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Após todo o período de preparação para responder às questões e fazer uma boa redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que é a maior porta de entrada para o ensino superior do Brasil, a espera pelas notas pode parecer interminável. Quanto mais se aproxima o momento de, enfim, conferir o resultado do esforço nos estudos, mais ansiosos os estudantes costumam ficar, o que pode chegar a atrapalhar a rotina e trazer incômodos, a depender do quão abalado esteja o emocional do aluno.  

Confira, a seguir, uma entrevista realizada pelo portal do Ministério da Educação (MEC) com o psiquiatra André Salles, do Hospital Universitário de Brasília (HUB). A conversa traz orientações do médico para ajudar os estudantes a lidar com a ansiedade em situações estressantes, como esperar pela nota do Enem, por exemplo: 

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MEC: O que o jovem deve fazer para diminuir a ansiedade nessa espera, nessa expectativa de um resultado que vai mudar a vida dele? 

André Salles: Aproveitar que está em um período de férias, um período mais tranquilo para colocar em prática coisas que gosta de fazer. É importante também que a grande maioria dos jovens já tenha em mente suas possibilidades. A partir disso, uma alternativa para aliviar o estresse é sentar junto às pessoas mais próximas, seus responsáveis, e traçar planos, mesmo que sejam mais amplos, e avaliar quais possibilidades seriam realmente viáveis, quais não seriam, que tipo de expectativa é mais plausível que aconteça, que tipo de expectativa de fato é mais remota. Assim o estudante pode já traçar um plano, mesmo que seja geral, das possibilidades que tem para enfrentar num futuro próximo.

 Existe algum esporte, algum lazer, alguma alternativa para aliviar esse estresse? Seguindo nesta linha, que dicas você dá para viver cada dia desta semana com menos ansiedade?

 Não só nesse período agora de espera do Enem, mas ao longo do ano — e da vida — as pessoas devem procurar atividade para melhorar a saúde mental. Temos os esportes e o lazer, como exemplo. Mesmo com mudanças na vida ou uma rotina mais atarefada, é primordial colocar dentro da nossa rotina diária um momento, um horário para poder praticar atividade física ou práticas integrativas. Dentro disso, estão as atividades que nos dão prazer, exercícios que a gente gosta, se sente bem e à vontade para fazer.

O que evitar para não piorar a ansiedade?

Vai de acordo com o perfil das pessoas. As mais ansiosas, mais tensas, devem evitar ler notícias sobre o assunto, especulações, prognósticos porque isso, de fato, agrega uma ansiedade, uma expectativa para quem já é mais tenso. Conversar, ver as possibilidades, ver as expectativas reais, fazer planos mais amplos para poder se sentir bem com qualquer que seja o resultado, é o melhor caminho. Importante também evitar substâncias que possam aumentar a ansiedade, como o uso excessivo de cafeína ou de substâncias termogênicas que podem aumentar a ansiedade, além de qualquer tipo de situação que atrapalhe o sono.

Como lidar com o resultado negativo? Quem obtém êxito comemora e quem não passa pode desencadear sentimentos muito negativos e destrutivos? Quais as dicas para não deixar isso acontecer?

 Lidar com uma expectativa é difícil e obter um resultado negativo é sempre muito delicado para todo mundo, porém é preciso estar sempre muito claro que o Enem, assim como todos os desafios, pode ter resultados positivos ou negativos. O lado bom de um resultado negativo é que a pessoa pode avaliar o que não foi feito da maneira correta dentro do seu planejamento anual, para que consiga se reorganizar para o próximo ciclo.

*Com informações do Ministério da Educação

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Nesta sexta-feira (17), os quase 4 milhões de participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 terão acesso às notas que obtiveram na avaliação. Para acessar os resultados é preciso informar, na Página do Participante o CPF e a senha cadastrados na hora da inscrição no exame. 

Desde já, os estudantes podem se preparar para conferir as notas. Aqueles que não lembram a senha, podem recuperá-la no próprio sistema. É possível acessar o resultado também pelo aplicativo do Enem. 

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Para acessar as notas na Página do Participante, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do exame, divulgou um passo a passo:  

Ao entrar na página, logo aparece a Nanda, uma personagem digital com uma pergunta. Para avançar, é preciso responder ao desafio. Isso é feito para evitar o acesso de robôs.

Em seguida, os estudantes devem informar o CPF e inserir a senha. Caso não se lembrem da senha, basta clicar no link “Esqueci minha senha”, que está logo abaixo do campo de preenchimento.

O sistema vai, então, pedir para o usuário escolher se a senha cadastrada será enviada para o e-mail registrado durante a inscrição ou se quer alterar o e-mail. O sistema dá uma pista para que o participante se lembre de qual e-mail foi cadastrado durante a inscrição.

Caso a opção seja por receber a senha no e-mail cadastrado, basta procurar na caixa de entrada. Se não encontrar, o Inep orienta a verificar a caixa de spam. 

Quem não tem mais acesso ao e-mail informado na inscrição ou quiser trocar o endereço do correio eletrônico deverá responder às perguntas solicitadas a respeito dos dados informados na inscrição. Acertando todas as respostas, é só informar o novo e-mail.

O Inep irá, então, enviar a senha para o novo e-mail, e o participante poderá acessar as notas no exame. É possível, inclusive, consultar os resultados de edições passadas, caso o usuário tenha feito o Enem em outros anos. 

