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Depois de expor sua vida privada em um julgamento midiático em Londres, o ator Johnny Depp e sua ex-esposa Amber Heard voltam ao tribunal nesta segunda-feira (11), desta vez nos Estados Unidos, por acusações mútuas de difamação.

O caso entre Depp, de 58 anos, e Heard, 35, será transmitido ao vivo. Ambos devem testemunhar, juntamente com os atores James Franco e Paul Bettany e o magnata Elon Musk, entre outras celebridades.

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O processo surgiu de um artigo de opinião escrito por Heard e publicado no The Washington Post em dezembro de 2018, no qual ela se descreve como uma "figura pública que representa a violência doméstica" e conta como foi assediada pela sociedade após suas denúncias de agressão.

"Eu falei contra a violência sexual e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar", diz o artigo.

A atriz não cita em nenhum momento Depp, com quem foi casada de 2015 a 2017. Mas o ator a processou por difamação por insinuar que ele era um agressor e pede US$ 50 milhões em danos.

"A insinuação do editorial de que o Sr. Depp é um agressor doméstico é categoricamente e comprovadamente falsa. O Sr. Depp nunca abusou da Sra. Heard", diz o processo movido pelo ator.

Depp acusa Heard de buscar "publicidade positiva para si mesma" antes do lançamento do filme "Aquaman", no qual ela teve um papel de protagonista.

Heard apresentou um contraprocesso e pediu US$ 100 milhões em indenização. Ela diz que sofreu "violência física desenfreada e abuso" nas mãos de Depp.

"O processo frívolo que o Sr. Depp moveu contra a Sra. Heard mantém esse abuso e assédio", diz o processo.

Detalhes íntimos

A seleção do júri começa nesta segunda em um tribunal do condado de Fairfax, nos arredores de Washington.

Depp entrou com a ação no estado da Virgínia, onde o Washington Post é impresso. Neste estado, as leis contra a difamação são consideradas mais favoráveis aos queixosos do que na Califórnia, onde os dois atores moram.

O julgamento, presidido pela juíza Penney Azcarate, deve durar várias semanas. As primeiras declarações poderão ser feitas na terça-feira.

Depp e Heard devem testemunhar pessoalmente, enquanto outras testemunhas podem testemunhar por vídeo.

Possivelmente novos detalhes surgirão sobre a vida privada dos dois atores.

A partir de 2016, Heard entrou com uma ordem de restrição contra Depp, em meio a alegações de abusos. O divórcio foi finalizado em 2017.

Depp perdeu um caso em Londres no qual ele processou o tabloide The Sun por retratá-lo como um "espancador de mulheres". Seu pedido em apelação foi negado em março passado.

O julgamento revelou detalhes sobre o relacionamento explosivo do casal, incluindo a batalha de Depp contra as drogas e o álcool.

Heard afirmou que amava o Depp sóbrio, mas que ele se tornava um "monstro" depois de dias de farra com medicamentos prescritos e outras drogas.

A carreira de Depp sofreu com o caso. Ele deixou seu papel como capitão Jack Sparrow na franquia "Piratas do Caribe".

Depp também foi obrigado a abandonar a franquia "Animais Fantásticos", baseada no livro de J.K. Rowling, autora de Harry Potter. Ele foi substituído por Mads Mikkelsen.

O cantor e compositor britânico, Ed Sheeran, cantou no tribunal nesta terça-feira (8), dando evidências em um julgamento de direitos autorais sobre o seu hit “Shape Of You”, de 2017. A música tem mais de cinco bilhões de visualizações no YouTube. O artista está em uma disputa legal com o artista Sami Switch e o produtor musical Ross O’Donoghue, do qual alegam que, "Shape Of You" viola “linhas e frases específicas” da música deles de 2015, “Oh Why”. 

Na segunda-feira (7), Sheeran também esteve no tribunal e negou ter usado a música de Switch e O’Donoghue. Eles dizem que o gancho “Oh I” de ‘Shape Of You’ é “surpreendentemente similar” com o gancho “Oh Why” da música deles e que era “extremamente provável” que Sheeran tivesse ouvido a canção. Sheeran e seus co-compositores negaram que isso tenha acontecido. 

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No segundo dia de interrogatório feito pelo advogado de Switch e O’Donoghue, Andrew Sutcliffe, Sheeran cantou o gancho ‘Oh I’ várias vezes. Ele também cantou trechos de músicas que incluíram “Feeling Good” de Nina Simone com o mesmo tom para mostrar como melodias podem soar de maneira similar.

Questionado várias vezes sobre a semelhança entre “Oh I” e ‘Oh Why”, Sheeran disse à Alta Corte em Londres: “São duas escalas pentatônicas e ambas usam vogais”. A Corte ouviu gravações de Sheeran cantando o gancho em tons diferentes. Ele ficou irritado quando um pequeno trecho de uma de suas músicas, que ainda não foi lançada, foi tocada. Disseram ao tribunal que a pasta errada no laptop de Steve McCutcheon, um dos co-autores de “Shape Of You” foi aberta acidentalmente. 

Por Camily Maciel

 

 

 

 

Um tribunal federal dos Estados Unidos declarou culpados nesta quinta-feira (24) três ex-policiais de Minneapolis que presenciaram, em 2020, o assassinato de George Floyd por outro policial e não intervieram para ajudar o cidadão negro.

