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Entre as diversas mudanças que a pandemia de Covid-19 causou nas nossas vidas, a necessidade de ampliar o número de profissionais de saúde no mercado de trabalho foi decididamente uma das mais urgentes, uma vez que a demanda de doentes nos hospitais se tornou muito maior do que em tempos normais.

Com a chegada da pandemia, uma das formas encontradas pelo Governo Federal para solucionar o problema foi a edição de uma Medida Provisória, posteriormente regulamentada em portaria, permitindo antecipar a formatura de alunos de graduação matriculados no último semestre do curso com pelo menos 75% do período de internato concluído.   Desde que a medida entrou em vigor no dia 9 de abril, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), mais de 90 instituições de ensino superior possibilitaram que seus estudantes optassem pela antecipação da formatura. 

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Ao todo, 5.352 médicos, 1210 enfermeiros, 490 fisioterapeutas e 387 farmacêuticos se formaram mais cedo para auxiliar no combate à Covid-19. O Estado com mais formaturas antecipadas é Minas Gerais, com 1.103, seguido de São Paulo (952) e Rio de Janeiro (659). No Nordeste, o Ceará é o campeão com 469 estudantes. No que diz respeito à rede de ensino, 5.111 são alunos de instituições privadas e 2.328 de universidades públicas. 

Nesta terça-feira, 11 de agosto, celebra-se o Dia do Estudante, que no ano de 2020 ganha uma nova conotação diante de todos os desafios impostos pela Covid-19 aos alunos em todos os níveis de ensino. Para marcar a data, o LeiaJá publica a série de reportagens especiais “Estudante, você também é herói”, trazendo vários aspectos da rotina dos alunos durante a pandemia. Neste texto, você conhecerá as histórias de duas heroínas que anteciparam suas formaturas no curso de medicina para ajudar a enfrentar uma contagiosa e potencialmente letal, aceitando junto com suas famílias todos os riscos envolvidos nessa decisão.

O peso da responsabilidade de uma vida na sua mão

Thayse Pinheiro de Sales Croccia, de 28 anos, estava cursando o 12º semestre de medicina na Universidade de Pernambuco (UPE) quando o Governo Federal divulgou a Medida Provisória e uma primeira Portaria (posteriormente tornada sem efeito) autorizando a antecipação da colação de grau para estudantes de cursos de saúde. Repleta de anseios sobre sua formatura, com os estágios do internato paralisado e temerosa com a possibilidade de atrasar a conclusão de seu curso, Thayse viu ali uma oportunidade de, enfim, se tornar médica e exercer a sua profissão em um momento em que o País realmente estava precisando.   

“Queria poder contribuir nesse momento de dificuldades, mas ao mesmo tempo havia um medo grande, já que o começo da vida médica é sempre desafiador e nesse contexto o desafio seria ainda maior, pois estaríamos lidando com uma doença até então desconhecida e a cada semana surgiam novos dados. Além disso, o temor de contaminar a família com uma doença potencialmente letal principalmente para os mais velhos, como nossos pais e avós, sempre nos acompanhava. Nesse contexto, o apoio dos meus pais, que apesar de temerosos com a situação deixaram claro que estariam comigo independente do que eu escolhesse, foi essencial, pois me deu segurança em meio a tantas incertezas”, conta ela.

Foto: Cortesia 

Antes da pandemia e de antecipar sua formatura, Thayse explica que sua rotina era muito intensa com os últimos momentos do internato de medicina no último semestre de curso. “Eu era estagiária, estava próxima do fim da faculdade, último período. Era uma rotina de estágio de segunda a sexta, já lidava com pacientes e todos os desafios incluídos”, diz a médica. 

A primeira experiência profissional de Thayse foi e ainda é no sistema público de saúde, dando plantões em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusiva para pacientes com Covid-19. “Apesar do medo e ansiedade iniciais, eu pude aprender muito, já que os livros não ensinam a prática ainda mais nesse contexto novo. Pude ainda me sentir útil aplicando meus conhecimentos, retribuindo a formação que recebi em uma universidade do Estado e fazendo parte do SUS, que acolhe tantos brasileiros que de outra forma não teriam atendimento”, relata a jovem. 

Perguntada sobre como é o dia a dia de trabalho dentro de uma UTI COVID, onde chegam os pacientes mais graves e o risco de contaminação é o mais alto possível, Thayse relata que tudo é sempre muito intenso e as responsabilidades das decisões são muito mais pesadas do que nos estágios desenvolvidos durante o curso de medicina. “É sempre um choque sentir o peso da responsabilidade de uma vida na sua mão. Antes você treina, mas não sente o peso total em você porque a decisão final não cabe a você. Sem decisão, você não tem tanta responsabilidade. Nessa situação do coronavírus, a responsabilidade foi agravada por estarmos lidando com uma doença que não conhecíamos, que não tínhamos visto na faculdade, era nova para nós e para todos, na verdade. Estava provocando um caos em todos os aspectos na nossa sociedade. Além do medo da contaminação própria e da família, porque sair para trabalhar era não só assumir um risco, era sua família que estava com você também assumir, tanto que houve muitas pessoas que saíram de casa nesse período para proteger a família”, afirma ela.

