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Diante de dificuldades iniciais de comunicação, as instituições financeiras estão propondo mudanças técnicas nas conexões do Open Finance para facilitar a troca de informações e impulsionar essa iniciativa da agenda do Banco Central, que pretende aumentar a competitividade no mercado.

Desde o início da fase 2 do Open Finance, que permitiu o compartilhamento de dados de clientes sob consentimento, os participantes da iniciativa vêm comunicando dificuldades de comunicação entre as instituições.

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Originalmente, foi definido um conjunto de especificações para as conexões, mas, apesar disso, houve divergências na construção de cada API (interface de comunicação), e, muitas vezes, alguma instituição envia um dado que não é recebido por outra.

"Para dar um exemplo, se a especificação dizia que a tomada tinha que ter três pinos, umas colocavam na vertical e outras na horizontal", exemplificou Karen Machado, gerente de Open Banking no Banco do Brasil, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O banco coordena o Grupo de Trabalho de Especificação do Open Finance, na cadeira da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) da Estrutura de Governança da iniciativa, camada administrativa do processo de implementação do "sistema financeiro aberto" formado pelas instituições de classe dos participantes.

Segundo dados compilados pela convenção, em maio, 4,30% do total de chamadas às APIs falharam, ou 14,3 milhões, mas a disponibilidade média das APIs era de 78,49%, abaixo do exigido (5,0% do tempo a cada 24 horas e 99,5% do tempo a cada 3 meses).

O compartilhamento de informações é a base do Open Finance, o que permite que bancos possam "conhecer" mais a fundo clientes, atuais e potenciais, e oferecer produtos mais personalizados e com melhores benefícios que a concorrência. Nesse sentido, os problemas de comunicação atrasam a efetividade da agenda e a criação de novos produtos e serviços pelos bancos, cooperativas e instituições de pagamento.

Agora, reunidas na Estrutura de Governança, as instituições financeiras buscam ajustes para facilitar essas conexões e tornar a troca de informações mais fluida. As mudanças começaram pela fase 2 e uma primeira versão das novas especificações já foi enviada pelo Grupo de Trabalho responsável pelo tema para avaliação dos demais participantes.

Segundo Karen Machado, as instituições financeiras têm até dia 10 para devolver o documento com eventuais sugestões, e está prevista para o dia 20 deste mês a publicação das novas regras, para adequação de todos em até 120 dias. Depois, os dois conjuntos de especificação, o atual e o novo, vão conviver por 90 dias para corrigir possíveis ruídos.

Para Machado, essa primeira versão reflete toda a discussão do mercado e dá mais um passo em termos de conectividade e integração do Open Banking. "Coloca mais graxa na engrenagem do Open Banking. São questões bem técnicas, mas que, azeitadas, vão fazer com que instituições consigam receber dados com mais facilidade", disse. "A gente vai ter uma taxa de sucesso maior no consumo das informações compartilhadas pelos clientes. Com mais informação, me torno mais competitivo, personalizo melhor produtos e atendo melhor o cliente", completou.

Além disso, a gerente de Open Finance no BB também avalia que a comunicação mais fluida vai incentivar a entrada de outras instituições financeiras no sistema. "A impressão que eu tenho é que, principalmente os voluntários, estavam esperando o negócio acontecer, antes de fazer um investimento alto de tecnologia, de tempo, de custo de oportunidade. Agora, caminhando para a segunda versão, é natural que já vamos ter outros participantes nesse desenvolvimento."

O grupo de Trabalho de Especificação da Estrutura de Governança do Open Banking já começou também a rever as regras de conexão da fase 3 do Open Finance, que trata do iniciador de pagamentos e do 'marketplace' de crédito, e até o fim do ano deve começar também a revisar as especificações da fase 4, de compartilhamento de dados de investimento, seguro, previdência e câmbio.

Em nota, a Febraban destacou que "os times técnicos estão trabalhando com todo o foco possível e melhorando as condições de conectividade, qualidade dos dados compartilhados e processo de consentimento".

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) preferiram não comentar o assunto neste momento.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) vai defender sua reeleição neste ano, mas ainda não definiu qual candidato vai apoiar à Presidência. Seu partido chancelou a aliança nacional com o PT ao indicar Geraldo Alckmin como vice da chapa do ex-presidente Lula (PT). Contudo, a parlamentar resiste ao direcionamento da sigla.

Em entrevista ao Metrópoles, Tabata apontou que prefere aguardar as convenções partidárias de julho para conhecer as propostas do ex-presidente Lula e avaliar se ele merece apoio.

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“Vocês (petistas) já sabem qual vai ser o meu lado, mas eu preciso que vocês me digam o que vão fazer na educação. Qual será a pauta econômica? O que vão fazer para unir o Brasil? Vamos fazer uma frente ampla? Quais conversas serão feitas para que pessoas sérias de centro direita e que são democratas estejam desse lado? É uma decisão de não entrar nessa coisa quando as pessoas não estão conversando com quem importa, com quem está na ponta”, declarou.

A deputada indicou que, independente do seu candidato no primeiro turno, vai optar pelo que for adversário de Jair Bolsonaro (PL) em um eventual segundo turno. "Todo mundo sabe que eu estarei do lado oposto ao do Bolsonaro", frisou.

Relutante à aliança com o PT, ela lembrou da briga virtual que repercutiu em uma ação judicial contra o ator José de Abreu, que é filiado a legenda. A parlamentar lembrou que não recebeu solidariedade dos petistas na ocasião. “Você tem uma figura pública que retuita uma mensagem dizendo que eu merecia ser socada. Não tem interpretação, é um crime isso, e ele está sendo processado por isso. Absolutamente ninguém do PT se pronunciou”, destacou.

Para Tabata, tanto a publicação de José de Abreu quanto as críticas públicas de Ciro Gomes, líder do seu ex-partido, são exemplos da misoginia na política. Ela considerou que o pedetista foi uma das figuras mais atuação em um movimento de destruição da sua reputação.

“A população tem totais condições de julgar como o Ciro se posta em situações que se relacionam com mulheres. Ele participou de forma bem ativa de um processo de difamação, de um processo de destruição de reputação contra mim, que havia discordado dele. Essa palavra é muito importante. A discordância de uma menina, que foi como ele encarou a situação, fere mais do que a discordância de um homem, que é visto como igual. É por isso que as pessoas nem sabem quem foram os parlamentares do PDT que votaram a favor da reforma da Previdência”, declarou.

Na última terça-feira (26), a organização Todos Pela Educação promoveu o Encontro Educação Já 2022. Na ocasião, a instituição convidou e questionou, previamente, os candidatos à Presidência da República sobre as propostas eleitorais para a Educação Básica brasileira. Participaram da dinâmica Lula (PT), que foi representado, presencialmente, por Aloizio Mercadante, Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB), Felipe D'Avila (Novo), André Janones (Avante), todos de maneira remota, e Jair Bolsonaro (PL), que foi o único pré-candidato que não enviou plano educacional. Confira:

Lula (PT)

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Na apresentação das propostas petistas, Mercadante ressaltou os feitos do partido, durante as gestões dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. "Aplicamos 208% de aumento real na verba para a Educação (...) além de ter vinculado os recursos da Educação aos royalties do petróleo, ao Fundo Social do Pré-sal", ressaltou.

Além disso, foi exposto os avanços, no que se refere aos programas de alfabetização e acesso ao ensino superior, através da Lei de Cotas, e teceu críticas ao atual governo. "Nós temos que retomar o MEC, a Educação pública, nossas parcerias para colocar a Educação como a grande prioridade histórica desse país", finalizou.

Ciro Gomes (PDT)

No vídeo enviado, o pré-candidato afirma que os planos para a Educação básica brasileira serão os mesmos aplicados no Ceará, que conta com "a universalização da creche em tempo integral e aplicação da alfabetização na idade certa". Ciro explicou que o modelo de creche integral "estimula o desenvolvimento das faculdades motoras e intelectuais das crianças" e, para as mais carentes, "uma alimentação correta e balanceada".

Já a aplicação da alfabetização na "idade certa", de acordo com o pedetista, garante que os alunos tenham um aprendizado de maior qualidade, sem ficarem atrasadas em relação a outros alunos, o que é a maior causa de evasão". Ele também expôs, caso eleito, que haverá valorização e qualificação dos profissionais da Educação e implementação no ensino médio do modelo "minha escola, meu emprego, meu negócio".

João Doria (PSDB)

Também por meio de vídeo, o ex-governador de São Paulo e candidato ao cargo de presidente da república apresentou iniciativas educacionais, como aulas de inglês desde os primeiros anos do ensino fundamental nas escolas de todo o país. "Crianças falando inglês mudam a sua autoestima, melhoram a sua empregabilidade e criam oportunidade para atividade empreendedora", alegou.

Na apresentação, Doria defendeu o Novo Ensino Médio, iniciado em 2022, o qual realçou que é "um exemplo a ser seguido". “Ele [Novo Ensino Médio] oferece agora ao jovem a chance de estudar ao mesmo tempo em que conquista a sua profissão técnica", disse. Assim como Ciro Gomes, o ex-governador de São Paulo prometeu valorização dos profissionais da área e escolas em tempo integral.

Simone Tebet (MDB)

Atual senadora pelo Mato Grosso do Sul, e professora universitária, Simone Tebet disputa sua primeira eleição presidencial. Nos planos educacionais, Tebet afirma que seu compromisso como Chefe do Executivo será com as crianças e jovens. Meu compromisso com a educação passa por colocar acima de tudo criança e jovem no orçamento federal e na transversalidade, e acabar com essa desculpa esfarrapada de que Ensino Básico de estados e municípios", frisou.

Ademais, a pré-candidata falou sobre a formação superior dos professores. Em sua análise, os cursos de pedagogia devem retornar a ser "de responsabilidade das universidades públicas e presencial". Outro ponto do plano de Simone Tebet é a implantação do ensino integral, principalmente, no ensino fundamental, anos finais, e médio. "As nossas crianças e jovens não podem querer sair da sala de aula."

