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Entrou em vigor, nesta quarta-feira (19), novo regulamento que autoriza que mais setores possam trabalhar também nos domingos e feriados. A norma foi publicada por meio da Portaria Nº 604, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. De acordo com a portaria, 78 setores da economia agora estão autorizados a trabalhar permanentemente nos domingos, bem como nos feriados civis e religiosos. Antes, 72 categorias eram permitidas.

Os destaques são a inclusão dos setores comercial e turismo. A medida, segundo o secretário da Previdência Social, Rogério Marinho, prevê a geração de mais oportunidades de emprego. “Com mais dias de trabalho das empresas, mais pessoas serão contratadas. Esses trabalhadores terão suas folgas garantidas em outros dias da semana. Respeito à constituição e à CLT” declarou em uma rede social.

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Boa parte dos setores já tinham funcionamento nos domingos e feriados, mas aguardavam o aval do governo para poder continuar com suas atividades durantes esses dias.

Segundo Paulo Rodrigo, professor especializado em direito trabalhista, a nova regra não altera direitos já previstos na constituição e pode aquecer o número de empregos no país. “Verifico que a portaria não colide com os preceitos constitucionais, visto que o repouso semanal se dará preferencialmente aos domingos, bem como, está alinhado com as normas celetistas, pois os funcionários terão suas folgas compensatórias em outro dia durante a semana trabalhadores” pontua. O professor ressalta ainda que essa situação jurídica já está prevista desde o decreto 27048/1949. Sendo, portanto, uma estratégia de mercado.

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todo empregado tem direito ao descanso semanal remunerado com 24 horas consecutivas. Com a mudança, os empregados poderão folgar em outro dia da semana. Para o cumprimento das atividades no trabalho, a nova lei determina que os funcionários farão revezamento, sujeito a fiscalização.

Confira todas as categorias descritas na portaria.

Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – Decreto-Lei 5.452/43) para proibir o parcelamento do período de férias do trabalhador. O texto estabelece que as férias deverão ser concedidas pelo empregador em período único nos 12 meses após o empregado adquirir o direito.

O parcelamento das férias, segundo o projeto, só será permitido em casos excepcionais e, no máximo, em dois períodos – um deles não inferior a 10 dias. Menores de 18 anos e maiores de 50 anos terão o período de férias concedido sem parcelamento.

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Autor da proposta, deputado Rubens Otoni (PT-GO) lembrou que a reforma trabalhista aprovada em 2017 (Lei 13.467) flexibilizou essa legislação ao permitir que as férias anuais de trinta dias possam ser parceladas em três períodos. Antes, a CLT não permitia o parcelamento, exceto em casos excepcionais e por apenas dois períodos.

“Estudos comprovam que, biologicamente, o trabalhador só consegue se desligar do trabalho após 15 ou 16 dias de descanso. A flexibilização põe em risco a saúde do trabalhador, porque, na prática, os períodos de descanso serão inferiores ao tempo mínimo necessário”, argumentou Otoni.

O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.

*Da Agência Câmara

A reforma trabalhista completa um ano neste domingo (11). A legislação alterou mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e institui novas forma de contratação, como a modalidade de trabalho intermitente e a formalização do teletrabalho.

Outras mudanças foram a demissão por meio de acordo entre empregado e patrão, formalização do teletrabalho, divisão das férias em três períodos e o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical.

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Geração de empregos

Na época em que entrou em vigor, a expectativa do governo era que a reforma contribuísse para a geração de vagas de emprego e a redução da informalidade.

De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, desde que a lei passou a vigorar, foram criados mais de 372,7 mil postos de empregos formais em todo país. No mesmo período, foram registradas 47.139 contratos de trabalho intermitente, quando a remuneração é pelas horas trabalhadas. 

Para o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Paulo Joarês Vieira, o resultado ficou aquém do esperado. Para ele, a redução do desemprego não se deu pelo ganho de vagas formais, mas pelo ingresso de pessoas no mercado de trabalho informal.

“No setor privado, apenas desconsiderando o setor público e o setor doméstico, o IBGE aponta a perda de 300 mil vagas formais neste período de um ano. Então, o impacto nesse aspecto foi negativo, do nosso ponto de vista”, avalia o procurador, que é coordenador nacional de combate às Fraudes nas Relações de Trabalho do MPT.

Ministério do Trabalho

Na avaliação do Ministério do Trabalho, trabalhadores e empregadores ainda estão se adaptando às novas normas. “Acreditamos que a implantação da Lei 13.467 ainda está em curso, e, talvez, demande mais algum tempo para se consolidar em nosso mercado. No entanto, vemos que a cultura das relações de trabalho está mudando e isso é bom. É um processo gradual”, disse o secretário-executivo substituto da pasta, Admilson Moreira dos Santos, em nota publicada no site do ministério.

Vieira lembra que algumas das novidades trazidas pela reforma, como o trabalho intermitente, em que o empregador chama o trabalhador de acordo quando necessário, também acabaram não gerando um volume de contratações como imaginado. 

“O trabalho intermitente atingiu em torno de 30 mil contratações, o que em comparação com o volume do mercado de trabalho é um número pequeno. Mas, são 30 mil contratos precários em que o trabalhador não tem garantia nem de renda, nem de uma jornada de trabalho”, comenta. 

