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Para Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o governo paulista errou no processo de retomada econômica. Na opinião do especialista, a abertura no interior do Estado ocorreu antes do que deveria.

"Já existia indicação de aumento de casos em cidades como Campinas, Ribeirão Preto e Presidente Prudente. Mas a pressão foi grande para abrir. Não havia nenhum indicador mostrando que era hora de abrir, ao contrário."

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Ainda segundo Lotufo, diferenciar as zonas de flexibilização entre a capital e a Grande São Paulo foi outra falha, por se tratar da mesma mancha urbana. "Em locais como a (Rua) 25 de Março (no centro paulistano), por exemplo, as pessoas estão correndo risco."

Para o professor Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, o Estado não está seguindo os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS) para iniciar o afrouxamento da quarentena. As diretrizes determinam que o número de casos e mortes por covid-19 diminua de modo sustentável por, no mínimo, duas semanas. "Uma reabertura mais segura tem de seguir as evidências coletadas no mundo inteiro. Itália e Alemanha fizeram isso. Não há nenhum país que trabalhou com quarentena e relaxamento de mobilidade simultaneamente."

Ele alerta que, com o comércio aberto na capital, o transporte público será grande foco de transmissão. "Não se pode garantir controle de transmissão com gente dentro do ônibus."

A Prefeitura de São Paulo tem enfrentado dificuldades nos últimos dias para garantir que só circulem ônibus com passageiros sentados, para evitar aglomerações.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum entre as mulheres, atrás apenas do de colo do útero e a sétima maior causa de morte por câncer em mulheres. Além disso, oito entre dez casos de câncer de ovário são descobertos em fase avançada.

Sintomas como dificuldade para se alimentar, dor pélvica e/ou abdominal, sangramento vaginal anormal, mudança no hábito intestinal, fadiga extrema e perda de peso, embora associados também a outras doenças, são alertas importantes para um diagnóstico mais precoce.

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Por não haver um método eficaz de rastreamento, o câncer de ovário é diagnosticado, na maioria dos casos, quando as mulheres apresentam sintomas que refletem a doença em estágio mais avançado. Em 80% dos casos, esse tipo de câncer é diagnosticado quando não está mais restrito ao ovário, tendo se disseminado para linfonodos, outros órgãos da região pélvica e abdominal ou até mesmo para órgãos como pulmão, osso e sistema nervoso central, mais raramente.

A alta taxa de diagnóstico tardio causa impacto no resultado do tratamento. Menos da metade das pacientes (48,6%) vive por mais de cinco anos após o diagnóstico. Comparativamente, quando a doença é identificada ainda restrita ao ovário, a chance de viver por mais de cinco anos sobe para 92,6%.

“Quando a doença é descoberta mais precocemente, pode-se oferecer um tratamento curativo, com melhores resultados, que será guiado com base na classificação realizada pelo médico patologista quanto ao tipo e à agressividade do tumor. É a avaliação anatomopatológica, entre outros fatores, que aponta a extensão da doença, assim como indica se a resposta à quimioterapia foi completa, alterando o destino das pacientes no que diz respeito a tratamento”, explica o médico patologista da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Leonardo Lordello.

Com o objetivo de identificar e difundir para o público as melhores estratégias para que a doença seja descoberta rapidamente, a SBP se une à World Ovarian Cancer Coalition - movimento global de conscientização sobre a doença - nesta sexta-feira (8), Dia Mundial do Câncer de Ovário. Criada em 2013, a organização reúne atualmente mais de 140 integrantes.

Alertas do corpo

Diferentemente do que ocorre com os exames de Papanicolau, mamografia e colonoscopia, que funcionam como métodos de rastreamento, respectivamente, do câncer de colo do útero, mama e colorretal, com o câncer de ovário não há uma metodologia eficaz. “Houve tentativas com o marcador CA125 ou exames de imagem, mas os estudos mostraram que oferecer essas avaliações para população assintomática não resultou em redução de mortalidade”, explica Lordello.

Outro complicador é o fato de que os sintomas que podem alertar para o surgimento de tumores de ovário também são comumente associados a outras doenças. Embora esses sinais de alerta sejam inespecíficos, a atenção a eles pode ser um caminho para o diagnóstico mais precoce. Os principais são aumento do abdômen, dificuldade para se alimentar, dor na região pélvica e/ou abdominal, sangramento vaginal anormal (principalmente pós-menopausa), mudança no hábito intestinal, fadiga extrema e perda de peso.

Classificação correta

Em um cenário no qual predomina uma doença com alta taxa de mortalidade, a correta definição do tipo de lesão, apontando se ela é benigna ou maligna (câncer), torna-se ainda mais importante, assim como a indicação de seu tamanho, grau de agressividade, perfil biológico, capacidade de se espalhar e potencial resposta aos tratamentos disponíveis no caso de malignidade.

Assim como a maior parte dos diagnósticos de câncer, apesar da anamnese e de exames de imagem poderem identificar a presença de um tumor ovariano, a natureza desse tumor quanto à malignidade só será definida a partir da avaliação feita por um médico patologista. No contexto do câncer de ovário, essa avaliação pode ocorrer antes da cirurgia, geralmente em casos avançados, para determinação de quimioterapia neoadjuvante; durante a cirurgia, por meio do exame intraoperatório por biópsia de congelação; ou após a cirurgia, para avaliação da extensão da doença e/ou resposta ao tratamento.

Em cerca de 90% dos casos, os tumores malignos do ovário são derivados de células epiteliais que revestem o ovário e/ou a trompa. O restante provém de células germinativas (que formam os óvulos) e células estromais (que produzem a maior parte dos hormônios femininos), sendo esses casos mais frequentes em adolescentes e mulheres mais jovens.

Entre os tumores malignos epiteliais de ovário, cerca de 70% são carcinomas serosos, que podem ser de baixo ou alto grau. “Embora agressivos, tumores serosos de alto grau, com disseminação mais rápida e comprometimento maior do ovário e órgãos adjacentes, são, geralmente, mais responsivos à quimioterapia”, comenta o patologista.

De maneira geral, o câncer tem início em um dos ovários. Embora em parte dos casos possa haver a doença em ambos os ovários (envolvimento bilateral), acredita-se que isso ocorra de maneira metastática de um ovário para o outro. Além dessa disseminação, as células malignas frequentemente podem acometer a cavidade pélvica e/ou abdominal, podendo formar tumores que causam compressão do reto ou da bexiga, além de comprometer útero e/ou vagina. Em casos mais avançados, a doença pode ainda disseminar para outros órgãos como o fígado, pulmão e osso, mais tardiamente.

Fatores de risco

Similarmente ao que ocorre com a maioria dos casos de câncer de mama, os tumores malignos de ovário surgem, em cerca de 80% dos casos, por influência direta dos hormônios. Infertilidade e questões associadas com maior frequência aos ciclos menstruais mensais, como menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade (nunca ter tido filhos), entre outras, assim como obesidade e tabagismo, são os principais fatores de risco.

Entre os efeitos protetores estão o controle do peso, alimentação equilibrada e prática de atividade física, assim como o uso de contraceptivos orais por pelo menos cinco anos. Gestação, assim como a amamentação, colaboram na diminuição do risco de desenvolver câncer de ovário.

Hereditariedade

Estima-se que cerca de 20% dos casos de câncer de ovário estão relacionados a mutações de origem hereditária, estando ligados principalmente à síndrome de câncer de mama e ovário, cuja principal mutação é no gene BRCA1. Em caso de história pessoal ou familiar de primeiro grau de câncer de mama e/ou ovário é válido procurar um oncologista, que poderá indicar uma avaliação com um médico geneticista, indica a SBP.

Faixa etária

O câncer de ovário é mais prevalente a partir dos 60 anos, quando a mulher não se encontra mais em fase reprodutiva. No entanto, a doença pode ser diagnosticada também em mulheres mais jovens, principalmente nos casos de hereditariedade. As mulheres mais jovens, em fase reprodutiva, que têm predisposição hereditária para desenvolver câncer de mama, podem optar por acompanhamento clínico mais precoce e frequente.

A paciente é orientada ainda sobre a possibilidade de fazer a cirurgia profilática (retirada preventiva dos ovários e trompas, para reduzir o risco de desenvolver a doença). É importante a paciente ser orientada por seu oncologista e ter acesso a um serviço de aconselhamento genético, coordenado por um geneticista, sugere a SBP.

