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O governo brasileiro oficializou a indicação de Abraham Weintraub para diretor executivo do Banco Mundial, informou o Ministério da Economia.

Em nota, a pasta comunicou que o ministro da Educação demissionário foi indicado para a cadeira na diretoria liderada pelo Brasil que representa Colômbia, Equador, Trinidad e Tobago, Filipinas, Suriname, Haiti, República Dominicana e Panamá.

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Enquanto políticos e integrantes do próprio Banco Mundial questionam a escolha do ministro para o cargo, a nota da Economia tenta destacar a experiência profissional de Weintraub.

"Com mais de 20 anos de atuação como executivo no mercado financeiro, Weintraub foi economista-chefe e diretor do Banco Votorantim, além de CEO da Votorantim Corretora no Brasil e da Votorantim Securities no Estados Unidos e na Inglaterra", afirma o texto.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ironizou a indicação. "Não sabem que ele (Weintraub) trabalhou no Banco Votorantim, que quebrou em 2009. Ele era um dos economistas do banco", questionou Maia.

A nota da Economia lembra ainda que Weintraub foi sócio da gestora de fundos Quest Investimentos, integrou o Comitê de Trading da BM&FBovespa e o Comitê de Macroeconomia da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), além de ser professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Foi um dos responsáveis pela elaboração do Plano de Governo de campanha do presidente Jair Bolsonaro em 2018", completa.

Ao anunciar sua saída do Ministério da Educação (MEC), Abraham Weintraub afirmou que assumirá a direção do Banco Mundial. Na tarde desta quinta-feira (18), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), foi indagado sobre esse novo possível cargo do ex-ministro e respondeu: "É porque não sabem que ele trabalhou no Banco Votorantim, que quebrou em 2009 e ele era um dos economistas do banco". 

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A indicação de Weintraub para a diretoria-executiva do Banco Mundial depende da aceitação da Colômbia, Equador, República Dominicana, Panamá, Haiti, Suriname, Trinidad e Tobago e Filipinas. Essas nações podem representar o Brasil.

Segundo a Folha de São Paulo, o cargo está vago desde o ano passado, quando o economista Fábio Kanczuk voltou para o Brasil para atuar no Banco Central. O ministro da Economia, Paulo Guedes, é quem deve indicar Abraham para o posto, mas a posse só será possível se os países representados aceitarem.

A retração econômica causada pelo novo coronavírus pode jogar 14,4 milhões de brasileiros na pobreza. O Banco Mundial indica três parâmetros para a condição, quando uma pessoa sobrevive com menos de R$ 27,77, R$ 16,16 e R$ 9,50 por dia. A projeção é resultado de um estudo feito por universidades junto com o Instituto Mundial das Nações Unidas para a Pesquisa Econômica do Desenvolvimento.

A parceria entre a Universidade King's College London e a Universidade Nacional da Austrália avaliou três cenários de recessão em razão da pandemia, com quedas de 5%, 10% e 20% da renda ou do consumo. No pior cenário, aproximadamente 527 milhões de pessoas se tornarão pobres em todo mundo.

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Considerando o consumo diário de R$ 16,16 e o índice de pobreza para os países de renda média e baixa, o registro de novos pobres no Brasil pode aumentar de 1,4 milhão (5%) a 3 milhões (10%) e 6,9 milhões (20%). Em todas as projeções, o país corresponderia a aproximadamente 25% a 30% dos novos pobres na América Latina.

"Os impactos da pobreza atual serão determinados pelo que os governos vão fazer para mitigar as consequências danosas da pandemia. Os mais pobres não podem esperar até a reunião do G7 em setembro ou a do G20 em novembro", declarou o professor da universidade londrina e um dos autores do estudo, Andy Sumner à BBC.

O Banco Mundial considera que uma pessoa em extrema pobreza sobreviva com cerca de R$ 9,50 por dia. Nesta condição, o número de novos pobres no Brasil poderia atingir de 700 mil (5%) a 1,5 milhão (10%) e 3,3 milhões (20%). No pior cenário, a população mundial em extrema pobreza passaria de 727,3 milhões para 1,1 bilhão.

O Banco Mundial emitiu empréstimos de emergência para combater o coronavírus a 100 países em desenvolvimento, que abrigam 70% da população mundial, anunciou a instituição em comunicado nesta terça-feira.

Dos cem países, 39 estão na África Subsaariana e outros sete na América Latina e no Caribe: Argentina, Equador, El Salvador, Haiti, Honduras, Paraguai e Uruguai.

Do grupo de países beneficiados, um terço está em crise ou em situação de conflito, como Afeganistão, Chade e Níger.

"A pandemia e o fechamento de economias avançadas podem mergulhar 60 milhões de pessoas na pobreza extrema, acabando com grande parte dos recentes progressos realizados na luta contra a pobreza", disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass.

Em uma teleconferência, Malpass disse que este é "um estágio importante" nos esforços do Banco para mobilizar US$ 160 bilhões em 15 meses.