Tou Thao (36), J. Alexander Kueng (28) e Thomas Lane (38) foram declarados culpados de mostrar "indiferença deliberada" às necessidades de Floyd, cuja morte provocou protestos contra o racismo e a violência policial em diversas cidades dos Estados Unidos.

Thao e Kueng também foram considerados culpados de não impedirem o uso de "força irracional" contra Floyd por parte do oficial Derek Chauvin, que foi declarado culpado de assassinato no ano passado.

A prisão e morte de Floyd provocou meses de protestos contra a injustiça racial e a brutalidade policial nos Estados Unidos. O júri deliberou por 13 horas, durante dois dias, antes de considerar os três ex-policiais culpados de todas as acusações.

A partir de junho, os três também serão julgados no estado de Minnesota por "cumplicidade em assassinato".

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) garantiu que, até janeiro, a cúpula da oposição vai entregar o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda. O documento pede o indiciamento de duas empresas e 78 pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (PL), por supostos crimes relacionados ao enfrentamento da pandemia. 

Com a repercussão de que os senadores foram barrados pelo TPI no último dia 10, o vice-presidente da CPI explicou que houve um "mal-entendido" e que o Tribunal tomou uma posição injusta, mas ainda está disposto a receber a denúncia. 

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"Não foi descartada a ida para lá. Ao contrário do que foi divulgado, [o TPI] se colocou à disposição para receber o relatório e até o dia 24 de janeiro nós estamos traduzindo o relatório para o inglês e faremos a entrega”, comentou em entrevista ao LeiaJá.

Randolfe reiterou a intenção de levar o documento para que os envolvidos possam ser julgados em outras instâncias internacionais. 

“Haia em nenhum momento negou a nos receber. Houve uma reclamação injusta do TPI sobre a divulgação do primeiro e-mail, mas estava na pauta para levar [o documento] não só à Haia, mas ao alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas e à Corte Interamericana de Direitos Humanos", relatou.

O senador, que deve concorrer ao Governo do Amapá em 2022, ainda assegurou que os esforços da cúpula da CPI vai fazer com que os suspeitos sejam penalizados.

“Aqueles que cometeram crimes na pandemia tenham certeza de uma coisa, vão pagar pelos crimes e nós não descansaremos até que os crimes sejam pagos sejam em Haia, seja na Justiça local, seja na Justiça nacional, seja na Internacional, seja no raio que o parta, mas quem matou gente nessa pandemia vai pagar pelos crimes”, concluiu.

A justiça de Mianmar adiou nesta segunda-feira (20), sem explicações, a sentença do julgamento da líder deposta Aung San Suu Kyi, acusada de ter importado ilegalmente aparelhos de radiocomunicação, informou uma fonte a par do caso.

Suu Kyi, de 76 anos, que já foi condenada a dois anos de prisão, aguardava a sentença pela acusação de importação ilegal de walkie-talkies e de operar os equipamentos sem licença.

A líder birmanesa enfrenta vários processos que podem resultar em sentenças de dezenas de anos na prisão.

Mas nesta segunda-feira o juiz suspendeu a audiência para 27 de dezembro sem apresentar explicações, afirmou a fonte.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1991 está detida desde que os militares derrubaram seu governo em 1º de fevereiro, o que acabou com um breve período de democracia no país do sudeste asiático.

O governo reprimiu com violência os protestos contra o golpe, com um balanço de mais de 1.300 mortos e mais de 10.000 detidos, de acordo com uma ONG local.

As acusações se devem ao fato de que nas primeiras horas do golpe, quando soldados e policiais invadiram sua casa, supostamente encontraram o equipamento contrabandeado.

Durante o interrogatório, membros da equipe admitiram que não tinham ordem de busca e apreensão, segundo fonte próxima ao caso.

Recentemente, Suu Kyi foi condenada a quatro ano de prisão pela acusação de incitar a desordem desordem pública contra a junta militar e violar as regras contra a pandemia de covid-19, uma sentença criticada pela comunidade internacional.

O comandante da junta militar, Min Aung Hlaing, comutou a sentença a dois anos e afirmou que Suu Kyi poderia cumprir a pena em prisão domiciliar na capital Naypyidaw.

Suu Kyi também enfrenta várias acusações de corrupção - cada uma pode resultar em penas de até 15 anos de prisão - e por supostamente violar a lei de sigilos oficiais.

A imprensa está proibida de acompanhar as audiências em Naypyidaw e os advogados de Suu Kyi não podem falar com os jornalistas.

- Incomunicável -

Suu Kyi passou longos períodos em prisão domiciliar durante o governo militar anterior na mansão de sua família em Yangon, onde apenas acenava para milhares de pessoas reunidas do outro lado de uma cerca.

Mas o regime de Min Aung Hlaing a mantém confinada em um local não revelado da capital e os contatos com o mundo exterior se limitam a rápidos encontros com os advogados antes das audiências.

A junta também ameaçou dissolver seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), por uma suposta fraude nas eleições de 2020, que os analistas internacionais consideraram livres e justas.

Uma comissão eleitoral designada pela junta para investigar a suposta fraude deve apresentar um relatório no início de 2022, anunciou o ministério da Informação.

Nas últimas semanas, outros dirigentes da LND também foram condenados.

Um ex-ministro recebeu pena de 75 anos de prisão, enquanto uma pessoa próxima a Suu Kyi foi condenada a 20 anos.