A quarentena pegou todo mundo de surpresa e, na pressa para mudar hábitos de trabalho e higiene, muita gente percebeu que talvez não tivesse a estrutura mais adequada para começar um home office. Um dos problemas principais em passar para o trabalho remoto é a questão da segurança de informações. Para ajudar você a ter certeza de que - mesmo não sendo uma estrutura de escritório, sua casa oferece o mínimo de segurança para as atividades envolvendo a empresa em que trabalha, Marcus Garcia, VP de produtos da FS, deu algumas dicas:

“Levando em consideração que as pessoas vão trabalhar diretamente de casa usando banda larga fixa não compartilhada, a primeira atenção é estarem certas de que os roteadores estejam configurados com criptografia, senha contendo caracteres, números, símbolos, já que vão utilizar o wi-fi. Caso o trabalho seja realizado em outro ambiente como um hotel ou cafeteria, a recomendação da VPN (Virtual Private Network) é total”, afirma.

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Se você migrou para o trabalho em casa, provavelmente deve estar usando seu próprio notebook. Para o especialista, uma máquina com softwares atualizados - como navegadores, antivírus e outros aplicativos que serão utilizados pelo usuário - é fundamental. E nada de wi-fi públicos. “Não adianta proteger tudo e deixar a máquina vulnerável. Há vírus que são muito mais complexos e atacam especificamente computadores. Esses têm muito mais poder sobre os dispositivos, do que os que existem para celular. Por isso reforço a importância de ter um antivírus 100% atualizado no computador, pois nele irão trafegar planilhas, informações financeiras que normalmente estariam em uma rede segura na empresa”, aconselha Garcia.

 Coronavírus no WhatsApp

Outro ponto levantado pelo especialista é o crescimento de golpes via redes sociais. Toda semana, cibercriminosos lançam novos links falsos, prometendo kits de álcool em gel, dados sobre a COVID-19, entre outras coisas, para tentar captar dados financeiros dos usuários. “Para se informar sobre o coronavírus sugiro utilizar somente os canais oficiais e não repassar mensagens, links e arquivos. Eles são portas de entrada para tentativas de fraude. Não se exponha a um risco adicional desnecessário”, recomenda. Recentemente, a Polícia Federal deu dicas de como se proteger de golpes nas redes sociais.

Confira o passo a passo da segurança digital no home office:

1 - Se possível utilize um notebook ou computador somente para os trabalhos da empresa;

2 - Caso a companhia não ofereça um dispositivo para o trabalho, cheque se as versões do software e do antivírus do seu computador estão 100% atualizadas;

3 - Não instale programas ou ferramentas de compartilhamento de arquivos que não sejam de empresas conhecidas e confiáveis;

4 - Caso sua quarentena não esteja sendo feita em sua residência, tome muito cuidado com wi-fi público. Fora de casa, use ferramentas de VPN;

5 - Um antivírus gratuito pode ser uma solução, porém, se possível, invista em uma ferramenta paga. Ela terá mais atualizações que a gratuita e manterá seu dispositivo mais seguro. 

6 - Procure recursos que garantem transferência de dados com segurança. Focar sempre em fabricantes de confiança.

O virologista americano e especialista em coronavírus Charles Calisher disse em entrevista à agência russa RBC que a epidemia atual pode durar anos.

De acordo com Calisher, a COVID-19 pode infectar milhões de pessoas à medida que se espalha, e aqueles que não forem infectados podem se tornar portadores durante a segunda onda da epidemia.

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"Esta propagação pode continuar por muitos meses até que uma vacina eficaz esteja disponível. Mas, mesmo assim, o vírus não desaparecerá porque inevitavelmente haverá pessoas que não foram vacinadas", explicou Calisher, enfatizando que a vacinação também levará tempo.

O especialista acredita ser improvável que o coronavírus se aproxime do nível da pandemia de gripe de 1918, porque a humanidade avançou, embora milhões possam ser infectados.

De acordo com os últimos balanços, mais de 488 mil pessoas já foram infectadas em todo o mundo, registrando mais de 22 mil mortes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou no dia 11 de março o surto de infecção pela COVID-19 como uma pandemia.

Da Sputnik Brasil

Com o avanço dos casos de COVID-19, manter a higiene dos aparelhos eletrônicos virou uma necessidade. Se antes, não nos preocupávamos tanto, agora a cautela é fundamental. Principalmente, após a divulgação da durabilidade do vírus em objetos cuja as superfícies estejam contaminadas. Para ajudar você a limpar corretamente os aparelhos eletrônicos, o LeiaJá conversou com Fábio Faria, gerente de marketing da ASUS Brasil, que deu dicas para manter seus aparelhos higienizados:

O que fazer com seu smartphone:

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O primeiro passo é lavar as mãos com sabonete ou higienizá-las com álcool em gel para poder manusear o aparelho. Em seguida, desligue o aparelho e retire a capa do celular, se houver. Feito isso, despeje, em um pano macio e sem fiapos, álcool isopropílico 70%, utilizando o pano para limpar a tela, parte traseira e também a capa do aparelho.

No caso dos smartphones não é recomendada a utilização de álcool em gel, cloro ou qualquer produto abrasivo para limpar o aparelho, porém a substância em gel pode ser usada para limpar a capinha, uma vez que ambos têm materiais diferentes. Outra recomendação é “evitar a utilização do smartphone em locais públicos e não levá-lo ao banheiro". "Além do COVID-19, outras bactérias nocivas à saúde podem contaminar os aparelhos”, diz o especialista.

O processo é simples e os mesmos procedimentos são indicados para a higienização dos notebooks. Para aqueles dispositivos em que há um maior contato com outras pessoas ou com o ambientes externos - como o smartphone, recomenda-se fazer repetir o procedimento três vezes ao dia. 

O uso de álcool 70% já foi recomendado por diferentes marcas de aparelho como a Apple e a Motorola e é indicado para telas em geral. Toda a limpeza deve ser feita com o aparelho desligado.

A chegada do Verão movimenta o Litoral e convida os banhistas a aproveitar o solzão nas praias. Em meio à diversão, é preciso ficar atento aos riscos que a exposição excessiva pode causar à pele e todas as precauções na hora de se bronzear. A reportagem do LeiaJá foi até a praia do Buraco da Véia, no Pina, Zona Sul do Recife, e conversou com a população para tirar dúvidas sobre os cuidados antes e depois de curtir o sol.

A dermatologista Cláudia Ferraz enfatizou a importância de se proteger dos raios solares e o desgaste que os bronzeadores acarretam. Ela também explicou a diferença entre os fatores do protetor solar, o horário ideal para aproveitar o sol e se vale a pena usar camisas de proteção UV.

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Acompanhe a reportagem

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Depois de várias especulações de como seria o discurso do ex-presidente Lula no seu primeiro contato com a população ao sair da prisão, observa-se que, como sempre fez nas suas entrevistas enquanto esteve preso - apontando que a sua prisão foi “armada” por parte dos setor público-, em seu primeiro discurso solto o petista retomou essa fala acusando as "partes podres" da Receita Federal, do Ministério Público, da Polícia Federal, entre outros. De acordo com o cientista político Juliano Domingues, agora não existe mais aquele “lulinha paz e amor de 2002”, referindo-se à mudança de comportamento adotada pelo Lula na tentativa de ganhar a presidência na época.

Na tarde desta sexta-feira (8), Lula foi recepcionado por uma multidão de apoiadores que se concentraram em frente a sede da Polícia Federal de Curitiba, no Paraná. Para Domingues, ficou aparente que o discurso do ex-presidente foi um discurso mais duro e de queixa, como era esperado, em relação às instituições do Ministério Público e parte do judiciário. Ainda segundo aponta o especialista, dessa vez Lula buscou ter cuidado e não generalizar no momento que falava das instituições.

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“Há uma indicação de qual deve ser a estratégia discursiva que é de se colocar como alguém capaz de fazer com que o Brasil retome o rumo da geração de emprego e crescimento. É se colocar também como alguém que pode ser esse catalisador da esperança da população num futuro melhor”, salienta Juliano.

Considerado o líder da oposição e da esquerda no Brasil, acredita-se que, por conta da forte dependência da figura do Lula, agora a oposição consiga mais força. O cientista político aponta que o ex-presidente "ainda é uma das principais lideranças do Brasil e da América Latina".