Ações na Justiça 

Considerando as ações trabalhistas na Justiça, os efeitos da reforma foram mais significativos. Balanço do Tribunal Superior do Trabalho (TST) mostra que em novembro de 2017, quando a lei entrou em vigor, as Varas do Trabalho receberam mais 26,2 mil processos, volume considerado pico naquele ano. 

A partir de dezembro de 2017, no entanto, o número de casos novos a cada mês caiu, sendo menor em comparação a todos os meses do ano anterior. De janeiro a setembro de 2017, o número de reclamações trabalhistas alcançou a soma de 2.013.241. De janeiro a setembro deste ano, foram recebidas 1.287.208 ações, o que representa volume menor de aproximadamente 40%. 

O estoque de processos pendentes de julgamento também caiu. Em dezembro de 2017, havia 2,4 milhões de processos a espera de decisão das primeiras ou segundas instâncias da Justiça do Trabalho. Em agosto deste ano, o resíduo de processos não julgados era de 1,9 milhão, volume cerca de 20% menor do que o registrado quando a reforma começou a vigorar. 

“Até o momento, o principal impacto é a redução do número de reclamações trabalhistas, o que pode ser comprovado pelos dados estatísticos. Paralelamente, houve um aumento de produtividade”, disse o presidente do TST e do Conselho Superior do Trabalho (CSJT), ministro Brito Pereira.

O procurador Paulo Vieira pondera, contudo, que a redução no número de ações trabalhistas pode estar relacionada a obstáculos de acesso à Justiça que surgiram com a reforma, que determinou, por exemplo, o pagamento das custas judiciais pela parte que perde a ação.

“Aconteceu a redução dos processos, mas, do nosso ponto de vista, não é um número positivo, porque não representa um progresso da sociedade, mas sim um retrocesso de desrespeitar o direito constitucional de que todos tenham acesso à Justiça e todos possam buscar a reparação dos seus direitos quando lesados”, disse. 

Contestações

A reforma não é um consenso e provocou questionamentos judiciais. De acordo com o TST, há 19 ações de inconstitucionalidade contra a reforma em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), ajuizados pela Procuradoria-Geral da República, entidades que representam trabalhadores e empregadores de vários setores da economia.

Entre os pontos mais questionados está o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. A questão já foi julgada pelo Supremo, que declarou em junho deste ano a constitucionalidade do artigo. 

Outro ponto que deve ser julgado é o que prevê que a parte vencida no processo deve pagar os honorários de advogados e peritos, mesmo que a parte seja beneficiária da justiça gratuita.

O trabalho intermitente, atualização dos depósitos recursais, a fixação por tabela de valores de indenização por dano moral e a realização de atividades insalubres por gestantes e lactantes também são objeto de ações a serem julgadas pelo Supremo.

Trabalhadores e empregadores

A visão de trabalhadores e empregadores sobre o primeiro ano da reforma trabalhista também são diversas.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a nova lei representa uma revolução e prestigia o diálogo entre o empregado e o empregador para que definam de forma autônoma e de comum acordo as condições e rotinas de trabalho.

A confederação defende que a reforma oficializa a adoção de “arranjos aparentemente corriqueiros” dentro do mercado, como o home office e jornadas mais flexíveis. Segundo a CNI, pesquisa aponta que oito em cada dez brasileiros desejam trabalhar em casa ou em locais alternativos à empresa. 

Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT) avalia que a reforma trabalhista precarizou as condições de trabalho. Em nota divulgada em seu site, a entidade critica que a maioria dos postos de trabalho, criada no último ano, foi sem carteira assinada, com menos direitos e salários mais baixos.

A central destaca que houve aumento no número de demissões por acordos feitos fora dos sindicatos e se queixa de desrespeito dos patrões às cláusulas sociais das convenções coletivas de trabalho e da dificuldade de acesso à Justiça do Trabalho.

* Com informações de Débora Brito

A oitava edição do Relatório Conjuntural do Mercado de Trabalho Formal em Guarulhos, lançado na útima quarta-feira, 1° de julho, pela Secretaria do Trabalho, mostra que de janeiro a junho deste ano o setor de serviços obteve saldo positivo de 2.609 contratações formais. A construção civil contribuiu com 218 vagas e o comércio teve um acréscimo de 1.397 postos formais nos últimos doze meses. Todas as informações são baseadas nos dados do Cadastro Administrativo Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (MTb/CAGED), seguindo a classificação de setor do IBGE.

No  primeiro semestre, o número de admissões superou o número de demissões, com 54.980 e 53.040 respectivamente. De acordo com o Ministério do Trabalho, nos últimos 12 meses, a ampliação dos vínculos com carteira assinada ocorreu tanto para homens quanto para mulheres, sendo 1.669 para eles e 705 para elas. Para os jovens aprendizes a evolução foi 106 para aqueles de sexo masculino e de 171 para as de sexo feminino. Todos os dados mostram uma situação mais favorável que o primeiro semestre do ano passado

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Publicado mensalmente, os aspectos estruturais do mercado de trabalho em Guarulhos podem ser consultados no “Observatório do Trabalho de Guarulhos”.