Esse plano de crédito é destinado ao fortalecimento dos sistemas de saúde.

Malpass também convidou outros doadores a ajudar os países mais pobres, observando que eles enfrentam perdas críticas devido ao declínio das remessas e do turismo.

O Banco Mundial projeta que este ano a economia mundial contrairá 5%.

Países com dívida mais elevada e com déficits fiscais anteriores à crise do novo coronavírus devem ter um espaço mais limitado para agir, avaliou, neste domingo (12), o economista-chefe do Banco Mundial para América Latina e Caribe, Martin Rama.

A instituição divulgou suas novas projeções de crescimento para a região. A expectativa é que a atividade econômica no Brasil encolha 5% neste ano, um dos piores desempenhos entre os grandes países latinos.

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Se confirmada a projeção do Banco Mundial, será a maior recessão que o Brasil enfrentará em 120 anos. Segundo estatísticas históricas do IBGE, não há registro de uma queda tão grande da atividade desde 1901.

Até hoje, o maior tombo na economia ocorreu em 1990, quando houve retração de 4,35% - foi o ano do Plano Collor I e do confisco do dinheiro dos brasileiros. A segunda maior queda já registrada foi em 1981, quando o PIB caiu 4,25% na esteira da crise da dívida externa brasileira.

Ao comentar as limitações fiscais, Rama não citou nenhum país específico. O Brasil, porém, já caminhava para ter em 2020 o sétimo ano seguido de rombo nas contas. A dívida bruta do País está em 76,5% do PIB, segundo dados de janeiro, um patamar considerado elevado para países emergentes. "O quanto de assistência vai depender do espaço fiscal de cada país", disse Rama.

Economistas já aventam a possibilidade de a dívida beirar os 100% do PIB com as medidas que estão sendo adotadas pelo governo Jair Bolsonaro no combate à crise.

Como prioridades, o Banco Mundial destacou a necessidade de ampliar programas sociais para abarcar o maior número possível de trabalhadores que perderão sua fonte de renda devido à paralisação das atividades decorrente do isolamento social recomendado por autoridades de saúde.

No Brasil, o governo tem priorizado iniciativas temporárias, como o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais, que tem duração de três meses. Questionado se ações com esse período de tempo são suficientes, Rama disse que elas vão na direção correta. "O ambiente é de incerteza. Respostas às que se pode agregando tempo é melhor do que fazer um programa longo que, no fim, pode ficar por tempo além do necessário", afirmou o economista.

Segundo Rama, um dos maiores desafios da região é o fato de que os índices de informalidade na América Latina são maiores do que em países desenvolvidos. "O sistema de seguro-desemprego não cobre todo mundo", afirmou.

Além das medidas de proteção social, os governos precisarão monitorar os riscos de uma crise financeira e, eventualmente, recapitalizar bancos para impedir impactos de proporções ainda maiores, alertou o Banco Mundial.

"Estamos tendo dificuldades financeiras internacionais, por capitais que saem, por empresas que não conseguem pagar dívidas", disse Rama. Ele defendeu transparência nas ações governamentais nessas frentes para evitar a "socialização de perdas" de maneira injusta, que penalize a população mais necessitada.

"Temos experiências em que se teve que fazer compra de ativos de má qualidade, isso teve custos econômicos, de confiança. Por isso enfatizamos necessidade de planejamento. Se chegamos a ter que fazer isso, temos que fazer com cuidado", ponderou. Segundo o economista, a comunicação nessa frente será quase como uma espécie de "pacto social".

Até agora, as projeções do Banco mostram uma retomada já em 2021, com crescimento de 2,6% na América Latina e no Caribe e de 1,5% no Brasil. Rama reconheceu, porém, que há uma "margem enorme de incertezas" e que será necessário monitorar os reflexos da pandemia para eventualmente fazer novos prognósticos.

Para conseguir fazer seus cálculos, o Banco Mundial inclusive precisou incorporar mais dados e novas fontes de informação às suas análises. A instituição recorreu, por exemplo, a dados da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) sobre emissões de dióxido de nitrogênio, um poluente atmosférico emitido por chaminés industriais e cuja concentração pode servir de termômetro para o ritmo da atividade econômica. Na China, a concentração de NO² reduziu drasticamente no entorno de Pequim, capital do País.

O Banco Mundial lançou um programa de ação voltado para os países atualmente afetados por conflitos e violência, particularmente na África, Oriente Médio e Norte da África, que se tornaram o foco de uma extrema pobreza desenfreada.

Há uma necessidade urgente de agir, observa a instituição, no relatório "Estratégia para a Fragilidade, Conflito e Violência (FCV)", publicado nesta quinta-feira (27).

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Segundo o informe, décadas de avanço na luta contra a pobreza se encontram agora ameaçadas nesses países, cujo êxodo populacional também está enfraquecendo os países vizinhos.

