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Neste mês de maio faz 100 anos que o longa-metragem de Charles Chaplin (1889 – 1977) “O Garoto” (1921) estreou nos cinemas. Mesmo depois de um século, a obra ainda é lembrada por críticos de cinema e amantes da 7ª Arte como um clássico.  A trama conta a história de uma mãe que abandona seu bebê por não ter condições de oferecer os cuidados necessários. O garoto é encontrado pelo icônico personagem a quem Chaplin deu vida,  Carlitos -  um homem pobre, que veste smoking e chapéu-coco - que precisa proteger a criança a todo custo. 

De acordo com o crítico de cinema e autor do livro “História do Cinema Mundial” (2020), Franthiesco Ballerini, o filme “O Garoto” é sem dúvidas uma das obras mais memoráveis de Chaplin. “O mérito [do filme] é trabalhar com aquilo que vai ser muito explorado no audiovisual no mundo inteiro: a relação de um adulto com uma criança”. Ballerini completa dizendo que a partir desta relação, existe uma química entre os dois lados e, portanto, uma força na atuação conjunta. "Isso faz esse filme ser magnífico”, afirma. 

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 “O Garoto” é um dos exemplos de como Chaplin conseguiu com Carlitos criar um personagem com elementos únicos no cinena, de acordo com Ballerini. “Ele utiliza comédia pastelão. Então o riso vem das trapalhadas físicas, com uma leve dose de ironia nos roteiros. Seus filmes mudos têm uma força no visual da interpretação corporal e facial”. Já quando os filmes são falados, a dose de ironia aumenta consideravelmente. 

Este é o caso do filme “O Grande Ditador” (1940), história que funciona como uma sátira ao governo totalitário de Adolf Hitler (1889 – 1945) durante a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). O crítico de cinema afirma que este é um dos filmes mais corajosos daquela época, muito por conta do talento de Chaplin. “Ele era um excelente ator, diretor e roteirista. Ele tinha expressão, era inteligente e sempre estava antenado com as coisas que estavam à frente de seu tempo”, aponta.

Segundo Ballerini, o trunfo da carreira de Chaplin se deu por ele ter sido um dos primeiros cineastas do ocidente a trazer um conceito rudimentar de franquia no cinema. “Ele controlava a produção, edição e a atuação. E assim pôde criar um personagem inserido nessa franquia, ou seja, explorar o mesmo personagem em produtos diferentes. Isso deu profundidade ao protagonista e gerou um aumento de público. Chaplin foi genial”, exalta. 

Por conta do trabalho do cineasta, seu legado  permanece até os dias de hoje e inúmeros longas-metragens utilizam os recursos popularizados por Chaplin, como a saga de filmes nacionais de Renato Aragão “Os Trapalhões” e “Debi & Loide – Dois Idiotas em Apuros” (1994), comédia protagonizada por Jim Carrey e Jeff Daniels. O crítico de cinema ressalta que apesar do mundo inteiro utilizar esses elementos, eles já eram existentes no teatro e na literatura, mas a aplicação bem feita dessas ferramentas de comédia junto ao sistema de franquia com o mesmo personagem de Chaplin, foram os responsáveis por garantir seu legado.

Faz quatro décadas que Bob Marley partiu, mais tempo do que a vida breve, mas potente do ícone do reggae, que morreu vítima de um câncer de pele aos 36 anos.

Embora Marley ainda viva como a voz dos espoliados, a vitalidade palpável, o espírito de protesto e o zelo moral de suas canções como "One Love", "Redemption Song" e "I Shot The Sheriff" permaneceram de uma forma poucas vezes vista na música popular.

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Seus ricos hinos de paz e luta, esperança e descontentamento ainda reverberam em todo o mundo, especialmente em sua Jamaica natal, um pequeno país cuja rica cultura seu filho mais ilustre popularizou em nível internacional.

"Costuma-se dizer que as estrelas mais brilhantes às vezes não duram muito e, de muitas formas, Bob Marley foi nossa estrela mais brilhante; ele realizou muito em um curto período de tempo", disse Judy Mowatt, membro original do influente trio vocal I-Threes, que acompanhava Marley.

"Olhando para trás, eu acho que de muitas formas ele estava à frente de seu tempo", diz Mowatt à AFP.

"Suas palavras foram proféticas - ele acreditava em tudo o que cantava, não eram apenas letra e música".

'O dinheiro não pode comprar a vida' 

Marley foi diagnosticado com melanoma acrolentiginoso em 1977, descoberto inicialmente debaixo de uma unha do pé, quando ele sofreu uma lesão enquanto jogava futebol.

Ele contrariou as recomendações médicas de amputar o dedo acometido, um procedimento que violaria sua firme fé rastafári.

Em viagem a Nova York em 1980 para se apresentar em dois shows no Madison Square Garden, Marley desmaiou praticando corrida no Central Park. Ele foi levado às pressas ao hospital, onde os médicos descobriram que o câncer tinha se espalhado para seu cérebro, pulmões e fígado.

Marley se apresentou no que seria seu último show em Pittsburgh em 23 de setembro de 1980. Pouco depois, ele interrompeu a turnê e durante meses se submeteu sem sucesso a um tratamento alternativo contra o câncer na Alemanha.

A caminho da Jamaica para receber um dos prêmios mais prestigiosos de seu país, a Ordem do Mérito, seu estado de saúde piorou. Ele pousou em Miami para receber atendimento de emergência.

"O dinheiro não pode comprar a vida", teria dito ao filho Ziggy do leito do hospital antes de sua morte em 11 de maio de 1981.

Os Wailers, reunidos 

O momento em que soube da morte de Marley marcou Mowatt.

