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A sueca Greta Thunberg carrega a paixão de uma geração que decidiu enfrentar o monstro das mudanças climáticas, mas também sofre com o desprezo daqueles que a veem como uma marionete messiânica da consciência ecológica.

Aos 16 anos, a adolescente é o rosto e a voz de uma juventude preocupada, que recicla lixo, limpa as praias, evita carne e aviões e vota em partidos ambientais nas eleições.

Há pouco mais de um ano, no início do ano letivo de 2018, Greta deixou sua mochila em casa e passou a se manifestar toda sexta-feira em frente ao Parlamento sueco em Estocolmo com uma placa feita a mão para tentar sensibilizar os deputados sobre a emergência climática.

Sua "greve escolar", transmitida pelas redes sociais, atravessou fronteiras e promoveu o movimento global "Sexta-feiras para o futuro".

O fenômeno "Greta" se tornou planetário.

Suas contas no Twitter e no Instagram têm mais de seis milhões de assinantes.

Os jovens a escolheram como porta-voz das preocupações com as mudanças climáticas.

E o tom é claramente acusatório.

"Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias", disse ela, com lágrimas nos olhos, aos líderes mundiais reunidos para a cúpula climática em Nova York, na segunda-feira, evento do qual participou após atravessar o Atlântico em um veleiro "zero carbono".

A adolescente e sua causa mobilizam milhões de jovens nas ruas, fascinados por sua determinação.

Para seus críticos, Greta é um oráculo vergonhoso, cujas "utopias mortíferas" expõem as neuroses de uma adolescente autista (ela foi diagnosticada com Síndrome de Asperger), manipulada pelos agentes do "capitalismo verde" e por seus pais.

Essas reações são porque ela "é poderosa", diz Severn Cullis-Suzuki, uma bióloga canadense que tinha 12 anos quando desempenhou um papel semelhante durante a Cúpula da Terra, organizada no Rio de Janeiro em 1992.

"Ela pede uma revolução. É por isso que eles tentam silenciá-la", afirma Cullis-Suzuki à AFP.

- Milagre, ou ciborgue -

Quando se trata de Greta, nascida em 3 de janeiro de 2003 no país menos "religioso ou espiritual" do planeta, referências místicas, mágicas ou clínicas são recorrentes.

O fotógrafo Yann Arthus-Bertrand a vê como "um milagre", e o ex-presidente americano Barack Obama, como a personificação de uma juventude que "muda o mundo".

Outros a veem como "um ciborgue", nas palavras do filósofo francês Michel Onfray, ou "uma doente mental" que cedeu à "histeria climática", segundo o comentarista conservador Michael Knowles, da Fox News.

Em abril, o papa Francisco recebeu a jovem em Roma por ocasião do segundo aniversário da "Laudato si" (Louvado seja), a segunda encíclica do pontífice. A legenda "Aos cuidados da casa de todos" ecoa as palavras de Greta: "a casa está pegando fogo".

Segundo alguns críticos, ela utiliza uma semântica mágica que desfoca a mensagem científica, prejudica a inovação tecnológica e oculta alguns desafios ecológicos.

"A questão climática ofuscou todos os outros problemas ambientais, como abuso de animais, indústria de carne, ou pesticidas", diz a cientista política Katarina Barrling, da Universidade de Uppsala.

Nesse contexto, as vozes que questionam as posições de Greta são imediatamente suspeitas de "ceticismo climático", acrescenta a especialista.

Ela também é acusada de gerar ansiedade em vez de produzir um discurso racional.

No Fórum Econômico de Davos, ela disse: "Quero que entrem em pânico, que sintam o medo que sinto todos os dias". Na semana passada, falando ao Congresso dos EUA, a adolescente moderou o discurso: "Quero que vocês ouçam os cientistas".

- Pensamento crítico -

O dedo que acusa os adultos incomoda no exterior, mas não tanto na Suécia.

Tudo nela - a irreverência, o espírito de desobediência e as tranças - lembra o personagem de Pippi Meialonga, criado pela autora sueca Astrid Lindgren, um paradigma da criança liberta da tutela dos adultos e que aprende por si mesma como é o mundo.

"Não é por acaso que Greta é sueca. Acho que ela não existiria sem Pippi, ou Lisbeth Salander", diz a ensaísta sueca Elisabeth Asbrink, referindo-se à especialista em computadores com um dragão tatuado nas costas, personagem dos romances da saga Millennium.

"Durante décadas, o currículo escolar sueco priorizou a formação do pensamento crítico dos alunos, e não o acúmulo de conhecimento", destaca Barrling.

Mas a pergunta que muitos se fazem é: para que serve Greta?

Para defender os direitos humanos, disse a ONG Anistia Internacional, que concedeu a ela o prêmio de "embaixadora da consciência".

Seu nome também é mencionado como um possível candidato ao Prêmio Nobel da Paz de 2019.

O Comitê Nobel da Paz já concedeu prêmios com cores ambientais no passado - como Al Gore, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ou o ativista queniano Wangari Maathai -, vinculando-os a questões democráticas.