"Nossa mensagem é clara: a pobreza está aumentando nesses países. Traremos mais financiamento, mas também aumentaremos nossa eficiência no terreno e tentaremos ter uma abordagem mais sutil e mais apropriada, de acordo com os tipos de fragilidade específicos de cada país", disse à AFP o diretor desse programa estratégico, Franck Bousquet.

"A estratégia possibilita a criação de um programa de ação que visa a aumentar nossa eficiência no campo, por meio de quatro componentes diferentes" - em particular, colocando mais funcionários no campo, continuou Bousquet.

Esse plano quinquenal acompanha "um aumento significativo do nosso financiamento (dedicado a essa questão de fragilidade, conflito e violência) da ordem de cerca de US$ 18,7 bilhões, o que representa um aumento de 30% nesses países", relatou.

Nas últimas três décadas, os conflitos violentos aumentaram a ponto de drenar 80% das necessidades humanitárias, observa o Banco Mundial.

Mais de 70 milhões de pessoas foram deslocadas, elevando o número de refugiados para quase 26 milhões, informou a instituição.

Se nada for feito, até 2030, pelo menos dois terços das pessoas extremamente pobres do mundo viverão em países frágeis e afetados por conflitos.

É essa tendência que a estratégia quer reverter.

Este programa visa não apenas aos países de baixa renda, mas também os de renda média.

"As situações frágeis e afetadas por conflitos pesam muito sobre o capital humano, criando ciclos viciosos que reduzem a produtividade e a renda das pessoas", afirmam os autores do relatório.

Uma em cada cinco pessoas nesses países é privada de dinheiro, educação e infraestrutura básica, simultaneamente.

E o Banco acrescenta que deseja continuar fornecendo recursos, inclusive durante o decorrer do conflito.

Um dos desafios para o Banco Mundial é intervir o mais rápido possível, e "não quando houver um acordo de paz, ou de reconstrução", comentou Franck Bousquet.

"Também estamos trabalhando na prevenção de conflitos violentos, ajudando os Estados, porque sabemos que 1 dólar investido em prevenção economiza 16 dólares depois", conclui.

O Banco Mundial pediu, nesta segunda-feira (4), que se redobrem os esforços da luta contra a epidemia do novo coronavírus, para o qual disse que considera mobilizar seus próprios recursos.

"Pedimos a todos os países que fortaleçam sua vigilância sanitária e sistemas de resposta, essenciais para conter a expansão desta, ou de futuras epidemias", afirmou o Banco em um comunicado.

A instituição "revisa os recursos técnicos e financeiros que podem ser mobilizados para apoiar os países afetados" e "coordena estreitamente com seus sócios internacionais uma aceleração da resposta internacional".

Desde seu surgimento na China, o novo coronavírus deixou 425 mortos nesse país, excedendo os 349 óbitos registrados pela SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa) nesse mesmo território em 2002-2003. Neste período, 800 pessoas morreram em nível global.

O novo coronavírus infectou 17.200 pessoas e se espalhou por mais 20 países, enquanto gera temores de que possa paralisar a China e afetar a economia global.

O Banco Mundial afirmou que monitora eventuais impactos econômicos e sociais da epidemia e que apoiará "os esforços da China para responder" à crise, "incluindo seus esforços para adaptar sua economia" à situação.

Na semana passada, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, disse que era provável que a epidemia causasse impactos na economia na primeira metade de 2020, mas que "seria irresponsável fazer especulações sobre o que pode acontecer".

O ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu neste domingo, 14, com o presidente do Banco Mundial, David Malpass, em Nova York, nos Estados Unidos.

O ministro também participou de café da manhã com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, e ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais da América Latina, Canadá e EUA. Após o encontro com Malpass, a agenda do ministro Guedes será encerrada. Ele viajará de volta a Brasília no meio da tarde.

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também esteve no café da manhã com Lagarde. Campos Neto terá ainda algumas reuniões fechadas com investidores e deve embarcar à tarde para o Brasil.

O número de pessoas que vivem em situação de pobreza no Brasil chegou a 43,5 milhões em 2017, o que representa 21% da população brasileira, de acordo com dados levantados pelo Banco Mundial. Em relação a 2014, o aumento no índice foi de 3%, ou seja, mais 7,3 milhões de brasileiros passaram a viver com até US$ 5,50 por dia.

Em 2014, 36,2 milhões de brasileiros viviam em situação de pobreza, um percentual de 17,9% da população. O quadro negativo teve início com a crise econômica que atingiu fortemente o país no segundo semestre daquele ano e estendeu-se até o final de 2016.

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Segundo o Banco Mundial, os indicadores sociais do Brasil foram afetados pelo fraco crescimento da América Latina e Caribe, especialmente na América do Sul. No entanto, o banco mantêm as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com altas de 2,2% para este ano e 2,5% para 2020.

