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O presidente Jair Bolsonaro voltou neste domingo, 17, a desacreditar pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro. Segundo ele, as imagens de atos populares dos quais participou nas últimas semanas mostram que tem apoio nas ruas, bem como pesquisas junto a determinados setores da sociedade.

"Viram as imagens de Fortaleza? Coisa fantástica, né? O que é aquilo, não tem um centavo meu, é espontâneo. Isso é Brasil, é uma política diferente do que se fazia aqui no Brasil", afirmou ele, em entrevista a jornalistas na frente do Palácio da Alvorada, em Brasília. Ontem, Bolsonaro esteve na capital cearense para participar da Marcha para Jesus.

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De acordo com Bolsonaro, isso lhe dá a certeza de que tem "votos na rua". "Eu posso perder em uma ou outra enquete, mas na grande maioria a gente ganha. Se for no meio do público evangélico, ou do público que gosta de armas, você vai no agronegócio, nesse somatório, de cada dez enquetes, nove eu ganho", afirmou.

O presidente citou pesquisas do Datafolha para desacreditar os levantamentos. "O próprio Datafolha fez uma pesquisa dizendo que o Lula é mais honesto do que eu. Eu posso ter um monte de defeitos, todo mundo tem, agora quanto à honestidade, acho que o Lula perde para qualquer um no Brasil", disse.

Em Pernambuco, o ex-presidente Lula lidera a corrida presidencial com nada menos que 28 pontos percentuais de vantagem. De acordo com o levantamento sobre a situação eleitoral para o executivo federal divulgado nesta terça-feira (17) pelo instituto Paraná Pesquisas, em seu estado de origem, o petista conta com 54,3% das intenções de voto, sendo seguido pelo presidente Jair Bolsonaro, que aparece com 26%.

O terceiro lugar é ocupado por Ciro Gomes (5,2%), enquanto André Janones e João Dória aparecem com 1,1%. Pablo Marçal, Luciano Bivar, Eymael, Simone Tebet, Vera Lúcia e Luiz Felipe D'Avila também foram incluídos na pesquisa, mas não chegaram a um ponto percentual das intenções de voto.

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Brancos ou nulos somaram 7,2%, enquanto 4% não sabem ou não responderam em quem vão votar. A pesquisa entrevistou 1.510 eleitores, em mais de 60 municípios pernambucanos, entre os dias 10 e 14 de maio. Seu nível de confiabilidade é de 95%, com margem de erro de 2,6%

Avaliação do governo federal

Ainda de acordo com o levantamento, 62,6% dos pernambucanos desaprovam o governo do presidente Jair Bolsonaro. Sua gestão é considerada péssima para 48,4%, ruim para 8,3%, regular para 17,1%, boa para 13,5% e ótima para 11,1%.

Questionado sobre a recuperação do presidente Jair Bolsonaro (PL) em pesquisas de intenções de voto na corrida ao Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a distância entre eles continua acima de 15 pontos e que, no segundo turno, essa distância aumenta. "Estou tranquilo e estou com certeza de que temos todas as condições para ganhar as eleições em 2022", afirmou em entrevista à Rádio CBN Campinas

"É preciso trabalhar, é preciso colocar o pé no chão, é preciso andar o Brasil, é preciso conversar com as pessoas, elaborar um programa que leve em conta a necessidade de gerar empregos, de recuperar a massa salarial que caiu 9% este ano, de fazer com que a gente tenha política de crédito para pequeno e médio empreendedor brasileiro [...]", completou Lula. A estratégia do petista é focar na carestia para rivalizar com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Lula voltou a dizer que transformará o BNDES em um banco com foco em programas para pequenos e médios empresários brasileiros.

Alckmin

Lula voltou a afirmar que a escolha do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) à vice na chapa ao Planalto é importante para abrir diálogo com setores da sociedade que estavam afastados do Partido dos Trabalhadores. "Alckmin agrega experiência, agrega um setor da sociedade que durante muito tempo não votou no PT ou não quis votar no PT. O Alckmin agrega pessoas que pensam diferente de nós em muitas coisas", defendeu durante a entrevista.

O PT aposta que o ex-governador seja elo de Lula em, principalmente, três segmentos: agronegócio, evangélicos e mercado financeiro.

Como mostrou o Estadão, cresce dentro do PT e também no PSB a expectativa de que Alckmin "retorne ao centro", em referência aos acenos à esquerda feitos pelo ex-governador paulista e atual vice na chapa de Lula. O mais recente foi quando Alckmin ouviu o hino Internacional Socialista no congresso do PSB.

Em 18 pesquisas eleitorais divulgadas desde o início do ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece crescendo levemente ou oscilando para cima, dentro da margem de erro. Isso pode indicar que o pagamento do Auxílio Brasil, iniciado em janeiro, está influenciando a seu favor. Mas esse efeito, até o momento, é pouco expressivo - no máximo, o candidato à reeleição subiu três pontos porcentuais.

O movimento coincide com o recuo do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), que apresenta baixa nos mesmos levantamentos. É como se parte de seus simpatizantes estivesse migrando ou voltando para o bolsonarismo. Líder na corrida eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou praticamente estável na maioria das pesquisas em 2022.

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A mais recente foi publicada nesta quarta-feira (16). Segundo o instituto Quaest, Lula figura com 46% das intenções de voto. Bolsonaro tem 26% e é seguido por Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Moro, com 6%. Esses valores se referem às médias de cada candidato nos três cenários testados. Na série de três pesquisas que o Quaest fez desde janeiro, o presidente subiu três pontos, enquanto Lula oscilou um ponto para cima.

Ao acabar com uma das principais marcas dos governos petistas, o Bolsa Família, e criar o Auxílio Brasil, programa mais abrangente e com pagamentos mais elevados - embora sem garantia de continuidade -, Bolsonaro tinha a expectativa de capturar o eleitorado mais fiel a Lula, o de menor renda. Até o momento, não houve mudanças expressivas nesse segmento.

Na pesquisa Quaest, o petista tem 35 pontos porcentuais de vantagem sobre o presidente (54% a 19%) entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos. No mês passado, o placar era de 55% a 16%. O instituto não divulgou o detalhamento por renda em janeiro.

O Auxílio Brasil não foi o único fator a influenciar o eleitorado desde o início do ano, período marcado pelo aumento da inflação e por um novo agravamento da pandemia de Covid-19. Em março, segundo a Quaest, quase metade dos eleitores (47%) apontaram a economia como o principal problema do País. O termo agrega temas como desemprego, inflação e crescimento. Em janeiro, a economia causava menos preocupações - era citada por 37% como o pior problema.

Retorno

Para o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria, Bolsonaro não está roubando, mas recuperando votos perdidos. "O que a gente está observando é a volta dos que não foram. Aquele eleitor que foi do Bolsonaro, que tentou sair dele à procura de um candidato mas não conseguiu decidir-se em nenhum nome e agora está voltando para o lugar de onde nunca saiu", disse.

Marco Antonio Carvalho Teixeira, pesquisador do Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da Fundação Getulio Vargas, concorda. "Bolsonaro volta a índices próximos de avaliação do governo", disse.

