Tópicos | Fernando Bezerra Coelho

Os aliados de Jarbas Vasconcelos promovem, hoje, um ato de desagravo contra a decisão do PMDB nacional de interferir na executiva estadual, passando o seu controle para o senador Fernando Bezerra Coelho. Independentemente do que o grupo do senador possa fazer, o fato é que o PMDB em Pernambuco encolheu na última década, atingindo patamares que não refletem a grandeza nacional da legenda. Os números falam por si mesmos.

 

Em 2006, último ano da segunda gestão de Jarbas Vasconcelos, o partido elegeu três deputados federais: Carlos Eduardo Cadoca, Raul Henry e Edgar Moury Fernandes. Quatro anos mais tarde, o mesmo Jarbas disputaria sua quarta eleição para governador. O PMDB saiu das urnas como o grande derrotado em nível estadual, conseguindo eleger apenas um representante para a Câmara Federal, entre as 25 vagas existentes.

Já em 2012, aliado à Frente Popular, Jarbas tentou eleger o filho vereador do Recife. Mesmo tendo sido prefeito da cidade por duas vezes, não conseguiu sucesso eleitoral. Em 2014, mais um desempenho pífio, com a eleição de um único deputado federal, exatamente Jarbas. O PMDB de Pernambuco, que sempre teve uma forte presença metropolitana e já chegou a contar com as prefeituras de Recife, Olinda, Jaboatão e Paulista, minguou na cena política.

No ranking das prefeituras estaduais está na quinta posição, atrás de legendas como PR, PSD e PTB. Entre as principais cidades da RMR apresentou candidato apenas em Olinda, o deputado estadual Ricardo Costa, onde contou com míseros 3,91% dos votos. Uma distância abissal em relação ao desempenho nacional do PMDB, que ficou no segundo lugar no ranking brasileiro.

Tudo isso comprova que o PMDB de Pernambuco está em declínio. Do ponto de vista eleitoral, o desempenho dos atuais peemedebistas é notoriamente insuficiente. Não passa hoje de um satélite do PSB cujo propósito na reação à chegada de Fernando Bezerra e seu grupo é o de apoiar a reeleição do governador Paulo Câmara, exercitando, portanto, a posição de satélite socialista. Muito pouco para uma sigla do tamanho do PMDB.

DESAGRAVO– Amigos e admiradores do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) estão organizando, hoje, no Empresarial JCPM, às 18h, um ato de desagravo ao parlamentar, punido pelo partido por ter votado pelo prosseguimento das investigações contra o presidente Michel Temer. Com isso, acabou perdendo o controle do PMDB em Pernambuco para o senador Fernando Bezerra Coelho. O governador Paulo Câmara (PSB) confirmou presença no ato. Na convocação, é dito que a “atuação séria, coerente e transparente na política de Pernambuco e do País” de Jarbas não pode ser “desrespeitada”.

A cata de aliados – Mesmo sem ter a certeza de que vencerá a batalha contra o grupo jarbista, o senador Fernando Bezerra Coelho faz movimentação de pré-candidato a governador para atrair forças das mais diversas tendências para o seu palanque. Na sexta-feira passada, além de ter uma longa conversa com o prefeito do Cabo, Lula Cabral, que é do PSB, mas não está satisfeito na legenda, recebeu no seu escritório político no Recife o prefeito de Agrestina, Thiago Nunes (PMDB), que que saiu de lá informando que a pauta seria administrativa, mas, na verdade, está ligada ao pleito de 2018.

Violência em Caruaru– O deputado Wolney Queiroz, presidente estadual do PDT e o seu pai José Queiroz, ex-prefeito de Caruaru, foram, ontem, ao governador Paulo Câmara relatar o drama da violência no município e pedir rigor na apuração do episódio em que o apresentador da TV Asa Branca, Alexandre Farias, foi vítima de bala perdida quando voltava para casa. Socorristas do SAMU também foram atingidos na perseguição entre bandidos e polícia. “O governador se comprometeu a anunciar nos próximos dias medidas de emergência e de grande impacto para combater a violência”, afirmou Wolney.

Com Sarney– O presidente Michel Temer chamou, ontem, o ex-presidente José Sarney no Palácio do Jaburu para discutir o cenário político em meio à segunda denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente e a cúpula do PMDB. A conversa ocorreu após Temer se reunir nos últimos dois dias com aliados e advogados, em São Paulo e em Brasília, para discutir a estratégia jurídica contra a nova denúncia por obstrução de justiça e organização criminosa. Temer se aconselha com Sarney desde que assumiu a presidência e passou a enfrentar graves crises políticas.

Homem-bomba – Sob a ótica de amigos do presidente Michel Temer – que hoje dividem com ele a acusação de integrar uma organização criminosa – Geddel Vieira Lima vai delatar. Mas, se falar, vai delatar o quê? E quem? Geddel Vieira Lima é descrito por aliados como um político que aponta o dedo sempre que está encurralado em alguma situação delicada, no melhor estilo "eu posso até ter feito, mas ele também fez". Estratégia parecida com a de outro ex-político encrencado – e hoje preso – Eduardo Cunha. Quando Cunha estava na iminência de perder o mandato, encontrou-se com Michel Temer, então presidente em exercício, para pedir ajuda.

CURTAS

CAMARAGIBE– O senador Armando Monteiro (PTB) participou, ontem, dos desfiles cívicos dos municípios de Camaragibe e São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana. Ao lado dos prefeitos Demóstenes Meira (PTB) e Bruno Pereira (PTB), e dos deputados Jorge Corte Real (PTB) e Júlio Cavalcanti (PTB), o líder petebista acompanhou as comemorações e destacou a importância de exaltar o espírito patriótico, sobretudo para as futuras gerações. As celebrações marcaram os festejos do Dia da Independência.

POSSE- A nomeada procuradora-geral da República, Raquel Dodge, toma posse, hoje, às 8h. Ela substitui Rodrigo Janot, que deixa o cargo após quatro anos na chefia do Ministério Público Federal (MPF). Inicialmente, a posse estava prevista para às 10h30, mas o horário foi alterado para garantir a presença do presidente da República, Michel Temer, na cerimônia.

 

Perguntar não ofende: O Palácio treme com uma possível delação de Geddel?  

O imbróglio criado no PMDB a partir da briga pelo comando da legenda no estado pelo deputado federal Jarbas Vasconcelos e o senador Fernando Bezerra Coelho, recém filiado ao partido, tem causado reações de aliados do cacique peemedebista. Seguindo a linha de insatisfação, na próxima segunda-feira (18), às 18h, vai acontecer um ato suprapartidário em desagravo a Jarbas. O governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, ambos do PSB, devem participar do evento. 