"Era uma segunda de manhã, eu estava sentada na varanda como estou agora, e recebi o telefonema com a notícia do falecimento de Bob", contou ela. "Senti uma dor profunda. Todos aqueles anos em que trabalhamos juntos tinham chegado a um fim e aquilo me abalou".

"Bob tinha partido para sempre".

Marley teve funeral de Estado na Jamaica em 21 de maio de 1981, que combinou elementos da tradição rastafári e dos ortodoxos etíopes. Ele foi enaltecido pelo ex-primeiro-ministro Edward Seaga e sepultado com sua guitarra em uma capela perto do local onde nasceu.

Este 40º aniversário de sua morte é particularmente comovente, pois este ano morreu o último membro vivo dos Wailers originais, Bunny.

"Este é o primeiro ano em que estamos lembrando o aniversário da passagem de Bob em 1981 no contexto da partida dos três Wailers, Peter (Tosh) que partiu em 1987, e Bunny que sobreviveu aos dois por 40 e 33 anos, respectivamente, fazendo a passagem aqui em 2021", disse Maxine Stowe, empresário de longa data de Bunny Wailer.

Os Wailers "agora estão reunidos em um outro plano da existência", disse Stowe.

O grupo ajudou a transformar o reggae nos anos 1960 em um fenômeno global de impacto inédito.

O gênero, que emergiu do ska e do rocksteady jamaicanos, também derivado do jazz e do blues americanos, influenciaram um número incontável de artistas e inspirou muitos novos estilos musicais, como o reggaeton, o dub e o dancehall.

O estilo é frequentemente enaltecido como a música dos oprimidos, com letras que abordam temas sociopolíticos.

A segunda-feira de Carnaval guarda espaço para um dos eventos mais tradicionais da folia recifense: a Noite dos Tambores Silenciosos. É quando diversas nações de maracatu de baque virado se encontram no Pátio do Terço, localizado no Bairro de São José, região central da cidade, para uma celebração que mistura os batuques profanos aos toques sagrados da religião de matriz africana. O momento homenageia a ancestralidade negra e funciona também como uma prece às suas divindades para que o Carnaval seja de alegria e de paz.

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Mundialmente famosa, a Noite dos Tambores Silenciosos atrai turistas de toda a parte além dos brincantes de maracatu do Recife. A festa foi idealizada na década de 1960, por uma mulher, Maria de Lourdes Silva, mais conhecida como  Badia. Neta de escravos, ela foi moradora do Pátio do Terço até o fim de sua vida e partiu dela a ideia de lembrar os negros escravizados - muitos que passaram por aquele lugar na rota do comércio escravagista -, que morreram sem conhecer o Carnaval. 

A ideia de Badia ganhou corpo com a ajuda de dois homens, o jornalista Paulo Viana, e o advogado Edvaldo Ramos. A princípio, o evento era encenado pelo grupo de teatro Equipe, no chão, à porta da Igreja do Terço, e não tinha o caráter religioso que possui hoje. Mas com o crescimento da festa e o forte potencial turístico visto nela, sua dinâmica foi mudando ao longo dos anos. “Foi criando curiosidade e um pouco de interesse porque onde rola dinheiro você sabe que as coisas se expandem. Tanto é que teve um ano que a prefeitura botou arquibancadas no Pátio e ficou estreito para os maracatus se apresentarem. Mas, também, só foi esse ano porque eles viram que nem deu lucro e nem deu certo mesmo”, relembra Maria Lúcia Soares dos Santos, filha de criação de Badia. 

Dona Lúcia mantém viva a memória da mãe. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Atualmente, Dona Maria Lúcia, de 72 anos, continua morando na casa que foi da mãe, dando continuidade ao seu legado. A herança vem de longe. Badia também foi criada, naquele mesmo endereço, por outras duas mulheres negras, conhecidas como Tias do Axé: “duas irmãs a qual a mãe veio da África fugida no porão de um navio”. Elas não tiveram filhos e acabaram assumindo a criação de Badia após a partida de sua mãe biológica: “Quando a mãe de Badia morreu, Sinhá assumiu Badia e Iaiá ficou como tia e fizeram uma outra família”. Todas elas sobreviviam lavando roupa e jogando búzios, aliás, a casa também tinha espaço para a adoração de orixás uma vez por ano apenas, no mês de outubro.

Badia também costurava e era responsável por vestir grande parte das agremiações carnavalescas do Bairro de São José. “Todo ano nascia uma e de todas elas, ela foi madrinha”, diz Lúcia. Sua dedicação e apreço pela folia momesca, inclusive, lhe rendeu o título de Dama do Carnaval, e ela chegou a ser a homenageada do Carnaval do Recife em 1985. Além de ter idealizado a Noite dos Tambores Silenciosos, Badia também teve participação na fundação do Galo da Madrugada e fundou a troça Coroas de São José, na qual desfilava nas quintas-feiras pré-carnavalescas a bordo de um jipe. Hoje, nas tais quintas, o Pátio do Terço recebe o Baile Perfumado, prévia criada em sua homenagem.

O apreço de Badia pelo Carnaval ficou perpetuado em toda a família. No período, Dona Lúcia costuma receber em sua casa turistas que buscam conhecer melhor a história de sua mãe e também os brincantes que precisam de apoio. “A casa aqui é aberta o Carnaval todo. Todos os maracatus entram aqui pra ir no banheiro, trocar a roupa. Abro a porta de muita boa vontade, se der pra dar um lanche eu dou, e tô aqui. Quando a prefeitura precisa de mim estou presente, não cobro nada, mas também não ganho nada”.

A casa de Badia, construída por escravos, é tombada pelo IPHAN. Foto Arthur Souza/LeiaJàImagens

A filha de Badia lamenta o descaso e o esquecimento com os quais a história de sua mãe é tratada. A casa em que mora com o marido e o filho, Leandro Soares, é a única a servir, ainda, como residência no Pátio, tomado pelo comércio. Tombado em 2014 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial brasileiro, o imóvel - construído por escravos - precisa de reparos específicos tanto por sua estrutura muito antiga quanto pelo tombamento que impede que os proprietários mexam nela. 