O Quaest, contratado pela corretora de investimentos Genial, fez 2.000 entrevistas presenciais em 120 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o protocolo BR-06693/2022.

O PoderData também divulgou ontem pesquisa, que mostrou Lula com 40% e Bolsonaro com 30%. Diferentemente do Quaest, o PoderData faz pesquisas por telefone. Estas, na comparação com as presenciais, tradicionalmente atribuem resultados piores para Lula e melhores para os adversários.

Com direito a tenente-coronel como ajudante de transmissão, nessa quinta-feira (10) Jair Bolsonaro (PL) afirmou que os resultados das pesquisas eleitorais são falsos, pois ele era assistido por mais espectadores que a live de comemoração de 42 anos do PT. Sem provas, o presidente também apontou que o ministro da Defesa, general Braga Netto, vai pressionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por supostas vulnerabilidades no processo eleitoral. 

No momento em que o ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL) descredibilizava as intenções de voto que põem o ex-presidente Lula (PT) à frente em todos os cenários, o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid aproveitou para mostrar a tela do celular em cochicho com Bolsonaro. 

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Antes, Cid já participava da live como assistente de produção, com o dever de segurar o celular enquanto jornalistas de veículos aliados lançavam perguntas de interesse do Planalto.

Após a informação ao pé do ouvido, o presidente fez anotações em seu 'script' com temas a serem debatidos na transmissão e se posicionou para comentar sobre o que lhe foi repassado. 

Ao fim da fala de Marinho, Bolsonaro trouxe números da live de aniversário do PT, que ocorria simultaneamente. "Vamos falar em número aqui, coisa rápida, que números não dá para a gente distorcer", iniciou.

Em uma conta de padaria, o gestor defendeu que as pesquisas são falsas por que a soma dos espectadores que o assistiam nas redes sociais e nos programas associados à Jovem Pan era muito maior que o público petista. Na conta do presidente, 190 mil pessoas acompanhavam seu pronunciamento.

Com os dados repassados por Cid, que aparentemente também era encarregado de acompanhar a live do PT, Bolsonaro indicou que 1.200 pessoas acompanhavam a transmissão do concorrente.

"Então, o líder das pesquisas com 50% tem 50 vezes menos assistindo a live dele do que a live nossa. É uma prova concreta que isso é uma farsa. As pesquisas realmente não batem com a realidade", sugeriu.

Pressão sobre o TSE

Pouco depois, ele informou que as Forças Armadas oficiaram o TSE e ainda aguardam uma resposta do presidente Luís Roberto Barroso sobre dezenas vulnerabilidades com as urnas eletrônicas.

O ministro Braga Netto será responsável por analisar a posição do TSE, ressaltou Bolsonaro, que já disse que não tinha provas sobre falhas no sistema eleitoral, mas voltou a cobrar eleições auditáveis.

Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as pesquisas de intenção de voto mostram um povo “de saco cheio” do presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita em entrevista nesta terça-feira (1º) ao Show do Antonio Carlos, da Super Rádio Tupi. 

“A pesquisa é uma fotografia do momento em que ela é feita. Elas são muito variadas; tem pesquisa feita pela internet, por telefone, presencialmente. Acho que as pesquisas estão mostrando algo que é a mais pura verdade. O povo está cansado e de saco cheio de Bolsonaro. O povo quer alguém que dê um pouco de confiança e esperança, quer realizar sonhos porque o governo Bolsonaro é um pesadelo”, comentou Lula. 

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O líder petista, apesar do destaque entre os pré-candidatos, diz ainda não saber se deve oficializar a candidatura. De acordo com a última pesquisa do Ipespe, da quinta-feira (27), Lula tem 44% e Bolsonaro, 24%. “Eu ainda não decidi a minha candidatura, mas acho que as coisas estão caminhando bem. Nós estamos discutindo aliança com algum partido político. Se discute muito o nome do ex-governador Alckmin, mas ele ainda não tem um partido político. Quando eu decidir, e ele decidir o partido, quem sabe a gente não consiga concretizar uma aliança política”, ressaltou. 

Uma outra aliança que deve decolar é a do PT com o deputado federal Marcelo Freixo, atualmente no PSB. O ex-psolista deverá tentar vaga no Executivo para o governo carioca. “O Freixo é um extraordinário candidato para o Rio de Janeiro e para qualquer outro estado do Brasil, porque o Freixo é uma pessoa altamente qualificada e tem demonstrado sua luta em defesa da paz, da harmonia e do desenvolvimento do Rio de Janeiro", declarou o petista. 

Lula sinalizou também que o deputado estadual André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deve concorrer ao Senado. Ceciliano era cotado ao Executivo e poderia ser uma das apostas do Partido dos Trabalhadores. 

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As eleições começam antes do encontro nas urnas e seus rumos já se definem a partir das pesquisas de voto. Até o momento, Lula leva vantagem em todos os cenários, o que indica a saudade do brasileiro da gestão do PT. O doutor em Ciência Política e professor da Asces-Unita Vanuccio Pimentel comentou sobre o cenário.

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Ao prever o acirramento da polarização, o estudioso lembra que a liderança do petista não surpreende. Ele se apresentou como forte concorrente em 2018, mas teve a candidatura impossibilitada pela pena decretada pelo ex-juiz Sergio Moro, o que pavimentou o crescimento do então candidato Jair Bolsonaro.

Na visão de Vanuccio, além do “próprio desajuste que é o Governo Bolsonaro e da lembrança que as pessoas têm do Governo Lula”, a implosão do centro do antipetismo, sustentado pela Operação Lava Jato, justifica a reconciliação do eleitorado com o ex-presidente.

"Com a Lava Jato naufragando e as decisões de Moro sendo revertidas, isso sai do cenário real da Política, ou seja, já é um tema que não vai estar mais em discussão, o que beneficia muito o Lula pelo fato de que toda aquela estrutura se desabou e, queira ou não, justifica o discurso que sempre teve desde o começo da Lava Jato de que era uma operação política", afirma.

Eleito no 1º turno

Votado por aproximadamente 48% dos eleitores, as previsões possibilitam uma vitória ainda no primeiro turno. "Dependendo da quantidade de apoios que Lula possa vir a conseguir, ele tem uma possibilidade real de projetar uma vitória no primeiro turno. Ainda é muito cedo, mas é algo que pode ocorrer", comenta o professor.

Lula é maior que o PT

Como Fernando Haddad não foi suficiente em 2018 e Dilma Rousseff foi destituída pela pressão popular dos protestos de 2013, o cientista vê a popularidade do petista como o interesse fundamental ao invés da volta do PT em si.

"Dilma ainda mantém uma popularidade baixa comparada com Lula. Então, o eleitor soube diferenciar o que era o Governo Lula e o que era o Governo Dilma. Não sei se há esse arrependimento", considera.

Terceira via retraiu junto com a Lava Jato

Bem atrás, uma terceira via tímida se apresenta com Sergio Moro, que teve a credibilidade contestada quando assumiu o Ministério da Justiça a convite de Bolsonaro e, recentemente, se filiou ao Podemos para concorrer à Presidência. Como quarta força, Ciro Gomes (PDT) é ameaçado de ter que suspender a candidatura pelo baixo desempenho.