“A forma como ele se posicionou agora e a capacidade que ele tem de representar, talvez, uma parcela não tão grande quanto se pode imaginar, mas ele ainda é um símbolo importante da esquerda e centro-esquerda”, pontua Domingues.

A liberdade do ex-presidente acontece depois que, por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a prisão só pode acontecer depois que todas as instâncias sejam esgotadas. A decisão da soltura é do juiz Danilo Pereira Júnior, magistrado da 12ª Vara Federal de Curitiba.

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-> Lula Livre e manifestantes em festa no Centro do Recife

O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira, 24, em Nova York, teve um tom "retrógrado" e "conservador", na opinião do doutor em Relações Internacionais Lucas Leite, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e das Faculdades Integradas Rio Branco.

Para ele, o discurso foi feito em improviso, "um compilado de teoria da conspiração e memes, não tinha um pensamento, não fica claro o pensamento do Brasil em política externa".

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Apesar de o discurso ecoar entre as principais nações, o que Bolsonaro diz é direcionado, principalmente, para "um público mais seleto dele", diz Leite. "É uma desconstrução do papel que o Brasil sempre teve em multipluralismo, um país que sempre foi tolerante, bem visto; nunca foi um país pária, pelo contrário, pleiteava em pleitos importantes como política ambiental, combate à fome. Agora, a imagem do País fica bem ruim", completa.

"Nós não temos acordo de livre-comércio com a União Europeia e ele não deve sair no contexto atual. Não vão aceitar a entrada [na OCDE] de um país como o nosso, que se contrapõe. Os países europeus são opositores à retórica do presidente", afirma o professor.

Educadores e especialistas em financiamento do ensino superior ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo levantaram dúvidas sobre os detalhes do plano Future-se para atrair investimentos privados às universidades federais. Pesquisadores da área veem como positiva a intenção manifestada no plano, mas questionam se as regras vão garantir o volume de investimento esperado e a segurança jurídica. Temem ainda que o programa aumente a desigualdade entre as instituições. O plano foi apresentado nesta quarta-feira, 17, pelo Ministério da Educação (MEC).

"O ministério está com uma impressão talvez exagerada de quanto dinheiro vai conseguir com isso", alerta o sociólogo Simon Schartzman, membro da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior. "Eu seria mais cauteloso em relação a isso."

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Schwartzman diz, no entanto, que o plano cria possibilidades às universidades de conseguir recursos adicionais além do orçamento, que poderiam ser utilizados em projetos, obras e atividades específicas. "Está se abrindo possibilidades legais e criando instrumentos que podem incentivar a atração de recursos. Mas não resolve o problema a curto prazo."

O professor Sérgio Firpo, do Insper, também levanta dúvidas sobre a capacidade de atração de doações pelo governo. Para ele, as universidades federais de maior renome "talvez já tenham alguma estrutura de arrecadação" e não precisem dos recursos de um fundo soberano, como anunciado pelo MEC. "Talvez as que mais precisem sejam justamente aquelas para as quais ninguém quer doar."

"É extremamente difícil captar doações em um país em que a cultura de doação é ainda incipiente. Em geral, um doador gostaria de ver a doação ter algum impacto social, algum tipo de impacto imediato que faça valer a doação", diz Firpo.

Fernando Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior (Confies), que atua exatamente na arrecadação de recursos privados, diz que o clima de descrédito ao qual o ministro expôs as universidades nos últimos meses, com críticas sobre não saberem gerir dinheiro público e promover "balbúrdia" também prejudica a captação de doações. Já o professor Nilson Machado, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), diz que os planos anunciados vão no sentido de facilitar a partilha da responsabilidade pelo financiamento da educação - o que já é feito pontualmente. "Não estou vendo isso como uma grande evolução, um fato novo. É um acerto no foco do que já está ocorrendo", afirmou.

OS

O professor Gustavo Fernandes, da FGV, diz que o governo terá de resolver questões jurídicas para conseguir implementar a gestão de organizações sociais (OS) nas universidades. "O programa está começando com um bom norte, mas não há proposta de uma ampla reforma estruturada", diz Fernandes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O uso de patinetes elétricos, que tem se tornado cena comum nos centros das grandes cidades brasileiras, também é uma alternativa cada vez mais popular entre turistas e moradores da capital uruguaia, Montevidéu. O número de veículos dobrou desde fevereiro deste ano, quando tiveram início as operações na cidade. O sucesso é tanto que as empresas já trabalham com a expectativa de aumentar a quantidade de patinetes até junho. 

Os usuários têm aprovado o serviço e aproveitam a novidade para passear pela famosa Rambla, avenida que margeia o Rio da Prata.

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É o caso da dentista brasileira Camila Fernandes, 25 anos, que visita Montevidéu com a família pela primeira vez. Natural de Ubatuba, no litoral de São Paulo, ela aprovou o serviço e disse que achou muito fácil e seguro de conduzir. "Não é perigoso para nós, adultos, que temos noções de direção. Mas realmente seria perigoso para uma criança, por exemplo".

Juntamente com a mãe, a tia e o irmão, Camila baixou o aplicativo que libera o uso dos patinetes e aproveitou o dia de passeio para conhecer o bairro de Pocitos.

Tia de Camila, Magali Fernandes disse que os patinetes são ótimos para quem, como ela, curte conhecer a arquitetura e o clima da cidade. "A vista do litoral é maravilhosa. Lá em Ubatuba também temos litoral, mas é muito diferente.”

Em Montevidéu, duas empresas operam os patinetes elétricos. A primeira a se instalar, em fevereiro deste ano, foi a mexicana Grin, que trouxe para as ruas da cidade cerca de 200 "monopatines" (como são conhecidos os patinetes). No final de abril, desembarcou no país a norte-americana Lime, com mais 300 veículos. Há ainda a expectativa da chegada da espanhola Movo, com outros 300 patinetes.

Poluição do ar

O diretor de relações governamentais da Lime para América do Sul, Felipe Daud, afirma que, além da mobilidade urbana, o uso dos patinetes elétricos é um importante aliado para a diminuição da poluição do ar.

"O tema da poluição do ar é muito importante para cidades como Bogotá, Cidade do México e Santiago do Chile, cidades muito poluídas. No Chile, por exemplo, a gente acabou de fazer uma pesquisa e descobrimos que cerca de 30% a 35% das nossas viagens substituem corridas de carro. As corridas de patinete chamamos de "última milha", pois é feita para você andar mais ou menos 1 ou 2 quilômetros, por dez ou quinze minutos, no máximo. Já se sabe que muitas das viagens de Uber ou de táxi são viagens curtas, de até dois quilômetros, com apenas um passageiro. Essa viagem pode ser facilmente substituída pelo patinete", defende Felipe.

De acordo com ele, a Lime é a maior empresa de patinetes elétricos do mundo, presente em mais de cem cidades. Apenas em Santiago, capital do Chile, já foram feitas mais de 700 mil corridas usando o patinete elétrico. Na América Latina, ele afirma que já foram registradas mais de 1 milhão de viagens e, no mundo, mais de 50 milhões.

"A gente estima que o mercado de Bogotá, por exemplo, no futuro, possa ter até 100 mil patinetes (sendo 1 patinete para cada cem habitantes). É um mercado onde você pouparia 48 milhões de toneladas cúbicas de CO2/ano", afirma Felipe.

De acordo com pesquisas globais conduzidas pela Lime em 26 cidades, aproximadamente 1 em cada 3 viagens feitas em patinete substituiu um passeio que, de outra forma, teria sido feito de carro. A empresa estima que, com isso, tenha impedido a emissão de 6.220 toneladas de carbono na atmosfera.

Segurança

Em entrevista à Agência Brasil, o secretário geral da Unidade Nacional de Segurança Viária (Unasev) do Uruguai, Adrián Bringa, explicou que o país vive um boom semelhante ao ocorrido alguns anos antes com as bicicletas elétricas. 

A regulamentação desse tipo de transporte, enquadrado com veículo elétrico, foi fruto de um trabalho técnico rigoroso para definição de regras e normas. Por enquanto, os patinetes são equiparados às bicicletas elétricas e os usuários não estão sujeitos a multas.