Denominado de “Pernambuco é Jarbas”, o movimento teria surgido nas redes sociais. No convite, os grupo pontua que a “atuação séria, coerente e transparente” de Jarbas não pode ser “desrespeitada”. A possibilidade de intervenção nacional da direção local é, nos bastidores, uma retaliação ao parlamentar que votou pela continuidade da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), por corrupção passiva.

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Com a chegada de Bezerra ao partido, o deputado além de perder o comando político da sigla também deverá aceitar um novo alinhamento estadual, já que a intenção do neo-peemedebista é de que o partido volte a disputar o Governo de Pernambuco.  

“Quem combateu com esforço físico e pessoal os tempos sombrios da ditadura civil-militar e luta ao longo de mais de 50 anos de vida pública pela defesa da democracia não pode ter a sua voz calada”, destaca trecho do convite. O grupo afirma também que o deputado federal é alvo hoje “de manobras inescrupulosas por parte daqueles que almejam poder e força política”.

A insatisfação antes colocada debaixo do tapete pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) diante da gestão do governador Paulo Câmara (PSB) vem sendo exposta desde que ele ingressou na legenda peemedebista, com a intenção de disputar o Palácio do Campo das Princesas, seja liderando a chapa ou chancelando o nome do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (ainda no PSB). 

“Tenho a consciência tranquila que busquei participar do projeto que apresentamos aos pernambucanos em 2014. Não me foi dado o direito de colaborar e ajudar”, destacou, em discurso no Senado nessa quarta-feira (13). “Erros administrativos e, sobretudo, políticos, vêm se acumulando em Pernambuco. Não tenho receio dos embates que haveremos de enfrentar”, acrescentou.

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Nos bastidores, conta-se que o desejo de concorrer ao comando estadual de Bezerra vem sendo alimentado desde 2014, quando ele foi preterido pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) que indicou Paulo Câmara para a vaga e ele ao Senado. Assim que deixou o Ministério da Integração em 2013, ele não escondeu a vontade de estar no páreo e chegou a ponderar, no início de 2014, que preferia que o escolhido por Campos fosse um quadro político e não técnico.  

Ao analisar a conjuntura local, Fernando Bezerra em seu discurso também relembrou a trajetória no PSB. Disse se sentir honrado por ter sido convidado por Miguel Arraes a fazer parte dos quadros do partido, além disso ele citou Eduardo Campos para justificar a migração para o PMDB. 

“Eduardo Campos, quando indagado sobre a candidatura dele à Presidência da República [em 2014], por um campo político diferente do qual tinha participado, afirmou: “porque você apoiou, você não está condenado a apoiar quando você já não acredita, quando você já não se vê, não se representa naquele governo”, frisou.

“Fiz a opção de dar consequência ao voto a favor do impeachment, apoiando verdadeiramente o Governo de transição do presidente Michel Temer. Não tenho duas caras ou posição dúbia”, acrescentou, reforçando que a gestão estadual e o PSB tem feito duras críticas a Temer. 

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O senador Fernando Bezerra Coelho afirmou que as articulações dele para ingressar no PMDB não foram “às escondidas”. Ao rebater as críticas feitas a ele por líderes do partido em Pernambuco, como o deputado federal Jarbas Vasconcelos e o vice-governador Raul Henry, o neo-peemedebista disse que antes de decidir pela filiação apresentou sua proposta e buscou o diálogo. “Não fiz nada às escondidas. Não me convidei, fui convidado. Apresentei uma proposta e um plano de ação política. Busquei o diálogo, avisei sobre as minhas decisões, não surpreendi ninguém”, cravou.

Os argumentos foram expostos nessa quarta-feira (13), durante um discurso no Senado. Na ocasião, Bezerra também disse que a ficha dos agora correligionários vai cair. “O alarido provocado pelas vozes dos que hoje me criticam vai passar muito rapidamente. Este estilo de fazer política já foi derrotado muitas vezes pelos pernambucanos. Sei que alguns têm direito e legitimidade para expressar suas opiniões; mas também sei que outros fazem o jogo dos detentores do poder, alimentados por cargos e posições, por promessas que sistematicamente vêm sendo quebradas e não honradas. A ficha vai cair”, ressaltou.

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Ao mencionar os cargos, ele ainda disparou contra Jarbas Vasconcelos. “Fácil falar de barganhas políticas a nível federal com o objetivo de atingir as pessoas. Mas não reconhecer as mesmas barganhas a nível estadual é uma tremenda incoerência ou cinismo. Será que são as secretarias e órgãos estaduais que explicam a flexibilidade do deputado Jarbas Vasconcelos em aceitar alianças políticas que até as eleições passadas condenava? Não quero julgar, o deputado tem direito de rever suas posições, mas a boa educação política exige que se respeite o posicionamento dos outros”, salientou. 

Mesmo sem citar, as alianças referidas por Fernando Bezerra diz respeito a possibilidade o PT se reaproximar do PSB no estado. Jarbas chegou a dizer que não era intolerante ao PT quando foi questionado sobre o eventual alinhamento. Com o ingresso no PMDB, o senador recebeu uma espécie de carta branca para conduzir o partido para uma nova linha política sem ter o PSB como aliado, formando uma frente com nomes como o do senador Armando Monteiro (PTB) e do ministro Bruno Araújo (PSDB). 

Pontuando que nunca traiu seus compromissos, Bezerra ainda disse estar sofrendo agressões de pessoas famosas pela “verborragia”.  “Agressões dos que, não tendo argumentos, buscam macular nossas atitudes com o objetivo de distorcer e criar uma narrativa que justifique seus próprios erros e equívocos políticos”, rechaçou. “Nunca traí os meus compromissos com a minha terra, nunca fiz política agredindo ou denegrindo quem quer que seja. Diferentemente dos que me atacam, famosos pela verborragia”, completou. Segundo Bezerra todo o processo de filiação foi comunicado a Jarbas Vasconcelos, que um dia antes chegou a chamar o senador de “traidor”

Processo de dissolução da direção do PMDB-PE

O processo de dissolução do comando do PMDB em Pernambuco teve início nesta quarta-feira durante a reunião da Executiva Nacional da sigla. A solicitação foi protocolada por Orlando Tolentino, assessor especial do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), filho de Fernando Bezerra Coelho. 

Tolentino justificou a ação com o argumento de insuficiência de desempenho eleitoral do PMDB para justificar a dissolução. O que foi rebatido por Raul Henry, presidente estadual da legenda. Segundo ele, em  2016, conseguiram eleger 17 prefeitos, 15 vices e 160 vereadores. O processo será relatado pelo deputado federal Baleia Rossi (SP), líder do PMDB na Câmara. 