A instituição financeira destaca ainda as incertezas geradas pela reforma da Previdência, afirmando que sua aprovação depende da formação de alianças, já que o partido governista não tem maioria no Congresso. O Banco Mundial elogia o país por buscar um programa "ambicioso" de reformas, porém alerta que o Brasil é a nação com a situação mais preocupante da América do Sul, atrás apenas da Venezuela.

O Banco Mundial (Bird) reduziu as previsões de crescimento do Brasil de 2018 e para este ano. Em junho, a instituição multilateral estimava que o País avançaria 2,4% no ano passado, mas agora prevê alta de 1,2%, numa das maiores reduções de projeção para países.

Para 2019, o Bird reduziu a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,5% para 2,2% e manteve a avaliação de que a economia nacional deve registrar uma expansão de 2,4% em 2020. Estas considerações foram divulgadas no relatório Perspectivas Econômicas Globais, cujo subtítulo é "Céus Escurecendo".

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De acordo com o Banco Mundial, o crescimento do País ficou sem brilho em 2018, em boa medida refletindo efeitos da greve dos caminhoneiros sobre o nível de atividade e "incertezas políticas".

"Uma expansão de 2,2% (em 2019) está prevista para o Brasil, pressuponde-se que reformas fiscais sejam rapidamente implementadas e que a recuperação do consumo e investimento supere os cortes nas despesas públicas", destacou o documento, sem fazer uma menção direta à mudança estrutural na Previdência.

O Bird também reduziu ligeiramente a projeção de crescimento global em 0,1 ponto porcentual a cada ano entre 2018 e 2020. Em junho, o banco previa uma expansão de 3,1% em 2018, mas baixou para 3,0% e reduziu a estimativa de 3,0% para 2,9% em 2019.

Para 2020, a projeção recuou de 2,9% para 2,8%. A revisão está relacionada ao aperto das condições financeiras globais, que deriva, em boa medida, da elevação dos juros nos EUA, das incertezas no comércio internacional, sobretudo com as disputas entre Washington e Pequim, e da perda do vigor do setor manufatureiro.

A desaceleração da expansão internacional deve ser maior no grupo de países classificados pelo Banco Mundial como Mercados Emergentes e Economias em Desenvolvimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os gastos públicos com saúde no Brasil equivaleram a 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2015, de acordo com relatório divulgado pelo Banco Mundial. O país ocupa a 64ª posição em despesas com saúde, no ranking com 183 países, acima da média da América Latina e do Caribe, que gastam 3,6%, e abaixo dos países desenvolvidos, que aplicam na saúde, em média, 6,5% da soma de todos os bens e serviços produzidos em seus territórios.

De acordo com o relatório, a despesa pública em saúde no Brasil está em um nível mediano em comparação com a média internacional, mas relativamente inferior ao volume de recursos empregados nos sistemas de saúde de países europeus, como Reino Unido e Suécia, que apresentam boa qualidade.

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O documento destaca que mesmo o Brasil tendo um sistema de saúde público, o gasto privado em saúde ainda é superior ao público, diferentemente dos países desenvolvidos.

A relação entre a despesa federal com saúde e a receita corrente vem crescendo continuamente, segundo o relatório, passando de 6,7% em 2008 para 8,3% em 2017. No ano passado, o gasto do governo federal em saúde chegou a R$ 117,1 bilhões. Em proporção do PIB, esses gastos corresponderam a 1,8%.

Nos últimos dez anos, o aumento acumulado, acima da inflação, de 31,9% de despesas em saúde também não foi suficiente para colocar o Brasil no patamar dos países desenvolvidos. O documento do Banco Mundial avalia que o aumento dos custos dos serviços de saúde acima da inflação e o envelhecimento da população pressionam o crescimento nos gastos com saúde.

O estudo prevê ainda que o teto dos gastos, estabelecido em 2016, faz com que a dinâmica futura das despesas em saúde no Brasil “torna-se ainda mais desafiadora em um contexto de limitação do crescimento dos gastos públicos e de ajuste fiscal”.

Na análise do cenário para os próximos dez anos, sem investimentos em novos serviços, a projeção é que a despesa do governo federal em proporção do PIB se mantenha estável no período, mas ainda abaixo dos países desenvolvidos. Por outro lado, o relatório ressalta que o crescimento nos gastos em saúde na próxima década está condicionado à regra do teto dos gastos públicos, o que significa que aumentos reais são possíveis desde que haja redução em despesas de outros setores. A emenda determina que, a cada ano, seja aplicada na saúde 15% da receita da União em 2017, além do adicional da inflação do ano anterior.

A baixa qualidade dos serviços prestados está prejudicando os avanços e melhorias na saúde em países de todos os níveis de renda, conforme aponta o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado hoje (5) pelo Banco Mundial e pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico.

O documento indica que problemas como diagnósticos imprecisos, erros médicos, tratamentos inadequados ou desnecessários, uso inapropriado e pouco segurança de instalações clínicas, e profissionais sem treinamento e com pouco conhecimento na área que atuam prevalecem em todos países. Mas a situação é pior em países de baixa e média renda, onde 10% das pessoas hospitalizadas correm risco de contrair algum tipo de infecção durante o período de internação, enquanto o índice é de 7% em países de renda mais alta.

