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O vencedor da terceira edição do MasterChef, Leonardo Young, pediu a ajuda de seus fãs e seguidores na última segunda-feira, dia 19, para conseguir doações de sangue para sua mãe.

Sem dar muitos detalhes, o chef fez o apelo dizendo que ela está passando por um tratamento delicado de saúde.

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O drama romântico "Call Me by Your Name" conquistou a maioria das indicações para os Spirit Awards, a premiação americana para o cinema independente, que antecipam no geral alguns dos favoritos para o Oscar.

Ambientado nos anos 1980 na Itália e com atuações de Timothee Chalamet e Armie Hammer, o filme conta a história de Elio, um menino de 17 anos que embarca em uma relação amorosa com Oliver, o assistente de pesquisa de seu pai.

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O longa-metragem foi selecionado em seis categorias, incluindo melhor filme e melhor diretor para Luca Guadagnino. Chalamet e Hamet foram indicados, respectivamente, como melhor ator e melhor ator coadjuvante.

O filme de terror satírico "Get Out" ("Corra", no Brasil), o primeiro longa-metragem dirigido por Jordan Peele, autor também do roteiro, e que conta com Daniel Kaluuya e Allison Williams nos papeis principais, recebeu cinco indicações, entre elas aos prêmios de melhor roteiro, melhor diretor e melhor ator.

O thriller dos irmãos Josh e Benny Safdie "Good Time" ("Bom Comportamento") empatou no segundo lugar, ao ser selecionado também em cinco categorias: melhor diretor, melhor edição e melhor ator para seus três intérpretes, entre eles a estrela Robert Pattinson.

Aos 31 anos e após ganhar fama com a saga "Crepúsculo", Pattinson recebeu as melhores críticas de sua carreira por este retrato de um ladrão de bancos que é acompanhado por seu irmão deficiente durante seus crimes em Nova York.

"Lady Bird", de Greta Gerwig, e "The Rider", de Chloé Zhao, premiado no Festival de Cannes, foram indicados a quatro prêmios cada.

As indicações foram anunciadas na noite de terça-feira pelas atrizes Lily Collins e Tessa Thompson e por Josh Welsh, diretor da associação Film Independent, que concede os Spirit Awards.

Consultada pela AFP sobre os avanços feitos em um ano em termos de diversidade em Hollywood, e especialmente quanto à presença feminina, Tessa Thompson respondeu que foi "um ano fantástico".

"Avançamos, embora eu ache que devemos ter mulheres em todas as áreas, não só na frente da câmera", acrescentou a atriz, de 34 anos.

O Spirit Awards é considerado um bom indicador dos filmes independentes que podem aspirar a ganhar um prestigioso Oscar.

Cinco dos últimos seis ganhadores do Spirit de melhor filme venceram na mesma categoria no Oscar, como "Moonlight", "Spotlight" e "Birdman".

"Elegemos filmes de baixo orçamento, mas são obras com temas originais e provocadores e uma visão artística única", explicou Josh Welsh à AFP.

O diretor acrescentou que a proposta de 2017 é "incrivelmente forte", especialmente com "Get Out", "The Rider" e "The Florida Project" ("Projeto Flórida"), a história de uma menina criada em um motel por uma jovem mãe prostituta e instável.

Os prêmios serão entregues em uma cerimônia em 3 de março, na véspera do Oscar.

"Quero meu dinheiro", diz a faixa pendurada em um dos blocos do complexo habitacional que alojou a maioria dos removidos pela organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, resumindo o desgosto dos moradores que, um ano após o evento, vivem em apartamentos com rachaduras e sem título de propriedade.

O sentimento geral de quem mora no Parque Carioca, complexo localizado na zona oeste da cidade, é de ter sido enganado.

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A maioria dos moradores do bloco 3 foram os primeiros a sair e quem mais perdeu na Vila Autódromo, favela que ficava ao lado do atual Parque Olímpico. A prefeitura demoliu o local, alegando precisar do terreno para a competição.

A comunidade de 3.000 habitantes, com barracões e várias casas diante da lagoa de Jacarepaguá, ficou famosa pela resistência que resultou em 20 vizinhos conquistando o direito de se manterem no local. O bairro da Barra da Tijuca está em franco desenvolvimento e o metro quadrado na região chega a valer 3.000 dólares, contrastando com a simplicidade da Vila.

No entanto, 200 famílias foram esquecidas. Iran Oliveira, taxista de 41 anos, chegou à Vila Autódromo quando recém tinha conquistado à maioridade e faz parte desse grupo.

- Sem escolhas -

Iran mostra seu apartamento no Parque Carioca: as rachaduras atravessam a cozinha, várias paredes sofrem com mofo, uma porta está solta no corredor e quase todos azulejos do banheiro caíram.

"Não tivemos muita escolha porque a prefeitura chegou com a equipe dela lá fazendo bastante pressão, até ameaçando que se a gente não saísse do apartamento poderiam derrubar com a gente dentro, sem direito a nada", lamentou Ivan, que é pai de quatro filhos.

Abalados com a pressão, Iran e sua mulher cederam e aceitaram uma oferta que pareceu razoável em 2014: trocar a casa com pátio e estacionamento, que tinham construído em frente à lagoa, por um apartamento de três quartos a um quilômetro dali.

Quem vivia em barracões não pensou duas vezes. Muitos habitantes da Vila Autódromo, no entanto, tinham títulos de "concessão de uso" oferecidos pelo Estado do Rio nos anos 1990.

Mas antes de pagar as milionárias indenizações, o prefeito da época, Eduardo Paes, do PMDB, conseguiu convencer alguns a deixarem suas casas sem receber um centavo em troca.

Em câmbio, prometeu as chaves dos apartamentos, que poderiam ser vendidos quando os novos inquilinos bem entendessem, como mostra vídeo gravado por um dos vizinhos. Mas a realidade foi diferente.

- Financiamento de 10 anos -

Sem assessoria legal, a esposa de Iran foi à prefeitura para assinar o contrato, que achava ser a escritura da casa. No entanto, o documento era um contrato de financiamento do programa "Minha casa, Minha vida" em seu nome, direito dos brasileiros de baixa renda.

O texto estabelece um prazo de 10 anos para pagar 90.000 reais para a Caixa Econômica Federal, custo que a prefeitura se comprometeu a pagar. Mas enquanto essa dívida não for quitada, o apartamento não pode ser vendido.

"A propriedade passará ao beneficiário ao final desse período", confirmou a Caixa à AFP.