André Janones (Avante)

O deputado pelo estado de Minas Gerais e advogado André Janones apresentou proposta para mudar a "situação caótica" em que se encontra a Educação no país a partir de quatro pilares:

"Condições dignas para os profissionais da Educação, através de aperfeiçoamento e valorização salarial, mudança no sistema de financiamento estudantil, melhoria significativa na estrutura física, com disponibilização de laboratórios de informática, de ciência, quadras escolares, transporte público de qualidade para poder levar esses jovens até o ambiente escolar com tranquilidade, segurança".

Um dos últimos pilares principais do plano de governo está a indicação de um ministro da Educação que tenha familiaridades com a área e não apenas conhecimento técnico sobre o assunto. Alguém, de acordo com o pré-candidato, com sensibilidade para enxergar a população "como pessoas, como gente, e não apenas números".

Felipe D'Ávila (Novo)

Como meta governamental, o cientista político afirmou que pretende colocar o país no top 20 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) nos próximos oito anos. "Para isso, precisamos ter a meta doméstica, que é atingir no Enem, no Ensino Médio, uma média sete", expôs. Para ele, essa média será alcançada a partir da implementação de iniciativas como o Centro Comunitário da Paz (Compaz) e Pacto pela Educação, ambos já conhecidos em Pernambuco.

Como política de valorização dos professores, D'Ávila falou sobre a necessidade de ter um curso especial para transformar a carreira do professor numa das carreiras mais desejadas do Brasil". Nessa questão, o presidenciável salienta três medidas.

"A primeira: exigir que aqueles que quiserem ingressar no magistério, na pedagogia, terão de estar no top 20% do Enem. Nenhum país do mundo melhorou a educação, não criando uma barra alta para ingressar na carreira. Segundo, precisamos ter curso em tempo integral para os professores. E terceiro, é preciso ter, sim, um exame de ingresso na carreira que entenda o lado prático, o lado pedagógico da carreira, porque senão não vamos ter bons professores na sala de aula", pontuou.

Conhecer as propostas de um candidato durante o seu período de campanha eleitoral é um direito e também um dever do eleitorado. Apesar do Poder Legislativo fiscalizar as ações do Executivo, a participação popular é um exercício crucial à democracia e pode ajudar a população na hora de cobrar promessas feitas. No Brasil, onde a política é bastante definida como um evento da “memória curta”, é comum que promessas de campanha não sejam cumpridas de forma total ou na íntegra de algumas das propostas.

No ato do registro de candidatura, o plano de governo é um documento obrigatório, de acordo com a legislação eleitoral. As propostas devem ficar disponíveis para consulta no endereço eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E, mais do que uma formalidade, esses planos devem ser detalhados e, idealmente, possuir intervenções elaboradas, em vez de propostas gerais. Essa verificação volta a ser rotina este ano, pois o eleitorado brasileiro está a menos de seis meses das Eleições 2022, que ocorrem no mês de outubro.

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A região Nordeste, que tem os olhos das principais legendas do país, é protagonizada pela participação de Pernambuco e sua enorme força política. Terra natal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é, sem surpresas, uma zona eleitoral quase invicta do petista, que já possui pré-candidato no estado: o deputado federal Danilo Cabral (PSB), aposta da Frente Popular.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) também já escolheu o seu aliado pernambucano, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), que soma presença para fortalecer o bolsonarismo na região. Ao todo, nove pré-candidatos já se colocaram à disposição do pleito, são eles: Anderson Ferreira, Armando Filho (PRTB), Danilo Cabral, Jadilson Bombeiro (PMB), João Arnaldo (PSOL), Jones Manoel (PCB), Marília Arraes (Solidariedade), Miguel Coelho (União Brasil) e Raquel Lyra (PSDB).

Por se tratar de uma pré-campanha, a maior parte dos candidatos segue em fase de articulação política e ainda não têm propostas definidas. Alguns, por outro lado, já lançaram promessas de campanha, como é o caso de Coelho e Lyra.

Confira, abaixo, as principais propostas dos aspirantes e suas linhas prévias de atuação até esta etapa:

Anderson Ferreira (PL)

O prefeito reeleito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, renunciou ao mandato para disputar as eleições para o Governo de Pernambuco. Segundo os dados divulgados pela assessoria do prefeito, a mudança é apoiada por 81% dos jaboatonenses.

Os principais temas do plano de governo de Ferreira incluem o crescimento econômico, combate à fome e à miséria, geração de empregos, saúde, segurança e educação. Nessas áreas, há propostas mais específicas, como reestruturação do Porto Digital e foco na tecnologia 5G, mas não há definições. Anderson também pretende focar em ações para diminuir as filas de cirurgia no estado.

Novo braço bolsonarista em Pernambuco, o ex-prefeito deve dar mais atenção ao agronegócio. No último dia 2 de abril, participou do evento de filiação de Zuza Monteiro ao PL. Zuza é um líder agro no estado e entra na legenda para fortalecer a base de apoio às pré-candidaturas de Anderson Ferreira ao Governo; e de Gilson Machado Neto, ao Senado.

Jadilson Bombeiro (PMB)

Jadilson Bombeiro é militar e deve chegar ao pleito para dar visibilidade ao servidor público. Sua legenda, o Partido da Mulher Brasileira (PMB), oficializou o nome do sargento do Corpo de Bombeiros como pré-candidato ao governo de Pernambuco na última quinta-feira (7). O anúncio foi feito pelas redes sociais, sem solenidade de filiação, e não apontou possível vice.

O pré-candidato é bacharel em direito, pós-graduado em direito penal e processo penal, e formado em ciência política, além de atuar como suplente de vereador em Olinda, no Grande Recife, desde 2020. Jadilson entrou na política em 2016 e nunca se candidatou ao Executivo.

Segundo o pré-candidato, seus eixos serão a valorização do servidor público, o setor cultural, a educação e a segurança pública. O cronograma da campanha está sendo elaborado. Como suplente, Jadilson é ativo em questões cotidianas dos munícipes, e tem foco na qualidade de vida e gestão urbana, agindo em nível comunitário, com serviços de saneamento e iluminação pública.

Armando Filho (PRTB)

A pré-candidatura do pastor e cantor Armando Filho foi confirmada no fim de março, pelo presidente do PRTB Pernambuco, Edinazio Silva. É mais uma aposta ousada do partido, que quer colocar na disputa uma pessoa nova na política. Armando, na verdade, já tentou cargos políticos anteriormente, mas nunca no Executivo.

O pré-candidato já participou como candidato de outras quatro eleições. Em 1998, foi candidato a deputado federal pelo extinto PGT, mas ficou como suplente. Em 2008, se candidatou a vereador de Jaboatão dos Guararapes pelo PPS, atual Cidadania, mas também não foi eleito. Em 2010, se candidatou a deputado federal pelo PSL, mas desistiu da candidatura. Tentou o mesmo cargo em 2014, pelo PRTB, e ficou como suplente.

O artista deve funcionar como mais um braço conservador em Pernambuco, mas não possui propostas divulgadas e nem linha de atuação de destaque, além do segmento gospel.

Danilo Cabral (PSB)

Cabral já é uma figura conhecida na política pernambucana e funde interesses da velha política e do progressismo, frente importante para os socialistas no estado, que se colocam como defensores do interesse da juventude. Seus pilares se encontram com os da principal rival, a deputada federal Marília Arraes, que também aborda a fome e a educação de forma ampla.

Danilo, ao longo de vida profissional, ocupou vários cargos públicos importantes, com destaque à Secretaria de Educação do Estado, a qual assumiu em 2007. Em 2010, Danilo foi eleito deputado federal, e de 2011 a março de 2014, assumiu a titularidade da secretaria das Cidades, pasta responsável pela mobilidade, infraestrutura urbana das cidades e pela política habitacional de Pernambuco.

Na Câmara, foi membro titular da Comissão de Educação da Casa. Recentemente, tem articulado para conseguir maioria no Congresso pela PEC 383/2017, de sua autoria, que altera a Constituição Federal para assegurar ao menos 1% da Receita Corrente Líquida da União ao financiamento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Cabral também incluiu a construção de políticas públicas voltadas para os povos indígenas de Pernambuco em seu futuro programa de governo.

A iniciativa foi tema de encontro em Brasília, no último dia 6 de abril. O parlamentar visitou o acampamento Terra Livre e conversou com 13 caciques representantes dos povos indígenas pernambucanos.

- - > LeiaJá também: ‘Danilo Cabral diz estar preparado para governar Pernambuco’ 

João Arnaldo (PSOL)

O nome de João Arnaldo foi o primeiro a ser oficializado como pré-candidato ao governo de Pernambuco. O pessolista é um advogado sertanejo e teve sua carreira política em destaque nas últimas eleições municipais, quando uniu forças a Marília Arraes como vice da chapa pela Prefeitura do Recife.

Além de advogado, pré-candidato é pós-graduado em direito administrativo, mestre em desenvolvimento e meio ambiente e doutorando em direito ambiental e sustentabilidade. Seu programa ainda não foi anunciado, mas é possível prever as linhas de atuação através da militância do acadêmico, que exerce advocacia popular e faz frente para combater a falta de assistência jurídica a minorias e ferimento dos direitos humanos. João também aborda com ênfase a fome, a educação e a mobilidade urbana.

Jones Manoel (PCB)

O jovem educador popular e pernambucano marxista tem despontado na cena política brasileira em função do seu trabalho pela educação política gratuita e sob pilares comunistas. Jones Manoel é historiador e pesquisador, além de possuir canal no YouTube e colaborar com o podcast Revolushow. É a primeira vez do escritor tentando um cargo político.

Defende um programa "verdadeiramente socialista" para Pernambuco — crítico à gestão do PSB, não considera a legenda dentro da corrente socialista; pelo contrário, acredita no alinhamento entre o PSB, a direita e o neoliberalismo —, além de definir sua luta como antifascista, antirracista e "pela revolução brasileira".

Marília Arraes (Solidariedade)

Líder em muitas das pesquisas que simulam a eleição pelo Governo Estadual, a neta de Miguel Arraes foi vista em campanha pela última vez em 2020, quando disputou a Prefeitura do Recife com o primo, atual prefeito do Recife, João Campos (PSB). A deputada federal é advogada, já foi vereadora do Recife três vezes e chegou ao Congresso Nacional para reforçar a bancada feminina no Parlamento federal.