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O deputado federal Jarbas Vasconcelos quebrou o silêncio diante da filiação do senador Fernando Bezerra Coelho ao PMDB e o imbróglio que isso tem causado no partido em Pernambuco. Sem poupar críticas, Jarbas disse que foi alertado por alguns amigos sobre o poder de “desagregação” que tem o agora correligionário e classificou as articulações do senador para intervir no comando estadual da sigla e no realinhamento político no estado como “traição”. 

“Mesmo alertado por alguns amigos da desagregação que o senador Fernando Bezerra Coelho provoca por onde passa, sempre me referi a ele com educação e cortesia. Sempre. Não só a ele, mas aos seus filhos que também atuam na política. Em poucos dias, porém, percebi que Fernando Bezerra está trabalhando para intervir no PMDB de Pernambuco. Ao meu gesto cordial de elogiar a ele e ao seu filho ministro, o senador Fernando Bezerra Coelho respondeu com desrespeito e prepotência. O ato dele tem nome: traição”, disparou, em discurso na tribuna da Câmara Federal nessa terça-feira (12).

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Para o deputado, o desejo de Bezerra Coelho é “alijar” a ele e a executiva estadual do PMDB. “Esta é a ameaça que enfrento hoje… Quero deixar registrado que jamais me curvarei diante da mesquinharia de homens que, usufruindo de um poder efêmero e frágil, buscam atingir aqueles que, como eu, sempre militaram em nome da democracia, da justiça e da coerência”, declarou. 

Durante o discurso, Jarbas também fez um panorama histórico da sua participação no PMDB pontuando a postura de oposição ao PT enquanto as duas legendas eram aliadas e até o voto que deu pela continuidade da investigação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva. “Não foi um voto de pré-julgamento ou contra a pessoa do presidente Michel Temer… Votei pela investigação porque ao longo da minha vida pública sempre defendi a apuração de denúncias”, disse.

O parlamentar salientou que apesar das divergências, “nunca houve uma ação voltada para me expulsar ou punir. Sempre houve o respeito às diferenças. Respeito. Condição primária para a convivência em qualquer ambiente e que faltou e está faltando a Fernando Bezerra Coelho”. Jarbas disse ainda que não deixará que o PMDB “se transforme numa extensão familiar dos interesses” do senador.

Depois de Jarbas levar o assunto para a Câmara, Fernando Bezerra deve rebater as argumentações do correligionário no Senado nesta quarta-feira (13). O pronunciamento já tem o aval do presidente da Casa Alta, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Será a primeira vez que o senador falará sobre as críticas recebidas pelos peemedebistas depois do ingresso dele ao partido. 

ingresso do senador Fernando Bezerra Coelho no PMDB estremeceu a política interna do partido gerando um imbróglio entre a direção estadual e a nacional. Presidente do PMDB em Pernambuco, o vice-governador Raul Henry afirmou que não se imaginava que o parlamentar fosse entrar na legenda sob a condição de atuar como comandante das ações políticas e realinhar a sigla. Em conversa com o LeiaJá, Henry classificou a postura como "arrogância" e reforçou que não aceitará a intervenção do ex-pessebista.

"Nunca colocamos objeção a entrada dele, muito pelo contrário. Agora ninguém imaginava que ele fosse entrar no partido e fazer um discurso de que veio com a condição de vir para mandar, destituir a direção regional para ele assumir o comando e dar uma nova linha política ao partido", salientou. "Isso é inaceitável. Não vamos aceitar, vamos resistir. Isso é uma violência, uma falta de respeito, absoluta arrogância e insensibilidade com pessoas que sempre respeitaram ele. Não vamos admitir isso", acrescentou.

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O poder de decisão para Bezerra Coelho, entretanto, foi diretamente expressado pelo presidente nacional do partido, senador Romero Jucá (RR), durante a cerimônia de filiação na última quarta-feira (6). Jucá disse que Bezerra entrava no partido com "uma missão: a disputa pelo governo de Pernambuco". Raul Henry disse que apenas a Executiva pode deliberar sobre o assunto. "Ele não tem [poder de decisão]. É a executiva nacional que define isso. Conversei com alguns componentes e notei o oposto, um sentimento de solidariedade conosco. Quem tem liderança se coloca no lugar de quem está sendo violentado", argumentou.

Outro questionamento que surgiu dentro do PMDB de Pernambuco sobre a presença de Bezerra no partido diz respeito às acusações que pesam contra o senador na Lava Jato. Ele é alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Um dos que apontou as denúncias foi o vereador do Recife, Jayme Asfora. Ele chegou a dizer que a entrada de FBC "empobrecia" o partido.

O presidente estadual não quis alimentar as ponderações, mas frisou que os peemedebistas pernambucanos "sempre andaram de cabeça erguida". "Em Pernambuco o PMDB tem uma cara, uma identidade política, um conjunto de lideranças que pode andar nas ruas de cabeça erguida. Nunca fiz política fazendo acusações a quem quer que seja. Na vida democrática há os órgãos que investigam. Denúncias têm que ser apuradas, denunciados têm direto inviolado à sua defesa e ninguém deve ser pré-julgado ou execrado antes de um julgamento justo", amenizou.

Caso Bezerra Coelho conquiste a titularidade da condução do PMDB, Raul Henry além de perder a presidência também ficará sem a aliança com o governador Paulo Câmara (PSB). Isto porque, o plano do senador é de desbancar a reeleição do pessebista. Em 2014, Bezerra Coelho foi preterido pelo ex-governador Eduardo Campos ao deixá-lo para a vaga de senador e indicar Câmara para a disputa do Palácio do Campo das Princesas.

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O presidente do PMDB em Pernambuco e vice-governador Raul Henry se negou, nesta terça-feira (12), a avaliar as articulações do senador Fernando Bezerra Coelho, recém filiado ao partido, para conquistar apoios e aliados diante da eventual possibilidade da legenda disputar o comando do Palácio do Campo das Princesas. Indagado sobre o assunto, Henry foi categórico: “não avalio não”. 

“Quem fala pelo senador é ele, eu falo por mim e pelo diretório estadual”, salientou, após participar de um encontro com o diretório estadual do PMDB para deliberar sobre os desconfortos internos gerados pelo ingresso do parlamentar. No dia da filiação, o presidente nacional da sigla, senador Romero Jucá (RR), deu uma espécie de carta branca para Bezerra conduzir o processo eleitoral de 2018. 

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Nos últimos dias, Fernando Bezerra intensificou as articulações com DEM, PSDB e PTB para montar uma frente com o PMDB contra o governador Paulo Câmara (PSB), que tentará a reeleição. Atualmente, Paulo é aliado do PMDB que ocupa a vice-governadoria com o próprio Henry. Na movimentação protagonizada, o senador já previu que até outubro deve fechar as alianças e em fevereiro anunciará quem será o candidato.       