Outra fonte de preocupação é o atraso dos pagamentos pela prefeitura por conta da grave crise financeira da prefeitura, que desde janeiro tem o pastor evangélico Marcelo Crivella como chefe.

Rosangela Camargo, advogada de 252 vizinhos do Parque Carioca, garante que alguns de seus clientes estão com nome em uma lista de devedores e que dois deles receberam ordens de desalojamento por conta desses atrasos.

A Caixa nega que existam inquilinos em listas negras.

"A situação financeira da Prefeitura, como é amplamente noticiado, não está estável e a liberação de crédito demora em alguns meses, por isso o atraso. Não existe a possibilidade dos apartamentos irem à leilão", afirmou a Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação da prefeitura à AFP.

"Nós estamos entre a cruz e a espada", se assusta Iran. "Nos sentimos enganados", reclama.

- A Vila deserta -

Na entrada do bloco 3, um grupo removidos da Vila Autódromo conversa e compartilha o mesmo sentimento, sem notícias da escola e do posto de saúde que haviam sido prometidos.

Zé Riveiro, que tem 68 anos e é era dono de um bar, ataca: "Sacanearam a gente. Isso foi uma mixaria".

Carlos André, segurança de 38 anos, está revoltado por não ter recebido um centavo e precisar viver nestas condições, ao lado de quase 3.000 apartamentos da Vila Olímpica, construída pelas construtoras Odebrecht e Carvalho Hosken, que ainda não tem inquilinos.

O mais paradoxal é que a maior parte do que era a Vila Autódromo se transformou em um grande descampado. Apenas uma parte foi ocupada pelo estacionamento de um hotel, próximo das 20 novas casas das famílias que resistiram e ficaram no local. Elas ainda esperam o título de propriedade.

Maria da Penha, líder do movimento, acredita que "nos tiraram sem necessidade ou porque pobre não pode participar das Olimpíadas".

Carlos André é ainda mais desconfiado: "Quando tudo isso da Lava Jato passar, vamos ver muito prédio ali".

O cinema nacional começou, em 1898 com um tímido filme documental, de Afonso Segreto, que trazia algumas cenas da baía de Guanabara. A partir de então, a produção começou a crescer e, em 1908, foi lançada a primeira obra de ficção nacional, 'Os Estranguladores', de Antônio Leal. Era a chamada 'Bela Época', e os realizadores do país passaram a produzir inúmeros títulos dos mais diversos gêneros como melodrama, religioso e comédia.

A partir de então, o cinema brasileiro atravessou diversas fases. A chanchada, na década de 1930; o 'Cinema Novo', nos anos 1950; a pornochanchada nos 1970; e uma espécie de renascimento, na chegada dos 1990, com o 'Cinema de Retomada'. De lá para cá, a produção nacional vem crescendo, resistindo às dificuldades e crises e mostrando o potencial do país na sétima arte. Só no último ano (2016), segundo dados da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), foram lançados, no país, 143 filmes - marca recorde na história brasileira - que contabilizaram um total de 30,4 milhões de ingressos vendidos, melhor resultado obtido nas bilheterias desde 1984.

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O dia 19 de junho é dedicado a celebrar esta arte nacional. O Dia do Cinema Brasileiro foi escolhido nesta data pois foi quando, em 1898 registrou-se as primeiras imagens, em solo nacional, com um cinematógrafo. Para celebrar, que tal conhecer alguns dos filmes brasileiros mais assistidos nos últimos tempos? Confira.

1º - Os Dez Mandamentos (2016) - 11,2 milhões de espectadores

2º - Tropa de Elite II (2010) - 10,736 milhões

3º - Dona Flor e seus dois maridos (1977) - 10,735 milhões

4º - Minha Mãe é uma Peça 2 (2016) - 8,8 milhões

5º - A Dama do Lotação (1978) - 6,5 milhões

6º - Se Eu Fosse Você 2 (2009) - 6,1 milhões

7º - O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão (1977) - 5,7 milhões

8º - Lúcio Flávio, Passageiro da Agonia (1977) - 5,4 milhões

9º - 2 Filhos de Francisco (2005) - 5,3 milhões

10º - Os Saltimbancos Trapalhões (1981) -  5,2 milhões

Neste domingo (08), os olhos cinéfilos do mundo inteiro estarão voltados para a cerimônia do Globo de Ouro. A premiação - que por si só já é uma das mais importantes do universo da sétima arte - é um dos principais indicativos do que será “tendência” no Oscar deste ano.

Enquanto isso, o primeiro EstreiaJá de 2017 comenta a chegada aos cinemas de grandes filmes premiados em Cannes (e com chances em disputas no Globo de Ouro e Oscar), como “Eu, Daniel Blake”, e de blockbusters que certamente lotarão as principais salas neste final de semana, como “Passageiros”.

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O programa, publicado semanalmente no Portal LeiaJá e apresentado pelo jornalista Rodrigo Rigaud, recebe, nesta edição, o crítico de cinema Rick Monteiro como convidado. Fique por dentro de todos os lançamentos conferindo o EstreiaJá completo no vídeo abaixo.

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Após o início da ofensiva para recuperar a cidade de Mossul do Estado Islâmico, as forças curdas anunciaram nesse domingo (6) uma operação contra Raqqa, com o apoio de países árabes e dos norte-americanos. A informação é da Agência Ansa.

Raqqa, que fica no Norte da Síria, é vista como uma das principais cidades para o Estado Islâmico no país, atrás da capital declarada do califado, Mossul, no Iraque. Os municípios estão separados por cerca de 400 quilômetros. A nova ofensiva, batizada como "Fúria do Eufrates", foi iniciada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), em uma aliança contra o Estado Islâmico coordenada por curdos, de acordo com a porta-voz da operação, Jihan Sheikh Ahmad.

Os Estados Unidos darão apoio aéreo, enquanto os combatentes da FDS avançam em solo contra Raqqa. Será a segunda maior ofensiva lançada contra o Estado Islâmico, que está sofrendo perdas sucessivas no Iraque com o cerco a Mossul. As milícias curdas tiveram importantes vitórias contra o Estado Islâmico ao longo do ano, trabalhando em conjunto com a coalizão internacional.

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O governo da Turquia considera os grupos curdos organizações terroristas, como o Estado Islâmico, e combate membros do partido separatista PKK. Por isso, Ancara tem dado apoio a rebeldes sírios que lutam contra os curdos. Nesse domingo, um ataque do governo sírio contra opositores ao regime do ditador Bashar al-Assad atingiu uma escola infantil e matou pelo menos quatro crianças, além de ferir 19 pessoas.

