar os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, mas a legenda considera "desnecessária qualquer alteração na legislação".

"Embora tenha sido noticiado que o governo está estudando uma nova rodada de saques do FGTS, com objetivo de auxiliar os trabalhadores em meio à pandemia e estado de calamidade pública causado pelo coronavírus, a lentidão do governo federal e a real probabilidade de que o valor liberado seja insuficiente aos trabalhadores motivaram o Partido Político do Trabalhadores a buscar nesta Corte a liberação do FGTS", pontua ainda a ADI.

A petição inicial argumenta ainda que algumas decisões já foram dadas no sentido de garantir o saque integral do saldo do FGTS, "sem, porém, haver deliberação legislativa ou precedente desta Corte a uniformizar o tema". A ação é assinada pelos advogados Alonso Freire, Rodrigo Mudrovitsch, Carlos Eduardo Frazão, Victor Rufino, Eugênio José Aragão, Angelo Ferraro, Sofia Campelo e Luiza Veiga.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou, neste sábado (4), por meio de sua conta no Twitter, que cancelou no período da tarde a medida que permitia o funcionamento de escritórios de advocacia e de contabilidade em todo o Estado.

"Os escritórios poderão funcionar virtualmente, mantendo o atendimento remoto aos seus clientes", escreveu o governador.

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A medida permitia, mesmo com a quarentena recomendada no Estado, que funcionários de ambas as categorias trabalhassem nos escritórios e recebessem clientes.

Após o Governo Federal liberar a retomada das atividades de centros religiosos, com a inclusão de igrejas no rol de atividades essenciais em meio à pandemia do novo coronavírus, o juiz federal Manoel Pedro Martins de Castro Filho, da 6ª Vara de Brasília, decidiu que medidas sejam adotadas para impedir que os locais de culto permaneçam em funcionamento. A decisão, que acolhe pedido do Ministério Público Federal, foi divulgada nessa terça-feira (31) e estipulava o prazo de 24 horas para que a União tomasse uma ação.

Para o juiz, a publicação de parte no art. 3º do decreto 10.282/2020 "não se coaduna com a gravíssima situação de calamidade pública decorrente da pandemia que impõe a reunião de esforços e sacrifícios coordenados do Poder Público e de toda a sociedade brasileira para garantir, a todos, a efetividade dos direitos fundamentais à vida e à saúde".

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O Ministério Público Federal também moveu uma ação civil pública para reforçar o "impacto negativo que a inclusão das atividades religiosas poderá ter nas medidas de saúde pública”. No entendimento do procurador Felipe Fritz Braga, a liberação viola o direito fundamental social à saúde, presente no art. 6º da Constituição Federal, e não há “qualquer justificativa racional" que a legitime.

Fritz Braga reforça as recomendações das autoridades sanitárias na prevenção da covid-19 e avalia que a retomada dos centros religiosos acaba "dando margem para que os cultos e liturgias presenciais voltem a ocorrer, o que significa grandes e frequentes aglomerações de pessoas num momento em que toda a ciência afirma que o isolamento social é a medida mais eficaz para conter a propagação do vírus".

Ao rebater a ação do Governo Federal que alterou o decreto sobre serviços essenciais, o procurador exaltou a importância das bases científicas para a tomada de decisões desta natureza. “Não me parece admissível que hoje o Estado, sobretudo num campo tão sensível como é o campo da saúde, que diz respeito à vida, e à própria dignidade da pessoa humana, possa agir irracionalmente, levando em conta razões de ordem metafísica, ou fundado em suposições, enfim, que não tenham base em evidências científicas”, discorreu.

“É hora, portanto, de dar à razão e à ciência o peso merecido e necessário, para evitar um dano coletivo de proporções incomensuráveis à saúde individual e coletiva e a fim de proteger o próprio sistema de saúde brasileiro, que ameaça colapsar-se tal como ocorreu na Itália e Espanha, caso as medidas de contenção e isolamento determinadas pela OMS e pelo Ministério da Saúde não sejam seguidas”, complementou Fritz Braga.