Nas pautas de Arraes, que recentemente confirmou sua pré-candidatura, são comuns as questões de gênero, a política de fome zero e a defesa dos direitos humanos e da educação. Desde 2019, a parlamentar recebe visibilidade nacional pelo impacto do seu Projeto de Lei 4968/2019, conhecido como “PL dos Absorventes”.

O PL, que foi aclamado, mas enfrenta dificuldades para passar integralmente pelo Planalto, pretende beneficiar cerca de 5,6 milhões de mulheres em todo o país, entre estudantes de baixa renda matriculadas em escolas públicas; mulheres em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social extrema; presidiárias e apreendidas, recolhidas em unidades do sistema penal e pacientes internadas em unidades para cumprimento de medida socioeducativa.

- - > LeiaJá também: ‘Promulgada a lei para distribuição de absorventes’ 

Miguel Coelho (União Brasil)

Miguel é advogado e foi eleito, em 2014, o mais jovem deputado estadual de Pernambuco. Parte de um dos clãs políticos do estado, a família Coelho, o jovem é prefeito do município de Petrolina, maior cidade do Sertão pernambucano, e onde Miguel cumpre seu segundo mandato. Sua gestão é marcada por grandes investimentos em infraestrutura, saúde, educação e desenvolvimento social, pilares que devem ser mantidos durante a campanha pelo Governo do Estado.

Recentemente, o gestor comunicou articulação junto a sindicâncias policiais e tem mostrado mais interesse em defender a categoria. Como promessa de campanha, o pré-candidato anunciou, na última semana, que irá propor o ICMS da Primeira Infância para incentivar a criação de creches em tempo integral pelos municípios. Segundo ele, parte dos recursos arrecadados pelo estado com o ICMS será distribuída de acordo com os investimentos realizados pelas prefeituras no atendimento à primeira infância. Os municípios que ampliarem o número de vagas em creches serão contemplados com mais recursos.

Raquel Lyra (PSDB)

Lyra é advogada, ex-deputada estadual e ex-delegada da Polícia Federal. Recentemente, anunciou o afastamento da prefeitura de Caruaru, por onde geriu o município por quase dois mandatos, diante de uma avaliação positiva e muitas bases aliadas no Agreste. Em seu discurso, tem forte apelo pela segurança pública, pela educação e geração de empregos. Primeira mulher reeleita na cidade, tem investido em uma campanha e bancada pautadas no gênero, destacando a importância do “olhar e cuidado femininos”.

No início de abril, a jovem prefeita afirmou que fará o maior programa de apoio à educação infantil em Pernambuco. "Visitamos mais de 80 municípios, desde agosto do ano passado, ouvindo a população para a criação de um projeto para o Estado, entendendo as necessidades e dores da população. É necessário investir na educação e garantir a qualidade do ensino desde pequeno e seguindo até o fundamental", esclareceu.

Segundo ela, em Caruaru, o investimento progrediu de R$ 4 milhões, em 2017, para R$ 70 milhões, no ano passado.

- - > LeiaJá também: ‘‘Me sinto preparada’, diz Raquel ao renunciar prefeitura’ 

A menos de oito meses do primeiro turno das eleições, o Senado se transformou em terreno minado para o governo. Com pautas paradas e um conflito cada vez maior entre senadores e o ministro da Economia, Paulo Guedes, o Palácio do Planalto enfrenta problemas para retomar a articulação política na Casa. Das 45 propostas apontadas pelo governo como prioritárias, e encaminhadas ao Congresso na semana passada, 11 tramitam no Senado e estão travadas.

É o caso, por exemplo, da reforma tributária, do pacote relacionado ao preço de combustíveis e da reforma do Imposto de Renda. Diante do debate sobre o preço dos combustíveis, o Senado apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que foi apelidada por Guedes de "PEC Kamikaze" por promover ampla desoneração, além de subsídios fora das regras fiscais. Aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiram, então, expor o conflito com Guedes e devolveram o apelido de "kamikaze" para a gestão do titular da Economia.

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A avaliação desse grupo é a de que Guedes faz discurso de ajuste fiscal, mas sempre se rende às ideias do presidente Jair Bolsonaro, que quer abrir o cofre em sua campanha pela reeleição. A pressão do Planalto para que governadores reduzam a cobrança do ICMS, imposto arrecadado pelos Estados, também incomoda o Senado.

"Estou fazendo meu papel pela inércia do ministro da Economia. Ele falou que a proposta é 'kamikaze', mas não apresentou uma solução", disse Carlos Fávaro (PSD-MT), autor da PEC que prevê a redução de impostos incidentes sobre os combustíveis. O senador Alexandre Silveira (PSD-MG), apontado como o "número 2" de Pacheco, foi na mesma linha. "Guedes é tão inábil que constrói instabilidade", criticou Silveira, que foi convidado para assumir a liderança do governo, mas recusou.

Prejuízo

Desde dezembro, Bolsonaro não tem líder para articular votações no Senado. Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) deixou o cargo após ser derrotado na disputa para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). O senador se sentiu abandonado pelo governo. Depois disso, parlamentares cortejados para o cargo têm resistido a aceitar a função por temer prejuízo político com a queda de popularidade de Bolsonaro.

"É importante que o governo decida o líder no Senado para que possa dialogar com a presidência e as demais lideranças", disse Pacheco, que, nos próximos dias, deve desistir de lançar a pré-candidatura à sucessão de Bolsonaro.

O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), acumula a função informalmente, com a ajuda do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, e do colega Carlos Viana (PSD-MG), vice-líder. Mesmo assim, projetos como o da regularização fundiária e o da flexibilização do porte de armas, classificados como prioritários por Bolsonaro, não andaram. "Não tem muito drama, não. É preciso ver os temas que serão discutidos, por causa da característica deste ano, que é eleitoral", afirmou Gomes.

Não são poucos os senadores que duvidam do empenho de Bolsonaro e da equipe econômica em promover mudanças tributárias, assim como a reforma do Imposto de Renda e a privatização dos Correios, propostas que constam da portaria publicada pelo governo. "Se o Senado aprovar a reforma tributária, a Câmara aprova. A Câmara é mais reformista que o Senado", ironizou o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR).

O governo do presidente Jair Bolsonaro publicou uma portaria com 45 propostas prioritárias para a agenda no Congresso Nacional em 2022. O documento foi divulgado em edição extra do Diário Oficial da União e encaminhado a lideranças do Legislativo, com assinatura do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Na agenda econômica, o governo apontou entre as prioridades a reforma tributária (PEC 110/2019) e a reforma do Imposto de Renda em tramitação no Senado. Há disposição no Senado para encaminhar a proposta de mudança no sistema tributário, mas sem garantias de aprovação. A reforma do IR, por sua vez, enfrenta uma resistência ainda maior e foi colocada na gaveta.

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Na Câmara, uma das prioridades do Executivo é o projeto de lei que une PIS e Cofins e cria a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), também parado. A privatização dos Correios e o Marco de Garantias completam a lista nesse tema.

Em meio à alta no preço dos combustíveis no País, o governo apontou o projeto que altera a cobrança do ICMS, imposto arrecadado pelos Estados, como prioridade. A proposta passou pela Câmara no fim do ano passado e deve ser pautada no Senado na próxima terça-feira, 15. Os senadores, porém, se articularam para desidratar o texto, dando liberdade para cada governador definir a alíquota do ICMS na largada.

A portaria ainda listou uma proposta "em formulação no Congresso Nacional" para autorizar a redução temporário de impostos federais sobre o diesel. Esse dispositivo deve ser incluído em um dos projetos de lei que serão pautados no Senado na semana que vem. O governo também quer aprovar até março a medida provisória que garantiu o pagamento de R$ 400 para o Auxílio Brasil.

Os projetos que revisam o licenciamento ambiental, a regularização fundiária e a mineração em terras indígenas também são prioridades do governo, assim como a flexibilização do porte de armas e o homeschooling. Na infraestrutura, a modernização do setor elétrico e o projeto que incentiva a compra de debêntures do setor também foram citados.

A agenda foi apresentada no momento em que Bolsonaro tenta alavancar apoio para uma candidatura à reeleição em outubro. Nas últimas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera os cenários para a disputa. Além disso, o Palácio do Planalto tenta recuperar uma articulação no Congresso. No Senado, por exemplo, Bolsonaro está sem líder do governo após o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) deixar o cargo.

"São projetos que têm uma linha clara de ação: aperfeiçoar o funcionamento do Estado; romper entraves à atividade econômica para modernizar o Brasil e gerar empregos; e facilitar a vida dos cidadãos", afirmou o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), em nota à imprensa.

Lideranças políticas, empresariais e do terceiro setor reunidas pelo apresentador Luciano Huck produziram um documento com 22 propostas que, acreditam, deve fazer parte do plano de governo dos candidatos à Presidência. Os temas costuram compromissos da gestão pública que vinham sendo definidos como base de um eventual projeto presidencial de Huck, como economia verde e combate às desigualdades.

O documento é resultado do "Encontro do Rio", realizado no início do mês, com apresentação do economista Daniel Goldberg, da Farallon Investimentos, e do ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. Arminio Fraga, ex-Banco Central, e Ilona Szabó, do Instituto Igarapé, participaram.

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Os integrantes pedem, por exemplo, a manutenção de um programa de assistência social com foco na distribuição de renda e o fim da reeleição no Executivo. O texto requer, ainda, que o próximo governante impeça "toda e qualquer iniciativa de regularização de grilagem de terra" e atue a favor da demarcação de reservas indígenas.

No campo econômico, sugere um pacto federativo de responsabilidade fiscal que impeça aumento de custos não atrelados ao crescimento das receitas. Também propõem uma reforma tributária com base na progressividade dos impostos.