A Medida Provisória 808/2017, que modifica diversos pontos da lei que instituiu a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) perde a validade nesta segunda-feira (23). O texto não foi analisado pela comissão mista, que não chegou a ter um relator eleito. O posto caberia a um deputado.

O texto contém mudanças de 17 artigos da reforma trabalhista e fazia parte de um acordo firmado pelo presidente da República, Michel Temer, com os senadores quando o projeto da reforma foi votado na Casa, em julho de 2017.

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Entre os assuntos tratados estão os trabalhos intermitente e autônomo, a representação em local de trabalho, as condições de trabalho para grávidas e lactantes e a jornada 12x36, entre outros pontos. A MP chegou a receber 967 emendas, a grande maioria teve o chamado trabalho intermitente como alvo. Deputados da oposição buscavam revogar a novidade ou garantir mais direitos ao trabalhador nestes casos.

Falta de negociação

O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do projeto de reforma na comissão especial, disse que houve demora de quatro meses na instalação da comissão, além de falta de acordo com os deputados. "Não houve negociação com o Congresso. Houve negociação com a base do governo no Senado da República. O Congresso é o Senado e a Câmara Federal", disse ele.

Para o vice-presidente do colegiado, deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), é preciso haver um novo acordo, com uma nova medida provisória ou um projeto de lei. Ele assumiu os trabalhos da comissão depois de o senador Gladson Cameli (PP-AC), eleito como presidente, renunciar pouco depois de assumir o cargo. 

Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), agora é preciso aguardar o encaminhamento do Executivo. Ele reforçou, porém, que cada comissão tem autonomia e ritmo próprios. A MP 808 foi publicada no mesmo dia em que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendeu, em entrevista, que os ajustes à reforma trabalhista fossem encaminhados por projeto de lei e não por medida provisória.

Na terça-feira (17), Maia disse que a responsabilidade da votação do texto não era da Câmara, nem dele, antes de sair da comissão mista. "Não sou eu que indico membros da comissão, nem que pauto. Se chegar aqui [no Plenário] a gente pauta", afirmou Maia.

*Da Agência Senado

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Depois de três anos de queda, a geração de empregos formais deve voltar a ser positiva no País em 2018. Esse crescimento, no entanto, ainda se dará por meio de vagas que exigem uma qualificação mais baixa - mas que, em geral, são ocupadas por candidatos com nível de escolaridade maior. As empresas estão em busca de profissionais 'bons e baratos'.

É o que mostra um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), feito a pedido do Estadão/Broadcast. O levantamento traça um perfil das vagas geradas no ano passado. As profissões que mais absorveram empregados em 2017 estavam na atividade industrial e nos serviços. E, em geral, foram funções que exigiam pouca qualificação, como alimentador de linha de produção, faxineiro, atendente de lojas e mercados, embalador a mão, auxiliar de escritório e repositor de mercadorias.

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Os candidatos selecionados para essas vagas tinham um perfil bem específico: homens jovens, com até 24 anos de idade, e nível de escolaridade mais elevado, com pelo menos o ensino médio completo.

"As empresas estão com um poder de barganha enorme para escolher o bom e barato. O bom é o qualificado, e o barato é o jovem", explicou Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC, responsável pelo levantamento.

Carteira assinada

Quem conseguiu se reposicionar, no entanto, não vê motivos para reclamação. O técnico em mecatrônica Rherison Walter Brandão da Silva, de 29 anos, por exemplo, aproveitou a recuperação da indústria automobilística para retornar ao setor no ano passado. Foi contratado como operador de logística na fábrica da Nissan, em Resende, no lado fluminense do Vale do Paraíba, onde está o polo automotivo do Estado do Rio.

Silva já havia trabalhado, por dois anos, em outra fábrica da região - onde há plantas da PSA Peugeot Citroën e da MAN Latin America. Em 2012, foi demitido, quando a unidade em que trabalhava encerrou o terceiro turno. Desempregado, foi obrigado a trancar a faculdade de administração, na Universidade Estácio de Sá, e procurar trabalho em outra área.

Agora, Silva está otimista na retomada da carreira na indústria. Com o novo emprego, o técnico, que vinha ganhando a vida instalando câmeras de segurança e portões eletrônicos, destrancou a faculdade e vai se formar no fim deste semestre. O salário na Nissan pesou menos do que a perspectiva de crescer na empresa. "Eu ganhava mais, porém, com os benefícios que tenho aqui, acaba que fica a mesma coisa. A questão do futuro influenciou muito", disse Silva, que também já está fazendo curso de inglês.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é natural que trabalhadores que foram demitidos durante a crise retornem ao mercado em funções menos qualificadas ou com salários mais baixos. "É preciso esperar até que a conjuntura econômica esteja mais favorável para conseguir se recolocar da forma que você deseja", afirmou Azeredo.

Projeções

Nos últimos três anos, a destruição de empregos com carteira assinada no País foi enorme: 1,5 milhão de vagas a menos em 2015, 1,3 milhão em 2016 e 20 mil no ano passado. Para este ano, a CNC estima que o mercado de trabalho formal registre um saldo positivo de cerca de 600 mil vagas. Mas, segundo Bentes, o padrão de 2017, com foco na baixa qualificação, ainda deverá se manter.