A senha deve ser guardada em local seguro e de fácil acesso. Ela ainda será usada para a inscrição nos programas federais de acesso ao ensino superior. Na Página do Participante, os candidatos têm acesso ao número de inscrição, também usado para concorrer a vagas no ensino superior. 

Nesta sexta-feira (17), os estudantes terão acesso à nota da redação e à pontuação de cada uma das quatro áreas de conhecimento: linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática.

Ensino superior

Com os resultados, os estudantes poderão concorrer a vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e participar do Fundo de Financiapróximo ›mento Estudantil (Fies).

O primeiro processo que terá as inscrições abertas é o Sisu. Para participar é preciso fazer a inscrição online no período de 21 a 24 de janeiro. As inscrições para o ProUni poderão ser feitas de 28 a 31 de janeiro e, para o Fies, de 5 a 12 de fevereiro.

Além dos programas nacionais, os estudantes podem usar as notas para cursar o ensino superior em Portugal. O Inep tem convênio com mais de 40 instituições portuguesas. 

O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 será divulgado no dia 17 de janeiro de 2020, segundo nota divulgada nesta quarta-feira (18) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As notas individuais poderão ser acessadas pela Página do Participante no portal e no aplicativo do Enem, após login com CPF e senha.

Para os “treineiros”, aqueles que não irão concluir o ensino médio em 2019, o boletim individual será publicado em março de 2020. O Enem 2019 foi realizado nos dias 3 e 10 de novembro, em todo o Brasil. Nos últimos dias 10 e 11 de dezembro foram aplicadas as provas do Exame para Pessoas Privadas de Liberdade ou sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade (Enem PPL).

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Na Página do Participante, os estudantes poderão verificar o desempenho nas áreas de Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e matemática, além da nota na redação. A vista pedagógica textual só será disponibilizada em março.

Com as notas no Enem, os estudantes podem concorrer a vagas em cursos de instituições de ensino superior públicas e privadas por meio de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fundo e Financiamento Estudantil (Fies). Também há a possibilidade de realizar intercâmbio para o exterior e ingresso em universidades portuguesas.

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A Universidade de Campinas (Unicamp) divulgou, nesta segunda-feira (16), as notas que os candidatos obtiveram na primeira fase do vestibular 2020. Para consultar o resultado, é necessário fazer login com número de inscrição e senha. 

No total, 66,8 mil estudantes participaram do processo seletivo, sendo mais de 17 mil na modalidade Enem e 13,5 mil se classificaram para a segunda fase, que será realizada nos dias 13, 14 e 15 de janeiro. 

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Nesta quinta-feira (24), o Ministério da Educação (MEC) divulgou comentários de especialistas a respeito de redações. Os textos alcançaram nota máxima na edição 2018 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o MEC, o objetivo é fazer com que as análises ajudem os candidatos que enfrentarão o processo seletivo deste ano nos dias 3 e 10 de novembro.

Vinculados ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela organização da prova, os especialistas analisaram sete redações que obtiveram nota mil. Os analistas identificaram as seguintes características nas produções textuais:

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possuem uma proposta de intervenção para o problema apresentado no tema;

têm repertório sociocultural produtivo no desenvolvimento da argumentação do texto;

respeitam os direitos humanos;

apresentam as características textuais fundamentais, como coesão e coerência;

demonstram domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;

atendem ao tipo textual dissertativo-argumentativo.

No ano passado, a “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet” foi o tema da redação. Veja, a seguir, os textos avaliados pelos especialistas do Inep e seus respectivos comentários:

Redação 1

Redação 2

Redação 3

Redação 4

Redação 5

Redação 6

Redação 7

Estudantes oriundos de escolas públicas, com idade de 18 a 21 anos, poderão utilizar notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ter a Carteira Nacional de Habilitação (CHN). Essa é uma das propostas do Projeto CNH Social, aprovado nessa quinta-feira (10) pela Assembleia Legislativa de Goiás.

O objetivo da iniciativa é qualificar e habilitar cidadãos de baixa renda para propiciar acesso gratuito à primeira Carteira Nacional de Habilitação. A isenção contemplará taxas do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), bem como de aulas teóricas e práticas.  

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“A segunda e definitiva votação no plenário da Casa definiu o fim da tramitação da proposta no legislativo. Com um maciço apoio da base aliada, o projeto, enviado pelo governador Ronaldo Caiado e proposto pelo Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), foi aprovado pelos 33 deputados estaduais presentes no plenário nesta tarde”, detalhou o Detran-GO.

O projeto, caso seja aprovado, será dividido em três categorias: Estudantil, Rural e Urbana. No que diz respeito à modalidade Estudantil, cuja intenção é selecionar os candidatos por meio das notas obtidas no Enem, as vagas deverão ser preenchidas conforme o desempenho dos estudantes no Exame.

Cidadãos com mais de 21 anos poderão ser beneficiados com o CNH Social Rural. Eles devem ter, no mínimo, o ensino fundamental, bem como precisam ter desempenhado atividade rural e comprovar declaração de aptidão do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf – pessoa física).

Na categoria Urbana, o projeto prevê beneficiar “inscritos no Cadastro Único dos programas sociais governamentais”. Além disso, “as vagas serão destinadas a quem preencher os critérios sociais, for maior de 21 anos e tiver o ensino fundamental”. Outra exigência é que os candidatos não tenham sido condenados judicialmente nas esferas cível ou criminal e que não tenham renda familiar maior que dois salários mínimos.