A contribuição de Greta ainda deve ser demonstrada, afirma o diretor do Oslo Peace Research Institute (Prio), Henrik Urdal.

"O vínculo entre paz e aquecimento global é baseado em alegações que a pesquisa não apoia. Ela deu um impulso impressionante às questões da mudança climática, mas a pergunta permanece: é relevante para o Prêmio? O Prêmio Nobel da Paz?", questiona.

Dezesseis jovens, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, anunciaram nesta segunda-feira (23) uma nova ofensiva, desta vez no campo legal, ao denunciar a inação de líderes mundiais como uma violação da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança.

Embora representantes dos países denunciados, entre eles o Brasil, tenham assinado esta convenção há 30 anos, comprometendo-se a proteger a saúde e os direitos das crianças, eles "não cumpriram suas promessas", declarou a sueca à margem da cúpula climática da ONU, na qual voltou a condenar a inação diante da emergência climática.

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Quase todos os países, com exceção dos Estados Unidos, ratificaram esta convenção para proteger a saúde e os direitos das crianças. Mas "violaram todos nós e negaram nossos direitos. Nosso futuro está sendo destruído", acrescentou Alexandria Villasenor, apelidada de a 'Greta Thunberg' americana.

Na prática, esta denúncia sem precedentes de jovens com idades entre 8 e 17 anos, dirige-se a cinco países poluentes: Brasil, França, Alemanha, Argentina e Turquia. Os jovens são de 12 países diferentes e contam com a ajuda do escritório internacional de advocacia Hausfeld e o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A denúncia se refere a um "protocolo opcional" pouco conhecido da convenção: desde 2014, este autoriza as crianças a apresentarem queixas perante o Comitê de Direitos das Crianças da ONU, se considerarem que seus direitos foram violados.

O comitê deverá investigar as supostas violações e depois fazer recomendações aos países para suspendê-las.

As recomendações são vinculantes, mas os 44 países que ratificaram este protocolo estão de acordo em princípio a respeitá-las, explicou Michael Hausfeld, que espera que se emitam diretrizes nos próximos 12 meses.

Os cinco países incluídos na queixa ratificaram o protocolo, mas estão entre os mais contaminantes do mundo e são influentes no seleto clube de países ricos e emergentes do G20.

Por este motivo foram incluídos no lugar de Estados Unidos, China e Índia, os maiores emissores de poluentes do mundo, mas que não ratificaram o protocolo.

Antigos países industriais, como França e Alemanha, são responsáveis por grande parte das emissões na história, apesar de atualmente não serem os maiores emissores de gases de efeito estufa, argumentou o gabinete Hausfeld.

Manifestantes em mais de 150 países estão nas ruas em defesa do meio ambiente. Os protestos ocorrem às vésperas da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontecerá na próxima segunda-feira (23), em Nova York.

A campanha mobiliza milhões de crianças, jovens e adultos, numa tentativa de chamar a atenção dos políticos, instituições e grandes empresas a tratarem o assunto com mais seriedade e medidas drásticas.

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Capitais como Paris, Berlim, Bruxelas, Washington, Cidade do México, Santiago do Chile, Madri, Nova Delhi, Bangkok, Dublin, entre outras, já registram atos.

No Reino Unido, milhares de pessoas protestam em Glasgow, Manchester e Londres. Na Austrália, mais de 300 mil pessoas foram às ruas em mais de 100 cidades.

No Brasil, há atos marcados em mais de 40 cidades, incluindo Rio de Janeiro, Florianópolis e São Paulo.

Nos Estados Unidos, há mais de 800 atos marcados para hoje em diversas cidades. Estima-se que Nova York deve reunir mais de 1 milhão de manifestantes.

Na Alemanha, mais de 500 manifestações foram marcadas em cidades como Berlim e Hamburgo.

A #climatestrike está entre os trending topics hoje (20), as hashtags mais replicadas pelo twitter.

O grande nome desse movimento é Greta Thunberg, uma ativista ambiental sueca de 16 anos que, no ano passado, começou a faltar as aulas nas sextas-feiras para protestar, pacificamente, diante do Parlamento sueco, por mais ação em relação às mudanças climáticas. A iniciativa recebeu o nome de Fridays for Future (sextas-feiras pelo futuro, em tradução livre).

Thunberg foi convidada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para participar da cúpula da ONU. Ela pediu aos chefes de governo que não apresentem discursos, mas proponham ações para o que chama de emergência climática.

As manifestações devem culminar com um gigantesco ato, em Nova York, onde está Greta Thunberg. A cidade liberou 1,1 milhão de alunos das escolas públicas, para que possam comparecer às ruas, com consentimento dos pais.

Justiça ambiental, agricultura sustentável, proteção e recuperação da natureza e preservação de terras indígenas são algumas das bandeiras defendidas pelos manifestantes.

A greve climática mundial começou nas ilhas Salomão, no oceano Pacífico, algumas das nações mais ameaçadas pelo aumento do nível do mar. Manifestações estão previstas para acontecer em todos os continentes.

O movimento mundial Hora do Planeta, promovido pela organização não governamental WWF, fará manifestações em quase 100 cidades brasileiras. O ato simbólico de desligar as luzes de monumentos, prédios públicos e residências, por uma hora, será neste sábado (30), a partir das 20h30.