Um coletivo formado por estudantes, professores e demais trabalhadores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) organiza um julgamento simbólico das ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia de covid-19. O “Tribunal do Genocídio”está previsto para acontecer entre 8h30 e12h do dia 25 de novembro e contará com a presença da desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Kenarik Boujikian, que fará as vezes de magistrada.

Também participarão do evento a ex-procuradora Geral da República Débora Duprat, que fará a acusação, e o advogado Fabio Tofic Simantob, responsável pelo papel de defesa do presidente. A iniciativa é apoiada pela reitoria da instituição e ocorrerá no Tuca, teatro da universidade, com adoção de protocolos sanitários.

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“A sociedade não pode ficar observando a tragédia. [...] Impõe-se a necessidade da instalação imediata de um Tribunal para julgar os atos e omissões dos responsáveis pelas mais de 590 mil mortes no Brasil em razão da pandemia de Covid-19. A grande maioria das vítimas veio a óbito porque os responsáveis pela administração pública federal adotaram uma política negacionista, irresponsável e desumana", diz a nota dos organizadores do evento.

O julgamento será transmitido pela TV PUC. Até o dia 24 de novembro, organizações da sociedade civil podem constituir assistentes da acusação e apresentar informações.

Uma denúncia de abuso sexual na China, considerada o primeiro caso #MeToo na história do país, foi arquviada pela justiça.

Zhou Xiaoxuan, de 28 anos, acusou em 2018 o famoso apresentador Zhu Jun de beijá-la e acariciá-la à força quando ela era estagiária, quatro anos antes, na televisão nacional.

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Suas denúncias provocaram uma avalanche de testemunhos similares nas redes sociais, assim como aconteceu com o movimento #MeToo de denúncia de assédio sexual nos países ocidentais.

Mas após três anos de batalha jurídica, um tribunal de Pequim decidiu na terça-feira que não havia provas suficientes para justificar um processo.

"As evidências apresentadas pela denunciante Zhou não são suficientes para estabelecer que foi objeto de assédio", afirma um comunicado do tribunal do distrito de Haidian.

Zhou, censurada nos últimos anos pelo regime, demandava desculpas públicas e uma indenização de 50.000 yuanes (7.760 dólares).

A China aprovou no ano passado uma lei de combate ao assédio que, no entanto, não foi suficiente para convencer a maioria das mulheres que relutam no momento de denunciar este tipo de caso, que raramente chega à justiça.

O ex-policial de Minneapolis condenado pelo assassinato de George Floyd estará de volta ao tribunal via chamada de vídeo, nesta terça-feira (14), junto com três outros policiais envolvidos no assassinato que desencadeou as maiores manifestações por justiça racial em décadas.

Derek Chauvin, de 45 anos, poderia usar a oportunidade para se declarar culpado e reconhecer - pela primeira vez - a responsabilidade pela morte do homem negro em cujo pescoço ele se ajoelhou por quase 10 minutos em maio de 2020.

Chauvin foi condenado em junho a 22 anos e meio de prisão, pena que ele cumpre atualmente, no final de um julgamento extraordinário em um tribunal estadual de Minnesota.

Os três ex-colegas de Chauvin, Tou Thao, Alexander Kueng e Thomas Lane, serão julgados em março de 2022 sob a acusação de cumplicidade em homicídio. Todos os quatro também enfrentam acusações federais de violação dos direitos constitucionais de Floyd.

As duplas acusações são permitidas nos Estados Unidos, mas são relativamente raras. Os procedimentos refletem a importância do caso, centro de uma onda de protestos em todo o país contra a brutalidade policial e o racismo sistêmico.

Os quatro réus vão aparecer nesta terça-feira por vídeo perante um juiz federal, que lerá a acusação contra eles. Espera-se que os homens se declarem culpados ou não.

De acordo com a mídia local, Chauvin negocia, há várias semanas, um acordo judicial que o pouparia de outro julgamento.

Durante seu primeiro julgamento, seu advogado disse que Chauvin seguiu os procedimentos policiais e que a morte de Floyd foi devido a problemas de saúde agravados pelo uso de drogas.

No final dos procedimentos, Chauvin ofereceu suas condolências à família Floyd e disse: "Haverá outras informações no futuro que seriam de interesse e espero que as coisas lhe deem um pouco de paz de espírito", sugerindo um possível acordo judicial.

Os jurados demoraram menos de 10 horas para condenar Chauvin. Sua decisão foi saudada com alívio em todo o país.

Muitos temiam que uma absolvição levasse a uma agitação pior, enquanto outros temiam que, mais uma vez, um policial branco escapasse impune do que consideraram um assassinato.

O advogado da família Floyd considerou a sentença um passo "histórico" em direção à reconciliação racial nos Estados Unidos.

Um tribunal de Miami passará por reparos urgentes depois que uma inspeção de segurança - realizada após o desabamento de um prédio duas semanas atrás - constatou problemas na estrutura do edifício, disseram as autoridades na sexta-feira (9).

A decisão de inspecionar as instalações deste tribunal do condado de Miami-Dade e outros edifícios na área foi tomada "por precaução", disseram autoridades em um comunicado conjunto, após o colapso parcial do Champlain Towers South, um edifício de 12 andares em Surfside, no norte de Miami.

Pelo menos 79 pessoas morreram e 61 ainda estão desaparecidas desde o desabamento em 24 de junho. Acredita-se que seus restos mortais estejam entre as toneladas de entulho. As equipes de resgate encerraram as buscas por sobreviventes.