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O relatório destaca ainda que um em cada dez pacientes apresenta algum tipo de ferimento no atendimento médico prestado em países de alta renda. “Doenças associadas a cuidados de saúde de baixa qualidade impõem despesas adicionais às famílias e aos sistemas de saúde”, reforça o documento.

Além disso, profissionais de saúde de sete países africanos de baixa e média renda só conseguiram efetuar diagnóstico adequado entre 33% e 75% dos casos, enquanto diretrizes clínicas para situações comuns e de pouca complexidade foram seguidas em cerca de 45% do tempo.

Entretanto, a OMS afirma que foram registrados alguns avançados, por exemplo, nas taxas de sobrevivência ao câncer e a doenças cardiovasculares. Porém, mesmo assim, os custos econômicos e sociais provocados pela má qualidade no atendimento são estimados em trilhões de dólares todos os anos.

O Banco Mundial divulgou um documento afirmando que as economias da América Latina e do Caribe apresentam crescimento após seis anos de estagnação. De acordo com a publicação, divulgada hoje (18), a alta foi alavancada pelo Brasil e pela  Argentina, que correspondem às duas maiores potências da região. Os dados mostram que o crescimento brasileiro será de 2,4% em 2018 – previsão maior do que a esperada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) (2,3%) – e de 2,5% em 2019.

As informações fazem parte do relatório "Ajuste Fiscal na América Latina e Caribe: Dores no Curto Prazo, Ganhos no Longo?". Segundo o documento, a alta se deve a um ambiente externo favorável, incluindo o aumento dos preços das commodities, o crescimento dos Estados Unidos e o da China e a alta liquidez internacional.

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“Foram feitas reformas importantes no Brasil, talvez não com a velocidade que se esperava, mas houve reformas fiscais e reformas trabalhistas. A reforma da Previdência não foi aprovada, mas foi muito discutida, então creio que há um consenso entre todas as classes politicas de que a reforma da previdência deve ser feita”, disse a nota do economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Carlos Vegh.

O Grupo Ser Educacional lança edital de seleção para estágio na International Finance Corporation (IFC). Instituição ligada ao Banco Mundial, parceira do Centro Universitário, e considerada a maior organização direcionada ao setor privado em países em desenvolvimento. 

O programa de estágio tem por objetivo a concessão de bolsas de estágio, pelo período de quatro (4) meses e para o ano letivo de 2018, a serem usufruídas no escritório da IFC em São Paulo (SP). A iniciativa visa cooperar no desenvolvimento e na promoção da inclusão de profissionais em igualdade de oportunidades, sem distinção étnica ou de gênero no mercado de trabalho através da rede de contratos do IFC. 

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As vagas são destinadas aos estudantes matriculados a partir do 5º período, com média global mínima de oito pontos, nas graduações de Administração, Ciências Contábeis e Engenharias, e os alunos do curso de Gestão Financeira matriculados no último período, com média global mínima de oito pontos.

Também é pré-requisito que o candidato tenha fluência oral e escrita na língua inglesa, comprovada por documento ou certificado comprobatório da fluência no idioma, além de manejo do pacote Microsoft Office (Word, Excel, Power Point), conhecimento nas áreas de contabilidade e de finanças, e o uso do português à norma culta.

O processo seletivo será realizado em quatro etapas, eliminatórias e classificatórias. A primeira constará da análise dos dados do perfil do estudante através do Curriculum Vitae. A segunda compreende entrevista de avaliação técnica com o Núcleo de Empregabilidade e Carreiras (NEC) do Grupo Ser Educacional, composta de apresentação pessoal, prova de inglês, redação em português, e prova de conhecimentos financeiros.

A terceira engloba entrevista com os candidatos selecionados na etapa anterior, pelos gestores do Grupo. Esta fase consiste na apresentação do candidato a uma comissão composta pela Diretoria Acadêmica, representada por um diretor ou diretor adjunto e pelo Gestor do NEC. E por fim, os representantes da IFC realizarão as entrevistas finais via videoconferência. 

Os interessados podem se inscrever enviando currículo e documentos comprobatórios solicitados para o Núcleo de Empregabilidade e Carreiras, através do e-mail curriculosnec@sereducacional.com entre os dias 13/04/2018 a 14/06/2018. Não haverá outra forma de inscrição. 

As etapas seguintes ocorrerão, nas seguintes datas: entrevista de avaliação técnica, de 18 a 22 de junho de 2018; entrevista com os candidatos selecionados na etapa anterior, ocorre de 25 a 29 de junho de 2018; e as entrevistas finais de 2 a 6 de julho de 2018.