Segundo Lúcia, o telhado acometido por uma praga de cupins precisa ser restaurado mas ela não consegue ajuda nem autorização necessárias para trocá-lo. “Tenho três ofícios pedindo socorro à prefeitura. Quando eu comecei a ‘bulir’ na casa veio um cidadão que tem interesse na (compra da) casa e me denunciou que estava modificando a casa,  aí veio a Fundarpe. Eu fui lá na Fundarpe, mostrei os ofícios e nada. Se eu não tenho conhecimento e não sei falar, eu não tava aqui não, tava embaixo do viaduto. Desde que Badia morreu em 1991 que peço socorro e nunca fui socorrida”.

Para manter a casa, Lúcia e a família tocam um restaurante, que funciona de segunda a sábado vendendo almoço comercial. Leandro complementa a renda vendendo galeto. Sem ajuda externa, os três se esforçam tanto para sustentar o imóvel em pé quanto para manter viva a memória de Badia. “O espaço é rico, essa casa foi a primeira casa construída em Pernambuco, ela tem mais de 200 anos. Só que o tempo foi passando e a cultura foi enriquecendo, mas ainda não está no nível que a gente espera. Deve ser o desinteresse, falta de cultura”, lamenta Leandro.

Memória de Badia

Dona Lúcia e o filho Leandro mantém a casa com a renda do restaurante. Foto Arthur Souza/LeiaJáImagens

A herdeira de Badia ainda sonha em transformar a casa da Dama do Carnaval em um ponto de referência da cultura negra em Pernambuco. Entre os projetos, estão a abertura de um memorial, um espaço cultural e de formação, com cursos de culinária e cabelo afro, e um restaurante afro. Leandro diz que todos os planos estão “no papel mas não tem o interesse de autoridades, de chegar junto com patrocínio”.

Já Lúcia, segue confiando em sua fé nos orixás e no esforço da sua família para concretizar os sonhos. “Tudo que eu sei hoje em dia eu aprendi com ela. As lembranças, muitas estão nessa casa, eu tô aqui lutando pra sobreviver, zelar pela casa e pelo nome dela e das velhas (Sinhá e Iaiá) também que partiram. Antes de morrer eu quero deixar aqui um restaurante afro, pra ficar uma lembrança firme dela e da família dela”.

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O ex-deputado federal Carlos Eduardo Cadoca, 80 anos, morreu neste domingo (13), no Recife, após diagnóstico de Covid-19. Uma das figuras políticas mais importantes de Pernambuco, Cadoca deixa a esposa, Berenice Andrade Lima, e quatro filhos. Políticos compartilharam mensagens que exaltam a atuação pública e o legado do parlamentar.

Para o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, Cadoca teve importantes atuações em prol do Estado. “Pernambuco perdeu na madrugada deste domingo, vítima da Covid-19, o ex-deputado federal Carlos Eduardo Cadoca. Vereador, deputado estadual e deputado federal, Cadoca iniciou sua vida política no movimento estudantil nos anos 60. Além da atividade parlamentar, ele se destacou como secretário nas gestões de Jarbas Vasconcelos na Prefeitura do Recife e no Governo do Estado. Expresso aqui meu pesar à sua esposa Berenice, aos filhos e a todos os parentes e amigos”, escreveu o governador.

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O deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) também lamentou a morte de Carlos Eduardo Cadoca. "É com tristeza que Pernambuco perde Cadoca. Homem público com longos serviços prestados ao nosso estado. Meus sentimentos para toda a sua família. Disputei minha primeira eleição para vereador em 2004 apoiando Cadoca, quando ele foi candidato a prefeito. Desde então nos aproximamos. Desejo força e manifesto minha solidariedade para a família de Cadoca nesse momento", falou Coelho.

Eduardo da Fonte, presidente do Partido Progressistas e deputado federal, destacou a forma como Cadoca valorizava a cultura. “Com exemplar vida política, Cadoca deixa como legado a valorização da cultura e do turismo de Pernambucano, além da defesa da democracia, tão característica do parlamentar. Que Deus o receba ao seu lado e conforte a esposa Berenice, os quatro filhos e todos os familiares e amigos”, declarou.

Parceiro político e amigo de Carlos Eduardo por mais de 40 anos, o ex-prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos, nas redes sociais, expressou palavras de tristeza pela morte do companheiro. “Tempos tristes. É difícil a missão de expressar a tristeza e o sentimento de perda quando um amigo se vai. Por mais esforço que façamos, as palavras nunca serão suficientes para dar a real dimensão da dor da ausência. É assim que me sinto ao saber do desaparecimento do amigo e companheiro Cadoca, que nos deixou depois de uma luta árdua pela vida”, disse Vasconcelos.

“Cadoca deixa um legado de amizades fraternas e uma marca de político e gestor sério e virtuoso. Caminhamos juntos por mais 40 anos. Mais do que parceiro de trabalho na vida pública, ele foi um grande e leal amigo. Um amigo como poucos. Construímos muitas coisas juntos. Vivenciamos e superamos também juntos muitos desafios. Acompanhei de perto sua caminhada, assim como ele a minha. E tudo isso foi um grande privilégio para mim. A vida, entre outras coisas, nos dá a oportunidade de encontros. E sou extremamente grato por ter tido meu encontro com Cadoca. Por ter estado ao lado dele e ter tido a sua amizade durante todos esses anos. Você já está fazendo muita falta! Abraço especial a Berenice e filhos, neste momento de dor e saudade”, concluiu Jarbas.

