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O Tribunal Superior do Trabalho (TST) anunciou a realização de uma audiência pública, agendada para o dia 14 de junho, com a finalidade de debater sobre o cumprimento das cotas destinadas a pessoas com deficiência (PcD) dentro do setor aeroportuário. De acordo com o ministro do órgão, Cláudio Brandão, a pauta é tratada em dois processos de relatoria, que buscam reunir informações pertinentes à instrução e andamento da proposta.

Ainda de acordo com o ministro, o objetivo principal da reunião é encontrar uma solução inclusiva, que leve em consideração, principalmente, o bem-estar das pessoas com deficiências (PcDs). Além de figuras públicas, a audiência será aberta para o público que estiver interessado, sendo realizada às 9h da manhã, de forma presencial e on-line, por meio do link que será disponibilizado para quem se cadastrar neste formulário até o dia 25 de maio.

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Além da participação, o evento abrirá espaço para quem desejar contribuir com discussões e considerações sobre a cota para PcDs. Para isso, será preciso informar o interesse em ser expositor e seguir a orientação de envio do material em caso de apresentação. Além do Ministério do Trabalho, também estarão presentes representantes do Ministério do Trabalho e Previdência, da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e secretarias estaduais e municipais, entre outras entidades.

   Em discussão para a criação de uma nova liga no futebol brasileiro, os clubes da Série B fizeram uma contra proposta aos seis poderosos que já aceitaram os termos colocados na mesa. Sport e Náutico publicaram notas e explicaram o que motivou a ampliação do embate. 

No foco central do debate a questão das divisões das cotas, que segundo diz o comunicado, segue igual ao que é praticado atualmente. “Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League, por exemplo”. 

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Não é aceitável que haja clubes ganhando 6 vezes mais do que outros, enquanto nas melhores Ligas do mundo essa diferença não ultrapassa 3,5 vezes”, continua parte do comunicado. Uma nova reunião deve ser marcada entre os 40 clubes das Séries A e B.

Um homem, que não teve a identidade revelada, utilizou a Sala de Atendimento ao Cidadão, do Ministério Público Federal (MPF), para questionar a legalidade da reserva de vagas para pessoas trans na seleção 2022 para o mestrado interdisciplinar em estudos latino-americano da Universidade Integração Latino-Americana (Unila), localizada no Paraná.

Diante da contestação, o MPT se manifestou, em duas instâncias, favorável à iniciativa. Ao analisar o caso, a procuradora da República, Indira Bolsoni Pinheiro, sentenciou que caberia arquivamento. O entendimento foi homologado, no dia 26 de abril, durante sessão de julgamento realizada pelo Núcleo de Apoio Operacional à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, na 4ª Região.

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A decisão do colegiado foi amparada pela Constituição Federal que estabelece "a política de ações afirmativas para a sobrelevação de desigualdades incrustadas na sociedade brasileira, definida pelo racismo institucional, pela desigualdade, pela não recognição de direitos a minorias e grupos vulneráveis, sejam tais grupos as mulheres, os indígenas, os pretos, os pardos, as pessoas com deficiência, os transgêneros, os quilombolas, as comunidades tradicionais ou qualquer outra minoria vulnerável".

lém disso, o Ministério Público Federal ressaltou que a política de reserva de vagas para pessoas trans é uma iniciativa justificada pela alta vulnerabilidade e "estigmatização a que essa parcela da população está sujeita".

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que a matrícula do candidato Valdiney Veloso Gouveia, não seja efetivada pelo sistema de cotas. Valdiney, foi aprovado no curso de Engenharia de Produção, na instituição em que é reitor.

Ele possui duas graduações, sendo uma em universidade particular e outra em unidade privada. Além de mestrado, doutorado e pós-doutorado.  

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O MPF considerou a notícia de um candidato de 17 anos, estudante de escola pública do estado da Bahia, que afirmou se sentir prejudicado em consequência da aprovação do reitor como cotista no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2022.  

O ministério solicitou ao reitor que se abstivesse, por ato próprio, de realizar a sua matrícula, o que não foi aceito.  

A Lei 12.7114 prevê a igualdade de oportunidades de acesso ao ensino público superior. Para o MPF, há violação dessa norma quando um candidato que já tem duas formações acadêmicas busca um terceiro curso superior, em detrimento de candidatos que não possuem nenhuma graduação.

O MPF considera, ainda, que o sistema de cotas visa efetivar a igualdade de maneira ampla, não se limitando a mera igualdade formal. Considera, também, que o princípio da moralidade diz respeito à noção de obediência às regras da boa administração, aos princípios da justiça e da equidade, à ideia comum de honestidade, à ética, à boa-fé e à lealdade. 

A recomendação destaca, ainda, que a moralidade é requisito de validade do ato administrativo, sendo que a conduta imoral, à semelhança da conduta ilegal, também pode trazer como consequência a invalidade do respectivo ato, que pode ser decretada pela própria administração (autotutela) ou pelo Poder Judiciário. 

O MPF reforça que o desvio de finalidade pode acarretar, dentro do microssistema da tutela coletiva, a nulidade do ato, nos termos do artigo 2º, alínea “d”, da Lei 4.717/1965 (ação popular).