"O relatório do engenheiro sobre o Palácio de Justiça identificou problemas de segurança em vários andares e recomendou que os andares 16 e superiores fossem fechados para os reparos", segundo o comunicado divulgado pelas autoridades.

Eles não deram detalhes sobre o tipo de problemas de segurança identificados ou os reparos que serão necessários.

O fechamento forçará todos os funcionários a voltarem a trabalhar de casa, pouco tempo depois de retornarem a trabalhar presencialmente após um longo período de home office pela pandemia do coronavírus.

Em um revés para o movimento #MeToo, o comediante Bill Cosby deixou a prisão nesta quarta-feira (30) pouco depois de um tribunal americano anular sua condenação por drogar e agredir sexualmente uma mulher há 15 anos.

O ator, de 83 anos, deixou a prisão estadual SCI Phoenix, localizada 56 km a noroeste da Filadélfia, pouco antes das 14h30 locais (15h30 de Brasília), informou à AFP um funcionário da penitenciária.

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Sua libertação ocorre horas depois de a Suprema Corte da Pensilvânia determinar que Cosby teve negado um julgamento justo em 2018, quando foi condenado por agredir Andrea Constand em sua mansão da Filadélfia em 2004.

"Anulam-se as condenações e a sentença de Cosby, que fica em liberdade", escreveu o tribunal em uma sentença de 79 páginas.

Cosby rompeu as barreiras raciais com seu papel em "I Spy", da década de 1960, premiado com um Emmy, e depois como pai e médico na bem sucedida série de TV "The Cosby Show", duas décadas depois.

Até que surgiram dezenas de acusações de conduta sexual inapropriada contra ele.

Sua condenação foi o primeiro veredicto de cumplicidade por agressão sexual contra uma celebridade desde que surgiu o movimento mundial contra a violência sexual e o abuso de poder, denominado #MeToo.

Cosby, que sempre alegou inocência, cumpriu mais de dois anos de uma sentença de três a dez anos por agressão indecente com agravante.

O advogado de Cosby não respondeu de imediato à solicitação de comentários da AFP.

Embora mais de 60 mulheres tenham feito denúncias de agressão sexual contra Cosby, o ator foi julgado criminalmente pela agressão contra Constand, pois os outros casos tinham prescrito.

Ele insistiu em que o encontro com ela, que então trabalhava na Universidade de Temple, foi consensual.

- "Injusto" -

A defesa de Cosby apresentou a segunda apelação contra sua condenação em agosto do ano passado. Seus advogados argumentaram que cinco mulheres não deveriam ter dado seu depoimento no julgamento como testemunhas.

Os advogados disseram que estas declarações, que denunciavam fatos ocorridos há décadas e não faziam parte do caso, tinham influenciado o júri.

Os promotores as chamaram a testemunhar para convencer o júri de que Cosby seguia um padrão de drogar e agredir as mulheres.

Os advogados argumentaram também na apelação que era "injusto" que durante o julgamento tivesse sido ouvido o depoimento que Cosby deu em um caso civil no qual falava do uso de sedativos e de seus comportamentos sexuais na década de 1970.

O comediante admitiu na ocasião ter dado Quaaludes, uma droga recreativa hoje proibida, a mulheres a fim de ter relações sexuais com elas.

Sua defesa declarou depois que Cosby pensava que este testemunho ficaria de fora do dossiê sobre o caso quando deu as declarações. Mas sua admissão se tornou uma peça-chave de seu julgamento.

Os juízes coincidiram em que o "acordo de não ajuizamento" significava que ele não deveria ter sido acusado.

"Deve ser libertado e qualquer julgamento futuro sobre estas acusações em particular deve ser proibido", escreveram os juízes.

"Não discutimos que esta solução seja grave e infrequente. Mas está justificada aqui, de fato é obrigatória", acrescentaram.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o presidente Joe Biden não manifestou "uma reação direta" à decisão, mas pontuou que "há muito tempo tem sido um defensor do combate à violência contra as mulheres".

Cosby tinha perdido uma primeira apelação, quando um tribunal decidiu que a evidência da promotoria tinha estabelecido o "roteiro único de agressão sexual" do comediante.

Além disso, um primeiro julgamento contra o ator terminou sendo anulado em junho de 2017 depois que o júri não conseguiu alcançar um veredicto unânime.

Uma dezena de mulheres que se dizem vítimas de Cosby apresentaram ações civis contra o ator em busca de indenização por perdas e danos.

Por minoria dos votos, o Tribunal Especial de Julgamento, instalado pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina absolveu, nesta sexta-feira (7), o governador afastado Carlos Moisés (PSL) da acusação de ter cometido crime de responsabilidade na compra, pelo governo estadual, de 200 respiradores pulmonares em abril de 2020.

Com a decisão, Moisés preserva o cargo de governador, o qual deve voltar a ocupar no início da próxima semana. Ele estava afastado da chefia do Poder Executivo catarinense desde o fim de março deste ano, quando o tribunal aprovou - por 6 votos a 4 - o relatório que recomendou a instauração de processo de impeachment do governador.

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A votação de hoje repetiu o resultado do último dia 27 de março. Dos dez membros do tribunal especial, seis votaram a favor do impeachment. Quatro, contra. Como eram necessários no mínimo sete votos para que Moisés fosse impedido de seguir à frente do cargo, o resultado foi sua absolvição.