“Eu achei e sinto que estou preparada”

Maria Eduarda Valadares Santos Lins, 25 anos, se formou pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) quando estava no 12º semestre de medicina. Atualmente, trabalha em postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Ela conta que, já no último semestre e tendo aulas a distância apenas de uma disciplina, sua turma começou a solicitar à Universidade que realizasse a antecipação. “Estávamos tendo EAD de aulas já vistas durante a faculdade e como já estávamos no final achamos que a melhor solução seria adiantar do que esperar. Não acho que interferiu no meu aprendizado de forma significativa”, conta.

Além de considerar que não haveria ônus na antecipação, Eduarda não estava satisfeita com a rotina de estudos a distância, uma vez que não gostou do formato. “Para mim foi péssimo! Achei ruim o formato de aula EAD. Alguns colegas também não estavam gostando. Mas outros gostaram de revisar os assuntos. Apesar de estar isolado em domicílio, era cansativo, até porque estávamos acostumados com o internato, onde temos contato direto com paciente e discussões presenciais. Na minha opinião, perde um pouco do aprendizado”, opina Eduarda. Questionada sobre o que lhe desagradava nas aulas remotas, a jovem listou motivos como “muita gente na sala, quando você falava outra pessoa também falava, as pessoas com câmera ligada distraiam sua atenção", entre outras questões. À

A transição de estudante para a vida profissional em meio a uma pandemia, segundo Maria Eduarda, foi difícil, pois ela faz parte do grupo de risco da doença. “Sou asmática de difícil controle e tive duas crises no início do ano, mas estava usando as medicações regularmente para não ter crises. Minha família pesou muito, mas comecei trabalhando em posto onde o risco de contaminação é menor por ser grupo de risco e recentemente estou dando plantão em emergência”, relata ela. 

Além disso, a médica explica que há outras questões além da saúde envolvidas, como o emocional e as novidades da vida de profissional formada. Apesar disso, Eduarda se sente confiante para encarar as novidades impostas pela vida profissional, mesmo em meio ao medo do desconhecido trazido pela pandemia de Covid-19. 

“Tem a insegurança e ainda mais nessa época de Covid, mas eu achei e sinto que estou preparada, pelo menos tenho conseguido lidar com a maioria das situações. Percebo como a importância do estudo continuado para relembrar das coisas e se atualizar e uso corretamente os EPIs para minha segurança e do paciente”, afirma.

Confira, abaixo, as demais matérias do especial “Estudante, você também é herói”. Nossos repórteres mostram as rotinas de alunos, da educação infantil à pós-graduação, durante a pandemia do novo coronavírus:

--> Pequenos 'grandes' estudantes e o ensino remoto

--> Isolamento social e a ansiedade na preparação para o Enem

--> A perseverança de Ana e o carinho pela pedagogia

--> Pós-graduação sofre os efeitos da Covid-19

--> O que o futuro reserva para os estudantes após a pandemia?

Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) apontou que o Brasil passou a ter mais 9.653 médicos nos cinco primeiros meses do ano. Os novos registros foram influenciados pelo crescimento da oferta de cursos e vagas de medicina nos últimos anos e também pela antecipação de formaturas para reforço de frentes contra a Covid-19.

Desde 2000, 280.948 médicos saíram das faculdades, ou seja, uma média de 14 mil ao ano. Em 2020, em cinco meses, o País formou quase 70% da média anual das quase últimas duas décadas.

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Ao todo, hoje, o Brasil conta com 523.528 médicos com registros ativos nos conselhos regionais. Desses, 422 mil (80%) têm menos de 60 anos. Portanto, estão fora a faixa etária de risco e poderiam, caso não tenham comorbidades, atuar na linha de frente do combate ao novo coronavírus.

Para o CFM, o resultado mostra um contingente significativo em "condições de engrossar" o enfrentamento à doença. O levantamento não detalhou as especialidades de cada um dos profissionais. Apesar do quantitativo, a distribuição dos profissionais pelo Brasil indica a concentração deles em grandes centros.

Os Estados que mais lidam, proporcionalmente, com mortos pelo novo coronavírus não são os que têm maior número de profissionais da medicina por habitante. É o caso, por exemplo, do Amazonas. Com 548 óbitos para cada milhão de habitantes, o Estado do Norte do País é o apenas o 23.º em total de médicos por pessoa. Há menos de dois profissionais para cada mil moradores.