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) também tem perspectivas positivas para o ano: estima que sejam criadas aproximadamente 500 mil vagas com carteira. "Será um ano de recuperação do emprego formal, mas, possivelmente, o aumento será ainda maior nas ocupações informais", disse Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Ibre/FGV.

No ano passado, de acordo com dados do IBGE, a maior parte das vagas de emprego criadas no Brasil foram no mercado informal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após estimular, antes de entrar em vigor, uma corrida à Justiça do Trabalho, a reforma trabalhista fez despencar o número de processos ajuizados em varas trabalhistas assim que as mais de 100 alterações promovidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) começaram a valer.

De um total mensal que costumava passar com facilidade da casa de 200 mil, as ações recebidas em primeira instância por tribunais trabalhistas de todo o País caíram para 84,2 mil em dezembro, primeiro mês completo da nova legislação.

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Além de não ser nem metade do volume processual registrado nos meses de dezembro de 2015 e de 2016, o número do último mês do ano passado é o menor num levantamento feito pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) com exclusividade para o Estadão/Broadcast com dados mensais dos últimos três anos. Em novembro passado, por outro lado, o ingresso de ações trabalhistas em varas do Trabalho alcançou o pico da série trienal: 289,4 mil.

As dúvidas sobre como a nova lei seria aplicada pelos juízes e o maior rigor trazido pela reforma no acesso ao Judiciário - em especial, o dispositivo que impõe a quem perde o processo a responsabilidade de pagar custos processuais da parte vencedora - causaram, primeiro, antecipação e depois, com as novas regras em vigor, paralisia das ações trabalhistas.

"Os advogados preferiram, como é natural, lidar com o conhecido e evitar os riscos do desconhecido", disse Estêvão Mallet, professor de Direito do Trabalho da USP: "Com a reforma, é natural aguardar algum tempo para ter mais elementos a lidar nos novos processos."

Por um lado, a possibilidade de o trabalhador ter de bancar as chamadas despesas de sucumbência - honorários periciais e advocatícios da parte vencedora - em caso de derrota na Justiça ajuda a inibir demandas nas quais as chances de vitória são remotas. Por outro, a insegurança sobre como a reforma será interpretada por magistrados, bem como a respeito de como o Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar a constitucionalidade de artigos da nova lei, leva advogados a esperar por maior clareza antes de protocolar novas petições.

Em dezembro passado, as ações trabalhistas não chegaram a mil em cinco dos 24 tribunais regionais do trabalho distribuídos pelo País: 14.ª Região, que abrange Rondônia e Acre; 20.ª (Sergipe); 21.ª (Rio Grande do Norte); 22.ª (Piauí) e 24.ª (Mato Grosso do Sul).

No Tribunal Regional da 2.ª Região, o maior do Brasil e que engloba a Grande São Paulo e a Baixada Santista, o volume de processos caiu para menos de 500 ações por dia após a reforma. Antes dela, vinha numa média diária superior a 3 mil, chegando a beirar 13 mil um dia antes de a lei entrar em vigor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um Projeto de Lei apresentado hoje (25) no Senado modifica a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para permitir que um trabalhador exerça múltiplas funções. A proposta é de autoria do senador Armando Monteiro (PTB-PE) e foi apresentada por seu suplente, Douglas Cintra (PTB-CE). O texto complementa a regra de contratação por especificidade ou predominância de função. Wilder Morais (PP-GO) é relator do projeto e já deu parecer favorável.

“A insegurança jurídica decorrente da ausência de previsão legal da multifuncionalidade em nosso ordenamento legal pode gerar retração de emprego, tendo em vista a aversão ao risco por parte do empregador”, argumenta o autor. De acordo com o relator, a regulamentação pode favorecer as micro e pequenas empresas, uma vez que a falta da formalização desse tipo de trabalho acaba prejudicando o crescimento delas por não terem condições de contratar muitos funcionários.

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O texto do projeto diz que “não será exigido do empregado contratado por multifunção ou multiqualificação o desempenho de atividade mais complexa do que a sua competência principal, nos termos definidos em contrato entre empregado e empregador”.

Líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT) afirmou que os trabalhadores já começam a sentir os “efeitos cruéis” da nova legislação trabalhista, que entrou em vigor no último sábado (11). De acordo com o parlamentar, algumas empresas e sindicatos patronais anunciaram alterações na contratação de profissionais, como a ampliação dos terceirizados, redução do horário de almoço e revisão da jornada de trabalho nos sábados, domingos e feriados.

“Já estamos sentindo os efeitos cruéis desta reforma, que é extremamente perversa para os trabalhadores e praticamente acaba com os direitos laborais dos brasileiros. A reforma beneficiou os mais ricos, os patrões e deixou os trabalhadores praticamente reféns dos empregadores. Vivemos um dos períodos mais duros da nossa história, sem dúvida, o mais danoso para o povo desde a revogação da Lei Áurea”, afirmou.

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A reforma trabalhista alterou mais de 100 dispositivos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). “Do jeito que as coisas estão, as pessoas vão ter que pagar para trabalhar. Talvez pedindo esmola na rua, as pessoas consigam ganhar mais dinheiro do que neste tipo de trabalho. Não podemos permitir que a força de trabalho brasileira se desvalorize, se precarize tanto. Isto é inaceitável. Vamos  reforçar as mobilizações em todo país para denunciar o desmonte da CLT”, conclamou o senador.

