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O senador eleito Cid Gomes, irmão do presidenciável derrotado Ciro Gomes, usou o Twitter na manhã deste sábado (19) para repercutir desdobramentos do caso envolvendo Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e novas declarações feitas em delação pelo ex-ministro Antonio Palocci.

Futuro colega de Flávio no Senado e ex-aliado do PT, Cid publicou prints de duas notícias que vieram a público ontem. Primeiro, das revelações feitas pelo Jornal Nacional, apontando 48 depósitos suspeitos nas contas do senador eleito do PSL. Logo abaixo, outro print da notícia de que Palocci afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria recebido dinheiro vivo.

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"Tá difícil!!! Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", comentou Cid. O senador eleito pelo PDT age para se firmar como uma das principais vozes de oposição no Senado.

Em delação premiada fechada com a Polícia Federal, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que havia uma "ruptura" entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, criada a partir da indicação de Graça Foster para a presidência da Petrobras. Segundo o ex-ministro, em função dessas divergências, Dilma teria "dado corda" para o aprofundamento das investigações da Lava Jato para implicar e "sufocar" o ex-presidente.

Por seu relato, a nomeação de Graça representava "meios de Dilma para inviabilizar o financiamento eleitoral dos projetos de Lula retornar à Presidência". À época, Dilma presidia o conselho de administração da Petrobras.

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"Esse momento de ruptura se caracterizava por um ex-presidente dominante que queria controlar o governo de sua indicada e preparar sua volta à Presidência, sendo que isso exigia um controle do financiamento lícito e ilícito do seu instituto e do PT, ao passo que a presidente lutava pela renovação de seu próprio mandato", disse Palocci no depoimento.

Palocci depôs no dia 9 de agosto do ano passado. O relato do ex-ministro foi anexado anteontem ao inquérito da PF que investiga supostas fraudes na licitação e construção da usina de Belo Monte, no Pará.

Dinheiro

Em sua delação, o ex-ministro afirmou ainda ter entregado propinas em espécie a Lula. Palocci relatou pelo menos dois episódios aos investigadores, um no Terminal da Aeronáutica, em Brasília, e outro no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em que teria entregue dinheiro vivo da empreiteira Odebrecht em uma caixa de celular e em uma caixa de uísque. Lula sempre negou o recebimento de valores ilícitos.

Este depoimento foi dado em 13 de abril do ano passado, uma semana depois que o ex-presidente foi preso para cumprir pena de 12 anos e 1 mês de reclusão no processo do triplex do Guarujá.

Segundo Palocci, os repasses a Lula teriam ocorrido em 2010. O ex-ministro relatou uma conversa que teria tido com Marcelo Odebrecht na qual o empresário acertou o repasse de R$ 15 milhões para o ex-presidente depois que a empreiteira entrou no negócio de Belo Monte.

O delator, que foi alvo da Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato em 2016, livrou-se da prisão depois que fechou acordo de delação com a PF.

Palocci afirmou ter repassado "em oportunidades diversas" valores em espécie que variaram de R$ 30 mil a R$ 80 mil para Lula. Segundo Palocci, "os valores eram demandados pelo próprio Lula com a orientação para que não comentasse sobre os pedidos com Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula) e nem com ninguém".

Questionado pela Polícia Federal se tinha testemunhas de suas afirmações, Palocci apontou dois motoristas que trabalhavam para ele, na ocasião.

Palocci detalhou duas entregas de dinheiro a Lula, uma em Brasília, no valor de R$ 50 mil, "escondidos dentro de uma caixa de celular". A outra entrega teria ocorrido em Congonhas. Ele contou que, a caminho do aeroporto, "recebeu constantes chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega".

O ex-ministro falou ainda de reunião com outra empreiteira, Andrade Gutierrez, na qual teria sido acertado pagamento de 1% em propinas sobre o valor recebido pelo grupo nas obras de Belo Monte. Em troca, Palocci atuaria contra um consórcio que estava tentando "atravessar" a licitação.

Procurada, a Odebrecht informou que colabora com a Justiça nos termos do acordo que firmou com a Lava Jato. Até a conclusão desta edição, a reportagem tentava contato com a direção da Andrade Gutierrez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil dos governos do PT) afirmou em delação premiada na Polícia Federal que entregou propinas em espécie para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele relatou pelo menos dois episódios aos investigadores, um no Terminal da Aeronáutica, em Brasília, e outro no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em que teria entregue dinheiro vivo da empreiteira Odebrecht em uma caixa de celular e em uma caixa de uísque.

As informações sobre a delação de Palocci foram reveladas pelo site O Antagonista e confirmadas pela reportagem do Estadão.

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Palocci depôs no dia 13 de abril do ano passado, uma semana depois que o ex-presidente foi preso para cumprir pena de 12 anos e um mês de reclusão no processo do triplex do Guarujá.

Este relato do ex-ministro foi anexado nesta quinta-feira, 17, ao inquérito da PF que investiga supostas fraudes na licitação e construção da usina de Belo Monte.

Segundo Palocci, os repasses a Lula teriam ocorrido em 2010. O ex-ministro relatou uma conversa que teria tido com Marcelo Odebrecht na qual o empresário acertou o repasse de R$ 15 milhões para o ex-presidente depois que a empreiteira entrou no negócio de Belo Monte.

O delator, que foi alvo da Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato em 2016, livrou-se da prisão depois que fechou acordo de delação com a Polícia Federal.

No depoimento de abril do ano passado, Palocci afirmou ter repassado "em oportunidades diversas" cerca de R$ 30 mil, R$ 40 mil, R$ 50 mil e R$ 80 mil em espécie para o próprio Lula.

Segundo Palocci, "os valores eram demandados pelo próprio Lula com a orientação para que não comentasse sobre os pedidos com Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula) e nem com ninguém".

Ele afirma que "sempre atendia aos pedidos de Lula".

Indagado pela PF se tinha testemunhas de suas revelações, Palocci apontou dois motoristas que trabalhavam para ele, na ocasião.