Reitor teve nomeação cercada de polêmica

O presidente Jair Bolsonaro nomeou, em novembro de 2020, Valdiney Veloso Gouveia (Reitor) e Liana Filgueira Albuquerque (vice-reitora) da chapa 3 “Orgulho de ser UFPB”, que ficaram em 3º lugar no pleito.

A chapa, no entanto, teve uma votação inexpressiva na consulta eleitoral da UFPB, perdendo em todos os segmentos, docente, técnicos administrativo e estudantes; obteve um total de zero voto no Consuni (Conselho Universitário), e só entrou na lista Tríplice à custa de uma liminar. A chapa de Terezinha/Mônica obteve 47 votos e a chapa Isac/Regina, 45 votos no Consuni.

Por lei, é prerrogativa do presidente da República definir os nomeados para o cargo de Reitor das Universidades Federais a partir da lista tríplice encaminhada pelas instituições.

Valdiney teve 106.496 votos, contra 964.518 e 920.013 das duas chapas adversárias.

A Lei nº 12.711, mais conhecida como Lei de Cotas, completa dez anos da sua aprovação em 2022, momento que precisará passar por uma revisão, já que se trata de uma política pública temporária. Apesar de o programa ter promovido significativo avanço na democratização do acesso à universidade por grupos historicamente desfavorecidos, ainda há certa incerteza sobre sua continuação.

De forma mais detalhada, a Lei de Cotas prevê que as instituições federais de educação do país reservem 50% das vagas para estudantes que concluíram o ensino médio em escola pública, dentre as quais metade deve ser destinada para estudantes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo.

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Sendo assim, a reserva de vagas por raça é realizada conforme o quantitativo de pessoas pretas, pardas e indígenas, habitantes no estado em que a universidade está localizada, de acordo com os dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o estudante Túlio Batista, de 24 anos, que ingressou em história na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) por meio do sistema de cotas raciais, a lei foi um divisor de águas na sua vida e na da sua família. “Antes, o máximo que alguém da periferia poderia almejar era concluir o ensino médio. Meus pais, por exemplo, só chegaram até o ensino fundamental e meus irmãos ao médio. Eu fui o primeiro da família a cursar o ensino superior”, explica.

Em relação às propostas de revogação dessa política, o estudante se mostra firmemente contrário. “Precisamos ter em vista que as cotas existem devido às desigualdades sociais, econômicas e raciais que foram reproduzidas através do racismo estrutural, do capitalismo, entre outros. Essas desigualdades não foram sanadas e se as cotas raciais acabarem, a educação superior voltará a ser destinada a poucos”, afirma.

Além do aumento de pessoas não brancas nas universidades, Túlio destaca outro ponto muito importante, que é a descentralização dos estudos acadêmicos do viés europeu, já que com a presença de estudantes diversos em sala de aula, os professores e o corpo acadêmico com um todo precisaram rever quais conteúdos são transmitidos.

“A medida que negros, indígenas e pobres entram na universidade eles levam com eles debates pertinentes aos seus grupos. Dessa forma, a academia passou nesses últimos anos por questionamentos de suas bases, seus autores e suas percepções. A discussão sobre raça, etnia, gênero, sexualidade tem ganhado mais força e essa força também tem relação com o ingresso desses estudantes. Assim, as cotas mudam além da vida individual, mas também o coletivo”, conclui o estudante.

Discussão sobre igualdade

Um dos principais argumentos que divide opiniões a respeito da lei de cotas é sobre o princípio da igualdade entre todos os brasileiros, estabelecido na Constituição de 1988, que nega a promoção de qualquer diferença por meio de “raça” ou “cor”. Essa premissa é usada pela deputada, Dayane Pimentel (PSL-BA), que propôs a  PL 1.531/19, buscando extinguir o critério racial da Lei de Cotas.

Em entrevista concedida Senado Federal, na internet, ela explica sua posição: “Se os brasileiros devem ser tratados com igualdade jurídica, pretos, pardos e indígenas não deveriam ser destinatários de políticas públicas que criam, artificialmente, divisões entre brasileiros, com potencialidade de criar indevidamente conflitos sociais desnecessários.”

A deputada sugere, então, que sejam mantidas apenas as cotas para pessoas com deficiência e candidatos de baixa renda. Além dela, outros deputados, como Kim Kataguiri (DEM-SP), com o projeto de lei  PL 4125/2021, demonstram-se contrários à política, de forma que diante da revisão que ocorre neste ano, abrem-se caminhos para uma possível revogação da lei.

Na oposição desse pensamento, a professora de antropologia da UFPE, Elisa Pankararu, que pertencente à etnia indígena, abordou, em entrevista ao LeiaJá, uma releitura histórica para trazer os argumentos que baseiam a política de cotas:

“Precisamos buscar fatores históricos. Desde 1500, os povos indígenas que foram banidos de seus territórios sagrados, os irmãos negros, que foram trazidos da África para a escravização, vão constituindo uma história marcada pela desigualdade e pelo afastamento de direitos que deveriam ser para todos. Se criou um sistema que beneficia uma classe e exclui essas comunidades tradicionais.”