Com a entrada em vigor da reforma trabalhista hoje, um hospital localizado no bairro do Ipiranga, na zona sul da cidade de São Paulo, cancelou o direito a folgas e a remuneração em dobro até então oferecidas para os funcionários que trabalham durante feriados.

A mudança - anunciada em um comunicado que aponta a Lei 13.467/2017, pela qual foram sancionadas as novas regras trabalhistas, como referência da decisão - vai atingir exclusivamente os trabalhadores do hospital que cumprem a escala de um dia trabalhado para um dia de folga.

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Com cerca de 700 colaboradores, a nova medida afeta uma boa parte dos funcionários do Hospital Dom Alvarenga, que funciona no bairro do Ipiranga, em São Paulo. A escala 12h x 36h é adotada para os profissionais que atuam diretamente no atendimento aos pacientes. "Temos muitos funcionários também no modelo de seis dias trabalhados por um dia de descanso. Mas esses continuam contando com as folgas de feriado", afirma Camila Tinti, do Departamento Jurídico do hospital.

O comunicado foi colado na parede do hospital e está assinado pelos departamentos de recursos humanos e jurídico "aos colaboradores 12x36h" (submetidos à jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso). Ele reproduz na íntegra o trecho da nova lei trabalhista que altera folgas e remuneração para a escala 12h por 36h e conclui: "Diante disso, a partir do dia 11 de novembro de 2017, o feriado trabalhado será considerado dia normal de trabalho, não dando mais direito a folga ou remuneração em dobro".

Dúvida. Para a advogada Flavia Azevedo, sócia da área trabalhista do escritório Veirano Advogados, a medida adotada pelo hospital pode ser questionada na Justiça. Segundo ela, a nova legislação deixa margem de interpretação por parte dos juízes se mudanças como essas valem apenas para novos contratos de trabalho ou podem ser aplicados também para os contratos antigos.

"Até agora, nas conversas e eventos de que participei, os juízes estão se manifestando contrários a mudanças como essas. O entendimento parece ser de que essa alteração para contratos antigos pode ser prejudicial ao trabalhador", afirma Flavia, que cita entendimento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de 2012, a súmula 444, que afirma que feriados trabalhados na escala 12h por 36h deverão ser remunerados em dobro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Reforma Trabalhista começa a valer a partir deste sábado (11), sendo assim, as novas regras mudam os contratos e a relação entre patrões e empregados. O texto endossa os acordos coletivos, com pontos específicos e enfrentou resistência durante a elaboração e protestos em diversas capitais do país na última sexta-feira (10).

A reforma altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Entre as principais mudanças da nova legislação está o aumento da jornada de trabalho, que antes era de 44 horas semanais, e passa a vigorar 48 horas semanais já contando com horas extras. Outra novidade é a jornada 12 por 36, muito comum em categorias profissionais como enfermeiros e policiais.

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De olho nas mudanças, os trabalhadores devem saber quais pontos foram modificados a partir do documento. Para entender as novas regras, o LeiaJá entrevistou a advogada Emília Carvalho que listou as principais mudanças da Reforma Trabalhista. Confira:

Férias – Com a nova legislação, as férias poderão ser divididas em até três vezes, sendo o tempo mínimo de 15 dias.

FGTS – O benefício não sofreu alteração e não poderá ser negociado entre empregador e empregado.

Horas extras – Passaram de 20% para 50% do valor da hora normal. Continua a existir o banco de horas e a compensação das horas extras no mesmo mês.

Intervalo para almoço – Antes a lei previa, no mínimo, uma hora de intervalo ou, no máximo, duas horas. Agora, o intervalo mínimo será de 30 minutos, que deve ser negociado com o sindicato e computado na jornada de trabalho.

Rescisão – Patrões e empregados poderão decidir em comum acordo. A advogada ressalta que essa questão vem para beneficiar os empregadores. A multa que antes era de 40%, agora passa a ser 20%.

Contrato de Trabalho – O empregador determina quantas horas ele quer de trabalho do empregado. Passa a existir a prestação de serviço que não é contínua, alterando períodos de atividade e inatividade. O trabalhador receberá pelos dias trabalhados. Com isso, o 13º salário será calculado encima desses dias.

Aposentadoria - De acordo com Emília Carvalho, com a reforma a tendência é que a aposentadoria pelo Estado seja extinta, ou seja, que ela deixe de ser um direito.

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As centrais sindicais promoveram manifestações em todo o País para protestar contra a nova legislação trabalhista. Em São Paulo, as seis principais centrais se reuniram na Praça da Sé, na região central da capital. A manifestação, que estava prevista para seguir até a Avenida Paulista, ficou concentrada na Praça da Sé.

De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) compareceram 20 mil manifestantes. A Polícia Militar informou que não fez a contagem dos presentes. Participaram representantes da CUT, Força Sindical, CTB, CSB, NCST e CGT.

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O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, explica que o movimento também têm outra pauta. "Conseguimos mobilizar trabalhadores contra as reformas trabalhista e da previdência. A decisão das centrais é de que, se o governo colocar a reforma da previdência para votar e nós observarmos que ela tira direitos, haverá paralisação nacional".