Vários símbolos do mundo aderem ao movimento entre eles o Empire State Building, nos Estados Unidos, o Tower Bridge de Londres, no Reino Unido, a Torre Eiffel, na França, o Kremlin e a Praça Vermelha, na Rússia.

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No Brasil, quase 100 cidades irão participar do ato, entre elas Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília e Fortaleza. Além disso, estão previstos que 130 monumentos em todo o país terão suas luzes apagadas.

O objetivo da ação, segundo a WWF, é sensibilizar a comunidade global "para as questões de mudanças climáticas e seu impacto na biodiversidade e na vida das pessoas". Em 2018, cidades de 188 países participaram do ato e mais de 17 mil monumentos apagaram suas luzes.

Da Ansa

Oficiais de países ao redor do mundo concordaram sobre um conjunto de regras para governar o acordo climático de Paris, assinado em 2015, após duas semanas de conversas na Polônia.

Michal Kurtyka, um oficial polonês presidindo as conversas em Katowice, na Polônia, acertou o acordo no sábado, após diplomatas e ministros de quase 200 países aprovarem.

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As conversas tinham o propósito de dar diretrizes firmes aos países sobre como relatar de forma transparente as suas emissões de gases de efeito estufa, além de seus esforços para reduzi-las. Cientistas dizem que as emissões de gases como dióxido de carbono precisam cair drasticamente até 2030 para prevenir um aquecimento global potencialmente catastrófico.

A Academia Real das Ciências da Suécia premiou nesta segunda-feira (8) os norte-americanos William D. Nordhaus e Paul M. Romer com o Nobel de Economia.

Nordhaus, professor da Universidade Yale e um dos acadêmicos mais respeitados em seu campo, foi premiado por causa de seus estudos sobre os efeitos das mudanças climáticas na economia.

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Já Romer, docente da Universidade de Nova York e ex-economista-chefe do Banco Mundial, pesquisou os impactos dos estudos sobre inovação tecnológica na análise macroeconômica.

O Nobel da Economia foi entregue pela primeira vez há 50 anos pelo Banco Central sueco, que financia o prêmio. É a distinção mais prestigiosa que um economista pode receber, e os vencedores ganham um diploma, uma medalha de ouro e 9 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 4 milhões).

Da Ansa

Milhares de quilômetros de cabos de fibra óptica enterrados em regiões costeiras densamente povoadas dos EUA poderão em breve ser inundados pela elevação do nível dos mares, segundo um novo estudo de pesquisadores das Universidades de Wisconsin-Madison e Oregon.

O estudo retrata que as infraestruturas de comunicação - como cabos de fibra óptica enterrados e centros de dados - podem ser submergidas pelo aumento dos mares em 15 anos, de acordo com o autor sênior da pesquisa, Paul Barford. O relatório avaliou apenas o risco nos EUA.

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As cidades americanas mais suscetíveis aos fenômenos, de acordo com o relatório, são Nova York, Miami e Seattle, mas os efeitos repercutiriam por toda a internet, potencialmente perturbando as comunicações globais.

"Quando a infraestrutura de internet foi construída, há 20 ou 25 anos, ninguém se preocupou com as mudanças climáticas", disse Barford. Os indícios dos problemas que estão por vir, informa o pesquisador, podem ser vistos nas catastróficas tempestades e inundações que acompanharam os furacões Sandy e Katrina.

"O primeiro instinto será endurecer a infraestrutura. Mas manter o mar à distância é difícil. Provavelmente, podemos conseguir um pouco de tempo, mas, a longo prazo, isso não será eficaz", diz o pesquisador.

Além de analisar o risco de infraestrutura local e de longa distância nas áreas costeiras do país, o estudo examinou o perigo para os ativos enterrados de provedores de serviços de internet individuais. Ele descobriu que as redes da CenturyLink, Inteliquent e AT&T estão em maior risco.

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A pré-candidata da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, responsabilizou nesta quinta-feira, 12, o governo Michel Temer pelo crescimento do desmatamento em terras públicas no País. Ao falar sobre a perda de protagonismo do Brasil na agenda ambiental, Marina citou como fator principal o Programa Nacional de Regularização Fundiária, sancionado com base na Medida Provisória 759.

A lei proposta na gestão emedebista flexibiliza a regularização fundiária de terras da União na chamada Amazônia Legal. "A regularização de várias áreas por sucessivas Medidas Provisórias começou já no governo Lula, depois que eu saí do governo. Depois no governo Dilma e agora no governo Temer, com essa lei de regularização fundiária e dá um sinal: ocupa terra pública que será garantido pelo governo federal. Por isso que o aumento do desmatamento tem acontecido principalmente dentro de área pública, onde não deveria acontecer. Isso é apropriação indevida, é roubo de terra pública com a legalização em seguida, em função desses grupos pressionarem seus representantes no Congresso e esses representantes pressionarem os Executivos para que legalizem as áreas roubadas", disse.