O ataque ocorreu na área de Harasta, perto da capital Damasco, em uma zona controlada por rebeldes.

Um conto sobre a degradação social no isolamento da França rural e um drama romeno que explora a complexidade dos laços familiares abriram nesta quinta-feira a disputa pela Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Com um cinema cru, que inclui animais estripados, um parto em primeiro plano, sexo explícito e uma cena de eutanásia e outra de sodomia, o francês Alain Guiraudie surpreendeu com "Rester vertical", filmado nas paisagens isoladas de Lozer, assim como em Poitou e com algumas cenas urbanas no porto de Brest.

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O longa-metragem conta a história de Leo (Damien Bonnard), um jovem roteirista um pouco perdido na vida que conhece uma jovem pastora com a qual tem um filho que ela se recusa a criar.

Em uma trama que termina por relacionar vários personagens - inclusive do ponto de vista sexual -, todos são infelizes e solitários.

Guiraudie, premiado em 2014 na mostra Um Certo Olhar por "Um Estranho no Lago", explicou à imprensa que seu filme permite "distintas portas de entrada".

Criação artística e paternidade, sexualidade no mundo rural ou a relação com o selvagem e primitivo de uma sociedade que perde suas referências são apenas algumas delas.

O elemento selvagem é representado no filme por um lobo, animal ameaçador que obrigou o homem a "permanecer erguido" para enfrentá-lo, expressão que explica o título do filme e que, segundo Guiraudie, também tem uma conotação sexual.

"O sexo é algo que dá medo, mas não queria apresentá-lo de maneira grave ou solene", disse Guiraudie sobre o filme, que tem elementos oníricos e algumas citações bíblicas.

O clima de degradação social na França permeia o filme à medida que o protagonista perde a razão até o momento em que precisa adotar uma mudança radical para se reerguer.

"Com a decadência de Leo, quis falar de algo que ameaça a todos", disse o cineasta de 51 anos.

"Há poucas pessoas na França que podem dizer que viverão de modo tranquilo o resto de seus dias", concluiu.

Dissecando a família

Do diretor e roteirista romeno Cristi Puiu, o drama "Sieranevada" explora as tensões, angústias e rancores nas relações familiares.

O filme, que se desenvolve praticamente em um único lugar - o apartamento de uma família em Bucareste -, conta a história de Lary, um médico de 40 anos, que acompanha a mulher em um almoço para recordar o pai falecido.

Mas o evento fúnebre não acontece do modo previsto e gera uma sucessão de atos absurdos.

O longa-metragem foi inspirado no funeral do pai de Puiu, que faleceu em 2007 quando ele participava como jurado na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes.

"Voltei para a Romênia imediatamente e o primeiro encontro, pouco depois do funeral, aconteceu de forma muito estranha. Havia pessoas que eu não conhecia, amigos do meu pai com quem bebíamos, assim como vizinhos. Lembro que tive uma discussão com um amigo da minha mãe sobre a história do comunismo", explicou o diretor.

"As histórias que são parte da minha história pessoal são fictícias. Eu sou o criador da ficção", disse Puiu.

Com uma indústria cinematográfica ainda hesitante, a Romênia consegue a façanha de ter dois filmes entre os 21 na competição em Cannes.

Cristi Puiu, vencedor da mostra Um Certo Olhar em 2005 por "A Morte do Sr. Lazarescu", disputa a Palma de Ouro pela primeira vez.

Os olhares se voltam agora para seu compatriota, Cristian Mungiu, que apresentará em 19 de maio "Bacalaureat" ("Bacharelado"), um filme sobre a corrupção no sistema de ensino.

Mungiu já venceu a Palma de Ouro, em 2007, por "4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias", um filme sobre o aborto ilegal na Romênia dos anos 1980.

Um desfecho trágico na Rua Barão do Livramento, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife. O marido que manteve a esposa refém na residência do casal desde o sábado (9), e após negociação com integrantes da Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE) a liberou na madrugada deste domingo (10), acabou dando um tiro no próprio peito, nesta noite, segundo informações da Polícia Civil.

De acordo com a Polícia Civil, após o disparo, equipes médicas realizaram protocolos de socorro, mas infelizmente o homem, de identidade preservada nesta matéria, não resistiu e faleceu. Segundo vizinhos do casal, o senhor era corretor de imóveis e perdeu seu pai recentemente, o que pode ter intensificado problemas psicológicos. Os mesmos moradores afirmaram ao LeiaJá que antes da tragédia, tanto o marido quanto a esposa – cujo o nome também foi preservado - se mostravam pessoas muito educadas e sempre faziam algumas comemorações em datas especiais. “Ele sempre se deu bem com a vizinhança”, declarou um morador que preferiu não se identificar.

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Ma madrugada deste domingo, o LeiaJá acompanhou o clima de tensão envolvendo a CIOE, soldados da PM e vizinhos da residência onde a mulher era mantida refém. Todos temiam por uma tragédia e alguns populares chegaram a dizer que não acreditavam que o fato estava acontecendo, justamente pela boa conduta apresentada pelo corretor de imóvel antes de manter a esposa presa. Após intensas e delicadas negociações do homem com a CIOE, ele soltou a mulher perto das 2h da madrugada de hoje.

Ao ser liberta da residência, a esposa de imediato recebeu ajuda médica, uma vez que estava muito abalada. Familiares também acolheram a senhora. Ainda de acordo com populares, o casal morava na localidade há cerca de 20 anos.

Em janeiro deste ano, a balconista Marize da Conceição Alves, de 40 anos, sofreu um grave acidente de carro. Em junho, um laudo mostrou que a colisão provocou uma fratura na coluna e que ela precisaria se afastar do trabalho. Quase seis meses depois, ela ainda não conseguiu agendar a perícia médica no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Há 100 dias em greve, médicos peritos do INSS cobram a efetivação em lei da carga horária de 30 horas, o fim da terceirização da perícia médica e reposição das perdas salariais de 27% divididos em dois anos. Dados do próprio instituto apontam que cerca de 1 milhão de perícias deixaram de ser realizadas desde o início da paralisação.

“Primeiro, o próprio INSS estava de greve. Quando consegui ir até uma agência, marcaram a perícia para dois meses depois. Aí, os médicos peritos pararam de trabalhar”, contou. “Essa greve me atrapalhou muito. Se eu não tivesse uma reserva financeira, eu passaria dificuldade. Já tem mais de quatro meses que estou sem receber meu salário.”

