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Além da angústia da guerra, as mulheres em Gaza sofrem o estresse adicional da menstruação, obrigadas a utilizar fraldas ou pedaços de pano e enfrentam condições humilhantes e infecções.

O território palestino sofre uma escassez de alimentos, água e produtos sanitários, com o deslocamento de 80% de seus 2,4 milhões de habitantes pelo conflito entre Israel e Hamas.

"Corto roupas dos meus filhos ou qualquer pedaço de pano que encontro e uso como absorvente", explica Hala Ataya, de 25 anos, na cidade de Rafah(sul), para onde muitos fugiram.

"Tomam banho a cada duas semanas", acrescenta.

Forçada a deixar sua casa no campo de refugiados em Jabaliya, no norte de Gaza, se instalou em uma escola administrada pela ONU onde compartilha banheiro e chuveiro com centenas de pessoas.

O banheiro cheira mal e está cheio de moscas.

As ruas de Rafah, cidade na fronteira com o Egito, estão virando lixões a céu aberto.

- "Voltamos à Idade da Pedra" -

A cidade se transformou em um imenso campo de refugiados com a chegada de grande parte da população, impedida de sair do território.

"Voltamos à Idade da Pedra. Não há segurança, alimentos e água, não há higiene. Me sinto envergonhada e humilhada", assegura Samar Shalhoub, de 18 anos, deslocada da Cidade de Gaza.

A guerra foi desencadeada após o ataque sem precedentes de 7 de outubro por combatentes de Hamas, que mataram cerca de 1.200 pessoas em Israel, em sua maioria civis, segundo autoridades israelenses.

A resposta do Exército israelense já matou cerca de 18.200 palestinos, em sua maioria civis, segundo os últimos números do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.

Sem acesso a produtos de higiene, Shalhoub utiliza retalhos em seus períodos menstruais, o que tem causado "irritação e infecções de pele".

Os pedidos por anticoncepcionais quadruplicaram por mulheres que buscam controlar seus períodos, afirma Marie-Aure Perreaut Revial, de Médicos Sem Fronteiras (MSF).

- "Absolutamente nada" -

A organização ActionAid adverte que há pouca água para lavar e que alguns abrigos têm apenas um chuveiro para cada 700 pessoas e um sanitário para cada 150.

"Não há absolutamente nada: privacidade, sabonetes, produtos menstruais", alerta a ONG.

Para Ahlam Abu Barika, em seu terceiro mês deslocado, a higiene pessoal é uma "batalha diária".

"As mulheres usam fraldas ou panos para embrulhar bebês. Não há água suficiente", lamenta Abu Barika.

Está comendo e bebendo menos para ceder aos seus cinco filhos e reduzir as idas ao banheiro.

"Perdi 15 quilos", afirma.

A ONG Action Against Hunger afirma que muitas mulheres usam roupas sujas de sangue menstrual e utilizam "produtos para o período por mais tempo do que o previsto, o que aumenta o risco de infecção".

Em uma sala de aula onde os deslocados dormem, Umm Saif disse que suas cinco filhas usam fraldas durante seus períodos.

Os preços das fraldas descartáveis quase duplicaram desde o início da guerra, assim, cortam cada uma em duas partes, mas uma filha ainda precisa de retalhos.

Para a mais nova, a mãe substitui a fralda por um pedaço de pano.

"Começou a chorar, mas não posso fazer nada", explica, impotente. "Comprei uma pomada na farmácia para tratar as infecções após a menstruação".

Os calções brancos que compunham o uniforme principal da seleção inglesa de futebol feminino serão trocados por peças azuis durante a disputa da Copa do Mundo deste ano, que será disputada entre 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia. A mudança foi realizada para que as jogadoras sintam-se mais confortáveis quando estiverem menstruadas.

"Queremos que nossas jogadoras sintam que têm nosso apoio neste assunto e pedimos aos organizadores dos torneios internacionais que levem esse tema em consideração e que permitam uma maior flexibilidade em relação a mudanças nos uniformes", comunicou a Associação Inglesa de Futebol (FA, na sigla em inglês).

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O abandono dos calções brancos é uma tendência entre as equipes de futebol feminino. O Manchester City anunciou a mudança em outubro do ano passado e foi seguido por outros clubes, como o Orlando Pride, time de Marta nos Estados Unidos.

A seleção feminina da Inglaterra costuma jogar com um uniforme todo branco. Foi com esse traje que as inglesas conquistaram a última Eurocopa, mas, antes do título, já haviam reclamado do uso dos shorts brancos durante a competição.

