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Institutos federais são 38, estando presentes em todos os estados brasileiros. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

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Uma Coreia do Sul dentro do ensino público brasileiro. Segundo os resultados mais recentes do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), de 2015, se a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica fosse um país, ele estaria na 11.ª colocação, nas áreas analisadas - matemática, leitura e ciências- e à frente de países como Estados Unidos, Alemanha e do próprio Brasil. Em 2018, a Rede comemora os dez anos dos Institutos Federais (IF’s) com a consolidação de um amplo projeto de expansão que inclui, entre os anos de 2003 e 2016, a entrega de 500 novas unidades, totalizando 644 campi em funcionamento. A estrutura está inserida em 38 IF’s presentes em todos os estados, dispondo de cursos de qualificação, ensino médio integrado, cursos superiores de tecnologia e licenciaturas.

Para o presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Roberto Gil Rodrigues de Almeida, o desempenho dos Institutos nos indicadores internacionais mostra que seus dez anos de funcionamento devem ser celebrados. “Considerando que nossas instituições promovem a inclusão, isso comprova que pessoas anteriormente privadas de um ensino de qualidade agora têm acesso a um modelo de educação profissional e tecnológica socialmente referenciado”, declara. Instância de discussão, proposição e promoção de políticas de desenvolvimento da formação profissional e tecnológica, pesquisa e inovação, o Conif se consolidou a partir da extinção do Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Concefet), criado em 1999, em substituição ao Conselho de Diretores das Escolas Técnicas Federais (Conditec).

O presidente Nilo Peçanha, pioneiro ao criar uma rede de ensino técnico no Brasil, em 1909 / Foto: Domínio público 

A história do Conselho da Rede está intimamente ligada à dos IF’s, que começa exatamente no dia de 29 de dezembro de 2008, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona a n 11.892, responsável por instituir a Rede Federal e transformar em um só organismo as estruturas de 31 centros federais de educação tecnológica (Cefets); 75 unidades descentralizadas de ensino (Uneds); 39 escolas agrotécnicas; sete escolas técnicas federais; oito escolas vinculadas a universidades. As raízes do ensino técnico profissional, contudo, já estavam bem fincadas há muito mais tempo.

Conforme lembra Anália Ribeiro, reitora do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), a Rede Federal existe desde 1909, ano em que o presidente Nilo Peçanha ergueu, em apenas três meses, as primeiras 19 escolas de Aprendizes e Artífices, que revolucionariam a educação de um país de herança escravista, no qual o trabalho manual e o conhecimento técnico eram desprezados em detrimento da supervalorização do diploma universitário. “As escolas são a origem dos Centros Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Cefets). A perspectiva do governo Nilo Peçanha era a de inserir pessoas dos estratos mais pobres da sociedade no mercado de trabalho. A inclusão está na genética da educação profissional no Brasil”, afirma Anália.

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De acordo com a reitora, o surgimento dos Institutos Federais também é produto de uma mudança de mentalidade em relação à formação no ensino técnico, oriunda de debates intensificados a partir do ano de 2003. “Ganhou força a perspectiva de que a qualificação técnica deve vir acompanhada de outros tipos de qualificação e formação. O que importa para nós, além de formar um técnico para o mercado, é formar um ser humano”, explica. Assim, os IF’s constituíram-se a partir de novos princípios, a exemplo da verticalização, isto é, a visão de que é necessário incentivar o estudante a buscar formação continuada. “Já há casos, em alguns IF’s, em que o estudante começou no ensino médio integrado, depois fez graduação, mestrado e doutorado. Alguns cursos no IFPE já oferecem mestrado”, completa. 

Para Anália, a formação continuada auxilia os estudantes a se adaptarem, por exemplo, a um mercado cada vez mais automatizado. “Nosso aluno apropria-se simultaneamente da técnica e do fundamento científico, estando apto a continuar mantendo-se atualizado. Além disso, temos vários cursos voltados para a questão da automação, oferecendo a iniciação científica para que sejam desenvolvidos produtos aliando as tecnologias da informação e da comunicação com a mecânica, por exemplo”, completa.

Nesse sentido, os números da extensão e da pesquisa são expressivos. Em 2008, o IFPE possuía apenas 12 estudantes de iniciação científica, enquanto o número atual é de 352 alunos. Já o número de projetos de extensão cresceu de 31 projetos com 52 bolsistas, em 2010, para 191 projetos com 315 bolsistas. “A força do nosso programa de iniciação deriva do forte investimento que fazemos em formação de professores, que contam com grande facilidade de liberação para mestrado e doutorado, posteriormente orientando estudantes de nível médio. No mais, como atendemos o substrato mais pobre da sociedade, sabemos da importância das bolsas”, conclui Anália.

Arte: João de Lima/LeiaJáImagens

No caso do IFPE, a maior parte dos cerca de 24 mil alunos matriculados é oriunda de famílias cuja renda não ultrapassa um salário e meio per capita. “Isso significa uma mudança social significativa, porque a partir da educação nossos alunos não só conseguem mudar suas vidas, como a de suas famílias”, completa Anália. Pernambuco, aliás, entre os IF’s, é o que estado do país que possui o maior número de estudantes indígenas. “Só no campus Pesqueira, nós temos mais cem alunos do povo Xucuru. Também atuamos junto a outros grupos vulneráveis, como campesinos, quilombolas e assentados, além de termos um convênio com a Funase (Fundação de Atendimento Socioeducativo), a partir do qual trabalhamos com cursos de formação continuada para menores em processo de ressocialização”, conclui a reitora.

Conexão com os diferentes mercados 

Ao longo de seus dez anos de atuação, os IF’s intensificaram suas relações com os arranjos produtivos das localidades onde cada campus está inserido. Em Pernambuco, por exemplo, é claro o direcionamento da estrutura em Olinda para a economia criativa e as artes, propulsores do desenvolvimento local. Durante a chamada “expansão dois”, mais três campi foram construídos na perspectiva da interiorização (Afogados, Caruaru e Garanhuns), cada um deles desenvolvido com foco em uma área diferente.

Já na “expansão três” foram criados sete novos campi, um em Palmares e os outros seis na Região Metropolitana do Recife (RMR), que buscavam atender à grande demanda do mercado por mão de obra técnica após um “boom” de investimentos feitos no estado. “Assim como, devido à proximidade com Goiana, os campi Igarassu e Paulista se voltam para os negócios, administração, controle de qualidade, logística e tecnologias da informação e comunicação”, conclui a reitora do IFPE.

Reitora do IFPE destaca a expansão dos Institutos / Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Como política de estado, os IF’s compõem a Lei Orçamentária Anual da União (LOA), além de possuírem marcos (um acordo de metas estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC), que vale por determinado período) que norteiam sua atuação. Apesar de se tratarem de uma política pública, os IF’s não possuem exatamente um orçamento fixo. “O MEC distribui para a rede um determinado orçamento, mas não é segredo que, atravessando isso, existe a emenda constitucional do teto dos gastos públicos, que congela os investimentos do país em educação. É algo que precisamos considerar no atual cenário, até porque o número de alunos vem crescendo significativamente”, alerta Anália.

Só no IFPE, são seis novos campi em construção, dois deles com previsão de inauguração para este ano, tendo finalmente a perspectiva de funcionarem com a sua total capacidade. Apesar disso, a reitora lembra que novas expansões demandam determinadas condições, como a contratação de docentes e corpo técnico administrativo compatível com a estrutura física. No segundo semestre de 2019, também devem ser entregues as sedes definitivas de Jaboatão dos Guararapes e Paulista. “Mas não é só o prédio. Eu também preciso comprar laboratórios, equipamentos de sala de aula, dentre outros. É de extrema importância que o orçamento seja ampliado. São desafios que o país precisa enfrentar”, defende.

Reportagem integra a série “Além da técnica: a função social dos Institutos Federais”, que conta história dos dez anos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, traçando um paralelo entre a contribuição dos projetos de extensão das instituições e o respaldo na sociedade, seja na forma de inclusão de classes mais baixas na educação, como também no benefício direto da população pelas pesquisas realizadas nos institutos. A seguir, confira as demais matérias da série:

Além da técnica: a função social dos Institutos Federais

Do campo ao campus: conheça a trajetória de José

IFs: tecnologia assistiva a serviço da qualidade de vida

Sons da inclusão: grupo cria óculos 3D para cegos

A ex-presidente Dilma Rousseff definiu a eleição que ocorre, neste domingo (7), como um momento muito especial para o Brasil. A candidata ao Senado Federal voltou a falar sobre o impeachment que a destituiu do poder. “Hoje é um momento muito especial para o país. Estamos reafirmando a democracia do Brasil, democracia que foi tão abalada no impeachment como no processo sucessório”, afirmou depois de votar em Belo Horizonte.

Sem citar o nome do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Dilma também disse que qualquer candidatura que comprometa a democracia é “perigosíssima”. “Acho que o Brasil tem que se reencontrar com a democracia. Qualquer candidatura, de quem quer que seja, que comprometa a democracia do Brasil é uma candidatura perigosíssima. Hoje está na pauta se criaremos um caminho democrático ou de autoritarismo e fascismo. O candidato que defende a violência, o ódio e a divisão do país comprometerá a democracia”, disse.

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A ex-presidente votou em uma escola no bairro São Luiz, na Pampulha. Ela chegou à sessão acompanhada do governador de Minas e candidato à reeleição, Fernando Pimentel (PT), da candidata a vice-governadora Jô Moraes (PCdoB) e de outros candidatos. Algumas pessoas chegaram a vaiar a petista.

Ela ainda salientou que o voto democrático é o voto do povo. "Então, eu acredito que esta eleição é a eleição da democracia porque sem ela nós iremos regredir". 

Em um intervalo de 15 anos, Jacqueline Santos Silva deixou de ser uma dedicada estudante de ciências biológicas na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para se tornar, com apenas 34 anos de idade, professora dos programas de graduação em ecologia e biodiversidade de conservação, além de coordenadora geral dos cursos de graduação da instituição. Entre a altíssima exigência em termos de quantidade e qualidade de artigos científicos publicados, aulas, orientações, além dos planejamentos e correções que acaba levando para casa, a professora tem a carga horária ainda mais sobrecarregada pelas funções administrativas que desempenha na universidade.

Tal quadro tornou-se comum nas universidades públicas desde a década passada, quando, embora o número de matrículas no ensino superior tenha dobrado para 7,1 milhões em 2014, a proporção entre professores e alunos tenha aumentado, com o déficit de contratações de novos servidores, segundo defende a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe).

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 Pesquisadora em oceanografia desde a graduação, através de projetos de iniciação científica, Jacqueline aliou dedicação e ao investimento na área também no mestrado e no doutorado, em cujo primeiro ano surgiu a oportunidade lecionar em uma universidade pública.“Como existia uma carência muito grande de professores doutores em oceanografia, principalmente no interior, foi aberta a vaga em Serra Talhada (no Sertão pernambucano) para o nível de mestre. Meu currículo já continha publicações do mestrado e do doutorado, o que foi essencial para minha entrada”, lembra. Apesar da aprovação precoce, a professora reconhece que o nível de exigência dos concursos é cada vez maior. “Para ingressar no ensino superior, você precisa ter essencialmente o doutorado, porque está cada vez mais concorrido. Quando eles são oferecidos, os candidatos têm cerca de dois ou três pós-doutorados. Por isso, quem quer seguir essa carreira deve focar na formação”, aconselha. 