Prefeito de Olinda, Professor Lupérciou lamentou a morte de Cadoca: "Foi com profunda tristeza que recebi a notícia do falecimento do ex-deputado federal Cadoca. Conhecido pela forte dedicação pelo nosso estado, seja na Câmara Federal, na Assembleia Legislativa ou nas secretarias do Governo de Pernambuco e da Prefeitura do Recife, ele deixa um legado repleto de contribuições para a população. Como companheiro de partido, Cadoca também nos deixa um grande exemplo de um político disposto a trabalhar pelas pessoas. Que Deus conforte todos os familiares e amigos neste momento tão difícil".

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Movimento República de Emaús teve início em 1970, em Belém, depois que o padre Bruno Sechi chegou à cidade, procedente da Sardenha, Itália. Salesiano de Dom Bosco, padre Bruno trabalhava com jovens da periferia da Itália e assumiu a missão de desenvolver ações em prol da juventude da capital paraense. Em 29 de maio, Padre Bruno morreu, aos 80 anos. O legado ficou.

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Em Belém, Padre Bruno organizou uma missa da juventude. Convidava músicos jovens para tocar e depois reunia todos para debater o Evangelho e assuntos da época. O jovens eram dos bairros da Pedreira e Sacramenta. A partir das reflexões do Evangelho, os jovens se inquietaram e decidiram sair da reflexão e passar para a ação.

Segundo Georgina Kalife, pedagoga efetiva de Emaús, essa ação consistia em colocar em prática o Evangelho, buscando o próximo. “Os jovens mais maduros saíam à noite em ronda pela cidade, principalmente na área do Ver-o-Peso, Presidente Vargas, para ver as pessoas que estavam na rua”, contou.

O movimento ganhou uma casa atrás da arcebispado, cedido pelo bispo da época, Dom Alberto Gaudêncio Ramos, e ali foi construído o Espaço do Pequeno Vendedor, que foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1970. “Nós, jovens daquela época, íamos pela feira, pelo comércio fazendo abordagem, conversando com as crianças, com os adolescentes e convidando para o almoço. Na época eram 0,20 centavos, um preço simbólico, porque uma das características do movimento sempre foi não ser um trabalho assistencialista, mas ser um trabalho de inclusão e participação do próprio sujeito", destacou Georgina.

Segundo a pedagoga, os meninos tinham que se sentir dignos comprando o seu almoço. "Eles não iam lá para pegar uma esmola. Nós fazíamos um momento de convivência e após o almoço tinha reunião, tinha reflexão e partir disso foi se formando cooperativa a partir das atividades que eles desenvolviam na rua”, contou Georgina.

A partir dos trabalhos desenvolvidos pelas crianças e adolescentes foram organizadas cooperativas por voluntários do movimento. O objetivo era orientar contra a exploração dos meninos, que trabalhavam como jornaleiros, engraxates, sacoleiros, picolezeiros.

Segundo Georgina, que trabalhou desde o início do movimento, a importância do Padre Bruno foi fundamental. "Sua visão em relação ao trabalho era a humanização, acreditando que poderia fazer uma sociedade mais justa", disse.

A pedagoga diz que o padre tinha uma característica que era muito própria: convencer as pessoas. “Quando ele falava, seus olhos brilhavam e ele arrastava pelo exemplo. Ele não era só de falar, ele fazia. Então uma das coisas que era muito importante nessa situação toda de motivação era quando ele começava a falar da situação de injustiça, situação de opressão, e de que não era isso que Cristo tinha vindo anunciar. A questão da perspectiva do reino dos céus, que é uma sociedade plena, essa era a motivação principal”, relatou Georgina.

Com o conhecimento que tinha, Padre Bruno conseguiu montar o projeto da Campanha de Emaús, a grade coleta de móveis e eletrodomésticos para a oficina de reforma do Movimento. “Quando ele lançou essa campanha, ele conseguiu envolver grande parte da sociedade local. As pessoas se comprometiam a ficar horas e horas trabalhando com ele, planejando, fazendo contatos para conseguir fazer os roteiros. Era um trabalho de liderança, ele vivia pensando exatamente nesse aspecto da inclusão”, disse.

O dia da campanha entrou para a cultura de Belém. Uma vez por ano, num domingo, caminhões recolhem o material oferecido pelos moradores do centro e da periferia para a oficina. Reformados, os objetos são vendidos e o dinheiro é no trabalho em prol de crianças e jovens atendidos: creches, escolas, atividades lúdicas.

A República de Emaús promove a socialização por meio de musicalização, teatro e do Projeto Adolescente Aprendiz, para jovens em situação de vulnerabilidade. O espaço, hoje, fica no bairro no Bengui. “Nós chamamos de socialização e que dá uma certa continuidade do trabalho que se originou lá no Ver-o-Peso, com os meninos trabalhadores de rua. Hoje não tem mais essa característica de pegar os meninos da feira que tinha no Ver-o-Peso, em São Brás. Hoje se concentra uma grande parte aqui no Bengui, que é uma situação de exclusão que as crianças vivem, por falta de espaço para brincar, falta de moradia, os pais com subemprego. A situação de risco e vulnerabilidade desses jovens é muito grande”, contou.

A outra frente de Emaús é a defesa dos direitos que funciona no Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), criado pelo Movimento. A grande coleta de Emaús concorre para esse trabalho de sensibilização da sociedade. "Anualmente, quando a campanha é lançada, tem sempre uma carta; essa carta tem um tema escolhido em assembleia geral pelos grupos dos meninos, os grupos das crianças", explicou Georgina.

Há um outro lado que a República também trabalha, que é a participação nos conselhos de direitos das crianças e dos adolescentes. “Nós temos participação direta na elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com o movimento nacional de meninos e meninas de rua. Então essa questão do protagonismo das crianças e dos adolescentes é uma bandeira que a gente também defende, que faz com que os meninos se empoderem nessa perspectiva de lutar pelos seus direitos”, finalizou Georgina.