Uma portaria conjunta do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou o sepultamento e a cremação de corpos, antes mesmo da emissão das certidões de óbito, por causa da pandemia. As novas determinações, publicadas anteontem, também determinam que os registros de óbito mencionem a possibilidade de acometimento pelo coronavírus em casos de morte por doença respiratória suspeita.

A antecipação dos sepultamentos está liberada para casos em que há "ausência de familiares ou pessoas conhecidas da vítima ou em razão de exigência de saúde pública". Corpos contaminados pelo vírus podem representar risco a profissionais que precisam manuseá-los para procedimentos fúnebres. Esse risco tem mudado rotinas e procedimentos. Cuidados extras estão sendo exigidos de profissionais do ramo.

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Assim como para médicos e enfermeiros, equipamentos de segurança, como máscaras e luvas, também são necessários para esses trabalhadores. Por isso, a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário formalizou pedido ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para que seja constituída uma reserva técnica desses materiais.

Roupas no lixo

Trabalhando no ramo há 30 anos, Reis Divino de Oliveira, de 50 anos, decidiu tomar medidas drásticas. Por precaução, ele prefere se desfazer das roupas. "Se vejo que é uma que não dá para jogar fora, levo para o tanque e coloco água, desinfetante, o máximo que eu posso colocar em cima", contou. Outra estratégia é evitar abrir invólucros nos quais os corpos são transportados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara aprovou a autorização para o governo importar e distribuir medicamentos e insumos da área de saúde ainda sem o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) durante a pandemia da covid-19. O projeto precisa ainda passar pelo Senado.

O texto aprovado, do relator Hiran Gonçalves (PP-RR), dá prazo de 72 horas, a partir da solicitação feita à agência, para a liberação dos produtos para serem distribuídos ou importados. Atualmente, esse tempo legal previsto para o registro de medicamento varia de 120 a 365 dias, dependendo da categoria da medicação. A medida será incluída na lei que trata das ações para conter o vírus (Lei 13.979/20), que já permite a autorização temporária de novos produtos médicos, mas sem estabelecer prazo e a partir de ato do Ministério da Saúde, pontos modificados pela proposta aprovada.

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"Nós sabemos que a Anvisa é o órgão regulador no Brasil e ela tem feito o trabalho com muita decência. Mas é preciso também comentar que às vezes a burocracia brasileira entra no circuito e vai impedir que possamos ser mais ágeis no sentido de ajudar as pessoas para que elas continuem vivendo e não percam sua vida", afirmou o deputado Eli Borges (Podemos-TO).

Nessa quarta-feira (26), o LeiaJá apurou a informação de que membros da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) elaboraram um requerimento e um abaixo-assinado virtual intercedendo ao reitor, professor Alfredo Gomes, pela liberação de trabalhadores terceirizados que seguem exercendo atividades não consideradas essenciais, como serviços de jardinagem e limpeza de espaços vazios, durante a suspensão das aulas e atividades acadêmicas em decorrência da pandemia de COVID-19.

Questionada pela nossa reportagem, a Universidade Federal de Pernambuco afirmou que o requerimento elaborado por membros da comunidade acadêmica ainda não foi recebido pela instituição. A UFPE alegou fazer “esforços nas tratativas junto a empresas e contratos, mantendo diálogo com as prestadoras de serviço para medidas que visem a preservação da saúde e dos salários dos trabalhadores frente à situação de emergência sanitária, econômica e social do país”.

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Também foi dito que “desde o dia 16 de março, após a suspensão das atividades acadêmicas de forma conjunta pelo Consórcio PE Universitas, entre as primeiras medidas adotadas pela UFPE, encontra-se que gestores de contratos devem notificar as empresas quanto às recomendações adotadas pela Instituição, referenciando o quadro de risco aumentado e vulnerabilidades conforme recomendações das autoridades sanitárias”. O anúncio dessa medida foi feito por meio de comunicado oficial da Universidade sobre medidas adotadas para prevenção ao coronavírus no dia 13 de março. 

O LeiaJá voltou a questionar a universidade sobre o motivo de, mesmo havendo negociações junto às empresas prestadoras de serviços há muitos dias, persistir o problema e ainda haver trabalhadores terceirizados exercendo funções que, durante uma pandemia, não são necessárias. Também perguntamos qual tem sido a postura de tais empresas nas tratativas com a UFPE e aguardamos resposta para atualização desta reportagem.