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A fotógrafa Elizineide da Silva Carvalho, de 41 anos, passa por um drama similar ao da balconista Marize. Em setembro deste ano, o marido dela foi diagnosticado com um tumor no cérebro. Desde então, ela tenta agendar uma data para a perícia médica, mas, por causa da greve dos médicos peritos, o procedimento foi marcado apenas janeiro de 2016.

“Assim que ele adoeceu, nós agendamos. Mas, devido à greve, tivemos que remarcar para janeiro. Somos fotógrafos e ele fazia boa parte do trabalho. Tive que pagar algumas pessoas pra realizar nosso trabalho, o que me acarretou uma despesa não prevista. Eu mesma não estou conseguindo trabalhar para ficar com ele e dependemos da ajuda das pessoas”, conta.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos, Francisco Eduardo Cardoso, garantiu que 30% dos médicos peritos de cada gerência estão trabalhando. A dificuldade, segundo ele, é que muitos profissionais estão sendo mantidos nos cargos que exerciam antes do início da greve e que não envolvem a realização de perícia. “O INSS precisa colocá-los para atender à perícia e isso não está acontecendo. O perito que atendia na procuradoria, por exemplo, não está sendo deslocado para a perícia e está sendo mantido na atividade quer fazia fora da greve. O INSS não está aproveitando esses 30% para beneficiar a população e não está obedecendo ao interesse público.”

INSS

Por meio de nota, o INSS informou que, entre setembro e novembro deste ano, 1.047.239 perícias foram marcadas em todo o país, mas o órgão calcula que cerca de 730 mil pedidos de concessão de benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez estejam represados. Ainda segundo o instituto, o tempo médio de espera para o agendamento da perícia passou de 20 dias (antes do início da greve) para 63 dias.

“O INSS reconhece todas as dificuldades impostas à população pela não regularização do atendimento da perícia médica e espera que as negociações entre o Ministério do Planejamento e os servidores da carreira de perito médico previdenciário sejam concluídas com brevidade para a pronta retomada dos serviços”, informa o órgão na nota.

O comunicado destacou ainda que, para todo benefício concedido, o que vale é a data de entrada do requerimento. Isso significa que, se um segurado tinha uma perícia marcada para novembro, por exemplo, mas será atendido apenas em janeiro, se o benefício for aprovado, passa a valer, para efeitos financeiros, a data de entrada do requerimento e não a data em que ele foi concedido.

A proposta oferecida pelo governo à categoria consiste no reajuste geral dado ao funcionalismo público e a criação de um comitê de reestruturação da carreira, mas não trata da efetivação da jornada de 30 horas e do fim da discussão da terceirização das perícias. O pacote será votado amanhã (14) pela manhã durante assembleias realizadas em diversos estados.

Angelina Jolie exibiu nesta quinta-feira em Los Angeles, em pré-estreia mundial, o filme "À Beira Mar", um drama que ela dirige e protagoniza ao lado do marido, Brad Pitt.

O filme deu início ao festival de cinema AFI, que durante oito dias exibirá algumas produções bem cotadas para a temporada de premiações.

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"Nós nos sentimos muito honrados de estar aqui e abrir o AFI", afirmou a atriz e cineasta de 40 anos.

"Tentamos ser os mais honestos possíveis", completou.

Seu novo trabalho como diretora é um drama íntimo, em boa parte falado em francês, sobre um amor à deriva.

Os astros interpretam um casal nova-iorquino dos anos 70 - ele um escritor alcoólatra e ela uma ex-bailarina depressiva - que passa por um momento ruim.

Para tentar salvar o relacionamento, os dois se mudam por alguns dias para um hotel à beira mar na França, onde conhecem outro casal.

Aos poucos, tentam recuperar o prazer da vida a dois, ao mesmo tempo que espionam a paixão do novo casal de amigos.

Com o desenrolar da trama, o espectador descobre as tragédias que levaram o casal à beira do precipício.

"Esta filme fala do luto, inspirado no que vivi com a morte da minha mãe, mas também fala de como superá-lo", disse Jolie.

Angelina Jolie e Brad Pitt filmaram 'By The Sea' durante a lua de mel no ano passado em Malta, depois da cerimônia de casamento em agosto, quando completaram 10 anos de relacionamento, com seis filhos.

Além da nova experiência como diretora, "À Beira Mar" tem um significado especial porque é o primeiro filme que o casal protagoniza desde "Sr. e Sra. Smith", quando se conheceram, em 2005.

O filme estreia nos Estados Unidos no dia 13 de novembro e deve chegar aos cinemas brasileiros em dezembro.

Depois das críticas ruins a seu filme anterior como diretora, "Invencível", Jolie chega ao AFI - considerado uma ante-sala do Oscar - com a necessidade de aplausos para que o longa-metragem tenha alguma chance nas premiações.

"Desierto", longa-metragem do mexicano Jonás Cuarón que narra a assustadora viagem de imigrantes aos Estados Unidos, tem como produtores o pai do diretor, o também cineasta Alfonso Cuarón, e seu tio Carlos.

"Estava muito interessado em documentar a emigração da qual o filme fala, mas estava interessado em fazer isto com um filme de gênero porque acredito que é um modo de atrair um público maior", disse à AFP Jonás Cuarón, de 34 anos.

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O filho de Alfonso Cuarón, que escreveu com o pai o roteiro de "Gravidade", conversou com a AFP em um hotel de Londres pouco antes da estreia europeia de "Desierto", seu segundo longa-metragem, no festival de cinema da capital inglesa.

Inspirado nos filmes de suspense com poucos diálogos, Jonás Cuarón apresenta uma perseguição sem trégua nem concessões, onde não há prêmio de consolação - a morte ou uma vida melhor -, e com o mexicano Gael García Bernal (Moisés) e o americano Jeffrey Dean Morgan (Sam) como protagonistas.

O filme duro, violento, que ganha intensidade quando os emigrantes são atingidos pelos tiros de Sam ou perseguidos pelos cães, tem uma forte ressonância com o que aconteceu nos últimos meses na Europa, com a chegada de milhares de refugiados sírios.

"Evidentemente, o filme está ambientado na fronteira entre México e Estados Unidos, mas eu queria que fosse o mais universal possível", disse, antes de destacar que o contexto europeu atual "o torna mais oportuno".

"A emigração é um tema universal e atemporal. Obviamente agora está ainda mais atual que o habitual", opinou o diretor, que chama sua obra de "filme político".

Moisés tenta entrar nos Estados Unidos para encontrar o filho. O roteiro trata do choque entre dois destinos, o dele e o de Sam, um autoproclamado defensor do que considera "sua terra" americana.