Brasília

Um pequeno grupo de servidores públicos e representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) se reuniu nesta sexta-feira (10) em frente ao Ministério do Planejamento para participar do Dia Nacional de Paralisação. O local não chegou a ser bloqueado, mas apenas monitorado pela Polícia Militar. A estimativa dos organizadores foi de que cerca de 500 pessoas compareceram ao ato.

Rio

No Rio, o protesto começou por volta das 16h, nas imediações da igreja da Candelária, e às 18h45 o grupo seguiu rumo à Cinelândia, onde o protesto terminou às 20h. Até as 20h15, não havia registro de tumultos, mas jovens com bandeiras com o símbolo do anarquismo continuavam reunidos na frente do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal.

O único político que acompanhou todo o protesto foi o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), saudado por muitos manifestantes.

Estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), unidade de ensino bastante afetada pela crise financeira do Estado do Rio, participaram do ato com faixas e coros críticos a Temer e ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Segundo as centrais, com exceção de Rondônia, os atos ocorreram em todas os Estados e no Distrito Federal com manifestações organizadas em conjunto pelas centrais e programações específicas de cada categoria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Emprega São Paulo/Mais Emprego, programa gerenciado pela Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT), oferece nesta semana 5.192 vagas de trabalho para o Estado de São Paulo.

Dentre as vagas mais ofertadas, existem oportunidades para atendente de lanchonete, operador de telemarketing receptivo, auxiliar de limpeza, operador de linha de produção e vendedor.

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Para se inscrever, os interessados devem acessar o site do Emprega São Paulo (https://www.empregasaopaulo.sp.gov.br/imoweb/), criar login, senha e informar os dados solicitados. Outra opção é comparecer a um Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) com RG, CPF, PIS e Carteira de Trabalho. Veja a lista de regionais do PAT do estado e encontre o endereço mais próximo, através do site: http://www.emprego.sp.gov.br/institucional/equipe/.

Jovem Aprendiz

Nesta semana foram abertas também 16 vagas para o “Aprendiz Paulista”. As oportunidades são para alunos dos cursos técnicos do Centro Paula Souza (ETECs). Também coordenado pela SERT, o programa que promove a vivência e a inserção de estudantes no mercado de trabalho tem 14 oportunidades disponíveis.

Para mais informações, acesse o site: www.empregasaopaulo.sp.gov.br

O Tribunal Superior do Trabalho decidiu que a empresa SSMR Saúde Ocupacional Ltda. terá que pagar horas extras a uma funcionária por não conceder intervalo de amamentação quando ela, após ter voltado ao serviço, tinha um bebê com menos de seis meses de vida. A técnica de enfermagem comprovou o nascimento de seu filho no dia 20/12/2005 e ingressou com uma ação trabalhista afirmando que não recebeu intervalos para amamentação, a que teria direito até o dia 20/6/2006, com base no artigo 396 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 

No entanto, tanto o juízo de primeiro grau quanto o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) entenderam que ao juntar a licença maternidade com as férias, a funcionária ficou afastada por quase cinco dos seis meses previstos na lei para a amamentação e deveria ter demonstrado necessidade de continuar amamentando. No recurso apresentado pela mãe ao Tribunal Superior do Trabalho, ela afirmou que o artigo 396 da CLT não exige comprovação da necessidade de amamentar a criança durante os primeiros seis meses, tratando-se de um “direito incondicionado”, havendo necessidade de comprovação apenas em caso de pedidos de extensão do tempo de aleitamento da criança. 

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Na corte, o ministro Walmir Oliveira da Costa entendeu que a lei estabelece os intervalos até que a criança tenha seis meses de idade sem necessidade de comprovação da amamentação depois que a mãe retorna ao trabalho. De acordo com ele, a aplicação da norma que determina a concessão do intervalo “é irrestrita e incondicional, com a finalidade de assegurar a proteção à maternidade e à infância”, gerando assim o direito ao pagamento de horas extras diante da não concessão das pausas. 

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A Lei nº 13.467, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, também chamada de Lei de Modernização Trabalhista, está publicada na edição desta sexta-feira (14) do Diário Oficial da União.

A nova legislação foi sancionada ontem (13) pelo presidente da República, Michel Temer, que, em cerimônia no Palácio do Planalto, na presença de ministros e parlamentares, entre outras autoridades, disse que os direitos dos trabalhadores estão sendo preservados.

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“Este projeto de Lei é a síntese de como esse governo age. Como eu tenho dito, o diálogo é essencial, mas também a responsabilidade social. Estamos preservando todos os direitos dos trabalhadores. A Constituição Federal assim determina”.

A aprovação da reforma, tida pelo governo como uma de suas prioridades, divide opiniões. Mas o presidente e sua equipe garantem que a modernização da CLT vai aumentar a geração de empregos e dar segurança jurídica tanto para empregados quanto para empregadores.

“O que fizemos foi avançar. Contratos que antes não comportavam carteira assinada hoje estão previstos expressamente. Nossa consolidação, que foi na época um grande avanço, é de 1943. É claro que o mundo não é mais de 1943, é do século 21. E fizemos a adaptação ao século 21. Hoje há uma igualdade na concepção. As pessoas são capazes de fazer um acordo, de um lado os empregados, de outro, os empregadores”, frisou Temer.