Outras informações

Por meio do edital, o Grupo Ser Educacional, se compromete a “assumir os custos relativos ao pagamento de passagens aéreas dos candidatos para São Paulo (ida e volta), bem como uma bonificação (a ser determinada) suficiente para cobrir quatro meses de estadia”. Outras informações através do e-mail curriculosnec@sereducacional.com ou no Núcleo de Empregabilidade e Carreiras de sua unidade. Confira o edital.

*Da assessoria

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Nesta quinta-feira (15) o senador Fernando Collor (PTC-AL) comentou em Plenário o mais recente relatório do Banco Mundial, que reconhece como corretas e inéditas as medidas de abertura do comércio brasileiro implantadas por ele, como presidente da República, a partir de 1990, especialmente pelo 'forte impacto que tiveram no aumento da renda da população mais pobre'.

O documento Emprego e Crescimento: A Agenda da Produtividade destacou as políticas de exportação e a redução das tarifas de importação sobre os alimentos, que preservaram a competitividade do mercado e possibilitaram o aumento da produtividade. "Promovi a abertura comercial por meio de grande redução das tarifas de importação, das barreiras não tarifárias e da quebra de monopólios e reservas de mercado. Foi uma decisão que mostrava a boa intenção do país para se firmar como um parceiro confiável e se inserir, de forma soberana, na comunidade internacional", disse Collor.

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Ele enfatizou que suas medidas permitiram a entrada de investimento estrangeiro, a fixação de empresas multinacionais no país e o abastecimento do mercado interno com produtos importados. "Tudo isso impulsionou a economia, gerou empregos, aumentou a renda média dos brasileiros e diminuiu a desigualdade social", lembrou.

O senador ainda ressaltou parte do relatório que apontou as grandes barreiras regulatórias e administrativas que dificultam os negócios no Brasil. Ele lembrou que, em seu governo, reduziu o aparato estatal e a burocracia. "Precisamos retomar um sólido e correto desenvolvimento da análise econômica para sair das dificuldades que o Brasil enfrenta, recheadas de paternalismos, protecionismos e intervencionismos de toda ordem. A burocracia anacrônica que impede o arejamento da atividade econômica e a implantação de políticas essenciais voltadas para a educação, para a saúde e, hoje, com ênfase, para a segurança pública", sugeriu.

Da Agência Senado

Um relatório inédito do Banco Mundial estima que o Brasil vá demorar 260 anos para atingir o nível educacional de países desenvolvidos em Leitura e 75 anos em Matemática, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Isso porque o País tem avançado, mas a passos muito lentos. O cálculo foi feito com base no desempenho dos estudantes brasileiros em todas as edições do Pisa, a avaliação internacional aplicada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).

Esta é a primeira vez que o "World Development Report", relatório anual que discute questões para o desenvolvimento mundial, é dedicado totalmente à educação. A conclusão mais importante do documento é que há uma "crise de aprendizagem" no mundo todo. "Nos últimos 30 anos houve grandes progressos em colocar as crianças nas escolas na maioria dos países, mas infelizmente muitas não entendem o que leem ou não sabem fazer contas", disse ao Estado o diretor global da área de educação do Banco Mundial, Jaime Saavedra.

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Segundo o relatório, 125 milhões de crianças no mundo estão nessa situação. Na América Latina e Caribe, apenas cerca de 40% das crianças nos anos finais do ensino fundamental chegam ao nível considerado mínimo de proficiência em Matemática, enquanto na Europa e Ásia são 80%. Na África Subsaariana, só 10% dos alunos têm níveis aceitáveis de Leitura.

O texto sistematiza evidências e casos de sucesso de vários países para traçar um panorama da educação mundial. A Coreia do Sul e, mais recentemente, o Peru e o Vietnã são países citados como alguns dos que conseguiram avançar com reformas e novas políticas. Entre as sugestões de iniciativas para tentar reverter o quadro principalmente nos países em desenvolvimento, estão a valorização do professor, a avaliação dos sistemas, a melhor gestão das escolas e o investimento em educação infantil.

O Brasil é um dos países que fazem parte dessa crise de aprendizagem, apesar de avanços recentes em avaliações. No último Pisa, porém, o País não aumentou sua nota em Leitura e caiu em Matemática. Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação não quis comentar o conteúdo do relatório.

Segundo André Loureiro, economista brasileiro do Banco Mundial, a demora para se atingir níveis de países desenvolvidos só vai acontecer "se o país mantiver o passo em que está". "Mas há reformas que estão sendo feitas, como a do ensino médio, que têm potencial muito grande de afetar essa trajetória", acredita. Para ele, a flexibilização do currículo e a diminuição do número de disciplinas devem deixar a escola mais atrativa para os jovens.

Sem plano

"O Brasil precisa urgentemente de um plano estratégico de educação", diz a presidente do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz. Segundo ela, os avanços do País são lentos porque não se sabe quais são os fatores de fracasso e sucesso das políticas. "A gente abandona as políticas e recomeça do zero sem ter aprendido nada com o passado." Para Priscila, os dois pontos principais desse plano deveriam ser a valorização do professor e da primeira infância.