Presidente do PMDB de Pernambuco, o vice-governador Raul Henry reuniu o diretório estadual da legenda, nesta terça-feira (12), para deliberar sobre como vão se portar diante da possibilidade do senador Fernando Bezerra Coelho, neo-peemedebista, assumir o comando local da legenda, inclusive para defender a candidatura do partido ao Governo de Pernambuco, com o qual a legenda é aliada de primeira hora.

Depois de uma reunião acalorada e com discursos dotados de críticas a Bezerra Coelho, Henry afirmou que o grupo “está unido” e foram firmadas duas deliberações. Uma delas, delegando a ele a responsabilidade de tomar decisões diante da nacional sobre o assunto sem precisar de consulta prévia aos demais membros do diretório. Além disso, também foi divulgado um manifesto onde a direção pede respeito às forças do partido. 

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“Uma luta política como esta temos que travar com a unidade do partido. No domingo, quando eu cheguei, tive que reunir as pessoas para conversar. Estive com Jarbas e reuni a executiva para ver qual era o sentimento, a opinião deles, redigimos a nota em conjunto e foi aprovada pelo diretório que é o órgão máximo”, salientou, em conversa com a imprensa.  

Nos bastidores, conta-se que um filiado ao PMDB estadual teria encaminhado uma solicitação à nacional para que o diretório fosse diluído e isso seria um precedente para que Fernando Bezerra assumisse as rédeas da sigla. Segundo Raul, ainda não houve nenhuma comunicação sobre o assunto. "Se isso for deliberado, se é que entrará na pauta [da reunião da Executiva Nacional], vamos ser notificados. Preferimos primeiramente travar a luta política, se não for assim estamos dispostos a ir para a judicialização”, declarou. 

A reunião da executiva é nesta quarta-feira (13), em Brasília. Raul Henry viaja para a capital federal ainda hoje e adiantou que já vai procurar membros da direção para conversar. Segundo ele, até o momento, nunca houve uma intervenção nacional nos diretórios regionais ou estaduais. 

Apesar disso, já houve uma intervenção do PMDB de Pernambuco no diretório de Olinda e foi usado como ponto de questionamento para a postura de Henry. “É completamente diferente”, retrucou. “Em Olinda não houve intervenção, mas uma fraude na convenção. O deputado Ricardo Costa, líder do partido na Assembleia, quis inscrever uma chapa para participar da convenção ou ingressar na que já estava na disputa e foi negado a ele ambos os direitos. Ele elencou um conjunto farto de provas materiais, mostrando que a convenção estava viciada, tanto que a o assunto foi judicializada e nós vencemos”, acrescentou.  

Manifesto

A nota política aprovada pela direção diz que não será admitida a "destituição" da liderança do deputado Jarbas Vasconcelos. Além disso, volta a disparar contra a atitude de Bezerra. "Indigna, traiçoeira, torpe e repulsiva", classifica o texto.

Veja o texto na íntegra:

EXIGIMOS RESPEITO!

A história do PMDB de Pernambuco começou em 1966, quando foi fundado como MDB. Nesses mais de 50 anos de trajetória, nosso partido caracterizou-se pela combatividade, pela resistência ao autoritarismo, pela postura republicana na relação com o patrimônio público e pela defesa dos interesses do povo.

A síntese dessa história e desses valores materializa-se em um nome: o do ex-governador Jarbas Vasconcelos. Jarbas foi fundador do MDB e do PMDB. Foi também seu presidente estadual e nacional, companheiro leal do inesquecível Ulysses Guimarães. Sua vida é exemplo de coragem cívica, retidão de caráter, honestidade e espírito público. Por isso, para nós do PMDB de Pernambuco, Jarbas é mais que uma liderança, é um símbolo da nossa identidade política.

Nosso partido, seguindo sua índole democrática, sempre procurou cultivar, ao longo do seu caminho, um tratamento respeitoso com as lideranças políticas do estado e manteve-se aberto a todos que o quisessem integrar e defender suas bandeiras.

Não aceitamos, no entanto, a atitude indigna, traiçoeira, torpe e repulsiva daqueles que querem entrar no partido para promoverem uma intervenção em sua direção estadual e em sua orientação política.

Não admitiremos, jamais, a destituição de Jarbas Vasconcelos da direção política do PMDB de Pernambuco. A biografia e a liderança de Jarbas, reserva moral da vida pública do país, será defendida por nós incondicionalmente.

Não permitiremos que usurpem a nossa história de mais de 50 anos de luta e de resistência.

Este diretório estadual foi eleito de maneira legítima e democrática. Dele, participam, sem distinção, todas as lideranças políticas que fazem o PMDB de Pernambuco, em todas as regiões do estado.

O senador Fernando Bezerra Coelho ainda tem tempo para aprender a lidar com gestos de grandeza, elegância e generosidade, como foi o de Jarbas ao admitir seu acolhimento no partido. Aprender também que a nossa história é de lealdade, não de traição. De coerência, não de oportunismo. De decência, não de incorreção.

Por todas essas razões, exigimos respeito! Declaramos nosso irrestrito apoio a Jarbas Vasconcelos. E manifestamos à opinião pública do estado nossa indignação e a disposição de lutar em todas as frentes para preservar a identidade, a história e o patrimônio político do PMDB de Pernambuco.

DIRETÓRIO REGIONAL DO PMDB-PE

 

O senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) tem ignorado a reação negativa do PMDB de Pernambuco - diante da sua entrada para o partido - e intensificado as articulações com atores políticos pernambucanos. Enquanto a executiva estadual do PMDB se articula para entrar na Justiça contra uma intervenção nacional para destituir a direção da legenda e dar poderes ao senador, ele encontrou com prefeitos como o de Olinda, Professor Lupércio (SD) e o de Orobó, Cleber Chaparral (PSD), nessa segunda-feira (11). 

Com Lupércio, o encontro foi oficialmente administrativo para tratar de ações do mandato do parlamentar para Olinda, mas nos bastidores a investida dos Coelhos com os prefeitos tem se intensificado depois do início dos planos para a disputa pelo Governo de Pernambuco. O Solidariedade é atualmente aliado do governador Paulo Câmara (PSB) que pretende disputar à reeleição. O partido vem sendo sondado para ingressar da frente de oposição ao pessebista. Um novo encontro entre Bezerra Coelho e Lupércio está marcado para a próxima semana em Brasília. 

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Desde que iniciou os trâmites para a disputa, o clã familiar comandado pelo senador vem se articulando com outros gestores municipais, inclusive do PSB, como o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, e o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR).