Palocci detalhou duas entregas de dinheiro a Lula, uma no Terminal da Aeronáutica, em Brasília, no valor de R$ 50 mil "escondidos dentro de uma caixa de celular". A outra entrega teria ocorrido em Congonhas. Ele contou que recorda-se que a caminho do aeroporto "recebeu constantes chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega".

O ex-ministro falou, ainda, de uma reunião com outra empreiteira, Andrade Gutierrez, na qual teria sido acertado pagamento de 1% em propinas sobre o valor recebido pelo grupo nas obras de Belo Monte. Em troca, Palocci atuaria contra um consórcio que estava tentando "atravessar" a licitação.

Defesas

O ex-presidente Lula sempre negou recebimento de valores ilícitos. A Odebrecht informa que colabora com a Justiça nos termos do acordo que firmou com a Lava Jato. A reportagem está tentando contato com a Andrade Gutierrez.

Nesta quinta-feira (17), o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) compartilhou com os usuários do Twitter uma carta que recebeu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No conteúdo publicado no microblog, Lula agradeceu ao parlamentar o livro "Tempo bom, tempo ruim", enviado para a Superintendência Geral da Polícia Federal, em Curitiba.

"Jean, muita tranquilidade e paciência para enfrentar esses tempos difíceis. Estou convencido que temos que consolidar um forte enfrentamento político com o governo e, ao mesmo tempo, tratar de organizar politicamente o nosso povo", disse Lula, após o recebimento do presente.

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Na rede social, Jean Wyllys divulgou a dedicatória que fez para o ex-presidente. "Querido Lula, eu te amo, mesmo, você está livre em mim e em milhões de brasileiros. Sem você, não seríamos o que somos. Atravessaremos esse tempo ruim, e, quando vier de novo o tempo bom, dar-te-ei um abraço livre!".

Confira o conteúdo da carta escrita por Lula:

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Suspeito de participar do desvio de R$ 92,5 milhões do Instituto de Previdência do Cabo (Caboprev) para um fundo de investimentos composto por ativos de risco, o prefeito licenciado do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), deixou o Cotel na tarde desta segunda-feira (14). O pessebista estava preso há quase três meses. 

Cabral foi colocado em liberdade após a decisão liminar proferida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, no último sabádo (14), ao determinar que a prisão preventiva do socialista fosse substituída por medidas cautelares. 

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Elea terá que se afastar do cargo por 180 dias, pagar uma fiança de R$ 180 mil reais no prazo de 48 horas, bem como o uso de tornozeleira eletrônica. Ele também está proibido de acessar às instalações da prefeitura, bem como manter contato com os demais réus, além de outras exigências. 

O pessebista foi preso na Operação Abismo, deflagrada pela Polícia Federal, no dia 19 de outubro de 2018. Também foram alvos dos mandatos de prisão empresários, lobistas, advogados, políticos, religiosos e outras pessoas ligadas ao esquema criminoso. 

Há quase três meses preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), deve ser solto nos próximos dias. No último sábado (12), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou através de uma liminar em caráter de urgência que o pessebista fosse solto. 

No entanto, o desembargador federal do TRF-5 Edilson Pereira Nobre impôs algumas medidas cautelares para que sua liberdade seja possível, entre elas o afastamento do cargo de prefeito por 180 dias, o pagamento de fiança de 180 mil reais no prazo de 48 horas, bem como o uso de tornozeleira eletrônica.

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O desembargador proibiu Lula de Cabral até mesmo de acesso às instalações da prefeitura cabense, bem como manter contato com os demais réus, testemunhas arroladas pela defesa e acusação ou pessoas que possam intervir na produção de provas. Lula ainda deverá comparecer periodicamente na Justiça Federal, mais precisamente a cada dois meses. 

Cabral é apontado nas investigações da Polícia Federal de ser o mandante da alteração da carteira de investimentos de Previdência da cidade onde R$ 90 milhões do instituto, que se encontravam investidos em instituições sólidas, teriam sido transferidos para fundos compostos por ativos “podres”. Lula Cabral é um velho conhecido dos cabenses: esse é o terceiro mandato do pessebista como prefeito da cidade.

Na mesa da juíza federal Gabriela Hardt - substituta de Sérgio Moro na 13.ª Vara Federal de Curitiba - estão dois processos da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podem ter sentenças até abril, quando o petista completa um ano de prisão.

Em caso de condenações, os dois processos que podem, segundo investigadores e advogados, triplicar a pena de prisão de Lula são o da compra de um terreno para o Instituto Lula em São Paulo, e de um apartamento em São Bernardo do Campo e o do sítio em Atibaia (SP). Em ambos, o petista é acusado de receber propina de empreiteiras por meio dos imóveis em troca de contratos da Petrobrás.

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O caso do terreno deve ser o primeiro a ser julgado. Está concluído para sentença desde 12 de dezembro. A ação do sítio chegou para a juíza substituta na semana passada e pode ser julgada pelo magistrado que ocupará a vaga de titular deixada por Moro.

Investigadores da Lava Jato e advogados que atuam nos processos consideram o acervo de provas dessas ações mais robusto que o da primeira sentença, em que Lula foi condenado por Moro em julho de 2017, no caso do triplex do Guarujá (SP). O então juiz sentenciou o ex-presidente a 9 anos e 6 meses de prisão - posteriormente, a pena foi aumentada na segunda instância para 12 anos e 1 mês.

Uma das provas desse acervo é a delação da Odebrecht, que será usada pela primeira vez na Justiça contra Lula. O material reúne e-mails do empresário Marcelo Odebrecht, planilhas - entre elas a "Italiano", referente a uma conta "gerenciada" pelo ex-ministro e delator Antonio Palocci -, registros contábeis do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, como era chamado o "departamento de propinas" da empreiteira, e as confissões dos 77 executivos e ex-executivos da empresa.