Os cinco desembargadores votantes (Luiz Zanelato; Sônia Maria Schmidt; Rosane Portela Wolff; Luiz Antônio Fornerolli e Roberto Lucas Pacheco) concluíram que Moisés cometeu os crimes a ele atribuídos pelos autores do pedido de impeachment, um grupo de empresários e advogados catarinenses, e votaram por sua condenação.

Já entre os cinco deputados estaduais que integram o tribunal especial, apenas um, Laércio Schuster (PSB), votou contra Moisés. Valdir Cobalchini (MDB); Fabiano da Luz (PT); Marcos Vieira (PSDB) e José Milton Scheffer (PP) entenderam que o político não teve participação em qualquer irregularidade e votaram pela absolvição.

Retorno ao cargo

Ao anunciar o resultado, o presidente do tribunal especial, desembargador Ricardo Roesler, que também preside o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), proferiu a sentença. “O Tribunal Especial de Julgamento, após deliberar sobre o mérito, não alcançou a maioria de 2/3 [dos votos], prevista na Lei nº 1.079/50, e necessária para condenar o governador Carlos Moisés pela prática do crime de responsabilidade que lhe foi imputada”, disse Roesler, determinando que também a governadora em exercício, Daniela Reinehr (vice-governadora), seja imediatamente notificada da decisão. “Com esta decisão, o senhor Moisés retorna ao cargo imediatamente”, acrescentou o magistrado.

Em sua conta pessoal no Twitter, Moisés escreveu que a decisão “repara um erro”, pondo fim ao que classificou como tentativas de lhe atribuir, “falsamente”, a prática de atos ilegais. “Restabelecida a verdade, o foco agora deve estar no que verdadeiramente importa, que é trabalhar pelo bem de Santa Catarina e de sua gente, a quem todas as forças políticas têm o dever de servir.”

Esta é a segunda vez em menos de seis meses que o tribunal misto inocenta Moisés em ações de impedimento com base em acusações de responsabilidade.

Em outubro de 2020, o governador chegou a ser afastado do cargo para responder a um processo no qual se apurava possíveis irregularidades na concessão de aumentos salariais a procuradores estaduais sem a autorização da Assembleia Legislativa. O governador retornou ao cargo em novembro, depois de ser absolvido pelo tribunal especial.

Nesta segunda ação, o político era acusado de, tendo ciência, não ter adotado as providências necessárias para impedir eventuais irregularidades na compra, pelo governo estadual, de 200 respiradores hospitalares, pelos quais o governo catarinense pagou, antecipadamente, R$ 33 milhões. Até hoje, apenas parte dos equipamentos contratados em abril de 2020, sem licitação, foi entregue. Moisés sempre negou qualquer irregularidade, afirmando que sua gestão fora vítima do não cumprimento do contrato de compra.

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou nesta quarta-feira (10) a conclusão do julgamento sobre o reconhecimento do direito ao esquecimento. A questão trata do uso da imagem de pessoas envolvidas em casos de grande repercussão em programas de televisão.

Até o momento, o placar da votação está em 4 votos a 1 contra o reconhecimento do direito. Após a manifestação dos primeiros ministros que votaram, a sessão foi suspensa e será retomada nesta quinta-feira (11)

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Na semana passada, a Corte começou a julgar o recurso da família de Aída Curi, uma jovem que foi assassinada após uma tentativa de estupro, em 1958, no Rio de Janeiro. O caso foi lembrado pelo programa Linha Direta, da TV Globo, em 2004. 

A família de Aida pede o pagamento de danos morais pelo uso da imagem da vítima no programa e defendem o direito ao esquecimento do caso. Segundo a defesa, a reconstituição da morte provocou sofrimento aos parentes.

Primeiro a votar, o relator, ministro Dias Toffoli, rejeitou o recurso dos familiares. No entendimento de Toffoli, o pretenso direito ao esquecimento não é compatível com a Constituição. Segundo o ministro, a liberdade de expressão não perde seu valor ao longo do tempo. 

Na sessão de hoje, os ministros Nunes Marques, Alexandre de Moraes e Rosa Weber também acompanharam o relator. Para a ministra é inconstitucional o reconhecimento do direito ao esquecimento. 

“Mostra-se incompatível com o estado de direito a imposição de restrições às liberdades de manifestação do pensamento”, afirmou. 

O ministro Edson Fachin reconheceu o direito ao esquecimento, mas entendeu que a questão deve analisada em cada processo que for julgado. 

“O direito ao esquecimento deve funcionar como trunfo. Independentemente do maior ou menor interesse que eventualmente tenham o indivíduo ou a sociedade, o juízo da Corte deve recair sobre as condições de imanência ou transcendência da informação em relação à esfera individual”, votou o ministro.

 

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) confirmou nesta terça-feira (9) a decisão de levar a júri popular o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio de Queiroz. Ambos são acusados de serem os autores do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 14 de março de 2018.

O júri popular já havia sido determinado em decisão de primeira instância em março do ano passado. No entanto, as defesas dos réus recorreram. A confirmação do júri popular se deu por unanimidade na segunda instância, em julgamento composto por três desembargadores: Luiz Zveiter, Denise Vaccari e Katya Monnerat.

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A defensora pública do estado, Cláudia Taranto, se manifestou contrária ao recurso apresentado pelos acusados. Ela citou algumas provas coletadas na investigação e considerou já haver muitos indícios da autoria do crime. “Nessa fase, não se discute prova. Caberá à soberania do júri decidir sobre o que está sendo falado aqui”.