Nesta terça-feira (12), o diretório peemedebista comandado pelo presidente e vice-governador Raul Henry vai definir quais as estratégias serão utilizadas para tentar barrar a possibilidade do partido passar a ser conduzido pelo senador. No ato da filiação dele ao PMDB, o presidente nacional e senador Romero Jucá (RR) deu uma espécie de "carta branca" para o ex-socialista.   

O alinhamento dos partidos contrários à reeleição do governador Paulo Câmara (PSB) tem se intensificado nos últimos dias. Para reforçar a postura, o grupo composto por lideranças como os senadores Armando Monteiro (PTB) e Fernando Bezerra Coelho (PMDB), além dos ministros Bruno Araújo (PSDB - Cidades) e Fernando Filho (PSB - Minas e Energia), participou da Missa do Vaqueiro de Canhotinho, no Agreste pernambucano, nesse domingo (10). 

As lideranças foram recebidas pelo prefeito Felipe Porto (PSD) e o deputado estadual Álvaro Porto (PSD). Também estiveram presentes os deputados estaduais Silvio Costa Filho (PRB) e Priscila Krause (DEM). Durante a passagem deles pela cidade, não faltaram críticas a Paulo Câmara. 

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Diante da afirmação de Álvaro Porto de que embora a missa esteja no calendário oficial de eventos de Pernambuco, o governo “Paulo Câmara não destinou nem um centavo à festa”. “A festa vai ser maior ainda daqui a dois anos, quando não estiver governando esse Estado esse governador inoperante que aí está. A Missa do Vaqueiro é a voz de Pernambuco que clama por mudança e nós vamos mudar”, disparou o senador Armando Monteiro, classificando como um “quadro de mediocridade” a “vida política” de Pernambuco.

Novas forças até outubro e nomes em fevereiro

A expectativa do senador Fernando Bezerra Coelho é de que a frente opositora a Paulo Câmara seja composta por PMDB, PSDB, DEM e PTB. Já a definição de quem serão os candidatos deve ficar para fevereiro. “A frente deve ser definida até final de outubro. A partir daí iremos apresentar para a reflexão dos pernambucanos uma espécie de proposta”, salientou o senador. 

Caso Armando confirme a convergência, outros três partidos podem ser aglutinados ao grupo: PRB, Podemos e Avante. O senador petebista é considerado candidato natural ao cargo de governador e já disse que descarta disputar na vaga de vice. 

Presidente do PMDB em Pernambuco, o vice-governador Raul Henry se reuniu na noite desse domingo (10) com a executiva estadual da legenda para tratar sobre a filiação do senador Fernando Bezerra Coelho ao partido. Apesar de o parlamentar ter ingressado na legenda peemedebista desde a quarta (6), o encontro da cúpula local aconteceu apenas ontem porque Henry estava na Ásia desde o último dia 29 de agosto, em missão oficial do Governo do Estado. 

O vice-governador não escondeu a insatisfação diante do novo quadro peemedebista. “Nosso sentimento é de completa indignação. A atitude do senador Fernando Bezerra Coelho de querer entrar no PMDB de Pernambuco, destituindo sua direção regional e mudando a orientação política do partido, é inaceitável”, declarou.

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Henry também saiu em defesa do deputado federal Jarbas Vasconcelos, com quem conversou antes da reunião. “Não permitiremos a usurpação da nossa história. Não aceitaremos a tentativa de desmoralização da liderança de Jarbas Vasconcelos. Reagiremos a essa violência, de todas as maneiras possíveis, para preservar a identidade do PMDB de Pernambuco”, acrescentou o presidente. 

A entrada do parlamentar estremeceu o PMDB de Pernambuco porque o presidente nacional, senador Romero Jucá (RR), já anunciou na hora da filiação que o partido terá candidato próprio ao governo, quebrando assim a aliança com o PSB que disputará a reeleição com o governador Paulo Câmara.  

Para debater o que será feito diante da novo alinhamento imposto pela direção nacional, a executiva vai reunir o diretório estadual peemedebista nesta terça (12), às 11h, na sede da legenda no Recife. 

Estiveram presentes no encontro da executiva na noite desse domingo, o secretário estadUal de Habitação Kaio Maniçoba, os deputados estaduais Tony Gel, Ricardo Costa e Gustavo Negromonte, o vereador Jayme Asfora, além de Marta Guerra, Murilo Cavalcanti, Bruno Lisboa, Flávio Gadelha e Jarbas Filho.

Presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro acredita que os senadores Fernando Bezerra Coelho (PMDB) e Armando Monteiro (PTB), além dos ministros Bruno Araújo (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e Fernando Filho (ainda no PSB), estão organizando um “arranjo eleitoral” e “fingindo” fazer oposição ao governador Paulo Câmara (PSB). Sob a ótica do petista, os cinco políticos compõem um palanque “em torno de uma mesma ideia” já pregada pelos pessebistas. 

“As forças em Pernambuco que articularam o golpe agora estão divididas. Estão se realinhando. Há uma nova direita que se agrupa com Fernando Bezerra, Bruno Araújo, Mendonça e Armando Monteiro. São os que representam este modelo de país que Temer e o PSDB impuseram com o golpe parlamentar de um lado e o PSB que também apoiou a fraude do impeachment do outro”, frisou, ao comentar o anúncio do PMDB de que vai concorrer ao Palácio do Campo das Princesas em 2018.

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“Na verdade são arranjos eleitoreiros, acomodações para disputar o poder em torno de uma mesma ideia. Todos eles representam o Brasil de Temer, que eles forçaram e impuseram ao povo brasileiro… Essas pessoas estão no mesmo arranjo eleitoral e fingindo que estão na oposição”, acrescentou o dirigente. 

Bruno Ribeiro afirmou que o PT segue firme na articulação pela candidatura própria. “É uma decisão que uniu todo o partido. Temos uma unanimidade no diretório estadual. Apresentar uma candidatura própria não é só uma candidatura, a esquerda tem uma missão de propor ao povo pernambucano uma saída para este retrocesso que essas forças que impuseram ao estado”, salientou. 

O dirigente, entretanto, desconversou ao ser indagado sobre se a vereadora do Recife Marília Arraes seria realmente a candidata. “É um dos grandes nomes que temos no PT, um quadro querido, mas ainda não estamos na fase de discutir nomes. Marília é uma das possibilidade, temos outras”, disse. Nos bastidores, Marília vem sendo apontada como única opção mais viável da legenda. 

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A filiação do senador Fernando Bezerra Coelho ao PMDB não foi bem recebida por lideranças estaduais do partido. Depois da direção estadual se manifestar sobre o assunto, reafirmando o apoio ao governo de Paulo Câmara (PSB), o vereador do Recife, Jayme Asfora (PMDB), disse que o parlamentar chega para “empobrecer” a legenda em Pernambuco até agora, segundo ele, “composto por homens públicos éticos”.  