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A principal estratégia adotada pela professora para conciliar suas diferentes obrigações na universidade foi integrar suas pesquisas regulares à sala de aula. “A gente tem a ideia de projeto e seleciona alunos para que eles efetuem esse trabalho em campo, suprindo essa demanda. Esses meus alunos seriam os multiplicadores desse trabalho, trazendo o material coletado para a orientação, onde a gente discute estratégias”, comenta. Ainda assim, a carga de trabalho de Jacqueline acaba ultrapassando as 40 horas curriculares. “Também somos cobrados a trabalhar na administração, dentro da universidade pública existe essa carência. Apesar de a gente não ser preparado para gestão acadêmica na nossa formação, acabamos aprendendo no dia-a-dia”, completa.

O presidente da Adufepe, Augusto César Barreto, enaltece a interiorização do ensino público nos governos Lula e Dilma, mas critica a falta de investimento em pessoal e em estrutura de trabalho para atender às demandas do ampliado corpo discente. “A partir de 2003, passamos a ter professores com uma jornada de trabalho muito grande, que além de praticar ensino, extensão e pesquisa ainda precisam gerir as universidades. Isso gerou uma sobrecarga de trabalho assustadora, pois muitas universidades foram abertas de forma precária”, defende. 

De acordo com Augusto, no governo Temer, o processo de sobrecarga foi intensificado, devido à redução do quadro de técnicos e servidores. “Somos parceiros da Universidade de Brasília (UnB) de uma pesquisa, ainda em curso, que verifica que o adoecimento docente vem aumentando nos últimos anos, com recorrência de doenças cardiovasculares, obesidade e tentativas de suicídio, que a princípio não observavamos”, lamenta. Assim, o presidente se mostra pouco otimista quanto a melhoria das condições de trabalho dos professores universitários. “O congelamento dos gastos públicos com educação e o drástico corte de 23% nos investimentos nas universidades públicas sucateia laboratórios e faz com que certos setores das instituições não tenham dinheiro nem para comprar papel. Tudo isso aumenta o estresse docente”, acrescenta. 

Ensino superior no setor privado

A professora do cursos de graduação em administração e ciências contábeis da UNINABUCO - Centro Universitário Joaquim Nabuco , Simone Ventura, já somava passagens em jornais do Recife quando resolveu ingressar em uma especialização em gestão de marketing. Foi quando surgiu, junto com um convite da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, a vontade de ensinar. “O que chamou a atenção da universidade no meu perfil foi minha experiência técnica. Meu diferencial foi trazer o que aprendi no mercado para a sala de aula”, crava ela, que iniciou sua carreira como professora dando aulas de radiojornalismo. 

"Meu diferencial foi trazer o que aprendi no mercado para a sala de aula”, diz a hoje professora da UNINABUCO / Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

O Censo da Educação Superior de 2016 aponta que a participação de docentes com doutorado cresce tanto na rede pública quanto na privada, onde a maioria dos docentes têm mestrado. O número de especialistas, contudo, vem caindo em ambos os setores. A diretora acadêmica do Grupo Ser Educacional, Simone Bérgamo, comenta que embora as instituições da empresa priorizem a contratação de mestres e doutores, a admissão de profissionais que concluíram pelo menos uma pós-graduação latu sensu (especialização)- nível de escolaridade mínimo exigido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para a prática da docência no ensino superior- acontece quando o contratado possui boa didática ou experiência prática em sua área de atuação. “Aquele professor que veste a camisa da empresa e consegue motivar o aluno a aprender e ter prazer em entrar em contato com seu objeto de estudo sempre vai ter seu lugar reservado em qualquer unidade do grupo”, afirma.

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De acordo com o diretor de serviços pedagógicos da Estácio, Luis Claudio Dallier, a instituição oferece cursos de especialização voltados para o próprio magistério do ensino superior, uma porta de entrada para quem deseja seguir a carreira. “É uma forma de capacitar o professor tanto para docência quanto para gestão acadêmica. Além disso, a Estácio oferece um centro de capacitação para seus docentes e colaboradores, que funciona através de cursos presenciais ou a distância”, completa. 

Aprovada por 98% por cento da turma em sua estreia na UNINASSAU, segundo sua primeira avaliação regular, Simone Ventura pegou gosto pela sala de aula. Decidida a investir em sua formação, a professora tomou a decisão de deixar a universidade temporariamente para se dedicar ao projeto de mestrado em políticas e estratégias da comunicação, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). “Quando terminei, recebi um convite da UNINABUCO para atuar no curso de administração. Dessa vez, meu diferencial foram as competências diversas presentes no meu currículo, que me permitiam trabalhar de empoderamento feminino a sustentabilidade”, comemora. 

Embora tenha criado gosto pela pesquisa, Simone sente dificuldade de aplicar a atividade com seus alunos. “Trabalhar essa extensão em instituição privada é um grande desafio devido ao perfil dos alunos. Muitos deles trabalham o dia todo, então tento compensar isso com muito trabalho e leitura, trazendo a pesquisa para a sala de aula”, coloca. Por outro lado, Simone enaltece a paradoxal inclusão de estudantes de baixa renda no ensino superior possibilitada pela rede privada. “Aí vem o professor e coloca temas como empoderamento feminino, racismo, homofobia e posicionamento da turma vai mudando, porque o ensino é o grande diferencial na vida das pessoas. Ser professor é mais do que uma profissão, é uma missão”, conclui.

 

NÃO PUBLICAR - ESPECIAL CENTRO

 

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Entre muitos outros aspectos importantes da cidade, o centro do Recife abrigou por muito tempo uma efervescência e tradição muito fortes no que diz respeito a abrigar grandes instituições de ensino.

Grandes colégios como por exemplo o São José, Salesiano, Ginásio Pernambucano, Vera Cruz, Agnes e Damas ainda continuam ativos e funcionando tanto nos bairros do Recife, Santo Antônio, São José, Boa Vista e suas adjacências. 

No entanto, o descaso e o abandono do centro da cidade como local de encontros, convivência, moradia, expressões culturais e de estudos fez com que, com o passar do tempo, grandes instituições de ensino mudassem de endereço ou até mesmo deixassem de existir.  

O Colégio Marista da Avenida Conde da Boa Vista, o Nossa Senhora do Carmo, Colégio Contato, Colégio Nóbrega e o antigo Liceu de Artes e Ofícios, que foram responsáveis por formar muitos recifenses e pessoas que vinham de outros lugares, colégios que participaram da formação de grandes personalidades da história do Estado (e até mesmo do país), sofreram com esse processo de remodelagem do cenário da cidade e da relação entre os moradores do Recife com os bairros do centro e da periferia.

Os motivos dessa decadência do centro da cidade como um local que abrigava grandes colégios que tinham estruturas enormes e eram referências de educação na região são os mais diversos possíveis e começaram a se desenhar há quase um século. 

Formação do centro do Recife como pólo educativo

De acordo com o professor-doutor de História do Brasil e História das Religiões na Universidade de Pernambuco (UPE), Carlos André Silva de Moura, que durante a sua graduação em história pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) chegou a fazer estágio na antiga sede do Liceu de Artes e Ofícios, problemas com o custo de manutenção, novas configurações urbanas, redução do número de alunos, dificuldades de mobilidade, altas mensalidades, erros de administração, e dificuldades de adaptação aos novos moldes de ensino e acesso aos cursos de nível superior, entre outras razões,levaram à transferência ou fechamento de muitos desses colégios da região central do Recife que tiveram no passado seus tempos áureos.

Carlos explica que o centro do Recife nos séculos XIX e XX já tinha uma forte tradição comercial, mas também abrigava grande parte da população da cidade, configurando-se em uma região de bairros residenciais, uma vez que áreas como as zonas sul e oeste eram extremamente distantes devido às realidades de deslocamento mais lento dessa época. Era comum, segundo ele, encontrar casas com dois ou três andares que abrigavam, ao mesmo tempo, pontos de venda de produtos ou serviços e a moradia dos comerciantes que ali trabalhavam e suas famílias. 

Ensino e religião

Além disso, grande parte destas escolas tradicionais eram (e a maioria das que sobreviveram ainda são) ligadas a grupos e congregações religiosas, católicas ou protestantes e, via de regra, as instituições religiosas também ficavam concentradas na área mais central da cidade, em locais estrategicamente escolhidos para ficar perto da maioria dos fies. 

Carlos André explica ainda que a ligação entre ensino e religião foi parte de um processo muito maior de crescimento das igrejas, que tinham todo um projeto não só educativo mas também sociocultural que buscava aumentar o número de fieis e obter mais poder de influência depois que o Brasil deixou de ter religião oficial, em uma tentativa de estar, de alguma maneira, perto do poder político e influenciando na formação humana e cidadã de indivíduos que deveriam seguir toda uma filosofia e código de moral católica. 

Esse objetivo foi levado adiante por meio da implementação do culto a Nossa Senhora de Fátima fora de Portugal. Uma das razões dessa busca, segundo o historiador, foi a expulsão de padres Jesuítas de Portugal depois de uma lei proibir práticas católicas no país, fazendo com que os religiosos buscassem o exílio.

Nesse contexto, vários colégios começam a surgir como parte desse projeto sociocultural religioso levado a cabo por várias congregações diferentes. O Colégio Manoel da Nóbrega, mais conhecido como Colégio Nóbrega, é um ótimo exemplo desse contexto: foi fundado por Jesuítas em 1917 no bairro da Boa Vista quando o Palácio da Soledade, que era residência do bispo, foi cedido para a abrigar o colégio, juntamente com o terreno ao lado desse prédio para construir uma estrutura educacional maior e também o primeiro santuário dedicado a Nossa Senhora de Fátima fora de Portugal. Seguindo uma lógica semelhante, outras ordens também fundam colégios como o Salesiano, Marista, Nossa Senhora do Carmo, Damas e São José. 

O grande número de alunos, o prestígio trazido por se configurarem em referências de qualidade de ensino e nomes de estudantes que conseguiram carreiras e vidas públicas de sucesso e notoriedade após saírem dos seus colégios fez com que todas essas grandes instituições localizadas nos bairros centrais do Recife tivessem uma grande tradição de ensino e resistissem por um longo período de tempo, deixando marcas na paisagem da capital de Pernambuco, na memória e na afetividade dos moradores, alunos, professores e ex-alunos.

Reformulação Urbana

Essa prosperidade, no entanto, começou a mudar quando algumas mudanças no perfil de habitação e fluxos de mobilidade urbana se alteraram por força de algumas decisões políticas que mudaram “a cara” do Bairro do Recife, de São José, Santo Antônio e da Boa Vista. 