A atacante Beth Mead se pronunciou publicamente sobre o assunto logo após a primeira rodada do torneio europeu, em julho do ano passado. "Espero que eles mudem a cor. É muito bonito ter um kit todo branco mas, por vezes, não é prático, quando chega aquela altura do mês. Lidamos com isso o melhor que podemos", disse na ocasião.

Após a reivindicação, enfim, conseguiram concretizar a mudança. O primeiro jogo com o calção azul será contra o Brasil, nesta quinta-feira, quando as duas seleções se enfrentam pela Finalíssima, torneio que promove o embate entre as campeãs europeias e as campeãs sul-americanas.

O Congresso da Espanha aprovou, nessa quinta-feira (16), uma lei que permite a mulheres espanholas se ausentarem do trabalho em casos de cólicas menstruais fortes. Assim, o país é o primeiro da Europa a conceder a licença como um direito das trabalhadoras.

Na prática, a licença médica menstrual permite que as mulheres não compareçam aos postos de trabalho em dias que há cólicas severas sem que isso lhes causem descontos na folha salarial. Com a normativa, a cólica menstrual passa a ser considerada como "incapacidade temporária", tornando o perído de afastamento das atividades laborais obrigatório.

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De acordo com a proposta inicial, a licença teria duração de três dias a cada ciclo, no entanto, a nova verão da lei aprovada pelos deputados espanhóis não estipula número máximo de tempo de afastamento do trabalho. Além disso, o direito à licença médica será pago pelo governo da Espanha.

Um estudo com mais de 35 mil participantes - mulheres e pessoas transgênero - indicou que 42% das mulheres apresentou um aumento do fluxo menstrual nas duas semanas seguintes à vacinação contra a Covid-19.

A pesquisa, além disso, descreve pela primeira vez a aparição de sangramento espontâneo em um alto número de pessoas que não tinham menstruação - por estarem na menopausa ou por fazerem algum tratamento hormonal contraceptivo para mudança de gênero - após a aplicação de imunizante.

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As conclusões do estudo, publicadas no fim da semana passada na revista Science Advances, confirmam um efeito secundário que vinha sendo alertado por mulheres e ignorado até então. Os dados da pesquisa mostram, contudo, que as alterações são temporárias e estão associadas a determinados fatores desencadeantes, como a idade, efeitos secundários sistêmicos associados à vacina (febre ou fadiga), ou o histórico de gravidez e partos, entre outros.

"As pessoas que menstruam, e as que antes menstruavam, começaram a comentar que tinham um sangramento inesperado, depois que era administrada a vacina, no início de 2021", indicaram as responsáveis pelo estudo, Katharine Lee, da Universidade de Tulane; e Kathryn Clancy, da Universidade de Illinois Urbana-Champaign.

As participantes haviam sido vacinadas com produtos da Pfizer, Janssen, AstraZeneca, entre outras marcadas usadas no exterior.

Uma das pesquisadoras chegou até a compartilhar a própria experiência no Twitter em fevereiro do ano passado. Kathryn relatou, após tomar a 1ª dose, que sua menstruação havia chegado aproximadamente um dia mais cedo e estava "jorrando como quando ela estava em seus 20 anos de novo". Várias outras mulheres responderam.

Testes

Nos testes clínicos das vacinas, não se perguntava sobre os ciclos menstruais ou hemorragias, por isso, o efeito secundário acabou sendo ignorado ou descartado, apesar de alguns imunizantes, como os contra a febre tifoide, a hepatite B, entre outros, possam alterar o fluxo menstrual.

As pesquisadoras só incluíram dados de pessoas que não tinham sofrido a Covid-19, pois a doença pode provocar mudanças no fluxo menstrual.

Além disso, foram excluídas as pessoas de 45 a 55 anos, para evitar que os resultados fossem confundidos com a menopausa ou mudanças prévias.

Das entrevistadas, 42,1% disseram que tiveram fluxo menstrual mais abundante nas semanas após a vacinação; 43,6% indicaram que não houve alteração; e 14,3% apontaram que não tiveram mudança ou menos sangramento do que o habitual.

O estudo detectou possíveis associações com antecedentes reprodutivos, estado hormonal, demografia e mudanças na menstruação de uma pessoa após a vacinação. Por exemplo: mulheres que tinham passado por uma gravidez eram mais propensas a informar sobre sangramento mais abundante após a inoculação da vacina, com leve aumento entre as que não tinham dado a luz.

Efeitos

Algum nível de variação na menstruação - o número de dias que você sangra, a intensidade do seu fluxo e a duração do seu ciclo - é normal.

"Nossos ciclos menstruais não são relógios perfeitos", disse ao jornal americano The New York Times Alison Edelman, professora de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon (EUA). Ela também estudou o efeito das vacinas Covid-19 na menstruação.