No Ceará, conforme dados consolidados até a segunda-feira pelas secretarias estaduais, eram 459 mortos por milhão de habitantes. Em proporção de médicos comparados com a população, o Estado era só o 18º.

Donizetti Giamberardino, vice-presidente do CFM, afirma que as causas do desequilíbrio na distribuição de médicos pelo País são históricas e não podem ser superadas sem uma política pública consolidada para redistribuição dos profissionais.

"Temos um número suficiente de médicos no Brasil para combater essa situação. A única coisa que temos, que é uma herança pré-pandemia, é uma grande desigualdade social. Como consequência temos uma má distribuição de médicos pelo Brasil. Os médicos ainda seguem a riqueza do Brasil, isso em virtude de falta de políticas públicas efetivas de fixação", afirmou ao Estadão.

Sem adesão

A desigualdade também aparece no volume de adesões ao programa "Brasil Conta Comigo", lançado pelo Ministério da Saúde em busca de voluntários para atuação contra o novo coronavírus. Segundo o estudo do CFM, 10.588 médicos se apresentaram até o final de abril.

Mais da metade deles se voluntariaram para centros que incluem São Paulo (19,6%), Minas Gerais (12,9%), Rio Grande do Sul (10,3%), Paraná (6,5%) e Rio de Janeiro (6,2%). Para Sergipe, Tocantins, Roraima, Acre e Amapá apareceram menos de 100 voluntários em cada um desses Estados.

"Não há uma política de fixação do profissional de saúde nas regiões mais remotas do nosso Brasil. Não é com coisas voluntárias que vamos resolver a distribuição", opinou Donizete Giamberardino. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Educação (MEC) anunciou, nesta sexta-feira (5), o número de formaturas antecipadas nas universidades do país. Ao todo, foram formados 7.292 estudantes, sendo 2.219 em instituições públicas e 5.073 em particulares. Esses dados foram obtidos no painel de monitoramento das ações de combate ao novo coronavírus realizadas pelas instituições de ensino superior.

O mais novo recurso da plataforma divulga informações atualizadas das formaturas antecipadas dos cursos de medicina, enfermagem, farmácia e fisioterapia. O levantamento, localizado na aba "Colação de Grau Antecipada", mostra o quantitativo de formados por estado e município de todas as instituições de ensino superior.

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“A nova funcionalidade implementada no painel mostra à sociedade quantos novos profissionais da saúde se formaram de maneira antecipada em cada município do país. Esses profissionais estão aptos para reforçar as redes de saúde pública e privada no atendimento à população. Trata-se de mais uma medida da pasta para dar maior transparência às ações de enfrentamento ao novo coronavírus”, afirmou o secretário de Educação Superior do MEC, Wagner Vilas Boas de Souza.

O Ministério informa que, até o momento, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) formou antecipadamente o maior número de alunos entre instituições públicas do país. Foram 107 médicos e 26 enfermeiros. “Os critérios estipulados para a aceleração da formação são rígidos e permitem que o novo profissional tenha uma base sólida para atuar”, disse Natalino Filho, reitor e professor do curso de medicina da instituição ao portal do MEC.

As colações de grau antecipadas dos cursos de saúde foram uma medida autorizada pelo MEC para reforçar o quadro de profissionais da saúde no combate ao novo coronavírus. Os formados antecipadamente são aqueles que concluíram 75% do internato ou do ensino curricular obrigatório.

Diante da pandemia do novo coronavírus, a cerimônia de colação de grau da Gabrielle Burson, que se formou em Ciências da Saúde, foi cancelada. Mas seu pai, Torrence Burson, realizou o sonho da filha ao montar um palco na garagem de casa e realizar a tão sonhada formatura. 

Torrence não quis aceitar o fato de que sua filha, formada pela Universidade Xavier da Louisiana, nos Estados Unidos, ficasse sem as devidas honrarias. "Depois de todos esses anos, você vai atravessar o palco, nem que seja o meu, pois vou construir um pra você", disse o pai orgulhoso, em entrevista à Fox de Memphis.

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A celebração foi completa, com direito a decoração semelhante a formaturas tradicionais dos EUA, com hino nacional, música de abertura e discurso de formatura. E ainda contou com plateia, formada por seus vizinhos que acompanharam toda a festa. 

Mesmo que a criação do evento não tenha sido uma tarefa fácil, Torrence conta que ficou feliz por poder fazer sua filha sentir-se celebrada. “Independente do que gastamos para conseguir isso. Se eu tivesse que fazer isso de novo, provavelmente faria ainda mais”, completou.