"A terceira via, no contexto de hoje, é muito restrita. Estamos falando de talvez, no máximo, 20% do eleitorado. Basicamente não impede uma polarização entre os dois principais atores. Então, acho muito difícil que esta terceira via ganhe fôlego eleitoral", complementa Vanuccio.

O mundo científico foi capaz de encontrar uma vacina contra a Covid-19 em poucos meses, mas contra a aids a pesquisa não teve sucesso, apesar de anos de esforços.

Como se explica essa diferença? Para começar, a própria natureza do vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da aids, que é difícil de neutralizar.

Contra o coronavírus, os governos assumiram o comando: Estados Unidos, por exemplo, anunciaram investimentos colossais, o relaxamento das regulamentações, o teste de novas pistas de pesquisas.

Mas contra o vírus da aids o esforço não foi o mesmo. Apesar dos avanços formidáveis no tratamento médico, o HIV continua matando.

O 1º de dezembro é o dia de luta contra a doença que representou, após a sua descoberta em 1983, uma profunda mudança social.

No ano passado, 680 mil pessoas morreram de aids.

O HIV "infecta as células do sistema imunológico", integrando no DNA seu próprio material genético, explica à AFP Olivier Schwartz, diretor da unidade de vírus e imunidade do Instituto Pasteur.

Isso o torna um inimigo muito mais difícil de localizar. Enquanto não são necessárias, essas células imunes passam por fases dormentes, durante as quais o vírus pode se desenvolver.

Enquanto uma infecção com SARS-CoV2 (o vírus da covid-19) é curada na maioria dos casos naturalmente e a imunidade é adquirida ao mesmo tempo, o mesmo não acontece com o HIV.

Em segundo lugar, sua variabilidade é muito maior do que a do coronavírus. O HIV "sofre mutações muito mais facilmente" e, portanto, "é mais difícil gerar anticorpos de amplo espectro que podem bloquear a infecção", explica Olivier Schwartz.

"Sabemos vacinar contra uma variante rapidamente, mas não quando um vírus sofre mutações excessivas", enfatiza Nicolas Manel, chefe de equipe do Instituto Curie.

Um recente ensaio de vacina na África Subsaariana, para gerar imunidade contra várias variantes do HIV, foi abandonado devido à falta de eficácia.

- "Meios limitados" -

Para descobrir uma vacina, uma decisão de investimento estratégico de longo alcance terá que ser feita. Mas o mercado farmacêutico, com exceção das vacinas anticovid, está enfraquecido.

"A falta de investimento é alarmante", lamenta Nicolas Manel. "Existem muitos pesquisadores motivados, mas trabalham com meios limitados", explica.

A vacina é, a priori, a única forma de erradicar totalmente o vírus, com o qual ainda vivem cerca de 38 milhões de pessoas no mundo.

No momento, os pacientes têm à disposição um tratamento de terapia tripla "que funciona maravilhosamente bem e medicamentos que podem prevenir a doença", explica Monsef Benkirane, diretor de pesquisas do Instituto Francês de Genética Humana.

Atualmente, há uma dezena de vacinas em estudo. Entre elas, um produto desenvolvido pelo laboratório Moderna com tecnologia de RNA mensageiro, método inovador que deu origem ao grande sucesso de sua vacina contra a covid.

"O uso dessa tecnologia abre uma nova porta, cheia de esperança para vírus como o HIV", diz Gilles Pialoux, chefe do serviço de doenças infecciosas e tropicais do hospital Tenon em Paris e especialista em aids.

Mas os resultados finais levarão anos para chegar.

A pandemia de coronavírus teve um impacto muito negativo na luta contra a aids, pois interrompeu enormemente o acesso ao sistema de saúde e às redes de exames e laboratórios.

Mas, ao mesmo tempo, ativou novos campos promissores na pesquisa de vírus.

"Nunca se falou tanto sobre saúde, doenças infecciosas, o esforço coletivo necessário para combater uma pandemia global", destaca Serawit Bruck-Landais, da associação francesa Sidaction.

A Justiça francesa ordenou, nesta terça-feira (19), que o ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy compareça como testemunha no julgamento de cinco ex-colegas seus pelas dezenas de pesquisas encomendadas pelo Palácio Eliseu durante seu mandato.

O ex-chefe de Estado, que não está sendo julgado graças à sua imunidade presidencial, comunicou ao tribunal administrativo de Paris sua recusa a comparecer, como pedia a associação anticorrupção Anticor.

O tribunal considerou, entretanto, que "o depoimento de Nicolas Sarkozy é efetivamente (...) necessário para estabelecer a verdade" e que poderia "influenciar nos fatos atribuídos aos acusados".

O tribunal "ordenou que este testemunho seja levado a ele pela força pública para ser ouvido em 2 de novembro". Consultado sobre esta decisão, o entorno de Sarkozy rejeitou reagir "no momento".

Já condenado a um ano de prisão em março, e a outro, no final de setembro por outros casos - veredictos dos quais recorreu -, o presidente francês (2007-2012) se recusou, em 2016, a comparecer ao juiz de instrução deste caso.

O escândalo das pesquisas, que começou em 2010, revelou que o Eliseu pagou muitas sondagens de opinião sobre a popularidade do presidente, suas políticas, seus adversários e até sobre sua esposa, Carla Bruni.

Um "vício em pesquisas", denunciou em 2012 o político ambientalista Raymond Avrillier, que obteve documentos da Presidência francesa por meio da Justiça administrativa.

Durante quatro meses, o tribunal deve abordar as suspeitas de favoritismo e de malversação de fundos públicos sobre os contratos fechados pelo Eliseu, sem licitação.

Entre os acusados, estão o historiador e jornalista de extrema direita Patrick Buisson, o ex-secretário-geral da Presidência Claude Guéant e a ex-chefe de gabinete Emmanuelle Mignon.

O ex-diretor da empresa de pesquisas Ipsos, Pierre Giacometti, também está entre os processados, assim como o ex-conselheiro Julien Vaulpré.

Há cerca de 70 milhões de anos, no período conhecido como Cretáceo Superior, o recém-descoberto Kurupi itaata buscava presas nas terras de São Paulo. Medindo por volta de 5 metros de altura, o predador carnívoro - parente do famoso Tiranossauro Rex - é o quarto membro da família dos abelissaurídeos encontrado no Brasil.

Segundo o estudo que revelou os achados sobre o animal, o Kurupi itaata pode ter sido um dos últimos grandes carnívoros a andar na região antes do evento que extinguiu os dinossauros. Este é o primeiro dinossauro carnívoro encontrado na cidade de Monte Alto, que é considerada a terra dos dinossauros brasileiros. Na região estão localizados diversos sítios paleontológicos.

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Assim como os demais membros da espécie, o Kurupi itaata tinha braços curtos e membros inferiores potentes, o que conferia a habilidade de perseguir e capturar presas rápidas.

Os estudos e escavações que resultaram no achado estavam em curso desde 2002, mas apenas em 2014 os pesquisadores compreenderam a importância dos achados. 