O projeto seguirá agora para o Poder Executivo. A previsão é que seja sancionado pelo governador de Goiás Ronaldo Caiado. Havendo a aprovação, deverão ser beneficiadas, a princípio, 8 mil pessoas.

O desempenho escolar de estudantes, aferido através de suas notas, simulados e aprovação em provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares, muitas vezes leva alguns alunos a posições de destaque na escola e fora dela. O professor de biologia Fernando Beltrão, mais conhecido como Fernandinho, é um crítico da ideia de tratar de modo distinto estudantes com alto rendimento, criando o que ele define como “rankeamento de alunos”. O docente ministrou uma palestra a respeito do assunto nesta quarta-feira (9), durante a 12ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, no Centro de Convenções, em Olinda, no Grande Recife. 

Para o professor, classificar os estudantes com base no seu desempenho e, o que em sua visão é ainda pior, se valer desse rankeamento para a atração de alunos com altas notas para outras escolas, oferecendo bolsas de estudos, causa prejuízos tanto para os estudantes considerados "número um" quanto para os demais colegas e professores. Na sua análise, o aluno que é considerado "brilhante" em relação aos demais costuma sofrer bullying e pode ter distorções de auto-imagem.

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“Tenho uma tese de que o rankeamento é danoso para todos, pois quando ele é posto como 'top', ele com frequência já passa a ser vítima de bullying, ninguém o convida para nada porque ‘só pensa em estudo’ quando muitas vezes não é isso, ele é uma vítima. Esse aluno também pode começar a desenvolver uma auto-imagem patológica, passando a achar que os outros são inferiores a ele só porque tira nota boa”, explicou Fernandinho. 

Para o professor, os demais estudantes que não conseguem atingir o mesmo nível de rendimento acadêmico podem se sentir tolhidos e desestimulados em sala de aula, com medo e vergonha de se expressar e tirar dúvidas diante dos colegas tidos como melhores. Como consequência, não acreditam que possam evoluir para além do ponto em que se encontram por não ser como o aluno do topo. “É como se aparecesse um dançarino profissional de Frevo aqui e eu, coitado, já vou ficar com vergonha de mostrar minha pequena arte de Frevo porque tem um gênio no ambiente”, explicou Fernandinho. 

 

Na avaliação do professor, a prática do rankeamento e destaque excessivo a estudantes com alto desempenho acadêmico também pode gerar problemas com a expectativa da família do aluno. Ele dá, como exemplo, a situação em que fica um estudante que tem um irmão que é considerado um aluno exemplar. “Quem tem um irmão genial... coitado. As famílias dizem ‘seu irmão foi primeiro lugar, você vai ser também’, seu irmão é seu irmão, você é você. Ele pode ter sido primeiro lugar geral do vestibular, você o último colocado e vocês dois serem felizes”, explicou Fernandinho.

O professor lembra que o desempenho escolar é apenas um aspecto da vida de um ser humano e que o ideal é que além de ter boas notas, os alunos aprendam a falar, ouvir, se relacionar e tenham momentos de relaxamento e descontração. 

Como alternativa a este modelo, o docente sugere uma conduta em que a escola busque seguir estimulando os alunos que já têm bons resultados, mas direcione mais esforços principalmente àqueles que estão apresentando um desempenho mais abaixo e podem melhorar. Na opinião de Fernandinho, exaltar o crescimento do desempenho de alunos que estão com um rendimento mediano ou baixo tanto pode ajudar esses estudantes como dar “gás” aos que já estão bem para continuarem apresentando bons resultados.  

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Em 2018, mais de 40 mil reeducandos foram inscritos no Enem prisional. Provas deste ano serão em dezembro. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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O sol é inquieto. Insiste em enviar seus raios em direção às estreitas brechas de dezenas de grades. Tenta, a todo custo, iluminar um vasto corredor onde centenas de homens circulam de um canto para o outro. A estrela maior, imponente do lado de fora, age como uma representação concreta do ditado “Ainda há luz no fim do túnel”. Na área interna da cadeia, contudo, o imponente muda de forma: aos olhos de presos, abandona o formato circular e passa a nascer quadrado. Sob resquícios de luzes que tentam transcender a fortaleza, detentos buscam o próprio brilho em uma jornada pela liberdade e, principalmente, em prol da sobrevivência. Nessa corrida por dias melhores, alguns reeducandos, assim como o sol, lutam para irradiar suas conquistas, ao acreditarem na educação mesmo diante de muros, celas e do traiçoeiro mundo do crime.