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A pré-candidata citou também os governos petistas para explicar que a agenda ambiental tem sido utilizada como "moeda de troca" por apoio parlamentar no Congresso Nacional. "Eu não tenho dúvida que a falta de credibilidade e legitimidade do governo e a falta de compromisso da ex-presidente Dilma com essa agenda fez, sim, aumentar o problema ambiental. A primeira moeda de troca que aparece nas disputas dentro do Congresso para manter apoio ao governo, seja no governo Dilma, seja no governo Temer, é a agenda ambiental e indígena e de defesa dos direitos humanos. Desde 2012, estamos vivendo uma série de retrocessos na agenda climática", argumentou.

Nesta quinta-feira, Marina se encontrou em Brasília com integrantes do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que apresentaram um documento com várias propostas para o meio ambiente. Ela demonstrou interesse em incorporar as medidas ao seu programa de governo. Prometeu ao grupo levar essa agenda para o agronegócio brasileiro, sem que isso representa perda de produtividade.

"Precisamos cada vez mais expandir nossa agenda ambiental no setor agrícola sem que isso signifique perda de aumento de produtividade. Nós precisamos fazer com que a nossa indústria volte a ter o protagonismo e espaço necessário na agenda econômica do País, mas já dentro da nova métrica dos compromissos do desenvolvimento sustentável que o Brasil vem assumindo", defendeu.

As luzes de diversos monumentos em várias partes do país ficarão apagadas por uma hora neste sábado (24), das 20h30 às 21h30, em celebração à Hora do Planeta, uma iniciativa mundial promovida pela organização não governamental (ONG) WWF. O ato simbólico ocorre desde 2007, com o objetivo de chamar a atenção para a importância de se preservar o meio ambiente e conscientizar a sociedade sobre as mudanças climáticas.

De acordo com o WWF, na campanha deste ano, mais de 600 monumentos terão suas luzes apagadas em 145 cidades brasileiras. A expectativa é que mais de 250 mil pessoas participem do movimento.

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Em São Paulo, um dos monumentos a terem a luz desligada é a Fonte Multimídia, no Ibirapuera. O Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, que estão entre os principais cartões-postais do Rio de Janeiro, também terão suas luzes apagadas. Em Brasília, um dos monumentos que ficarão às escuras será o Congresso Nacional.

Estão previstas atividades como pedaladas, limpeza de praias, caminhadas, observação de estrelas e palestras e outras ações de conscientização sobre temas como o despejo adequado de lixo. Pessoas e empresas que queiram participar ou se informar sobre as atividades previstas para o evento podem fazê-lo por meio do site do WWF-Brasil.

Segundo a ONG, mais de 3 mil monumentos de diversas partes do mundo já se inscreveram para participar do Hora do Planeta 2018, reforçando ainda mais a mensagem ambientalista proposta pela campanha.

Por muito tempo em perigo, o panda gigante "está em uma situação melhor, mas continua em risco", em razão do aquecimento global que ameaça seu habitat e sua alimentação - estima Florian Kirchner, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), a poucos dias do nascimento de dois filhotes na França.

Q: Os pandas gigantes continuam em perigo?

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R: Eles continuam na lista vermelha de espécies ameaçadas estabelecida pela UICN, que lista todas as espécies em risco de extinção, classificadas em três categorias: "vulnerável", "em perigo" e "criticamente em perigo".

Em 2016, o panda se afastou um passo da extinção, passando da categoria "em perigo", na qual estava há tempos, para "vulnerável".

Isso significa que continua ameaçado, mas está em uma inclinação positiva, e seu estado de conservação está melhorando, graças aos esforços das autoridades chinesas.

O panda nunca esteve "criticamente em perigo", mas sempre "em perigo". Havia enormes preocupações, porque sua população estava em declínio desde os anos 1990.

O 4º censo nacional (2011-2014, realizado pelas autoridades chinesas) indica que há 1.864 pandas gigantes na natureza. No censo anterior, a população era estimada em 1.596. No anterior (1985-1988), eram 1.216 indivíduos.

A população de pandas é extremamente fragmentada: há 33 subpopulações na China, incluindo 18 muito pequenas, onde há menos de dez indivíduos. É um fator de grande fragilidade.

Além dos 1.864 pandas, há 400 animais em cativeiro na China e cerca de 40 no exterior.

Q: Quais são as principais ameaças?

R: Em 1986, quando foi incluído pela primeira vez na lista vermelha do UICN, o panda estava em declínio acentuado.

Havia duas ameaças principais: a destruição e a fragmentação de seu hábitat pelo desmatamento para urbanização, expansão das áreas agrícolas e criação de gado, e uma segunda, menor, a caça ilegal, especialmente para sua pele.

Podemos dizer que essas ameaças quase já não existem mais.

A caça, porque as reservas de pandas são extremamente vigiadas e as condenações por esse crime são severas.

Quanto à redução de seu hábitat natural, ainda existem problemas, mas o governo chinês criou vastas reservas e campanhas de reflorestamento.

A ameaça que tememos agora é representada pelas mudanças climáticas.

Estima-se que as mudanças climáticas possam eliminar mais de 35% das florestas de bambu nos próximos 80 anos.