"Com os ossos que nós encontramos, no caso o osso da bacia, 3 vértebras e têm alguns ainda que a gente ainda não identificou. Mas com esses fósseis que a gente identificou, foi possível fazer análise filogenética, identificar a qual família o bicho pertencia e também foi permitido ver que era um bicho novo", afirmou Fabiano Vidoi, paleontólogo responsável pela pesquisa e co-autor da publicação científica do achado, que pode ser lida na íntegra no periódico Journal of South American Earth Sciences (em inglês).

*Com informações da Reuters.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou o edital para o programa Catalisa ICT. A iniciativa pretende capacitar pesquisadores para transformar os estudos de alunos de pós-graduação, mestres e doutores, com titulação reconhecida no Brasil, em negócios inovadores. Para participar, basta realizar inscrição no site do programa, até 24 de janeiro de 2021.

“Para nós, o nascimento de empresas inovadoras a partir dos centros de pesquisa das universidades é uma estratégia extremamente importante para a reconfiguração da economia do país, gerando empregos de alta qualidade e divisas para o Brasil”, afirmou o gerente de Inovação do Sebrae, Paulo Renato Cabral, segundo informações da assessoria de imprensa.

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Na primeira chamada pública, serão selecionadas mil pesquisas de abrangência nacional. Segundo o edital, os critérios são potencial de impacto econômico da pesquisa e sua relevância dentro do mercado; e o grau de inovação.

Além disso, o ineditismo, a abrangência, e capacidade de impacto socioambiental e contribuição para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), serão avaliados.

O resultado da seleção será divulgado no dia 24 de fevereiro do ano que vem, conforme explica o edital, disponível por meio deste link. O grupo selecionado participará de capacitações, com início previsto para o dia 1º de março de 2021.

Sete deputados federais eleitos pelo PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, disputam prefeituras pelo País, mas nenhum deles aparece nas pesquisas com chance de ir ao segundo turno. Quem chega mais perto disso é o deputado Professor Joziel (PSL-RJ), candidato em São João de Meriti (RJ) - e le aparece em terceiro, com 11,8% das intenções de voto.

Na capital paulista, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), eleita com recorde de votos em 2018, desponta com 2% das intenções de voto na mais recente pesquisa Ibope/TV Globo/Estadão. Ela critica a indefinição do partido após a cisão que dividiu a legenda entre "bolsonaristas" e "bivaristas". "Um dos fatores que fez com que isso acontecesse foi a guerra declarada contra o PSL por esse grupo dos bolsonaristas", disse.

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Eleita a deputada mais votada da Bahia em 2018, com a alcunha de "Federal do Bolsonaro", a professora Dayane Pimentel (PSL-BA) amarga 2% nas intenção de voto para a prefeitura de Feira de Santana (BA).

Mesmo o apoio explícito do presidente não tem surtido efeito nas principais disputas. Em Boa Vista, o deputado Nicoletti (PSL-RR) aparece em quinto. Ele chegou a dizer que tinha o apoio de Bolsonaro na disputa municipal, mas voltou atrás. "Estou fazendo minha campanha independente dos velhos grupos políticos de Roraima, sem coligação, somente com o apoio do povo e de Deus", disse.

O deputado Heitor Freire (PSL-CE) aparece com 2% das intenções de votos (7º lugar) para a prefeitura da capital cearense. "O momento agora não é mais daquela discussão ideológica. As pessoas agora estão preocupadas com falta de remédio e com a economia", afirmou.

No Rio, o deputado Luiz Lima (PSL-RJ), vice-líder do governo na Câmara, está em quinto. Ele não respondeu à reportagem. Em São Gonçalo, Ricardo Pericar (PSL-RJ), está em quarto lugar nas pesquisas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A menos de um mês das eleições de 3 de novembro, o candidato democrata, Joe Biden, aparece à frente do presidente Donald Trump na Flórida, um dos Estados-chave para as eleições nos Estados Unidos, de acordo com várias pesquisas publicadas nesta quarta-feira (7). Segundo uma sondagem da Reuters/Ipsos, Biden teria 4 pontos percentuais a mais que Trump - na última pesquisa, há uma semana, os dois apareciam tecnicamente empatados.

De acordo com a média das pesquisas feita pelo site Real Clear Politics, Biden também está na frente na Flórida, com 4,6 pontos percentuais de vantagem. Já o levantamento da Universidade Quinnipiac indica que o democrata tem 11 pontos percentuais a mais que Trump no Estado.

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Além disso, dois levantamentos do New York Times/Siena College mostram o democrata liderando em outros Estados-chave: ele tem 6 pontos a mais em Nevada e está 1 ponto na frente do presidente em Ohio. Segundo outra sondagem, da Marquette University Law School, o ex-vice-presidente de Barack Obama também está na frente de Trump em Wisconsin, por 5 pontos de diferença.

A pesquisa da Ipsos revela ainda que 50% dos prováveis eleitores da Flórida acreditam que Biden seria melhor na gestão da pandemia do novo coronavírus, contra 41% que acham que Trump seria mais eficiente.

No que diz respeito à economia, Trump é mais bem avaliado no Estado: 49% dos entrevistados acreditam que o republicano seria melhor no gerenciamento da crise econômica após a pandemia, contra 45% que apostam em Biden.

No total, 7% dos eleitores ouvidos pela Ipsos no Estado disseram que já votaram em eleições antecipadas ou pelo correio. No total, mais de 4 milhões de americanos já votaram, número é bem maior do que o registrado no mesmo período na eleição passada: 75 mil. Em 2016, Trump venceu na Flórida.

A sondagem ouviu eleitores em seis Estados-chave para a vitória no Colégio Eleitoral: Wisconsin, Pensilvânia, Michigan, Carolina do Norte, Flórida e Arizona - neste último, o democrata também tem 2 pontos percentuais de vantagem.

Como nos Estados Unidos a eleição é indireta, decidida pela Colégio Eleitoral, onde cada Unidade Federativa tem um peso determinado no pleito, é importante que cada candidato conquiste o máximo de estados possível para vencer a votação.

Alguns se tornaram, historicamente, currais eleitorais do Partido Democrata, outros, do Republicano. Há, no entanto, um grupo que costuma variar o voto em cada eleição - são os chamados Estados-pêndulo. É o caso desses seis Estados citados na pesquisa. Em 2016, o republicano venceu em todos eles.

No caso da Flórida, Trump busca o voto de venezuelanos e cubanos exilados nos EUA. Para agradar a esse eleitorado, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, fez uma a visita relâmpago a Roraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, no fim de setembro.

A vinda do representante do governo americano, que também esteve em Suriname, Guiana e Colômbia, teve como principal objetivo discutir a situação na Venezuela. No encontro com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, Pompeo chamou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de "traficante de drogas".

Trump recebeu alta do hospital militar Walter Reed na noite de segunda-feira, 5, após ter sido internado na sexta-feira com complicações ligadas aos sintomas da covid-19.

Sem fazer campanha presencialmente por causa da doença, o presidente tem usado as redes sociais freneticamente - chegou a postar mais de 40 vezes em menos de uma hora na terça-feira. Nesta quarta, voltou à carga no Twitter, chamando seu adversário, o candidato democrata Joe Biden, de "maluco". (Com agências internacionais).