É possível que, quando as vacinas ativam o sistema imunológico, também de alguma forma desencadeiem efeitos secundários no endométrio, segundo Alison. O endométrio reveste o útero e é expelido pelo corpo da mulher durante a menstruação.

As autoras do estudo publicado na Science Advances reafirmam ainda que a vacinação é uma das melhores formas de prevenir a Covid-19, a internação e a morte pela doença. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

  A rotina da maioria das mulheres na atualidade é cheia de atribuições das mais diversas. Em meio a rotina corrida, se organizar significa ganhar tempo para dar conta de todas as atividades e de se cuidar. Neste Dia Internacional da Mulher, o LeiaJá fez uma lista de aplicativos que podem facilitar o dia a dia das mulheres. Os apps vão desde a atenção com a saúde, segurança, vida saudável a viagens.

Confira a lista: 

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 Segurança 

 Lady Driver- É um aplicativo de transporte criado por uma mulher, para uso exclusivo de mulheres. Nele você solicita seu carro, apenas com motoristas mulheres e passageiras também. 

 MalalaiApp- É um aplicativo para mulheres sentem medo ao andar só. Ele irá mostrar rotas mais seguras para andar, permitindo o compartilhamento de seu caminho  para parentes ou amigos. 

Circle of 6- É um aplicativo que previne a violência antes de acontecer. Ele é usado para quando está perdida em um local desconhecido. Permitindo que você escolha 6 amigos, e se estiver perdida, basta apertar no ícone do aplicativo que ele manda o texto para esses amigos com sua localização do GPS.

  Saúde   

Beber Água- O intuito desse aplicativo é aumentar seu consumo de água. Ele age lembrando os horários de tomar água. 

 Sleep Cycle alarm Clock- Esse aplicativo foca na saúde do seu sono. Ele possui um gráfico com os picos de sonolência, que pra quem tem problemas com insônia essa ferramenta é uma boa opção. 

 Calorie Counter- MyFitnessPal- Ele é voltado para quem tá controlando a quantidade de calorias ingeridas. Nele há receitas saudáveis, registros de atividade física, etc. 

Menstruação

   Calendário menstrual, Período fértil e ovulação: diário da menstruação - Esse aplicativo nada mais é que, um diário menstrual que rastreia seu ciclo regular ou irregular, informa seu período de fertilidade, etc. 

Maia- É um aplicativo que controla o período menstrual, de maneira divertida e simples. Ele apresenta um gráfico de sua saúde íntima, mudanças em seu ciclo, etc. 

Viagem e Organização 

TripAdvisor- App para pessoas que viajam muito. Nele você encontra uma lista completa de restaurantes, lanchonetes. Nessa lista aparece também a avaliação das pessoas sobre determinado lugar. 

 Trello- Essa é uma ferramenta de organização. Ele utiliza interface de quadros e cartões para que você possa criar o que desejar. Você pode criar listas dos seus compromissos, além de poder convidar pessoas para fazer parte dos seus quadros, ideal para trabalhos em equipe.  

“Quando uma fralda do meu filho arrebenta, penso: ‘vai virar absorvente’”. Vanessa Moraes, 39 anos, admite que raramente consegue comprar absorventes, um problema compartilhado por muitas pessoas pobres e que ganhou atenção depois que o presidente Jair Bolsonaro vetou sua distribuição gratuita.

Em meio à correria entre os serviços de garçonete e motorista que realiza para sobreviver, Vanessa, uma mulher negra, alta e de longos cabelos castanhos, cuida dos dois filhos, de 11 e 12 anos. O mais velho, Hugo, tem deficiência. O auxílio que recebe do governo, no valor de um salário mínimo (1.100,00), mal supre as necessidades dele.

Toda a renda desta moradora do Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, é voltada para prioridades que não incluem absorventes.

“Absorvente é caro, então a gente apela para uma fralda, um tecido, uma fronha de travesseiro”, conta.

O preço de um pacote de absorvente, segundo pesquisa realizada pela marca de coletores menstruais Fleurity, é de entre R$ 3 e R$ 10.

O relatório “Livre para Menstruar – Pobreza menstrual e a educação de meninas”, divulgado este ano pelo movimento “Girl Up”, da Fundação das Nações Unidas, revelou que 30% do país menstrua - ou 60 milhões de meninas e mulheres. Sem acesso a absorventes, uma em cada quatro meninas e adolescentes deixa de frequentar a escola quando está menstruada.

Outra pesquisa, da fabricante Sempre Livre, divulgada em setembro, estima que 28% das mulheres de baixa renda sofrem de pobreza menstrual, ou seja, a falta de condições mínimas de higiene neste período.