A professora citou que o incentivo ou a crítica a Lei de Cotas Raciais vai depender do lugar social de quem fala: “O sistema de cotas não irá promover desigualdade, do contrário, irá romper com essa estrutura que viola direitos, então é importante observar de onde vem essa fala, quem é que diz que cotas raciais promove desigualdades e avaliar quais interesses políticos, econômicos essas pessoas sustentam.”

De acordo com o Censo da Educação Superior, entre 2010 e 2017 houve um aumento de 842% de alunos indígenas em cursos de ensino superior. Já em relação a estudantes negros e pardos, o levantamento do IBGE informa que entre 2010 e 2019 o crescimento foi de 400% nas universidades.

Para Elisa Pankararu, a cota vem para corrigir a desigualdade, e se não corrigir, ao  menos dar a oportunidade para que as pessoas historicamente e estruturalmente desfavorecidas possam ter acesso a uma educação de qualidade, o que é uma etapa indispensável para a mudança do quadro de desigualdade social ao qual o Brasil se encontra.

“Se houvesse uma estrutura onde a igualdade fosse ao menos equilibrada, então não seria necessário o sistema de cotas, o que não é, não há equidade. Aplicar a política de cotas tem um resposta visível no incentivo para que pessoas não brancas e de baixa renda possam sonhar em ter carreiras, profissões e trilhar uma trajetória de conquistas", conclui a professora

Futuros debates

Esse momento de revisão da lei abre um debate entre parlamentares de diversas posições políticas, Como a Universidade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, que desenvolveu um relatório para solicitar que a revisão seja adiada em 50 anos. Enquanto isso, críticos à ação afirmativa alegam sua contradição em relação ao princípio da isonomia, de que todos devem ser iguais diante da lei.

Para Renato Monteiro Athias, mestre em etnologia e coordenador no Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Etnicidade da UFPE, é preciso que as universidades e alunos se engajem no assunto:

“Acredito que a experiência da UFPE já permite a afirmação da necessidade de ter essas políticas afirmativas bem desenvolvidas no âmbito das universidades e que sobretudo as populações étnicas, possam entender a necessidade de se colocar e se pronunciar diante dessas revisões", finaliza.

O Ministério Público Federal (MPF), abriu, nesta quarta-feira (3), uma investigação contra o reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Valdiney Gouveia, que foi aprovado pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2022 para cursar engenharia da produção na instituição. Ele foi classificado pelo sistema de cotas como ingressante de escola pública e fez 638,9 pontos.

Em sua rede socia,l o reitor afirma que estudou em escola pública e publicou uma foto de cópias da ficha de identificação de onde estudou e do certificado de conclusão do, na época, 2º grau, hoje ensino médio.

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Conforme o regimento da UFPB e da Reitoria, não há impedimentos para essa situação. O edital do Sisu também não proíbe essa aprovação.

A procuradora do MPF, Janaína Andrade de Souza, foi a responsável pela instauração de uma Notícia de Fato para que se dê início às apurações. Pesa contra o reitor suspeita de eventual favorecimento e/ou violação de regras para o ingresso na UFPB pelo sistema de cotas, no qual se insere o Sisu. De acordo com o MPF, “Notícia de Fato” é um procedimento inicial para coleta de informações. 

O MPF determinou à pró-reitora de graduação da UFPB que se manifeste acerca do ocorrido “de forma fundamentada”, no prazo de dez dias, a partir da data em que a instituição receber o ofício. 

Valdiney Gouveia possui licenciatura e (1989) e formação (2005) em psicologia pela UFPB e bacharelado em direito pelo Centro Universitário de João Pessoa, onde concluiu o curso em 2016, além de especialização em psicometria (1993) e mestrado em psicologia social e do trabalho pela Universidade de Brasília (UnB), concluído 1991. 

O Projeto de Lei 4125/21 estabelece que as cotas para ingresso nas universidades públicas federais serão destinadas exclusivamente aos estudantes de baixa renda. O texto, do deputado Kim Kataguiri (DEM), está em análise na Câmara dos Deputados.

A proposta altera a Lei de Cotas de Ingresso nas Universidades (Lei 12.711/12) para proibir a “discriminação positiva para o ingresso nas instituições de ensino com base em cor, raça ou origem”.

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Nesse sentido, o projeto revoga os artigos da lei que hoje reservam vagas para autodeclarados pretos, pardos e indígenas e pessoas com deficiência nas instituições federais de ensino superior e de ensino técnico de nível médio.

O texto também determina que apenas o Ministério da Educação – e não mais a extinta Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – será responsável pelo acompanhamento e avaliação do programa de cotas.

Exclusão do pobre

Na avaliação de Kim Kataguiri, as políticas de cotas raciais ferem a Constituição, ao classificar pessoas com base em raça ou cor.

“Além de inconstitucionais, as políticas de discriminação positiva não fazem o menor sentido. Quem é excluído da educação é o pobre, que entra cedo no mercado de trabalho e depende dos serviços educacionais do Estado, que em geral são de péssima qualidade. A pobreza não tem cor: atinge negros e brancos”, afirma o parlamentar.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência; de Direitos Humanos e Minorias; de Educação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

O Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) divulgou, nesta quarta-feira (2), o edital da seleção simplificada de membros para composição de Comissões de Heteroidentificação e Comissões Recursais na primeira edição, de 2022, do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), nos campi Recife e Pesquira. A atuação dos novos membros será de forma remota.