O britânico Roger Penrose, o alemão Reinhard Genzel e a americana Andrea Ghez foram anunciados nesta terça-feira (6) como os vencedores do Prêmio Nobel de Física de 2020 por suas pesquisas sobre os buracos negros".

Metade do prêmio foi atribuída a Penrose, de 89 anos, por demonstrar "que a formação de um buraco negro é uma previsão sólida da teoria da relatividade geral", enquanto a outra metade será dividida entre Genzel, de 68, e Ghez, de 55, pela descoberta de um "objeto compacto e extremamente pesado no centro de nossa galáxia", explicou o júri do Nobel.

Andrea Ghez é a quarta mulher a vencer o Nobel de Física, a categoria com o maior predomínio masculino entre as seis que integram o prêmio.

Os buracos negros supermassivos são um enigma da astrofísica, sobretudo, pela maneira como se tornam tão grandes. Sua formação é objeto de muitas pesquisas. Os cientistas acreditam que devoram, a uma velocidade sem precedentes, todos os gases emitidos pelas galáxias muito densas que os cercam.

Como são invisíveis, os buracos negros podem ser observados somente por contraste, com a análise dos fenômenos que geram a seu redor. Uma primeira imagem revolucionária foi revelada ao mundo em abril de 2019.

A astrofísica e a física quântica, que se concentra no estudo do infinitamente pequeno, eram consideradas favoritas para o Nobel de 2020.

 Daqui a exato um mês, em 3 de novembro, os Estados Unidos elegerão seu presidente para os próximos quatro anos, em meio a uma campanha insólita e redimensionada pela pandemia do novo coronavírus.

Com um eleitorado polarizado, o republicano Donald Trump, de 74 anos, e o democrata Joe Biden, 77, têm pouco mais de quatro semanas para convencer seus eleitores a irem às urnas (ou votarem pelo correio) e para seduzir aquela parcela minoritária ainda indecisa.

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Como os EUA definem seu presidente por meio de colégio eleitoral, pesquisas de âmbito nacional - que dão vantagem segura para Biden - são pouco relevantes para avaliar o momento de cada candidato.

No entanto, o ex-vice de Barack Obama aparece na frente também naqueles estados considerados cruciais para determinar o vencedor do pleito.

Em 2016, Trump perdeu para Hillary Clinton no voto popular, porém venceu por margem estreita em seis estados que não são caracterizados como democratas nem como republicanos: Arizona (3,54 pontos de vantagem para o magnata), Carolina do Norte (3,66), Flórida (1,20), Michigan (0,23), Pensilvânia (0,72) e Wisconsin (0,77).

Esses estados garantiram 101 dos 304 votos de Trump no colégio eleitoral. Se tivesse vencido apenas em Michigan (16 delegados), Pensilvânia (20) e Wisconsin (10), onde o resultado foi mais apertado, Hillary teria sido eleita.

Segundo uma média das pesquisas calculada pelo site Real Clear Politics, Biden lidera a corrida nesses seis estados-chave, com vantagem de três pontos no Arizona; de meio ponto na Carolina do Norte; de 1,1 ponto na Flórida; de 5,2 pontos em Michigan; de 5,7 pontos na Pensilvânia; e de 5,5 pontos no Wisconsin.

O democrata também lidera em Ohio (+3,3 pontos), Iowa (+0,5) e Geórgia (+0,3), estados conquistados por Trump em 2016, e mantém uma disputa acirrada no Texas (-3,2), histórico feudo republicano nos EUA.

No entanto, a disputa segue apertada na maioria desses estados-chave, o que torna o resultado final das eleições imprevisível. O vencedor dependerá da capacidade de cada candidato mobilizar o próprio eleitorado, em um país onde o voto é facultativo e que costuma registrar abstenções de quase 50%.

É por esse motivo que Biden vem insistindo para as pessoas não deixarem de votar por medo da pandemia, incentivando o sufrágio postal. Trump, por sua vez, já colocou em dúvida a validade do voto pelo correio e denunciou, sem dar provas, supostas fraudes no processo eleitoral.

Da Ansa

Foi lançada oficialmente nesta terça-feira (15), através de um evento virtual, a rede europeia para pesquisas em inteligência artificial. Chamada de Ellis, um acrônimo para European Laboratory for Learning and Intelligent Systems (Laboratório Europeu de Aprendizagem e Sistemas Inteligentes, em tradução livre), a iniciativa conta com 30 laboratórios espalhados por 14 países.

A Itália participa da ação com três unidades de pesquisas: uma formada pelo Instituto Italiano de Tecnologia e a Universidade de Gênova, com o laboratório do Politécnico de Turim e o terceiro é o da Universidade de Modena.

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"Hoje, celebramos o início da parceria Ellis, nascida há dois anos. Unindo as forças, todos darão a sua contribuição até que a Europa possa competir no campo da inteligência artificial, sobretudo com a China e com os EUA", destacou o cofundador da rede e diretor do Instituto Max Planck da Alemanha, Bernhard Scholkopf.

Para o alemão, a Ellis permitirá que sejam criadas "novas oportunidades de colaboração entre os cientistas de toda a Europa" e também vai "fundamentar o desenvolvimento de uma inteligência artificial em linha com valores das sociedades abertas europeias".

A nova rede já colocou à disposição um financiamento comum de cerca de 300 milhões de euros para um período de cinco anos. As atividades de pesquisas vão desde o desenvolvimento das máquinas à programação dos equipamentos e a criação de uma linguagem natural da robótica.

Da Ansa

Pesquisas de intenção de votos apontam o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, à frente do atual ocupante da Casa Branca, Donald Trump, na maior parte dos Estados cruciais para vitória no Colégio Eleitoral. Pelo sistema americano, vence o postulante que obtiver o maior número de delegados, não o que soma mais votos em todo o país.

Como na maior parte das localidades não costuma haver mudanças na preferência partidária, a disputa tende a ficar limitada a um grupo muito restrito de redutos eleitorais. Em 2016, Trump perdeu o voto popular por uma diferença de quase 3 milhões de votos, mas conseguiu sair vitorioso porque triunfou em três Estados que tradicionalmente votavam em democratas: Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Em cada um deles, a margem de vitória foi de cerca de 1%.

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Para 2020, no entanto, o quadro parece mais adverso para o republicano, que aparece atrás do oponente em todos os 10 Estados onde o pleito anterior foi mais apertado. Segundo o site Real Clear Politics, que compila levantamentos conduzidos por vários institutos, no Michigan, Biden tem 47% das intenções de voto, frente a 43,8% de Trump.

Em Wisconsin, o ex-vice-presidente soma 49,6% da preferência, enquanto o atual presidente tem 43,2%. Na Pensilvânia, 49% dos eleitores disseram que votarão no democrata e 44,7%, no republicano. Na Flórida, que tem a tradição de realizar pleitos muito disputados, a corrida está mais apertada, mas Biden também lidera, com 48,2%, enquanto Trump tem 47%.