Nos arquivos do MyWebDay e Drousys - programas de computador que serviram para controle contábil e de comunicação de despesas ilícitas da Odebrecht - estão boa parte das transações que teriam Lula - identificado como "Amigo" nos registros da empresa - como beneficiário de corrupção.

Outro material apontado como prova contra Lula nos processos são os registros de custeio e montagem da cozinha do sítio de Atibaia pela OAS. São notas fiscais, projetos, e-mails e prestações de contas os envolvidos. Esse mesmo tipo de material foi usado na sentença do ex-presidente no caso do tríplex.

O acervo, segundo investigadores, conta ainda com contratos e recibos "simulados", lançamentos contábeis de pagamentos que teriam ocultado propinas, e-mails, anotações, ligações telefônicas, confissões de colaboradores, laudos periciais, entre outros, que comprovariam o envolvimento de Lula na corrupção na Petrobrás.

Nas alegações finais dos dois processos em que pede a condenação de Lula, o Ministério Público Federal disse ter apresentado "vasto, sólido e coeso acervo probatório". Lista "provas documentais, testemunhais e periciais, inclusive obtidas em diligências de busca e apreensão ou afastamento de sigilo bancário, fiscal e telemático".

Os procuradores anexaram ainda documentos que, segundo a força-tarefa, indicam que Lula atuou em 2009 para garantir a "perpetuação (do esquema), deixando de adotar qualquer providência para fazê-lo cessar". Os processos apontam acerto de cerca de R$ 230 milhões em propinas da Odebrecht e da OAS com políticos e agentes públicos ligados ao PT.

‘Parcialidade’

A defesa de Lula sustenta que a indicação de diretores da Petrobrás estava relacionada ao papel de Lula como presidente, não de "líder ou sequer participante de um esquema criminoso". Segundo os advogados, não há provas de que ele é o dono do sítio e o imóvel, comprovadamente, pertence a Fernando Bittar e Jonas Suassuna. "Não sendo dono, não é o beneficiário das benfeitorias " Contesta ainda provas de que o petista teve envolvimento direto com a compra do terreno destinado ao instituto.

Os advogados apontam supostas nulidades do processo e pedem a absolvição do petista. Nas alegações finais do processo do sítio, a defesa dedica um capítulo à parte ao aceite de Moro para chefiar o Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro. Para os defensores, nem o ex-juiz nem Gabriela Hardt têm imparcialidade para julgar o petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os autos do sítio de Atibaia, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nega ser o dono, estão nas mãos da juíza Gabriela Hardt para sentença. Após a entrega das alegações finais de todos os réus, a magistrada substituta da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, que herdou provisoriamente do juiz Sérgio Moro o acervo da Lava Jato, começa a analisar os argumentos da acusação e das defesas.

O petista é apontado como suposto beneficiário de uma propina de R$ 1,02 milhão das empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin na forma de obras de melhorias da propriedade rural no interior paulista.

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Preso desde 7 de abril de 2018, para cumprimento da pena de 12 anos e 1 mês de reclusão em outro processo - o do triplex do Guarujá -, Lula é um dos 13 réus na ação do sítio. O ex-presidente também é acusado em uma terceira ação penal da Lava Jato, que lhe atribui propinas da Odebrecht por meio da compra de um terreno em São Paulo que abrigaria o Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo do Campo.

No processo do sítio, o último dia para apresentação das alegações finais das defesas foi segunda-feira, 7. As alegações são a fase final da ação penal.

Os procuradores da República que integram a força-tarefa da Lava Jato entregaram seus argumentos derradeiros em dezembro. Para eles, "farta prova documental" põe Lula como proprietário de fato do sítio Santa Bárbara.

Em 366 páginas, 12 procuradores pedem a condenação de Lula e cravam que a reforma e melhoria da propriedade teriam sido providenciadas por Odebrecht e OAS como propina a ele.

O imóvel foi comprado no fim de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de Fernando Bittar - filho do amigo do ex-presidente e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar - e Jonas Suassuna. O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, também teria participação nas obras.

Segundo os procuradores, o sítio passou por três reformas: uma sob comando de Bumlai, no valor de R$ 150 mil, outra da Odebrecht, de R$ 700 mil, e uma terceira na cozinha, pela OAS, de R$ 170 mil, em um total de R$ 1,02 milhão.

Moro

Nas alegações finais, os advogados de Lula dedicaram um capítulo à parte somente ao aceite do ex-juiz federal Sérgio Moro para chefiar o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro. "Lula fora das eleições e preso, graças fundamentalmente à atuação do ex-juiz Sérgio Moro", diz a defesa.

No mérito, o petista nega ter recebido propinas por meio das obras do sítio e afirma ser vítima de perseguição política. A defesa aponta "nulidades" do processo e pede a absolvição do petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além de Sérgio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também acusou a juíza federal Gabriela Hardt de parcialidade, em alegações finais na ação penal em que é acusado de supostas propinas envolvendo as obras do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP).

No documento de 1.643 páginas, o ex-presidente nega ter recebido vantagens indevidas e afirma ser vítima de perseguição política. Um dos capítulos é dedicado somente ao ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, e seu aceite para integrar o governo Jair Bolsonaro (PSL).

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A defesa também não poupou a substituta de Moro de acusações. Os dez advogados que assinam a peça afirmam que "não obstante a troca do órgão julgador", Lula "permanece sendo processado de forma parcial e afrontosa a seus direitos e garantias individuais".

"É dizer: Trocaram-se os personagens, permanece a postura inquisitória e autoritária em relação ao Defendente, o qual segue sendo tratado e visto como um verdadeiro inimigo, cujas fala e manifestação devem ser, ao máximo, limitadas", sustentam.

Os defensores ainda anexaram às alegações finais de Lula a foto da primeira dama Michele Bolsonaro vestindo uma camiseta com uma frase dita pela juíza ao ex-presidente, no início de seu último interrogatório: "Se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema".