“O senador Fernando Bezerra Coelho, que responde a cinco inquéritos no Supremo Tribunal Federal (Inquéritos 4005, 4458, 4292, 4464 e, o mais recente, 4593) por grave envolvimento em crimes de corrupção, fraude a licitação, caixa dois, entre outros, denunciados pela operação Lava Jato, chega para empobrecer o PMDB de Pernambuco, até agora composto e liderado por homens públicos éticos e com enormes serviços prestados a Pernambuco e ao Brasil, como Jarbas Vasconcelos e Raul Henry", observou o vereador. 

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Sob a ótica de Asfora, a entrada do senador ocorreu “através de um processo extremamente autoritário capitaneado pela cúpula nacional da legenda que está envolvida, até o último fio de cabelo, em toda essa sujeira que tomou conta do país nos últimos anos”. Ele também reforçou que “por uma questão de coerência e de respeito” aos seus eleitores não poderia “aceitar, de forma alguma” a entrada de Bezerra Coelho no partido.  

Asfora ressalta que não entende como um partido que já teve, nas sua fileiras, deputados como Maurílio e Egídio Ferreira Lima e deputadas como Cristina Tavares possa ser desrespeitado dessa maneira. "Na verdade, além de presos, figuras como Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha e também Renan Calheiros já deveriam ter sido expulsos há muito tempo para se guardar um mínimo de coerência com os valores e princípios simbolizados em líderes históricos como Dr Ulysses Guimarães e Pedro Simon”, disse. 

O vereador reclamou ainda que mesmo sendo membro da Executiva Estadual e presidente municipal do PMDB só soube das negociações do partido com Fernando Bezerra pela imprensa.

Com a filiação do senador Fernando Bezerra Coelho ao PMDB, a direção estadual da legenda emitiu uma nota, nesta quarta-feira (6), contestando o ingresso do parlamentar e afirmou que a posição política da sigla em Pernambuco é de apoio ao governo de Paulo Câmara (PSB). Bezerra Coelho chega a legenda com “carta branca” para disputar o governo em 2018.  

No texto, a direção estadual afirma que não foi procurada para tratar do ingresso do senador e classificou o gesto como “falta de consideração e de respeito com as lideranças partidárias no Estado”. 

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Durante o discurso no evento de filiação, o senador disse chega no PMDB para somar e espera a aceitação dos membros locais da legenda. Mesmo sem citar nomes, ele se referia ao deputado federal Jarbas Vasconcelos e o vice-governador Raul Henry, que é o presidente estadual do partido.  

“Espero que os companheiros que fazem o PMDB de Pernambuco possam aceitar a nossa proposta de unirmos em torno da causa e da coesão interna do partido para que o PMDB unido possa atravessar este momento”, declarou. “É verdade, temos um projeto para Pernambuco, mas não será de uma pessoa, um grupo ou partido. É o projeto de uma frente política. Certo que caberá ao PMDB um papel de destaque”, acrescentou na ocasião, citando a presença do senador Armando Monteiro (PTB) e do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). 

Veja a íntegra da nota do PMDB de Pernambuco:

A história do PMDB de Pernambuco é conhecida de todos. Desde os anos 1960, quando foi fundado como MDB, sua marca sempre foi a da resistência democrática contra o autoritarismo, a da decência e a do compromisso com os interesses do povo de Pernambuco e do Brasil. Vale enfatizar, uma história de mais de 50 anos de coerência na defesa desses valores.

Foi com surpresa que a direção estadual do PMDB tomou conhecimento da filiação do senador Fernando Bezerra Coelho sem sequer uma conversa preliminar com essa instância partidária. Pelo elevado cargo que ocupa, o gesto do senador demonstra, no mínimo, falta de consideração e de respeito com as lideranças partidárias no Estado.

Em Pernambuco, nossa posição política é de apoio ao governo Paulo Câmara, que com transparência vem mantendo o Estado de pé mesmo diante da maior recessão da história e da insolvência do setor público no País.

Integrar o PMDB de Pernambuco significa respeitar sua história, sua linha política e suas instâncias partidárias.

O senador Fernando Bezerra Coelho filiou-se ao PMDB na manhã desta quarta-feira (6). Durante o evento, que aconteceu na sede do partido em Brasília, o parlamentar afirmou que chega ao partido para reencontrar as “bandeiras” que defende e trazer para Pernambuco um “projeto de governo” que, segundo ele, será apresentado juntamente com um grupo que deve ser composto pelo PTB e o PSDB. Para isso, entretanto, ele deve encontrar o enfrentamento de nomes como o do deputado Jarbas Vasconcelos e do vice-governador Raul Henry que gerem o partido no estado e são aliados do governador Paulo Câmara (PSB), que buscará a reeleição. 

“Chego no PMDB para somar. Espero que os companheiros que fazem o PMDB de Pernambuco possam aceitar a nossa proposta de unirmos em torno da causa e da coesão interna do partido para que o PMDB unido possa atravessar este momento”, declarou sem citar nomes. “É verdade, temos um projeto para Pernambuco, mas não será de uma pessoa, um grupo ou partido. É o projeto de uma frente política. Certo que caberá ao PMDB um papel de destaque”, acrescentou, citando a presença do senador Armando Monteiro (PTB) e do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), no ato de filiação. 

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Com a postura de quem recebeu carta branca para conduzir o processo, Fernando Bezerra disse ainda que vai estar aberto “para um diálogo franco, aberto e transparente com as forças políticas do nosso estado” e pontuou que o movimento é para “poder ajudar o PMDB a conquistar governos estaduais, ampliar as vagas na Câmara e disputar vagas no Senado”. 

Até o momento, a intenção exposta pela direção local do partido era de manter a aliança com Paulo Câmara e concorrer ao Senado com Jarbas Vasconcelos. Nos bastidores também havia a especulação de que Fernando Bezerra deveria ocupar a direção do PMDB no estado, hoje gerido por Raul Henry. A reorganização não foi ainda oficializada, mas a postura do senador e do presidente nacional, senador Romero Jucá, tendem a isso. 

Pouco antes de Bezerra, Jucá chegou a dizer que o senador se filia no PMDB para organizar a disputa pelo Governo de Pernambuco. “Ele conversou com diversos partidos, mas fez a opção de vir ao PMDB para cumprir uma finalidade que é a preparação para disputar o Governo de Pernambuco. O PMDB está se reestruturando e vamos ter excelentes candidatos aos governos dos estados”, declarou. 