Goldberg avaliou que as políticas de Saúde, Educação e Assistência Social são mal articuladas. Segundo ele, as estatísticas mostram que a mobilidade social no Brasil é "uma miragem". "Do ponto de vista econômico, não há antítese ou conflito entre uma gestão fiscal responsável e um Estado redistributivo e que tente fazer com que os mais pobres tenham uma chance legítima de avançar", defendeu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara aprovou, nesta terça-feira, 14, a segunda parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios e garantiu a abertura de um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões para aumento de gastos em 2022. Com isso, o governo do presidente Jair Bolsonaro poderá pagar o Auxílio Brasil no valor de R$ 400 e ainda negociar o restante para atender demandas de parlamentares. A expectativa é de que a promulgação ocorra ainda nesta semana, sem necessidade de nova votação no Senado.

Os deputados aprovaram o limite de pagamento de precatórios até 2026, e não mais até 2036, e a destinação do espaço fiscal da PEC para o Auxílio Brasil e despesas previdenciárias. Foram 327 votos a 147 no primeiro turno. O texto ainda precisa ser votado mais uma vez na Câmara. A limitação para as despesas com sentenças judiciais abre uma folga de R$ 43,8 bilhões no teto em 2022. A mudança no cálculo do teto de gastos, promulgada na semana passada, garante mais R$ 62,2 bilhões no Orçamento.

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Por outro lado, a Câmara rejeitou uma proposta do Senado para garantir a maior parte das dívidas do antigo Fundef para Estados antes do período eleitoral. Essa medida foi aprovada por senadores alinhados aos governadores da Bahia e do Ceará, que esperam esses repasses de um fundo antigo que financiava a educação. Na Câmara, há uma oposição maior aos gestores estaduais. Dessa forma, a parcela de 40% do Fundef deverá ser paga em 2022, mas sem uma garantia de pagamento da maior parte até agosto. Essa despesa ficará fora do teto de gastos (a regra que atrela o crescimento das despesas à inflação) e do limite de precatórios.

Após um impasse com o Senado durante o fatiamento da PEC, os deputados acabaram aprovando a maior parte das alterações. A vinculação do espaço fiscal, por outro lado, não garante que os recursos ficarão totalmente amarrados. As despesas poderão ser remanejadas no Orçamento de 2022. A oposição se posicionou contra a proposta, mas não conseguiu barrar a aprovação. "Não estamos lutando contra 300 deputados. Estamos lutando contra 16 bilhões em emendas do orçamento secreto", disse o líder da oposição na Casa, Alessandro Molon (PSB-RJ), em relação ao valor negociado pela cúpula do Congresso para as emendas de relator no Orçamento do ano que vem.

Inicialmente, líderes da Câmara haviam feito um acordo para manter o limite de pagamento dos precatórios da União na proposta, mas sem nenhuma data para vigência dessa limitação. No entanto, uma negociação de última hora fez o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, retirar a sugestão de mudança no texto (destaque) que previa a derrubada do prazo.

Pelo entendimento da Mesa Diretora da Câmara, excluir a data para pagamento dos precatórios poderia levar à necessidade de haver uma nova PEC para estabelecer a vigência ou fazer com que a matéria voltasse para análise do Senado. Para aliados do governo, impor um limite até 2026, e não mais até 2036, como pretendido inicialmente, diminui o impacto da PEC e pode trazer problemas para o Executivo no futuro. Não haveria outra saída, no entanto, após a alteração do Senado.

No mesmo dia da votação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, assinou uma portaria que destravou a execução de verbas do Orçamento de 2021 e autorizou o empenho de recursos até 31 de dezembro deste ano. Um decreto anterior limitava o prazo até 10 de dezembro e causou reação contrária do Centrão e parlamentares da base governista na Câmara, que cobravam a liberação de mais recursos do orçamento secreto e ameaçavam travar a pauta.

O decreto previa que a data poderia ser revista pelo chefe da pasta da Economia. De acordo com fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, o impasse causou reação do Centrão contra o governo do presidente Jair Bolsonaro na reta final de votações no Congresso. O bloco pressiona pelo pagamento das emendas de relator, que estão no centro do orçamento secreto. De 16,9 bilhões previstos para este ano, R$ 6,2 bilhões dessas verbas ainda não haviam sido empenhados até segunda-feira, 13.

Os deputados também aprovaram a proposta do Senado de tornar o Auxílio Brasil um programa permanente na Constituição, mas sem necessidade de apontar fonte de financiamento para implantar o benefício de R$ 400, driblando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Além disso, o texto aprovado prevê a criação de uma comissão no Congresso para fiscalizar a expedição e o pagamento de precatórios a partir do próximo ano, movimento batizado de "meteoro" pelo ministro Paulo Guedes.

A pré-candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, criticou nesta quarta-feira a política econômica do governo Jair Bolsonaro, representada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e defendeu a recriação do Ministério do Planejamento, que foi extinto com a junção de várias áreas no Ministério da Economia. "Antes de anunciar equipe, de dar uma tranquilidade ao mercado, nós precisamos dar uma tranquilidade é para as pessoas. Aí, mais importante do que o ministro da Economia, é o ministro do Planejamento", disse Tebet em coletiva de imprensa após a reunião do MDB que oficializou a pré-campanha.

Simone Tebet preparou um discurso para vincular a responsabilidade fiscal à inclusão social. A senadora tem conversas com a economista Zeina Latif, mas destacou que esse não será o primeiro nome anunciado na equipe. "Acima da economia, nós temos que perguntar para todos e para nós mesmos que país nós queremos e para quem. Não será um economista que vai dizer isso, vai ser um sociólogo, vão ser professores, vai ser a sociedade civil organizada, vão ser nosso centro acadêmico nas universidades."

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A pré-candidata se definiu como uma "liberal moderada" e defendeu as reformas administrativa e tributária, mas com críticas à proposta do governo para essas áreas. "Essa não serve, como serviram muitos projetos que só atendiam e beneficiavam alguns poucos."

Ela criticou Bolsonaro, falou contra "aventureiros", em um recado a Sérgio Moro, e poupou o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva de ataques. À imprensa, ela afirmou: "não vou poupar nem defender quem quer que seja", ao focalizar nas propostas do MDB.

Simone Tebet também afastou qualquer discussão sobre aliança eleitoral agora. "Nesse momento, é hora de todos colocarem o bloco na rua."

O número de projetos de lei, de resolução ou de propostas de emendas à Constituição com o objetivo de combater o racismo no Brasil teve aumento significativo na Câmara dos Deputados a partir de 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. A alta de 145% em relação à legislatura passada não representa, no entanto, avanço da pauta defendida pelo movimento negro. Em quase sete anos, nenhuma das 89 propostas listadas pelo Estadão foi votada.

De acordo com o levantamento, mais da metade delas (47%) foi apensada a projetos semelhantes que estão igualmente engavetados. Outras 13 aguardam parecer do relator e oito foram arquivadas ou retiradas pelo autor. Só duas estão prontas para serem votadas.

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A maioria das leis e regras propostas visa combater o racismo estrutural nos setores público e privado, como estádios de futebol; tipificar sanções penais e administrativas relativas à discriminação pela raça e assegurar a continuidade da Lei de Cotas.

Segundo parlamentares e especialistas ouvidos pela reportagem, três fatores explicam a ampliação dessa agenda: o início do governo Jair Bolsonaro, explicitamente contrário à promoção de direitos das minorias, e sua escolha para a condução da Fundação Palmares - cujo presidente, Sérgio Camargo, já disse que a escravidão foi benéfica ao Brasil -; o crescimento da bancada conservadora e os casos mais recentes de violência contra negros no Brasil e no mundo.

"A morte de George Floyd (assassinado por policiais brancos nos EUA, em 2020) despertou o mundo para a pauta antirracista. Vale dizer que nós tivemos o caso de Marielle Franco, que também comoveu o mundo, e de João Alberto, morto por seguranças que prestavam serviços para o Carrefour. No Brasil, temos casos tão ou mais graves que o do George Floyd, mas aqui a comoção ainda se dá só dentro do movimento negro", afirmou Estevão Silva, presidente da Associação Nacional de Advocacia Negra (Anan).

PRIORITÁRIOS. Na semana do Dia da Consciência Negra, comemorado hoje, a bancada preta - formada por 23 parlamentares, sendo dois suplentes - relacionou oito projetos de lei e quatro projetos de resolução como prioritários. Um deles, de Talíria Petrone (PSOL-RJ), proíbe homenagens a proprietários de escravos, traficantes ou defensores da escravidão em monumentos públicos. Desde que foi apresentado, o PL 5296/20 já foi apensado a outros quatro textos e segue à espera de deliberação.

"O combate ao racismo vive um sério retrocesso na gestão Bolsonaro. O emblema maior disso é o comando da Fundação Palmares. Diante dessa realidade, é importante que haja um ativismo, uma reação mesmo. Somos poucos na Câmara, mas ativos", disse Orlando Silva (PCdoB-SP), que, ao lado da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), é quem tem mais projetos sobre a temática do racismo: 11 cada.

Talíria também fala em "reação". "No Brasil, ainda temos uma democracia incompleta, que nunca chegou ao território de favela. Essa frágil democracia tem levado golpes ainda mais duros. Quando isso acontece, são os corpos negros os que ficam pelo caminho. Isso tem reação."

EQUIDADE. Orlando Silva espera que o trabalho conduzido por uma comissão de juristas negros criada pela Casa aponte caminhos para combater de fato o racismo estrutural no País e a promover equidade dentro e fora da política. Presidido pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o grupo foi reunido após o assassinato de João Alberto Freitas, ano passado. O relatório final será apresentado dia 30.

Na avaliação do cientista político Marcio Black, da Fundação Tide Setúbal, os projetos não avançam porque historicamente não são considerados prioritários. "Quando se fala de equidade se fala de poder e distribuição de poder. Por mais que negros sejam eleitos e que proponham leis do movimento, a agenda antirracista não é encampada nem mesmo por alguns setores mais progressistas do Congresso ou pelos partidos políticos."

Mestre em direito e criminologia pela Universidade de Brasília, a professora Deise Benedito disse que o parlamentares precisam enxergar o papel que têm no desafio de combater o racismo. "O Congresso tem de assumir a sua parcela de responsabilidade."