Os advogados afirmam que "não apenas a conduta da aludida julgadora foi absolutamente agressiva e padecente de razoabilidade com Lula - para não dizer incompatível com respeito que é devido à figura do Ex-Presidente da República - alguns dias após o interrogatório, a midiática frase aqui proferida estampava a camiseta da esposa do antagonista político" de Lula, "hoje primeira dama da República". "Aqui, em óbvio desdém ao ex-presidente e a todo o Judiciário", argumentam.

O caso envolvendo o sítio representa a terceira denúncia contra Lula no âmbito da Operação Lava Jato. A entrega das alegações finais representa a fase final da ação penal. Após as manifestações derradeiras dos réus e do Ministério Público Federal, Gabriela Hardt poderá sentenciar os réus.

Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e também a empreiteira Schahin, com o pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobrás. A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente, até seu compadre, o advogado Roberto Teixeira.

O imóvel foi comprado no final de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar - filho do amigo e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar - e Jonas Suassuna.

Em suas alegações finais, os advogados constituídos pela defesa de Lula apontam supostas nulidades do processo e pedem a absolvição do petista.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nessa segunda-feira (7), por meio de sua defesa, que jamais foi proprietário do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, em São Paulo. A manifestação dele consta nas 1.643 páginas das alegações finais entregues à Justiça Federal em Curitiba e fazem parte da última fase da ação penal na qual Lula e mais 12 réus respondem às acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.

A partir de agora, caberá a juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal, proferir a sentença. Não há prazo para decisão da juíza.

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O sítio foi alvo de investigações da Operação Lava Jato, que apura a suspeita de que as obras de melhorias no local foram pagas por empreiteiras investigadas por corrupção, como a OAS e a Odebrecht, em troca de favores na Petrobras.

De acordo com a Polícia Federal (PF), a estimativa é de que as obras tenham custado R$ 1,7 milhão. Segundo os investigadores, as reformas começaram após a compra da propriedade pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, amigos de Lula. 

Nas alegações, os advogados de Lula voltaram a questionar a imparcialidade do ex-juiz Sergio Moro para julgar a fase inicial do processo, a competência da 13ª Vara Federal para julgar o caso e a suposta ação do Ministério Público Federal (MPF) para direcionar a investigação contra o ex-presidente.

De acordo com a defesa, a ação do MPF não apresentou “qualquer fiapo de prova” de que Lula foi beneficiado por reformas no sítio com recursos ilegais desviados da Petrobras.

“Registre-se, ainda, desde logo, que o defendente não é e jamais foi proprietário do sítio de Atibaia. Essa constatação, que emerge com nitidez da prova coligida durante a instrução, é o que basta para rechaçar a esdrúxula tese acusatória de que o defendente teria sido beneficiado por reformas realizadas naquele imóvel em contrapartida a afirmadas atuações em favor de contratos firmados pelas empresas OAS e Odebrecht com a Petrobras”, diz a defesa.

Em depoimento prestado em novembro do ano passado à juíza Gabriela Hardt, Lula negou ter conhecimento sobre as reformas realizadas no sítio. A defesa do ex-presidente também reafirmou que a propriedade do Sítio Santa Bárbara "pertence de fato e de direito à família Bittar, conforme farta documentação constante no processo".

Lula está preso na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba após ter sido condenado em outro processo, que trata do apartamento tríplex em Guarujá, no litoral paulista. Desde 7 de abril do ano passado, o ex-presidente cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão, imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai completar nove meses preso na próxima segunda-feira (7), não quer enfrentar o governo Bolsonaro. De acordo com a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, que visitou o líder petista mais uma vez nessa quinta (3), Lula teria dito que a legenda não deve bater boca e, sim, mostrar o legado construído. A ex-presidente Dilma Rousseff também participou da visita, mas não falou com a imprensa.   

"O que nós temos que fazer não é comprar brigas, bater boca e, sim, defender os direitos do povo. Falar do nosso legado, do que construímos nesses 13 anos no Brasil e mostrar com dados concretos o que precisa ser feito para melhorar a vida da população", disse a senadora.   

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Gleisi também comentou a declaração de Bolsonaro sobre “livrar o país do socialismo", no discurso de posse. “Isso tudo é retórica e discurso de palanque, quero saber como eles vão governar para o povo brasileiro. O que eles têm que dizer é quais são as medidas que serão feitas para gerar emprego e melhorar a renda do povo brasileiro", respondeu.   

A senadora ainda criticou o reajuste do salário mínimo, que ficou abaixo do esperado. Ela afirmou que essa é uma das questões mais preocupantes. “Se tinha uma oportunidade de fato de dar o aumento que estava no orçamento e houve um recuo. Depois, a medida provisória sobre a reestruturação administrativa”. 

Em carta de Ano Novo, destinada a apoiadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) e as militâncias sociais continuarão a lutar pelo Brasil. "E não vamos desistir de lutar por um Brasil melhor e por um mundo de paz. Ao longo da história, o povo brasileiro soube enfrentar grandes desafios e injustiças. Por mais duras que fossem as condições, jamais nos curvamos às tiranias", disse Lula.

No texto, o ex-presidente afirmou que o objetivo do Partido em 2019 será a defesa do povo brasileiro. "Defender o direito a saúde e educação de qualidade. Ao emprego e à oportunidade de estudar e trabalhar em paz por um Brasil melhor", destacou. Para Lula, o País precisa retomar o caminho do desenvolvimento com inclusão social, após anos difíceis para o povo brasileiro com a volta da fome e do desemprego.

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Em sua análise, a solução está na transferência de renda, com geração de emprego e investimento público e privado. "O Brasil precisa mudar, sim, mas mudar para melhor. E isso só vai ser possível garantindo a democracia plena; em que seja livre o direito de organização, de manifestação e de expressão", disse Lula em outro trecho da carta.