As inscrições devem ser feitas entre os dias 7 e 11 de fevereiro por meio de formulário eletrônico. No ato da candidatura, os interessados devem comprovar experiência na temática da igualdade racial e do enfrentamento ao racismo, além de anexar a documentação exigida de forma digitalizada.

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O processo seletivo é destinado a servidores estatutários, servidores temporários ou empregados públicos, do IFPE ou de outras instituições, bem como representantes de entidades da sociedade civil voltadas à promoção da igualdade de oportunidades para a população negra.

A seletiva para as Comissões de Heteroidentificação é composta por cinco vagas, sendo três para membros titulares e dois suplentes. A carga horária de 20 horas e remuneração de R$ 1.443,80 é destinada a contratados do Campus Pesquiera. Já para os selecionados para o Campus Recife terão uma carga de trabalho de até 27 horas e salário de R$1.949,13.

Com o mesmo quantitativo de oportunidades, as Comissões Recursais têm vencimentos calculados, proporcionalmente, com base nos recursos interpostos pelos candidatos e têm como base o valor de R$ 72,19 por hora de trabalho.

Três estudantes de medicina da Universidade Federal do Cariri, em Juazeiro do Norte (CE), tiveram as matrículas canceladas e foram expulsos da instituição após condenação, pelo Ministério Público Federal (MPF), por faude no sistema de cotas, cujas vagas são destinadas a alunos de escolas públicas. Além disso, o MPT também condenou os acusados a pagarem uma multa no valor de R$ 300 mil.

De acordo com informações do Ministério Público, os estudantes eram oriundos de escolas particulares e teriam, no último ano do ensino médio, migrado para uma instituição pública. Além deles, os pais também foram processados e devem pagar multa. 

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O fato de terem cursado um período em uma escola pública, permitiu que os jovens conseguissem um certificado de conclusão de ano letivo. O documento foi utilizado para concorrer a uma das vagas de cotas na universidade. No entanto, a ação afrmativa é destinada a quem estudou integralmente o ensino médio em colégio público. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou, no mês passado, a cassação de dois vereadores eleitos na cidade de Monte Azul Paulista, cidade de 20 mil habitantes no interior de São Paulo. O motivo foi a constatação de que a chapa pela qual eles se elegeram incluiu uma "candidata laranja", apenas para cumprir a cota de mulheres, regra que prevê o mínimo de 30% de candidaturas femininas nas disputas legislativas. A própria candidata admitiu que não sabia que estava na disputa.

A exemplo deste caso, a Justiça Eleitoral já tirou o mandato de outros 29 vereadores em sete Estados por fraudes na cota de gênero nas eleições de 2020, segundo levantamento do Estadão nos tribunais regionais eleitorais (TREs).

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Em contrapartida, denúncias apresentadas pelo mesmo motivo contra deputados federais eleitos em 2018, como Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) e Luciano Bivar (PSL-PE), seguem sob sigilo judicial e sem um desfecho na Justiça.

Na consulta do Estadão às cortes eleitorais, somente o TRE-SP respondeu ter julgado no ano passado acusações de candidaturas laranjas em chapas de deputados federais. O caso analisado pelo tribunal envolvia denúncias contra parlamentares eleitos em 2018 pelo Podemos, partido do presidenciável Sérgio Moro.

A presidente da legenda, Renata Abreu (SP), seu correligionário Roberto de Lucena (SP) e o ex-partidário Marco Feliciano (PL-SP), que é pastor e presidente da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, foram acusados pelo Ministério Público de terem fraudado a cota feminina exigida por lei. Por unanimidade, os juízes do caso disseram não haver provas de crime eleitoral. A Procuradoria Regional recorreu da decisão e levou o caso para ser decidido pelos ministros do TSE, o que ainda não ocorreu.

Punição

O prazo para avaliar a punição para deputados federais investigados por uso de candidaturas laranjas contrasta com as penas rígidas impostas a vereadores de todo o País, sobretudo àqueles eleitos em pequenos municípios do interior dos Estados.

A exemplo de Monte Azul Paulista, na cidade de Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco, cinco dos 15 candidatos eleitos tiveram seus mandatos cassados, em agosto do ano passado, pelo TRE-PE. Na cidade catarinense de São José, três vereadores foram cassados em junho do ano passado, incluindo uma mulher, por fraudarem as cotas de gênero.

Regra

Com a aprovação da Emenda Constitucional n.º 97, de 2017, que proibiu a formação de coligações nas eleições proporcionais para a Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, os partidos são obrigados, desde 2020, a lançar individualmente pelo menos 30% de mulheres para concorrer durante as eleições. Assim, uma chapa de deputados com cem nomes precisa ter, pelo menos, 30 candidatas. Caso a legenda não cumpra ou use "candidaturas laranjas" (alguém que só aparece na disputa, mas não concorre de fato), todos os eleitos podem ser cassados.

Ao serem enquadrados na Justiça, os representantes das legendas têm alegado a falta de quadros femininos e a ausência de mulheres interessadas em disputar as eleições, o que estimularia a busca por candidaturas "laranjas", principalmente em cidades fora dos grandes centros urbanos.