Clique aqui para contribuir com o trabalho de Emaús.

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Padre Bruno vive na luta por justiça e amor ao próximo

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Em carta direcionada à Executiva do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que será lida neste sábado (26), durante reunião da legenda, o deputado federal Jean Wyllys (Psol) disse ter consciência do legado que deixou ao país, mas que com “profundo pesar” não tomaria posse para o cargo no qual foi reeleito porque chegou ao seu limite. 

“Tenho consciência do legado que estou deixando ao partido e ao Brasil, especialmente no que diz respeito às chamadas “pautas identitárias” (na verdade, as reivindicações de minorias sociais, sexuais e étnicas por cidadania plena e estima social) e de vanguarda, que estão contidas nos projetos que apresentei e nas bandeiras que defendo. Conto com vocês para darem continuidade a essa luta no Parlamento”, ressaltou. 

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O deputado também falou que sua vida estava “pela metade” por conta das difamações e ameaças de morte que, segundo ele, foram intensificadas nos últimos três anos. 

No texto, entre outros pontos, o psolista expôs que não podia fazer coisas simples e que, praticamente, só saia de casa para cumprir agendas de trabalho. Ele disse que se sentia “constrangido” por ter que ir escoltado pela polícia a festas e praias, por exemplo. “Aos amigos, costumava dizer que estava em cárcere privado ou prisão domiciliar sem ter cometido nenhum crime”. 

“Esta semana, em que tive convicção de que não poderia – para minha saúde física e emocional e de minha família – continuar a viver de maneira precária e pela metade, foi a semana em que notícias começaram a desnudar o planejamento cruel e inaceitável da brutal execução de nossa companheira e minha amiga Marielle Franco. Vejam, companheiras e companheiros, estamos falando de sicários que vivem no Rio de Janeiro, estado onde moro, que assassinaram uma companheira de lutas, e que mantém ligações estreitas com pessoas que se opõem publicamente às minhas bandeiras e até mesmo à própria existência de pessoas LGBT”, acrescentou.

O parlamentar ainda ressaltou que “o Brasil nunca foi terra segura para LGBTs nem para os defensores de direitos humanos, e agora o cenário piorou muito. Quero reencontrar a tranquilidade que está numa vida sem as palavras medo, risco, ameaça, calúnias, insultos, insegurança. Redescobri essa vida no recesso parlamentar, fora do país. E estou certo de preciso disso por mais tempo, para continuar vivo e me fortalecer”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai completar nove meses preso na próxima segunda-feira (7), não quer enfrentar o governo Bolsonaro. De acordo com a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, que visitou o líder petista mais uma vez nessa quinta (3), Lula teria dito que a legenda não deve bater boca e, sim, mostrar o legado construído. A ex-presidente Dilma Rousseff também participou da visita, mas não falou com a imprensa.   

"O que nós temos que fazer não é comprar brigas, bater boca e, sim, defender os direitos do povo. Falar do nosso legado, do que construímos nesses 13 anos no Brasil e mostrar com dados concretos o que precisa ser feito para melhorar a vida da população", disse a senadora.   

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Gleisi também comentou a declaração de Bolsonaro sobre “livrar o país do socialismo", no discurso de posse. “Isso tudo é retórica e discurso de palanque, quero saber como eles vão governar para o povo brasileiro. O que eles têm que dizer é quais são as medidas que serão feitas para gerar emprego e melhorar a renda do povo brasileiro", respondeu.   

A senadora ainda criticou o reajuste do salário mínimo, que ficou abaixo do esperado. Ela afirmou que essa é uma das questões mais preocupantes. “Se tinha uma oportunidade de fato de dar o aumento que estava no orçamento e houve um recuo. Depois, a medida provisória sobre a reestruturação administrativa”. 

Senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR) disse que o presidente Michel Temer (MDB) e o eleito Jair Bolsonaro (PSL) não se interessaram por programas sociais implementados pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT. Na ótica de Gleisi, eles querem “destruir o legado do PT”.

Listando iniciativas como o Mais Médicos, Minha Casa, Minha Vida e a Transposição do Rio São Francisco, a senadora fez críticas a atuação de Temer e questionou Bolsonaro sobre o que ele pretende fazer para a continuidade dessas medidas.

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“Nós tínhamos um projeto para a construção civil, que eram as obras públicas, as grandes obras, a construção de moradias, através do Minha Casa, Minha Vida. Pois bem. O que fez o Governo Temer? Estagnou. Desde o golpe, a partir de 2015, a construção civil vem retraindo… Vejam o quanto nós retrocedemos! Quantos empregos foram jogados fora por não haver um compromisso com os investimentos em obras importantes. As obras do Governo Federal estão paradas. Temos obras sendo depreciadas de novo, que, quando forem retomadas – e se forem retomadas –, já não têm mais as condições estruturais”, afirmou a petista.

“Pararam o Minha Casa, Minha Vida. Então, o Governo Temer paralisou, colocou no chão. Qual é a proposta de Bolsonaro para a construção civil? Nenhuma. ‘Niente’. Não vi até agora ninguém falar sobre isso, nem o Presidente, nem ninguém da equipe dele. O Minha Casa, Minha Vida anda pelas tabelas”, acrescentou a parlamentar.