Com dificuldade de acesso a absorventes, muitas optam por alternativas, como miolo de pão, papéis e o ‘paninho’ - pedaço de tecido que é lavado e reutilizado.

Cercada por adereços do Flamengo na casa de poucos cômodos onde moram seus pais, Vanessa conta sua história enquanto brinca com o filho.

Apesar de morar numa casa separada, encontra suporte onde cresceu com os pais, que não trabalham. Filha única depois de perder um irmão em um acidente de trânsito, se emociona toda vez que fala da família.

Hugo tem paralisia cerebral e precisa de cuidados constantes. Depois que nasceu, a renda de Vanessa passou a ser direcionada ao filho.

“Acabo focando nele e esquecendo de mim”, confessa.

Quando uma fralda de Hugo arrebenta, Vanessa a transforma em absorvente. Com uma peça em mãos, ilustra: arranca os elásticos e abre o produto descartável, adicionando um pedaço de pano para torná-la mais eficiente.

“Por conta da necessidade, a gente vai se virando”, explica.

- “Questão de saúde pública” -

Vanessa recebe ajuda da ONG ‘One by One’, que auxilia pessoas com deficiência em situações de vulnerabilidade no Rio de Janeiro.

Além de prover recursos como cadeiras de rodas, a organização fornece cestas básicas para as famílias e absorventes para as mulheres.

Assim como Vanessa, Karla Cristina de Almeida, de 15 anos e também negra, conta com as doações da ONG para conseguir absorventes. Em sua casa no Complexo da Maré, divide o mesmo pacote com a irmã.

"Às vezes temos um pacote só, outras vezes não temos nenhum. Quando não temos, nem saio de casa. Já faltei a escola por causa disso", confessa.

Durante ação de distribuição de absorventes da ONG, várias mulheres fazem fila. Entre elas Miriam Firmino, de 51 anos e moradora do Engenho da Rainha. Mãe de três meninas, conta que desde pequena sempre usou "paninho", mas hoje busca doações para que suas filhas não passem o mesmo.

"Para comprar (absorvente), você tem que correr atrás de promoção. Quando não conseguimos comprar, nos viramos com o que temos", afirma.

A presidente da 'One by One', Teresa Stengel, conta que “com a pandemia e a crise econômica, muitas mães que atendemos relatam que voltaram a usar paninhos, papel, algodão e outros materiais quando menstruam”.

“Elas reclamam de machucados e infecções. A pobreza menstrual é uma questão de saúde pública”, destaca.

- Veto do governo -

Em outubro, o presidente Bolsonaro sancionou o projeto de lei instituindo o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual para promover “saúde e atenção à higiene feminina”.

Porém, os trechos do projeto que previam a distribuição gratuita de absorventes foram vetados pelo presidente “por entender que despesas geradas com a instituição do Programa não apontaram a fonte orçamentária para seu custeio, ou mesmo medidas compensatórias”.

O Congresso pode derrubar o veto apenas por maioria absoluta e não há data marcada para votação.

Após a medida presidencial, governos municipais e estaduais passaram a mobilizar campanhas.

A prefeitura do Rio anunciou o programa “Livres para Estudar”, que visa distribuir mais de 8 milhões de absorventes por ano para cerca de 100 mil estudantes da rede municipal de ensino, contemplando também meninos trans e pessoas não-binárias que menstruam.

O Governo de Pernambuco lançou nesta quinta-feira (7), o Programa de Educação em Saúde Menstrual para todas as escolas da Rede Estadual. A iniciativa visa promover a distribuição de absorventes, formação e orientação sobre as questões sociais, biológicas e emocionais que afetam a vida da mulher durante o período menstrual.

O governo estadual alerta que, segundo dados da Organização das Nações Unidas, uma em cada dez meninas do mundo falta às aulas durante o seu período menstrual. No Brasil, a realidade é que uma em cada quatro estudantes já deixou de ir para a escola por não ter absorvente.

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Por meio de parcerias institucionais com as secretarias de Saúde e da Mulher, o programa prevê – além da distribuição gratuita e contínua de absorventes para as estudantes em idade menstrual – a realização de rodas de diálogos e palestras virtuais e presenciais com as 16 Gerências Regionais de Educação (GRE), voltadas para os docentes e discentes de todo o Estado.

O governo assegura que também serão promovidos eventos online e presenciais para discutir o cuidado da saúde menstrual e o uso adequado dos absorventes, entre outras questões.

 “Nossa preocupação não é apenas com a distribuição dos absorventes. Queremos trabalhar também o ambiente escolar para cuidar da saúde das estudantes e ampliar o debate acerca do tema”, afirmou o secretário de Educação e Esportes, Marcelo Barros.