Ainda segundo Bringa, os usuários dos patinetes, assim como os ciclistas, devem seguir as normas de trânsito. "Devem sempre circular por ciclovias e vias, nunca nas calçadas; respeitar a velocidade máxima das vias; usar capacetes e coletes refletores. Os veículos elétricos devem ter ainda luzes dianteiras e traseiras. E apenas maiores de idade podem conduzi-los", explica.

Felipe Daud, da empresa Lime, reconhece a importância da regulamentação e afirma que a atividade também deve ser regulada ao redor do mundo. No Brasil, ainda não existem normas que regulem o uso dos patinetes.

"A gente tem uma preocupação muito grande com segurança. Recomendamos em todas as nossas comunicações e no próprio patinete, o uso do capacete. Reforçamos que os usuários não devem usar calçadas e menores de idade estão terminantemente proibidos. A gente sabe que os acidentes vão ser menores quanto melhor for a infraestrutura da cidade. A gente trabalha também com isso, na criação de ciclovias, de vias de baixa velocidade. Ruas onde o carro pode transitar até 30 km, são uma solução para o patinete", afirma.

Requisitos

No Uruguai, enquanto o uso dos patinetes não é regulamentado, o modal é  entendido como veículo elétrico.

Para usar o patinete, o usuário deve ter mais de 18 anos e estar com capacete. Não é permitido “dar carona” – ou seja, mais de uma pessoa por patinete. Os patinetes devem andar nas ruas, o mais próximo possível do meio-fio, ou em ciclovias. É proibido circular nas calçadas.

O uso de capacetes ainda não é respeitado pela maioria dos usuários. A reportagem da Agência Brasil flagrou ainda dezenas de crianças passeando nos patinetes e diversos casos de mais de uma pessoa por veículo.

Como funciona

O aluguel dos patinetes é relativamente simples. O usuário deve, em primeiro lugar, baixar o aplicativo da empresa e cadastrar um cartão de crédito para a cobrança. Uma vez dentro do aplicativo, ele consegue identificar onde estão os patinetes disponíveis mais perto. Após localizar o patinete, deve-se abrir o aplicativo e "ler" o código QR do patinete - essa ação destrava o veículo.

No Uruguai, é preciso desembolsar 20 pesos (aproximadamente R$ 2,50) para destravar o veículo. São cobrados ainda 4 pesos (aproximadamente R$ 0,50 centavos) por minuto de uso.

Em Brasília, o usuário paga R$ 3,50 para destravar o equipamento. A cada minuto de uso é debitado R$ 0,50.

Após destravado, o patinete está pronto para uso. Ao terminar o trajeto, o usuário entra novamente no aplicativo e encerra a “corrida”. Os patinetes podem ser deixados na rua, em local que não bloqueie a circulação de pessoas e de outros veículos, nem impeça acesso a rampas, garagens e paradas de ônibus.

Todos os patinetes são equipados com GPS. Desta forma, funcionários das empresas conseguem identificar os locais onde foram deixados, recolhê-los e levar para os galpões onde são recarregados durante a noite.

A recente oferta de aluguel de patinetes elétricos nas grandes cidades aliada ao aumento no número de usuários tem feito com que governos e prefeituras corram para tentar regulamentar a atividade.

Não há normas sobre o uso do novo modal o que tem transformado ruas em locais sem lei para os patinetes. A reportagem da Agência Brasil flagrou usuários de patinetes elétricos circulando entre os carros e "cortando" pedestres. A maior parte deles não usa capacete, apesar das recomendações das empresas que oferecem o serviço.

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Na avaliação do especialista em mobilidade Ronaldo Balassiano, o estabelecimento de normas para uso do equipamento trará mais segurança para motoristas, pedestres e usuários do serviço. Segundo ele, os governos têm demorado para fazer a regulamentação.

Distrito Federal

No Distrito Federal, a Secretaria de Mobilidade informou que o governo está elaborando um projeto de lei para atualizar a política de mobilidade urbana cicloviária, que já prevê o uso das bicicletas compartilhadas e dos patinetes. Entretanto, ainda não há uma data prevista para apresentar a proposta. 

Na falta de uma regulamentação sobre o serviço, a controvérsia em relação ao uso de patinetes em micro-deslocamentos urbanos fez com que as autoridades se manifestassem com orientações para evitar acidentes. Em nota, na última terça-feira (7), o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), em conjunto com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e a Polícia Militar (PMDF), orienta o uso desses equipamentos somente em locais de circulação de pedestres, ciclovias ou ciclofaixas.

"Logo, não é permitido o trânsito de patinetes em faixas de rolamento, em razão do risco de compartilhamento de espaço com veículos automotores", diz a nota. 

"Quando houver a necessidade de atravessar a via pública, o usuário do patinete deverá procurar as passarelas, passagens subterrâneas ou faixas de pedestres. Nesse caso, o usuário do patinete deverá descer do equipamento para fazer a travessia segura."

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a Guarda Municipal afirma que não há regulamentação para aplicação de multa a condutores de patinetes elétricos. Entretanto, a prefeitura afirma que durante o patrulhamento de rotina, os guardas atuam na orientação de condutores de patinetes, bicicletas elétricas e outros tipos de veículo para uma direção defensiva.

Em nota, a Guarda Municipal afirmou que promove ações educativas e distribui folhetos sobre o uso correto das ciclovias e das áreas de lazer na orla da cidade. Entre as informações, está a orientação para o limite de velocidade na ciclovia (20km), a proibição de andar na contramão e a necessidade de respeitar as leis de trânsito.

São Paulo

Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes criou em janeiro um grupo de trabalho para estudar a regulamentação do sistema de compartilhamento de patinetes elétricos na cidade. A partir de uma chamada pública, 11 empresas demonstraram interesse em participar da elaboração dessas normas. A primeira reunião envolvendo os empreendedores e o Poder Público aconteceu no dia 19 de março.

A secretaria também está consultando outras prefeituras do mundo, como as de Nova York, nos Estados Unidos, e Paris, na França, para analisar as experiências com essa forma de transporte. Entre as preocupações, está o estabelecimento de critérios para que os equipamentos sejam seguros, confiáveis e não sejam estacionados de modo a atrapalhar a circulação de pedestres.

Empresas

As empresas que fornecem o serviço afirmam que disponibilizam as informações de segurança no momento em que o usuário se cadastra no aplicativo. Elas informam que têm como prioridade a prevenção de acidentes e que trabalham para intensificar as campanhas de conscientização em prol do uso correto dos patinetes, através do aplicativo e pelas redes sociais. A velocidade recomendada aos usuários é de 6 km/h nas calçadas e de 20 km/h nas ciclovias ou ciclofaixas.

Em nota à Agência Brasil, a Yellow – que oferece patinetes elétricos no Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília – afirma que a idade mínima para a utilização do equipamento é 18 anos e que demais orientações, como a importância do uso de capacete, constam do termo de uso disponível no aplicativo.

Ainda segundo a empresa, a operação dos patinetes respeita as determinações das resoluções 375 e 465 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), entre elas, a limitação da circulação desses veículos a “áreas de pedestres, ciclovias e ciclofaixas”. 

A empresa também recomenda aos usuários planejar o caminho, não trafegar com mais de uma pessoa, dar sempre preferência ao pedestre e respeitar as regras do trânsito.

Outras recomendações são: jamais conduzir o patinete se houver ingerido álcool, segurar sempre o guidão com as duas mãos e ficar atento a irregularidades nas vias, como buracos, bem como galhos e árvores que possam oferecer riscos no trajeto.

Na capital fluminense, o serviço de patinetes elétricos é oferecido por três empresas: a Yellow e a Grin, muito presentes na área central da cidade, e a Tembici, que atua em parceria com a Petrobras, na orla de Copacabana e Ipanema.

Em São Paulo, o serviço vem sendo oferecido desde agosto de 2018 pela Yellow. A primeira experiência foi com uma estação em um prédio privado na Avenida Faria Lima, na zona oeste da cidade. Desde então, a empresa expandiu a área de atuação e atualmente tem equipamentos disponíveis na Vila Madalena, Pinheiros, Jardins, Vila Mariana e Campo Belo. Atualmente, a Grin também disponibiliza patinetes para locação na cidade.

No Distrito Federal (DF), o serviço de patinetes está disponível no Plano Piloto (região central da cidade) e em Águas Claras e é oferecido pela Yellow e pela Grin, desde janeiro de 2109.