Reencontro de identidade

O embarque de Fernando Bezerra na legenda peemedebista acontece depois de uma série de desconfortos expostos com lideranças do PSB. Os imbróglios chegaram ao ápice com a postura do parlamentar a favor das ações do governo do presidente Michel Temer (PMDB) - no qual a legenda socialista se coloca como oposição. O movimento de ingresso ao PMDB se deu, de acordo com Bezerra, com o objetivo de “procurar me aproximar dos partidos com os quais nos identificamos com suas bandeiras programáticas, ideais e desejos para o futuro do Brasil”.  

“Apesar de todas as dificuldades, o PMDB teve a iniciativa de se apresentar com um projeto de ponte para o futuro, a defesa de reformas tão essenciais para que o Brasil possa se encontrar. Os primeiros resultados começam a aparecer, fizeram avançar aqui matérias importante para que o Brasil possa voltar a se reencontrar com o crescimento e a geração de empregos”, declarou o senador. 

Novo fôlego para um desejo de 2014 de disputar o governo

Como primícia de justificativa para a desfiliação, o senador disse que não havia mais “clima na legenda” por conta de processos internos que tramitavam contra parlamentares que, assim como ele, estariam apoiando Michel Temer. Diante disso, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, disse que a “desfiliação é um ato pessoal e intransferível” e, ao contrário da insatisfação exposta por FBC com as contestações do partido, o dirigente também afirmou que não havia nenhum processo interno para punir o pernambucano. 

“A decisão foi política. Ele nunca foi notificado de processo algum. Os outros podem até falar disso, mas ele não. Sempre estive de portas abertas para o diálogo com todos. Também nunca falei em expulsão, são eles que falam, mas sempre deixei claro que o partido tem uma identidade e que não podemos mudar isso”, cravou.

Apesar do afastamento nítido com o alinhamento do PSB diante da gestão federal, o desconforto não é de hoje e se arrasta de forma sutil desde a eleição de 2014, quando o desejo de Bezerra de ser candidato a governador foi sufocado pela escolha de Eduardo Campos, que preferiu indicar o governador Paulo Câmara (PSB) ao cargo. 

Nos bastidores, de lá para cá episódios de racha interno entre os grupos liderados por Bezerra e pelo governador vez ou outra apareciam, enquanto isso também surgiam as especulações de que o senador estaria articulando para ocupar a liderança da majoritária em 2018, caso Câmara fracassasse na administração estadual. Em fevereiro deste ano, inclusive, o assunto tomou corpo, mas foi considerado “intriga” pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB). 

PSB perde uma força no Sertão

Com o desembarque de Bezerra Coelho, que é um político com raízes eleitorais do Sertão de Pernambuco, o PSB também deve perder o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, e outros parlamentares ligados ao grupo. Estes, no entanto, devem aguardar a janela partidária para o desembarque, já que o partido não pode contestar o mandato do senador por ser um cargo majoritário. 

O impacto do desembarque, de acordo com o deputado Isaltino Nascimento (PSB), não pode ser mensurado numericamente agora, mas a legenda vai buscar outras forças para preencher as lacunas. 

“Sempre que a gente tem pessoas com participação política no partido [que se desfiliam] essa ausência é sentida. Tem contribuição, história, experiência… De fato não é algo bom. Mas muitas vezes a convivência no espaço político é dado pela identificação das ideias, chega um momento em que elas não estão mantidas em convergência”, observou. 

Indagado sobre o que o PSB perde eleitoralmente, o deputado disse que “não tem como aferir porque o voto muitas vezes não é apenas no grupo, mas também no arranjo político”. “Não tem como fazer uma mensuração agora. Sabemos que tem espaço, tem voto, mas não dá para se fazer uma medida na questão de percentuais”, frisou.

Em 2014, Fernando Bezerra Coelho foi eleito senador com 2.655.912 milhões de votos, quase o dobro do segundo lugar, o ex-prefeito do Recife, João Paulo.

O relacionamento que vinha desgastado entre o PSB e a família Coelho culminou com a saída do vice-líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho, na tarde desta terça-feira (5). O pedido formal foi entregue ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira e encaminhado aos filiados do partido. No documento, ele agradeceu a sigla que integrou por 12 anos o apoio e a convivência, “salientando a importância deste período para a minha trajetória política e pessoal”. 

O senador ainda reforçou no comunicado a Siqueira, sobre os desafios que teria enfrentado com os quadros do PSB. Segundo FBC, foi “com afinco, dedicação e fidelidade aos ideais programáticos do partido” que sua passagem pela legenda ficou marcada. O parlamentar pernambucano assegurou que “o afeto permanece assim como o compromisso de luta incansavelmente pelo desenvolvimento do estado de Pernambuco e do Brasil”.

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Virando a página

Como já era previsto nos bastidores do meio político, FBC troca o PSB pelo PMDB e a expectativa é que ele assuma a presidência estadual do PMDB em Pernambuco, substituindo um veterano da sigla, o deputado federal Jarbas Vasconcelos. Durante esta semana, Jarbas chegou a tecer vários elogios a Fernando Bezerra em entrevista a uma rádio local. 

De acordo com a assessoria de Fernando Bezerra Coelho, a oficialização da filiação está marcada para as 11h desta quarta-feira (6). O ato será realizado na presidência nacional do partido, em Brasília: edifício principal da Câmara dos Deputados, Ala B, Sala 6.

Rivalidade

A migração do PSB para o PMDB não deve se restringir a FBC, é esperado que o ministro de Minas e Energia Fernando Filho Coelho, um dos principais desafetos do PSB por estar alinhado ao governo Michel Temer (PMDB) e ter anunciado a privatização da Eletrobras e por consequência da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). O ministro foi alvo de muitas críticas por parte dos deputados federais pelo PSB, Danilo Coelho e Tadeu Alencar durante audiência pública sobre a privatização da Eletrobras. Alencar chegou a lamentar o fato do ministro ser do PSB e dizer que a discussão em defesa da Chesf não pode ser "sufocada" por questões partidárias.

O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho também deve acompanhar o pai na decisão de sair do PSB.

A possível chegada dos Coelhos no PMDB não deve interferir apenas na direção do partido e nos planos para 2018, mas também tende a causar desfiliações. Opositor ferrenho do grupo liderado pelo senador Fernando Bezerra Coelho em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, o ex-prefeito da cidade, Julio Lossio, afirmou ao LeiaJá que já não se sente mais parte integrante do PMDB e está articulando para deixar o partido.

“O PMDB é desde sua fundação uma colcha de retalhos. Contudo desde o movimento que destituiu a presidente Dilma, que particularmente considero antidemocrático, já não me sinto mais parte integrante”, declarou, ao ser questionado como avaliava a possível filiação do senador e dos filhos, Fernando e Miguel Coelho, na legenda. Sem tratar diretamente dos eventuais novos correligionários, Lossio acrescentou: “os caminhos que o PMDB toma já não mais me interessam”.