O irmão dela fez a transmissão ao vivo do evento pelo seu facebook. Confira:

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A pandemia de Covid-19 tem forçado pessoas de todo o mundo a fazer diversas adaptações em suas rotinas e também na realização de cerimônias que celebram encerramentos de ciclos e momentos especiais. Um exemplo disso foi a formatura do Colégio Senador Renato Compañero Cayetano Memorial de Ciência e Tecnologia, em Manila, capital das Filipinas, realizada na última sexta-feira (22), utilizando robôs para representar os estudantes. 

O objetivo da inovação foi evitar aglomerações, uma vez que eram 179 formandos e no momento é necessário adotar medidas de isolamento social para conter o avanço da Covid-19 pelo mundo. Durante a cerimônia, os diplomas eram entregues a robôs que tinham tablets em que apareciam os rostos dos estudantes. 

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--> Weintraub posta números de formaturas antecipadas em saúde

Nesta quinta-feira (21), o ministro da Educação Abraham Weintraub publicou em seu Twitter o quantitativo de estudantes das áreas de saúde que tiveram a formatura antecipada em instituições públicas e privadas do país. Ao todo, foi contabilizado 5.374. 

Segundo a publicação, em relação aos estudantes do curso de medicina, foram formados antecipadamente um total de 4.356. Já em enfermagem, farmácia e fisioterapia se formaram 670, 137 e 211 respectivamente.

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“São novos profissionais na área de saúde (Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia) que podem, agora, ajudar no combate ao #covid19”, disse.

 

Setenta e cinco estudantes de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) irão colar grau nesta quarta-feira (22). Em função das medidas de isolamento social, provocado pela pandemia do novo coronavírus, os estudantes terão cerimônia realizada virtualmente, por meio de computadores e celulares. 

Vale ressaltar que a turma deveria terminar a graduação apenas no segundo semestre deste ano, mas uma portaria do Ministério da Educação (MEC) autorizou, em todo o País, a colação de grau antecipada de médicos para reforçar as equipes de saúde, desde que os alunos tenham completado pelo menos 75% do internato. 

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“Apenas um estudante irá participar presencialmente representando os futuros profissionais, além disso, o governador do estado, Paulo Câmara também estará presente virtualmente”, segundo informações da assessoria de imprensa da universidade. A UPE já realizou a colação de grau antecipada dos cursos de medicina do campus de Serra Talhada, 18 estudantes, e em Garanhuns, 38 alunos.

O Ministério da Educação autorizou as instituições do sistema federal de ensino a antecipar a colação de grau de alunos de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia para que atuem exclusivamente no combate à pandemia do novo coronavírus no País. A portaria com a decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU).

A medida tem caráter excepcional, com duração apenas no período da emergência de saúde pública relacionado à doença, e vale para os alunos regularmente matriculados no último período desses cursos, desde que tenham completado 75% da carga horária prevista para o período de internato médico ou estágio supervisionado.

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A portaria estabelece que as horas trabalhadas por esses profissionais no atendimento de pacientes de covid-19 deverão ser contabilizadas pelas faculdades para complementação da carga horária do estágio obrigatório, "para fins de obtenção do registro profissional definitivo".

"A Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS) deverá emitir certificado da participação do profissional no esforço de contenção da pandemia da covid-19, com a respectiva carga horária", diz o ato.

A atuação dos profissionais é de caráter relevante, destaca a portaria, e deverá ser bonificada, uma única vez, com o acréscimo de 10% na nota final do processo de seleção pública para o ingresso nos programas de residência.

"A emissão do registro profissional provisório desses profissionais para atuação nas ações de que trata esta portaria será disciplinada por ato próprio do Ministério da Saúde", cita a norma. A seleção e a alocação dos profissionais também serão definidas pela pasta da Saúde, "após articulação com os órgãos de saúde municipais, estaduais e distrital".

O deputado Thiago Auricchio (PL), do Grande ABC paulista, quer a antecipação da formatura dos alunos do último período dos cursos de Medicina nas universidades de São Paulo para atuarem no combate ao novo coronavírus. O parlamentar enviou o ofício ao governador João Doria (PSDB) e ao Conselho Estadual de Educação antes da publicação nesta quarta, 1.º, de um Decreto assinado pelo ministro da Educação Abraham Weintraub e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que prevê a possibilidade da antecipação da colação de grau dos futuros médicos. A MP, no entanto, condiciona a decisão a regras editadas pelos respectivos sistemas de ensino.

"Cumprimentando-o, venho respeitosamente perante Vossa Excelência requerer a adoção de providências aos órgãos competentes, em caráter de urgência e prioridade, visando a antecipação, excepcional, da colação de grau de todos os alunos do último período dos cursos de medicina das universidades do Estado que assim o requererem", diz o ofício protocolado por Auricchio na segunda, 30.