"O problema do racismo nos Estados Unidos é que existem pessoas em uma posição vulnerável e, quando encontram o discurso racista por meio dos políticos e da imprensa, isto os leva a cruzar a linha", afirma sobre o personagem Sam.

Tema de família

Seu pai Alfonso Cuarón, coprodutor do filme com o irmão Carlos, acredita que a originalidade do filme está no fato de que "o habitual é ver um americano vulnerável perseguido por um grupo de talibãs, uma ideia bem aceita, mas aqui os papéis são invertidos e o emigrante é o perseguido por um justiceiro americano".

Alfonso Cuarón se definiu como "um sócio estratégico" do projeto.

"Jonás escreveu o roteiro e, mais tarde, Carlos, meu irmão, entrou e os dois acabaram me convidando, mas já estava em andamento e fui mais um sócio estratégico".

Ele recordou a "longa história de colaboração" com o filho.

Jonás estreou no cinema com um pequeno papel como ator no filme de seu pai "Solo con tu pareja" (1991). Quatro anos depois foi assistente de direção e teve um pequeno papel em "A Princesinha", também dirigido por Alfonso.

Em 2007 dirigiu o experimental "Año Uña", foi roteirista com o pai de "Gravidade", que venceu sete estatuetas do Oscar em 2014, e agora retorna com "Desierto".

Alfonso Cuarón resumiu o trabalho em família.

"Somos muito mal-educados, muito pouco diplomáticos quando trabalhamos juntos", disse, antes de destacar que "ser um verdadeiro colaborador significa ser ostensivamente honesto".

Chega aos cinemas brasileiros, na próxima quinta (10), o filme Nocaute. Dirigido por Antoine Fuqua (Invasão à casa Branca) e estrelado por Jake Gyllenhaal (O Abutre), o longa mostra o drama do lutador Billy 'The Great' Hope, em busca de uma nova chance para sua vida profissional e pessoal. 

Billy Hope é um lutador de boxe bem sucedido com uma carreira vitoriosa e uma familia perfeita. Mas, após um golpe do destino, ele perde o cinturão, a esposa e até mesmo a guarda da filha tendo que recomeçar de baixo para poder recuperar sua vida. Para a realização do longa, o ator Jake Gyllenhall dispensou dublês e passou por um pesado trabalho de preparo físico viver o boxeador com o máximo de veracidade.

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Nocaute tem roteiro de Kurt Sutter (da série Filhos da Anarquia) que buscou emocionar ao mesmo tempo que aborda o mundo da luta de forma agressiva e violenta. A trilha é assinada pelo rapper Eminem, que também é coautor de duas músicas feitas exclusivamente para o filme, Phenomenal e Kings never die


 

A foto de um menino afogado em uma praia da Turquia, após o naufrágio de duas embarcações com refugiados sírios, gerou comoção na Europa, confrontada a uma pressão crescente para gerenciar a chegada de milhares de refugiados ao continente.

As duas embarcações que naufragaram tinham saído da cidade turca de Bodrum com destino à ilha grega de Kos, porta de entrada da União Europeia. A guarda costeira turca foi alertada por gritos de passageiros dos barcos e conseguiram resgatar os corpos de 12 pessoas, entre eles o de um menino pequeno que jazia de bruços na praia.

A fotografia de um agente turco carregando o menino foi difundida por meios de comunicação e pelas redes sociais com a hashtag #KiyiyaVuranInsanlik (A humanidade é um fracasso, em turco). Jornais de toda a Europa repercutiram a comoção provocada pela imagem.

Na Espanha, o jornal El Mundo destacou que a foto "já faz parte do álbum migratório da infâmia", enquanto o El Periódico escreveu que a imagem ilustrava "o naufrágio da Europa". Para o britânico The Guardian, a foto resume "todo o horror e o drama humano vividos na costa europeia".

"Se imagens tão fortes quanto a de um menino sírio morto, arrastado pelas ondas, não mudarem a atitude da Europa frente aos refugiados, o que poderá fazê-lo?", questionou o The Independent. Na Itália, o jornal La Repubblica reproduziu a imagem no Twitter, intitulando-a "Uma foto para calar o mundo".

Êxodo contínuo

Enquanto isso, milhares de refugiados conseguiam chegar à costa da Europa. Cerca de 4.500 pessoas chegaram nesta quarta-feira ao porto de Pireu, em Atenas, com o objetivo de continuar seu périplo rumo ao norte da Europa, em um novo episódio da grave crise migratória que divide os países europeus.

Outros 3.000 puderam ser salvos pela guarda costeira italiana no Mediterrâneo nas últimas 24 horas.

Lesbos, assim como Kos, também no Egeu, se tornaram o porto de entrada na Europa de refugiados que fogem através da Turquia dos conflitos armados no Oriente Médio e na África.

A maioria quer continuar viagem para o norte da Europa através dos Bálcãs, na crise migratória mais grave no continente desde a Segunda Guerra Mundial.

Desde o começo do ano chegaram à Grécia 160.000 pessoas do total de cerca de 350.000 que, segundo se estima, teriam cruzado o Mediterrâneo, uma rota na qual morreram dois mil migrantes.

Enquanto isso, na Hungria, um dos países de entrada para os migrantes que querem chegar à Alemanha, a tensão continua crescendo e duas mil pessoas permaneciam acampadas em frente à estação de Keleti, em Budapeste, ou em uma zona de trânsito do edifício, depois que a polícia os impediu de abordar os trens.

A tentativa dos migrantes de chegar à Alemanha se explica pela decisão do governo de Berlim de não devolver aos sírios o país por onde entraram na União Europeia, neste caso a Hungria, e examinar seus pedidos de asilo.

Segundo as autoridades alemãs, nesta terça-feira, 3.709 pessoas sem visto chegaram ao país vindos de Áustria e Hungria, uma cifra recorde.

Espaço Schengen ameaçado?

Viena elevou o tom nesta quarta-feira contra a decisão alemã, que vai contra os acordos de Dublin, segundo o qual o candidato a asilo deve apresentar seu pedido ao Estado-membro onde entrou pela primeira vez à União Europeia.

"Sempre adverti contra uma suspensão dos acordos de Dublin (...) Estamos vendo os efeitos agora", lamentou o ministro do Interior, Johanna Mikl-Leitner, em entrevista ao jornal Die Presse.

Para fazer frente à chegada de milhares de pessoas que fogem da guerra, da perseguição e da pobreza no Oriente Médio e na África, "o mais importante é levar paz e estabilidade", disse o primeiro-ministro, David Cameron.

"Não penso que a resposta seja receber mais e mais refugiados", afirmou, em declarações à BBC.