A despeito das justificativas apresentadas pelos partidos, os tribunais eleitorais têm cassado os fraudadores de candidaturas nos municípios, mas, para o advogado Renato de Almeida, o número de punições ainda fica aquém das práticas irregulares realizadas no País.

Doutor em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP) e integrante da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Almeida afirmou que a ausência de condenações para deputados se deve ao fato de haver poucas denúncias. Além disso, observou que os casos que serviram de modelo em relação às candidaturas "laranjas" foram julgados há pouco tempo, entre 2019 e 2020, nas cidades de Valência (PI) e Cafelândia (SP), ajudando a consolidar a jurisprudência sobre o tema para os vereadores. Mesmo assim, Almeida destacou ter ocorrido uma "flexibilização das balizas" nos últimos anos.

"Durante o curso de 2021, na maioria dos casos, é possível observar a flexibilização das balizas (referentes às candidaturas ‘laranjas’) por parte da Justiça Eleitoral, tanto no Tribunal Superior Eleitoral quanto na primeira instância. A conta de 31 vereadores cassados (no ano passado) chega a ser insignificante diante de tantos processos com situações idênticas. A Justiça Eleitoral está cassando só em casos excepcionais", afirmou Almeida.

Critérios

Advogado especialista em Direito Eleitoral, Francisco Emerenciano, por sua vez, atribuiu a ausência de punições contra deputados investigados por fraudar as cotas femininas à organização mais cuidadosa das chapas no âmbito federal, o que, segundo ele, dificulta a produção de provas.

"Em cidades muito pequenas, identificam-se candidatas a vereador que não gastam com campanha, não fazem publicidade, não têm voto e ainda pedem voto para o adversário. O maior critério e a maior estrutura para a confecção das chapas (nacionais) dificultam a demonstração de fraude no que concerne ao número de candidatas femininas", disse Emerenciano.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias aprovou, nesta quarta-feira (5), cotas de profissionais pretos, pardos e indígenas em empresas contratadas, por meio de licitação. A medida também prevê adoção de ações para promoção de igualdade racial como capacitação e equipe especializada em diversidade.

A proposta aponta que a política de igualdade racial e reserva de vagas de trabalho deve constar nos editais de licitação. A emenda é de autoria da deputada Benedita da Silva (PT) e mais 29 parlamentares.

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O relator, Orlando Silva (PCdoB) ressaltou que a alteração na lei de Licitações pode sofrer resistências durante a tramitação no Congresso Nacional. Será inevitável que se enfrentem dificuldades na análise da matéria, mas tal perspectiva não pode nem deve influenciar a posição implementada neste parecer. A causa é sem nenhuma dúvida justa, como afirmado, e se espera que venha a comover a maioria formada em torno das lamentáveis concepções disseminadas pelo atual governo”, afirmou.

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

O Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) recebe inscrições para o seu processo de ingresso de 2022.1 até 7 de novembro. A instituição relembrou que a cada 10 vagas, seis são reservadas para alunos cotistas.

Para estar apto a concorrer às vagas destinadas a cotistas ou a ações afirmativas da instituição, o estudante deve ter cursado o ensino fundamental (para cursos integrados) ou ensino médio (para cursos subsequente ou superior) na rede pública de ensino.

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O IFPE ainda informa que dentro desses 60% há ainda subcotas reservadas para pessoas pretas, pardas, indígenas, com deficiência e oriundas do campo.

 

A Universidade Zumbi dos Palmares, instituição comunitária de ensino superior, lançou campanha pela manutenção do sistema de cotas. Batizado de "Cotas sim", o movimento tenta pressionar, por meio de abaixo assinado virtual, o Congresso Nacional a renovar a Lei 12.711/2012, que passará por processo de revisão em 2022. Além disso, a iniciativa pede a ampliação, em 20%, de cotas para negros nos concursos públicos da Administração Federal.

A Lei que institui o sistema de cotas, em 2022, completará 10 anos e deverá passar por revisão. Por isso, em caso de ausência de votação, por parte do Congresso, a iniciativa poderá ser extinta. "Nós estamos diante de um desafio muito importante que é a sensação da implementação da lei e, com isso, esses meninos e meninas ficarem impedidos de acessarem a universidade pública federal”, disse o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, em entrevista ao programa Jornal da Tarde, da TV Cultura.

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Até o momento, O "Cotas sim!" conta com 3.515 assinaturas e tem apoio da Ordem dos Advogados do estado de São Paulo. A meta do movimento é alcançar o quantitativo de um milhão de pessoas assinaturas.

Um "IPO humano" é a nova iniciativa que o maior jogador da história do Santos pretende investir. A plataforma funciona como uma bolsa de valores. Mas nesse caso, tem uma peculiaridade. O foco são os profissionais de destaque, e não as empresas, como tradicionalmente funciona nesse processo. De acordo com esse formato, uma outra questão merece destaque. Diferentemente do modo convencional, a operação feita por Edson Arantes do Nascimento não envolve venda de ações. Pelé, na verdade, venderá seu tempo aos fãs.

A intenção do IPO do ex-camisa 10 do Santos e da seleção é arrecadar fundos para a sua organização sem fins lucrativos: a The Pelé Foundation. A instituição trabalha em prol de ONGs de todo o mundo. A maioria desses projetos visa acabar com a pobreza e também empoderar crianças por meio da educação.