Gleisi também falou que o número de passageiros atendidos pelas empresas brasileiras de aviação comercial despencou e chegou ao patamar do início da década. Segundo ela, o mercado doméstico cresceu até 2014, mas a recessão no país, iniciada no governo Dilma Rousseff, chegou a causar queda de 17% em um ano no número de passageiros que pagam por seus bilhetes, entre 2015 e 2016. A conclusão foi depurada no banco de dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

“O presidente Lula sempre que fazia um discurso sobre renda costumava dar um dos exemplos dos aeroportos lotados. Ainda que as passagens não estivessem tão baratas, e elas baratearam por conta da concorrência, havia renda para as pessoas comprarem passagem de avião. Hoje a gente tem uma redução no número de demandas por voo. O pobre não está mais andando de avião, porque o pobre não tem mais renda, está desempregado”, lamentou a senadora.

A senadora ainda lembrou da saída de Cuba do Mais Médicos após declarações de Jair Bolsonaro (PSL). “De tanto que ele fez, pintou e bordou, xingou, foi desrespeitoso com Cuba e com os médicos cubanos, que os médicos cubanos foram embora. Quero saber o que Jair Bolsonaro vai fazer?”, questionou.

O deputado federal eleito mais votado da história de Pernambuco, João Campos (PSB), nem iniciou o primeiro mandato em um cargo público e já há especulações de que seja o candidato a prefeito do Recife em 2020. Deixando de lado as apostas futuras, o pessebista se mostra orgulhoso e disposto diante do resultado obtido na eleição deste ano. Em entrevista concedida ao LeiaJá, João diz que sabe da responsabilidade que carrega.

“O sentimento é um misto de emoção, alegria e de uma responsabilidade. Eu tenho noção da responsabilidade do que significa isso no momento em que a política é rejeitada em vários cantos do nosso país, mas a gente tendo feito uma campanha muito verdadeira na rua”, ressaltou.

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João Campos garantiu que vai honrar o legado do seu pai, o ex-governador Eduardo Campos. “Vou estar trabalhando e vou honrar o legado do meu pai. Vou estar trabalhando pelo povo e honrando o legado de dois grandes homens: Miguel Arraes e Eduardo Campos”, reiterou. 

O pessebista falou que está ciente de que terá que abrir mão em muitos momentos da vida pessoal ao entrar na política. “Quando a gente faz a decisão de fazer parte da vida pública e o povo respalda essa decisão, a gente tem que saber que a nossa vida vai ser toda dedicada a isso e a abrir mão da vida pessoal, abrir mão da família muitas vezes para estar trabalhando pelo povo”. 

“Estarei defendendo a participação dos jovens e das pessoas de forma geral na política. A gente ter uma votação dessa só aumenta a nossa responsabilidade e o nosso compromisso. Toda essa confiança que foi recebida só há uma forma de retribuir: trabalhando todos os dias pelo povo de Pernambuco”, concluiu. 

João Campos já foi chefe de gabinete de Paulo Câmara e o próprio não negou a possibilidade de não assumir o mandato na Câmara dos Deputados para assumir alguma secretaria estadual. Ventila-se que ele possa ser titular da pasta das Cidades ou Turismo. O governadorjá adiantou que deve fechar as articulações com os partidos aliados e concluir a montagem do novo primeiro escalão até o final do mês.

  Há 106 anos, em Exú, município de Pernambuco, nascia Luiz Gonzaga do Nascimento, filho de Ana Batista de Jesus (Dona Santana) e Januário José dos Santos. Desde muito cedo, o talento do garoto para a música ficou claro: aos 8 anos, começou a tocar em feiras e festas, seguindo caminho do pai, mestre da sanfona de oito baixos.

A vida de Luiz Gonzaga deu uma guinada quando ele fugiu de casa aos 18 anos, após uma surra dada pela mãe por conta de uma confusão envolvendo sua paixão, a jovem Nazarena. Gonzaga ameaçou o pai da garota com uma faca, pois ele não queria que a filha se envolvesse com aquele jovem.

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No Ceará, se alistou no Exército, e no período pôde se dedicar ao estudo do instrumento que o imortalizaria, a sanfona. Foi nessa época que Gonzaga aprendeu a tocar a sanfona de 120 baixos, adquirindo uma. Depois de pedir dispensa, o músico passou a ganhar a vida tocando na zona portuária do Rio de Janeiro ritmos como Polca, valsa e foxtrot, muito apreciados na época.

Num episódio que marcou a vida do Rei do Baião, ele é interpelado por estudantes cearenses em um show, e eles questionam porque Gonzaga não tocava as música do 'Norte', sua terra natal. A provocação o instiga a reviver os ritmos da infância, mergulhando na temática e na sonoridade do Sertão.

A mudança foi fundamental para que Luiz Gonzaga virasse um fenômeno. Sua sanfona e seu baião mudaram o cenário não só musical, mas social do Brasil. Antes do Rei do Baião, não havia uma identidade nordestina para o país. Acima da Bahia, era tudo considerado genericamente de Norte.

Gonzaga mudou a paisagem musical e identitária do país. A seu modo, 'inventou' o Nordeste, fornecendo à Região uma identidade musical, visual e social. Seja encarnando um cangaceiro, seja com o visual de vaqueiro, que eternizou como 'a cara' do Nordeste.

Toda a história, a obra, os parceiros e o legado de Luiz Gonzaga estão no hotsite especial do LeiaJá 'Luiz Gonzaga, o Inventor do Nordeste'. Clique aqui e viaje pela história de um dos mais importantes brasileiros do último século.

Dia 30 de outubro de 1988, circuito de Suzuka. Ayrton Senna tem a sua McLaren mais uma vez posicionada na ponta do grid de largada, mas vê o motor do carro apagar e cai logo de cara para a 14ª posição. O que se desenhava como uma decepção, porém, foi transformado pelo brasileiro em uma grande corrida de recuperação e, já na 27ª volta das 51 daquele GP do Japão, ultrapassou o rival e companheiro de equipe, Alain Prost, para assumir a liderança e não mais perdê-la até a bandeirada final. A heroica vitória garantiu ao saudoso ídolo o primeiro dos seus três títulos na Fórmula 1.