O risco de que esta crise ameace a liberdade de trânsito na UE, um dos maiores feitos da construção europeia, começa a surgir.

A atual crise migratória está "destroçando" o espaço Schengen de livre circulação, afirmou o chefe da diplomacia eslovaca, Miroslav Lajcak.

A implantação de uma resposta conjunta de todos os países europeia será o tema central de uma reunião, em 14 de setembro, entre os 28 países da União Europeia.

Ao menos 40 migrantes que se encontravam em um barco no Mediterrâneo, ao norte do litoral da Líbia, foram achados mortos neste sábado, anunciou a marinha italiana. Aparentemente, eles morreram afogados no porão da embarcação, segundo a imprensa local.

"A operação de resgate está em curso em um barco. Inúmeros migrantes a salvo. Ao menos 40 mortos", afirma a marinha no Twitter. O barco pesqueiro foi avistado por um helicóptero da marinha ao norte do litoral líbio, próximo à ilha italiana de Lampedusa.

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Massimo Tozzi, comandante do barco de patrulha "Cigala Fulgosi", informou à agência italiana AGI que 319 pessoas foram resgatadas com vida.

Segundo uma jornalista do canal de televisão RaiNews, que acompanha as operações no centro de coordenação da marinha em Roma, a embarcação estava superlotada e começou a afundar assim que as equipes de resgate começaram a chegar.

Os mortos foram encontrados no porão, afogados ou intoxicados. "Vimos uma cena muito forte emocionalmente", declarou Tozzi à agência AGI. Muitos corpos flutuaram até a superfície, em meio a excrementos humanos e manchas de combustível.

"Essa tragédia não será a última se a comunidade internacional não descobrir uma solução para a crise na Líbia", declarou, em coletiva de imprensa, o ministro italiano do Interior, Angelino Alfano.

Círculo vicioso

A grande maioria dos migrantes que tenta cruzar o Mediterrâneo fugindo de guerras ou da miséria não sabe nadar e muitos acabam ficando presos no porão das embarcações precárias, que afundam rapidamente.

Segundo vários relatos de migrantes que conseguiram chegar à Itália, os traficantes de pessoas costumam amontoar no porão da embarcação os refugiados que pagam menos, no geral os que procedem da África Subsaariana.

Presos num espaço tão exíguo, esses migrantes correm o risco de morrer asfixiados pelas emanações de combustível ou afogados, se o barco afundar. No geral, os traficantes ou passageiros da parte de cima agridem os passageiros do porão para evitar que saiam durante a travessia. Nessas embarcações tão cheias, o mínimo movimento pode acabar virando o barco.

Os sobreviventes do naufrágio que deixou mais de 200 mortos em 5 de agosto passado falaram de golpes de porrete, cinto e até facadas.

Diante da onda interminável de chegadas, as autoridades europeias aumentaram os fundos para a operação de salvamento Tritón, que substituiu a missão italiana Mare Nostrum, mas não conta com meios concretos, como helicópteros e embarcações para localização e realização de resgates.

Durante o ano, mais de 224.000 migrantes chegaram à Europa pelo Mediterrâneo, informaram as Nações Unidas. Segundo o balanço mais recente da Organização Internacional para a Migração (OIM) divulgado na sexta-feira, mais de 2.300 pessoas morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo desde o início do ano.

Na Itália, o número de migrantes totaliza 103.226 desde primeiro de janeiro, contra 104.225 no mesmo período em 2014. Na Grécia, cerca de 124.000 migrantes chegaram, um crescimento de 750% em relação a 2014, segundo a ONU.

Que tal aproveitar o feriadão da Semana Santa para reunir a família e os amigos e fazer aquela maratona de filmes, com direito a pipoca e muito chocolate? Para isso, nós preparamos uma lista com longas premiados para todos os gostos. De obras polêmicas e complexas como 'O Evangelho Segundo Mateus' e 'A última Tentação de Cristo', ao bom humor despojado de 'A Vida de Brian', passando também por superproduções como 'Êxodo: Deuses e Reis' e o premiado 'Ben-Hur'.

Comédia, drama, ação e emoção é o que não falta nessa lista. Conferir a lista de filmes basta clicar no video:

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Há um momento de Filha Distante em que Marco Tucci, o personagem, de Alejandro Awada, está sentado à mesa com a filha e o marido dela. Aos 50 anos, ex-alcoólico, Tucci nem sabia que a filha se havia casado e que já é avó. Usando como pretexto uma pescaria na Patagônia - o filme chama-se, no original, Dias de Pesca -, ele tenta retomar o contato interrompido. Amante de ópera, canta a ária Che Gelida Manina, da Bohème, de Puccini. A escolha da música é reveladora. 'Aspetti, signorina/le diró con due parole/chi son e chi faccio/come vivo'. Traduzindo. 'Espere, senhorita/Vou dizer em duas palavras/quem sou e o que faço/como vivo.'

Ele canta, emociona-se e a atriz Victoria Almeida, que faz a filha, deixa transparecer sentimentos contraditórios. A garota, com certeza, amou esse pai, mas ele se transformou num estranho. Não sabe nada dela nem da mãe. E o rancor termina por se manifestar. No cinema argentino das histórias calorosas situadas na classe média, o diretor Carlos Sorín é quase um corpo estranho. É o Chekhov argentino, atraído por histórias mínimas. É, por sinal, o título do filme que o tornou internacionalmente conhecido, em 2002. Desde então, e a cada dois anos, ou quatro, Sorín segue apresentando suas histórias mínimas. O Cachorro, A Janela, agora Dias de Pesca (Filha Distante). É um cinema minimalista, descarnado, em que os silêncios são tão importantes (ou mais) do que aquilo que as pessoas dizem. Sorín, que também escreve seus roteiros (quase todos), deixa muitos brancos que precisam ser preenchidos pelo espectador.

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Nada é muito claro nem conclusivo. Quando as filha estoura - 'O que você quer? Quer me destruir, também?' - é evidente que se refere a uma situação familiar, ao mal que o pai alcoólatra deve ter feito à mãe, mas isso tem de ser deduzido pelo espectador. Da mesma forma, todo o desfecho no hospital, o reencontro com a lutadora de boxe destroçada pela boliviana que o treinador menosprezava, ganha uma dimensão sutil em relação à história principal, a de Marco Tucci. Alejandro Awada possui grandes olhos tristes. Se fosse um palhaço, seria um palhaço triste e, no fundo, é o que é, com seu sorriso caído, suas pequenas histórias.