Professores, técnicos, estudantes, pesquisadores e diretórios acadêmicos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) fizeram um requerimento ao reitor da instituição, professor Alfredo Gomes, para que a Universidade negocie, junto às empresas que lhe prestam serviço, a liberação de funcionários terceirizados que seguem realizando atividades que não são indispensáveis, como a limpeza de espaços que estão fechados. O objetivo é que os trabalhadores terceirizados, assim como os servidores concursados, possam permanecer em suas casas para prevenção do contágio pelo novo coronavírus (SARS-COV-2).

O documento também requer que as empresas com as quais a UFPE tem contratos de terceirização determinem a permanência dos funcionários em casa e lhes dê orientações sobre a prevenção à Covid-19. Além disso, o texto solicita “que seja ajustada a manutenção de salários e benefícios recebidos por tais trabalhadores, na íntegra” para evitar enriquecimento indevido das empresas contratadas, uma vez que a UFPE continuará pagando o mesmo valor estipulado nos contratos de prestação de serviços.

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O fornecimento de máscaras, luvas, álcool gel e orientações sobre a lavagem das mãos adequada e frequentemente para os funcionários que permanecerem desempenhando atividades essenciais nas dependências do campus também está entre os pontos levantados pelo requerimento.

Um abaixo-assinado online e aberto ao público em geral, criado pela professora do curso de direito Liana Cirne, já reuniu mais de 1.250 assinaturas com o objetivo de pressionar o reitor a negociar a liberação dos funcionários junto às prestadoras de serviços. Atualmente, a UFPE mantém contratos com as empresas Preserve Liserve, Futura Portaria e Serviços, RPL - Engenharia e Serviços e com a CBL - Arquitetura e Engenharia.

O LeiaJá procurou a UFPE em busca de mais informações e de um posicionamento a respeito do requerimento feito pelos membros da comunidade acadêmica. Confira a nota da instituição:

A UFPE tem depositado esforços nas tratativas junto a empresas e contratos, mantendo diálogo com as prestadoras de serviço para medidas que visem a preservação da saúde e dos salários dos trabalhadores frente à situação de emergência sanitária, econômica e social do País. Desde o dia 16 de março, após a suspensão das atividades acadêmicas de forma conjunta pelo Consórcio PE Universitas, entre as primeiras medidas adotadas pela UFPE, encontra-se que gestores de contratos devem notificar as empresas quanto às recomendações adotadas pela Instituição, referenciando o quadro de risco aumentado e vulnerabilidades conforme recomendações das autoridades sanitárias. Questões como essa têm sido uma preocupação desde o início na expedição de comunicados junto às empresas prestadoras de serviço. A instituição está agindo nesse sentido.

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Com base em novas pesquisas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira (19), que não há contraindicação para o uso do anti-inflamatório, antitérmico e analgésico ibuprofeno no tratamento de pacientes contaminados com o novo coronavírus.

O uso do ibuprofeno havia sido desaconselhado pelo ministro da Saúde da França, Olivier Veran, e reforçado, em um primeiro momento, pelo porta-voz da organização, Christian Lindmeier, no início desta semana.

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Análise dos dados disponíveis, porém, contrariou a conclusão do ministro francês. A posição oficial da OMS, agora, é de que a droga, assim como o paracetamol, pode ser usada contra a febre, como ocorre normalmente, em meio à pandemia da covid-19. Em outras palavras, não existe comprovação da necessidade de evitar o medicamento.

Prevenção

Especialistas ouvidos pela reportagem tinham explicado que evitar o ibuprofeno é uma medida preventiva. Celso Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor médico do Grupo Fleury, havia dito que a associação entre o uso do remédio e o agravamento da doença ainda era preliminar.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) havia aconselhado que o uso do remédio fosse evitado, pois aumentaria os níveis de um receptor que facilita a entrada do vírus nas células.

À reportagem, a diretora de Ciência, Tecnologia e Inovação da SBC, Ludhmila Abrahão Hajjar, havia dito que se tratava de uma medida preventiva. 

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