Lula também voltou a se queixar de sua prisão como uma condenação sem provas e sem direito a um julgamento justo e defendeu resistência e luta para garantia dos direitos sociais. "Em 2018, nós lutamos nas urnas para mudar esta situação de forma democrática. Mas fizeram de tudo para impedir que os eleitores se pronunciassem livremente. A começar pela proibição ilegal da minha candidatura, desrespeitando a vontade da maioria e até uma decisão da ONU que garantia meus direitos políticos", argumentou Lula.

Preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR) desde 7 de abril de 2018, o ex-presidente agradeceu ainda aos militantes da Vigília Lula Livre que o acompanham desde a detenção e as "expressões de solidariedade" que ocorrem no Brasil e em outros países. Lula finalizou a carta com o trecho da música de Chico Buarque "Amanhã vai ser outro dia".

Um grupo de militantes petistas irá passar a virada do ano, nesta segunda-feira (31), nas mediações da sede da Polícia Federal, em Curitiba, em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde o dia 7 de abril deste ano. A vigília denominada “Lula Livre” teve início às 9h da manhã e deve reunir um grande número de pessoas. 

Além de confirmada a presença da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, uma comitiva de deputados e caravanas do Brasil inteiro devem participar do ato. Um convite compartilhado nas redes sociais da senadora pede para que “ninguém solte a mão de ninguém”. 

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Uma vaquinha virtual chegou a ser criada para arrecadar fundos com o objetivo de custear o evento como transporte e para que uma ceia seja montada no alojamento. A vigília foi organizada pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT e a Secretaria Municipal de Mulheres do PT de São Paulo. 

Já na terça-feira (1), a expectativa é que de forma simbólica a militância e aliados de Lula “abracem” o quarteirão da PF. “Onde um inocente cumpre injusta pena, num abraço simbólico e amoroso ao nosso eterno Presidente Lula. Todos em Curitiba no dia 1”, diz outro texto publicado por Gleisi. 

A senadora avisou que o ano de 2019 vai ser um ano cheio de desafios e falou novamente sobre resistência. “Temos que lutar pela nossa jovem democracia, o que requer que nós enfrentemos os processos de injustiça. O primeiro deles é contra o nosso ex-presidente Lula. Não é possível que o Lula, aos 73 anos, ainda esteja preso em Curitiba por crimes que não cometeu. Essa Lava Jato, que foi iniciada de forma certa, desvirtuou e passou a perseguir o PT e passou a perseguir Lula. Nós não podemos permitir”, ressaltou.

A legenda também organizou um “Natal com Lula” sempre ressaltando a necessidade de libertar o ex-presidente. No entanto, segunda a cientista política Priscila Lapa, a tendência é que haja uma resposta no sentido de manter a condenação. “Dificilmente haverá algum tipo de regalia ou algum tipo de relaxamento até porque Bolsonaro, boa parte de sua popularidade, está relacionada ao combate a corrupção e ao próprio antipetismo”, ressaltou em entrevista ao LeiaJá. 

O Partidos dos Trabalhadores (PT) anunciou, nesta sexta-feira (28), que os deputados e senadores da legenda não vão participar da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PT), na próxima terça-feira (1º). Em nota, a sigla justifica a ausência pelo “ódio” disseminado pelo capitão da reserva contra “o PT, movimentos populares e o ex-presidente Lula” e classificou a decisão como um "ato de resistência".

“Não compactuamos com discursos e ações que estimulam o ódio, a intolerância e a discriminação. E não aceitamos que tais práticas sejam naturalizadas como instrumento da disputa política. Por tudo isso, as bancadas do PT não estarão presentes à cerimônia de posse do novo presidente no Congresso Nacional”, declara o texto assinado pelo líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (SP), o líder do PT no  Senado, Lindbergh Farias (RJ), e a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do partido.

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No documento, o PT ressalta também que “resultado das urnas deve ser respeitado” e que reconhece “a legitimidade das instituições democráticas”. Contudo, a legenda considera o futuro governo uma “ameaça a ordem democrática e o Estado de Direito no Brasil”.

“Mantemos o compromisso histórico com o voto popular, mas isso não nos impede de denunciar que a lisura do processo eleitoral de 2018 foi descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad”, diz.  

“O resultado das urnas é fato consumado, mas não representa aval a um governo autoritário, antipopular e antipatriótico, marcado por abertas posições racistas e misóginas, declaradamente vinculado a um programa de retrocessos civilizatórios”, completa a nota.

E,por fim, salienta que seus parlamentares vão seguir lutando “para aperfeiçoar o sistema democrático e resistir aos setores que usam o aparato do Estado para criminalizar adversários políticos”. “Fomos construídos na resistência à ditadura militar, por isso reafirmamos nosso compromisso de luta em defesa dos direitos sociais, da soberania nacional e das liberdades democráticas”, conclui.

O PT esteve à frente da Presidência da República por 13 anos e quatro meses, sendo oito sob a batuta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cinco e quatro meses da ex-presidente Dilma Rousseff, retirada do cargo através de um impeachment em 2016.

Em 2018, a política foi marcada por uma eleição geral com fatos inéditos, como um presidenciável que sofreu um atentado e um candidato preso. Em outubro, os brasileiros elegeram Jair Bolsonaro para a Presidência da República.

Veja fatos que marcaram o cenário político em 2018:

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Eleições e vitória de Bolsonaro

Fatos inéditos marcaram as eleições gerais de 2018. Pela primeira vez, um presidenciável sofreu um atentado durante o processo eleitoral. O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, foi esfaqueado quando fazia campanha em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro. Depois de atendido na emergência da Santa Casa de Juiz de Fora, foi transferido para São Paulo. Ficou internado no Hospital Israelita Albert Einstein durante 23 dias. E sem poder fazer campanha de rua, se comunicou com os eleitores pelas redes sociais. O autor do ataque, Adélio Bispo, foi preso e confessou o crime.

Pela primeira vez, um preso tentou concorrer ao Palácio do Planalto. O PT lançou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, detido em Curitiba. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o pedido de registro da candidatura com base na Lei da Ficha Limpa. Somente no dia 11 de setembro, Lula foi substituído por Fernando Haddad, que figurava como candidato a vice-presidente na chapa da coligação PT-PCdoB-Pros. Mesmo com a pressão do antipetismo, Haddad disputou o segundo turno contra Bolsonaro.