Na quinta, o Senado aprovou projeto que equipara a injúria racial ao racismo - demanda antiga do movimento negro, mas polêmica do ponto de vista legal. A pauta agora segue para análise dos deputados. Em nota, a Câmara afirmou que a construção das pautas debatidas em plenário e nas comissões ocorre por meio de acordo entre os parlamentares. A assessoria do presidente Arthur Lira (PP-AL) destacou que a Casa "tem longa atuação na produção de leis de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que 15 grupos, entre empresas e consórcios, apresentaram propostas para participar do leilão da internet móvel de quinta geração (5G). Isso quer dizer que a lista de concorrentes, desta vez, irá muito além das gigantes Vivo, TIM e Claro, que apresentaram propostas. A Oi, como esperado, ficou de fora.

A abertura dos envelopes com as ofertas será em 4 de novembro. Por ora, ainda não foram tornados públicos quais os ativos visados para cada um dos grupos nem o valor dos lances. Nos próximos dias, a agência reguladora vai verificar se os proponentes estão devidamente habilitados a participar do certame, ou seja, se apresentaram todas as garantias financeiras e documentos exigidos pelo edital.

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A faixa de 3,5 Ghz - a mais visada para o 5G - oferecerá quatro lotes nacionais no leilão. Isso porque o certame foi desenhado numa época em que as quatro grandes teles atuavam no ramo. Mas, com a saída da Oi do setor móvel, sobrará um lote nacional à disposição de quem quiser se aventurar nesse mercado.

Por outro lado, há um desafio grande para novos entrantes. "Esse é um mercado altamente dominado. Para competir será necessário tirar cliente dos concorrentes, o que não é simples", pondera o consultor e ex-presidente da Anatel, Juarez Quadros.

"Um novo entrante vai ter que tomar cliente dos outros para se viabilizar financeiramente. E o edital é rigoroso em exigir que se comprove a instalação da infraestrutura", acrescenta Quadros, referindo-se ao risco elevado de se investir sem ter um retorno à altura.

O que está em disputa

Este será o maior leilão já realizado pela Anatel, podendo movimentar R$ 49,7 bilhões. Desse total, R$ 10,6 bilhões são outorgas pelas faixas e R$ 39,1 bilhões, compromissos de investimentos na implementação das redes. As faixas leiloadas - 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHZ - servirão tanto para ativar o 5G quanto para ampliar o 4G.

O governo calcula que o 5G vai gerar US$ 1,2 trilhão em investimentos nos próximos 20 anos.

A nova tecnologia promete velocidades até 20 vezes superiores às atuais, além de um tempo de resposta (latência) baixíssimo entre os dispositivos conectados. Isso vai permitir o desenvolvimento de novas aplicações, desde carros sem motorista até inovações na indústria, mineração e agricultura, entre outros setores.

Na briga

Além de operadoras regionais como Brisanet, Secomtel e Algar Telecom, foram confirmados também grupos ligados a grandes investidores, como o Pátria Investimentos.

Participam ainda a Mega Net Provedor de Internet e Comércio de Informática Ltda (Iniciativa 5G Brasil, consórcio de 421 provedores), NK 108 Empreendimento e Participações S/A (Highline do Brasil), e Winity II Telecom Ltda (ligado à gestora Pátria Investimentos).

Estão na disputa também Brasil Digital Telecomunicações Ltda, Cloud2u Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda, Consórcio 5G Sul, Fly Link Ltda, Neko Serviços de Comunicações, Entretenimento e Educação Ltda e VDF Tecnologia da Informação Ltda.

A proposta de impor uma quarentena para juízes e militares se candidatarem em eleições recebeu apoio nesta sexta-feira do ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF). Criticada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais, a ideia consta do projeto de novo Código Eleitoral que aguarda votação na Câmara dos Deputados.

"Eu concordo com a filosofia. É bastante relevante para não permitir que as pessoas façam da atividade institucional uma plataforma de lançamento de candidatura", declarou Mendes em entrevista à GloboNews. Embora tenha defendido a discussão do assunto, o ministro evitou se posicionar sobre quanto tempo de restrição deveria ser aplicado às categorias. "Certamente não vou emitir juízo sobre a partir de que momento deve entrar em vigor quarentena eleitoral". Pelo texto em tramitação na Câmara, policiais e magistrados, entre outras categorias, se quiserem se candidatar precisam de afastar definitivamente de seus cargos e funções até cinco anos anteriores ao pleito.

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O decano destacou que o envolvimento de militares em atividades político-partidárias, fato que preocupa governadores, tem se acentuado nos últimos tempos. "A Justiça Militar tem que lidar com eles", disse Gilmar Mendes. "Eles estão autorizados pela sociedade e pelo Estado brasileiro a usar armas. Por isso, têm que ter maior temperança, tolerância, cuidado. Mas me parece que os governadores têm tomado toda a cautela em relação a isso", comentou o ministro. Existe a expectativa de que policiais militares participem dos atos em desagravo ao governo Jair Bolsonaro convocados para 7 de setembro.

Semipresidencialismo.

O ministro do STF ainda reiterou sua defesa da adoção do sistema semipresidencialista no Brasil. "Venho há muito tempo defendendo essa ideia, mas não imagino que seja saída para essa crise momentânea", avaliou. Para Mendes, a divisão entre tarefas de Estado e de governo seria positiva para o País. Ele lembrou que alguns consensos recentes foram costurados pelo Congresso Nacional, como a PEC do orçamento guerra.

O presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública, deputado Capitão Augusto (PL-SP), divulgou nesta quinta-feira (26) nota de repúdio à possibilidade de agentes de segurança pública só poderem se candidatar se tiverem se desligado das suas funções no mínimo cinco anos antes das eleições.

A chamada "quarentena eleitoral" foi incluída na quarta-feira (25), na mais recente versão do parecer do projeto que cria o novo Código Eleitoral, relatado pela deputada Margarete Coelho (PP-PI). Na nota, Capitão Augusto diz que a frente, mais conhecida como Bancada da Bala, manifesta seu repúdio ao texto "por sua flagrantemente inconstitucionalidade" e destaca que "a elegibilidade é direito constitucional que traduz a expressão máxima do exercício da cidadania, a tal ponto que a sua mitigação coloca em xeque a própria existência do Estado de Democrático de Direito".

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A nova versão do parecer de Margarete determina que são inelegíveis servidores integrantes das guardas municipais, das polícias Federal, Rodoviária Federal e Ferroviária Federal, polícias civis, magistrados e membros do Ministério Público que não tenham se afastado definitivamente de seus cargos e funções até cinco anos anteriores ao pleito. Margarete excluiu da regra aqueles servidores que já possuem mandato.

"Conclamamos que os membros da maior bancada do Congresso Nacional, que é a desta Frente Parlamentar da Segurança Pública, esteja unida para rejeitar firmemente qualquer iniciativa nesse propósito, rogamos que o Presidente da Câmara dos Deputados e as liderança partidárias não permitam essa medida e que matéria de tão relevância tenha a tramitação regimental adequada na comissão especial", diz a nota. Atualmente, a bancada tem 304 deputados e dez senadores.

Caso o projeto seja aprovado sem alterações nos Plenários da Câmara e do Senado e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro até outubro deste ano, o caminho para as eleições de 2022 estará fechado para militares, policiais, juízes e promotores que não cumpram o prazo exigido. As últimas eleições foram marcadas por um avanço nas candidaturas de representantes das Forças Armadas, magistratura, Ministério Público e polícias.

O Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que Augusto já procurou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e está ligando para líderes tentando reverter o texto. No entanto, a quarentena tem apoio no Congresso para ser aprovada, inclusive de parlamentares da área da segurança que enxergam na nova regra uma diminuição da concorrência nas próximas eleições.

A proposta de um novo Código Eleitoral em tramitação na Câmara dos Deputados incluiu na última hora um dispositivo que pode barrar eventual candidatura do ex-juiz Sérgio Moro à Presidência da República e de centenas de militares com ambições eleitorais em 2022. O texto prevê a exigência de uma quarentena de cinco anos para que militares, policiais, juízes e promotores possam concorrer às eleições.

A regra foi incluída no texto da deputada Margarete Coelho (PP-PI), relatora do novo projeto da reforma eleitoral, ontem, e vinha sendo debatida nos bastidores do Congresso. O plenário da Casa pretendia votar a possibilidade de o texto ser tratado em regime de urgência ainda na noite de ontem. Na prática, isso permite que o projeto possa ser submetido à votação direta pelo plenário a qualquer momento, sem ter de passar por comissões. Basta que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), paute o tema. A expectativa dos deputados é de que isso ocorra na próxima semana.

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Caso o projeto seja aprovado sem alterações nos plenários da Câmara e do Senado e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro até outubro deste ano, o caminho para as eleições de 2022 estará fechado para militares, policiais, juízes e promotores. As últimas eleições foram marcadas por um avanço nas candidaturas de representantes das Forças Armadas, magistratura, Ministério Público e polícias.

A aprovação do texto de 371 páginas e mais de 900 artigos é uma promessa de campanha de Lira. O projeto reúne todas as regras atuais que definem o funcionamento dos partidos e do sistema eleitoral, para unificar tudo em uma redação única. Para isso, a proposta revoga todos os artigos e demais leis relacionadas às eleições.

Margarete disse ter acolhido pedidos de várias siglas e ter usado como referência textos que já tramitavam na Câmara. "Há um interesse na Casa e esse relatório é um projeto do Parlamento. Ouvi todos os partidos e acolhi as sugestões que tinham certa unanimidade", disse a relatora ao Estadão/ Broadcast.

A nova versão do Código Eleitoral determina que são inelegíveis servidores integrantes das guardas municipais, das polícias Federal, Rodoviária Federal e Ferroviária Federal, polícias civis, magistrados e membros do Ministério Público que não tenham se afastado definitivamente de seus cargos e funções até cinco anos anteriores ao pleito. Margarete excluiu da regra aqueles servidores que já possuem mandato.

Para Walber Agra, professor livre-docente da USP e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), o prazo de vedação para as candidaturas é razoável. "É uma forma de garantir uma neutralidade não apenas fictícia, mas pragmática ao Poder Judiciário. Com o prazo de cinco anos para poder disputar as eleições, magistrados e membros do Ministério Público irão refletir de forma mais abalizada se devem entrar na luta política ou não. Isto porque a sociedade perde quando há uma politização do Judiciário e ele começa a se imiscuir em questões políticas."