Outras espécies se adaptam mais facilmente, podem viver em diferentes ambientes, comer coisas diferentes. Já os pandas se restringem ao bambu.

Então, se os bambus diminuírem, o número de pandas também irá diminuir. Durante o século atual, a tendência (para melhorar seu estado de conservação) poderia facilmente ser revertida.

Também existem outras ameaças, como a possibilidade de doenças.

Q: Por que é importante proteger os pandas?

R: Algumas espécies, como o urso branco, o tigre, o panda vermelho, o panda gigante, despertam empatia e atraem muita atenção do público. São símbolos, como embaixadores de todas as outras espécies, de milhares de espécies ameaçadas.

Há 5.241 espécies que sabemos que correm um risco crítico de extinção.

Além disso, o panda é uma espécie "guarda-chuva", o que significa que sua proteção significa a proteção de várias outras espécies que não recebem atenção, que não atraem a atração do público.

Proteger os pandas significa proteger toda a fauna e a flora que se encontram nas florestas de bambu.

Devido às mudanças climáticas, um dos animais símbolos da Antártida, o pinguim-imperador, pode ter sua última marcha em 2100, segundo informam os pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS).

A pesquisa apontou que o aumento da temperatura e o derretimento do gelo são os principais motivos da redução do número da espécie, que é o maior e mais pesado da "família". Até o final do século, é estimada que haja uma redução de 19% da população de pinguins-imperadores.

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Que a espécie sofre risco de extinção, não é novidade. Mas, os pesquisadores franceses usaram um novo modelo de análise, mais complexo e que considera um número mais amplo de fatores - incluindo a maneira como os pinguins reagem às mudanças climáticas, migrando para locais mais adequados para sua sobrevivência.

Com a nova análise, os pesquisadores previram que, nos próximos 20 anos, a quantidade de membros da espécie deve ficar estável ou aumentar "levemente" se eles encontrarem melhores condições de sobrevivência.

No entanto, a partir de 2050, é previsto que o número de pinguins-imperadores diminua ano a ano, podendo a espécie desaparecer da Antártida por volta do ano 2100. 

O presidente dos Estados Unidos, Donald, Trump, está revendo o Acordo do Clima de Paris e pretende anunciar sua decisão final antes da cúpula de líderes do G-7, no fim de maio, afirmou hoje o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.

Em entrevista coletiva, o porta-voz afirmou também que Trump pretende discutir uma ampla gama de assuntos durante a visita do presidente da China, Xi Jinping, na próxima semana, entre eles, o comércio, a Coreia do Norte e a disputa territorial Mar da China Meridional. (Marcelo Osakabe)

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O ator americano Leonardo DiCaprio faz um chamado a todos para que, ante a necessidade de conter as mudanças climáticas, modifiquem-se os hábitos de consumo, em um documentário que estreou neste sábado (15) em Londres, "Before the Flood".

O ator, vencedor este ano do Oscar por sua interpretação em "O Regresso", convida o público a conhecer especialistas e políticos de todo o mundo que apresentam o desafio representado pelo aquecimento global, e pistas para encontrar soluções para este problema. "Não queria que o filme assustasse as pessoas ou lhes apresentasse estatísticas e fatos que já conhecem, e sim que ajudasse a pensar no que se deve e pode fazer para deixar um planeta habitável para as próximas gerações", explica DiCaprio nas notas de produção do documentário.

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O ator percorre o planeta, desde o local onde foi filmado O Regresso, na província canadense de Alberta, até a poluída Pequim, passando pela Groenlândia, o arquipélago de Kiribati ou Sumatra, e constata os danos produzidos: poluição, aumento do volume das águas - que ameaça o futuro de ilhas e, a longo prazo, o de toda a humanidade - e desmatamento dos pulmões verdes do planeta.

DiCaprio, nomeado pela ONU Mensageiro da Paz encarregado principalmente da luta contra as mudanças climáticas, denuncia empresas e políticos - entre eles, em primeiro lugar, o candidato republicano à presidência americana, Donald Trump - que negam o aquecimento global, organizam campanhas e fazem lobby para bloquear qualquer reforma favorável ao meio ambiente.

- Trump desautorizado-

"Se você não acredita nas mudanças climáticas, então não acredita em fatos, nem na ciência, e, na minha humilde opinião, não deveria ser autorizado a ocupar um cargo público", disse o ator em mensagem ao candidato republicano, durante a exibição do documentário na Casa Branca, este mês.

O presidente Barack Obama lembrou, naquela ocasião, que "estamos realmente mergulhados em uma corrida contra o tempo".

De Bill Clinton a Ban Ki-moon, passando pelo Papa Francisco, Leonardo DiCaprio interroga todos os poderosos ou dirigentes sobre a possibilidade de se evitar um desastre.

Barack Obama exibe diante da câmera um otimismo cauteloso, e explica que a luta contra o aquecimento global se tornou "um tema de segurança nacional. Se agirmos agora, não há motivo para que não consigamos resolver a tempo o problema".

Do lado das soluções, a mensagem de DiCaprio é clara: "Depende de nós! Deixemos de consumir produtos a base de óleo de palma, substituamos pelo menos parte do nosso consumo de carne por frango ou verduras, e mostremos que sabemos a verdade sobre as mudanças climáticas".