O historiador Carlos André Silva de Moura conta que a reforma no Porto do Recife, levada a cabo nas décadas de 10 e 20 do século passado, juntamente com os projetos de “higienização” do centro, que tinham por objetivo retirar habitações precárias e a população mais pobre do centro da cidade realizados pelo governador Agamenon Magalhães durante o período do Estado Novo (década de 1930) fizeram com que muitas pessoas que residiam na área central da cidade tivessem que se mudar para áreas mais distantes. 

Paralelamente, a abertura de grandes avenidas na década de 1950 e a chegada de mais escolas em bairros que ficavam em regiões periféricas fez com que muitos estudantes que tinham dificuldades de sair de onde moravam e chegar até o centro para estudar fossem matriculados em escolas que ficavam mais perto de suas casas, reduzindo o contingente de alunos de instituições localizadas na área central. 

Crescimento do Ensino Público

Dificuldades financeiras advindas de crises econômicas que o Brasil enfrentou no século passado e novas políticas de ensino gratuito e laico, juntamente a novas formas de acesso à educação superior pública também foram fatores que causaram um grande impacto aos colégios que sumiram do centro da cidade. 

O surgimento do sistema de cotas para estudantes de escolas públicas em universidades federais e estaduais, a ampliação do ensino em período integral nas Escolas de Referência em Ensino Médio, o surgimento de colégios de aplicação ligados a universidades públicas e a multiplicação de Institutos Federais que aliam o ensino médio a uma formação técnica fizeram com que o ensino público se tornasse, gradativamente, uma opção atrativa para as famílias de muitos estudantes que não podiam arcar com as altas mensalidades dos grandes colégios do centro do Recife. 

Dificuldades de Adaptação

Carlos André explicou também que várias instituições de ensino tradicionais continuaram a pensar a gestão baseada em um período em que não havia um grande índice de inadimplência, onde os meios de acesso ao ensino superior eram diferentes e o desejo dos pais e estudantes começava a deixar de ser ligado à filosofia social e religiosa da escola e fica muito mais atento à qualidade do ensino.

Dessa maneira, vários dos colégios que permaneceram na área central tiveram que lidar com um número de alunos que diminuía e custos de manutenção estrutural que se mantinham no mesmo patamar ou se elevavam.

Muitas dessas escolas tradicionais, segundo o professor, tiveram dificuldades de adaptar suas estruturas físicas grandiosas, a administração financeira e o perfil de ensino praticado no passado à nova realidade urbana e social do Recife. 

Assim, a falência, venda a grupos empresariais ou mudança de endereço para lugares de mais fácil acesso via transporte público foram problemas que atingiram grande parte dos colégios de grande tradição dos bairros centrais do Recife. Veja, a seguir, alguns exemplos:

Lyceu de Artes e Officios

O Liceu de Artes e Ofícios, que oferecia educação profissional privada e depois também instituiu o ensino básico, passou para o controle do Estado de Pernambuco. Com o tempo a sua antiga sede, um prédio neoclássico localizado junto à Praça da República, não comportava mais o número de alunos a que a instituição atendia sem que recebesse a manutenção adequada de que precisava. 

Por ter uma parceria com a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), que enviava estudantes de graduação de diversas áreas para estagiar no Liceu, a instituição foi temporariamente transferida para as instalações do antigo Colégio Nóbrega, que pertencia à Unicap, na época do fechamento do mesmo, criando-se então o Liceu Nóbrega, localizado entre a rua Oliveira Lima e a Rua do Príncipe.  

De acordo com o professor de História e pesquisador Carlos André, ainda existe uma pretensão de que o Liceu retorne para o seu antigo endereço. No entanto, o prédio está muito danificado pela falta de manutenção e pelos anos de abandono, não existindo também nenhum projeto de restauração do edifício em andamento no momento. 

Colégio Nóbrega

O antigo Colégio Nóbrega foi fundado por padres da Ordem dos Jesuítas no ano de 1917, começando a funcionar no Palácio da Boa Vista, um prédio histórico que era utilizado como residência do bispo. 

Além de ceder o palácio para abrigar as turmas de anos do ensino primário, a igreja também ofereceu um terreno de 17 mil metros quadrados que hoje tem cinco edificações ao longo de um quarteirão inteiro, ligado à Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), que segue sendo a administradora da estrutura física do antigo colégio, abrigando atualmente o Liceu Nóbrega em uma união do Liceu de Artes e Ofícios com o espaço do Nóbrega. 

Com uma estrutura grandiosa, um alunado altamente numeroso que incluía personalidades ilustres, um ensino que era reconhecido por sua qualidade e uma preocupação com a formação humana e religiosa dos estudantes, o colégio Nóbrega abrigava o primeiro santuário dedicado a Nossa Senhora de Fátima fora de Portugal, que ainda funciona no mesmo local. 

Em um documentário produzido por uma ex-aluna do colégio, o reitor da Unicap afirmou que o fechamento do colégio foi inevitável e veio após uma luta de 15 anos para salvar o Nóbrega. De acordo com ele, a ordem religiosa fez esforços dentro e fora do Brasil pelo colégio, mas “O Nóbrega mostrou que não tinha capacidade, não tinha força para ser o colégio que ficou na memória das pessoas. Por mais triste que tenha sido a notícia, ela tem um lado de realidade que não é só uma história do Colégio Nóbrega, é a história de muitas instituições do Recife que não conseguem, por mais que elas tenham valor, se readaptar aos novos desafios”, disse ele referindo-se a dificuldades financeiras e perda de alunos devido a dificuldades de mobilidade urbana e criação de novos colégios em bairros mais afastados do centro da cidade. 

O colégio é lembrado até hoje com muito carinho e saudade por seus muitos ex-alunos que ficaram entristecidos tanto com o fechamento de sua antiga escola, que foi um choque, quanto com o descaso com a estrutura que um dia abrigou a instituição de ensino e se encontrava literalmente em ruínas, correndo risco de desabamento. Os problemas estruturais eram de uma gravidade tamanha que muitos ex-alunos queriam acionar o Ministério Público contra a universidade, uma vez que a estrutura do Nóbrega é tombada como patrimônio histórico. 

A comunidade escolar do Nóbrega continuou unida em torno do objetivo de lutar pela preservação do legado do colégio que os formou, no qual amizades que duram toda a vida e até histórias de amor que resultaram em casamento tiveram início, onde boas lembranças foram cultivadas e havia um sentimento quase familiar entre alunos, professores e funcionários. 

Um exemplo de ex-aluno que segue ligado ao colégio mesmo 38 anos depois de ter saído do colégio é Luís Eduardo Travassos, de 54 anos, que estudou no Nóbrega de 1964 a 1980 e hoje, além de trabalhar no Tribunal de Justiça de Pernambuco, é diretor da criação de um memorial ao Colégio Nóbrega, idealizado pela Associação dos Amigos de Fátima (Amifat), instituição ligada ao santuário e que tem em seu organograma a criação de um memorial ao antigo colégio. 

No ano de 2017, Luís também esteve à frente da articulação para a celebração dos aniversários de cem anos do colégio e também da aparição de Nossa Senhora de Fátima, que coincide com a fundação do Nóbrega. 

Além disso, Luís organizou várias confraternizações de ex-alunos e está à frente da montagem e lançamento de um livro que resgata parte das memórias dos estudantes do antigo Nóbrega. Entre os motivos para seguir atuante, à frente das articulações pela preservação do Nóbrega e de sua memória, Luís aponta a importância que a instituição teve não apenas para a sua vida, mas também para o Recife e para Pernambuco como um todo através da formação de figuras públicas que tiveram e ainda têm importância política e histórica. 

VÍDEO - importância do colégio

O sentimento de tristeza com o fechamento deriva de um amor, um carinho, de uma afetividade muito forte dos ex-alunos e ex-funcionários com o antigo colégio. 

Todo esse afeto fazia e faz, até hoje, com que os estudantes não consigam se afastar e se desligar do espaço do colégio e das lembranças que ele abrigou. Amizades com décadas de duração, romances, brincadeiras, acolhimento e um sentimento familiar marcaram a vida destas pessoas que estão dispostas a não deixar que essas lembranças se percam no tempo ou sejam esquecidas. 

VÍDEO Afetividade dos ex-alunos

Esse mesmo afeto que faz com que os ex-alunos não se desconectem do colégio os movimenta e motiva a manter a força de articulação, sempre planejando novas ações que os mantenham unidos e atuantes para garantir tanto a preservação do local onde o colégio ficava através da reforma estrutural e também do restauro interno, para lutar pelo resgate de antigos materiais da instituição e para dar um uso, um destino ao espaço do Nóbrega, onde deverá ficar o memorial. 

Essa força dos antigos estudantes foi de fundamental importância para que fossem o colégio recebesse a atenção que merecia diante da sua importância sociocultural durante os 89 anos em que esteve aberto e funcionando. 

Vídeo  Articulação pela memória

Para o futuro, o desejo de Luís Eduardo e também de outros ex-alunos é que o memorial seja concluído, continuar fazendo reuniões e fundar uma associação de ex-alunos do colégio. Para ele, “a construção desse memorial é a consolidação de toda a nossa luta nesses 12 anos”. 

Colégio Marista

O Colégio Marista que ficava no coração do centro do Recife, na Avenida Conde da Boa Vista, também era uma instituição de ensino católica, com uma estrutura física imensa e um grande número de alunos que ajudava a movimentar a região central desde o ano de 1924 até 2002, após 78 anos de uma história tradicional, sendo reconhecido como um colégio que era referência em qualidade de ensino. 

Os motivos do fechamento seguem a mesma linha das demais instituições de ensino tradicionais que não conseguiram resistir no centro do Recife. No entanto, há um agravante no caso do antigo Colégio Marista no que diz respeito a preservação da memória do que o colégio foi nos seus tempos áureos e da importância que ele teve para a cidade: com o fechamento, o prédio do colégio foi comprado pelo grupo varejista Atacado dos Presentes, que instalou uma unidade da empresa no local onde antes havia uma capela, piscina, quadra de esportes e salas de aulas. Além disso, o acesso da frente para a avenida foi fechado com tapumes e uma corrente de ferro que são guardadas por seguranças contratados pela loja. 

Para quem estudou no colégio e tinha carinho pelos bons momentos ali vividos, pelas amizades construídas e pelas boas lembranças que ficam depois dos tempos de escola, ver o colégio fechado, a estrutura descaracterizada e uma megaloja no lugar que fez parte da sua formação é motivo de tristeza e pesar. 

O empresário Roderick Jordão, de 38 anos, foi aluno do antigo Marista durante o ensino médio entre os anos de 1996 e 1998. Essa fase da vida, de acordo com ele, foi muito legal e repleta de novidades que o colégio proporcionou, tanto nas aulas quanto fazendo amigos e em momentos legais vividos intensamente “aprontando” e “dando trabalho” no colégio. Esse carinho, as lembranças felizes e algumas das amizades da época, de acordo com Roderick, sobreviveram ao tempo como o colégio, infelizmente, não conseguiu.