Apenas a Tembici, empresa que opera do Rio, divulga o número de patinetes. Segundo a empresa, 500 modelos elétricos ficam espalhados pela orla da zona sul. Para aumentar a segurança, ainda segundo a empresa, os equipamentos têm uma prancha mais ampla, rodas maiores e um visor que mostra a velocidade, limitada a 15 km/h, com o objetivo de reduzir o risco de acidentes e lesão ao usuário e aos pedestres. Também são oferecidos capacetes nas estações.

Grin e Yellow não divulgam os dados referentes ao número de patinetes disponíveis alegando questões estratégicas.

Quem anda pelo centro de grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, certamente, já esbarrou em patinetes elétricos, verdes ou amarelos, aparentemente largados pelas esquinas ou calçadas. A alternativa de transporte surgiu de forma discreta, levantando a curiosidade do brasileiro e, aos poucos, começou a cair no gosto popular, transformando-se em “febre”. Desde a chegada do serviço de aluguel desses equipamentos, é comum ver pessoas circulando rapidamente entre os pedestres ou mesmo entre os carros em pequenos patinetes elétricos.

Na avaliação de especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a nova opção traz vantagens para a mobilidade de grandes cidades. Entretanto, é necessário que o Poder Público regulamente o uso do equipamento para que haja regras que garantam a segurança de usuários, motoristas e pedestres.

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Professor do Programa de Engenharia de Transporte do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ronaldo Balassiano defende o aumento no número de opções de transporte, sobretudo nos locais onde os carros são os grandes poluidores.

“Do ponto de vista de se locomover em distâncias pequenas, entre 5 km ou 6 km, nas redondezas de casa ou do trabalho, o patinete traz uma contribuição boa para a mobilidade urbana. O grande problema é que as nossas autoridades, responsáveis por regular esses modos, continuam na idade da pedra. O patinete já vem sendo usado nos Estados Unidos e na Europa há alguns anos. Por que nós não nos preparamos para um mínimo de regulamentação?”, questionou.

Os equipamentos, alimentados por uma bateria, podem chegar a uma velocidade máxima de 20 km por hora, tornando difícil frear ou mesmo desviar de um obstáculo a tempo de evitar uma queda ou colisão.

Especialista em mobilidade, Balassiano destacou que a regulamentação do Poder Público trará mais segurança.

Segundo ele, não se trata de “engessar” o modo de transporte, mas evitar acidentes, uma vez que os patinetes alcançam velocidades muito altas para serem usados nas calçadas. “Se atropelar um idoso, uma criança ou uma gestante, a chance de acontecer um acidente grave é muito alta. Por outro lado, nas ruas, a gente sabe que os carros e os ônibus não respeitam nem as bicicletas, o que dirá os patinetes”, advertiu Balassiano.

Na avaliação dele, o ideal é que os patinetes trafeguem em ciclovias ou ciclofaixas, juntamente com as bicicletas.

“O que precisamos é algum tipo de norma para esse veículo, para não causar acidentes com terceiros ou mesmo com os usuários. O mais razoável seria trafegarem, junto com as bicicletas, em faixas específicas e ciclovias. Mas não é isso que acontece”, lamenta o professor.

“Na França, para alugar um patinete, é preciso ter uma carteira de motorista, colocando um veículo que vai ter uma certa velocidade nas mãos de quem já tem alguma ideia de como dirigir”, completou o especialista, sugerindo o desenvolvimento de uma grande campanha conjunta, entre o Poder Público e as empresas, de conscientização dos usuários.

Mobilidade e segurança

Com quase 50 anos de profissão, o taxista Augusto César dos Santos diz que falta respeito por parte das pessoas que andam de patinete no centro do Rio de Janeiro. Eles se misturam ao pesado trânsito urbano das vias centrais, ziguezagueando entre carros e ônibus.

“Eles andam na contramão, não respeitam a legislação, é uma coisa horrível. Eu já tive diversos problemas de quase atropelar, pela imprudência e imperícia deles, principalmente aqui no centro. Tem que se tomar uma atitude, pois isso pode virar morte a qualquer momento”, reclamou o taxista.

Consciente dos riscos e dos benefícios do patinete, a atuária Samara Alce que trabalha no Centro do Rio diz que usa o modal para se deslocar com mais rapidez pelas ruas, mas tem cuidado com a velocidade e não trafega entre os carros.

“Eu tenho muito cuidado para usar o patinete. Quem sabe usar bem, sabe qual o objetivo do patinete, não vai se meter em acidente. Só se envolve em acidente quem quer se arriscar”, disse Samara, que já utilizou quatro vezes o meio de transporte, mas sente falta de que seja oferecido capacete aos usuários.

Para o estudante de direito Igor Santos, o patinete é seguro, desde que se preste atenção ao terreno e se tenha o mínimo de habilidade. Ele costuma usar o equipamento para integrar o transporte de barcas, na Praça 15, com as estações de metrô na Avenida Rio Branco. “É tranquilo. Eu pego daqui para a barca ou de lá para o metrô. É mais rápido”, disse enquanto desbloqueava o equipamento - procedimento padrão feito com o telefone celular, após um cadastramento prévio de dados, incluindo um número de cartão de crédito, para debitar o valor do uso.

Em Brasília, o casal Rodrigo Lima Costa e Claudete Rodrigues experimentou o equipamento pela primeira vez esta semana. Moradores do Entorno do DF e casados há dez anos, eles resolveram usar os patinetes para um momento de lazer, no Parque da Cidade.

“Eu vi um dia desses na rua e me perguntei porque uma pessoa deixava um patinete ali. Depois ela me falou que existia o aplicativo e hoje viemos experimentar. Vamos fazer uma experiência", disse Rodrigo.

Usuário do serviço desde que ele começou na capital, o ex-servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Leonardo Dias disse que a opção pelo patinete para lazer e pequenos deslocamento na cidade coincidiu com o aumento no preço dos combustíveis.

"Eu tenho um carro que consome muito e o patinete serviu nessas horas justamente pela economicidade e praticidade. Todo mundo fala sobre o perigo de se andar no patinete, mas é muito tranquilo. Agora mesmo rodei quase cinco quilômetros e deu R$ 12. Pela economia, eu indico", afirmou Leonardo, ressaltando a limitação dos patinetes para percorrer grandes distâncias em razão da pouca autonomia de bateria.

Em entrevista à Agência Brasil, ele afirmou não ter vivenciado problemas ao se deslocar de patinete para trabalhar, mas ressaltou que os motoristas ainda não veem a alternativa como meio de transporte, mas como equipamento de lazer.

O ex-servidor público disse ainda que, mesmo utilizando os patinetes para se deslocar na cidade, não acredita na necessidade de regulamentação do serviço. "As bikes vieram, mas logo depois vieram os patinetes e tomaram conta. Muita gente, querendo ou não, está optando pelo patinete quando o deslocamento é muito próximo. Mas como o serviço é novo, não acho ainda necessária uma regulamentação", afirmou.

Uma incógnita se espalhou nas redes sociais nesta sexta-feira (3) sobre a cor as pessoas estão enxergando no tênis. Alguns dizem ver rosa e branco, já outros juram estarem enxergando verde e cinza. Para desvendar esse mistério da visão, o LeiaJá conversou com o especialista em retina Alexandre Ventura.

Mas antes de saber do que realmente se trata, quais são as cores que você enxerga nessas fotos em paralelo?

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As cores originais do sapato são rosa e branco. Se você enxergou verde e cinza não se desespere: essa foto foi tratada. Nas redes sociais, depois que surgiu a foto original do tênis, muitas pessoas que viram a imagem tratada ainda continuavam enxergando verde e cinza. De acordo com o oftalmologista Alexandre Ventura, nós temos milhões de células na retina e todas essas células são estimuladas.

“Cientificamente temos as células da retina on (ligada), e as células da retina off (desligada). Na hora em que a pessoa olha para uma imagem, a retina é estimulada e no momento em que ela vai ver o mesmo sapato que tem a cor diferente, ver a cor anterior porque a retina ainda está com o primeiro estímulo”, explica o especialista.

Por exemplo, quando olhamos muito fixamente para uma determinada imagem, ao fechar os olhos continuamos vendo a mesma coisa. “Isso é a memória da retina. Uns têm a memória maior, outros menor - o que tem a ver com a qualidade da visão”, corrobora Alexandre.