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O Conselho Estadual de Educação é um órgão normativo, deliberativo e consultivo do Sistema de Ensino do Estado de São Paulo. O seu presidente, Hubert Alquéres, considerou positiva a iniciativa do deputado. Ressaltou, porém, a importância de decisões articuladas com as autoridades.

"Vamos todos avançar de forma articulada com o Centro de Contingência do Coronavírus do Estado", disse Alquéres ao Estado. "Temos que seguir as orientações de quem tem a visão sistêmica e estratégica do que fazer. É o mais importante nesta luta."

São Paulo possui 35 universidades ou faculdades que estão jurisdicionadas ao Conselho Estadual de Educação. Entre elas estão as três universidades estaduais: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

O Conselho raramente age sem ser provocado, explica Alquéres. E lembrou que outra decisão, a de paralisar as aulas, foi tomada após articulação com o governador João Doria, com o secretário de Estado da Educação Rossieli Soares, com o Centro de Contingência do Coronavírus paulista e com o ministro da Saúde Henrique Mandetta.

O parlamentar atende a apelo feito pelos alunos da Faculdade de Medicina da Universidade Municipal de São Caetano do Sul que desejam atuar no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Até esta quinta, 2, o Brasil registrava 7.910 casos confirmados de covid-19 e 299 mortes. A taxa de letalidade era de 3,8%.

COM A PALAVRA, O GOVERNO DE SÃO PAULO

"As universidades paulistas têm autonomia em suas decisões e a competência por determinações a cursos superiores é do Ministério da Educação e órgãos de classe, como, neste caso, Conselhos Federal e Regional de Medicina."

Durante a formatura do Curso de Formação e Habilitação de Praças 2019 da Polícia Militar de Pernambuco, um formando aproveitou a oportunidade e pediu a noiva em casamento. O fato aconteceu nesta última segunda-feira (20), no Quartel do Derby, localizado na área central do Recife. “Quando eu passei na prova da PM já me veio à cabeça preparar alguma surpresa pra ela, ao longo do curso eu conversei com minha turma, que topou me ajudar”, disse o soldado Wildemberg.

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Segundo a PMPE, o casal está junto há oito anos e tinha se conhecido em uma festa que aconteceu na escola em que a noiva, identificada apenas como Izabel, estudava. Eles começaram a namorar um mês após o primeiro encontro. 

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Izabel diz que não desconfiou de nada. “Eu não esperava o pedido, ele e os amigos disfarçaram muito bem, quando vi ele se ajoelhando e pegando a aliança comecei logo a chorar. Achei a surpresa maravilhosa, me surpreendeu demais, estou muito feliz”, disse a noiva.

Como os pombinhos são naturais de Araripina, Sertão de Pernambuco, e neste início de carreira, o soldado Wildemberg vai atuar na Região Metropolitana do Recife, o casório vai ter que esperar um pouco.

 

Manifestações voltadas a favor das causas da esquerda marcaram a formatura de uma nova turma do movimento Renova BR. "Lula Livre" e "Quem mandou matar Marielle" foram alguns dos gritos dos formandos. O Renova BR foi criado para educar e lançar novos líderes políticos no Brasil. Luciano Huck, que é um dos investidores do Renova BR, foi quem comandou a formatura que aconteceu no último sábado (7). 

Nas últimas eleições, o Renova BR já conseguiu eleger lideranças como os deputados Felipe Rigoni (PSB) e Tabata Amaral (PDT), além do senador Alessandro Vieira (Cidadania). As informações foram compartilhadas pela Folha de São Paulo.

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Foi realizada no último dia 26 de abril a solenidade de formatura dos alunos do primeiro quadrimestre de 2019 do Polo Una do Projeto Escrevendo e Reescrevendo Nossa História (PERNOH), executado pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais – ADRA. Lançado em 2017 pelo Ministério Público do Trabalho PA/AP (MPT) com apoio de vários parceiros, o PERNOH já contabiliza mais de sete mil pessoas atendidas em aproximadamente nove polos no Estado do Pará.

A cerimônia do dia 26 marcou a entrega dos certificados a 767 alunos participantes do projeto, concluintes dos cursos de Informática, Cabeleireiro, Culinária, Manutenção de Celulares, Costura Industrial, Empreendedorismo, Manicure e Pedicure, Musicalização e Escola de Esportes.

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Estiveram presentes ao evento o procurador do Ministério Público do Trabalho Sandoval Silva, o diretor da Educação Adventista para os Estados do Pará, Maranhão e Amapá, Henilson Erthal, e o diretor da ADRA, Adriano Aureliano, além de representantes de entidades parceiras.

O PERNOH recebe alunos encaminhados pelo Ministério Público do Trabalho, Fasepa, Funpapa, CRAS, Conselhos Tutelares e moradores dos bairros onde há polos. Todos os cursos oferecidos são gratuitos à comunidade e visam prioritariamente promover a qualificação profissional para o mercado de trabalho, além de iniciação musical e esportes.