O projeto de distribuição de absorventes às alunas de escolas públicas em todo o Brasil será votado nesta quarta-feira (25). Em seu perfil, a deputada federal Marília Arraes (PT) comemorou a aprovação, por unanimidade na sessão da Câmara dessa terça (24), do caráter de urgência para a tramitação da proposta.

Apresentado em 2019, a autora explicou que o Projeto de Lei (PL) 4968/21 visa diminuir a desigualdade de gênero no sistema educacional, já que meninas em período menstrual muitas vezes faltam aulas por não tem acesso ao artigo de higiene.

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O PL prevê financiamento do Ministério da Saúde para repassar uma cota mensal de absorventes às meninas do ensino médio e no fim do fundamental.

Marília se mostrou motivada para aprovação do programa após o aceite dos parlamentares para antecipar o debate. Ela ressaltou que a medida vai proporcionar dignidade e pretende ampliar a entrega do item para todas as mulheres.

 "A gente precisa, sem dúvida nenhuma, levar igualdade de condições em todas as áreas e a gente vai começar pela Educação", afirmou a deputada.

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Quem disse que os cineastas não podem falar das mulheres? Do norueguês Joachim Trier ao holandês Paul Verhoeven, passando pelo chadiano Mahamat-Saleh Haroun, em Cannes os diretores não têm medo de explorar a intimidade de suas heroínas.

Em "The worst person in the world", uma filha joga um absorvente no pai e sua heroína assume seus desejos. Com ela, Joachim Trier apresenta o sutil retrato de uma mulher de trinta anos perseguida pelas dúvidas em uma sociedade marcada pelo #MeToo.

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Um filme "feminista", segundo a crítica, dirigido e escrito por dois homens. "Seria um imbecil evitar esses assuntos só porque sou homem e produzo um filme sobre uma mulher", declarou à AFP o diretor de "Oslo, 31 de agosto".

"Renate (Reinsve, a atriz principal) e eu conversamos muito sobre sexualidade e erotismo. Julie (a protagonista) é uma mulher apaixonada e o sexo e o erotismo são parte integrante do ser humano", prossegue. Nessas cenas, a atriz trabalhou diretamente com ele, acrescenta.

Livrar-se da herança

Também sem tabus, o diretor chadiano Mahamat-Saleh Haroun conta uma história sobre abortos e mutilações, em um filme no qual as mulheres se unem para sobreviver em uma sociedade ultraconservadora.

Para o cineasta, é necessário deixar para trás o debate sobre se quem produz o filme é um diretor ou uma diretora.

"Pensar que um homem não pode fazer o retrato íntimo de uma mulher, é uma forma de pensar muito fechada, acho. Isso significa que um branco não pode contar uma história sobre um negro. É negar a humanidade que existe dentro de cada um de nós", disse à AFP.

"Como homem, faço parte de um patriarcado, mas sempre é possível, enquanto indivíduo (...), se livrar de tudo o que temos como herança", afirma. "É preciso acreditar na possibilidade de que o homem pode mudar".

Em "Benedetta", a história de amor entre duas freiras lésbicas na Itália do século XVII baseada em fatos reais, o holandês Paul Verhoeven inclui cenas de masturbação feminina.

"Se tenho (o olhar masculino), não acho que isso tenha alguma relevância, porque a realidade deste projeto (...) não é o que um homem, ou vários homens, explicaram, é o que duas mulheres contaram em seu processo, então é baseada em uma expressão feminina", argumentou o cineasta à AFP.

Depois do #MeToo

Mas será que o olhar masculino pode ser neutro? Essas questões em torno do "male gaze", o ponto de vista dos homens criticado por Laura Mulvey em 1975, são objeto de debate na sétima arte há anos, mas desde o #MeToo ganharam uma nova dimensão.

E esses filmes chegam depois de inúmeras diretoras abrirem o caminho com histórias sobre heroínas que assumem seus desejos.

É o caso da francesa Céline Sciamma em "Retrato de uma jovem em chamas" (2019), assim como o filme da Costa Rica "Clara Sola", de Nathalie Álvarez Mesén, sobre a liberdade sexual da mulher, apresentado este ano em Cannes.

A novidade não é os diretores realizarem retratos de mulheres - o espanhol Pedro Almodóvar faz isso há anos -, mas as protagonistas se abrirem para sua intimidade.

Questionados sobre esses assuntos, vários membros do júri do Festival afirmaram a necessidade de uma mudança nas representações entre homens e mulheres. "É preciso tempo para mudar as imagens mentais que temos, mesmo que as coisas estejam avançando", declarou a diretora austríaca Jessica Hausner.