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Questionado se estava realmente firmando tratativas para migrar para o PT, o o ex-prefeito negou. “Não irei para PT. Estou conversando com pessoas de diversos partidos, mas confesso que no momento estou muito focado nas minhas atividades médicas”, observou. Depois de dois mandatos à frente da prefeitura de Petrolina, Lossio não conseguiu eleger seu sucessor na eleição em 2016 e, desde então, se dedica às atividades de médico oftalmologista. 

Mesmo sendo o aliado de primeira hora do governador Paulo Câmara (PSB), que tentará a reeleição em 2018, o PMDB pretende concorrer ao comando estadual. O anúncio foi feito pelo presidente nacional da legenda, senador Romero Jucá, depois de iniciar as tratativas pelo ingresso do clã dos Coelhos no partido. 

"O partido vai ter candidato a governador de Pernambuco", sentenciou Jucá, em entrevista a um jornal local. Ainda não se sabe, entretanto, se quem vai encabeçar a chapa é o senador Fernando Bezerra Coelho ou o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho. Os dois ainda estão no PSB, mas já ensaiam o desembarque da legenda.

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Também havia especulação de que eles, mais o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), fossem para o DEM, entretanto Jucá tratou logo de eliminar a possibilidade. "Já está martelo batido. A decisão está tomada", revelou o presidente do PMDB, descartando a filiação de algum dos Coelhos ao Democratas. 

A investida do líder do governo de Michel Temer no Senado causou reação no Congresso Nacional, já que nos bastidores, o DEM também estava se articulando para que um membro do clã, o ministro Fernando Filho, fosse o candidato do partido ao Governo de Pernambuco. "Vai ter troco", prometeu o deputado Efraim Filho, líder da bancada do Democratas na Câmara, ao saber da tratativa. Segundo ele, a relação com o PMDB, após a interferência, fica "extremamente fragilizada". O partido comanda a Câmara com o presidente Rodrigo Maia (RJ) e o ministério da Educação, com Mendonça Filho.    

Negando que esteja sendo alijado do PMDB para abrir espaço para o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), o deputado Jarbas Vasconcelos afirmou, nesta quinta-feira (31), que tem espaço na legenda peemedebista para o ainda socialista e os filhos, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, e o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho. O grupo comandado pelo senador vem ensaiando um desembarque do PSB, onde, segundo eles, “não tem mais clima”.

“Há espaço sim. Fernando é uma figura de estatura, que engrandece o Estado, e o filho, ministro de Minas e Energia, é uma grata surpresa. Articulado, competente, sabe falar, sabe dizer as coisas. Fiquei impressionado com o poder de articulação dele. Se chegam vão fortalecer o partido. Fernando Bezerra Coelho vai fazer crescer o partido e não fazer inchar”, declarou o deputado, em entrevista à Rádio Jornal. 

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Indagado se a chegada de Bezerra tiraria seu espaço no partido, Jarbas foi categórico e disse que “desgraçadamente estamos vivendo um momento de muita fofoca e confusão, isso não é bom para a vida pessoal e política”. “Existe um clima de harmonia”, sentenciou, sobre as conversas dele com Fernando Bezerra e o presidente do partido, senador Romero Jucá.

Já sobre o impacto do ingresso do clã dos Coelhos no PMDB com o governador Paulo Câmara (PSB), já que nos bastidores também é visto um clima de insatisfação de Bezerra com o governador, Jarbas observou que “política é conversa e entendimento. “Raul [Henry] vai ajudar nisso [na conversa], com certeza. Política é a arte de fazer as coisas. Não podemos é perder quadros expressivos e que possam enriquecer o nosso partido”, argumentou. 

Durante a entrevista, o deputado federal também comentou sobre uma possível reaproximação do PSB com o PT. Ele minimizou as tratativas pontuando ser uma pessoa tolerante. “O PT chegando tudo bem, o ruim era a gente chegar para o PT. Não sou uma pessoa intolerante. O PT chegando, chegou. Acho essa hipótese absurda, mas política é política. Pode acontecer. Chegando, não vou me incomodar não. O ruim era eu fazer este caminho, mas ele chegando não tenho esta intolerância não”, destacou.

Quanto a dividir um palanque com, por exemplo, o senador Humberto Costa (PT), ele disse que “não há possibilidade de eu ir me abraçar com o PT”. 

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) não tem escondido sua insatisfação com o PSB nos últimos dias e admitiu que pode deixar o partido. O pernambucano disse que a legenda pessebista está enfrentando um clima de “radicalização” e não descartou a possibilidade de buscar “novas alternativas partidárias”. Bezerra Coelho compõe a ala da sigla que apoia as ações do governo do presidente Michel Temer (PMDB) e vem declarando dissidência às determinações partidárias sobre, por exemplo, as reformas trabalhista e previdenciária.   

“Estamos enfrentando um clima de radicalização dentro do PSB, que abriu processo no conselho de ética contra 16 deputados e dois senadores, o que inegavelmente gera muito desconforto para nós”, afirmou o senador ao encerrar um giro que fez pelo Sertão de Pernambuco nessa quinta-feira (17), durante entrevistas que concedeu a blogs e rádios locais. 

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No entanto, ele fez questão de deixar claro que irá buscar o entendimento dentro da legenda à qual está filiado desde 2005. “Se este caminho não for possível, então buscaremos novas alternativas partidárias, para poder continuar realizando nosso trabalho e cumprindo os compromissos assumidos com os pernambucanos e pernambucanas ao longo destes 35 anos de vida pública”, destacou.

Nos bastidores, Fernando Bezerra Coelho é cotado para disputar o governo de Pernambuco, mas para isso ele deve deixar o PSB, já que o partido vai bancar a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). Já houve a especulação de Bezerra Coelho seguir para o DEM ou para o PMDB. 

O parlamentar percorreu 11 cidades em três dias, incluindo os municípios de Petrolina, Floresta, Belém do São Francisco, Dormentes, Orocó, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. Nas agendas, reuniões com gestores públicos, lideranças políticas e representantes de movimentos sociais, para a prestar contas do mandato e recolher demandas da sociedade. Fernando Bezerra também debateu os cenários políticos e econômicos do país e do estado.

“É fundamental olhar nos olhos das pessoas e ouvir o que elas tem a dizer. Vivemos uma crise, mas não podemos fugir da realidade. Se o momento é difícil devemos nos aproximar ainda mais da população para dialogar, buscar soluções e encontrar caminhos que possamos trilhar juntos”, disse o senador ao ponderar a necessidade da agenda pela região. 

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