VÍDEO - LEMBRANÇAS

O dia-a-dia dos aredores do colégio e a maneira como os estudantes e a sua presença no centro, o deslocamento até o colégio impactava na região e movimentava a avenida, que ficava repleta de alunos todos os dias. 

Roderick ainda se recorda e mostra onde ficava cada parte do colégio, lembrando momentos e partes da rotina que aconteciam em cada parte daquele território, incluindo as partes que, após a venda para o Atacado Dos Presentes, foram demolidas. 

VÍDEO- ONDE FICAVA CADA PARTE DO COLÉGIO

A notícia do fechamento foi chegando aos poucos a cada ex-alunos através de um grupo que todos eles mantinham na internet, através do Orkut, rede social mais popular da época. As reações foram as mais diversas, mas o sentimento de tristeza foi geral, havendo inclusive pessoas que choraram ao saber que o colégio seria fechado e transformado em loja. 

Para Roderick, foi uma surpresa triste, que parecia inimaginável diante do tamanho e do número de alunos de um colégio como aquele, que tinha salas lotadas com seis turmas só no primeiro ano do Ensino Médio. 

Roderick não morava no Recife quando recebeu a notícia sobre o fechamento do Marista, mas tem a triste lembrança de que chegou a ir ver o momento da demolição do colégio após a venda para o grupo de varejo. 

VÍDEO- SENTIMENTO COM O FECHAMENTO

Ginásio Pernambucano: Tradição e Resistência

Uma das razões apontadas pelo historiador e professor Carlos André Silva de Moura para que muitas escolas tradicionais não tenham conseguido seguir em funcionamento foi o alto custo das mensalidades que eram cobradas para poder manter as grandes estruturas físicas dessas instituições, abrindo espaço para que muitos estudantes troquem essas instituições por escolas públicas que também apresentam um ensino de boa qualidade a um custo mais baixo. No mesmo contexto, as dificuldades de se adaptar às novas lógicas de acesso ao ensino superior tornou difícil a permanência de antigos colégios.

Nesse sentido, o Ginásio Pernambucano, colégio de 192 anos que tem sua principal sede localizada na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista, se torna um bom exemplo de colégio tradicional que se ampliou ainda mantendo-se no centro da cidade. 

A gratuidade e o ensino de referência em tempo integral, aliados à tradição da instituição que ajudou a formar personalidades como Clarice Lispector, Assis Chateaubriand e Ariano Suassuna. 

O ex-governador do Estado, Joaquim Francisco, foi aluno do Ginásio Pernambucano entre os anos de 1962 e ficou até 1964, entre seus 14 e 16 anos de idade, cursando do primeiro ao terceiro ano clássico (que equivaleria a um ensino médio focado em temas de ciências humanas e sociais). De lá, ele saiu para a Faculdade de Direito do Recife, que também é uma instituição de ensino de grande peso e tradição, localizada na área central da cidade. 

Joaquim conta que durante o tempo em que estudou no Ginásio, teve ótimas lembranças de suas aulas, de seus professores e de seus colegas. Entre algumas características do colégio, ele destacou o perfil dos professores, que eram catedráticos que tinham muitas obras publicadas e também ensinavam em universidades, uma rigidez no ensino, efervescência cultural, e no respeito ao patrimônio público. “Era um colégio republicano que formava homens públicos”, disse ele. 


O ex-governador também destacou um sentimento de satisfação e orgulho por estudar no ginásio, uma vez que havia uma espécie de vestibular para admissão ao colégio que era considerado um dos melhores colégios de todo o país, junto com o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. "Sempre fui um bom aluno que tinha gosto de tirar 10, eu 'gosto fo folhoso', estudo muito", contou ele.

O Ginásio Pernambucano significou, para ele, um espaço muito importante para a sua formação humana, social e pública. Minha primeira visita depois de me tornar governador, no dia da minha posse, foi ao Ginásio, por ter sido o colégio que me deu a base sólida que eu adquiri em Latim Português, Francês, Geografia, em História o professor Amaro Quintas (pai de Fátima Quintas, da Academia Pernambucana de Letras) que foi um historiador extraordinário, o ginásio era uma catedral de conhecimento”, disse ele. 

 

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ESPECIAL/NÃOPUBLICAR-Rua do Hospício, Rua da Aurora, Avenida Dantas Barreto. As ruas do centro do Recife já integraram o itinerário cultural da cidade, levando a cinemas, teatros, museus e áreas de convivência onde os recifenses, e os turistas, podiam encontrar diversão, entretenimento e cultura. Porém, não mais. Os endereços mais tradicionais do coração da metrópole estão relegados ao esquecimento, com equipamentos culturais fechados, ou funcionando precariamente. Em consequência, com o público ausente, é cada vez mais difícil encontrar diversão e cultura na capital pernambucana, desde o bairro da Boa Vista até o Bairro de Santo Antônio.


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Talvez o exemplo mais notável desta triste realidade seja o Teatro do Parque. Localizado na Boa vista, mais precisamente, na Rua do Hospício, o lugar chegou a ser um dos palcos mais célebres da cultura no Recife e um verdadeiro centro cultural que agregava as mais diversas artes. Inaugurado em 1916, o Cineteatro do Parque, durante sua trajetória, recebeu grandes artistas e espetáculos, além de projetos como o Pixinguinha; Seis e Meia; Todos verão teatro; e sessões de cinema a R$ 1. Pessoas de todas as idades frequentavam o espaço que garantia diversão e dava vida àquela área do centro.


Mas, em 2010, o Parque foi fechado para reformas que não aconteceram até hoje. Durante estes oito anos de fechamento, o espaço foi se deteriorando cada vez mais. Atualmente, até a placa que sinalizava a reforma do equipamento cultural está toda desbotada, acompanhando as grades enferrujadas e vitrines quebradas na fachada do prédio.


O ator e produtor Oséas Borba tem acompanhado o calvário do Parque desde o fim de sua operação. Integrante de movimentos como o Guerrilha Cultural, OcuParque, ReExiste Teatro do Parque e Virada Cultural, ele tem lutado pela recuperação do espaço desde 2010: "O Teatro do Parque é um teatro chave na cidade do Recife. Além da localização geográfica, ele é um dos poucos teatros que envolve todas as artes, porque ele era um cineteatro, tinha festivais de dança, exposições, o cinema, grandes shows, peças de teatro, musicais; então é um teatro que faz muita falta. Sem contar que o entorno do Parque também foi ficando abandonado. Muitos bares e comércios ali na região fecharam.", lamenta o ator.



Em 2015, a Prefeitura do Recife (PCR), por meio de licitação, realizou um contrato de reforma do prédio mas, alegando um cenário de crise, paralisou as obras pouco depois de seu início. Agora, nova licitação foi feita e a empresa MultiCon Engenharia foi a escolhida para retomar os trabalhos de revitalização do Parque. A PCR, através de sua assessoria, informou, na última quinta (26), que "os próximos dias serão de preparação e mobilização para retomada das obras de reforma e restauro da edificação. O valor total para a continuidade dessa etapa é de R$ 5.652.904,38."  


Ainda através da assessoria, a PCR explicou que a reforma do teatro do Parque é "uma obra delicada" e que "exigiu cuidadosos estudos preliminares, feitos pela equipe técnica do gabinete de Projetos Especiais". Apesar das aparentes dificuldades inerentes à reforma, o órgão informou que a obra está prestes a começar e deve durar cerca de 12 meses: "Dada a complexidade do trabalho, que será iniciado no mês de maio, a finalização das obras deverá acontecer no prazo de aproximadamente um ano."


Para Oséas, o momento é de ficar atento a esta nova promessa do poder municipal: " A gente fica na expectativa e no aguardo para fiscalizar essa obra, até porque não é a primeira vez que a Prefeitura publica no Diário Oficial uma empresa para iniciar a reforma. Em 2015 começou-se a obra e foi paralisada. E quando eles pararam, negaram que estava parada quando já estava. Na véspera do aniversário do teatro, em agosto de 2015, eles chegaram a colocar funcionários lá dentro para dizer que a obra continuava funcionando. Espero que dessa vez eles realmente cumpram a promessa e deem prosseguimento à obra."


Pouco mais adiante, na Rua da Aurora, outro equipamento cultural acumula anos de fechamento e abandono. O Museu da Imagem e do Som de Pernambuco, o Mispe, antes um local de pesquisa e mergulho na cultura da música e artes visuais, hoje se resume a um sobrado lacrado com tapumes e caindo aos pedaços. Houve uma promessa de reabertura do lugar em 2014, porém esta se perdeu no tempo e continua sem explicação sobre não ter vingado. Atualmente, o acervo do Mispe está disponível apenas para pesquisadores em uma sala da Casa da Cultura.


A presidente da Fundarpe, Márcia Souto, afirmou, em entrevista ao LeiaJá, já haver um projeto concluído para a requalificação do Mispe e que este depende, apenas, de captação de recursos para poder iniciar. "A gente fechou o projeto para este imóvel da Rua da Aurora, orçamos e abrimos para captação do recurso. Ele prevê área de formação,acesso ao acervo, salas de consulta, auditório. Mas é um projeto caro, R$ 4 milhões só a parte física da obra. Conseguimos captar uma parte, R$ 1,300 mil e já estamos negociando com a Caixa o restante da captação para podermos abrir uma licitação. Já está bem encaminhado.", afirmou. Com um projeto grandioso a depender de verba e licitações, é impossível estimar quando o Mispe retornará ao seu funcionamento.


Até lá, existe um outro projeto, o de abrir uma unidade do museu na Casa de Capiba, desapropriada pelo Governo de Pernambuco em outubro de 2017. O imóvel, localizado no bairro do Espinheiro, Zona Norte da cidade, deve virar um equipamento cultural após votação favorável do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural. "É uma unidade que a gente já pode ir adiantado", assegurou Márcia. O projeto, no entanto, também não tem previsão de entrega à população.


Ainda na Rua da Aurora, outro prédio tradicionalíssimo do centro do Recife abriga o não menos tradicional Cinema São Luiz. Inaugurada em 1952, a sala de exibição mais famosa e concorrida do centro já foi lugar de entretenimento para  diversas gerações além de ter recebido importantes festivais, inclusive, a nível internacional.



Em 2015, o São Luiz recebeu um aporte de R$ 1, 2 milhões para que seu maquinário fosse digitalizado e, assim, ficasse em condições de receber as novas produções da indústria cinematográfica. O moderno sistema de projeção e som contava com projetor digital 4k, 3D e som Dolby 7.1. Porém, o que deveria ser um ganho para o cinema acabou transformando-se em martírio pois o equipamento, que constantemente tem quebrado, é de difícil e dispendiosa manutenção. Só para ter ideia, na cidade do Recife não é possível encontrar peças para o conserto deste maquinário e a sala acaba sendo fechada para que técnicos e peças de fora possam ser solicitados.