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A data para o bate-papo já está definida: 11 de agosto. O pacote vai incluir dez cotas e cada uma delas será negociada, inicialmente, pelo valor de US$ 10 mil (cerca de R$ 52,6 mil). Pelo projeto, será negociado uma pacote de dez conversas online com Pelé. Os torcedores terão direito a 30 minutos de conversa com Pelé.

Em postagens nas redes sociais, Pelé manifestou seu contentamento com a iniciativa. "Meus amigos, estou feliz em anunciar 10 intervalos do meu tempo no humanoipo.app. Bate um papo comigo. A arrecadação será destinada a apoiar a Fundação Pelé na capacitação de crianças e no acesso à educação. Mantenha a bola rolando".

A Humam IPO foi criada em outubro de 2020 e ela tem por finalidade focar o valor nas pessoas e não nas empresas. "A ideia surgiu em 2018 a partir da nossa constatação de que várias pessoas incríveis que conhecíamos não tiveram oportunidades. Acreditamos que o talento está por toda parte, mas as oportunidades não", disse Kirill Goryunov, um dos fundadores da plataforma em entrevista ao jornal O Globo.

Durante live, promovida pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na tarde desta quinta-feira (1º), o ex-BBB e economista Gilberto Nogueira falou de sua trajetória acadêmica e do tempo que foi aluno da instituição. Em conversa com o reitor, Alfredo Gomes, Gil do Vigor defendeu o sistema de cotas e enalteceu a ciência e a pesquisa.

“Eu entrei na universidade sem muita perspectiva. Estudar em uma universidade federal, para mim, era um sonho muito distante. Em 2010, eu prestei vestibular, fiz o Enem, me inscrevi no sistema de cotas, que é extremamente importante valorizar isso. Cota não é esmola! A cota foi colocada para tentar suprir um problema que existe em nossa sociedade [...] Infelizmente, na nossa educação, ainda tem gente que vive em uma competição injusta, desleal, que é o pobre”, criticou o economista.

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Ao falar sobre o assunto, o Alfredo Gomes confirmou o compromisso dessa política de ação afirmativa também na pós-graduação. “Teremos 30% das vagas [mestrado e doutorado] destinadas a pessoas pretas, pardas, indígenas quilombolas, e pessoas trans”, afirmou o reitor da UFPE.

Em outro momento da conversa, Gil, que realizará PhD em universidade nos Estados Unidos, foi questionado se o “Brasil está lascado”. Com bom-humor, ele respondeu que a educação mudará esse cenário. Ele também aproveitou a live para agradecer aos professores e enaltecer as pesquisas afirmando que elas salvam vidas.

 "Os professores têm um papel muito importante, eles têm um papel incrível. Os alunos falam mal, mas, depois, vão entender a importância. Eu tenho o prazer em dizer isso, todo professor é importante, até aquele que você tem um ranço, ele vai ter um papel importante na sua vida”, enalteceu o ex-BBB.

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Marcados por estereótipos enraizados, os indígenas estão, cada vez mais, batendo de frente com os estigmas e lutando para conquistar seus lugares nos mais diversos âmbitos da sociedade. Para muitos, a universidade é o lugar do pontapé inicial, para estudar e buscar o sonhado diploma.

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Nos últimos anos, o cenário tem mudado. Porém, a passos lentos. Segundo o Censo da Educação Superior de 2019, os estudantes de etnias indígenas representam somente 56.257 entre 8.603.824 matriculados na graduação. O número representa aproximadamente 0,65% do total. Em 2010, eram apenas 7.256.

Um dos principais motivos do aumento do número de estudantes indígenas foi a implantação da Lei de Cotas, sancionada em 2012. A lei garante que sejam reservadas 50% das vagas nas universidades e institutos federais para candidatos pretos, pardos e indígenas.

Além das cotas, parte das universidades públicas brasileiras aprovou políticas afirmativas para o ingresso de estudantes indígenas, com processos seletivos especiais. A Universidade Federal do Pará (UFPA), por exemplo, realiza um processo seletivo especial destinado a candidatos indígenas e quilombolas. São abertas vagas em todos os cursos de graduação.

Foi o caso de Jacira Tembé, indígena da etnia Tembé Tenetnerrara, localizada no município de Paragominas, na divisa entre o Pará e o Maranhão. A estudante, que atualmente cursa Psicologia na UFPA, entrou na universidade pelo Processo Seletivo Especial (PSE). “Entrei através da inscrição no PSE, que é constituído por uma equipe pedagógica, no qual passamos por duas etapas. Após a seleção dos aprovados, temos duas opções de curso”, explica.

A universitária conta que veio para cidade com o pai que é cacique, intérprete e pacificador, que precisou fazer a mudança a trabalho, mas afirma que não perdeu o vínculo cultural nem os costumes. Jacira, atualmente, é mãe de duas crianças e ficará na cidade até a conclusão da graduação. Ela optou pelo curso de Psicologia com o objetivo de voltar para a aldeia e trabalhar com a saúde mental voltada para povos indígenas e nas demais regiões. “Decidi essa carreira por existir uma carência muito grande de psicólogos voltados para a área indígena. Muitos profissionais da cidade não sabem lidar com a demanda que existe dentro das aldeias, como idosos, crianças e adolescentes”, conta a futura psicóloga.