Estas foram as eleições das notícias falsas (fake news, em inglês) e da divisão dos brasileiros entre petistas e bolsonaristas, que levaram até a brigas de famílias nas mídias sociais. O TSE mandou tirar do ar informações inverídicas envolvendo os presidenciáveis, durante a campanha. Também foi o primeiro processo eleitoral sem financiamento de empresas: os gastos foram bancados pelo Fundo Especial de Financiamento de Campanha, formado por recursos do Orçamento da União, além das doações de pessoas físicas e o financiamento coletivo.

Com 55,1% dos votos válidos, Jair Bolsonaro foi eleito o 38º presidente da República, no dia 28 de outubro, pondo fim a quatro mandatos presidenciais consecutivos do PT. Mantendo a estratégia de campanha de priorizar as redes sociais, o primeiro discurso de vitória foi feito por meio de uma transmissão ao vivo no Facebook, direto de sua casa, no Rio de Janeiro, quando garantiu que cumprirá as promessas de campanha e com cumprimento da Constituição. A vitória de Bolsonaro repercutiu fora do país, ganhando destaque na imprensa internacional. Entre os desafios para o novo presidente, é fazer a economia do Brasil crescer e avançar as reformas econômicas, como a mudanças nas regras da Previdência Social.

No governo de transição, Bolsonaro anunciou a redução de ministérios, para 22 pastas, nomeou militares e o juiz Sergio Moro para o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Prisão de Lula

Em 2018, um ex-presidente da República foi preso por crime comum. Luiz Inácio Lula da Silva foi detido em 7 de abril, em São Bernardo do Campo (SP), na Grande São Paulo. Acompanhado por correligionários e simpatizantes, ele se entregou após ter sido condenado, em janeiro, a 12 anos e um mês de prisão, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP) . Na ação apresentada pelo Ministério Público Federal, ele é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras.

O ex-presidente foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, onde cumpre pena. Simpatizantes montaram uma base de apoio em frente ao local para prestar solidariedade. Desde a prisão, a defesa de Lula tem apresentado diversos recursos para a soltura. Em julho, o desembargador de plantão do TRF4, Rogério Favreto, concedeu um pedido de liberdade. O juiz Sergio Moro e o desembargador Gebran Netto se posicionaram contrários. Por fim, o presidente do tribunal, Thompson Flores, manteve a prisão de Lula. Em setembro, o ex-presidente deixou a prisão, pela primeira vez, para prestar depoimento à Justiça e retornou.

Operações policiais e prisões de políticos

Investigações realizadas no país ao longo de 2018 levaram à prisão de políticos, boa parte responde por corrupção e mau uso do dinheiro público e negam as acusações. Entre eles está o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), preso no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo, na manhã do dia 29 de novembro. Segundo a Procuradoria-Geral da República, Pezão teria mantido o esquema de corrupção estruturado pelo ex-governador Sérgio Cabral, que está preso desde 2016. Entre 2007 e 2015, Pezão teria recebido cerca de R$ 25 milhões, o que representa em valores atualizados R$ 39,1 milhões.

Apontado como um dos novos líderes do PSDB, o ex-governador do Paraná, Beto Richa, foi preso durante a campanha eleitoral, na qual concorria ao Senado. Richa foi investigado na operação Radiopatrulha, que apurou desvios no programa Patrulha Rural, implantado para ampliar o policiamento em áreas rurais do Paraná. O tucano foi liberado poucos dias depois por ordem do ministro Gilmar Mendes, do STF, mas não conquistou uma cadeira no Senado.

Outro tucano preso neste ano foi Marconi Perillo, ex-governador de Goiás. A prisão foi decretada durante depoimento na Superintendência da Polícia Federal em Goiás. Ele foi investigado na operação Cash Delivery, que apura se a empreiteira Odebrecht teria repassado R$ 10 milhões para o tucano. Ele foi beneficado por um habeas corpus e deixou a prisão um dia depois. Ficou em quinto lugar na eleição para o Senado.

O Congresso passou neste ano por uma situação inusitada: parlamentares em regime semiaberto frequentavam a Câmara dos Deputados e o Senado Federal durante o dia e à noite e voltavam para a penitenciária da Papuda. Primeiro foi o deputado João Rodrigues (PSD-SC). Condenado por crime ambiental e descumprimento da lei de licitações quando era prefeito de Pinhalzinho (SC), Rodrigues foi preso no início do ano, mas teve autorização para cumprir o mandato durante o dia. Nas eleições de outubro, tentou sem sucesso renovar o mandato.

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) se candidatou a governador, mas teve o registro negado pela Justiça Eleitoral. O senador foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, pela prática de crime contra o sistema financeiro nacional. Foi preso em outubro, mas o ministro do STF Alexandre Moraes autorizou que Gurcaz exerça o mandato durante o dia, retornando à noite para a Papuda.

Neste mês, foi preso o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, em um desdobramento da operação Lava Jato. A apuração identificou desvios superiores a R$ 10 milhões, envolvendo empresas do transporte público rodoviário.

30 anos da Constituição

A promulgação da Constituição Cidadã completou 30 anos. Nesse período, o texto foi emendado 99 vezes, mas continua sendo referência da história contemporânea. Desde que foi promulgada em 1988, este foi o primeiro ano em que não ocorreram modificações no texto constitucional em virtude da intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro. A própria Carta Magna estabelece que seu texto não pode sofrer emendas durante a vigência de intervenção federal, de Estado de Defesa ou de Estado de sítio. Até agosto, a intervenção suspendeu a tramitação de 536 Propostas de Emendas Constitucionais (PECs) no Senado. Já na Câmara, são 1.191 propostas que aguardam análise.