Desde que assumiram o poder, os conservadores de Boris Johnson perderam, pela primeira vez, a liderança nas pesquisas de preferência frente à oposição trabalhista - revela uma sondagem publicada neste domingo (30).

Trata-se de um novo desafio para o líder britânico que enfrenta dificuldades na retomada das atividades no país, em meio à pandemia da Covid-19.

Com uma gestão da crise de saúde muito criticada, com o medo de um novo surto, a complicada volta às aulas, uma grave recessão econômica, enigmáticas idas e vindas e reclamações em seu próprio campo de atuação, a volta às aulas oferecerá muito pouco respiro a Johnson, já exigido em várias frentes.

Uma pesquisa da empresa Opinium, publicada neste domingo pelo The Observer, mostra conservadores e trabalhistas empatados, com 40% das intenções de voto para cada lado, pela primeira vez desde o verão de 2019.

A queda para os conservadores é vertiginosa. Grandes vencedores das eleições legislativas de dezembro, eles agora caíram 26 pontos em pouco mais de cinco meses, após a imposição do isolamento social, hoje quase totalmente suspenso.

"Desde que Boris Johnson se tornou primeiro-ministro, os conservadores geralmente tinham uma liderança de dois dígitos, atingindo seu auge em março/abril, em uma época em que a gestão da pandemia e da crise econômica era relativamente bem aceita. No entanto, os trabalhistas mudaram de liderança, substituindo Jeremy Corbyn, da extrema esquerda, por Keir Starmer, moderado", observou Adam Drummond, da Opinium, no jornal.

"Clima de incerteza"

Além disso, desde então, muita coisa também mudou rapidamente no Reino Unido, o país com mais vítimas fatais na Europa pelo novo coronavírus. Até agora, são cerca de 41.500 óbitos.

O governo foi duramente criticado por não ter compreendido a escala da pandemia com antecedência: primeiramente, com a falta de equipamento de proteção para o pessoal de saúde, e, depois, com uma avaliação insuficiente do cenário.

Ao voltar para Westminster na terça-feira, Johnson terá muito trabalho pela frente para tranquilizar seus parlamentares, atualmente a ampla maioria.

"Com muita frequência, o atual governo parece agir com o dedo molhado para saber para que lado sopra o vento. Não é uma forma sustentável de governar", lamenta Charles Walker, vice-presidente do influente "comitê de 1922", responsável pela organização do Partido Conservador em nível parlamentar.

Outro tema muito discutido é a volta às aulas na Inglaterra na próxima semana, após meses de fechamento parcial por causa da Covid-19.

Diante das preocupações dos sindicatos e dos pais dos alunos, o governo insiste em que as escolas são ambientes seguros.

Também nisso Estado é criticado, por mudar de última hora as medidas anunciadas para a população, como em relação ao uso de máscaras. Agora, elas devem ser usadas nas instituições de ensino médio em regiões com altos índices de infecção.

Outro grande motivo de insatisfação: o Executivo considera um aumento dos impostos, que seria "o mais importante em uma geração", de acordo com o "Sunday Telegraph", que têm fontes ligadas ao governo. O objetivo é pagar a fatura resultante da pandemia.

A crise na saúde deixou um rastro de devastação financeira, antes da implementação do Brexit, no final do ano, um quadro que trará sua cota disruptiva. O PIB registrou uma queda recorde de 20,4% no segundo trimestre, o pior desempenho de toda Europa.

Para revitalizar a economia e as áreas centrais, o governo tem incentivado os funcionários que fazem trabalho remoto há semanas a voltarem aos seus escritórios, enquanto grandes marcas e redes de fast-food estão demitindo milhares de funcionários.

De acordo com "The Telegraph", no entanto, uma grande campanha de incentivo sobre isso, marcada para a próxima semana, teria sido suspensa por temor do ressurgimento da Covid-19 com o retorno às aulas.

Três editais da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), ligada à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), visam estimular a pesquisa e inovação em Pernambuco. Os documentos foram liberados pelo governador do Estado, Paulo Câmara, nessa segunda-feira (24), no Palácio do Campo das Princesas.

Nesta sexta-feira (28), os editais, cujo intuito é ligar o sistema de ciência e tecnologia às necessidades da população, em conformidade com o desenvolvimento econômico do Estado, estarão disponíveis na página da Facepe. “O momento desafiador que vivemos por causa da pandemia do novo coronavírus pede ainda mais investimentos na educação e na ciência. Por isso, vamos lançar três editais para a contratação de pesquisadores e especialistas, tanto pela iniciativa privada quanto por órgãos públicos, para oferecer produtos e serviços melhores à população. Com os editais da Facepe, representantes de arranjos produtivos, empresas e até órgãos públicos poderão contar com a ajuda de pesquisadores e especialistas das nossas universidades para tornar suas atividades mais eficientes”, disse o governador Paulo Câmara, segundo a Secretaria Estadual de Imprensa (SEI).

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Um dos editais, com recurso no valor de R$ 1,2 milhão, promete ajudar os Arranjos Produtivos Locais (APLs). O segundo edital é direcionado a pesquisador mentor, a fim de atender às demandas de instituições pernambucanas, como Lafepe, Hemope, Ipa e Itep, agregando ciência e tecnologia aos órgãos do Governo. Com o objetivo de desenvolver ciência e tecnologia, o terceiro edital será destinado ao apoio às empresas pernambucanas, em que as bolsas concedidas aos pesquisadores serão escolhidas pelas empresas.

As bolsas para os dois últimos editais citados vão de R$ 2 mil a R$ 5 mil, de acordo com o grau de formação dos escolhidos. Segundo o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Lucas Ramos, o lançamento dos editais mencionados denota a importância que o governador de Pernambuco tem dado à ciência no Estado. “Os novos editais vão atuar dentro de uma estratégia de territórios, garantindo, assim, ações que conversem com a vocação de cada região, aproximando – já sob a ótica do Marco de Inovação recentemente regulado por decreto – o meio acadêmico, empresas e o poder público. Será um tripé de investimentos voltados para desenvolver a economia de Pernambuco”, destacou o responsável pela pasta, segundo a SEI.

O presidente da Facepe, Fernando Jucá, disse que um ponto essencial desses editais é o empenho do governo estadual em colocar o sistema de ciência e tecnologia a serviço da população. “Não adianta apoiar a área se ela não estiver sintonizada com as políticas do governo e a serviço da sociedade”, assegurou o presidente, de acordo com a SEI.

A internet chegou ao Brasil no ano de 1988 e sua exploração comercial teve início a partir de 1994, com um projeto piloto da empresa Embratel, fato transformador na vida das gerações que vivenciaram tal transformação ou nasceram depois dela.

As mudanças que ocorreram com a conectividade abrangem todas as áreas da vida cotidiana e a educação não ficaria de fora: hoje é quase impensável, para a geração de nativos digitais, fazer um trabalho manualmente ou pesquisar sem abrir sites de busca on-line, bem como educação a distância se intensificou devido à Covid-19.

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No entanto, muito antes da internet ser sequer criada, as pessoas estudavam e ensinavam com o que tinham  disposição: recursos offline. O LeiaJá ouviu estudantes e professores para falar do processo de ensino e aprendizado antes da internet surgir e explicar como se desenvolveram as tecnologias aplicadas à educação. 