O nosso olho enxerga várias cores, já que é uma máquina fotográfica perfeita. Mas, para isso, nós dependemos de contrastes luminosos. "O olho humano não enxerga o objeto, mas sim o contraste de luz que o objeto apresenta. Por isso que dependendo da hora do dia e da intensidade do sol você vai ver cores um pouco diferentes - (isso) nada mais é do que ilusão de ótica".

Daltonismo

A questão do daltonismo também foi levantada nas redes sociais. O especialista em retina afirma a questão não se encaixa nessa polêmica da percepção da cor do tênis, já que a pessoa daltônica só enxerga tons de cinza, e o daltonismo se desenvolve apenas em pessoas do sexo masculino.

A mulher, por outro lado, tem a capacidade bem maior de enxergar as cores. Ela pode perder a capacidade de enxergar algumas cores, "mas isso vai estar associado à alguma doença que acometeu a retina”, conclui Alexandre Ventura.

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O Brasil era o oitavo país do mundo no ranking de suicídio, em 2016. No ano passado, o suicídio tornou-se a quarta causa de morte entre homens e mulheres de 15 a 29 anos, no país. Os dados estatísticos são da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo Eduardo Oliveira Martins, psicólogo e pós-graduado em Saúde Pública, o Brasil está carente de grandes investimentos estruturais e educacionais sobre o assunto. Para Eduardo, é preciso combater o preconceito que existe contra as pessoas que têm a doença. 

A saúde mental ainda é pouco discutida, apesar da relevância do assunto, e são muitos os casos que acabam prejudicando o paciente, como o desemprego, por exemplo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),em agosto de 2018 havia mais de 27 milhões de desempregados. Eduardo Oliveira destaca o prejuízo para a saúde mental de quem vive essa realidade. Ainda existem muitas dúvidas sobre o assunto. Para ajudar a esclarecê-las, o LeiaJá entrevistou o especialista.

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LeiaJá - O que é saúde mental?

Eduardo Martins - Saúde mental está além de vivenciar ausência de doenças. É quando conseguimos equacionar de maneira saudável e fluida em nós o equilíbrio do bem-estar físico, mental e social. É mais do que a ausência de transtornos mentais ou deficiências. É uma parte integrante e essencial da saúde e devemos proteger nossa saúde mental com comportamentos ligados ao autoconhecimento, higiene mental através de atividades laborais, exercícios e lazer. Deve ser um compromisso pessoal e social, assim como deve ser olhado pelo poder público e sociedade como uma política pública.

LeiaJá - Qual a importância da conscientização para a saúde mental?

Eduardo Martins - Falar de saúde mental para população é uma busca constante na tentativa de amenizar a desinformação. De forma geral devemos trabalhar na perspectiva de motivar o outro a cuidar de si, cuidar das suas questões psicológicas, afetivas, humanas, sociais e espirituais, pois estas questões intrínsecas da pessoalidade humana são elementos que, se estiverem em harmonia, qualificam a autopercepção e facilitam a organização, o equilíbrio emocional e psicológico do outro. Vivemos em um país e em uma sociedade preconceituosa, e o preconceito com pessoas portadores de transtornos psicopatológicos, cujos sintomas são visíveis e interferem no cotidiano dos acometidos por estas doenças, gera muitos comentários pejorativos, promove ações excludentes e estigmatiza o portador. Uma forma importante de amenizarmos os julgamentos inadequados e os rótulos sobre as doenças mentais é a informação, o conhecimento sobre as questões de saúde mental. Enquanto na sociedade existirem falas referindo-se à depressão e ao depressivo como preguiçosos, pessoas que não querem trabalhar, sem iniciativa, indivíduos que desistem fácil das coisas, teremos muita dificuldade de construir um novo olhar sobre os portadores de transtorno mental. 

LeiaJá - Quando a pessoa deve procurar ajuda profissional?

Eduardo Martins - Um importante indicador para a busca de ajuda profissional é quando os sintomas estiverem impedindo o sujeito de viver questões do cotidiano. Quando as reações diante de situações geradoras de frustrações no trabalho, na escola, na faculdade ou na família são desproporcionais e frequentes; se as oscilações de humor são constantes e existe dificuldade de controlar as emoções como frustrações ou raiva; se há crises de insônia freqüentes; se no relacionamento com a comida existem eventos característicos de compulsão, perda periódica de apetite, abuso de substâncias como álcool e outras drogas; se há tristeza crônica acompanhada de desconforto e angústia; isolamento social; ideação de suicídio, entre outras questões, podem ser indicadores para busca de ajuda profissional. 

LeiaJá - É possível que a pessoa esteja com depressão sem que perceba?

Eduardo Martins - Tristeza e depressão são coisas que aparentemente se parecem, porém diferenciam-se em segmentos importantes. Tristeza é uma condição ou estado mental passageiro, um estado psicológico comum diante de situações que estejamos enfrentando, uma decepção com amigos, ou uma mágoa no trabalho, enfim, é normal ficar triste e, por si só, estar triste não indica que alguém esteja com depressão. Depressão é uma condição crônica de desconforto e angústia e, para ser diagnosticada como depressão, é necessário identificar pelo menos cinco ou mais sintomas presentes por pelo menos duas semanas. Questões como humor deprimido, perda de interesse ou prazer, sensação de vazio, proeminente diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta, insônia ou hipersônia quase todos os dias, entre outros, são indicadores de depressão. Estar com depressão sem perceber seria fruto de um prejuízo profundo de consciência e autopercepção. Avalio que há a vigência de não se perceber que está deprimindo; porém, diria que há um índice significativo em não admitir que esteja deprimido, pelo inadequado julgamento de achar que depressão é sinal de fraqueza. 

LeiaJá - Quais as doenças mentais mais diagnosticadas?

Eduardo Martins - Os transtornos de ansiedade são muito comuns (como síndrome do pânico, ansiedade generalizada, estresse). 

 

 

A poupança da Caixa Econômica Federal fechou o ano passado com captação líquida de R$ 8 bilhões e um total de 74 milhões de poupadores. Para o educador financeiro Rogério Braga, membro da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), com uma população de mais de 207 milhões de pessoas, há um amplo caminho para que a poupança cresça ainda mais no país.

Para o especialista, os brasileiros ainda não têm o hábito de poupar. Ele aponta que um dos principais problemas da população brasileira atualmente é o consumo exagerado, o acúmulo de créditos, que levam ao descontrole financeiro.

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O Dia Mundial da Poupança, celebrado nesta quarta-feira (31), foi criado para conscientizar a população global sobre a importância de preservar recursos para o futuro.

Passos para poupar

O primeiro passo para quem quer fazer uma poupança é estabelecer um sonho ou um objetivo de vida. “O maior segredo é estabelecer esse objetivo e começar a fazer um diagnóstico financeiro de vida. Começar a pegar aquele recurso, separar a parte dele para poupar no início, porque se deixar para o final do mês, vai faltar recurso”, indicou.

Conversar com a família em relação ao sonho coletivo é um segundo passo também importante. Braga aconselha que as pessoas coloquem todos os objetivos no papel. “Tem que ser disciplinado. A disciplina de seguir todo esse processo leva ao sucesso”, apostou.

Para o educador financeiro, o brasileiro tem o mau costume de ser imediatista, o que termina colocando alguma meta de futuro adiante da sua realidade.

Ele recomenda que as pessoas estabeleçam prazos e aprendam a gastar e a economizar. Esse é um processo diário, destacou. “Tem que usar os recursos em algo efetivamente necessário, e não supérfluo. “Poupar primeiro é sempre muito importante. O hábito de poupar deve ser feito antes de receber o salário e gastar no consumo”.

Braga acredita que com essas etapas, já pode haver uma mudança geral, uma nova visão sobre o hábito de poupar. “E, aí, a poupança se beneficia disso, porque ela é muito fácil, muito acessível a toda a população brasileira”.

Faz parte ainda do diagnóstico financeiro que as pessoas comecem a observar onde há excesso, como podem gastar melhor e onde podem economizar. Braga afirmou que muitas pessoas cometem o erro de gastar além do seu padrão de vida e, por isso, a conta nunca fecha e elas terminam sempre endividadas. O ideal é identificar onde gastar. “Gastar sem excessos, dentro da sua realidade, é fundamental”.