Pontos polêmicos

Alguns pontos da lei, no entanto, serão alterados após diálogo com o Congresso. O governo enviou aos parlamentares uma minuta com os pontos da medida provisória (MP) com a qual pretende alterar a reforma trabalhista. A minuta toca em dez pontos da reforma, entre eles temas polêmicos que foram discutidos durante a tramitação, como o trabalho intermitente, a jornada 12 por 36 horas e o trabalho em condições insalubres das gestantes e lactantes.

Segundo o líder do governo senador Romero Jucá, relator da reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), não há prazo definido para a conclusão da MP e há tempo para sua edição. “Encaminhei hoje [a MP] para vários parlamentares os pontos que são objeto do acordo no Senado para serem discutidos. Na hora que estiverem amadurecidos, a MP será editada. Não tem previsão. É importante dizer que esta lei só vale daqui a 120 dias. Para ter uma medida provisória que modifique a lei, ela tem que ocorrer antes de 119 dias. Então nós temos um prazo razoável”, disse.

O Plenário do Senado Federal deve analisar a reforma trabalhista nesta terça-feira (11). A proposta, que atualiza pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), tem dividido a opinião dos parlamentares desde que iniciou a tramitação, mas a expectativa do governo do presidente Michel Temer (PMDB) é de que o texto seja aprovado e vá à sanção. 

A tendência de aprovação do projeto de lei é reforçada pela bancada dos senadores pernambucanos. Ouvidos pelo LeiaJá, dos três parlamentares, dois - Armando Monteiro (PTB) e Fernando Bezerra Coelho (PSB) - vão votar pela reforma, enquanto o senador Humberto Costa (PT) é contrário ao texto. 

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À reportagem, eles expuseram argumentos que justificam seus votos. Armando Monteiro disse que a reforma trabalhista já foi defendida pelos ex-presidentes Dilma Rousseff e Lula, ambos do PT - partido que ele é aliado de primeira hora, sem êxito e pontuou a necessidade dela ser efetivada. 

“A reforma trabalhista está em discussão há muito tempo e sempre defendi a atualização da legislação, que já tem 74 anos. Foi assim que agi nos governos Lula e Dilma, que também tiveram iniciativas nesse sentido. Portanto, há amplo entendimento sobre a necessidade desta reforma, essencial para o Brasil e para seus trabalhadores e trabalhadoras”, declarou Monteiro. 

“Não é uma proposta ou agenda deste governo, é uma mudança essencial para o país. A proposta de reforma trabalhista não tira direitos. Muita coisa mudou no mundo do trabalho e o mundo inteiro promove atualizações e alterações na legislação trabalhista. O Brasil precisa fazer o mesmo”, acrescentou.

A postura do petebista foi corroborada por Fernando Bezerra Coelho. Para o socialista, a atualização da legislação pode conduzir o país à retomada do investimento e do emprego, além de concluir o que chamou de “razão” do governo Temer que é, segundo ele, a superação da crise econômica. 

“A Reforma Trabalhista não subtrai os principais direitos dos trabalhadores, como: o salário mínimo, o FGTS, o décimo terceiro salário, as férias e o aviso prévio, entre outros. Não se retira nenhum dos direitos relacionados no artigo 7º da nossa Constituição. E ali estão elencados 29 direitos de trabalhadores. A meu ver, apenas se oferece uma maior facilidade na negociação das questões do dia a dia do trabalho”, argumentou. 

Em contrapartida, o petista Humberto Costa cravou que a reforma onera a classe trabalhadora e ao contrário do que o governo prega, vai aumentar o índice de desemprego no país.

“Sou contra por várias razões. A mais importante é porque entendo que não podem ser os trabalhadores a pagarem esta conta. O que ela [a reforma] quer é reduzir os custos de produção para os empresários e onerar os trabalhadores retirando vários direitos conquistados pela classe trabalhadora. Nenhuma destas propostas nos dá segurança de que vai haver o surgimento de novas vagas de emprego”, justificou. 

Trâmite

Como os senadores já realizaram as discussões sobre o projeto que altera as leis trabalhistas, a sessão, prevista para às 11h desta terça, deve iniciar diretamente com os encaminhamentos de votação. Em seguida serão apreciados os destaques. 

Caso a matéria for aprovada sem alterações, segue direto para sanção do presidente Michel Temer – que já se comprometeu a vetar seis pontos do texto e editar medida provisória posteriormente regulamentando os trechos que vão ficar sem definição.

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A votação da Reforma Trabalhista no plenário do Senado deverá ser o principal tema a movimentar a Casa nesta semana que se inicia. Os senadores deverão primeiro analisar o requerimento de urgência do projeto, na terça-feira (4), e depois votar a reforma, prevista para quarta-feira (5). Para que a reforma seja aprovada é necessária apenas a maioria simples dos senadores presentes.

Na próxima terça-feira (4), ainda, o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Dário Berger (PMDB-SC) colocará em votação o projeto de lei que libera crédito suplementar ao Ministério da Justiça, da ordem de R$ 102 milhões, para a confecção de passaportes.