Assim como seu cinema evoca Chekhov, Sorín também é tributário de uma tradição neorrealista que passa pela parceria de Vittorio De Sica com o roteirista (e teórico do movimento que floresceu no cinema italiano do pós-guerra) Cesare Zavattini. Há algo de Umberto D aqui. E também algo de burlesco na história mínima - incompleta? - de Marco Tucci. E é seguindo, identificando-se com suas pequenas ações, que o espectador percebe que a nova história mínima de Sorín é, no fundo, a de um renascimento. Do limite do seu abandono, Tucci descobre uma fresta, uma janela. A filha, afinal, não é tão distante. A pesca malsucedida pode recomeçar. A vida recomeça. É, sem que nada ocorra - tudo depende do olhar do público -, uma experiência rara, imperdível.

Com um olhar sereno, quieto no canto do sofá e cheio de dificuldade para entender o que as pessoas falam ao seu redor. Severino Luiz de França, com impressionantes 104 anos de idade, relembra da época que começou a trabalhar, ainda criança. Em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, já trabalhara com agricultura. Com 18 anos, em busca de uma melhor qualidade de vida, Severino, ou simplesmente seu Biu, partiu para a capital do Estado, com sua esposa – que já faleceu -. No Recife, depois de se dedicar a trabalhos braçais no ramo da construção civil, já com seus 20 anos, ele começou a se dedicar ao artesanato, por meio da confecção de caqueiras de cascas de coco – objetos que servem para o plantio de mudas ou plantas adultas - .

Foi com essa atividade que seu Biu criou oito filhos. O trabalho representou para ele dignidade e principalmente sentimento de utilidade. “Tinha saúde e gostava muito de trabalhar”, diz emocionado, ao conversar com a nossa reportagem. Pela idade e por causa de recomendações médicas, Severino parou de fazer as caqueiras há cerca de um ano. Porém, o senhor tentou quebrar a orientação em alguns momentos. Tentativa que não deu certo, uma vez que a baixa visão e a falta de habilidade com as mãos - que não é a mesma como anos atrás - atrapalham a confecção do produto. “Fico muito triste. Minha vida agora é ficar de braço cruzado”, comenta, com voz arrastada e trêmula.

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É com um contexto desse que muitos idosos se deparam. O conceito de longevidade acaba sendo manchado pela impossibilidade deles trabalharem ou desempenharem atividades do dia a dia. É por isso que alguns velhinhos absorvem o sentimento de inutilidade e muitas vezes acabam desenvolvendo doenças físicas e até mesmo psíquicas. Entretanto, segundo a geriatra Sandra Brotto Furtado, do Instituto de Medicina do Idoso de Pernambuco (Imedi), é preciso analisar caso a caso. “Cada idoso e sua capacidade laborativa devem ser analisados de forma individualizada. Hoje temos pessoas em idade avançada com plena capacidade de trabalho. Não existe uma regra fixa ou idade chave para a aposentadoria. Esta deve ser discutida diante da vontade do paciente e das suas condições de saúde”, explica a médica.

No caso de seu Biu, os familiares tentam mantê-lo feliz com a atual rotina. Rodeado de filhos, netos e bisnetos, o antigo fazedor de caqueiras vai levando a vida sem agitação, porém, não é o suficiente para conformá-lo sobre a recomendação de deixar de trabalhar.

De acordo com a geriatra Sandra Brotto, é importante que a adequação à ausência do trabalho seja feita de forma gradativa. Segundo ela, atitudes erradas podem causar depressão nos idosos. “O ideal é que essa transição seja feita de maneira gradual com redução da carga horária e com a ocupação por outras atividades na sua rotina, sejam elas de lazer, voluntariado ou para aprendizado de um novo hobby, como uma língua estrangeira ou curso de computação. A forma compulsória de aposentadoria atual, onde um dia se trabalha e no outro se fica em casa, pode sim fazer surgir um quadro depressivo. Por isso algumas empresas já possuem uma forma de preparo para aposentadoria nos anos anteriores, como forma de minimizar essa transição de estilo de vida”, destaca.

Ainda segundo a médica, os familiares têm um importante papel nessa brusca mudança. “É sempre importante ouvir e respeitar a vontade do idoso em questão. A família se torna peça fundamental nestes anos após a aposentadoria para engajar o idoso numa rotina prazerosa e desafiadora que aproveite todo seu potencial físico e cognitivo, além de buscar ajuda profissional caso do aparecimento de sintomas depressivos como falta de ânimo, choro desmotivado e embotamento social”, finaliza Sandra.

Cuidados com a longevidade

A necessidade de conviver com os idosos e entender como é a melhor maneira de mantê-los felizes, mesmo quando impedidos de trabalharem nas funções que desempenharam ao longo da vida, incentivou a criação de cursos de capacitações. Como exemplo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Pernambuco promove o Curso de Cuidador de Idosos. Segundo o coordenador pedagógico da qualificação, Ricardo Coelho, os alunos têm interesses diversos. “A gente não tem apenas alunos da área de saúde. Temos também pessoas interessadas em cuidar de familiares”, explana Coelho.

Uma das professoras do curso, a enfermeira Viviane Ferrer, sempre aborda em suas aulas como é delicado o momento que o idoso precisa deixar de trabalhar. “Isso pode causar depressão no idoso. É triste quando ele se vê privado. É importante que as famílias achem uma terapia ocupacional para preencher o cotidiano dele”, opina.

Elayne Bione, além de aluna do curso, tem uma experiência dentro da sua própria casa. A mãe dela tem 66 anos e durante toda a vida profissional atuou como professora. Diagnosticada com diabetes, a idosa tem problemas de visão e agora se depara com uma realidade de incapacidade para exercer o que sempre fez de melhor. “Minha mãe está perdendo a autonomia e não se conforma com isso. Ela sempre diz que não justo com ela, depois de tantos anos trabalhando. Eu procuro sempre conversar e acho importante interagir. É um momento complicado e idosos nesta fase precisam de apoio da família”, relata Elayne.

No vídeo abaixo, a professora e psicóloga do Curso de Cuidador de Idosos do Senac, Luciane Ferraz, e a cuidadora com 8 anos de experiência, Maria Conceição Gomes, também compartilham experiências com idosos. Assista:

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Quando a idade não atrapalha

Um total de 700 funcionários, 100 mil clientes atendidos mensalmente, lojas presentes em importantes capitais do Nordeste. Esses números são apenas parte das responsabilidades de seu Jurandir Pires, 79, fundador da rede de utensílios de mesmo nome, a “Jurandir”. Natural de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú de Pernambuco, o empreendedor fundou em 1963 uma loja que vendia tecidos.