Jacira destaca que os indígenas conquistam espaços em áreas como saúde, educação e meio ambiente. "São nossos direitos como indigenas nas cidades", afirma, relembrando que os estigmas ainda existem, tanto institucionalmente como estruturalmente, mas podem ser quebrados.

Também existem cursos de ensino superior dentro do Programa de Licenciaturas Interculturais Indígenas, realizado pelo Ministério da Educação (MEC). O programa tem o objetivo de apoiar projetos de cursos de licenciaturas específicas para a formação de professores indígenas para o exercício da docência nas escolas indígenas, que façam parte do ensino, pesquisa e extensão e que promovam a valorização do estudo em temas como línguas maternas, gestão e sustentabilidade das terras e culturas dos povos.

Entre os dez cursos mais procurados estão Direito, Enfermagem, Administração, Psicologia, Pedagogia, Farmácia, Fisioterapia, Engenharia Civil, Ciências Contábeis e Educação Física.

“Educação é um direito fundamental de todo cidadão brasileiro, mas os indígenas precisam lutar todos os dias para ingressar e permanecer em uma universidade”, declara o jornalista e doutor em Comunicação, Linguagens e Cultura Thiago Barros, que escreveu uma tese sobre como a etnia indígena Munduruku é representada politicamente pela Organização Não Governamental (ONG) Greenpeace.

O professor explica que, até os anos 1980, a Fundação Nacional do Índio (Funai) tutelava o acesso de estudantes indígenas, mas em número ínfimo se comparado à atualidade. “Agora, permanecer na universidade até se formar é um dos maiores desafios: sair da comunidade para a cidade, precisar de apoio financeiro para aluguel e alimentação, sofrer com o preconceito de não indígenas. O poder público precisa estar pronto para garantir que jovens indígenas tenham auxílio”, diz.

O último Censo do Ensino Superior aponta que o Norte concentra o maior número de indígenas matriculados em universidades públicas em comparação com outras regiões do país. “Muitos munduruku são graduados e atualmente são estudantes de cursos de graduação. De forma geral, o acesso de indígenas às universidades tem crescido, mas políticas públicas mais efetivas poderiam reforçar esse processo. No entanto, desde que Michel Temer assumiu a presidência da República, até agora, no governo Bolsonaro, o governo federal tem ignorado criminosamente os direitos indígenas”, declara. O atual presidente do Brasil, em declaração, lembra o professor, diz que “índio não fala nossa língua, não tem dinheiro, é um pobre coitado, tem que ser integrado à sociedade, não criado em zoológicos milionários”, expondo visões etnocêntricas e racistas.

Como extensão da universidade, os estágios também são parte importante no processo de aprendizado e inserção no mercado de trabalho. Por isso, algumas instituições implantaram o sistema de cotas para indígenas e quilombolas, como a Defensoria Pública do Estado do Pará. No órgão de justiça, as cotas foram ampliadas de 30% para 40%, sendo 5% para indígenas e 5% para quilombolas, nos concursos e seleções para ingresso de estagiários, servidores e defensores.

Neste ano, será realizado o primeiro concurso para defensor público com reserva de vagas para indígenas e quilombolas, além de uma resolução que prevê, a cada dois anos, um censo etnicorracial e o monitoramento das políticas de ações afirmativas. “Quando se fala em ingresso de indígenas e quilombolas na instituição, temos que pensar neles como usuários do serviço da Defensoria Pública, para acessar políticas públicas, mas também como integrantes da instituição, seja como estagiários, servidores e defensores públicos”, explica a defensora pública, Andrea Barreto, que diz reconhecer que as ações ainda são poucas, mas que estão evoluindo.

A defensora pública afirma que é de grande importância a inserção dos povos indígenas e quilombolas que queiram integrar as instituições públicas, universidades ou mercado de trabalho. “A política de cotas visa criar equidade entre etnias e classes sociais. Todavia, temos que ter ciência que as cotas não são suficientes para reparar mais de trezentos anos de escravidão, de exclusão de afrodescentes e indígenas em um país que se ergueu no racismo estrutural, como é o caso do Brasil. Espero que nesse caminhar, tenhamos a presença marcante de indígenas e quilombolas na Defensoria e em outras instituições do sistema de justiça”, finaliza o pesquisador Thiago  Barros.

Por Larissa Silva e André Maia.

 

 

O resultado dos recursos contra as decisões das Comissões de Validação de Heteroidentificação e de Verificação para Pessoas com Deficiência (PcD), referente ao ingresso na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), foi divulgado nesta terça-feira (27). Ao LeiaJá, a instituição de ensino informou que 264 candidatos entraram com recurso; 140 tiveram os pedidos indeferidos.

De acordo com a UFPE, os candidatos com recursos negados já foram informados sobre a decisão por e-mail. A Universidade reforça que não cabe mais recurso em seu âmbito. “As Comissões de Heteroidentificação possuem competência deliberativa para validação da autodeclaração dos candidatos, de acordo com resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Cada comissão é composta de três membros da comunidade universitária e membros externos que, preferencialmente, deverão possuir vínculo com grupos de pesquisa ou núcleos de estudo ou movimentos sociais organizados ligados à questão étnico-racial, além de terem participado do curso de formação”, detalhou.