É o que está acontecendo desde novembro de 2017. De lá até este mês de maio, o São Luiz permaneceu mais tempo fechado do que aberto. Em novembro, o festival Janela Internacional de Cinema por pouco não aconteceu no cinema do centro por conta de problemas técnicos como este e a equipe do evento precisou intervir para solucionar a dificuldade. À época, o realizador do festival, Kléber Mendonça, falou ao LeiaJá sobre o ocorrido: "Até quarta a gente estava com medo de não ter projetor pro Janela. Essa equipe milagrosa daqui faz um excelente trabalho mas a gente precisa de mais estrutura. Esse problema foi um bom alerta para que o governo tenha uma estrutura melhor pro São Luiz funcionar".


O público, muitas vezes pego de surpresa, fica sem entender o abre e fecha contínuo do São Luiz. Até porque, nestes últimos meses em que não funcionou, nenhum aviso foi afixado na porta do cinema, ou publicado em suas redes sociais. No entanto, a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, explicou que, neste meio tempo foram feitos os reparos nas placas do projetor e, em seguida, foi preciso fazer uma manutenção no ar condicionado da sala. Os serviços já estão em finalização e uma possível data de reabertura do cinema foi estimada: "A previsão é que por volta do dia 10 de maio, no máximo, deve estar abrindo. A ideia deles (equipe técnica) é liberar o cinema antes do dia 7 de maio." A presidente não soube informar o motivo pela ausência de informativos sobre o não funcionamento do São Luiz.  


Do outro lado da ponte Duarte Coelho, chegando ao bairro de Santo Antônio, outro espaço, antes de convivência, turismo e lazer, sofre paras manter-se vivo no cotidiano dos recifenses e visitantes. O Pátio de São Pedro, largo com alguns equipamentos culturais, restaurantes, bares, que costumava ser palco para eventos, como festas e shows, já não figura mais entre os destinos mais procurados daqueles em busca de diversão. Alguns destes equipamentos, como o Museu de Arte Popular, o Centro de Design do Recife e o Mamam no Pátio, seguem em uma manutenção eterna, os demais - o Núcleo de Cultura Afro, o Memorial Chico Science e Memorial Luiz Gonzaga e o anexo da Casa do Carnaval -, estão de portas abertas, mas com pouca sinalização.


Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife  afirmou que “o diagnóstico dos equipamentos já foi concluído e algumas intervenções e ações estão programadas”. Segundo o órgão, “o momento é de captação de recursos” e, portanto, é impossível estimar prazos e datas para a volta do funcionamento dos equipamentos fechados. Questionada, também, sobre reuniões e planejamentos em busca de uma nova ocupação para o Pátio, hoje usado quase que exclusivamente nos ciclos festivos como Carnaval, São João e Natal, informadas, em setembro de 2017, pelo Secretário Execuitivo de Cultura, Eduardo Vasconcelos, a PCR não deu resposta.


Mesmo assim, ainda há quem não desista do Pátio de São Pedro. Como os integrantes do Pátio Criativo, coletivo que, na casa 52 do largo, oferece brechó, oficinas de arte e eventos; o produtor da tradicional Terça Negra Demir Favela, que após bastante insistência conseguiu retomar o evento, ainda que somente uma vez ao mês; e o chef Thiago das Chagas que, sem temer o clima e abandono do lugar, abriu um novo restaurante no pátio, o Restaurante São Pedro, há cerca de um mês.


Uma “ousadia”, como o próprio chef coloca. Para ele, estar no Pátio de São Pedro é uma forma de se aproximar da essência do Recife e dos recifenses, além de poder estar mais perto dos produtos que compõem seu menu. A ideia é “fazer uma cozinha urbana, com a cara da cidade”: “Pra quem, é cozinheiro,o que dá mais satisfação é de fazer uma cozinha relacionada com os produtos da sua região, com a facilidade de acesso aos produtos. Compro os insumos do Mercado de São José, compro o camarão de bacia da esquina.”, diz Thiago.  


Ele assumiu o risco de tentar um novo negócio em um local em processo de degradação, e não foi por acaso: “O Pátio, de certa forma, era a praça de alimentação do recifense. Antes dos shoppings, todo mundo ia beber e almoçar lá. O Pátio tem cinco restaurantes tradicionais, hoje em dia a maioria está penando para se manter vivo. A principal motivação também é de fazer um processo de mudança ali no centro da cidade. Não só o Pátio, como o seu entorno, está todo degradado, é uma cracolândia.”.


O chef contou, também, sobre projetos que ele, junto a outros apaixonados pelo Pátio de São Pedro, e órgãos como o Sebrae estão planejando. São ações pensadas em diversas frentes como música, festival gastronômico e jantares dançantes, que devem compor um cronograma para preencher 12 meses do ano. “São iniciativas que a gente está tocando do ponto de vista privado que talvez revigore, de certa forma, o Pátio, sem depender da iniciativa pública”.

 

*Fotos: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

O centro é o coração da cidade. E o coração do Recife está maltratado. Lixo, mau cheiro, desordem urbana, inúmeros pontos comerciais com placas de 'Aluga-se' há meses e espaços culturais importantes eternamente fechados ao público são alguns dos problemas que se acumulam sem solução na área mais movimentada da metrópole.

Quem circula nas ruas e bairros do centro do Recife não vai se surpreender com as mazelas apontadas nesta série especial de reportagens 'Centro Decadente', que desta quarta (2) até o sábado (5) desvenda a situação em que se encontra a área mais dinâmica e central da região metropolitana da capital de Pernambuco. Muitos dos problemas são velhos conhecidos de moradores, comerciantes e transeuntes de bairros como Boa Vista, Santo Antônio e São José.

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No primeiro dia, o lixo que se espalha por ruas e calçadas e o insistente mau cheiro do Recife - já cantado pelo ícone do Movimento Mangue Chico Science nos versos 'Num dia de sol, Recife acordou / com a mesma fedentina do dia anterior' - são o foco da primeira reportagem da série 'Centro Decadente', do repórter Jameson Ramos.

--> Lixo e mau cheiro já são parte do centro do Recife

As salas comerciais vazias, com placas de 'Aluga-se' sendo exibidas às vezes por meses, é o tema da segunda reportagem da serie. Nela, o repórter Jorge Cosme explica como a bolha imobiliária e a crise econômica que assola o país causaram grande estrago à vida econômica do Centro do Recife.

--> Aluga-se: placas entregam que comércio anda frio no Centro

Pelo quarto ano consecutivo, o LeiaJá é finalista do Prêmio Urbana de Jornalismo, que reconhece reportagens sobre o tema mobilidade. O especial ‘Um passeio para guardar na memória’, produzido pelo núcleo de reportagens especiais do LeiaJá, é uma das matérias que disputarão a grande final.

‘Um passeio para guardar na memória’ mostra a história do transporte coletivo no Recife e Região Metropolitana, relembrando momentos marcantes do espaço urbano, como a época dos bondes, ônibus elétricos, trens, criação do atual sistema de transporte, entre outros acontecimentos. 

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Em sua 14ª edição, o Prêmio Urbana de Jornalismo, realizado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco, registrou a participação de 46 reportagens, das quais apenas 18 foram finalistas. As categorias são Jornalismo Impresso – Matéria Especial; Jornalismo Impresso – Série de Reportagem; Estudante; Radiojornalismo; Fotojornalismo; Telejornalismo e Jornalismo Online.

Os autores das reportagens do LeiaJá são Geraldo de Fraga, Nathan Santos, Eduarda Esteves e Marília Parente. Os vídeos e fotografias foram produzidos por Chico Peixoto, Paulo Uchôa e Rafael Bandeira. A pós-produção e arte são de Raphael Sagatio, enquanto que a montagem e edição dos vídeos são de Danilo Campello. A coordenação de web é de Thiago Azurém.

A repórter Eduarda Esteves destaca que o especial do LeiaJá faz uma profunda abordagem sobre a história do transporte público. “As reportagens olham para um lado pouco falado do nosso transporte público. O passado. Mergulhamos em um resgate histórico não só no sentido saudosista, mas também como uma forma de entender o presente e pensar um futuro de um transporte humanizado. Entrevistamos quem fez parte dessa história tão longa, desde o rio como uma opção de mobilidade, a passagem das kombis por Recife, e os principais gargalos para se locomover na Região Metropolitana. O transporte público que funciona de forma coerente e humana é a base de uma sociedade que corre cada vez mais contra o tempo”, disse Eduarda.

Segundo a repórter Marília Parente, com 'Um passeio para guardar na memória', "o LeiaJá entrega um almanaque inédito e completíssimo a respeito da constituição do transporte público na Região Metropolitana do Recife". "A mim, coube a missão de contar a história do Metrô do Recife, desde suas primeiras veias, as linhas Centro e Sul- subjugadas na década de 1950 durante um movimento nacional de conversão ao carro, estimulado pela indústria automobilística- ao controverso sistema da CBTU. Intimamente ligada aos trilhos, Recife teve a primeira linha férrea útil do país, mas segue ignorando sua cultura ferroviária. As reportagens nos mostram que este erro nos custou muito caro. Estou esperançosa de que, com o resgate apresentado, os debates acerca do atual sistema do metrô sejam aprofundados e amplificados", acrescentou Marília.

Geraldo de Fraga relembrou de um dos momentos da sua apuração. "Tive o prazer de entrevistar o jornalista e historiador Leonardo Dantas Silva, um profundo conhecedor do Recife, e entender a importância do transporte coletivo para a cidade, não só como um serviço de utilidade pública, mas como algo que uniu vários locais e representou, em suas épocas, a chegada do progresso", disse Geraldo. 

Para Nathan Santos, o especial valorizou conteúdos históricos, mas não deixou de destacar os planos do poder público para diminuir os problemas de mobilidade. “Fizemos um resgate multimídia e histórico. As reportagens ainda questionaram o poder público sobre o que está sendo feito em prol da população que precisa, diariamente, dos serviços do transporte coletivo. O especial também é rico em pesquisa, pois nos faz passear por todos os capítulos que tratam do uso do espaço urbano no Recife”, comentou Santos.

“Pra mim a questão visual é um dos grandes méritos deste especial. São muitas imagens históricas, infográficos e depoimentos em vídeo, que juntos ajudam o leitor a compreender a evolução e os desafios do transporte público no Estado”, completou o subeditor de fotografia Chico Peixoto. 