O Podemos, partido que busca ser abrigo para uma eventual candidatura de Moro, reagiu à inclusão da quarentena. Em nota, afirmou que "repudia a manobra na legislação a toque de caixa para aprovar um dispositivo que iguala juízes, magistrados e policiais aos fichas-sujas".

"Alterar o Código Eleitoral, estabelecendo uma quarentena de cinco anos, é tentativa clara de atingir Sérgio Moro, cuja candidatura não passa, por enquanto, de um desejo dos brasileiros e de partidos, como o Podemos. Mesmo que aprovada, a lei não poderia retroagir. Portanto, são inúteis os esforços para impedir uma possível candidatura de Sérgio Moro", diz o comunicado assinado pela presidente do partido, Renata Abreu.

Pesquisas

Outro ponto polêmico do texto diz respeito à realização de pesquisas eleitorais. A proposta proíbe a divulgação desses levantamentos no dia e na véspera das disputas, sob o argumento de que isso poderia ter efeitos sobre o voto do eleitor no momento mais próximo de sua decisão. Para críticos ao texto, trata-se de um tipo de censura que afeta o acesso à informação que sempre esteve presente nos pleitos no País, desde a redemocratização.

A proposição também muda as regras atuais sobre como os partidos, que recebem dinheiro público, devem prestar contas à Justiça Eleitoral. Atualmente, existe um sistema criado especialmente para isso no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA).

O novo projeto, no entanto, altera essa divulgação e passa a prever que a apresentação dos documentos seja feita por meio do sistema da Receita Federal. Também reduz o prazo da Justiça Eleitoral para a análise da prestação de contas dos partidos, de cinco para dois anos, "sob pena de extinção do processo". Na prática, se a Justiça não conseguir concluir a análise em até dois anos, a verificação pode não mais ser feita. Caso o partido venha a ter suas contas reprovadas pelo TSE, sua punição passa a ter um teto de R$ 30 mil. Hoje, a multa pode ser de até 20% do valor apontado como irregular.

As propostas polêmicas suscitaram mais críticas, porque podem limitar a atuação do TSE, além de diminuir a transparência e a fiscalização de partidos no uso dos recursos públicos, entre outros pontos. A deputada Margarete Coelho, no entanto, disse que as novas regras devem agilizar a análise de contas dos partidos. Ela também negou restrições ao TSE. "O projeto oferece mais segurança jurídica ao tribunal e aos próprios eleitores, delimitando o campo de atuação da justiça eleitoral."

Fundo Partidário

Outra mudança diz respeito ao uso dos recursos do Fundo Partidário, uma espécie de "mesada" de dinheiro público para a manutenção das legendas. O projeto libera o uso da verba do fundo para a compra de bens móveis e imóveis, além de "gastos de interesse partidário, conforme deliberação da executiva do partido".

O texto determina ainda que sejam contados em dobro os votos dados a candidaturas de mulheres e negros para a Câmara, para efeitos de distribuição do dinheiro do Fundo Partidário e do fundo eleitoral.

A mudança radical na articulação política do Palácio do Planalto indica que a entrada de Ciro Nogueira (Progressistas-PI) na Casa Civil teve motivos bastante pragmáticos, na tentativa de assegurar a sobrevivência política do presidente Jair Bolsonaro. Levantamento do Estadão mostra que não faltaram razões para a troca do general Luiz Eduardo Ramos por Nogueira, senador pelo Piauí e líder do Centrão. Desde 2003, Bolsonaro é o presidente que mais pagou emendas para deputados e senadores - R$ 41,1 bilhões até agora -, ao mesmo tempo que seu governo foi o que menos aprovou propostas no Congresso.

Entre projetos de lei, medidas provisórias e emendas à Constituição (PECs), Bolsonaro conseguiu aprovar 83 propostas desde o primeiro ano do seu mandato, em 2019. É como se tivesse recebido sinal verde para um projeto a cada 11,3 dias no Congresso. Michel Temer (MDB) aprovou uma proposta a cada 9,6 dias, em média. Conhecida pela falta de habilidade no trato com os parlamentares, Dilma Rousseff (PT) registrou marca ligeiramente melhor no segundo mandato, marcado pelo processo de impeachment: uma média de um projeto a cada 11,2 dias.

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Os números mostram como os congressistas vêm ampliando seu controle sobre o Orçamento da União. O processo começou antes de Bolsonaro, mas acelerou no governo atual com a utilização das chamadas emendas de relator-geral, identificadas com o código RP9. Estas emendas se tornaram uma forma de o governo liberar recursos para aliados, de acordo com a conveniência do Palácio do Planalto e sem qualquer transparência. O caso, revelado pelo Estadão, ficou conhecido como orçamento secreto.

A modalidade RP9 resultou em pagamentos de R$ 8,34 bilhões em emendas apresentadas em 2020 e R$ 4,51 bilhões em 2021, puxando para cima o "custo" da relação de Bolsonaro com o Congresso. E também fez com que 2020 - ano da pandemia e de forte crise econômica - se tornasse o exercício com o maior valor pago em emendas desde 2003: foram R$ 22,6 bilhões. A maior parte do dinheiro é direcionada para melhorias nos redutos dos congressistas.

‘Custo’

Desde o começo do governo, é como se cada um dos 83 projetos aprovados por Bolsonaro tivesse "custado" R$ 495,2 milhões - embora não seja possível correlacionar diretamente a aprovação de projetos específicos ao pagamento de emendas. O valor é mais que o dobro registrado pelo segundo colocado, Temer (R$ 192 milhões).

Apesar de ter trocado o comando da articulação política, nada indica que Bolsonaro pretenda interromper o uso das emendas RP9 para conquistar a boa vontade do Congresso. Ao contrário: o número 2 de Nogueira na Casa Civil será o engenheiro Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro. Antigo secretário executivo de Ramos, Castro coordenou a liberação das emendas RP9 em 2020.

Para a especialista em política legislativa Beatriz Rey, a comparação do "custo" em emendas de cada projeto aprovado dá indícios de como o processo político se desenrola. "Essa discrepância no ‘custo por projeto’ é decorrente da incompetência do governo em gerir a coalizão (no Congresso). Um valor tão alto mostra que Bolsonaro teve muita dificuldade em montar uma coalizão estável, e se viu forçado a encontrar outras moedas de troca", disse Beatriz, que é pesquisadora da Universidade Johns Hopkins (EUA).

‘Esforço’

"Bolsonaro é o presidente, do ponto de vista da aprovação legislativa, com a pior relação com o Congresso. No entanto, o fato de ele não ter sofrido impeachment até o momento é também porque ele está fazendo esforços que Dilma não fez", afirmou o cientista político da FGV Sérgio Praça.

Em junho, o Estadão mostrou que deputados contemplados com verba do orçamento secreto votaram com o governo em 87,6% das ocasiões em 2020 - o mesmo grupo de congressistas não era tão fiel em 2019, quando a distribuição de recursos ainda não acontecia: naquele ano, eles votaram com o governo 54,1% das vezes.

Para o fundador da Contas Abertas, o economista Gil Castello Branco, o custo do apoio parlamentar de Bolsonaro cresce conforme a popularidade do presidente cai. "O novo mecanismo (emendas de relator) é pior que os anteriores, visto que, nas emendas tradicionais, os patrocinadores eram conhecidos. No esquema atual, os parlamentares favorecidos são escolhidos a dedo, sem qualquer critério republicano."

Procurado por meio da Secretaria de Comunicação, o governo não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos já têm elaborado um conjunto de sugestões e temas para serem conversados com o novo presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, cuja posse foi confirmada nesta sexta-feira,16, em reunião do Conselho de Administração da estatal.

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“Esperamos que a nova administração da empresa esteja aberta à comunicação com os petroleiros. A nova gestão precisa dialogar mais com os trabalhadores e trabalhadoras e com o movimento sindical. Há necessidade da companhia estabelecer um canal aberto em busca do entendimento e de soluções de conflitos”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar .

 

Ele lamentou, contudo, a ausência de mulheres na nova diretoria da Petrobras. Ainda mais considerando-se que o número de trabalhadoras na Petrobrás, em 2020, recuou para cerca de 8 mil. Entre 2007 e 2016, o total ficava acima de 10 mil. Também caiu a participação feminina no total de empregados, de 17,5% em 2016 para 16,6% em 2020, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese).

 

Considerado pela categoria dos petroleiros o pior presidente da história da Petrobrás. Roberto Castello Branco, demitido em fevereiro, não deixará saudades: “Ele fez um péssimo serviço para a companhia e para o país. Quando se sentou na cadeira de presidente da Petrobrás, Castello Branco disse que seu sonho era vender a empresa. Para mim, é algo inconcebível”, destacou Bacelar.

 

 

Covid-19

 

 

Um dos primeiros pontos da pauta junto à nova diretoria da Petrobras é a cobrança por atenção máxima ao enfrentamento da Covid-19. Os números de contágio são alarmantes. A doença já matou 80 trabalhadores da empresa, entre próprios e terceirizados, e outros 533 estão infectados neste momento. Desde o início da pandemia, mais de 6 mil pessoas já foram contaminadas nas unidades da Petrobrás, segundo dados do próprio Ministério de Minas e Energia (MME). Isso representa 13% do total de empregados da estatal. A maior parte contraiu a doença embarcado nas plataformas e nas refinarias.

 

 

A sinalização de mudanças no sistema de trabalho em “home office” da Petrobrás, a partir de maio, traz maiores incertezas em relação à exposição à pandemia.

 

 

RLAM

 

 

Tema também importante é a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia. A FUP vai alertar o novo presidente sobre irregularidades no processo açodado de venda, que vão desde o preço aviltado, abaixo do valor de mercado, fechado para a negociação com o fundo árabe Mubadala, até inconsistências na criação da subsidiária que foi criada para abrigar o negócio. “A subsidiária, a Refinaria Mataripe S.A., agrega todos os ativos relacionados à RLAM. Essa nova empresa nem tinha CNPJ até o dia da assinatura do contrato”, diz Bacelar.