Por sua vez, o advogado Bruno Castro, que responde pela defesa de Ronnie Lessa, alegou que faltam evidências que o ligue aos assassinatos. “Desafio a acusação trazer qualquer fato concreto que coloque o Ronnie Lessa na cena do crime”, disse.

A defesa de Élcio Queiroz não se pronunciou na decisão. Procurado pela Agência Brasil, o advogado Henrique Telles, que representa o réu, apenas confirmou que seu cliente vai a júri popular. Não cabe mais recurso da decisão.

Os desembargadores consideraram que as provas colhidas no processo trazem indícios da participação ativa dos réus no crime. “Foram inúmeros depoimentos. Agora cabe ao júri popular analisar e decidir a procedência dos mesmos”, disse a magistrada Katya Monnerat.

Marielle era vereadora pelo PSOL e cumpria seu primeiro mandato. Ela e Anderson foram executados por volta de 21h30 no bairro Estácio, na região central do Rio, quando o carro onde estavam foi surpreendido por disparos provenientes de outro veículo. Fernanda Chaves, assessora da vereadora que estava junto às vítimas, sobreviveu ao ataque.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foi aceita pelo TJRJ em março de 2019. Ronnie Lessa foi apontado como o autor dos disparos e Élcio Queiroz como o condutor do veículo.

Eles foram denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, emboscada e sem dar chance de defesa às vítimas e por tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves. Ambos estão presos há quase dois. Atualmente estão em custódia no presídio federal de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia.

Embora tenha denunciado Ronnie e Élcio como autores das duas execuções, ainda não se sabe quem foram os mandantes do crime. O MPRJ continua com a investigação aberta.

Julgamento

O júri popular é um dos instrumentos que existem no direito penal brasileiro para levar à avaliação da sociedade crimes dolosos contra a vida. A data do julgamento ainda não foi definida. O júri será realizado por sete pessoas, sorteadas entre cidadãos com obrigações eleitorais e militares em dia.

Durante o processo, os participantes do júri não podem conversar sobre o caso com ninguém. Eles decidem ao fim do julgamento se os réus devem ser condenados ou não. Em caso de condenação, o juiz que conduz o caso dará a sentença com base na legislação penal.

 

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado que a decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) de declarar-se competente sobre a situação dos Territórios Palestinos ocupados era "pura e simplesmente antissemitismo".

O tribunal decidiu na sexta-feira que tem jurisdição sobre a situação dos Territórios Palestinos ocupados, o que abre o caminho para que a Procuradoria do TPI inicie uma investigação por crimes de guerra.

"Quando o TPI investiga Israel por falsos crimes de guerra isto é pura e simplesmente antissemitismo", afirmou Netanyahu em um comunicado.

Fatou Bensouda, a procuradora do tribunal, criado em 2002 para julgar os piores crimes cometidos no mundo, havia solicitado ao TPI que decidisse sobre o ponto e assumisse uma investigação preliminar de cinco anos após a guerra de 2014 na Faixa de Gaza.

O TPI "supõe que quando Israel, um Estado democrático, se defende contra terroristas que assassinam nossas crianças e lançam foguetes contra nossas cidades, estamos cometendo um crime de guerra", disse Netanyahu, em referência ao conflito de 2014, durante o qual milhares de projéteis foram disparados de Gaza contra Israel.

Esta guerra deixou 2.251 mortos do lado palestino, em sua maioria civis, e 74 do lado israelense, essencialmente soldados.

"O TPI se recusa a investigar ditaduras brutais, como Irã ou Síria, que cometem atrocidades horríveis diariamente", criticou o primeiro-ministro israelense.

Netanyahu chamou na sexta-feira o TPI de "tribunal político".

Um Tribunal Nacional de Primeira Instância em Assuntos Civis da Argentina decidiu nesta quinta-feira que o corpo do ídolo argentino Diego Maradona "deve ser conservado" para o caso de o DNA precisar ser utilizado em alguma ação de paternidade. Enterrado em Buenos Aires no dia 26 de novembro, o eterno camisa 10 da seleção argentina deve ter a herança disputada por até 11 filhos, dos quais somente cinco foram reconhecidos.

Apesar de o advogado de Maradona, Matías Morla, ter declarado que existem amostras do DNA do craque guardadas, o tribunal argentino determinou que o corpo não deverá ser cremado. A decisão traz ainda um outro detalhe. Uma das possíveis filhas de Diego Maradona, Magalí Gil, de 25 anos, realizou um pedido formal para reconhecimento da paternidade. "A sra. Gil pede que um estudo seja realizado ... e que para esse fim o Ministério Público em exercício envie uma amostra de DNA", diz o texto.

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O camisa 10 foi vítima de uma parada cardiorrespiratória em 25 de novembro, quando estava em casa. Maradona tem cinco filhos reconhecidos, com quatro mulheres. Com a primeira esposa, Claudia Villafañe, ele teve Dalma e Gianinna. Já em 2013 nasceu Diego Fernando, filho de Verónica Ojeda. Em 2014, o argentino assumiu oficialmente mais uma filha, Jana, nascida em 1996 e fruto do relacionamento com a italiana Valeria Sabalain. Já em 2016, em outro reconhecimento judicial, o camisa 10 confirmou ser pai do italiano Diego Sinagra Maradona.