A cerimônia de anúncio dos vencedores será realizada ainda em abril, mas a data não foi definida. A seguir, confira as reportagens finalistas da edição 2018:

Nathan Santos, Geraldo de Fraga, Eduarda Esteves e Marília Parente | Um passeio para guardar na memória | LeiaJá

Alexandre Gondim | Imobilidade | Jornal do Commercio

Alice Cristine Ferreira de Souza | Metrópole fora dos trilhos | Diario de Pernambuco

Anamaria Melo do Nascimento | Um rio à espera por sua cidade | Diario de Pernambuco

Anderson Kleiton Souza da Silva | Mobilidade sobre duas rodas | Rádio CBN Recife

Bobby Fabisak | Renegados | Jornal do Commercio

Brenda Ancântara | Caminho em chamas | Folha de Pernambuco

Bruno Grubertt e Wagner Sarmento | Os caminhos da Transnordestina | TV Globo

Fabiani Vieira Assunção | O desafio do pedal | TV Jornal

Laís Souza Leon | Moro no interior e estudo no Recife: a saga de quem dá duas “voltas ao mundo” para poder estudar | Diario de Pernambuco

Lorena de Barros Perreira | Os recordistas do transporte público | Diario de Pernambuco

Mariama Correia e Raquel Freitas | Estradas do desperdício | Folha de Pernambuco

Mayra Cavalcanti de Melo | Código de trânsito completa 20 anos. E eu com isto? | JC Online

Rafael Dantas | Falta integração | Revista Algo Mais

Rayanne Evellyn de Albuquerque | Trânsito útil: Pernambucanos trocam horas perdidas em engarrafamentos por estudo e saúde | Diario de Pernambuco

Roberta Soares | Caro, ruim e perigoso | Jornal do Commercio

Roberta Soares | Um metrô ainda renegado | JC Online/NE10

Tânia Passos | Uma cidade limpa sobre duas rodas |- Diario de Pernambuco  

Aos 82 anos, Rosamaria Murtinho esteve no Prêmio Arte Qualidade, em São Paulo, para receber o prêmio especial de teatro, homenageando o conjunto de sua obra, na noite de terça-feira, dia 20.

A atriz, que começou a carreira aos 18 anos, em um teatro amador ao lado de seu irmão e do renomado escritor, diretor e crítico de teatro Paulo Francis, trabalhou no Rio de Janeiro e em Portugal, até que foi para a televisão ao retornar para o Brasil, já se destacando na novela A Moça que Veio de Longe, em 1964.

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- Ela também esteve no grupo de teatro Teatro dos Sete, ao lado de Fernanda Montenegro, Fernando Torres e Sérgio Britto, e encenou peças como Manequim, O Canto da Cotovia e Rosa Tatuada. Em 2017, ela chegou a deixar o hospital, onde estava internada por traqueobronquite, sem alta, para encenar Doroteia.

Emocionada ao levar o prêmio, Rosamaria agradeceu:

- Este prêmio é de todos que fazem o teatro acontecer no Brasil. A chama do teatro apareceu em mim muito tempo depois de ter iniciado nessa estrada. No começo, seguimos uma leve inclinação. Mas foi durante a caminhada que senti a chama acender e a vocação aparecer.

Um gosto musical que passa de geração em geração. A paixão por Roberto Carlos é antiga na família de Flávia Félix, que fez questão de se reunir na noite da sexta-feira (22), em São Lourenço da Mata, com parentes para acompanhar o especial do Rei. Semelhante aos convidados do programa, a família se vestiu de branco e azul para ouvir as canções e duetos.

Flávia conta que esta é a segunda vez que os familiares se juntam para acompanhar o show de fim de ano. "Toda ideia partiu da minha tia Glória, no ano passado. Para 2017, fizemos reuniões para distribuir as funções, ou seja, quem ficaria responsável pelas comidas, bebidas e as rosas". Ela inda conta que foram distribuídos convites, através de um aplicativo, para presencia a grande noite.

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Assim como em todo final de show do Roberto Carlos, a família também não abriu mão da distribuição das rosas. Na última música, os parentes trocaram rosas entre si. "Queríamos chegar o mais próximo possível da apresentação do Rei, então compramos a quantidade exata de rosas vermelhas para que fossem trocadas entre todos os membros da família. Em 2018, estaremos acompanhando novamente", fala.

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James Cordon reuniu diversos famosos para fazer um especial de Natal do ‘Carpool Karaoke’, quadro no qual ele convida artistas para cantarem suas músicas ou de outros enquanto pegam uma carona com o apresentador. Entre tantos nomes conhecidos, Harry Styles foi quem chamou mais atenção, pois roubou um beijo de Cordon com o carro em movimento.

“Eu não esperava isso para o Natal”, brincou o apresentador, após o selinho ao som de ‘Santa Claus Is Coming To Town’. Além do ex-integrante do One Direction, foram convidados para o Carpool especial Miley Cyrus, Katy Perry, Bruno Mars, Fifth Harmony, Ed Sheeran, Usher, Foo Fighters, Pink e Kelly Clarkson. 

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Apesar de breve, o momento entre Styles e Cordon levou os internautas a loucura, sobretudo os fãs do cantor. O nome do apresentador chegou a configurar entre os assuntos mais comentados do Twiter por conta do vídeo:

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O ano de 2017 começou com o 10º título da Copa São Paulo de Futebol Júnior para o Corinthians sobre o Batatais. Após “contratações-relâmpago” de Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira, a diretoria do clube decidiu apostar em Fábio Carille, auxiliar técnico que está no clube desde 2009. Com um elenco sem grandes estrelas, mas com a volta de Jô após 11 anos, o Timão ainda conquistaria o Paulistão com data e adversário emblemáticos, remetendo à final de 1977, conforme destacado no programa Timão Universitário em abril. Com o início da segunda fase do Campeonato Brasileiro, os jornalistas parceiros do programa usaram seus dons mediúnicos e cravaram o alvinegro como heptacampeão.

Os outros times da capital tiveram vida dura em 2017. Brigando contra o descenso na maior parte do ano, o São Paulo teve o anúncio do ex-ídolo da meta, Rogério Ceni, como treinador. Com pouco mais de um ano de cursos intensivos na Europa, o craque com mais de 100 gols pelo time e autor de defesas históricas teve sua chance no posto de comandante e pode orientar ex-parceiros, como o uruguaio Diego Lugano, famoso por suas atuações com um certo excesso de entusiasmo. Por sua vez, o Alviverde começou o ano já sem Gabriel Jesus, o técnico Cuca e com a missão de defender a campanha impecável de 2016. Com uma atuação abaixo do esperado e o breve retorno do treinador campeão em 2016, o Palmeiras conseguiu encerrar o ano com o vice-campeonato nacional ao lado do Santos.

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Mas não foi só o futebol que trouxe alegrias aos torcedores do time preto e branco da capital paulista. O ano também marcou a estreia do Corinthians-Guarulhos, time de vôlei da cidade da região metropolitana que fechou parceria com o alvinegro e trouxe a dupla Serginho e Sidão, craques que têm no currículo três jogos olímpicos, além de outros atletas repletos de títulos internacionais na modalidade. Com a experiência do elenco, o time conseguiu desempenhar uma campanha irretocável que, em apenas dois meses, conseguiu conquistar vaga para a Superliga de Vôlei Masculino.

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O LeiaJá alcançou mais uma conquista em 2017. Com a reportagem “Dos bastidores às vendas, farmácias fortalecem estratégias”, fomos os grandes vencedores do Prêmio Abrafarma de Jornalismo, que reconhece produções sobre o segmento farmacêutico em todo o Brasil. A cerimônia de entrega da premiação foi realizada na noite dessa quarta-feira (6), em um hotel de São Paulo.

Mais de 50 trabalhos foram inscritos no Prêmio, entre produções de internet, televisão, rádio e jornal impresso. É a primeira vez que um veículo do Nordeste conquista o Abrafarma; com texto de Nathan Santos e edição de Thiago Graf, a matéria retrata as estratégias adotadas pelas grandes redes de farmácias nos bastidores para oferecer produtos e serviços de qualidade aos clientes.

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Os vídeos são do cinegrafista Sidney Lucena, a infoarte é de Raphael Sagatio, enquanto que a fotografia é de Chico Peixoto. Danillo Campelo é responsável pela montagem dos vídeos. Para o jornalista Nathan Santos, o Prêmio reforça o bom trabalho jornalístico do LeiaJá.

“A gente fica muito feliz em ver as produções do LeiaJá sendo reconhecidas a nível nacional. Há uma interação intensa entre profissionais para a produção de reportagens multimídia. Mais um Prêmio que nos emociona bastante”, declarou Nathan Santos.

O jornalista Thiago Graf ressaltou a importância do tema debatido no especial. “Falar sobre saúde é sempre algo muito importante e o jornalismo é, em sua essência, uma prestação de serviço para as pessoas. Nós, consumidores, nem fazemos ideia do grande mundo que há por trás de tudo isso. São milhares de pessoas trabalhando, pesquisando, testando, transportando, comercializando esses produtos que ajudam muitos de nós a seguir vivendo ou melhorando nossa qualidade de vida. Conhecer este universo foi algo muito gratificante e inspirador”.

Em 2017, o LeiaJá conquistou o MPT de Jornalismo, além do Feccomercio. O site também foi premiado pelo Sebrae e Correios, além de ser finalista do Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo, CNT, Estácio e Urbana-Pe.

Neste domingo (3), o Sítio da Trindade, localizado no Bairro de Casa Amarela, contará com programação especial. Das 9 às 17 horas, um dos mais antigos e importantes parques da capital pernambucana oferecerá cinema infantil ao ar livre, a partir das 15 horas, show do cantor Fred do Cavalo e feirinha.

Promovido pela Prefeitura do Recife, o evento também está aberto para aqueles que quiserem praticar o comércio sustentável, na venda de artesanato e no brechó com roupas e sapatos a partir de R$ 5. 

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Serviço:

Quando: Domingo, 3 de novembro

Horário: Das 9h às 17h

Local: Sítio Trindade, Estrada do Arraial, 3259, Casa Amarela

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) oferece atendimento especializado para candidatos do Enem com com baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual (mental), surdocegueira, dislexia, déficit de atenção, autismo e discalculia. Além disso, gestantes, lactantes, idosos e até estudantes que estejam em classe hospitalar têm direito a fazer a prova em condições especiais. Desde 2014, pessoas transexuais também podem solicitar o uso de nome social para realizar a prova.

O estudante Juno Dias foi um dos 303 transexuais que solicitaram a utilização de nome social no Enem deste ano. É a primeira vez que suas solicitações são aceitas. “Eu recebia um e-mail dizendo que eu não havia preenchido o formulário corretamente. Não especificam nada, mas acredito que isso se deve à exigência de um aspecto mais masculino, pois não tenho a aparência exigida. Este ano não tive tanta dificuldade em relação a isso”, comenta. Juno acredita que a possibilidade de utilizar o nome social na prova contribui para a redução da evasão escolar das pessoas transexuais. “Uma das grandes razões pelas quais deixamos de estar presentes nos espaços é justamente o nome. O respeito ao nome é algo extremamente simbólico, um importante reconhecimento da nossa cidadania”, afirma.

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Para a técnica da Diretoria LGBT da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Geovana Borges, embora a possibilidade de usar o nome social seja uma importante conquista das pessoas transexuais e travestis, o processo seletivo do Enem peca ao exigir que o nome civil no ato de inscrição, para só depois possibilitar a solicitação do nome social. Este ano, o prazo para realização das inscrições no Exame foi o dia 19 de maio, enquanto o período de requisição do nome social foi liberada apenas no dia 30 de maio. “A identidade e a dignidade das pessoas trans são desrespeitadas quando o nome social é desconsiderado no ato da inscrição. A violência institucional acontece no primeiro contato da(o) estudante com o processo seletivo”, opina.