Em vez de Google, Barsa

Livros, enciclopédias, jornais, revistas, radiolas, toca-fitas, computadores sem monitor e até mesmo equipamentos cujo nome deve ser desconhecido e soar estranho para os mais jovens, como por exemplo “mimeógrafo”, faziam parte do cotidiano de algumas pessoas que foram estudantes em tempos offline.

O ex-bancário e administrador Edmar Bezerra Torres tem 59 anos e foi aluno da Escola Estadual Cristo Rei, na cidade de Pesqueira, Agreste de Pernambuco, a 214,3 km do Recife, e relata estudar pelo caderno com anotações feitas nas aulas. “Naquela época, os livros serviam para vários anos, quando a gente ia passando de ano, ficava para os mais novos. O professor escrevia no quadro negro com giz branco e a gente estudava pelos cadernos”, relembra.

Filho de um operário da antiga fábrica 'Peixe' e de uma dona de casa, Edmar conta que a falta de recursos financeiros dificultava a compra de materiais de leitura e pesquisa. “Na biblioteca eu sempre lia literatura brasileira: Machado, Érico Veríssimo, Aluízio de Azevedo, Casimiro de Abreu. A pesquisa era através de enciclopédia, revistas. A Barsa era a mais famosa. Existia também uma chamada Tesouro da Juventude, era bem diversificada. Existia uma revista chamada Seleções, que era bem completa, a gente lia muito. Normalmente o trabalho era em equipe, a gente sempre ia na casa dos colegas fazer o trabalho. Eram manuais, na munheca”, acrescenta Edmar. 

Um cenário bem distinto foi percebido na chegada ao ensino superior, em uma época que, segundo o ex-bancário, a internet já existia, mas ainda não era difundida como está atualmente. “Era parecido com hoje, pois não faz tanto tempo que cursei, mas não tinha esses recursos da internet não. Em 1980, quando entrei no banco [para trabalhar], cada conta-corrente era uma ficha gráfica, a gente lançava os débitos e créditos, os lançamentos contábeis eram feitos na máquina de datilografia e contratos feitos à mão. E agora com a pandemia, as aulas são virtuais, videoconferência, live, tudo mudou muito”, conta.

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Zilma Barros de Almeida e Silva tem 60 anos, estudou o “científico” (uma das modalidades do antigo colegial, equivalente ao ensino médio) no Ginásio Pernambucano, é bancária aposentada, foi engenheira química formada pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), onde ingressou em 1977 aos 17 anos. Em sua época de colégio, ela conta que as aulas eram tradicionais e os recursos extras disponíveis eram, no máximo, bibliotecas, laboratórios e raras vezes um projetor. 

“Basicamente eram o professor e quadro negro. Professor ensinava sem grandes tecnologias porque não tinha. Tinha uma biblioteca para quem não tivesse livros, e pessoas da parte de biologia trabalhavam em uma biblioteca de pesquisa, coisas que a gente aprendia no laboratório. Os trabalhos eram apresentados em cartolinas", descreve.

Os estudos para provas costumavam se basear tanto nos cadernos quanto em livros indicados pelos professores. O custo deles era muito alto e, impossibilitada de comprar, Zilma recorria tanto à biblioteca do colégio quanto a outras que ficavam perto dele, como o Gabinete Português de Leitura da Rua do Imperador e a Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, próxima ao Parque 13 de Maio, ambas na região central do Recife, onde ela estudava e também buscava material para pesquisar e fazer seus trabalhos.

“Era enciclopédia a fonte de pesquisa mais apurada, a Barsa era bem famosa na época, a gente sempre buscava estudar e pesquisar na Barsa. Também jornais, pesquisas, artigos, teses. Todo trabalho que a gente fazia o professor queria saber a fonte, tinha que ter um embasamento, o Ginásio sempre foi um colégio de referência”, diz Zilma. 

A chegada de novas formas de tecnologia, com o passar do tempo, trouxe a necessidade de se adaptar ao novos modelos de ensino e ferramentas, quando Zilma chegou ao ensino superior. As dificuldades, adversidades e necessidade de se adaptar ao desconhecido, no entanto, não a impediram de seguir estudando e realizar sonhos. 

“A tecnologia foi entrando e eu tendo que aprender as coisas. Na UPE teve prova no computador e eu não sabia nem mexer. Teve cadeira no computador e eu tive que aprender. Foram muitos desafios. Uma coisa importante é ter a mente aberta, não ter medo, meter a cara e ir. Sempre gostei de desafio, dá um frio na minha barriga, mas eu sempre gostei de desafio, conhecer o novo. Na universidade foram muitas coisas que eu não sabia e tive que aprender. Até hoje é assim. Quando a pessoa se propõe a uma coisa e tem sonhos, tem que ir atrás. Eu acordei de 4 horas da manhã, dei conta de uma filha, não foi fácil. Tive que abrir mão de muitas coisas, não foi fácil. Você não pode ter tudo, tem que ter paciência. Você vai conseguindo, mas com esforço”, conta Zilma. 

Foto: Edivane Maria Tôrres/Cortesia

O que a tecnologia muda no ensino? 

A professora de língua portuguesa Maria de Fátima de Oliveira tem 54 anos, dos quais 27 foram dedicados à docência de alunos da educação básica no ensino público, e atualmente leciona na Escola Estadual Pintor Lauro Villares, localizada na Comunidade de Roda de Fogo, no bairro de Torrões, Zona Oeste do Recife. No início de sua carreira, em 1993, os recursos disponíveis eram limitados, em termos de tecnologia, e Fátima lançava mão de outras estratégias para dar aulas mais diversificadas às suas turmas. 

“No início, eram os livros impressos, quadro verde com giz branco. Dicionários, gibis que eu levava de casa e recortes de jornais com notícias, reportagens, anúncios publicitários, tirinhas, charges e cartuns dos jornais que eu tinha assinatura. Boa parte destes recursos era providenciada por mim. Também eu costumava levar CDs para as escolas, quando havia onde tocar. Acho que a partir de 2007, eu fui fazendo projetos iniciados com canções e filmes, para sensibilizar os estudantes sobre os projetos que íamos trabalhar no bimestre”, recorda a professora. 

A elaboração das provas também era mais difícil pela falta de recursos tecnológicos, e principalmente financeiros das escolas, uma vez que não adianta que a tecnologia exista se ela não estiver ao alcance dos alunos e professores. Por exemplo, em um dos relatos para esta reportagem, Fátima conta que até o ano de 2007 uma das escolas onde trabalhava utilizava equipamentos de cópia e impressão que eram considerados arcaicos para a época e dificultavam o trabalho.

“Minhas provas eram feitas no mimeógrafo [uma espécie de ‘avô da impressora’], colocava o álcool e muitas vezes manchava as provas, ficavam ou muito claras ou borradas. Só a partir de 2007 a escola onde eu trabalhava comprou uma copiadora e passamos a fazer cópias de provas e outros gêneros textuais, com a verba da escola”, relembra ela. 