Em nível político, ele defende a necessidade de uma taxa de carbono, elogia o desenvolvimento das energias solar e eólica, e se entusiasma com a megafábrica de baterias para carros elétricos do visionário sul-africano Elon Musk. "Before the Flood", dirigido por Fisher Stevens, estreia nos Estados Unidos em 21 de outubro e será divulgado, em seguida, pela rede National Geographic.

O Acordo de Paris para o combate às mudanças climáticas atingiu na quarta-feira (5) o limite mínimo de adesões para entrar em vigor, depois que 72 países, responsáveis por 56,75% das emissões de gases de efeito mundiais, o ratificaram. Agora se somam 30 dias para ele oficialmente ser adotado: em 4 de novembro, véspera do início da Conferência do Clima de Marrakesh.

Definido em dezembro do ano passado por 195 países durante a Conferência do Clima de Paris, precisava ser ratificado por ao menos 55 países, responsáveis por 55% das emissões, para entrar em vigor.

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A primeira marca havia sido alcançada em 21 de setembro, quando chegou a 60 o número de ratificações, mas na ocasião estavam cobertas apenas 47,76% das emissões. Ali já estavam comprometidos China, Estados Unidos e também o Brasil. No domingo, a Índia entrou. Na terça (4), o Parlamento Europeu ratificou o acordo, abrindo espaço para que todos os países-membros da União Europeia também o fizessem.

A entrada em vigor se dá muito antes do esperado. A expectativa original era que isso só ocorreria em 2020. Na prática, significa que o mundo vai começar a fazer seus planos para implementar ações que possam reduzir as emissões de gases de efeito estufa a fim de limitar o aumento da temperatura média do planeta a menos de 2°C até o fim do século, com esforços para ficar em no máximo 1,5°C.

Já se sabe que as metas que cada país assumiu não são suficientes. Elas ainda deixam o mundo no rumo de um aquecimento de 3°C. A rápida entrada do acordo em vigor dá mais tempo para que os países possam revisar seus planos. "A entrada em vigor do Acordo de Paris, antecipadamente, significa que a sociedade global está preocupada com a questão climática e engajada para que as mudanças climáticas não atinjam níveis catastróficos como os prognósticos científicos indicavam", disse o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho.

Brasil

Everton Lucero, secretário de Mudanças Climáticas, afirmou que deve ser divulgada até novembro uma primeira versão do plano de implementação das metas para discussão com a sociedade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aumento da temperatura da Terra acelera e "é necessário duplicar, inclusive triplicas os esforços" para limitar as emissões de gás de efeito estufa", advertiram nesta quinta-feita sete importantes climatologistas.

A partir de 2050, a temperatura média no planeta poderá subir dois graus Celsius em relação à era pré-industrial. O objetivo atual dos líderes mundiais é evitar ir mais além desse limite para não sofrer os piores efeitos da mudança climática, como o aumento dos oceanos e uma maior frequência de eventos meteorológicos extremos. Os cientistas fazem sua advertência em um comunicado de sete páginas intitulado "A verdade sobre a mudança climática".

"A mudança climática ocorre agora e mais rápido do que o previsto", insistiu Robert Watson, ex-presidente do Grupo de Especialistas Intergovernamental sobre a Mudança Climática e agora porta-voz dos sete cientistas, procedentes de distintos países. O planeta está a ponto de bater seu terceiro recorde consecutivo de calor desde que são medidas as temperaturas, em 1880.

"Sem esforços adicionais dos principais emissores de gás de efeito estufa, o aumento da temperatura a marca de 2º C poderá ser alcançada inclusive antes", declarou. À margem da conferência de Paris, alguns climatologistas inclusive falaram da meta mais ambiciosa de limitar o aumento da temperatura a 1,5º C. Mas, em 2015, a temperatura média no globo já estava acima daquela da era pré-industrial, segundo a Organização Meteorológica Internacional.

Isso representa um aumento expressivo em apenas três anos: o aumento em 2012 era apenas de 0,85º C acima do período pré-industrial. O número de fenômenos climáticos extremos ligados ao aquecimento como as secas, os incêndios, as inundações e os furacões se duplicaram desde 1990, revelaram estes especialistas.

O presidente Michel Temer acaba de entregar ao secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, o documento no qual o Brasil ratifica o Acordo de Paris sobre mudança do clima. O documento estabelece metas a serem adotadas pelo país, com o objetivo de frear o aumento da temperatura no mundo.

De acordo a ONU, 30 países devem encaminhar o documento nesta quarta-feira (21) durante a cerimônia na sede das Nações Unidas, em Nova York. Para entrar em vigor, o acordo precisa ser ratificado (transformado em lei) por pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emissões de carbono.

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Assinado pelos 197 países da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), o acordo foi aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro em agosto deste ano.

Metas

Pelo acordo, o Brasil assume oficialmente o compromisso de manter o aumento da temperatura média global em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima de tais níveis até 2100.