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Já a cadeirante Bárbara Ferragut diz não ter tido dificuldade para solicitar condições especiais de realização da prova. “Na hora da inscrição, é questionado se o candidato tem necessidade especial. Coloquei que tinha deficiência física e ganhei o direito de fazer a prova no térreo, com mobília especial”, explica. Bárbara acredita que o atendimento evita constrangimento às pessoas com dificuldade de locomoção. “Se não existisse essa possibilidade, seria complicado para mim, porque nem todo edifício tem elevador. Eu precisaria achar rapazes fortes que pudessem carregar a cadeira e isso geraria até uma tensão durante a prova, por eu não saber como desceria do prédio”, completa.

A estudante Cintia Maria Gondim possui baixa visão e também teve o pedido de atendimento especializado bem-sucedido no Enem de 2016. “Pude receber uma prova ampliada, ou seja, com fonte e figuras maiores, e um transcritor, que tem a função de pegar minhas respostas e colocar no gabarito, que não vem aumentado”, conta. Embora não tenha solicitado um ledor- responsável por ler a prova para o candidato com deficiência visual-, a estudante relata que recebeu apoio do transcritor quando a vista cansou. “Ele foi bem paciente e leu a prova para mim quando pedi. Todo o processo foi bem tranquilo, achei impressionante, porque pude fazer a prova sem me incomodar”, conclui. Este ano, de acordo com o Inep, cerca de 52 mil participantes solicitaram Atendimento Especializado para o Enem.

Conheça os documentos exigidos pelo Inep para solicitação do Nome Social:

1)  Fotografia atual nítida, individual, colorida, com fundo branco que enquadre desde a cabeça até os ombros, de rosto inteiro sem o uso de óculos escuros e artigos de chapelaria, tais como boné, chapéu, viseira, gorro ou similares;

2) Cópia digitalizada da frente e do verso de um dos documentos de identificação oficial com foto;

3) Cópia assinada e digitalizada do formulário de solicitação.

Novo recurso: videoprova traduzida

Este ano, pela primeira vez, será possível que pessoas surdas ou com deficiência auditiva participem do Enem através de videoprova traduzida em língua brasileira de sinais (Libras), uma opção à participação de um intérprete de Libras no processo seletivo. Através do novo recurso, as questões e as opções de respostas serão apresentadas em sinais por meio de um vídeo. Apenas as questões de língua estrangeira deixarão de ser traduzidas. Segundo Inep, dos candidatos que solicitaram atendimento especializado no Enem de 2017, 4.957 são deficientes auditivos e 2.184 são surdos.

  

Quem optar pelo novo método receberá um notebook para fazer as provas, junto ao Caderno de Questões, à Folha de Redação e ao Cartão-Resposta, podendo escolher por qual área de conhecimento deseja começar, assim como assistir os vídeos na ordem que preferir. Quem optar por utilizar o recurso com a companhia de intérprete terá direito a 60 minutos adicionais. Caso o candidato vá utilizar o recurso sozinho, serão acrescentados 120 minutos adicionados ao tempo regulamentar.

Reportagem integra o ‘Especial Enem: da prova ao sonho do ensino superior’, produzido pelo LeiaJá. As matérias abordam a história do Exame e de que forma ele se tornou uma das principais provas educacionais do Brasil. A seguir, leia as demais reportagens: 

--> A origem do Enem e o trajeto evolutivo da prova

--> A popularização do Enem e o caminho rumo à universidade

--> Uma prova, várias possibilidades

--> Enem mudou características dos cursos preparatórios

--> Exame como porta de entrada para Portugal

--> Enem 2017: entenda a dinâmica da prova

Crianças, todas do sexo feminino, entre 7 e 13 anos, reunidas em pequenos espaços para praticar saltos, acrobacias e movimentos que exigem força, flexibilidade e equilíbrio. O que todas elas têm em comum é o prazer de praticar um esporte de muito valor mundial, modalidade olímpica que em Pernambuco sonha com dias melhores para seus adeptos. A Ginástica Olímpica resiste por meio de academias e colégios particulares, o que restringe os bons resultados à poucas competições interestaduais. O LeiaJá conversou com professoras e alunos sobre o quadro geral da prática no Estado para entender o que mudou, e como é possível reverter tal cenário.

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Mais uma vez, o LeiaJá foi reconhecido em um prêmio jornalístico. "O especial Fortes e Pequenos" venceu a categoria online da 3ª edição do Prêmio Sistema Fecomércio PE de Jornalismo (PSFJ). As matérias produzidas mostram as forças dos pequenos negócios nos bairros brasileiros, como os empreendedores enfrentam a crise econômica e tentam manter seus estabelecimentos vivos. O resultado do concurso foi divulgado nesta quarta-feira (9).

Participaram do projeto o repórter Nathan Santos, sob orientação do subeditor Thiago Graf, além dos fotojornalistas Paulo Uchôa, Chico Peixoto e Líbia Florentino. A imagens foram produzias pelos cinegrafistas Sidney Lucena e Ednaldo Souza, enquanto o layout foi de responsabilidade de Saulo Ferreira.  

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O Prêmio Sistema Fecomércio PE de Jornalismo é um concurso jornalístico instituído pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), que visa reconhecer e premiar matérias e/ou séries de reportagens impressas, televisivas, radiofônicas, onlines e fotográficas relativas ao segmento do comércio de bens, serviços e turismo do estado de Pernambuco. A terceira edição do prêmio teve como tema “O Comércio e a Conjuntura Nacional: Desafios e Inovações para Superar a Crise”.  

Reconhecimento – O LeiaJá já conquistou, por duas vezes, o Prêmio Sebrae de Jornalismo, além de vencer o Prêmio Correios de Jornalismo. Também fomos finalistas do Urbana, Cristina Tavares, CNT e Abrafarma. Na categoria fotojornalismo, conquistamos o Prêmio Nação Cultural. Neste ano, o LeiaJá é finalista do Prêmio MPT de Jornalismo.  

Formada por nascidos a partir de 2010, a geração Alpha está rodeada pela tecnologia e é permanentemente impactada por ela. Para essas crianças, a inteligência artificial (IA), aquela similar à humana, mas executada por dispositivos computacionais, deverá fazer parte de todos os aspectos de suas vidas. É o que revelou uma pesquisa do Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE), sediado nos Estados Unidos, que abordou a opinião dos pais que pertencem à geração Y, ou geração do milênio, formados pelos nascidos entre 1985 e 2000 e cujos filhos são da geração Alpha. O estudo entrevistou 600 pais e mães, com idade entre 20 e 36 anos e pelo menos uma criança de 7 sete anos, no Brasil, China, Japão, Reino Unido, Índia e Estados Unidos.

De cuidados infantis, passando pela assistência médica até a adoção de animais de estimação, os pais da geração do milênio veem todas as fases da vida de seus filhos envolvidas por tecnologia de inteligência artificial. O estudo também mostrou que a maioria dos pais de crianças da geração Alpha considera que um tutor de IA, como um robô, aumenta as expectativas de aprendizado mais rápido de seus filhos e poderá vir a auxiliá-los durante a terceira idade.

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Os pequenos, porém ágeis dedos de Maria Luiza, de 3 anos, escolhendo os desenhos no tabletsão o exemplo dessa geração. A mãe dela, a assessora de imprensa Cíntia Arten Rubio, de 32 anos, conta que a filha ganhou o aparelho quando tinha 1 ano. “Ela não falava ainda, mas sabia mexer nos vídeos do YouTube. A mãe diz que não substituiria uma babá por um robô, mas confessa que isso, de certa forma, já acontece. “Não traria um robô para dentro de casa para cuidar dela, mas acho que alguns momentos eu substituo, hoje não me vejo num restaurante sem estar com um celular carregado ou o tablet dela ao lado”, exemplifica.

De acordo com a pesquisa, a inteligência artificial está dando vida a robôs que andam e falam, aproximando-os do comportamento humano, e 40% dos pais da geração Y dizem que provavelmente substituiriam uma babá humana por um robô-babá, ou ao menos usariam o robô para ajudar nos cuidados com as crianças.

Mãe de Maria Alice, de 7 anos, e de Ana Luiza, de 11, a funcionária pública Isabel Araújo, de 34 anos, diz que não substituiriam uma babá por um robô. “É importante a troca de afetividade, a criança precisa de atenção e se sentir protegida, acho que um robô não faria nesse sentido nem o trabalho de uma babá, que também dá afeto”, afirma. Opinião semelhante tem a fonoaudióloga Kely Caetano Benevenuto, de 36 anos, mãe de Mateus, de 9. “Não trocaria, pois a criança precisa da parte afetiva também, não só dos cuidados básicos.”

Já o jornalista Reginaldo Roriz, pai de Lara de 11 anos e de Alice, de 2, disse que admitiria a ajuda de um robô, mas não a substituição. “Desde bebês desenvolvermos sentidos e sentimentos baseados na convivência social, que são peculiares ao comportamento humano. O auxílio de um robô poderia até ser admitido, a substituição, não.” Diretor de uma empresa de tecnologia, Leonardo Souza, de 41 anos, pai de Isis, de 4, também aceitaria a ajuda de um robô-babá, mas não cogitaria a substituição. “A ajuda da inteligência artificial no nosso cotidiano já é presente, muitas vezes não notada, mas não acredito que já tenha suficiência para cuidar de uma vida.”

Inteligência artificial no processo de aprendizagem

Um tutor-robô ajudando nos estudos e na aprendizagem é uma possibilidade vista com positividade pelos pais que responderam à pesquisa. Para 80% dos entrevistados, a IA aumenta a expectativa quanto à melhoria e maior rapidez de aprendizado de seus filhos. Os outros 20% têm expectativas iguais ou menores, segundo a pesquisa. O estudo ainda apontou que 74% dos pais do milênio considerariam um tutor de inteligência artificial para seus filhos.

“Como é uma tarefa mais técnica, vai ajudar no desenvolvimento do pensamento, do raciocínio, e como seria por pouco tempo, não teria problema”, avalia Kely Caetano Benevenuto. A consultora de vendas Ana Cláudia Souza, de 28 anos, mãe de Sarah, de 6, também consideraria um tutor-robô. “Pensando pelo lado que hoje em dia as pessoas não são tão confiáveis, eu consideraria. Para ajudar seria uma boa opção.”

Já Cíntia Arten Rubio não aceitaria um tutor para ajudar sua filha. “Não aceitaria, a criança aprende por relacionamento e com robô não existe relacionamento, existe programação.” O professor e jornalista Rodrigo Ratier, de 39 anos, pai de Luiza, de 2, tem o mesmo ponto de vista. “O robô teria que ter uma capacidade de interpretação muito fina, mesmo para entender o raciocínio infantil. Acho que o robô traria uma visão do erro que não é tão legal, não quero que minha filha cresça achando que o erro é só uma coisa negativa, o erro é construtivo.”