Mais de 50 anos depois, o empreendimento de seu Jurandir é referência no Nordeste como uma das principais empresas do ramo de utensílios, instituição conduzida por ele e seus filhos. Apesar da idade avançada, o empresário continua a visitar diariamente as lojas localizadas no Recife, bem como realiza atividades administrativas e chega até a receber clientes.

Para seu Jurandir, o que leva um idoso a continuar trabalhando tem um motivo. “Primeiro a necessidade de trabalhar, de estar perto do negócio. Depois, quando o sujeito se recolhe a pior, ele fica muito mal. Vou trabalhar até eu puder. Nunca disse que estava cansado após um dia de trabalho. Quando o dia é cheio de atividades, chego em casa, tomo um banho e vou dormir. No outro dia, estou pronto novamente”, conta Pires.

Segundo o empresário, ter um empreendimento é importante para que um idoso continue a trabalhar. “O segredo é ter um negócio para trabalhar. Se for funcionário, você é útil para a empresa até certa idade”, opina. Perguntado sobre a saúde, seu Jurandir conta que faz exames de rotina, além de atividade física. “Faço caminhada. Como digo aos meus amigos, só vou morrer quando quiser”, diz o empresário, de forma descontraída.  

APOSENTADORIA - Por lei, pessoas a partir dos 65 anos podem se aposentar no Brasil, desde que tenham trabalhado em empresas privadas. Trabalhadores do setor público obrigatoriamente devem se aposentar aos 70 anos de idade. Porém, segundo o advogado Giovanne Alves, especialista em direito público e processual e material do trabalho, o patrão não pode exigir que um funcionário de instituição privada, ao atingir os 65 anos, solicite ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) a aposentadoria. “A aposentadoria do setor privado não é compulsória. Ninguém é obrigado a se aposentar”, destaca o advogado.

De acordo com Alves, quem já conquistou a aposentadoria pode continuar trabalhando, recebendo inclusive o salário de aposentado e a remuneração do atual emprego. Segundo ele, um processo que aconteceu há alguns anos e que ainda hoje pode ocorrer é o da “desaposentação”. Alves explica que é possível, por meio da Justiça, solicitar o cancelamento da aposentadoria. Após o cancelamento, o solicitante pode voltar a trabalhar em uma nova empresa, passando a receber um salário mais alto. É possível também conquistar uma nova aposentadoria com um novo salário.  

 

 

Na próxima sexta-feira (18), será realizada mais uma edição do Atelier Cinéma, que desta vez irá exibir o drama A Pequena Jerusalém, da roteirista e diretora Karin Albou. A sessão será na Aliança Francesa do Derby, às 19h30, com entrada gratuita. Após o filme, a mestre e doutoranda em Cinema, Catarina Andrade, fará um debate com a presença da plateia.

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A Pequena Jerusalém é vencedor de prêmios em diversos festivais e foi destaque na Semana da Crítica do Festival de Cannes, em 2005. O filme fala sobre o bairro periférico de Paris chamado de Pequena Jerusalém, devido ao grande número de famílias de judeus. Lá mora Laura, uma jovem de 18 anos dividida entre os estudos religiosos e filosóficos que se apaixona por um imigrante ilegal mulçumano. A partir daí, Laura começa a entrar em conflito com seus costumes e ensinamentos que recebeu ao longo da vida.

Serviço

Atelier Cinéma - exibição do filme A Pequena Jerusalém

Sexta (18) | 19h30

Aliança Francesa (Rua Amaro Bezerra, 466 - Derby)

Gratuito

Quem for ao cinema em busca de um Ben Stiller comediante não vai encontrar, pelo menos não totalmente. Em A vida secreta de Walter Mitty, o ator assume uma postura mais dramática e confusa com a vida. Stiller acerta no drama e na missão como diretor, transformando uma história simples e aparentemente besta em uma aventura delicada, que faz uma reflexão sobre certas imposições da vida.

O roteiro de Steve Conrad (À procura da felicidade) é sensível em torno da história de Walter Mitty (Ben Stiller), personagem criado pelo escritor americano James Thurber para um conto publicado na revista The New Yorker em 1939. Mitty é gerente do departamento de imagem da Life, uma importante revista que está prestes a fechar as portas. No longa, a vida secreta é a fantasia criada por Walter numa tentativa de fugir da opressão social, da solidão, e viver seus sonhos. Ao longo de todo o filme, surgem cenas paralelas entre o real e a fantasia, cabendo ao espectador distingui-las da realidade ou embarcar junto com Walter nessa viagem.

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Como gerente da parte de imagens da Life, Walter se sente responsável pelo desaparecimento da foto que seria capa da revista. A fim de encontrá-la, ele embarca numa aventura de mistério e superação. Paralelo ao sumiço da fotografia, surge a relação entre Walter e Cheryl (Kristen Wiig), que funciona como um fio condutor para o personagem abandonar a fantasia e enfrentar a realidade. A fotografia do filme é tão sensível quanto a história, em enquadramentos milimetricamente pensados, o diretor (Stiller) harmoniza toda a relação confusa entre realidade e fantasia.

Com direito a paisagens fantásticas e uma trilha sonora digna de viagem, além de Space Oddity de David Bowie, Walter vai em busca da fotografia. No entanto, muito mais que descobrir onde está a foto, o mistério acaba se tornando a vida de Walter. O espectador se prende totalmente ao personagem e as atitudes tomadas por ele.

A vida secreta de Walter Mitty conta, inclusive, com a participação de Sean Penn, que carrega consigo lições de moral sobre a vida. Entretanto, por se tratar de Ben Stiller, não pode faltar comédia, mesmo que seja em pequenas doses e até com umas piadas sem graça. Em uma das divagações de Walter, ele imagina que é Benjamin Button, personagem icônico do filme O curioso caso de Benjamin Button. E mesmo com essa paródia forçada e diálogos vazios, a cena não estraga a obra prima de Ben Stiller.

 

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Uma das maiores premiações do cinema e da TV, o Globo de Ouro, divulgou suas indicações para a premiação anual dele que acontece no dia no dia 12 de janeiro de 2014. Sabendo disso, o LeiaJá vai trazer uma série de matérias mostrando as indicações que podem levar os prêmio de melhor drama, musical ou comédia, animação e filme estrangeiro. 

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Começamos mostrando os indicados a categoria melhor drama. Trazemos para vocês cada filme, os trailers, e sobre o que eles falam. Ficou curioso para saber quem são? Então é só dar play: 

 

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