"O Brasil teve de expandir o sistema rapidamente para trazer muitas crianças para a escola, precisou de muitos professores e acabou tendo problema com a formação deles", diz o coordenador de pesquisas do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naercio Menezes Filho. Mas, segundo ele, agora o País tem uma oportunidade de corrigir essa questão por causa da queda demográfica. A natalidade diminuiu muito nos últimos anos e o número de alunos no ensino fundamental caiu quase pela metade em 20 anos. "Se mantiver o tamanho das salas, vamos precisar de metade do professores. Podemos selecionar melhor os candidatos."

O relatório intitulado "Aprendizagem para Realizar a Promessa da Educação" será apresentado hoje em São Paulo em um evento na Fundação Getulio Vargas (FGV). O texto enfatiza a importância da educação para impulsionar o "crescimento econômico de longo prazo, incentivar a inovação, reforçar as instituições e promover a coesão social". Há também dados que demonstram que cidadãos mais bem educados valorizam mais a democracia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um documento divulgado nesta semana pelo Banco Mundial, em Washington (EUA), mostrou que a riqueza global apresentou aumento de 66% entre 1995 e 2014: de US$ 690 trilhões, em 1995; para um total de US$ 1,14 quatrilhão (em média, R$ 3,62 quatrilhões), em 2014. A pesquisa, chamada de “Mudança na Riqueza das Nações”, aponta que, embora haja crescimento na produção de recursos na maioria dos países, a renda per capita não acompanhou este movimento, principalmente na região da África Subsaariana, onde a população cresceu mais do que o investimento.

O objetivo da pesquisa, que analisou 141 países, não foi classificar as regiões de acordo com a riqueza, mas descrever tendências econômicas gerais. Entre 1995 e 2014, nações em desenvolvimento - como China e Índia - apresentaram crescimento mais rápido na riqueza per capita.

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O destaque da América Latina e Caribe vai para o Chile e o Peru – locais onde a riqueza per capita rendeu mais do que o dobro no período. O Brasil também registrou crescimento, embora em menor intensidade: cerca de 20%.

Da ONU News

Relatório lançado pelo Banco Mundial esta semana em Washington mostra que a riqueza global aumentou 66% entre 1995 e 2014. Segundo o estudo Mudança na Riqueza das Nações, a cifra passou de US$ 690 trilhões para mais de um quatrilhão de dólares. A informação é da ONU News

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Depois de analisar o desempenho de 141 países, o documento concluiu ainda que a riqueza global per capita caiu nesse período. A queda foi puxada pela África Subsaariana, onde a população cresceu mais do que o investimento.

O objetivo da pesquisa não foi classificar os países de acordo com a riqueza, mas descrever tendências gerais. Entre 1995 e 2014, por exemplo, nos 20 países em que a riqueza per capita cresceu mais rapidamente, a maior parte dos beneficiados está em nações em desenvolvimento, como China e Índia, por exemplo.

Já na América Latina e Caribe, destacaram-se o Chile e o Peru, pois neles a riqueza per capita mais do que dobrou nesse período. O Brasil também registrou crescimento, embora em menor intensidade: cerca de 20%.

Fatores considerados

O cálculo da riqueza de cada economia e do mundo leva em conta quatro fatores. O primeiro deles é o capital produzido, que inclui construções, máquinas e infraestrutura. Em segundo lugar, o capital natural, como terra agrícola, florestas, minerais e petróleo. Em terceiro, o capital humano, que consiste nas habilidades e experiência dos trabalhadores. Finalmente, vem a soma de ativos e passivos estrangeiros de um país.

A medida da riqueza avaliada pelo Banco Mundial funciona como um complemento ao Produto Interno Bruto (PIB), e não como substituição. Ela, na verdade, reflete o estado dos ativos que produzem o PIB; e se os investimentos em capital produzido, humano e natural serão suficientes para acompanhar o crescimento da população.

Segundo o documento, o capital humano é o maior componente da riqueza do mundo, somando dois terços do total. Só que, nos países ricos, ele corresponde a uma fatia maior: 70%, contra 40% nos mais pobres. Por isso, o relatório aponta para a necessidade de investir em pessoas para criação de riqueza e geração de renda futura.

A Presidência da República enviou ao Senado um pedido de autorização para empréstimo nessa quarta-feira (24). O objetivo é solicitar US$ 250 milhões ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), o Banco Mundial, para a implementação do Novo Ensino Médio e o Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral nos estados ao longo dos próximos cinco anos. 

Em 2017, o ministro da Educação Mendonça Filho apresentou o projeto do Novo Ensino Médio a representantes do Banco Mundial, em Washington, Estados Unidos, em busca de financiamento para implementação das mudanças no ensino, ocasião em que, segundo o MEC, o banco se mostrou aberto a uma parceria. De acordo com o MEC, caso o empréstimo seja aprovado, os recursos estarão vinculados ao Programa para Resultados (PpR).