Lançado em 27 de março de 2017, o PERNOH possui duas vertentes: o “Escrevendo Nossa História”, direcionado ao público residente em áreas de risco ou em situação de vulnerabilidade social, com perspectiva de integração das famílias dos participantes, e o “Reescrevendo Nossa História”, direcionado a jovens e adultos egressos de medidas socioeducativas e sistema penal.

Atualmente, o projeto conta com apoio de várias instituições parceiras, porém sua execução é feita por 4 delas no Estado do Pará. A ADRA, que possui 2 polos em Belém (Una e Pratinha), 1 em Castanhal, 1 em Marituba e 1 em Jacundá; o Centro de Estudos e Memória da Juventude Amazônia – CEMJA, que possui polos em Belém nos bairros do Barreiro e Vila da Barca; a Fundação Carlos Gomes, dentro do projeto Música e Cidadania; e o Instituto Universidade Popular – UNIPOP.

Da assessoria do MPT. (Com informações de Eli Braga – Ascom PERNOH).

                       

No próximo sábado (6) será o sepultamento da menina Beatriz Angélica Mota no cemitério Memorial SAF, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Beatriz tinha 7 anos quando foi assassinada com 42 facadas durante festa de formatura em colégio do centro de Petrolina em dezembro de 2015. O crime segue sem solução.

O corpo da criança está enterrado no cemitério Lagoa da Pedra, no interior de Juazeiro, na Bahia. Ainda no último ano, o cemitério de Petrolina fez o convite à família de Beatriz para enterrar os restos mortais em Pernambuco.

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Não haverá cortejo durante a exumação na Bahia. O sepultamento será realizado às 16h30. Com a mudança, os pais terão maior facilidade para visitar o túmulo da filha. “É uma homenagem a Beatriz. Agora ela estará num melhor espaço, com segurança e que permitirá a visitação de todos. Ela nasceu em Juazeiro-BA, mas foi morta em Petrolina. Isso nunca deve ser esquecido”, resumiu o pai Sandro Romilton ao LeiaJá.

A última grande novidade do caso ocorreu em dezembro do último ano, quando a Justiça deferiu o pedido de prisão de Alisson Henrique de Carvalho Cunha, ex-funcionário do Colégio Maria Auxiliadora. Ele é acusado de ter apagado as imagens da câmera de segurança relacionadas ao assassinato. Alisson está foragido.

O caso

Beatriz foi assassinada aos sete anos com mais de 40 facadas. A garota desapareceu no dia 10 de dezembro de 2015 após ir ao bebedouro do Colégio Auxiliadora. O corpo foi encontrado pouco depois em uma sala de material esportivo desativada.

Desde então, quatro delegados já assumiram a investigação sem que fosse encontrado o autor do crime. Atualmente, a delegada Polyana Neri está exclusivamente na investigação do caso. Segundo a Polícia Civil, ela conta com apoio de quatro policiais e tem a estrutura necessária para desenvolver os trabalhos.

Ao longo dos anos, a polícia identificou dois perfis de DNA masculino, na faca e na unha da menina; divulgou um retrato falado de um suspeito de cometer o crime; apontou cinco pessoas como participantes do crime, que seriam funcionárias do colégio; e divulgou imagens e vídeos do homem que teria cometido o crime. Em coletiva de imprensa, Gleide Ângelo, na época à frente das investigações, garantiu que o homem apresentado nas imagens era o autor do crime. Mesmo com as imagens e recompensa, não se chegou ao assassino.

Fátima Bernardes está em Recife, cidade natal de Túlio Gadêlha, para o Natal, e já começou a visita com estilo! No último sábado, dia 22, a apresentadora e seu namorado marcaram presença na festa de formatura do irmão de Túlio, Ricardo Melo, que terminou seu curso de medicina e, pelo cliques, deu para ver que o casal curtiu ao máximo!

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No Instagram, Fátima compartilhou um clique super fofo ao lado do amado em que aparecem abraçadinhos e prontos para a festa. Enquanto isso, Túlio resolveu comemorar mais ainda ao publicar uma série de fotos da família na data especial. Na legenda, ele escreveu:

Minha cambada de irmãos, cunhadinhas e namorada na formatura do meu irmão Ricardo. Parabéns, Ricardinho, comemorou.

Nos comentários de ambas publicações, uma chuva de elogios foi vista. Mas não é por menos, né?

Isis dos Santos viralizou nas redes sociais após postar uma foto em seu perfil no Facebook. Na imagem, a jovem aparece amamentando sua filha Paolla, de 2 anos e meio, enquanto posa com a beca de formatura para o fotógrafo. Em pouco tempo, a publicação atingiu milhares de curtidas e compartilhamentos. Nos comentários, mulheres e homens elogiavam a coragem da moça. Recentemente, fora discutida uma lei que tinha como objetivo multar mulheres que amamentassem em público.