Foro privilegiado

A discussão sobre a diminuição de alcance do foro privilegiado para autoridades avançou na Câmara dos Deputados. Impedidos de votar a matéria por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) - em decorrência da intervenção federal no Rio de Janeiro - parlamentares aprovaram em Comissão Especial o texto proposto pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB). A matéria estabelece a restrição do foro privilegiado a cinco autoridades: o presidente da República e o vice; além dos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal.  

A restrição do foro privilegiado foi decidida, por unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em maio. Os ministros aplicaram o entendimento segundo o qual só devem permanecer no Supremo processos contra deputados e senadores cujos crimes tenham sido cometidos durante e em razão do mandato.

Reforma tributária

Após catorze anos de tramitação, a reforma tributária avançou na Câmara dos Deputados. Aprovada em comissão especial, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 293/04 extingue nove tributos federais (ISS, ICMS, IPI, PIS, Cofins, Cide, salário-educação, IOF e Pasep), o ICMS estadual e o ISS municipal. Em substituição a esses impostos, serão criados dois novos tributos: o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo, um imposto sobre bens e serviços específicos, de competência federal. O texto ainda precisa ser analisado pelo plenário da Câmara e do Senado.

50 anos do AI-5

Há 50 anos, o general Costa e Silva decretou o Ato Institucional número 5 (AI-5), medida que suspendeu os direitos políticos no país por quase uma década. O AI-5 permitia que o presidente da República fechasse o Congresso Nacional, as assembleias legislativas e as câmaras de vereadores, cassasse mandatos de parlamentares, suspendesse direitos políticos dos cidadãos e destituísse servidores públicos, incluindo juízes. Logo depois de baixar o AI-5, no dia 13 de dezembro de 1968, Costa e Silva fechou o Congresso Nacional por tempo indeterminado e começou a cassar mandato de parlamentares, incluindo Marcio Moreira Alves, jovem deputado do MDB do Rio de Janeiro, que meses antes havia sugerido um boicote às comemorações de 7 de Setembro, em discurso na Câmara.

O Palácio do Planalto decidiu processar o parlamentar por injúria, mas a Câmara dos Deputados negou a autorização para abertura de processo. Sob a vigência do AI-5, cerca de 300 parlamentares tiveram o mandato cassado. O Congresso Nacional só voltou a funcionar em outubro de 1969. A justificativa do AI-5 era assegurar a ordem e a tranquilidade no país. A medida foi revogada em outubro de 1978, como parte do processo de abertura política.

*Fotos da Agência Brasil

A futura primeira-dama Michele Bolsonaro foi fotografada usando uma camisa com uma frase dita pela juíza Gabriela Hardt, durante interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Se começar nesse tom comigo a gente vai ter problema", disse a magistrada.

A frase foi dita no último interrogatório do ex-presidente no mês passado, após o Lula questionar se era ou não dono do sítio de Atibaia, ao qual está sendo investigado. O flagra da frase estampada na camisa aconteceu no momento em que Michele desembarcava no Iate Clube de Itacuruça, no sul do Rio de Janeiro. Ela estava na ilha de Marambaia, onde passou o Natal com o seu marido Jair Bolsonaro.

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Segundo reportagem da Folha de São Paulo, o pesselista ainda permanece na ilha, onde deve ficar até próxima quinta-feira (27). Bolsonaro deverá ser empossado como presidente da República na próxima terça-feira (1º).

A Justiça Federal do Paraná rejeitou pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava Jato, para ir ao velório do advogado e ex-deputado pelo PT Sigmaringa Seixas, que morreu nesta terça-feira (25).

No pedido, os advogados de Lula alegam que Sigmaringa era "íntimo" do ex-presidente, foi colega de Lula na Câmara dos deputados durante a Assembleia Nacional Constituinte e chegou a atuar na defesa do petista.

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Ao recusar o pedido, o juiz plantonista Vicente de Paula Ataíde Júnior argumentou que a lei permite que presos condenados a cumprir pena regime fechado somente podem sair da cadeia em caso de morte ou doença grave de "cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão".

A Justiça Federal já havia negado nesta semana permissão para que Lula recebesse uma refeição especial enviada pela família na noite de Natal. O cardápio de Lula foi o mesmo de todos os dias na cadeia: arroz, feijão, salada e um tipo de carne.

Aliados do ex-presidente lembraram em que em 1980, quando foi preso pela ditadura militar por liderar as greves de metalúrgicos no ABC, o então superintendente da Polícia Federal Romeu Tuma liberou Lula para ir ao velório da mãe, Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta de Natal, na noite de dessa segunda-feira (24), aos militantes da Vigília Lula Livre e pediu que seus apoiadores sigam fortes. "O ódio pode estar na moda, mas não temam nem se impressionem com essas pessoas posando de valentões", afirmou o petista em referência ao governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL).

A mensagem foi lida pelo ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho (PT), em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde Lula está preso desde abril.

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De acordo com o ex-presidente, o tempo "deles" (oposição) vai passar e a verdadeira mensagem de Jesus, "um marceneiro que foi perseguido pelos vendilhões do templo, pelos soldados e pelos promotores dos poderosos", vai continuar a ecoar em cada Natal: uma mensagem de amor, fraternidade e esperança. "A luta por um mundo melhor continua", acrescentou.

Lula lembrou ainda que, neste Natal, ele não poderá estar junto de sua família, filho e netos, mas acredita que não está sozinho. "Estou com vocês da vigília, que têm sido minha família", afirmou na carta. Ele também agradeceu a companhia dos militantes e considerou uma "provação" a escolha feita por seus apoiadores de enfrentar dias de frio e calor no Paraná.

Os netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usaram o Instagram neste sábado (24) para lamentar a ausencia do avô na ceia de Natal. Lula está preso em Curitiba, no Paraná, desde abril deste ano, condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"Esse não será o Natal mais feliz para nós. É muito difícil saber que o nosso avô está preso e passará sozinho esta data que representa o amor e a união. Nos manteremos firmes, unidos, de mãos dadas, esperando o dia em que a justiça será feita e nosso avô inocentado, livre", escreveram os netos, em post publicado no Instagram oficial de Lula.