Para atingir o objetivo, o tratado estabelece metas individuais de cada país. No caso do Brasil, o país se compromete a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, na comparação com os níveis registrados em 2005; e em 43% até 2030.

Também é objetivo do acordo promover o financiamento coletivo de um piso de US$ 100 bilhões a cada ano para países em desenvolvimento, considerando suas necessidades e prioridades, bem como criar um mecanismo de revisão, a cada cinco anos, dos esforços globais para frear as mudanças do clima.

Agricultura e energia

Na agricultura, a meta brasileira é restaurar e reflorestar uma área de 12 milhões de hectares. Os planos incluem ainda a restauração de mais 15 milhões de áreas degradadas e o aumento de 5 milhões de hectares no sistema de integração lavoura pecuária e floresta.

No setor energético, o objetivo é elevar para 18% o uso de biocombustíveis sustentáveis. O Brasil pretende atingir 45% de energias renováveis na matriz energética, dos quais entre 28% e 33% são de fonte não hídrica, incluída a energia eólica e a solar. O país ainda pretende ter ganhos de eficiência energética no setor em torno de 10%.

Encontro com empresários

Ainda hoje, ao meio-dia, Temer terá um encontro seguido de almoço com empresários e investidores, em evento promovido pelo Conselho das Américas. A expectativa é que ele faça a palestra de encerramento do encontro. À tarde, o presidente participa de entrevista coletiva com jornalistas da imprensa brasileira e internacional. O embarque de Temer para o retorno ao Brasil está previsto para as 17h (18h no horário de Brasília).

Os Estados Unidos e a China entregaram ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, os instrumentos legais para a ratificação do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Os presidentes norte-americano, Barack Obama, e chinês, Xi Jinping, se encontraram neste sábado (3) na China, onde participarão da reunião do G20, para formalizar a ratificação do acordo.

Juntos, os dois países são responsáveis por cerca de 40% das emissões globais de gases de efeito estufa. Após a entrega, Barack Obama disse que Estados Unidos e China, como grandes economias e os maiores emissores, devem liderar pelo exemplo e repassar a confiança de que o mundo está caminhando em direção a um futuro com economia de baixo carbono.

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"Assim como eu acho que o Acordo de Paris acabará por revelar-se um ponto de inversão para o nosso planeta, eu acredito também que a história vai julgar os esforços de hoje como fundamentais", disse Ban Ki-moon, ponderando que o acordo não vai salvar sozinho a crise climática do mundo.

O secretário-geral da ONU elogiou a postura dos dois líderes e disse que o fato de hoje representa um "poderoso impulso" para as demais adesões. Agora, 26 países já ratificaram o acordo, e restam outras 29 nações para que ele seja, de fato, ratificado.

Processos domésticos de ratificação - "Estou esperançoso e otimista de que conseguiremos fazê-lo antes do fim do ano. Peço que todos os líderes, particularmente os países do G20, acelerem seus processos domésticos de ratificação para que possamos transformar as aspirações de Paris na ação climática transformativa da qual o mundo precisa tão urgentemente", disse Ban Ki-moon.

Concluído em dezembro de 2015 e assinado por 195 países, o Acordo de Paris limita o aumento da temperatura média global abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais. No Brasil, ele foi aprovado pelo Senado no mês passado (LINK) e deve ser entregue pelo governo no próximo dia 20, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

As mudanças climáticas e a propagação de ervas invasoras deverão dobrar o número de pessoas que sofrem de alergias sazonais, como a rinite alérgica, em toda a Europa, com prováveis impactos semelhantes na América do Norte - disseram pesquisadores nesta quinta-feira (25).

Em meados do século, cerca de 77 milhões de pessoas na Europa vão sofrer de rinite alérgica, em comparação com os 33 milhões de hoje, de acordo com um estudo publicado na revista Environmental Health Perspectives.

"A alergia ao pólen de ambrósia provavelmente se tornará um grande problema de saúde em boa parte da Europa", disse o autor principal do estudo, Iain Lake, pesquisador da Universidade de East Anglia, na Inglaterra.

Pesquisas anteriores já haviam previsto que o aquecimento global iria acelerar a disseminação do pólen, mas esse é o primeiro estudo a quantificar esses efeitos, disse Lake. Não apenas mais pessoas vão ser afetadas por asma alérgica, coceira e olhos inchados, como a gravidade dos sintomas também deverá aumentar, concluiu o estudo.

Esse impacto será proveniente de maiores concentrações de ambrósia e de uma temporada de pólen que se estenderá entre setembro e outubro na maior parte do continente. Países menos afetados hoje - França, Alemanha e Polônia, por exemplo - serão provavelmente os mais atingidos nas próximas décadas.

O principal culpado são as mudanças climáticas, mas a contínua propagação da espécie invasora também é um fator-chave. Uma única planta ambrósia pode produzir cerca de um bilhão de grãos de pólen por ano, principalmente em agosto.

A ambrósia é responsável por mais da metade da produção de pólen em muitos países europeus. A rinite é uma condição alérgica comum que afeta cerca de 40% dos europeus em algum momento de sua vida.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 400 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de rinite alérgica, e 300 milhões, de asma relacionada ao pólen. O impacto econômico dessas condições é calculado em dezenas de bilhões de euros, ou de dólares, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.