Fátima costumava ir a editoras em busca de dicionários, livros do professor e paradidáticos para auxiliar na preparação de suas aulas em uma época que ainda não existia a política de distribuição gratuita de livros didáticos do Ministério da Educação e o custo deles, assim como hoje, era muito alto, principalmente para alunos e professores de escolas da rede pública de ensino. “A saída era escrever no quadro ou eu fazia apostilas resumidas com os assuntos mais importantes e exercícios e fazia cópia com um dinheiro arrecadado dos estudantes, quando havia esta solicitação da parte deles”, descreve a educadora.

Avaliar o conteúdo produzido pelos estudantes nos trabalhos de pesquisa escolar era, também, uma dificuldade em um cenário em que não existia o apoio de tecnologias como computadores e internet e o acesso a livros e enciclopédias também era dificultado pelo custo. Além disso, problemas comuns no ensino público brasileiro, como a defasagem de aprendizado e letramento, segundo Fátima, também dificultavam esse processo. 

“Eu mesmo não tendo feito o antigo magistério, e não ter aprendido a alfabetizar pessoas, tive que me virar para a fazer o letramento de estudantes no ensino médio! Eu perguntava às amigas e colegas de trabalho que trabalhavam no ensino fundamental, turmas iniciais, antigo primário, o que elas faziam e foi quando comecei a usar os meus gibis da Turma da Mônica. Boa parte das pesquisas e trabalhos que me eram entregues, era de meras cópias mal feitas de enciclopédias ou de livros que eles e elas conseguiam com muita dificuldade. Livro em casa de estudante de escola pública é um artigo de luxo! Os que eles têm são os livros didáticos, que depois da publicação da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1996, foi aprovado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), uma verba que garantia esta distribuição de livros didáticos gratuitos, mas que deveriam ser usados por três anos. Ou seja, no final do ano eles devem ser devolvidos às escolas”, relatou ela. 

Questionada sobre as mudanças trazidas pela tecnologia e conectividade que a internet proporciona, Fátima elogiou as facilidades que as ferramentas on-line trazem para professores e estudantes, mas apontou, outra vez, a questão da falta de acesso de grande parte da população a tais bens tecnológicos. “Estas novas ferramentas tecnológicas abrem muitas possibilidades. O Google Classroom é fantástico! Teremos a possibilidade de usar o Google meet, mas até agora, poucos estudantes conseguiram se cadastrar no e-mail educacional que a Secretaria de Educação criou o para eles. Eu também ainda estou aprendendo a usar. Começamos a usar, a partir de abril de 2020, um grupo de zap por turma para interagir com os estudantes e eles enviavam as respostas das atividades por um e-mail criado também pela escola para cada turma, mas poucos acessam o WhatsApp, na hora em que estamos dando a aula”, pontua a professora.

Luciano Meira tem 28 anos de experiência como docente, carreira que iniciou com formação em pedagogia e seguiu com mestrado em psicologia cognitiva e doutorado em educação matemática.Ele, atualmente, é professor adjunto do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nas áreas de ciências da aprendizagem e psicologia cognitiva.

Ao longo de sua carreira como docente e pesquisador, Luciano não apenas presenciou o surgimento e desenvolvimento da aplicação da tecnologia em salas de aula, como também participou desse processo. “Os primeiros projetos de tecnologia educacional datam do começo da década de 80. Naquele momento, projetos como o Educom que rodavam em várias universidades, eram projetos de instaurar na universidade pesquisas e reflexão sobre os usos de computação e computadores no ensino universitário e ensino básico. Eu fazia mestrado e fui bolsista de Educom, em cerca de 1985. Foi um dos primeiros projetos sistemáticos organizados nacionalmente para implementar pesquisas direcionadas à tecnologia educacional no país. Não era o único, mas um dos mais relevantes”, conta o professor.

O início da inserção de computadores e redes educacionais no ensino básico, segundo Luciano, foi nos anos 90, em uma época que as secretarias de educação começavam a prestar atenção a essa tecnologia que no período era nova e ganhava projeção internacional. “Mas se hoje ainda temos muitas dificuldades de conectividade com a banda larga nas escolas de ensino público, imagine anos 90. Eram computadores, não era internet. Passamos num projeto para organizar os chamados laboratórios de informática. Era tudo muito nascente, a maioria das escolas usava os computadores para texto, em vez do papel, usavam o Word. No final dos anos 90, já tinha os cds multimídia com jogos para instalar, era o acesso para o mundo imagético para além dos editores de texto, mas sempre em torno às visitas ao laboratório de informática”, comenta ele, lembrando também que na época era comum a figura do professor de informática orientando os alunos, sem interação direta entre os professores da sala de aula e os laboratórios de informática, cenário que só mudou quando as escolas passaram a ter internet.

Falando sobre um passado mais distante, vale lembrar que computadores e internet não foram as únicas formas de tecnologia que se aliaram aos professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem. “A TV e o videocassete eram a sensação dos anos 70 e ainda no começo dos anos 80, o telecurso. Descobriu-se que a TV, filmes, vídeos explicativos, poderiam apoiar as aulas dos professores porque podiam ilustrar situações difíceis de representar com imagens estáticas dos livros ou apenas a oralidade. TVs e videocassetes estavam presentes em salas de aula que podiam, porque eram equipamentos caros. Era isso que era tecnologicamente mais avançado antes mesmo dos computadores surgirem”, lembra o professor. 

Além disso, existiram outros equipamentos que eram utilizados para visualizar imagens na parede das salas de aula coletivamente, através de filmes e feixes de luz que projetavam o que estivesse no filme: os retroprojetores, que ganharam versões high tech com a chegada dos computadores. O professor Luciano fez questão de lembrar, no entanto, que os equipamentos mais antigos não eram ruins quando bem utilizados. 

“No final dos anos 90, surgiu a impressora de slides, a gente podia pegar um cd-rom, imprimir no slide e levar para sala de aula. Essas coisas não eram ruins nem boas, elas dependiam de como eram usadas. Pegar instrumentos e criar uma abordagem inovadora, prática didática que promova uma prática didática. Precisa criar experiências, os equipamentos não criam por eles mesmos”, opina o docente.

Questionado sobre a maneira como o surgimento e aperfeiçoamento da tecnologia e das conexões entre equipamentos eletrônicos impactaram e seguem modificando a educação no que diz respeito ao trabalho e formação profissional dos professores brasileiros, Luciano afirmou que “os processos de adaptação dos sistemas de ensino, em geral, são mais lentos que a sociedade tomada mais largamente” e isso tem diversas razões para acontecer".

“Uma [das razões] é que as escolas estão comprometidas com currículos e você não os muda do dia para a noite, eles têm que ser repensados. A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) é uma forma de rever os currículos, levou quatro anos para ser aprovada e foi abandonada por esse governo imbecil. Não é que o professor é resistente, é que a nação não se organizou suficientemente para organizar o sistema de ensino. A segunda é que os artefatos digitais não são pensados para a escola. E o terceiro [motivo] é que sistemas de ensino são complexos, de incertezas e atores demais envolvidos. Tem os estudantes, professores, suas famílias, os gestores, ordenadores de despesa, é extremamente complexo”, argumenta.

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