Trinta anos depois daquela emblemática conquista, a família Senna ainda exalta o grande legado deixado pelo piloto, morto de forma trágica em 1994 no GP de San Marino, dentro e fora das pistas. E a própria imagem inabalável de Ayrton, sempre atrelada a uma lembrança de quem se consagrou como um dos maiores nomes da história do automobilismo e do esporte mundial, continua colhendo frutos.

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À reportagem do Estado, a irmã de Ayrton, Viviane Senna, qualificou a entidade que leva o nome do piloto e é presidida por ela como o maior presente para as gerações futuras que se inspiraram nos feitos do herói. Entre outras coisas, Viviane também lembrou com saudade daquela conquista emblemática que completa 30 anos nesta terça-feira. Confira na entrevista a seguir:

Como irmã do Ayrton, que viveu intensamente e de maneira próxima aquela conquista de 1988, quais são as principais lembranças que a senhora destacaria daquele título?

 

Eu lembro que o Ayrton viveu intensamente aquela temporada do primeiro título dele na Fórmula 1. As vitórias foram muito marcantes, principalmente a última em Suzuka, quando ele precisou ultrapassar mais da metade dos adversários após o problema que teve na largada do GP do Japão. Ele não desistiu, ultrapassou um por um, até superar o Alain Prost e vencer. Essa perseverança sempre foi algo muito marcante nas conquistas do Ayrton.

O Senna era uma pessoa muito humana e se tornou um grande ídolo que passou a ser venerado pelo público do Japão, que é apaixonado pelo automobilismo. O fato de ter conquistado o primeiro título da F-1 lá foi algo especial para a família?

O Ayrton sempre teve um carinho muito grandes dos fãs japoneses. Ele é considerado no Japão como um herói, como um samurai. A McLaren era equipada pelos motores Honda entre 1988 e 1992, então haviam muitos japoneses trabalhando na equipe e o público torcia realmente por ele. As conquistas do Senna foram importantes para que ele se tornasse tão especial para japoneses e a própria personalidade do Ayrton tinha relação com eles, já que o Ayrton sempre foi bastante profissional, dedicado, respeitoso e atencioso com todos. Com certeza foi um ótimo palco para o primeiro título mundial dele.

Ao rever as imagens daquela conquista de 1988, 30 anos depois, a senhora ainda se emociona? Nestas datas comemorativas de feitos do Ayrton, fica ainda mais difícil lidar com a ausência dele?

Trabalhar com o legado do Ayrton é sempre emocionante. As conquistas nas pistas e fora delas marcaram nossa família e todos os brasileiros. A saudade sempre estará presente em todos nós, então essas datas especiais de títulos, vitórias e outras conquistas ajudam a trazer de volta estas ótimas memórias.

Há alguma história curiosa ou fatos marcantes que a senhora possa destacar daquela conquista do Ayrton em 1988? A senhora lembra quais foram as primeiras palavras que ele lhe disse depois daquele título?

Uma história curiosa de 1988 aconteceu no treino classificatório do GP de Mônaco. Ele superou o Alain Prost por quase um segundo e meio no treino classificatório, uma eternidade na Fórmula 1. Nesse dia ele disse ter se sentido muito perto do limite, como se estivesse pilotando em outra dimensão. Ele falou que tinha atingido o máximo que podia com o carro e que nunca mais teve aquela sensação.

Trinta anos após aquele título e 24 anos após a morte do Ayrton, a condição de grande ídolo na história do esporte segue sendo uma grande referência de história de sucesso. Como a senhora poderia qualificar este legado imenso que ele deixou como pessoa e como piloto para as gerações que vieram depois?

O Ayrton nunca se conformou com a realidade de falta de oportunidades que assola a maior parte do povo brasileiro, e sempre desejou fazer algo efetivo e eficaz para mudar essa realidade. Desse sonho nasceu o Instituto Ayrton Senna, que certamente é o maior legado do Ayrton fora das pistas. Afinal, como ele mesmo dizia, não podemos nos conformar de viver em uma ilha isolada sem olhar o mundo que está ao nosso redor. Além disso, é incrível ver o legado de valores que ele deixou. Ayrton nunca ganhou com o famoso "jeitinho brasileiro", pois sabia que, para ser vitorioso de verdade, era necessário perseverança, foco, coragem, determinação e muito trabalho. Foi assim que ele se tornou um dos maiores ídolos da nossa história.

Como foi ver o Corinthians jogando recentemente com uma camisa que homenageou o Ayrton e trouxe a assinatura dele? Ele era realmente um grande torcedor corintiano ou não sofria tanto assim com as derrotas do time em sua época de piloto?

Foi uma linda homenagem que o Corinthians e a Nike fizeram para o Ayrton. Todas as peças da coleção ficaram muito bonitas, então ficamos bastante honrados. O Ayrton sempre teve o time do coração dele como acontece com milhões de brasileiros, mas a rotina de viagens dele pelo mundo do automobilismo acabava dificultando a proximidade dele com o futebol. Apesar disso, ele aproveitava para bater uma bola de vez em quando com os próprios pilotos.

Se o Ayrton ainda estivesse vivo, como a senhora acha que ele enxergaria a atual realidade do Brasil neste período tão tenso e de polaridades vivido no País?

Ayrton sempre foi uma pessoa que se preocupava muito com o País. Se estivesse vivo, certamente estaria engajado conosco nessa luta por um país melhor para todos.

A senhora acredita que hoje o Brasil é carente de ídolos da dimensão do Ayrton? Depois dele, nomes como o Guga no tênis, o Ronaldo no futebol e o Giba no vôlei se consagraram como ídolos nacionais, mas hoje o Neymar, por exemplo, parece longe de possuir o prestígio e o carisma que todos estes nomes conseguiram ter...