Tramitam na Justiça da Argentina mais seis processos de paternidade sobre Maradona. Esses pedidos são dos cubanos Javielito, Lu, Johanna e Harold, e dos argentinos Santiago Lara e Magalí Gil. Todos têm idades entre 19 e 24 anos. Além das mães de seus filhos, Maradona também teve um relacionamento com a jornalista Rocío Oliva. Os dois se separaram em 2019, após seis anos juntos.

 O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) vai promover, na sexta-feira (4), a partir das 10h, o primeiro casamento coletivo virtual da história de seu Núcleo de Conciliação (Nupemec). A cerimônia do casamento coletivo dos 71 casais participantes será transmitida no canal oficial do YouTube da Assessoria de Comunicação Social.

O casamento será realizado pela juíza da 12ª Vara de Família e Registro Civil da Capital, Andréa Epaminondas Tenório de Brito. Caberá ao Cartório do Registro Civil do 5º Distrito Judiciário da Comarca do Recife fornecer a Certidão de Casamento gratuita, já que o TJPE assumirá os custos cartorários de sua emissão.

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Para celebrarem sua união virtualmente, 61 casais se inscreveram, por telefone ou por agendamento presencial, nas Casas da Justiça e Cidadania (CJC) do Nupemec, localizadas nos bairros recifenses do Coque e Bongi, onde eles moram. Os outros dez foram encaminhados pela Faculdade Maurício de Nassau.

Pandemia - As duas CJCs, em respeito às restrições proibitivas de aglomeração humana, ainda vigentes, vão agendar dia e hora para que cada um dos 71 casais possam retirar presencialmente sua certidão. A entrega do documento começa a partir da próxima segunda-feira (7) no Cartório indicado.

Os moradores das comunidades do Bongi e do Coque e de localidades próximas que se interessarem em se inscrever para realizar a união por meio de um casamento coletivo devem se dirigir às respectivas Casas de Justiça e Cidadania e aguardar a marcação de um próximo evento.

Em meio ao agravamento da crise econômica instaurado pela pandemia, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) abriu uma licitação de R$ 459.148,20 para comprar lanches. A extensa lista inclui leite condensado, chocolate granulado, gelatina, iogurte, doce de leite, pêssegos em calda, queijo, goiabada, mais de 16 tipos de biscoito, entre outros itens.

Devido às restrições da Covid-19, vale lembrar que maioria dos ministros e servidores não estão comparecendo ao tribunal e participam das sessões de casa, por meio de vídeoconferências.

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Só de biscoitos foram solicitados 1.745 kg. O mais desejado é o ‘casadinho recheado com goiabada’, que compreende 144 kg. Contudo, a diversidade de sabores foi estendida aos de chocolate, queijo, maça e canela, aveia e mel, coco e maisena, e até mesmo água e sal, para atender ao paladar dos servidores. Caso o negócio seja fechado integralmente, o STJ também será abastecido com 1.833 litros de refrigerante para 2021.

De acordo com a Época, o pregão foi aberto no último dia 24 e o nome da empresa vencedora não foi divulgado. O contrato deve começar em fevereiro e durar um ano. Parte do lanche será entregue à creche do órgão, que fornece quatro refeições diárias a 45 crianças.

O edital informa que a proposta tomou como referência o consumo de 2019, quando ainda não havia pandemia. Ao menos a quantidade de itens listados indica que o STJ tem esperança de que o serviço seja normalizado em 2021, mesmo sem resposta efetiva de nenhuma das vacinas testadas.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) condenou a Turquia, nesta terça-feira (10), por colocar jornalistas de um jornal de oposição em prisão preventiva em 2016, sob a suspeita de fazerem "propaganda para organizações terroristas".

Essas prisões constituem uma "interferência no exercício de seu direito à liberdade de expressão", declarou o Tribunal de Estrasburgo em sua decisão, depois que dez jornalistas do jornal de oposição Cumhuriyet recorreram a ele.

As prisões preventivas, alguns meses após o fracassado golpe de Estado de julho de 2016 contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, foram motivadas "pela linha editorial do jornal Cumhuriyet em suas matérias e nas redes sociais, nas quais criticavam certas políticas do governo", disse o tribunal em um comunicado.

Para justificar as prisões, a Justiça turca afirmou, à época, que havia fortes suspeitas de que os jornalistas faziam "publicidade" e "propaganda" para "organizações terroristas". Um dos solicitantes foi colocado em prisão preventiva em novembro de 2016, sendo solto em abril de 2018.

A Turquia terá de pagar 16.000 euros (cerca de 19.000 dólares) por danos morais a cada um dos jornalistas. Ancara ocupa a posição 157 - entre 180 países - na classificação da liberdade de imprensa da organização Repórteres sem Fronteiras de 2019.

Um tribunal de Nova York divulgou e-mails trocados entre a britânica Ghislaine Maxwell, acusada de tráfico sexual de garotas, e seu falecido ex-namorado, o financista Jeffrey Epstein, morto no ano passado, enquanto aguardava seu julgamento pelas mesmas acusações.

Essa troca de e-mails foi em 2015, embora os advogados de Ghislaine tenham declarado no início deste mês que os dois não tinham contato há mais de uma década.

"Você não fez nada de errado e sugiro que continue a agir dessa forma", escreveu Epstein em janeiro de 2015, momento em que surgiam cada vez mais acusações de abuso sexual contra ele.

"Saia com a cabeça erguida, e não como uma condenada que está fugindo. Vá a festas, lide com isso", acrescentou Epstein, declarado morto por suicídio em agosto de 2019, enquanto esperava seu julgamento após ser acusado de tráfico sexual.