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De acordo com o ministro Mendonça Filho, os recursos “destinam-se, por exemplo, a discussões com relação a itinerários formativos e alternativas, implementação dos novos currículos e treinamento e capacitação de pessoal no processo de implementação da reforma”. Mendonça também explica que os recursos, caso aprovados, serão liberados em etapas “à medida que os planos de trabalho forem aprovados pelo Governo Federal após serem apresentados pelos estados. Nós cumpriremos rigorosamente a liberação de recursos, desde que os estados atendam a todas as etapas de viabilização do projeto aprovado”.

Já o deputado e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), que no momento está exercendo a função de Presidente da República na ausência de Michel Temer (PMDB), afirma que a possibilidade de trabalho é aumentada pelo Novo Ensino Médio e que a injeção de recursos do Banco Mundial “pode acelerar esse processo de incentivo ao ensino integral e melhoria do ensino médio”. Ainda de acordo com Maia, a solicitação de autorização do empréstimo “é um foco social fundamental do governo e certamente terá o apoio do Senado”. 

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Para cortar gastos sem prejudicar os mais pobres, o governo deveria acabar com a gratuidade do ensino superior. Essa é uma das sugestões apresentadas no relatório "Um ajuste justo - propostas para aumentar eficiência e equidade do gasto público no Brasil", elaborado pelo Banco Mundial.

A ideia é que o governo continue subsidiando os estudantes que estão entre os 40% mais pobres do País. Porém, os de renda média e alta poderiam pagar pelo curso depois de formados. Durante a faculdade, eles acessariam algum tipo de crédito, como o Fies.

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Essa proposta se baseia no fato que 65% dos estudantes das instituições de ensino superior federais estão na faixa dos 40% mais ricos da população. Como, após formadas, essas pessoas tendem a ter um aumento de renda, a suspeita dos técnicos é que a gratuidade "pode estar perpetuando a desigualdade no País".

O Brasil tem aproximadamente 2 milhões de estudantes nas universidades e institutos federais, ao passo que nas universidades privadas são 8 milhões de estudantes. Porém, o custo médio de um aluno numa faculdade privada é de R$ 14 mil por ano. Nas universidades federais, esse custo salta para R$ 41 mil e nos institutos federais o valor é ainda maior: R$ 74 mil ao ano.

Esse gasto, diz o estudo, é "muito superior" ao de países como a Espanha e a Itália, por exemplo. No entanto, o valor agregado em termos de conhecimento dos estudantes não é muito diferente do das faculdades privadas. Esse critério considera o que o aluno aprendeu em comparação ao que se esperava que ele tivesse aprendido.

Os gastos do governo com ensino superior são equivalentes a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e crescem, em termos reais, 7% ao ano, acima da média mundial. "As despesas com ensino superior são, ao mesmo tempo, ineficientes e regressivas", diz o relatório.

Uma reforma poderia economizar aproximadamente R$ 13 bilhões ao ano nas universidades e institutos federais. No nível estadual, a economia poderia ser de R$ 3 bilhões. Além da cobrança de mensalidades, o estudo sugere que os gastos por aluno tenham como limite o valor gasto pelas instituições mais eficientes. As menos eficientes teriam, assim, de ajustar suas despesas à nova realidade.

Se as escolas do ensino fundamental e médio atingissem o nível das melhores do sistema, o desempenho na prova do Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) subiria 40% para o nível fundamental e 18% no médio. No entanto, aponta o relatório, o Brasil gasta perto de R$ 56 bilhões a mais do que seria necessário para ter o atual desempenho.

A principal proposta para enxugar gastos nessas esferas é aumentar a quantidade de alunos por professor. O estudo diz que a quantidade de estudantes está caindo devido à redução das taxas de natalidade, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A proposta é não repor os professores que deixam o sistema. Só com isso, a economia seria de R$ 22 bilhões.

Saúde

Enquanto no ensino fundamental a nova realidade do crescimento demográfico está esvaziando salas, nos postos de saúde a tendência é contrária: a demanda por atendimento aumenta devido ao envelhecimento da população. Também nesse caso, o estudo sugere soluções para ajudar a reduzir os gastos que, segundo o banco, não trariam prejuízo ao atendimento. Se todo o sistema atingisse o nível das unidades mais eficientes, poderiam ser economizados R$ 22 bilhões. Entre as propostas, está o fechamento de hospitais de pequeno porte, que custam proporcionalmente mais do que os grandes, se for considerado o valor por atendimento prestado.

O relatório sugere também o fortalecimento do atendimento primário que filtraria os casos mais complexos para enviar aos hospitais. E que o atendimento dos casos mais simples possa ser feito por profissionais de saúde não médicos, deixando-os liberados para os casos mais complexos.

O governo poderia ter ganhos também com acréscimo na arrecadação tributária, da ordem de 0,3% do PIB, se fosse eliminada a dedução no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Segundo o relatório, esse mecanismo beneficia os mais ricos de maneira "desproporcional" e "constitui um subsídio para as despesas de saúde privada."

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