A deputada estadual Dulci Amorim (PT) criou o Projeto de Lei (002188/2021), que visa garantir em Pernambuco o fornecimento gratuito de absorventes higiênicos nas escolas públicas, unidades básicas de saúde, unidades prisionais e outras instituições pernambucanas que sejam públicas. 

O PL está em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), mas ainda não há previsão para entrar em votação. “Eu, como mulher e mãe de três filhas, sei da importância que é chegar o nosso ciclo menstrual e termos absorventes para usar. Mas tem muitas pernambucanas que não têm acesso a isso, e aí eu estou falando de jovens que frequentam as escolas e até de pessoas já na idade adulta, que não tem acesso justamente por falta de recursos financeiros”, explicou a petista.

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Dulci complementa que “com essa preocupação, apresentamos o projeto de lei que prevê a distribuição de absorventes nas unidades prisionais, escolas e postos de saúde, como em outras instituições pernambucanas que sejam públicas.  Com isso queremos melhorar a qualidade de vida da mulher. Com certeza você, homem, não passa por isso, mas sua mulher e sua filha passam”, pontuou a deputada, pedindo apoio da população para o seu projeto.

Inspirado pelo curta-metragem Period, vencedor do Oscar de melhor curta-documentário que expõe as condições básicas menstruais de mulheres da Índia, o movimento brasileiro “Cadê o Absorvente?” vem denunciando uma realidade similar à do documentário, que mostra como o assunto é invisibilizado e como menstruar com dignidade ainda é difícil em um país que enfrenta situações de extrema pobreza.

Idealizado pelas empresas filiais Herself e Herself Educacional, que atuam no combate à pobreza menstrual desde 2018, o movimento lançou um abaixo-assinado online para chamar a atenção das pessoas para o fato de que 26% das adolescentes brasileiras entre 15 e 17 anos não têm acesso a produtos higiênicos durante o período menstrual. O dado faz parte de uma pesquisa realizada há dois anos pela marca de cuidados íntimos Sempre Livre.

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A petição já reúne mais de 40 mil assinaturas e está disponível na plataforma Change.org.

“A gente busca ter cada vez mais dados para conseguir tangibilizar esse impacto’’, afirma Raíssa Assmann Kist, cofundadora da Herself, ressaltando que os absorventes têm um preço muito alto no Brasil e que famílias de baixa renda não possuem conhecimento da existência e uso de outros produtos, como coletores.

Muitas mulheres precisam escolher entre comprar comida ou um protetor menstrual. Englobando todos que menstruam (como homens trans), entre as propostas do movimento estão a elaboração de políticas públicas para esse público, como a distribuição de absorventes sustentáveis em postos de saúde e presídios, a redução de impostos sobre os protetores menstruais, a criação de cooperativas de produção de absorventes com mulheres em situação de vulnerabilidade e a inclusão do produto nas cestas básicas.

O Ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou sua conta no Twitter para tirar sarro do projeto proposto deputada Tábata Amaral (PDT). A parlamentar apresentou à Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (5), um projeto de lei (428/2020) que garante a distribuição gratuita de absorventes biodegradáveis em espaços públicos.

“A nova esquerda (colar de pérolas e financiada por monopolistas) quer gastar R$ 5 bilhões (elevando impostos) para fornecer "gratuitamente" absorventes femininos. Como será o nome da nova estatal? CHICOBRÁS? MenstruaBR?”, escreveu o ministro.

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No texto, apresentado por Tábata Amaral, a justificativa para o início do projeto se dá por conta da dificuldade de acesso a absorventes higiênicos pela população de baixa renda. “O uso de materiais inadequados como jornal, papel higiênico,miolo de pão ou tecidos e ainda a troca infrequente dos absorventes, por motivo de economia, podem trazer riscos para a saúde como infecções. Alguns países buscam enfrentar a questão por meio da oferta em escolas; outros reduziram impostos sobre absorventes”, diz o texto.

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Em 2020, teremos carros voadores, diziam os entusiastas no começo do milênio. Automóveis nos céus ainda não são moda, mas o coletor menstrual é. Principal alternativa para jovens millenials (nascidos no final da década de 1980 até meados de 1990, também chamados de geração Y ou geração da internet), o coletor é um copinho de silicone cirúrgico que é inserido pela própria mulher no canal vaginal para coletar o sangue da menstruação.

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Apesar da recente popularidade, o produto existe desde 1937, quando a estadunidense Leona Chalmers concebeu o primeiro modelo de coletor menstrual voltado para a venda. De lá pra cá, a principal evolução do copo foi o material: antes feito de látex, agora é de silicone.