Se você passa muito tempo com os olhos grudados no smartphone, cuidado. Este hábito pode te trazer problemas de saúde. Com o passar dos anos, a musculatura da visão perde sua tonicidade e a contração da lente natural dos olhos, o cristalino, começa a ser prejudicada. O uso constante de celulares e computadores, no entanto, pode antecipar a chegada desse tipo de problema.

Problemas oculares relacionados à predisposição genética podem se manifestar em diferentes períodos da vida, independentemente da faixa etária do indivíduo. No entanto, com o tempo, é comum que algumas complicações surjam, devido ao envelhecimento natural da visão – enfraquecimento dos músculos dos olhos e perda de elasticidade.

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De acordo com o oftalmologista Mário Filippo, da Clínica de Oftalmologia Integrada (COI), entre os fatores que potencializam esses prejuízos e podem até mesmo antecipá-los estão o uso excessivo de aparelhos eletrônicos, dietas inadequadas e ausência de proteção contra o sol.

"Isso causa o que é popularmente conhecido como síndrome do braço-curto, ou seja, quando as pessoas têm de afastar os objetos para conseguir enxergá-los ou ler alguma coisa", explica o especialista.

Denominado presbiopia, esse fenômeno tem início, de maneira geral, a partir dos 40 anos de idade. "Ao manter o foco em telas de aparelhos eletrônicos por longos períodos de tempo, os músculos oculares ficam muito tempo contraídos, e a recorrência desse hábito pode predispor à miopia em crianças e adolescentes", comenta especialista.

Não à toa, um estudo publicado pela Associação Americana de Oftalmologia (AAO) aponta que aproximadamente cinco bilhões de pessoas terão algum tipo de problema na visão até 2050 – o que equivalerá a metade da população mundial.

Além disso, ficar muito tempo vidrado nas telas faz com que se pisque menos e reduz a lubrificação, causando secura. A recomendação é que, de hora em hora, o indivíduo desfoque dos gadgets e olhe em direção ao horizonte para relaxar a musculatura e crie o costume de hidratar mais os olhos, por meio do uso de colírios lubrificantes ou lágrimas artificiais.

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Alunos do curso de Odontologia da UNAMA – Universidade da Amazônia receberam um especialista em exodontia (ramo da Odontologia que trata da extração de dentes ou raízes), na sexta-feira (14), no auditório David Mufarrej, campus Alcindo Cacela, em Belém. Mestre em implantodontia (técnica para implantar ou reimplantar dentes) e autor do livro “Práticas em Cirurgia Bucomaxilofacial (tratamento cirúrgico de doenças da cavidade bucal, face e pescoço)”, o professor Christian Rechioni conversou com os acadêmicos sobre as técnicas cirúrgicas e sobre a importância da capacitação.

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“Trouxe essa técnica de exodontia para que possa conversar com os alunos de uma forma mais tranquila e debater com eles sobre cirurgias e compartilhar como funciona cada técnica de extração de dentes como terceiro molar e siso, por exemplo”, disse o especialista. Na palestra, foram abordados temas relevantes sobre cirurgias traumáticas. “A exodontia traumática é uma técnica desenvolvida para traumatizar menos osso, tecido e é muito utilizada com a implantodontia e em outras especialidades da Odontologia”, disse Christian.

O evento agradou aos alunos. “Estou simplesmente encantada com tanto conhecimento. A palestra foi a abertura para algo com que ainda não tínhamos tido contato. Os professores foram excelentes”, disse Tania Oeiras, estudante do 2º semestre de Odontologia.

Felipe Muniz, professor de Odontologia e parceiro de Christian na palestra e nos cursos, disse que a metodologia usada permite o rápido aprendizado. “Passamos macetes para nossos alunos e transmitimos conhecimento de forma que eles conseguem realizar procedimentos de alta complexidade, às vezes em três meses de curso”, disse Felipe.

Para os alunos, a palestra foi importante porque agregou conhecimentos. “Ele é um bucomaxilo muito renomado no mercado de trabalho e quero somar conhecimentos para compartilhar o que foi dito aqui com os meus amigos”, disse Salomão Augusto, aluno de Odontologia.

Para a coordenação do curso de Odontologia, foi importante que o especialista transmitisse para os alunos o conhecimento que tem sobre as técnicas cirúrgicas. “Christian é um professor renomado nacional e internacionalmente e autor de livros que estão em nossa biblioteca e é nossa referência no curso de cirurgia. Então, é importante dividir essa experiência com nossos alunos para que eles estejam bem embasados nas técnicas cirúrgicas que vão encontrar lá na frente”, declarou Theo Almeida, coordenador do curso.

Além da palestra, o especialista desenvolve cursos que são abertos para profissionais e alunos de todo o país. Os interessados podem entrar em contato por este link.

Por Rosiane Rodrigues.

Embora tenha deixado os holofotes, a epidemia de zika não terminou. O alerta foi feito por Gustavo Correa Matta, membro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenador da "Rede Zika Ciências Sociais".

Convocados por Gustavo, os principais pesquisadores do vírus no Brasil se reúnem nesta terça (24) e quarta-feira (25) na Fiocruz com famílias de crianças com microcefalia para refletir sobre as lições aprendidas com a epidemia que eclodiu em 2015 e para discutir como lidar com uma eventual nova epidemia de zika no país.

A AFP conversou com o pesquisador sobre este vírus, que foi descoberto em 1947 em uma selva de Uganda homônima, e que começou a se espalhar no início de 2015 no nordeste do Brasil para se tornar rapidamente uma epidemia presente em toda a América Latina, associando-se a um surto de nascimentos de crianças com microcefalia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou uma emergência global pelo zika vírus em fevereiro de 2016, pouco antes dos Jogos Olímpicos Rio-2016, antes da propagação desta doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e também da chicungunha, mas levantou o alerta nove meses depois.

O Brasil pôs fim a seu alerta em maio de 2017, observando uma queda no número de casos.

- O zika continua a preocupar?

O zika diminuiu em termos numéricos e hoje há poucos casos. Isso fez com que praticamente desaparecesse da imprensa e da agenda política, mas, em termos simbólicos, a epidemia do zika não acabou, porque suas repercussões continuam e muitas questões científicas não foram respondidas.

- Quais questões ainda estão pendentes?

Por exemplo, a forma de transmissão do zika. O mosquito Aedes aegypti é o principal transmissor, mas também foi comprovado que a doença pode ser transmitida sexualmente. Contudo, não se sabe exatamente a carga viral, ou a capacidade dessa transmissão. Outra pergunta diz respeito à transmissão via placenta. Por que foram mais severos os casos de microcefalia no nordeste em comparação a outros estados?

- Há um risco real de uma nova epidemia de zika no Brasil?

Não temos um histórico da epidemia de zika como temos, por exemplo, da dengue. Não conhecemos a imunorresistência da população e também não sabemos se quem contrai zika uma primeira vez pode ficar doente novamente. Muitos estudos de modelos epidemiológicos apontam que, em três ou quatro anos, poderia haver uma nova epidemia, ou talvez menos. É um exercício de previsão e adivinhação. Se analisarmos o modelo da dengue, que pesquisamos há mais de 30 anos, vemos que é uma doença cíclica, temos ondas epidêmicas a cada dois, três anos.

Teremos uma nova epidemia, ou não? Como será sua extensão? Vai gerar novos casos de microcefalia? Há muitas questões em aberto.

- O Brasil está preparado para essa hipotética nova epidemia?

Com o corte de recursos para a ciência e também nas políticas públicas, e tendo em conta os problemas de saneamento, condições de vida, água tratada, controle de vetores, prevenção, monitoramento, capacitação de trabalhadores para identificação precoce, sem teste de diagnóstico confiável... Hoje, não estaríamos preparados, para isso precisamos de mais recursos.

- Quais seriam as prioridades?

O básico é ter um bom teste de diagnóstico, mas ainda não dispomos de um confiável. Levando em conta que de cada cinco casos de zika apenas um é sintomático, nós não temos uma constância de diagnóstico que possa indicar se alguém teve zika há muito ou pouco tempo. Além disso, estamos muito longe de desenvolver uma vacina, enquanto a síndrome congênita pelo vírus zika não consta na classificação internacional de doenças, o que faz com que muitas pessoas não tenham acesso aos serviços especializados.

- Qual é a situação das famílias com filhos com microcefalia no Brasil?

Temos dificuldades em monitorar as crianças que nasceram com microcefalia. Cerca de dois terços dessas crianças não recebem atenção especializada. Não estamos recebendo os recursos necessários para dar assistência a essas famílias nem para investigar.