Olhares ao chão, mãos para trás mesmo sem algemas. Passos cuidadosos, respeitosos cumprimentos. As regras do presídio, definidas pelos próprios detentos, exigem cordialidade com as visitas, desde que não sejam indesejáveis. Da entrada principal da prisão à unidade escolar instalada em meio à cadeia, a caminhada da reportagem do LeiaJá é marota, porém tensa, uma vez que o sistema prisional vive sempre em alerta sob o risco de explosão de motins ou rebeliões. Porém, durante a nossa visita ao Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Recife, presenciamos presos que se rebelam contra a inércia e que demonstram valor à educação como estratégia de ressocialização. Na unidade, existem 620 estudantes matriculados na Escola Estadual Dom Helder Câmara, que funciona nas dependências do próprio presídio, atendendo presos do ensino fundamental ao nível médio. De acordo com a direção do PIG, desse total, cerca de 500 vão às aulas frequentemente, nos turnos da manhã e tarde. Ao adicionarmos detentos que já finalizaram o ensino médio, estima-se que em torno de mil reeducandos do Presídio de Igarassu farão as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para pessoas privadas de liberdade (PPL), marcadas para os dias 10 e 11 de dezembro deste ano.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela aplicação do Enem em todo o Brasil, o Exame para PPL também serve de ferramenta avaliativa e pode proporcionar notas que beneficiem os reeducandos - na ampla concorrência - em programas que utilizam o resultado da prova, tais como o Programa Universidade Para Todos (ProUni) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O órgão, contudo, informou ao LeiaJá que não acompanha e não realiza balanço dos detentos com notas que propiciam acesso a cursos de graduação, uma vez que, segundo o Inep, o ingresso na universidade depende de ordem judicial.

“O Enem PPL, para pessoas privadas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade, também visa a avaliação do desempenho escolar ao final da Educação Básica e o acesso à Educação Superior, além de contribuir para elevar a escolaridade da população prisional. Desde 2011, é realizado anualmente pelo Inep, em parceria com Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e Cidadania (Depen). As provas do Enem PPL têm o mesmo nível de dificuldade do Enem regular. A única diferença é a aplicação dentro de unidades prisionais, incluindo penitenciárias, cadeias públicas, centro de detenção provisória e instituições de medidas socioeducativas. A aplicação é posterior ao Enem regular e ocorre em dias úteis. Os participantes, com idade a partir de 18 anos, podem utilizar o desempenho no exame como mecanismo único, alternativo ou complementar para acesso à educação superior. Já os participantes menores de 18 anos, considerados treineiros, podem utilizar os resultados individuais para a autoavaliação de conhecimentos”, detalha o Inep.

À noite, pavilhão. No raiar do sol, escola 

A preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio é dura dentro e fora do presídio. A prova tradicional para pessoas livres – marcada para os dias 3 e 10 de novembro -, considerada o principal canal de acesso às universidades brasileiras, recebeu mais de 5 milhões de inscritos. A concorrência exige séria dedicação aos estudos. Por outro lado, o Inep não estima quantos presidiários farão o Enem PPL em 2019; na edição do ano passado, 41.028 detentos foram inscritos no Exame pelas direções prisionais; 29.609 compareceram às provas, segundo o Inep.

No presídio, a escola é um oásis diante dos entraves do sistema carcerário. Para muitos reeducandos, sair por algumas horas dos pavilhões - locais onda há celas e dormidas improvisadas, chamadas de barracos - é sinônimo de alento. Superlotação, conversas sobre crimes, calor e barulho integram a lista de empecilhos para os que tentam dedicar atenção aos livros. “No pavilhão não dá para estudar, é muito barulho”, confirma o detento *João Peixoto, 47 anos, dos quais 23 são sob a pena do regime fechado. Sedento por um bom desempenho no Enem, João revela que, antes de se envolver em um crime, trabalhou como professor de física e matemática em colégios relevantes do Recife, chegando, inclusive, a lecionar em uma universidade pública.

O docente, antes com a missão de compartilhar conhecimento entre seus alunos, hoje divide o pão da sabedoria com companheiros de cela, além de revisar os assuntos cobrados no Enem. “Na rua, sou professor universitário. Na área de matemática dava aula de cálculo e estatística. Próximo ano estou indo embora e por isso quero retomar as minhas atividades. Pretendo fazer outro curso superior em direito, porque me identifiquei muito vendo a realidade do sistema presidiário, percebendo as distorções da Justiça. Existem muitas pessoas sentenciadas de forma errônea pela Justiça. Não me deram o direito de recorrer, por exemplo. Aqui dentro tive muito apoio do nosso gestor e de outras pessoas que me incentivam; me mandam para a biblioteca, que é um espaço agradável e tranquilo, no qual me identifico muito. Não só leio a minha área, vejo outras também, e por isso estou muito atualizado. Já fiz o Enem três vezes; no primeiro ano fiquei com 928 pontos em 2015; depois, em 2016, fiquei com 892 pontos e no ano passado tive 740 pontos; deu uma caída porque estou com problema na visão”, relata João.

O reeducando afirma que toda sua bagagem profissional não é sinônimo de superioridade no universo prisional. Na cadeia, diploma não o faz melhor que ninguém. O ex-professor é um dos 4.127 detentos do Presídio de Igarassu, cuja capacidade é para apenas 426 pessoas. Em busca de um bom desempenho no Enem, João dedica, no mínimo, três horas do seu dia a leituras na biblioteca do presídio. Otimista, ele acredita que alcançará, na edição 2019, uma nota superior a 800 pontos, além de arriscar quais assuntos de matemática e física deverão ser cobrados no Exame. “Acho que o Enem é um exame clássico, não deve mudar muita coisa. Na parte de física, a prova será dividida em 50% de mecânica, 30% de eletricidade e 20% de termologia. Matemática acho que vai enfatizar muito a parte de geometria. Quero de 800 pontos para lá”, diz o reeducando.