Até o momento em que foi feita a reportagem, a foto de Isis contava com 59 mil curtidas e 46 mil compartilhamentos, viralizando até em outras plataformas, por meios de páginas que abordam causas acerca do empoderamento feminino na sociedade. 

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A técnica em estética afirma que atualmente está cursando Biomedicina e que a ideia da foto surgiu de forma espontânea. “No momento da sessão das fotos a minha filha estava perto de mim dormindo, como ela ainda tem dois anos e meio, ainda mama, e quando ela acorda costuma pedir para mamar. Quando ela acordou e pediu para mamar o meu instinto natural foi amamentar ela. Na hora a gente não tinha pensando em tirar a foto, o fotografo estava junto e pediu para fotografar, eu deixei tirar a foto. Minha filha sempre está presente em todos os momentos da minha vida”, explica.

A moça relata que pensou em desistir do curso, pela dificuldade de conciliar estudo aos deveres de mãe, mas foi convencida a continuar por seus familiares e professores – que a apoiaram e permitiam que a jovem levasse a filha para as aulas.

Ela ainda diz que o ensaio tem um significado mais do que especial. “Essas fotos representam a superação da minha família, de todo mundo que me apoiou. Minha mãe teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) enquanto eu terminava a formação, essa época foi muito difícil para mim. Apesar de todas as dificuldades, consegui me formar, foi um presente para minha filha, para minha mãe e para todas as mulheres que as vezes não conseguem conciliar os estudos com a criação dos filhos. Acredito que toda mulher tem uma força muito grande dentro de si”, destacou.

 

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, rebateu na manhã desta sexta-feira, 17, a fala do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que o tucano não iria se opor a uma união entre PSDB e PT no segundo turno para derrotar a sua eventual ida para essa etapa da disputa pelo Palácio do Planalto. "Ele (FHC) acabou de mostrar o que sempre foi. Não foi diferente do PT. PSDB e PT são irmãos xifópagos", disse Bolsonaro, em cerimônia de formatura de sargentos da PM em São Paulo, nesta sexta-feira.

Na quinta, FHC disse em entrevista que não iria se opor a uma eventual aliança entre o PT e o PSDB no segundo turno para derrotar Bolsonaro.

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Logo após a fala, Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência, foi em linha contrária ao que disse o cacique político de seu partido, destacando que tal parceria não vai acontecer.

O evento da PM estava marcado para começar às 10 horas, mas Bolsonaro chegou bem antes, por volta das 8h30.

Em vídeo de mais de 30 minutos publicado no Facebook, o presidenciável foi bastante tietado pelos presentes.

A rede de supermercados Carrefour está selecionando estudantes universitários para o seu programa de estágio profissional. Os estudantes aprovados terão direito a uma bolsa-auxílio de R$ 1.500, assistência médica, vale-transporte, vale-lanche, cartão Carrefour Funcionário e refeição no local de trabalho. 

O contrato com a empresa terá um ano de duração e prevê a rotatividade dos estagiários por várias áreas de atuação nas unidades de São Paulo. Para participar, é necessário que os interessados estejam matriculados em cursos de graduação em administração, direito, ciências contábeis, marketing, Comunicação Social, matemática, estatística ou engenharias, com previsão de formatura entre dezembro de 2019 e julho de 2020.

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Também é necessário ter disponibilidade para trabalhar 30 horas semanais, das 9h às 16h, e é desejável o conhecimento avançado do inglês. As inscrições estão abertas e devem ser feitas até o dia 5 de agosto através do site Cia de Estágios

Os estudantes inscritos serão selecionados através da realização de testes online, testes feitos pela Companhia de Estágios e uma seleção final com o próprio Carrefour. Os estudantes aprovados começarão os estágios no mês de setembro. 

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Em julho de 2012, publiquei numa coluna um artigo intitulado “Medicina na Maurício de Nassau”. Falei da importância da abertura do novo curso, que ia ao encontro das necessidades da população brasileira, carente de médicos, bem como de um imenso contingente de jovens que sonhavam em estudar medicina, mas sobravam nos vestibulares por conta de uma concorrência brutal. Falei também do seu papel no contexto da consolidação do polo médico do Recife, onde profissionais pós-graduados, estudiosos, com excelente potencial acadêmico, ansiavam por ingressar na carreira docente, mas faltavam espaços para tal. Finalizei o artigo dizendo que iria aceitar o desafio de dirigir e dar a personalidade dessa nova faculdade.