 

 

“É um risco dar prosseguimento a esse processo de venda. Ele representa a entrega de um patrimônio público por menos da metade de seu valor. As avaliações do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), do BTG Pactual, da XP Investimentos e da própria Petrobrás constatam que essa venda, por US$ 1,65 bilhão, foi feita a preço vil. Fizemos esse questionamento a diversos órgãos de fiscalização. Entramos com uma ação na Justiça Federal. Temos expectativa de que o Tribunal de Contas da União (TCU) suspenda essa venda, por prejuízos ao erário público. Além disso, o momento não é propício para negócios como esse. Estamos em meio à pandemia, os ativos de petróleo e gás estão desvalorizados em todo o mundo”.

 

 

A FUP alertará ainda o novo presidente da Petrobras que a venda da refinaria, realizada às pressas, pouco antes da saída de Castello Branco, trará prejuízos à Petrobrás, e criará monopólio privado. “Estamos falando de um grande mercado consumidor, o maior fora do eixo Rio-São Paulo e com potencial de crescimento. Para a Petrobrás, essa venda significa perder grau de participação no mercado brasileiro de derivados, que é o sétimo maior do mundo. Isso faz também com que a Petrobrás deixe de ter um ativo que gera caixa”, ressalta o coordenador-geral da FUP, lembrando que os resultados da RLAM giram em torno de R$ 1 bilhão por ano.

 

 

Nova política de preços

 

 

A FUP, com base em estudos técnicos do Ineep, também apresentará proposta de mudança na atual política de preços de paridade de importação (PPI), que segue parâmetros do mercado internacional e da variação cambial para reajustes dos preços dos derivados no mercado nacional. Quem paga a conta do PPI é o cidadão brasileiro, com aumentos sistemáticos nos preços do diesel, gasolina e gás de cozinha.

 

Bacelar explica que a privatização de refinarias, inclusive da RLAM, tem muito a ver com esse tema, pois implicará dificuldades na tentativa de modificar o PPI. “Ao tirar a possibilidade do estado de definir a política de preço dos combustíveis, o PPI ficará estabelecido no mercado. Assim, o investidor que assumir a refinaria vai trabalhar, no mínimo, com o parâmetro do PPI ou até com preços maiores. É importante dar essa sinalização para o novo presidente da estatal, já que há uma preocupação em relação aos preços dos combustíveis”.

 

A proposta da FUP à nova gestão da Petrobras não é muito diferente do que é praticado em outros grandes produtores de petróleo e gás, como China, Rússia, Arábia Saudita e o Canadá. Do total de 127 países que são grandes produtores de petróleo no mundo, a maioria não pratica o preço de paridade de importação. E não fazem isso porque os custos de produção do petróleo e dos derivados internamente são muito mais baixos na comparação com o mercado internacional. 

 

Bacelar lembra que observar os custos nacionalizados da extração e produção de petróleo e o custo do refino é importante para formar preços no Brasil. E não basear-se apenas no preço do barril no mercado internacional, na oscilação do dólar e nos custos de importação. Não faz sentido isso para um país como o Brasil, que tem petróleo suficiente e refinarias que atendem a 90% da demanda interna.

 

Investimentos/conteúdo local

 

 

Aumentar investimentos da Petrobrás na indústria local também faz parte da agenda. “Ao invés de construir navios, plataformas e sondas no Brasil, a Petrobrás vem contratando essas grandes obras no exterior. Estamos falando de 84 mil empregos diretos da indústria naval brasileira. Essa geração de empregos agora está em outros países”, declarou.

 

 

A FUP também vai sinalizar para a nova gestão da Petrobrá que as refinarias estão operando abaixo de sua capacidade máxima, muito aquém do que operavam até 2015. Subutilizar as refinarias significa abrir espaço para importadores trazerem derivados de outros países com o preço de paridade de importação.

 

 

Os investimentos da Petrobras estão em queda brusca desde 2015. Em 2020 foram os mais baixos dos últimos 20 anos. “Os números são alarmantes. Chegamos a investir no país até US$ 48 bilhões por ano. No novo plano de negócios que foi posto, a empresa investiu US$ 8 bilhões em 2020. É a maior redução da capacidade de investimento da empresa. Precisamos retomar os índices de conteúdo local. No passado, eles estavam em 65%, em média, e hoje despencaram para algo em torno de 25%”, enfatiza Bacelar.

 

 

Segundo ele, a Petrobras precisa voltar a investir no Brasil, seja nas grandes obras e na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. Eram investimentos que somavam cerca de R$ 1 bilhão por ano nas universidades e que desabaram nas últimas gestões. A empresa também precisa, a partir de sua renda petrolífera, investir na transição energética, observando as energias renováveis e o gás natural.

 

 

“Ao invés disso, a Petrobras está concentrando seus investimentos no pré-sal brasileiro, por conta da alta produtividade dos poços para gerar receitas e dividendos para os acionistas minoritários. Mesmo os investimentos no pré-sal foram reduzidos.

 

 

As reservas provadas da Petrobras vêm caindo ao longo do tempo. Isso porque não se faz investimentos para desenvolver as reservas que foram descobertas. Ao não comprovar que as reservas têm potenciais comercial e econômico, consequentemente as reservas provadas não crescem. Justamente pela queda de investimentos em exploração, principalmente, a empresa vem reduzindo sua reserva provada e colocando em risco o futuro de uma gigantesca empresa do setor de petróleo e gás”.

 

*Da assessoria 

O presidente Jair Bolsonaro entregou na quarta-feira (3) aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), uma lista de iniciativas legislativas prioritárias para o governo.

 

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Na Câmara, estão em tramitação 19 propostas. São elas:

PEC 45/19 - Reforma tributária: simplifica o sistema tributário nacional pela unificação de tributos sobre o consumo;

PEC 32/20 - Reforma administrativa: altera dispositivos sobre servidores e empregados públicos e modifica a organização da administração pública;

PLP 19/19 - Autonomia do Banco Central: define mandatos fixos de quatro anos para os diretores e regras para nomeação e demissão;

PL 191/20 - Mineração em terras indígenas: regulamenta a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas;

PL 2633/20 - Regularização fundiária: estabelece critérios para a legalização de imóveis da União, incluindo assentamentos;

PL 2646/20 - Debêntures: cria instrumento para financiar projetos de infraestrutura e de produção intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação;

PL 3780/20 - Aumento de pena em caso de abuso de menores cometido por sacerdotes, profissionais de saúde e ensino ou pessoa com confiança da vítima;

PL 3877/20 - Depósitos voluntários: autoriza o Banco Central (BC) a receber depósitos voluntários remunerados das instituições financeiras;

PL 4476/20, antigo PL 6407/13 - Lei do Gás: prevê autorização, em vez de concessão, para transporte de gás natural e estocagem em jazidas esgotadas;

PL 5518/20 - Concessões florestais: confere maior celeridade ao processo licitatório, flexibilidade aos contratos e atratividade ao modelo de negócio;

PL 2401/19 - Homeschooling: regulamenta a educação domiciliar no Brasil e exige formalização da escolha dos pais junto ao Ministério da Educação. Na lista do governo é citado o PL 1776/15, que transforma pedofilia em crime hediondo;

PL 5387/19 - Marco legal do mercado de câmbio: autoriza bancos a investir no exterior recursos captados no País e facilita o uso do real em transações internacionais;

PL 5877/19 - Privatização da Eletrobras, de forma que a União fique com menos de 50% das ações da empresa;

PL 6093/19 - Documento único de transporte: obrigatório em todo o País, para caracterizar o transporte de mercadorias em qualquer modal;

PL 6125/19 - Normas aplicáveis a militares em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO): prevê a chamada excludente de ilicitude;

PL 6438/19 - Registro, posse e porte de arma de fogo para diversas categorias de servidores e agentes públicos;

PL 6726/16 - Teto remuneratório: regulamenta o valor máximo da remuneração no serviço público, hoje em pouco mais de R$ 39 mil;

PL 3515/15 – Superendividamento: estabelece medidas para prevenir e solucionar problemas dos consumidores no mercado de crédito; e

PL 3729/04 - Licenciamento ambiental: confere padronização aos processos de licenciamento e estabelece ritos simplificados.

 

 

 

No Senado, estão em tramitação 15 propostas. São elas:

PEC 186/19 - PEC Emergencial: prevê mecanismos para redução de gastos públicos, como salários de servidores, e veda novas despesas obrigatórias;

PEC 187/19 - PEC dos Fundos Públicos: libera recursos de 248 fundos públicos infraconstitucionais a fim de abater a dívida pública;

PEC 188/19 - Pacto Federativo: descentraliza, desindexa e desvincula recursos orçamentários em favor dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;

PLP 137/20 - Uso de fundos públicos para combate da pandemia: libera cerca de R$ 167 bilhões para ações de saúde e mitigação de efeitos econômicos;

PLP 146/19 – Startups: marco legal para incentivar as empresas que atuam na inovação aplicada a produtos, serviços ou modelos de negócios;

PL 4199/20 - Cabotagem (ou “BR do Mar”): libera o uso de navios estrangeiros na costa sem a obrigação de construção de embarcações em estaleiros locais;

PL 5191/20 - Fundo de investimento agrícola: amplia instrumentos de financiamento privado e reduz a dependência em relação a recursos públicos;

PL 3178/19 - Partilha do petróleo e gás natural: acaba com a preferência da Petrobras e permite a licitação no pré-sal se esse regime for mais vantajoso;

PL 3723/19 - Porte de armas: regulamenta as atividades de atiradores esportivos, caçadores e colecionadores;

PL 7843/17 - Eficiência administrativa (GovTec): amplia os serviços públicos informatizados, com validação de documentos por meio de assinatura eletrônica;

PL 1023/11 (PLC 8/13 no Senado) - Cobrança de pedágio: concede isenção de pagamento para morador de município onde está localizada a praça;

PL 1057/07 (PLC 119/15 no Senado) - Estatuto do Índio: prevê o combate a práticas tradicionais nocivas e estabelece proteção aos direitos fundamentais de crianças indígenas;

PLS 261/18 (sem numeração na Câmara) - Ferrovias: novo marco regulatório permite à iniciativa privada a construção e a operação de ferrovias próprias;

PLS 216/17 (sem numeração na Câmara) - Lei de Drogas: define como crime a corrupção de menor de 18 anos em caso de infração relacionada ao tráfico; e

PLS 232/16 (sem numeração na Câmara) - Modernização do setor elétrico: prevê mercado livre e possibilidade de portabilidade da conta de luz.