Fotos: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Crítico, João acredita que a justiça brasileira deve ser maleável quanto aos presos que podem, por meio das notas do Enem, ingressar em uma universidade. “Já mandei várias cartas para o Tribunal de Justiça de Pernambuco e para a Seres (Secretaria Executiva de Ressocialização), pedindo para que as pessoas, mesmo em regime fechado, possam sair diariamente para estudar de forma monitorada. Teve gente aqui com nota até para medicina. Eu liberaria mesmo no regime fechado”, opina o preso.

João Peixoto, amargando uma pena de mais de duas décadas entre grades, define a sua prisão como uma “tragédia”. “Para mim foi muito duro, foi uma tragédia na minha vida. Costumo dizer aos meus amigos que não sou um bandido, sou um criminoso, cometi um crime em uma ação de legítima defesa. A Justiça foi muito dura comigo”, diz. Mas ao comentar sua participação no Enem, o discurso ganha tons esperançosos. “Pretendo dar uma guinada na minha vida”, finaliza.

Liberdade ao menos para os sonhos

O ócio é cruel no sistema carcerário. Muitas vezes, dá margem para pensamentos e atitudes maléficas. A preparação para o Enem PPL, contudo, surge como uma rota de fuga. Na cadeia, ter a mente ocupada é fundamental para que ela não se torne “oficina do diabo”. *Paulo Santos, 37 anos, lamenta sua passagem pelo sistema prisional. “Foi a primeira e se Deus quiser a última vez que estou preso”, diz. Por outro lado, reconhece que na cadeia teve a oportunidade de finalizar o ensino médio e, agora, enfrentará as questões do Enem mirando aprovação em um curso de nível superior.

Em meio a grades e muros, apenas os sonhos têm liberdade. “Meu sonho é passar em educação física, porque é uma área que me chama muita atenção. Não vejo diferença na estrutura de uma escola daqui para uma de fora. Acho que aqui os alunos se dedicam mais. Gosto mais de física, matemática, português e inglês, além da própria educação física”, relata o reeducando, há três anos cumprindo pena em regime fechado. “Vai ser minha segunda vez no Enem. Todos os dias estou lendo, tentando me aprimorar em alguma coisa, focando mais em redação. Prefiro fazer minhas leituras na escola, porque, realmente, é muito difícil estudar no pavilhão, pois nossa atenção é tirada, há muita rotatividade de reeducandos, há dificuldade na hora do alimento”, acrescenta Santos.

Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Esperançoso, o detento ainda valoriza os estudos no presídio e aposta em uma nota no Exame Nacional do Ensino Médio: “Se estou tendo a oportunidade de estudar aqui, por que vou esperar chegar lá fora? Pretendo chegar em 900”.

Assim como seus companheiros de presídio, *Thiago Santana acredita que o Enem pode ser uma alternativa viável de ressocialização. Para ele, a prova traz esperança de recomeço, já que a aprovação em um curso superior abre as portas para uma formação profissional. Antes de ser preso, o rapaz de 25 anos cursava sistemas da informação; agora, confiante em um bom desempenho no Enem, Thiago sonha em ingressar em uma qualificação na área de análise de sistemas.

Mesmo amargando a prisão, Thiago acredita que aprendeu várias lições na cadeia. “A escola do presídio ensina mais. Na escola da rua, a gente tinha várias oportunidades e não aproveitava. Eu mesmo estudei nos melhores colégios de Olinda e muitas vezes gazeava aula. São muitos momentos da nossa vida que a gente acaba perdendo e lá na frente pagamos pelos erros. Aqui, no presídio, eu aprendi a dar valor às coisas”, reflete.

Santana é otimista quanto ao seu desempenho no Enem PPL e afirma que sua preparação, regada a cerca de três horas de estudos diárias, está sendo bem feita. “Nunca relaxei no meu dia a dia, sempre gostei de ser aquele cara atualizado. O que me motiva mais ainda é a minha liberdade. Minha expectativa para o Enem é ótima, arrisco uma nota acima de sete”, projeta.

*Sandro Ferreira, de 25 anos, está no segundo ano do ensino médio. O jovem estuda na escola instalada no Presídio de Igarassu visando participar do Enem na condição de treineiro. Reforçando o discurso dos companheiros, Ferreira diz que, no pavilhão, é praticamente impossível dedicar atenção aos livros, sendo a escola um refúgio para os presos que acreditam na força da educação. “Depois que comecei a estudar a vida ficou melhor. No pavilhão a gente não tem em o que pensar. A rotina é um pouco complicada, é questão de cadeia, tem a comida, água, entende? Realmente quem quer estudar tem que ficar em um canto, mas é impossível que alguém não te interrompa. Na escola não, é como se a gente estivesse na rua. Pretendo cursar história ou direito”, relata o reeducando.

Diretor da Escola Estadual Dom Helder Câmara, Wagner Cadete garante que o nível das questões do Enem prisional é igual à prova tradicional. No entanto, o educador reconhece que o nível de escolaridades dos detentos é baixo, assim como em outras unidades prisionais do País.

“A oferta de educação é proporcionada para quem não concluiu o ensino fundamental ou médio. Oferecemos a Educação de Jovens e Adultos. A gente também cria espaços para que pessoas que já concluíram o ensino médio estudem para o Enem na nossa biblioteca. Quem já tem o ensino médio pode formar grupos para criar a condição de se preparar”, garante Cadete. “É uma regra a baixa escolaridade. A relação de muitos com a escola sempre foi fragilizada e isso para o professor que está no dia a dia da rotina pedagógica se torna um desafio a mais. Assim, o professor precisa ter mais ações pedagógicas”, complementa.