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Em decorrência da pandemia da Covid-19, as avaliações não foram feitas presencialmente, como ocorreu em edições passadas. Os estudantes tiveram que enviar digitalmente vídeos e documentos para que fossem analisados pelas comissões. “Para validar a autodeclaração de candidatos às vagas reservadas aos candidatos pretos ou pardos, foram considerados unicamente os aspectos fenotípicos do candidato, tendo sido vedado qualquer outro critério, inclusive as considerações sobre a ascendência. Entende-se por fenótipo o conjunto de características físicas do indivíduo, predominantemente a cor da pele, a textura do cabelo e os aspectos faciais, que, combinados ou não, permitem validar ou invalidar a autodeclaração”, informou a UFPE.

Responsável pela análise da documentação enviada digitalmente pelos candidatos, a Comissão de Verificação para PcD considerou como referência os laudos médicos circunstanciados com letras legíveis, além das cópias dos exames para atestar o grau da deficiência e categorias.

No total, a Universidade ofertou 6.992 vagas por meio do Sisu, em que dessas, 3.492 são para estudantes cotistas. Outros detalhes podem ser obtidos no site da UFPE.

A Comissão Europeia informou nesta segunda-feira (8) que foram concluídas as negociações para ajustar as cotas agrícolas entre os países do bloco europeu e os norte-americanos na Organização Mundial do Comércio (OMC), após a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), chamada de Brexit. Segundo comunicado, o acordo preserva os volumes originais negociados antes da separação, dando "certeza e estabilidade ao comércio agrícola e aos mercados parceiros".

Foram dois anos de negociações no âmbito da OMC para dividir parte do volume remanescente para os 27 países que compõem a UE com a saída do Reino Unido, levando em conta os fluxos comerciais recentes. O acordo cobre dezenas de cotas e bilhões de euros de comércio, incluindo carne bovina, frango, arroz, laticínios, frutas e vegetais e vinhos.

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O Comissário para a Agricultura da UE, Janusz Wojciejowski, afirmou, no comunicado, que está muito satisfeito pelo acordo com os EUA, parceiro comercial mais importante do bloco, já que "é um bom sinal na direção de um compromisso de trabalho conjunto, tanto bilateralmente quanto na estrutura da OMC".

A UE está conduzindo negociações de repartição de quotas tarifárias (TRQ, na sigla em inglês) semelhantes com 21 outros parceiros com direito de acesso a essas quotas e já concluiu negociações com Argentina, Austrália, Noruega, Paquistão, Tailândia, Indonésia e outros.

Os detalhes do acordo UE-EUA ainda serão enviados ao Conselho e ao Parlamento Europeu para ratificação, para que possam entrar em vigor o mais rapidamente possível, informou a Comissão Europeia.

Um projeto de lei (PL 4795/20) que tramita na Câmara dos Deputados reserva 30% das vagas de candidaturas dos partidos e coligações, nas eleições para os Legislativos, para candidatos LGBTQIA+, sem prejuízo das candidaturas previstas para os sexos masculino e feminino. A proposta altera a Lei das Eleições, que hoje já prevê uma cota de 30% de candidaturas femininas. O projeto é do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP).

O texto também destina 30% do valor do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) determinado para cada partido às candidaturas LGBTQIA+. Da mesma forma, a proposta reserva 30% da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão para tais candidaturas.

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Alexandre Frota argumenta que lésbicas, gays, bissexuais e transexuais são as pessoas menos representadas na política brasileira e defende que os partidos abram espaço para candidatos assumidamente não héteros.

O parlamentar reclama ainda da homofobia no País e dos questionamentos feitos por setores preconceituosos da sociedade no que diz respeito às políticas públicas em prol da população LGBTQIA+. “Dizem que elas são políticas de privilégios, quando na verdade são de direitos humanos, diminuição dos índices de violência e reparação social”, afirma Frota.

Ele acrescenta que, se hoje pessoas LGBTQIA+ podem se casar civilmente ou adotar crianças, por exemplo, estas vitórias não se devem ao trabalho político, mas ao de ativistas que acionaram o Judiciário e venceram. “Se quisermos mais vitórias, precisamos de mais LGBTQIA+ na política do País.”

Tramitação

O projeto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votado pelo Plenário.

*Da Agência Câmara de Notícias

O Colegiado do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Direito do Recife (FDR), que faz parte da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), aprovou nesta terça-feira (29) a adoção de cotas raciais para cursos de mestrado e doutorado da instituição. 

De acordo com a professora Mariana Fischer, coordenadora de pós-graduação em direito, serão sete linhas de pesquisa com três vagas para doutorado e seis para mestrado em cada uma delas e “cada linha terá uma vaga para mestrado e uma para doutorado reservada para cotas”.

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Ao final do processo de seleção, segundo a professora, os alunos cotistas selecionados passarão pela comissão de verificação de heteroidentificação da UFPE, a fim de avaliar a autodeclaração. Mais detalhes serão divulgados no edital, que segundo a professora Mariana, deverá ser republicado “amanhã ou depois” incluindo a reserva de vagas. 

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