 

 

 

*Da Agência Câmara de Notícias

 

 

 

 

Professores ouvidos pelo LeiaJá comentaram sobre propostas de intervenção para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nesta edição, o tema é 'O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira'.

Para o professor Felipe Rodrigues, o aluno poderia seguir dois caminhos para propor soluções. "Se o aluno for para o lado do capacitismo, nós podemos falar, por exemplo, sobre a quebra desse estigma no mercado de trabalho e dentro do âmbito do ensino através de ações psicopedagógicas".

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"Caso vá para um lado do sistema de saúde público mental, a gente pode colocar incentivos à questão de financiar projetos dentro do próprio sistema para poder fornecer a quebra de estigma e inserção dessas pessoas", ele completa.

O professor Talles Ribeiro destaca que o candidato poderia mencionar as secretarias de Saúde e o Ministério da Saúde. " (...) Para que fossem construídos planejamentos e ações que viessem a sensibilizar a população em relação as pessoas com doença mental", comenta.

Ribeiro sugere que os alunos poderiam citar as sociedades gregas, que expulsavam pessoas que tinham alguma doença mental. O professor Felipe Rodrigues diz que uma ótima referência seria Michel Foucault e seus estudos sobre a loucura.

No universo de filmes e séries, a professora de redação Lourdes Ribeiro cita como referência Atypical , série da Netflix sobre um jovem com autismo. "E o filme O Mínimo para Viver, também da Netflix, que fala sobre transtornos alimentares e o impacto na saúde mental", indica ela.

Neste domingo (17), primeiro dia do Enem 2020, os candidatos respondem, das 13h30 às 19h, questões de Ciências Humanas, Linguagens, além da redação. Já no dia 24 deste mês, os feras enfrentarão quesitos de matemática e Ciências da Natureza.

A versão digital está programada para o dia 31 de janeiro e 7 de fevereiro. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela organização do Enem, quase 5,8 milhões de candidatos se inscreveram no Exame, cujo resultado está programado para março.

Com 56,27% dos votos, João Campos (PSB) foi eleito prefeito do Recife, neste domingo (29). Após uma disputa entre campanhas provocativas e debates acalorados, o candidato da situação derrotou a prima Marília Arraes (PT), que obteve apenas 43,73% dos votos, e vai dar continuidade ao planejamento da gestão Geraldo Julio.

Ao todo, 447.913 eleitores votaram no filho do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, falecido em 2014. Já Marília recebeu 348.126  votos dos recifenses. Uma diferença de quase 100 mil votos entre eles.

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Cada voto foi fundamental para a vitória, que seguia em aberto segundo as pesquisas e acirrou o clima eleitoral no Recife. Os últimos levantamentos, divulgados pelo Datafolha e Ibope nesse sábado (28), apontavam os concorrentes dividindo o eleitorado recifense com exatidão. 50% dos votos válidos para cada lado.

Dentre as propostas, o prefeito eleito prometeu que 50% dos cargos de liderança da Prefeitura do Recife serão ocupados por mulheres. Para reverter os efeitos econômicos da pandemia, ele vai implementar o Crédito Popular, que concede linhas de crédito de R$ 3 mil, com juros reduzidos. Durante a campanha, ele ainda se comprometeu a estimular projetos que "deram certo", como a Faixa Azul para o Transporte Público, a Academia da Cidade e a Patrulha Maria da Penha, distribuídos pelos bairros.

Após liderar todas as projeções do primeiro turno, a campanha de João Campos foi criticada e perdeu força para a continuidade da eleição. Entretanto, alianças o impulsionaram nas projeções do segundo turno. Pelo Datafolha, registrou 45% e 48%, nos dias 19 e 26. Já pelo Ibope, começou o segundo turno com 47% e aumentou para 51%, nos dias 18 e 25.

Perfil - João Henrique de Andrade Lima Campos, de 27 anos, é recifense e cumpre o primeiro mandato de deputado federal, após ter sido eleito o mais votado para a Câmara dos Deputados em 2018. Filho do ex-governador Eduardo Campos e de Renata Campos, João é formado em engenharia civil pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O prefeito eleito foi chefe de Gabinete do Governo de Pernambuco entre 2016 e 2018 e é vice-presidente nacional de Relações Federativas do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou um patrimônio de R$ 242.769,80.

João conquistou o mandato na chapa da Frente Popular do Recife, formada pelos partidos MDB, Rede, PCdoB, Solidariedade, Pros, PV, Avante, Republicanos, PP, PDT, PSD e PSB.

A educação é uma área considerada importante para grande parte da população e sua gestão passa pela escolha eleitoral, quando decidimos quem estará à frente de cargos das casas legislativas e do poder executivo, como prefeituras, câmara de vereadores, governos dos estados e federal. Isso se torna ainda mais forte quando falamos de educação pública.

Diante do fato e com a aproximação da data do pleito do segundo turno das eleições municipais de 2020, que são realizadas em meio a uma pandemia de Covid-19 que impôs enormes desafios no setor educacional, torna-se especialmente importante pensar nas propostas de cada candidato para a área. Pensando em auxiliar o eleitor recifense que voltará às urnas no domingo (29), após uma campanha acirradíssima para decidir se a capital de Pernambuco será comandada pela petista Marília Arraes ou pelo candidato do apoiado pela atual gestão, João Campos, do PSB, o LeiaJá preparou uma reportagem reunindo as principais propostas de ambos para a educação da cidade pelos próximos quatro anos. 

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João Campos (PSB)

Em texto encaminhado por sua equipe de assessoria de comunicação, o candidato a prefeito João Campos afirmou que enquanto estiver na vida pública, a educação será sua prioridade “e prioridade é mais do que discurso”. Nas palavras dele, a área será colocada “no orçamento, na agenda do prefeito”. 

Além de destacar ações desenvolvidas em sua vida pública como deputado federal, o candidato apresentou como propostas a alfabetização de crianças e criação de programas para criar vagas para estudantes que possam se tornar mão de obra para o Porto Digital. 

“Em Brasília, fui um dos fundadores da Comissão Externa que Fiscalizou o MEC, membro da Comissão de Educação, um dos autores do Projeto de Lei que propõe a reformulação do ensino técnico no Brasil e, enquanto candidato a prefeito, já assumi o compromisso de dobrar o número de creches no Recife. Além disso, vou criar as condições para alfabetizar na idade certa todas as crianças até os 7 anos de idade. Fechando este tripé, que fará a educação dar um salto de qualidade para figurar entre as primeiras do Brasil, vamos criar o Embarque Digital. O programa disponibilizará 500 vagas por ano para cursos voltados às demandas do Porto Digital”, afirmou o candidato ao LeiaJá por meio de nota.

Em seu plano de governo, que pode ser conferido na íntegra, o pessebista alega que “novas frentes devem ser abertas para garantir, por exemplo, a implantação de espaços para atividades específicas com crianças, priorizando a atenção especial para deficiência ou limitação motora e cognitiva”.

O candidato elogia a gestão dos últimos oito anos, afirmando que “a estratégia posta em prática na educação municipal foi o início de uma intensa mudança de padrão da infraestrutura e pedagógico". "Os principais desafios apontam para a universalização das oportunidades de educação de qualidade para todos, com atenção especial à primeira infância”, acrescenta o filho de Eduardo Campos.

Assim, inicia um discurso pautado na ideia de continuidade e aprimoração. “Implica continuidade de projetos e programas já implantados, mas garantir outros avanços inadiáveis na qualidade do processo de aprendizagem, das práticas e métodos pedagógicos e de ambiente educacional adequado, com valorização dos profissionais da educação e do desempenho escolar. Para que a rede possa estimular habilidades de enfrentar desafios, trabalhar em grupo de forma motivadora e lidar com equilíbrio e resiliência para resolver problemas. Para exercer uma cidadania consciente, ativa e responsável”, diz o plano de governo, sem dar mais detalhes sobre as políticas públicas planejadas para implementar as ideias propostas.

No que diz respeito à educação para o trabalho, o candidato propõe “estruturação de espaços para organização de cooperativas nas regiões da cidade, orientando a oferta de cursos profissionalizantes e formação empreendedora para as demandas registradas e reorganizando a rede existente para integração com todo o sistema de geração de oportunidades de emprego”.

Marília Arraes (PT) 

A respeito da educação, o programa de governo da candidata a prefeita do Recife pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Marília Arraes, começa falando sobre os desafios da atual conjuntura da cidade, expressando o desejo de promover “a educação pública, gratuita, de qualidade, laica e livre de censuras”. 

Como exemplos de boa gestão anterior na educação, a candidata cita “políticas públicas implantadas nos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma, que estão presentes aqui no Recife". "Programas e investimentos desenvolvidos, tais como: (...) O  [programa] de Acesso ao Ensino Técnico e emprego (Pronatec), o da Universidade para todos (Prouni), a criação da Farmácia Popular, o Piso Nacional de Educação”, consta no plano de governo.

Sobre as propostas para um eventual mandato como prefeita, a candidata fala que a “democratização do acesso aos bens culturais será um vetor de combate às desigualdades”. “No nosso governo, os territórios periféricos vão receber atenção redobrada no estabelecimento das políticas de cultura. Incentivaremos as atividades culturais e suas interfaces com a educação, o turismo, o meio ambiente, a saúde e o esporte e o lazer, criando e executando projetos envolvendo várias secretarias, entendendo a cultura como um tema transversal”, diz o plano.

Sem mais detalhes práticos sobre a maneira como as ideias seriam implementadas, Marília também diz, em seu plano de governo, que sua gestão “garantirá o direito ao acesso da população, de todas as idades, ao esporte e lazer em seus bairros e comunidades, onde as escolas municipais terão um papel fundamental”. 

O LeiaJá solicitou entrevistas a ambos os candidatos para detalhar mais suas ideias para a educação, mas não foram concedidas, sob o argumento de que suas agendas de campanha estavam lotadas.

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