Ginecologista há mais de 40 anos, Dalmácia Dejard acredita que o fenômeno que ocorre agora com o copo de silicone já aconteceu antes com o absorvente interno (OB). Tanto coletor quanto OB são inseridos no corpo. “Muitas mulheres tinham vergonha de pegar na sua genitália. Com o tempo, a informação foi sendo passada entre as mulheres e o produto se tornou popular”, analisa a médica.

Isadora Simas, estudante de jornalismo, trocou o incômodo absorvente pelo copinho. A universitária não usa o método tradicional há seis meses e diz estar muito satisfeita com a mudança. “Comprei em uma loja on-line, depois de pesquisar em sites especializados e falar com uma amiga que já usava. É maravilhoso não se preocupar com vazamentos ou alergias, porque eu já tive alergia a absorvente. Fiquei um mês sem poder usar. Com o coletor, eu me sinto mais limpa durante esse período que eu odiava. Me sinto feliz”, conta a estudante.

De acordo com a ginecologista, muitas jovens começaram a usar o coletor devido à liberdade que o copo dá, como poder ir à piscina ou fazer exercícios sem medo de se sujar de sangue. Dependendo do fluxo menstrual, o coletor pode ser utilizado por até 12 horas seguidas. Contudo, a ginecologista lembra que certos cuidados devem ser tomados. “Tem que lavar o coletor com sabão neutro e água corrente, não passar do horário e manter as mãos e unhas limpas para o manejo do instrumento”, explica Dalmácia.

A médica alerta que manusear o coletor com as mãos sujas ou manter o copinho inserido na vagina além do tempo indicado pode causar proliferação de bactérias e vaginite, como foi o caso da paciente que esqueceu o coletor dentro de si por dois meses. “Ela desenvolveu uma secreção amarelada com odor ruim e muito forte por ter esquecido o coletor dentro dela. Fizemos diversos exames e não dava em nada. Até que fui verificar e quando falei o que era, a paciente disse que simplesmente não lembrava de ter colocado (o coletor)”, conta a médica.

A acadêmica de fisioterapia Beatriz Cruz decidiu experimentar o coletor depois de meses pensando no assunto. “Aproveitei a promoção da Black Friday e já encomendei o meu. Consegui comprar um kit com dois coletores e aplicador por R$ 60,00. Por mês, eu gastava cerca de R$ 15,00 com absorvente. E o coletor tem uma duração média de cinco anos, então é ótimo custo benefício”, afirma Beatriz, que aguarda sua compra chegar.

Preocupada com a sustentabilidade, a estudante fala ainda dos impactos ambientais do absorvente, que demora cerca de 100 anos para ser absorvido pelo planeta. “Hoje em dia existe coletor biodegradável, que a gente coloca na terra e ele se decompõe”, conta a jovem.

A médica afirma que é importante conversar com um profissional antes de fazer a mudança. “Muitas pacientes não compreendem como funciona o próprio corpo", afirma. Segundo Dalmácia, o ginecologista poderá auxiliar e indicar o tamanho e formato adequado de coletor para cada mulher.

Por Sarah Barbosa.

Não é a primeira vez que Bianca Bin conta para os seus fãs e seguidores do Instagram do seu ritual com sangue de menstruação. Em um clique compartilhado pela morena nos Stories, ela mostra esse seu lado muito mais inusitado e um tanto quanto íntimo.

Nesta segunda-feira, dia 7, a atriz que está de biquíni na publicação aparece segurando um super pote de vidro que continha uma quantidade até que grande de sangue menstrual, na legenda da publicação, Bin pede aos seguidores:

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Plante a sua lua!

O ritual plantar a lua nada mais é que depositar o sangue da menstruação na terra, podendo ser feito sozinha ou até mesmo em conjunto com outras mulheres. A maior intenção de tudo isso é celebrar a fertilidade e retirar o estigma do sangue que sai do corpo das mulheres.

A pequena cabana com teto de palha no oeste do Nepal não a protege do frio. No entanto, Pabrita Giri tem que se exilar nela durante seu período menstrual, em virtude de um ritual hindu secular.

Na choça, conhecida como "chhau goth", Giri acende uma pequena fogueira para tentar se aquecer. A fumaça enche o pequeno espaço onde ela dorme e irrita seus olhos. "Acreditamos que, se não fizermos o 'chhaupadi', coisas ruins podem nos acontecer e que, se o fizermos, os deuses nos favorecerão. Acho que não tem problema, por isso faço isso durante minha regra", explica Giri, de 23 anos.

"Agora estou acostumada. Tinha medo no início porque ficava longe de minha família em noites escuras e em um lugar como este", comenta Giri.

Essa prática está ligada ao hinduísmo e considera que as mulheres são intocáveis enquanto menstruam. São tiradas de casa, impedidas de tocar na comida, em objetos religiosos, no gado e principalmente nos homens, forçando-as a um exílio menstrual no qual têm de dormir em cabanas rudimentares. Em algumas zonas, as mulheres também têm de passar um mês em uma "chhau goth" depois de dar à luz.