A equipe de pesquisadores cruzou informações de mapas de estimativa de contagem de pólen de ambrósia com projeções de população, dados sobre onde as pessoas vivem e os níveis de alergia atuais.

Os pesquisadores tomaram como base um cenário de mudanças climáticas "moderadas" que provocariam um aumento de cerca de 2,5ºC da temperatura média global até o final deste século, em comparação com os níveis de 1850.

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que vai pedir ao Congresso para dobrar os gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D) em energia limpa até 2020. Mas é pouco provável que o pedido seja aceito.

Legisladores republicanos, que governam o Congresso norte-americano, zombam da ciência por trás das mudanças climáticas e descartam os apelos de Obama para que a questão seja tratada com urgência. Em uma mudança incomum, especialmente considerando ser o último ano de governo, os presidentes republicanos dos comitês de Orçamento na Câmara e no Senado disseram que não realizarão a audição da proposta presidencial de orçamento um dia depois de recebê-la, como de costume.

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Obama planeja revelar ao público seu projeto de gastos na terça-feira, justamente quanto os eleitores de New Hampshire irão às urnas para a primária presidencial da corrida para sucedê-lo.

"Em vez de subsidiar o passado, devemos investir no futuro", disse Obama em seu discurso de semanal de rádio e internet, resumindo o seu desejo de aumentar as despesas de P&D em energia limpa.

Os gastos federais norte-americanos em pesquisa e desenvolvimento em energias limpas subiria de US$ 6,4 bilhões neste ano para US$ 12,8 bilhões em 2020, segundo a proposta de Obama. Se aprovado, o orçamento que entraria em vigor em 1º de outubro proporcionaria US$ 7,7 bilhões para P&D em energia limpa no ano fiscal de 2017.

A proposta de Obama é parte de sua iniciativa "Missão Inovação", anunciada no ano passado na Conferência do Clima de Paris. Cerca de 20 países, entre os quais EUA, China, Índia e Brasil, se comprometeram a dobrar seus respectivos orçamentos para esse tipo de pesquisa nos próximos cinco anos.

A Casa Branca disse nesta semana que Obama quer que as companhias petrolíferas paguem uma taxa de US$ 10 sobre cada barril de petróleo para ajudar a arrecadar dinheiro para os gastos com transporte limpo para combater as mudanças climáticas.

Fonte: Associated Press

Os prefeitos das cidades de Paris, Anne Hidalgo, Los Angeles, Eric Garcetti, e Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assinaram um artigo conjunto distribuído a jornais de todo o mundo e publicado pelo diário "La Tribune", de Paris. No texto, os três prefeitos se comprometem a acelerar políticas de redução das emissões de CO2 na atmosfera por meio de projetos comuns, sejam de curto prazo, como a compra conjunta de lâmpadas mais econômicas, sejam por de longo prazo, como o desenvolvimento de transportes e energias mais eficientes.

Os três prefeitos integram o grupo Cities 40 (C40), criado em 2005 e que hoje reúne prefeitos de 83 metrópoles mundiais com o objetivo de lutar contra as razões das mudanças climáticas. Na prática, a principal missão dos prefeitos do conjunto é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além de criar projetos em comum para ampliar as oportunidades econômicas do desenvolvimento sustentável.

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Anne, Garcetti e Paes lembram no artigo que a 21ª Conferência do Clima (COP-21) das Nações Unidas atribui às cidades grande papel na luta contra as mudanças climáticas. "No momento em que os dirigentes nacionais começam a se debruçar em busca de soluções para a implementação do acordo, eles deverão uma vez mais buscar respostas junto às cidades", advertem os prefeitos.

As cidades reunidas no Cities 40 somam juntas mais de meio bilhão de habitantes e representam cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Logo, são influentes no que diz respeito ao aquecimento global.

"Nós precisamos acelerar a luta contra as mudanças climáticas muito antes da entrada em vigor do acordo, em 2020", dizem os três prefeitos, que prometem se organizar em programas de compras públicas, adoção de políticas e de 2,3 mil programas que têm como objetivo reduzir as emissões em 450 milhões de toneladas de CO2 até 2020 - o equivalente às emissões do Reino Unido.

Essas medidas custarão US$ 6,8 bilhões. "Da compra de sistemas de iluminação pública em LED em curto prazo, ao desenvolvimento de meios de transporte mais eficazes e à construção de infraestruturas verdes de longo prazo, as metrópoles do mundo se organizam a partir de Paris para estabelecer um mapa do caminho tão preciso quanto possível", dizem os prefeitos.

Os três chefes de executivos municipais também lembram que o Cities 40 está criando um fundo de financiamento de projetos municipais sustentáveis que contará com US$ 1 bilhão nos próximos quatro anos. "Nós estamos convencidos que, se cidades tão diversas como Rio, Paris e Los Angeles podem trabalhar juntas para lutar contra as mudanças climáticas e favorecer um planeta mais sustentável para as gerações futuras, nossas nações são igualmente capazes", dizem os prefeitos.

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