Filha do falecido magnata da imprensa Robert Maxwell, Ghislaine se declarou inocente de tráfico sexual de menores para Epstein, com quem teve um relacionamento na década de 1990.

Os promotores acusam esta mulher de 58 anos de recrutar meninas de apenas 14 anos para satisfazer os desejos de Epstein. As vítimas dizem que também tiveram de agradar a alguns dos sócios ricos de Epstein.

Ghislaine Maxwell, que também está sendo acusada de ter participado dos abusos, enfrenta seis acusações, incluindo perjúrio. Se for considerada culpada, poderá passar até 35 anos de prisão.

Ela teve seu pedido de liberdade sob fiança negado e está presa no Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, à espera do julgamento. Seu início está previsto para julho do ano que vem.

Os e-mails estavam entre as dezenas de documentos revelados na quinta-feira à noite, ligados a uma ação por difamação apresentada por Virginia Giuffre - uma das mulheres que acusaram Epstein - contra Maxwell em 2015.

Os advogados de Maxwell tentaram, repetidamente, bloquear a divulgação dessas conversas, alegando que poderia prejudicar a defesa de sua cliente.

Em um e-mail de 24 de janeiro de 2015, Maxwell parece tentar se distanciar de qualquer relação íntima com Epstein, um administrador de fundos de investimento.

"Agradeceria que Shelley aparecesse e dissesse que ela era sua namorada. Acho que foi do final de 99 a 2002", escreve Maxwell para Epstein. Não está claro quem é Shelley.

Em sua declaração, Giuffre disse que Epstein e Maxwell "eram unha e carne".

"Ghislaine Maxwell me trouxe para a indústria do tráfico sexual. Foi ela que abusou de mim regularmente. Foi ela que me recrutou, me treinou como escrava sexual, me maltratou fisicamente, me maltratou mentalmente", acrescentou.

"É ela quem, acredito, do fundo do meu coração, deve comparecer e se deve fazer justiça com ela mais do que com qualquer outra pessoa. Sendo mulher, é repugnante", afirmou Giuffre.

Maxwell negou as acusações durante seu depoimento no caso em 2016 e chamou Giuffre de "mentirosa completa".

Giuffre afirma que teve relações sexuais com o príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth II, quando tinha 17 anos, após ser recrutada por Epstein. O príncipe nega as acusações de forma categórica.

Dezenas de sindicatos de profissionais da saúde protocolaram, nesse domingo (26), uma denúncia coletiva contra o presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda, por genocídio. No documento, a coalizão sindical, representando mais de um milhão de trabalhadores, alega que a omissão diante da crise do novo coronavírus caracteriza um crime contra a humanidade.

"A materialidade dos crimes cometidos está devidamente confirmada, vez que se denota do exposto que as ações e omissões do senhor presidente da República afetam, de forma grave, a saúde física e mental da população, colocando-a em situação de risco a um vírus de alta letalidade e com capacidade de disseminação incontrolada com risco de morte ou sequelas irreversíveis", diz trecho do documento. "Esse comportamento irresponsável e afrontoso às orientações das autoridades internacionais de saúde, com a exposição de milhões de pessoas é crime contra a humanidade."

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Feita pela Rede Sindical Brasileira UNISaúde, a denúncia é assinada também por entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de duas entidades internacionais, a Internacional dos Serviços Públicos e a UNI Global Union.

O presidente já foi acusado outras três vezes no tribunal desde o início de seu mandato. Uma vez apresentadas, as denúncias são apreciadas pela procuradoria do TPI, que verifica se elas se inserem na jurisdição da Corte e se estão lastreadas em fatos que justifiquem a abertura de uma investigação.

Um grupo de advogados e militantes de direitos humanos apresentou em novembro do ano passado acusação por "incitação a genocídio indígena". A ação apresentada neste domingo também classifica como genocídio "as ações e omissões do poder público no combate à doença nessas comunidades".

Já a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) em abril deste ano, e o PDT, em outra denúncia, também acusaram de crime contra a humanidade ao incentivar ações que aumentam o risco de proliferação do novo coronavírus.

Marcio Monzane, secretário regional da UNI America, diz que a nova ação se justifica porque "o presidente mandou um exército, os profissionais da saúde, para a guerra sem as ferramentas necessárias". A UNI Américas é um braço regional da UNI Global Union, federação internacional sindical com representação no setor de serviços em 150 países. É a primeira vez que a entidade denuncia um chefe de Estado no Tribunal Penal Internacional.

Segundo a UniSaúde, há quatro meses sindicatos brasileiros exigem uma resposta mais contundente, como o fornecimento de equipamentos de proteção, testes e insumos para os profissionais. Feitas por diferentes canais ao Planalto, não houve resposta, diz a entidade. Desde abril, profissionais da saúde fazem protestos pelo Brasil por melhores condições de tratamento.

"Entendemos que buscar a Corte Penal Internacional é uma medida drástica, mas os brasileiros estão enfrentando uma situação extremamente difícil e perigosa criada pelas decisões deliberadas de Bolsonaro", complementou Marcio Monzane.

Em maio, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a Covid-19 pode ser considerada doença ocupacional. Segundo o Ministério da Saúde, já são mais de 96 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem com a doença. O número de óbitos entre esses profissionais chega a quase 300, segundo o Conselho Federal de Enfermagem.

Outro lado

Procurada, a Advocacia-Geral da União disse que irá se manifestar após intimação.

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