O currículo, documento que fornece aos recrutadores informações importantes para a escolha do melhor candidato para vagas de emprego, segue sendo a principal maneira de pessoas que buscam empregos, quer sejam temporários, estágios ou trainees, se candidatarem e conquistarem seu lugar no mercado. Assim, é sempre importante que as pessoas que buscam trocar de empresa, se recolocar no mercado ou conquistar o primeiro emprego estejam atentos à maneira como o currículo deve ser feito. 

Nos últimos anos, de acordo com especialistas em seleção e recrutamento de profissionais, o currículo tradicional está mudando e se aproxima cada vez mais o momento em que ele já não será mais utilizado, uma vez que ocorreram mudanças nas informações que as empresas valorizam e consideram importantes para decidir entre um candidato e outro, e dos avanços tecnológicos estarem não apenas digitalizando como tornando os currículos multimídia e online. 

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O LeiaJá procurou Lucas Oggiam, que é gerente da empresa de consultoria global de recrutamento especializado PagePersonnel, para entender quais são as principais mudanças pelas quais o currículo está passando e como os profissionais podem se adaptar às expectativas do mercado de trabalho. 

A principal mudança, de acordo com ele, está na preferência das empresas por bons resultados em lugar de dados pessoais, formação acadêmica ou foto. “Dados comprovados de eficiência, ganhos ou retornos financeiros costumam saltar aos olhos dos selecionadores. É por aí que caminham essas mudanças”, explica Oggiam. Confira a lista de mudanças citadas pelo gerente. 

Vídeo

Algumas seleções já solicitam que os candidatos enviem vídeos em que falam sobre suas informações e seus resultados, ou realizam entrevistas a distância usando o vídeo como um recurso. No entanto, Lucas explica que essa novidade é uma mudança lenta e que ainda não é prática corriqueira. 

“Já vale muito para processos de trainee, onde não há a exigência de muitas informações profissionais. Quando isto entra em questão, ainda é muito eficiente e válido enviar os dados por escrito ao recrutador”, pondera Oggiam. “Seria mais ou menos como contratar um jogador de futebol apenas pelas imagens. No vídeo você pode editar o material e colocar o que quiser. Mas na hora de jogar a partida, as credenciais desse atleta podem ficar comprometidas. O mesmo vale para o candidato. Nada melhor como uma conversa direta e pessoal para eliminar dúvidas”, completa.

Foto

Na era das selfies, redes sociais de imagens e uso intensivo de celulares com câmera, incluir uma foto do candidato no CV tornou-se totalmente desnecessário. Para o especialista em recrutamento, existem outras maneiras de inserir imagens e outros dados do profissional, como por exemplo redes sociais de trabalho. 

Resultados práticos x atribuições e responsabilidades

O preenchimento de atribuições e responsabilidades de candidatos muitas vezes não transmitem realmente as qualidades e resultados que uma empresa busca em um profissional, sendo preferível, em um futuro próximo, mostrar números e resultados que comprovem a eficiência profissional. “Fica muito subjetivo avaliar um profissional por frases como responsável por, líder de, gestor em. É preciso muito mais do que isto. As empresas querem saber mesmo quanto essa pessoa trouxe de resultados reais por onde passou. Se fez um projeto de redução de gastos, qual foi o valor? É por aí que o candidato deverá se pautar”, conta o recrutador. 

Eliminação das informações pessoais e formação acadêmica

Outros países do mundo já apresentam uma tendência muito forte de não avaliar a pessoa pela idade, sexo, estado civil, origem ou nome das instituições de ensino frequentadas pelo candidato, mas no Brasil a cultura ainda é diferente.

“Por aqui essas informações ainda são relevantes. Mas há esse movimento de currículo às cegas, onde se privilegia o que realmente o candidato fez em sua trajetória profissional. Como há um avanço em questões de política de diversidade, há uma possibilidade dessas informações deixarem de constar no currículo”, conta o gerente da Page Personnel.

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Em evolução a cada ano, o mercado trabalho vem criando novas tendências e ampliando o espaço de algumas profissões. A menos de um mês para dar início ao ano de 2018, o LeiaJá conversou com a uma especialista para saber quais as áreas que terão um grande destaque no próximo ano e possivelmente terão mais oportunidades de trabalho.  

A professora dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenadora do curso de Analista em Recursos Humanos e Capacitação, Ana Cherubina, indicou algumas carreiras que terão maiores potenciais ocasionados pelas tendências do mercado e evolução das novas tecnologias. Segundo Ana, a área da Tecnologia da Informação e designer podem gerar mais procura por parte das empresas, já que a medida que a tecnologia vai avançando, as organizações também querem caminhar junto.  

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"Meu embasamento é da minha própria vivência de mercado. Percebo que as empresas vêm buscando determinadas áreas, principalmente as mais atuais. Tratando-se de designer, o caminho está aberto, tanto para o designer de produtos, designer gráfico, designer de joias, designer de interiores ou designer têxtil. A cada novo ano abre-se um espaço maior para as artes visuais, o design e a criatividade. Isso se transformou no diferencial não somente dos produtos, mas dos profissionais também", cita a professora da FGV. 

A especialista aponta ainda que no âmbito da gestão pode-se ressaltar profissões como a gestão de projetos de resíduos, gestão de redes, gestão de projetos, gestão de logística e supply chain – que abrange desde a fabricação até a distribuição do produto, garantindo a otimização do processo como um todo -. Ela lembra ainda outras carreiras bastante cotadas: "Cientista de alimentos, cientista de dados (chamado também de curador de dados), desenvolvedor de jogos eletrônicos, biotecnólogo, atuário, analista de cibersecurity, analista de compliance e analista de marketing digital". 

As consultorias em estratégias, empresas, finanças, operações, negócios, logística e pessoas também estarão mais aquecidas, de acordo com a professora. Outra área que Ana Cherubina prevê sucesso é a de engenharia. "As organizações focarão mais fortemente em serviços para redução dos custos e aumento dos seus resultados. No caso das engenharias, algumas se apresentam de forma latente para 2018: a engenharia de software, engenharia de redes, engenharia ambiental, engenharia de energia e, por fim, engenharia de telecomunicações", comenta educadora.

A exemplo de crescimento de mercado em 2017, a professora sinaliza a área de programador de jogos. Ela justifica que essa alta demanda é devido à procura dos serviços por parte das novas gerações. "O mercado interfere bastante nas profissões. Quanto mais consumo o serviço tiver, mais será o crescimento daquela área", destaca. 

Para a especialista, a oferta de salários nessas atuações também pode ter uma considerável elevação. Ela ainda diz que as carreiras precisam ser pensadas em termos dessa evolução e para atender a este mercado, é necessário estar bem qualificado. "Tudo isso são tendências e o mais importante é entender isso, porque as pessoas precisam estar preparadas. Os profissionais precisam ampliar os seus olhares sobre o ponto de vista que cada vez algumas carreiras vão deixar de existir, enquanto outras serão criadas. É aconselhável estar atualizado e preparado para o novo", explica.

Cursos de especialização – A professora afirma, no entanto, que não é possível indicar uma pós-graduação, ou qualquer outro curso, simplesmente por ser uma tendência de mercado. Segundo ela, é muito importante que o profissional identifique quais são os cursos que mais possam agregar valor às suas lacunas individuais.  

"O maior equívoco de um profissional é buscar uma carreira só porque está em alta. Acredito que ele precisa identificar onde está o seu maior potencial e buscar ferramentas que possam gerar nele satisfação e maior capacidade. Se ele não se identifica com aquilo que ele faz, vai ser mais um curso e mais uma frustação. Cada pessoa tem que identificar com aquilo que condiz com suas escolhas pessoais, sonhos, desejos, entre outros", acredita Ana. 

A especialista ainda avisa que essa qualificação na área não precisa ser necessariamente uma pós-graduação. "Por vezes, o profissional vai requerer um curso técnico, ou mesmo um de curta duração. Deve ser considerado que toda ação de autodesenvolvimento trata-se de um investimento. Assim, considere no momento da escolha a qualidade do ensino, da certificação e, ainda, cursos fora do país que possam gerar um valor agregado à sua carreira e também ao seu currículo, em que se possa aprimorar o idioma, ampliar a visão de mundo e trocar experiências", observa a especialista em carreiras. 

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