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"Dói saber que este ano ele não vai brincar com os netos pequenos, se impressionar com os presentes, ser carinhoso com todos nós e receber o carinho e amor que ele emana. Não será uma ceia contente, será apenas uma ceia, simbolizando o amor, esperança e fé", continuaram os familiares do ex-presidente.

"Será uma ceia toda mentalizando você e energias boas de luz e amor. Prometemos que o próximo Natal será o melhor da sua vida, com muita comida boa, família, amor, risadas, conversas e abraços. Fique bem daí, que tentaremos segurar as pontas daqui", finaliza a mensagem, que acumula mais de 13 mil curtidas na rede social.

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A polêmica envolvendo a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com “o vai e vem” sobre sua possível soltura [ou não] tem prendido a atenção de muitos brasileiros nos últimos tempos. No entanto, no cenário local, um outro conhecido na velha política de Pernambuco também vai passar os festejos natalinos na cadeia: o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), município localizado na Região Metropolitana do Recife (RMR).  

Cabral é apontado nas investigações da Polícia Federal de ser o mandante da alteração da carteira de investimentos de Previdência da cidade onde R$ 90 milhões do instituto, que se encontravam investidos em instituições sólidas, teriam sido transferidos para fundos compostos por ativos “podres”. Apesar de homônimos, a situação do pessebista, no entanto, é bem diferente se comparado com a do ex-presidente Lula.

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O líder petista, preso há mais de oito meses, tem direito a uma chamada “cela especial”, localizada na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, com chuveiro elétrico, televisão, banheiro adaptado, entre outras “regalias”. Esse é um direito previsto na legislação brasileira. Por sua vez, o prefeito do Cabo está detido no Cotel – Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna -, que fica na cidade de Abreu e Lima, no Grande Recife, desde o último dia 19 de outubro.

Embora não se saiba a reais condições da cela onde o prefeito se encontra, o fato é que o Cotel já foi alvo de inúmeras notícias negativas, a começar pela superlotação. No ano passado, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco, João Carvalho, chegou a denunciar o déficit no número de agentes penitenciários no Cotel. Segundo ele, em meados de 2017, havia um efetivo de 8 agentes, em média no plantão, quando seriam necessários 80.

Passado mais de dois meses da prisão que vem gerando muitas especulações, até o momento, Lula Cabral mantém o silêncio absoluto. No dia da prisão, dada em primeira mão pelo LeiaJá, a assessoria de imprensa da Prefeitura do Cabo negou a detenção e chegou a dizer que a notícia era uma fake news [notícia falsa], que teria sido divulgada “de forma irresponsável".

A nota enviada à imprensa ainda defendia o prefeito justificando que “os recursos aplicados no Fundo sob suspeita não foram desviados, inclusive encontram-se depositados e congelados por ordem judicial”. Dez minutos depois de enviada, a equipe de comunicação pediu que o comunicado fosse desconsiderado e admitiu a prisão do gestor.

A última publicação realizada nas redes sociais de Lula Cabral foi em 18 de outubro. O texto fazia um convite para que os cabenses participassem de um evento justamente no dia seguinte, quando a prisão foi efetuada, que aconteceria no bairro de Pontezinha para a assinatura da ordem de serviço para a construção de uma creche na comunidade.

Apesar do silêncio, assim como a defesa do ex-presidente Lula, o advogado do prefeito também vem tentando soltá-lo, mas sem sucesso. Na última quarta-feira (19), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pela quinta vez o pedido de habeas corpus. O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) também negou o pedido de liberdade. O advogado Ademar Rigueira, responsável pela defesa, disse que não comentaria as decisões.

Lula Cabral é um velho conhecido dos cabenses. Esse é o terceiro mandato do pessebista como prefeito da cidade. O primeiro foi em 2004, quando ele saiu vitorioso na disputa contra o então candidato Chico Amorim. Em 2008, foi reeleito derrotando o agora deputado federal Betinho Gomes (PSDB). Em 2016, Lula voltou ao comando da cidade vencendo novamente o tucano. Antes de chegar à prefeitura em 2004, Cabral foi derrotado duas vezes pelo ex-prefeito Elias Gomes (PSDB), que é pai de Betinho. E, entre os dois mandatos seguidos e o retorno à gestão, foi deputado estadual.

Com a prisão de Lula Cabral, o vice-prefeito Clayton da Silva Marques, conhecido como “Keko do Armazém”, assumiu a prefeitura. Ele já afirmou que vem dando continuidade ao planejamento da gestão municipal com a prestação de todos os serviços públicos dentro da normalidade.

Defesa

Sobre as investigações, o presidente do Instituto de Previdência Social dos Servidores do Município do Cabo de Santo Agostinho (CaboPrev), José Fernandes de Moura, por meio de nota, ressaltou que a autarquia estava apoiando as autoridades responsáveis para os esclarecimentos dos fatos investigados e expôs que os autos do processo judicial tramitam em segredo de justiça.

Oito meses depois de iniciar o terceiro mandato, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, o pessebista lamentou a situação do Cabo. Ele chegou a dizer que a economia no município continuava “em baixa” e jogou a culpa para a crise política. “A economia deu sinais de crescimento, mas a crise política não estanca em Brasília. Isso afeta os municípios”, disse na ocasião.

Anteriormente, em março de 2017, também durante entrevista ao LeiaJá, ele afirmou que o Cabo recebeu uma “herança maldita” em referência ao ex-gestor Vado da Farmácia. “O Cabo recebeu uma herança maldita de quatro anos de desgoverno, que não investia em saúde, não planejava, não buscou recursos, não dialogou com a sociedade, não buscou fazer aquilo que a sociedade quis e deixou um caos na cidade”, disparou.

Na última semana, quando completou dois meses de prisão de Lula Cabral, a reportagem entrou em contato com a defesa do pessebista para solicitar uma entrevista, mas não obteve sucesso.

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