De acordo com o diretor, há algumas exigências para que detentos sejam inscritos no Enem PPL. Ter CPF é uma delas, bem como o participante deve estar no ensino médio ou ter concluído esse nível. Atualmente, o PIG conta com 12 docentes.

*Nomes fictícios - personagens preferiram não revelar suas identidades

A questão é chegar à universidade

Segundo a superintendente de capacitação e ressocialização da Seres, Valéria Fernandes, um detento com nota suficiente para chegar a uma instituição de ensino via Enem depende de autorização judicial. “Na maioria das vezes, quando tem nota para cursar, não são todos que saem. Os do semiaberto são mais fáceis de sair”, explica. Questionada se existe um acompanhamento ou levantamento sobre os reeducandos que conseguiram ingressar na universidade, a gestora diz que não há balanço sobre os dados.

O LeiaJá questionou o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, sobre possíveis números de reeducandos que, por meio do Enem PPL, conseguiram ingressar no ensino superior. As respostas do Depen, por meio da sua assessoria de comunicação, indicam que o governo federal, até então, não possui um balanço oficial. Confira:

LJ - Nas últimas duas edições do Enem prisional, quantos reeducandos alcançaram notas que garantiam aprovação em cursos via Sisu e ProUni?

Depen: O dado que o Inep repassa ao Depen é apenas o número de inscritos. A aprovação não depende apenas de nota única. Para o Sisu, a nota que dá garantia de vaga na graduação depende do curso pretendido, por isso é difícil esse acompanhamento.

LJ - Também sobre os últimos dois anos, dos reeducandos que garantiram nota para aprovação, quantos, sob liberação judicial, conseguiram ingressar nas graduações?

Depen: Não possuímos dados sobre liberações judiciais para graduação.

LJ - O Depen tem o número de presos que, ainda na unidade prisional, conseguiram aprovação e, posteriormente, concluíram suas graduações nos últimos cinco anos? Se sim, qual é o número? Qual o índice de evasão?

Depen: Não possuímos esses dados

Segundo microdados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas duas regiões brasileiras atingiram média acima de 500 na prova de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018.

Com média 504,40, o Sul ficou em primeiro lugar das notas da prova, que envolve matérias como biologia, física e química. Logo atrás, o Sudeste, com média 500,80, ficou em segundo lugar. Centro-oeste ficou em terceiro com 494,76 e o Nordeste em quarto, com 480,92. Em último lugar, o Norte, atingiu apenas 473,80 pontos na média da prova.

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A nota máxima alcançada na prova de Ciências da Natureza em 2018 foi 869,60. Segundo o Inep, ela foi registrada em provas de alunos nos estados do Piauí, Paraíba, Sergipe, Minas Gerias, Espírito Santo, São Paulo, Goiás e Distrito Federal. 

Confira as regiões com maior e menor média na redação clicando aqui.

Candidatos de todo o País já podem conferir o resultado do Programa Universidade Para Todos (ProUni), divulgado na tarde desta terça-feira (18). As vagas podem ser consultadas por meio do nome das universidades no site do programa.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), 417 mil pessoas se inscreveram em busca de vagas. No segundo semestre, foram oferecidas 169,2 mil bolsas de estudo em universidades privadas brasileiras, 68 mil delas integrais e 101 mil parciais.

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Para conferir os nomes aprovados, clique aqui.

Os espelhos da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 já podem ser conferidos na página do participante na manhã desta terça-feira (19). Além da imagem da redação, é possível ver a nota de cada competência e comentários sobre as mesmas. O participante também consegue ver a porcentagem de alunos que tiraram notas semelhantes da dele.

Como ver a redação?

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É necessário que o estudante entre na página do participante, coloque CPF e senha, clique em “vista pedagógica”, desca a página e clique em “para obter a imagem da redação, clique aqui”.

Milhões de candidatos de todo o Brasil tiveram a oportunidade de ver o espelho das redações e checar comentários sobre seus textos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na manhã desta terça-feira (19).

Além de ver as informações sobre o desenvolvimento em cada uma das competências pedidas pelo exame, os candidatos puderam ver em qual porcentagem de notas estavam inclusos. A maioria delas, 24,9%, registrou entre 500 e 600 pontos. Os textos que registraram até 300 pontos correspondem a 10,1%; os que tiveram de 301 a 400 formam 23,7% dos textos; de 401 a 500 são 13,6% dos textos e de 701 a 800 são 7,7%.

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Do lado mais bem rankeado da tabela, os textos que somaram entre 801 e 900 pontos ficaram com 4,4% e os textos acima de mil apareceram em apenas 2% das produções. Em 2019, o exame registrou 55 notas mil e mais de 100 mil notas zero.

Confira gráfico:

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Saiba como ver o espelho de redação do Enem 2018

A manhã desta terça-feira (19) é marcada por ansiedade nas redes sociais: mais de 500 mil alunos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 por experiência poderão conferir as notas e os espelhos da redação na página do participante do Inep.

Apesar de garantir que a nota dos treineiros será divulgada 60 dias após a liberação da nota daqueles que fizeram a prova "para valer", não há, em edital, horário definido para o acesso dos alunos. Por isso, muitos passaram a madrugada atualizando a página e alimentando as redes sociais com memes. 