A morte de duas mulheres recentemente durante o "chhaupadi", uma por inalação de fumaça, e outra por causas ainda desconhecidas, deu força a quem defende o fim dessa prática. Apesar do "chhaupadi" ter sido proibido há uma década, o Parlamento está estudando uma proposta de lei para transformar em crime quem obrigar uma mulher a se exilar durante a menstruação.

Superstições

Outras tentativas anteriores de acabar com o "chhaupadi" foram abandonadas por culpa das superstições. Em uma aldeia a alguns quilômetros de onde vive Giri, Khagisara Regmi está pensando em construir um "chhau goth".

Depois que seu marido morreu há 8 anos, essa mulher de 40 anos sofria muito por ter que seguir o "chhaupadi", que a impedia de cozinhar ou tocar no filho enquanto estava menstruada. Depois de viúva, deixou de fazê-lo.

Mas, há alguns anos, seu único filho começou a ter crise, aparentemente de epilepsia. Quando um hospital local conseguiu tratá-lo, Regmi procurou o xamã local, que atribuiu a doença do rapaz ao fato de ela não respeitar mais o ritual. "Como não respeitei o princípio da pureza, os deuses se aborreceram. Não foi bom para meu filho", explica.

No Nepal rural, os xamãs locais ocupam o espaço vazio deixado pelos serviços de saúde inexistentes, e os anciões assumem a posição de guardiões da tradição.

Segundo Sabitra Giri, de 70 anos, os maoistas tentaram acabar com o "chhaupadi" durante a guerra civil do Nepal, dentro de sua posição antirreligião, mas não conseguiram. "Enquanto continuar viva, esta prática continuará", garante.

Mesmo na capital, Katmandu, três em cada lar praticam algum tipo de restrição contra as mulheres em seu período menstrual, proibindo-as de entrar na cozinha e na sala de oração, explica Pema Lhaki, uma ativista dos direitos das mulheres.

As tentativas passadas de acabar com o costume se restringiram a destruir as cabanas, mas isso não impediu que as famílias expulsassem as mulheres de seus lares, obrigando-as, às vezes, a dormir em cabanas muito mais rudimentares e, inclusive, ao relento.

Para Pema Lhaki, destruir ou não as cabanas não é a questão: o êxito do movimento acontecerá quando as cabanas ainda estiverem de pé, mas não forem mais usadas.

Uma garota de 15 anos morreu no Nepal, na noite do sábado (17), após ser banida de onde morava por ter menstruado. O banimento de garotas que começaram a menstruar faz parte de uma prática Hindu que já foi proibida há mais de uma década.

A suspeita inicial é que Roshani Tiruwa, como foi identificada pela imprensa local, tenha se sufocado com a fumaça de uma fogueira que ela mesma acendeu para se esquentar. Durante o ritual, as mulheres ficam em uma cabana.

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Alguns hindus acreditam que a mulher quando está no período menstrual é impura e precisa ficar afastada da família por dias. A prática é conhecida como Chhaupadi. 

Segundo a Al Jazeera, um estudo de 2011 calculou que cerca de 95% das mulheres em Achham - distrito de Roshani - seguem o Chhaupadi. A Suprema Corte do país, entretanto, proibiu a prática ainda em 2005.

Há registros anteriores de chhaupadi ocasionando em mortes, por motivos como ataques de animais selvagens, mordidas de cobras, doenças, estupro e pneumonia. Ainda de acordo com a Al Jazeera, algumas mulheres se opuseram ao ritual e chegaram a queimar cabanas. Alguns vilarejos são conhecidos como áreas livres de chhaupadi.

Segundo o jornal local My República, este é o segundo incidente com morte em Achham nos últimos 30 dias. No dia 19 de novembro, Dambara Upadhyay, de 21 anos, foi encontrada morta em sua cabana. 

O período mestrual é complicado para muitas mulheres. Desde o período pré, conhecido como a famosa TPM, além das mudanças de humor, uma grande parcela do público feminino sofre com alterações no organismo, muitas vezes com dores de cabeça e abdominais (cólicas), indisposição para as atividades cotidianas e cansaço.

Neste período também é comum o atrito entre casais. As mulheres vivem uma situação inquieta, incômoda, enquanto os homens não entendem, na prática, o que é essa situação.

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Por isso, o vídeo a seguir mostra como seria se a 'macharada' mestruasse. A produção traz, de forma bem humorada, os homens trocando de papel com as mulheres, mas encarando a situação com ações de um 'jeito masculino'.

Confira a seguir:

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