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O serviço está suspenso pela Polícia Federal porque o dinheiro previsto para este fim acabou na última semana. Depois que for votado pela CMO, o projeto ainda precisa ser votado no plenário do Congresso Nacional, que está com a pauta trancada por vetos presidenciais.

Outra matéria que está pronta para ser votada pelos senadores há várias semanas e pode ser finalmente concluída é a proposta de emenda à Constituição que torna estupro crime imprescritível. A PEC já foi aprovada em primeiro turno e precisa ser votado em segundo turno.

Ainda se tratando de orçamento, esta semana será a última para que as comissões temáticas do Senado definem as emendas que pretendem apresentar à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018. Cada uma das 13 comissões permanentes tem direito a apresentar até duas emendas ao anexo de metas e prioridades, que lista as ações prioritárias para o próximo ano. Elas serão encaminhadas à CMO até quarta-feira à noite.

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Previdência também deverá manter sua agenda de reuniões às segundas e quintas-feiras. A próxima audiência pública deverão falar os representantes dos maiores devedores da Previdência no setor comercial. Já foram ouvidos representantes das empresas nas áreas de educação, bancos e indústria.

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou hoje (25) a proposta que permite ao trabalhador faltar uma vez por ano, sem desconto no salário, para tratar de interesse particular. O projeto também permite outra falta para participar de atividade escolar de dependente matriculado no ensino fundamental ou médio.

Segundo o deputado, fica a critério do empregado estabelecer se usará a segunda falta para assuntos escolares, sendo que as duas serão abonadas. “Cabe ao trabalhador decidir como melhor alocar os seus afastamentos justificados. Alteramos o projeto para dar maior liberdade ao trabalhador no gerenciamento do seu afastamento”, declarou o parlamentar. 

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O projeto acrescenta meios à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – Decreto-Lei 5.452/43) e segue para análise conclusiva da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou um Projeto de Lei (PL) que garante o pagamento de um terço do salário nos casos em que o trabalhador troca dez dias de férias por remuneração, o chamado abono pecuniário. O texto da proposta é de autoria do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) e data de 2012, mas foi alterado pelo deputado Assis de Melo (PCdoB-RS) e, caso seja aprovado por Câmara e Senado, altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Foi acrescentado ao texto da proposta uma determinação de que esse valor seja pago também em casos de paralisação da empresa por mais de 30 dias, exemplos disso são as férias coletivas e os intervalos adotados para equalizar a produção. “Algumas empresas não pagam o adicional, sob o argumento de que, se não há o direito a férias, não há direito ao acréscimo remuneratório que ele implicaria” afirma o relator, Assis de Melo.

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De acordo com o parlamentar, a publicação da lei vai evitar que se façam interpretações erradas da CLT e garantir o pagamento do abono, que é um direito do trabalhador, embora algumas empresas se neguem a fazê-lo. “Tal entendimento resulta em claro e manifesto prejuízo ao trabalhador, uma verdadeira burla ao que foi estabelecido pela Constituição”, concluiu.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (26) que acredita na aprovação da reforma trabalhista (PL 6787/16) proposta pelo governo. A matéria que atualiza a legislação do setor está em discussão no plenário da Casa e deve ser votada ainda hoje

Sob a ótica de Maia, a flexibilização da legislação vai garantir benefícios aos trabalhadores. “Tenho clareza que a lei atual é antiga e prejudica mais do que ajuda os trabalhadores”, declarou o democrata. O presidente disse também que “não vê dificuldades” para a aprovação do projeto, diferentemente, segundo ele, da reforma da Previdência (PEC 287/16), que “ainda tem alguns problemas” para ser aceita pelos deputados. 

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Ao abrir a Ordem do Dia, o presidente reiterou que a reforma trabalhista é um tema relacionado ao processo civil e, por isso, a presença de medidas provisórias trancando a pauta da Casa não interferia na análise do projeto. O trancamento da pauta foi alvo de questão de ordens da oposição negadas por Maia. 

Com a recusa, a líder do PCdoB, Alice Portugal (BA), informou que o partido entrou com mandado de segurança para que a reforma não seja votada. A deputada explicou ainda que o mandado de segurança também pede a anulação de qualquer votação sobre a proposta. “Objetivamente, há matérias que são, regimentalmente, preliminares à reforma trabalhista”, disse. “Essa ideia nasceu de questões de ordem ignoradas pela presidência da Casa”, criticou.

Pontos da matéria

O projeto permite, entre outras mudanças, que a negociação entre empresas e trabalhadores se sobreponha a lei em pontos como parcelamento das férias em até três vezes, jornada de trabalho de até 12 horas diárias, plano de cargos e salários, banco de horas e trabalho em casa.

Além disso, também proíbe uma empresa de recontratar, como terceirizado, o serviço de empregado demitido por essa mesma empresa. Entre outras alterações pontuais, o relator decidiu retirar categorias regidas por legislação específica, como os aeroviários, da lista de trabalhadores que podem ser contratados por meio de contratos de trabalho intermitente.

A reforma trabalhista precisa de maioria simples de votos para ser aprovada. A proposta, inclusive, é tema de manifestações previstas para acontecer em todo o país na próxima sexta-feira (28). 

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