Seis anos depois, no dia dois de julho deste ano, teve lugar no Teatro Guararapes uma bela cerimônia de colação dos primeiros 91 médicos graduados pela Uninassau. Com muito orgulho e sensação de missão cumprida, tive o privilégio de ser o paraninfo da turma. No discurso, falei na confiança que tinha no desempenho profissional e ético daqueles novos médicos, formados numa faculdade que tem um projeto pedagógico moderno, uma excelente estrutura física, um corpo docente constituído quase exclusivamente de mestres e doutores de notório saber e uma grande rede de hospitais conveniados como campo de prática.

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Ao final da minha fala, comentei que, durante anos, as entidades de classe (CFM, AMB , Conselhos Regionais e Sindicatos) prestaram um grande desserviço à população, dificultando a abertura de novos cursos de medicina. Por consequência, no início da década de 2010, veio a previsível crise de falta de médicos. Para contorná-la, o governo criou o “Programa Mais Médicos”. Todavia, nós não estávamos precisando do “Mais Médicos”. Estávamos precisando de mais médicos. O “Programa Mais Médicos”, aliás, está entre as piores das nossas malditas jabuticabas. O Brasil é a única nação civilizada do planeta onde um profissional de saúde formado em outro país recebe o direito de exercer medicina sem ter que ser aprovado em provas de revalidação do diploma. As entidades médicas, que, por mero corporativismo

mesquinho, falta de patriotismo e compromisso com a sua gente, foram contra a abertura de novos cursos, agora, sem condições morais, tiveram que baixar a cabeça e registrar como médicos profissionais sem revalidação do diploma, muitos deles despreparados para exercer medicina no Brasil.

Parabéns aos novos médicos formados pela Uninassau, com a certeza de que estão preparados para cuidar da nossa gente, com ética, competência e compromisso social.

Cláudio Lacerda – cmlacerda1@hotmail.com
Cirurgião e Professor.

A companhia de aviação Gol está recebendo inscrições para um programa de trainee voltado a pessoas formadas entre os anos de 2015 e 2017. 

A empresa não colocou as áreas de formação entre os requisitos e nem informou o salário, mas afirma que os aprovados terão direito a participação nos lucros e resultados e benefício viagem. 

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Além de ser recém-formado, é preciso ter nível avançado ou fluência em inglês e disponibilidade para residir em São Paulo (SP), trabalhando 8 horas por dia próximo ao aeroporto de Congonhas, durante os 18 meses de duração do programa de trainee.

Para se inscrever, é necessário acessar a página do programa na aba Trabalhe Conosco do site da Gol, onde é necessário criar uma conta para seguir no processo de candidatura à vaga. 

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Era pra ser apenas mais um discurso de formatura como tradicionalmente acontece durante toda colação de grau, mas a formanda Michele Alves, de 23 anos, que é filha de empregada doméstica, aproveitou o momento para fazer fortes críticas ao corpo docente e discente da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Aluna bolsista do curso de Direito, Michele foi a escolhida para discursar representando os demais bolsistas que também colavam grau. 

O discurso vem emocionando várias pessoas nas redes sociais. A sua fala foi dedicada às famílias que "a muito custo mantiveram seus filhos na universidade e aos estudantes que perderam pelo menos três horas diárias em transportes públicos”. 

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Michele começou falando sobre resistência. “Me dedico à resistência daqueles que cresceram sem privilégios, sem conforto e sem garantia de um futuro promissor. Daqueles que foram silenciados na Universidade quando pediram voz e que carregaram desde cedo o fardo do não pertencimento às classes dominantes”, disse. Michele também fez questão de relembrar a "realidade cruel que nos foi apresentada no momento em que cruzamos os portões da Bartira e da Monte Alegre", em referência à localização da PUC-SP. 

“Resistimos às piadas sobre pobres, às críticas sobre as esmolas que o governo nos dava, aos discursos reacionários da elite e a sua falaciosa meritocracia. Resistimos à falta de inglês fluente, de roupa social e linguajar rebuscado que o ambiente acadêmico nos exigia. Resistimos à falta de apoio financeiro e educacional da Fundação São Paulo, aos discursos da vitimização das minorias e à suposta autonomia do indivíduo na construção do seu próprio futuro. Resistimos também aos insultos feitos a nossa classe, aos desabafos dos colegas sobre empregadas domésticas e porteiros. Mal sabiam que esses profissionais eram, na verdade, nossos pais”, continuou.

Em entrevista ao jornal O Globo, Michelle relatou que, no terceiro dia de aula, uma professora disse a seus alunos que "não estudem Direito Civil por sinopse, porque até a filha da minha empregada que faz Direito na 'Uniesquina' estuda Direito por sinopse". Segundo a formanda, depois disso ela ligou chorando para a mãe e quase desistiu de continuar na universidade, mas a mãe conseguiu convencê-la de que ela era totalmente capaz de conquistar o diploma.  

 

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