Durante uma palestra em Salvador, na Bahia, nesta sexta-feira (25), o ministro Luís Roberto Barroso disse que o "Supremo é o povo, e a sua vontade deve ser respeitada". O comentário do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) foi apenas um entre os vários abordando as últimas semanas da política brasileira, marcada por uma transição de governo ocupada e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas em outubro, em uma série de atos antidemocráticos, questionando a legitimidade das urnas.
"O resultado deve ser respeitado. Não adianta apelar para os quartéis, apelar para extraterrestres", comentou, fazendo referência a um vídeo em que os manifestantes usam sinais luminosos na cabeça.
##RECOMENDA##A declaração foi feita durante o "I Fórum de Cidadania Política – pensando o futuro da democracia no Brasil", que ocorreu na sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
“Perdeu, mané”
Ainda durante a palestra, Barroso relembrou o episódio em que respondeu "Perdeu, mané, não amola" a um bolsonarista que o questionou sobre as urnas eletrônicas brasileiras. "Eu humanamente perdi a paciência. Gostaria de dizer que só perdi a paciência depois de três dias, em que uma horda de selvagens andava atrás de mim, me xingando de todos os nomes que alguém possa imaginar", afirmou.
O jurista destacou que na democracia sempre haverá oposição, no entanto, ela não pode ser na base do ódio e da agressão. "As pessoas perderam o limite da civilidade movidas pelo ódio. É isso que precisamos desfazer no Brasil. [Temos] o direito de discordar, mas sem o ódio, sem a ofensa, sem a agressão", pontuou.