Segundo a IEE, atualmente estão em desenvolvimento brinquedos “inteligentes” e aplicativos de inteligência artificial que, no futuro, serão capazes de responder à linguagem humana e a comportamentos infantis específicos. Estes aparelhos também terão a capacidade de monitorar em tempo real e aprimorar o aprendizado de vocabulário no futuro.

Entretenimento

Para manter a geração Alpha entretida, aplicativos, telas interativas e outros dispositivos estão sendo usados pelos pais do milênio. A pesquisa apontou que 64% dos pais dessas crianças alegam que inteligência artificial e outras tecnologias permitem a eles mais tempo para fazer outras atividades, mas concordam que as tecnologias diminuíram o tempo de qualidade com seus filhos. “Para quem trabalha fora, quem tem pouco tempo para fazer as tarefas de casa como eu, acaba autorizando isso para distrair a criança, porque hoje em dia você não pode deixar uma criança brincar na rua como antigamente”, lamenta Ana Cláudia Souza.

Já Kely Benevenuto, que mora em Piraúba (MG), uma cidade de 11 mil habitantes, afirma que a tecnologia não atrapalhou o convívio com o filho. “Como a gente mora em cidade pequena, é mais fácil, agora ele está brincando na pracinha com os colegas. A única hora que ele usa meu celular para joguinhos é quando estou em casa, mas isso só acontece depois de brincar ao ar livre.”

Para Leonardo Souza, as telas podem ser usadas em conjunto, compartilhando tempo e qualidade . “Se utilizamos juntos, estamos compartilhando uma brincadeira, um jogo, um passatempo.” É o que pensa também Cíntia Arten Rubio. “Hoje a gente senta para pintar na folha, mas também no celular, tem uns joguinhos que a gente se diverte junto e ainda lê historinha no tablet”, pontua.

A educadora Bianca Cunha Cerri acredita que jogos e atividades podem de certa maneira auxiliar a criança a ter um raciocínio mais lógico, mas ela precisa do contato com o mundo real. “Na nossa pedagogia, dentro da antroposofia, a criança aprende muito mais na relação com o seu par, da sua idade, do que num aplicativo.” Ela afirma que as crianças precisam de contato com o mundo. “Eles estão muito mais ligados à natureza, aprendem mais em contato com o que é real, com o que é verdadeiro”, defende Bianca, que é professora do ensino fundamental básico na Escola Associativa Waldorf Veredas, em Campinas (SP).

Robô de estimação

O surgimento de robôs de estimação que podem identificar, cumprimentar e divertir a família, além de obedecer a comandos, é um dos campos de desenvolvimento da inteligência artificial. De acordo com a pesquisa, 48% dos pais do milênio dizem que provavelmente trocariam um animal de estimação por um robô, caso fosse este o desejo de seus filhos.

“Acharia bom porque pelo menos não deve fazer sujeira né?”, brinca Kely Caetano Benevenuto. Mas outros pais ouvidos pela reportagem não trocariam seu cãozinho por um bichinho eletrônico. “Não trocaria porque ele é o único ser que, se eu tiver um dia ruim, quando chego em casa vem me cumprimentar todo feliz. Um animal robô não teria esse mesmo carinho porque não tem sentimento, é programado para fazer aquilo.”

“O tratamento do cachorrinho que a gente tem em casa é outro, minhas filhas têm preocupação com ele, diferente do bichinho virtual. Vai chegar um momento em que elas deixam ele de lado, não é o mesmo carinho e atenção”, diz Isabel Araújo.

A semelhança com um brinquedo também é lembrada. “Até poderia dar um [robô de estimação], mas sempre com o trabalho de falar que não é de verdade, trataria mais como um brinquedo do que como um animal de estimação mesmo”, afirma Rodrigo Ratier.

Especialistas acreditam que a engenharia está conduzindo a um vasto campo de atividades com potencial de mudar o mundo: exploração espacial, uso de drones, informática, saúde, medicina, biologia, tecnologia de veículos e eletrônicos de consumo são somente alguns dos exemplos. Esse alcance de tecnologias que mudam o mundo faz com que os pais do milênio encorajarem as crianças da geração Alpha a seguir uma carreira na área.

A pesquisa mostrou que 74% dizem que encorajarão seus filhos a considerar uma carreira em engenharia (incluindo os 38% que encorajarão fortemente) tendo em vista as atividades que mudam o mundo neste campo. “Naturalmente vai existir um viés forte na área de tecnologia, até porque a tecnologia é um ponto muito forte de agregação entre as diversas áreas”, acredita o professor Edson Prestes, doutor em ciência da computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro sênior do IEEE.

Robôs para a terceira idade

Embora a ideia de uma babá-robô ainda não seja bem aceita entre os pais, eles confessam que aceitariam um cuidador tecnológico quando estiverem idosos. Segundo a IEEE, a inteligência artificial vai potencializar os aparelhos “inteligentes” dos lares. Desde dispositivos de monitoramento e assistência, como andadores inteligentes, até robôs que auxiliem com tarefas cotidianas. Cerca de dois terços dos pais (63 %) preferem ter tecnologias de IA ajudando-os a viver de forma independente na velhice, enquanto apenas 37% optam por confiar em seus próprios filhos, revela o estudo.

É o que pensa Leonardo Souza. “Confio nos filhos, com certeza. Ainda estamos absorvendo as maravilhas da tecnologia, mas muitos recursos criam novos problemas como isolamento social e a síndrome da desconexão.” Já Isabel Araújo pensa que como os robôs poderiam poupar as filhas. “A gente tem sempre a intenção de não dar trabalho aos filhos, então, nesse sentido de poupá-las de ter algum trabalho comigo, eu usaria um robô, mas não dispensaria a atenção delas.”

“Esses dispositivos robóticos podem trazer inúmeros benefícios nas tarefas cotidianas para os idosos que desejam continuar morando sozinhos”, destaca o professor Edson Prestes. “Uma casa inteligente pode fazer o monitoramento para ver se não aconteceu nenhum tipo de acidente, pode identificar e enviar uma mensagem para os responsáveis”, exemplifica.

Mas ele defende que o contato com o ser humano é fundamental. “Se esse contato for substituído por um robô, certamente toda aquela riqueza de interação também não existirá. Há estudos que mostram que o processo de demência nos idosos é acelerado pela falta de interação com humanos”, adverte.

Por Ludmilla Souza – Repórter da Agência Brasil

Um mutirão de atendimento odontológico gratuito, o Projeto Sorriso Especial chega a sua terceira etapa na terça-feira (25). A ação realiza atendimento e acompanhamento gratuito de crianças com microcefalia. 

Nesta etapa serão promovidas palestras educativas para os pais e responsáveis, além de aplicações de flúor e exames clínicos às crianças. As mães e bebês que não participaram das etapas anteriores também podem ser atendidas. 

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Nos dois mutirões anteriores aconteceram exames clínicos, radiográficos e aplicações de flúor, além de avaliação da cavidade bucal e crescimento e desenvolvimento dos bebês. 

Segundo a responsável pela Clínica Odontológica de Atenção à Criança e Adolescente da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, Ana Carolina Leitão, "o ponto principal do atendimento é evitar doenças e alterações". Ela conta que as famílias participantes do atendimento têm minimizado os riscos e conseguido manter a boa condição de saúde bucal. 

O projeto é realizado pela Clínica-escola de Odontologia do Centro Universitário UNINASSAU, com a participação de professores e estudantes de Odontologia. O atendimento, gratuito, acontece nos períodos da manhã e da tarde, no bloco D da UNINASSAU.

Serviço

Terceiro Mutirão do Projeto Sorriso Especial-Crianças com Microcefalia

Quando: terça-feira, 25 de abril

Local: Clínica-Escola de Odontologia da UNINASSAU, localizada no bloco D, na rua Joaquim Nabuco, sem número.Bairro das Graças (Prédio do Impostômetro)

Horário: 8h às 11h e  13h às 16h

Uma série de reportagens sobre o trânsito que 'esquece' um pouco os carros, motos, ônibus e bicicletas e foca no elemento mais importante do trânsito, mas frequentemente ignorado quando o tema é mobilidade: as pessoas. Esse é o mote da série de reportagens especiais 'O trânsito sou eu', do LeiaJa.com, selecionada entre as 3 finalistas do Prêmio Urbana-PE de Jornalismo, na categoria online.

O consurso é realizado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) em parceria com o Sindicato de jornalistas de Pernambuco (Sinjope). O objetivo é premiar trabalhos publicados na imprensa pernambucana que tenham tema central a mobilidade e o transporte público.

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O especial 'O trânsito sou eu' tem reportagens de Alexandre Cunha, Felipe Mendes e Nathan Santos, além de imagens de Chico Peixoto - que também é responsável pelo videodocumentário que integra o especial - e Paulo Uchôa. Confira as matérias e, ao fim, o documentário 'O trânsito sou eu':

--> Mais frágil, menos respeitado: vida de pedestre

--> O trânsito pelo olhar do passageiro de ônibus

--> 'Há uma vida em cima de uma bicicleta'

--> Motociclistas: vítimas e vilões de um trânsito desordenado

--> Mulheres ao volante e o combate ao machismo no trânsito

--> O motorista de ônibus e os desafios do caos urbano 

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Confira os trabalhos selecionados para o Prêmio Urbana-PE 2017: 

Nathan Santos, Felipe Mendes e Alexandre Cunha l O Trânsito Sou Eu l Portal Leia Já

Alice de Souza e Rosalia Vasconcelos l Como Se Meve a População do Recife l Diario de Pernambuco

Alice de Souza l Boa Vista: A avenida que Pulsa no Recife l Diario de Pernambuco

Anderson Kleiton Souza da Silva l S.O.S Mobilidade l Rádio CBN

Danielle Oliveira de Souza Alves e João Vitor de Macêdo Pascoal l Os Dois Lados da Faixa l AQUI PE

Denis Roberto Cavalcanti Lira l Perigo na Rota l TV Jornal

Fim da Linha l Diego Vieira Nigro de Almeida l Jornal do Commercio

José R. de Souza l Ciclistas Versus Realidade l Rádio Jornal AM/FM

Lorena de Barros Pereira l Ciclista Eu? Todos os Grupos de Bike do Grande Recife para Começar Já l Diario de Pernambuco

Lorena de Barros Pereira l O Recife das Bicicletas l Diario de Pernambuco

Mayra Cavalcanti de Melo l Passageiro do Medo l Portal NE10

O Resgate l Bobby Fabisak l Jornal do Commercio

Rafael Dantas l Novos Caminhos do Trânsito l Revista Algo Mais

Roberta Soares l #PeloCaminhar l Portal JC Online

Tânia Passos l Cidade Inclusiva l Diario de Pernambuco

Vista Urbana l Alexandre Gondim l Jornal do Commercio

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