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Milhares de alunos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 por experiência acordaram com expectativa de ver as notas na manhã desta segunda-feira (18). Segundo o edital do exame, a nota dos “treineiros”, como são chamados os alunos que não podem usar a nota do Enem para fins acadêmicos, seria divulgada 60 dias após a nota dos concluintes e egressos do ensino médio.

No começo da manhã, porém, alguns alunos se queixaram nas redes sociais de que ao entrar na página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela divulgação das notas, viam mensagem afirmando que as mesmas só seriam liberadas na terça-feira (19).

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O Inep não respondeu aos questionamentos do LeiaJa.com sobre previsão para liberação das notas e também não se posicionou oficialmente em nenhuma rede social. A previsão é de que o espelho das redações de todos os alunos também seja divulgado junto às notas dos treineiros.  

Universidades ao redor do país começaram a oferecer vagas remanescentes em cursos que não foram preenchidos pelos candidatos do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A maior parte delas têm últimos dias de inscrição disponíveis e divulgarão resultados ainda no mês de março. Confira lista a seguir:

Universidade Estadual de Londrina (UEL)

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A Universidade Estadual de Londrina tem 130 vagas remanescentes abertas para quem fez o Enem 2018. Há vagas disponíveis para os cursos de arquivologia, biblioteconomia, educação física, física, geografia, letras (espanhol, francês e português), matemática, química e secretariado executivo. Para concorrer, é necessário não ter zerado a nota da redação e ter tirado pelo menos 400 pontos nas provas objetivas. A taxa de inscrição no processo seletivo custa R$ 50 e pode ser feita por meio da internet. O resultado deve ser divulgado no dia 12 de março. Veja edital clicando aqui.

Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

A UFFS, localizada no Rio Grande do Sul, tem mais de 200 vagas disponíveis para cursos de agronomia; ciências sociais; engenharia ambiental e sanitária; filosofia; Geografia; história; administração; ciências biológicas; física e química. As inscrições podem ser realizadas com notas do Enem entre 2009 e 2018 e devem ser feitas presencialmente no Campus Erechim ou no Campus Cerro Largo. Confira o edital clicando aqui. Os resultados devem ser divulgados até o dia 07 de março.

Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)

A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) tem mais de 300 vagas disponíveis para mais de 12 unidades diferentes no estado. Quem fez as provas do Enem entre 2015 e 2018 pode concorrer aos cursos. Para concorrer, é necessário que o aluno tenha feito pelo menos 200 pontos nas provas objetivas e 300 pontos na redação. Metade das vagas são oferecidas para alunos negros, índios e de baixa renda. Candidatos deficientes têm direito a 10% das vagas. Confira edital completo clicando aqui.

Os resultados individuais do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), referentes aos Encceja Exterior Regular, Encceja Exterior PPL (pessoas privadas de liberdade) e Encceja Nacional PPL serão divulgados na primeira semana de fevereiro.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nessa divulgação serão liberados apenas as notas do ensino médio. As avaliações referentes ao ensino fundamental serão disponibilizadas no final do mesmo mês.

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Nos meses de novembro e dezembro de 2018, o Inep liberou os resultados individuais do Encceja Nacional Regular. A divulgação antecipada das notas dos participantes dessa modalidade foram realizadas com o objetivo de permitir aqueles que obtiveram o certificado de conclusão do ensino médio a se inscreverem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e Programa Universidade para Todos (ProUni) em 2019.

Os participantes que obtiveram nota mínima exigidas nas quatro áreas do conhecimento e na redação devem ir às Secretarias Estaduais de Educação e aos Instritutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia para emitir o certificado de conclusão do ensino médio.

Já aqueles que obtiveram nota mínima em apenas algumas áreas também pode pegar o certificado parcial de proficiência nas secretarias. Com a declaração, o participante fica liberado de fazer as próximas provas do Encceja da mesma área do conhecimento já aprovado. Caso obtenha certificado de todas as áreas, também pode solicitar o certificado.

Estudantes pobres têm menos chances de se dar bem no Enem. É isso que mostra um estudo encomendado pelo jornal Estado de São Paulo. De acordo com a pesquisa, 1 a cada 600 conseguem boas notas na prova, enquanto entre os estudantes de classe média esse número passa para 1 a cada 4.

O estudo, realizado pelo cientista de dados Leonardo Sales, considerou somente as notas de um grupo de 1,3 milhão, que estavam disponíveis publicamente, identificados como de ensino médio regular. Destes, apenas 293 estudantes em situações socioeconomicamente vulneráveis obtiveram notas semelhantes às dos estudantes de escolas particulares.

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Os dados publicados no Estadão ajudam a entender a desigualdade entre os estudantes com melhores condições financeiras e aqueles que estudam em escola pública, por exemplo. Condições como renda familiar, tipo de escola na qual o aluno fez o ensino médio, escolaridade da mãe e o fato do estudante ter ou não internet em casa são fundamentais para o desempenho no Enem. Na edição de 2017, quase 6 mil alunos tiraram notas entre 460 e 465, abaixo da média que foi 509.

Entre os estudantes com menos condições sociais, 293 conseguiram "triunfar" e passar em universidades públicas com notas superiores a 737,5, contrariando as estatísticas. Dentro desse número de desafiadores da realidade, 63% são pardos, percentual de pardos similar ao grupo geral de alunos analisados (65%). Ainda dentro desse número, 13% dos alunos são pretos. Já quando se observa a autodeclaração dos alunos de classes maiores a situação se inverte: 19% pardos e 72% são brancos.

Entre os estudantes com maiores notas oriundos de escolas públicas estão alunos do Ceará. 154 deles cursaram o ensino médio em instituições estaduais. O estado mantém programas de incentivo à educação, que tornaram o Ceará referência nacional.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou, na noite dessa sexta-feira (18), a lista com as notas máximas e mínimas dos ingressantes por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2018. A relação levou em consideração grau (licenciatura ou bacharelado), turno e modalidade de concorrência.

Segundo a instituição, as informações são importantes para que os alunos que consultaram seus resultados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possam ter balizamento sobre as suas opções de curso.

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As inscrições no Sisu serão realizadas entre os dias 22 e 25 de janeiro. Na lista de espera, os alunos poderão realizar as candidaturas de 28 deste mês a 4 de fevereiro. Já as matrículas da UFPE serão realizadas nos dias 31 de janeiro e de 1º a 4 de fevereiro, na instituição. Mais detalhes podem ser obtidos por meio do edital de matrícula.

A instituição oferece 6.972 vagas no Sisu, sendo 5.522 no Campus Recife; 1.020 no Centro Acadêmico do Agreste (Campus Caruaru) e 430 no Centro Acadêmico de Vitória (Campus Vitória).

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-> Confira maiores e menores notas do Enem 2018

Com a liberação do acesso às maiores e menores notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou as maiores e menores notas de cada uma das matérias específicas.

Neste ano, apenas 55 alunos atingiram nota máxima na redação. A proficiência máxima entre as matérias específicas foi em matemática, com nota 996,1. A menor proficiência da prova (tirando a redação, com mais de 100 mil zeros) foi em Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, com nota 318,8.

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Confira a proficiência média de cada uma das marérias:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Proficiência Média Geral – 526,9

Proficiência Média Concluintes – 520,8

Proficiência Média Egressos – 529,1

Proficiência Média Treineiros – 538,9

Proficiência Mínima – 318,8

Proficiência Máxima – 816,9

Redação

Proficiência Média Geral – 522,8

Proficiência Média Concluintes – 523,4

Proficiência Média Egressos – 520,9

Proficiência Média Treineiros – 541,2

Redações Nota Zero – 112.559

Redações Nota Mil – 55

Ciências Humanas e suas Tecnologias

Proficiência Média Geral – 569,2

Proficiência Mínima – 387,2

Proficiência Máxima – 850,4

Proficiência Média Concluintes – 561,7

Proficiência Média Egressos – 573,4

Proficiência Média Treineiros – 575,2

Matemática e suas Tecnologias

Proficiência Média Geral – 535,5

Proficiência Mínima – 360

Proficiência Máxima – 996,1

Proficiência Média Concluintes – 533,4

Proficiência Média Egressos – 533,9

Proficiência Média Treineiros – 553,4

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Proficiência Média Geral – 493,8

Proficiência Mínima – 362,5

Proficiência Máxima – 869,6

Proficiência Média Concluintes – 490,8

Proficiência Média Egressos – 495,7

Proficiência Média Treineiros – 497,2

 

Nesta sexta-feira (18), mais de 4,1 milhões de estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no ano passado terão acesso às notas das provas. O resultado será divulgado na internet, na Página do Participante, e no aplicativo oficial do Enem.

Os participantes terão acesso a quanto obtiveram em cada uma das provas: linguagens, ciências humanas, ciências da natureza, matemática e redação. A nota dos treineiros, aqueles que ainda não concluíram o ensino médio e fizeram a prova apenas para testar os conhecimentos, será divulgada apenas em março, 60 dias depois dos demais participantes.

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A nota do Enem é calculada usando a chamada teoria de resposta ao item (TRI), que não estabelece previamente um valor fixo para cada questão. O valor varia conforme o percentual de acertos e erros dos estudantes naquele item.

Assim, se a questão tiver grande número de acertos será considerada fácil e, por essa razão, valerá menos pontos. O estudante que acertar um item com alto índice de erros, por exemplo, ganhará mais pontos por ele.

O Enem foi aplicado nos dias 4 e 11 de novembro de 2018. Desde o dia 14 de novembro, estão disponíveis as provas e os gabaritos oficiais. Também estão disponíveis vídeos com os enunciados e as opções de respostas da videoprova em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgará ainda, em data a ser definida, o espelho da redação, ou seja, detalhes da correção dessa prova. Isso é feito após os processos seletivos dos programas federais. A correção tem função apenas pedagógica e não é possível interpor recurso.

O que fazer com as notas?

Com os resultados, os estudantes poderão concorrer a vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e para participar do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O primeiro processo que terá as inscrições abertas é o Sisu. Para participar é preciso fazer a inscrição online no período de 22 a 25 de janeiro. Os estudantes já podem consultar, na página do programa, as vagas disponíveis. São mais de 235,4 mil vagas distribuídas em 129 universidades públicas de todo o país.

Além dos programas nacionais, os estudantes podem usar as notas para cursar o ensino superior em Portugal. O Inep tem convênio com 37 instituições portuguesas. A lista está disponível na página da autarquia. Segundo o Inep, atualmente mais de 1,2 mil brasileiros usaram o Enem para ingressar nessas instituições.

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