Acredito que compararmos ídolos do esporte é algo muito difícil de se fazer e com certeza deixaríamos de ser justos com algum atleta. Dentro do automobilismo já é difícil de compararmos, imagine então sendo atletas de modalidades diferentes. Todo esportista tem suas próprias convicções, sua maneira de pensar, mas é o talento e a força de vontade que fazem o esportista virar referência para os fãs. Por isso todos esses atletas obtiveram êxito em suas modalidades.

Como a senhora vê o fato de que o Instituto Ayrton Senna beneficia mais de 1,5 milhão de crianças e jovens de cerca de 600 cidades brasileiras? A senhora acredita que o legado da educação talvez seja o mais importante do Senna para o País?

Certamente o Instituto Ayrton Senna é o maior legado de Ayrton Senna, é o grande projeto que ele sonhou realizar e hoje é uma realidade, levando educação de qualidade para todas as partes do Brasil. O Ayrton, no início de 1994, já havia conversado comigo e dito que desejava fazer algo estruturado pelo país, e pediu minha ajuda. Infelizmente, não conseguimos ter uma segunda conversa sobre o assunto, mas levamos em frente esse sonho e fundamos em Novembro do mesmo ano o Instituto Ayrton Senna. Ao longo desses 24 anos de história, já estivemos presentes em mais de duas mil cidades, capacitamos mais de 220 mil educadores e, com isso, levamos ensino público de qualidade a mais de 22 milhões de estudantes. Sempre penso que tudo isso deixaria Ayrton bastante orgulhoso, mas, como perfeccionista que ele era, saberia que ainda é preciso fazer muito mais, e não podemos descansar enquanto não tivermos 100% das nossas crianças e dos nossos jovens com acesso a uma educação plena e de qualidade.

O acidente aéreo que matou há exatos quatro anos, no dia 13 de agosto de 2014, o ex-governador Eduardo Campos e mais seis pessoas chocou Pernambuco. Eduardo, que era candidato a presidente da República, estava indo cumprir agenda em Guarujá onde participaria do Fórum Internacional para a Expansão do Porto de Santos, mas o avião caiu no trajeto, em Santos, no litoral de São Paulo. 

Após o acidente, durante esses últimos anos, uma figura em especial tem ganhado cada vez mais espaço no sentido de perpetuar o nome da família Campos: um dos filhos de Eduardo, João Campos, 24 anos. Ele, que inicialmente, pensava em um futuro na área da engenharia civil, decidiu por seguir os caminhos do pai. De início, de forma discreta, ele participava dos eventos realizados pelo PSB, depois alcançou voo mais alto ao se tornar chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB) em fevereiro de 2016. 

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Ainda no ano passado, os rumores de que João Campos poderia disputar sua primeira eleição já para integrar a Câmara dos Deputados eram cada vez maiores. No entanto, sempre discreto, ele não tocava no assunto e desconversava. “2018 vamos deixar para 2018”, respondia ao ser questionado sobre as pretensões na política. 

Agora já oficializado, Campos garantiu que não vai deixar de lutar por Pernambuco um só dia. “Desafio aceito. Quero mais que tudo trabalhar por nosso povo e honrar o legado de meu pai. Vamos em frente com paz, amor e vitória”, ressaltou por meio de suas redes sociais após confirmar sua candidatura durante a convenção estadual da legenda. 

Queiram ou não queiram os opositores ou até mesmo as desavenças que a candidatura de João tem causado dentro do partido, segundo o que está sendo noticiado, o fato é que o filho de Eduardo tem chances de conquistar uma marca histórica: se tornar o deputado federal mais novo hoje dentro do Congresso Nacional logo na primeira eleição que disputará. Uma das grandes apostas do PSB, a expectativa é que o primogênito de Eduardo seja eleito com o maior número de votos de Pernambuco. Há até quem aposte que o pessebista possa ser candidato a prefeito do Recife em 2020. 

A história conta que Eduardo já tinha vontade de que João fosse candidato já na eleição de 2014, mas que não seria ainda o momento. A ideia era concentrar todo o foco para que Eduardo se tornasse presidente do Brasil. “Meu pai gostaria que eu fosse candidato. Ele incentivava, viu que eu gostava da política, que o cenário pedia gente nova, mas eu não quis”, revelou durante uma entrevista. 

Ele também falou sobre saudade ao ser questionado como é seguir na política sem a sua referência maior. “A falta de um pai sempre vai existir na vida de um filho, independentemente da política. Você sente a falta dele todos os dias. No meu caso, na política, lógico que às vezes penso o que ele faria. Mas não cabe muito ficar se perguntando, é preciso fazer”, respondeu.

A verdade é que não é só carregar o nome da família Campos/Arraes que o fortalece, nem tampouco ser filho de Eduardo. A semelhança física de João e o carisma semelhantes ao do pai tem ajudado nessa caminhada que está apenas iniciando. Como esperado, João vai usar a estratégia da emoção sempre associando a imagem do pai. 

Desde que sua equipe de campanha criou o movimento “Rota da Esperança”, João tem falado sobre o ex-governador. Ele conta que tem andando Pernambuco todo sempre escutando boas histórias de Eduardo e do seu bisavô Miguel Arraes. Também tem dito que aprendeu desde cedo que a “boa política” se faz com diálogo. 

Em diversas postagens nas redes sociais, o candidato a deputado vem afirmando que Eduardo Campos renovou a esperança das pessoas. Nesse sentido, a ideia é mostrar que ele pode seguir o mesmo caminho. 

Mas nem tudo serão flores. Assim como Eduardo passou por tempos de turbulência, não deve ser diferente para João. Nos bastidores, a candidatura de João Campos estaria gerando desconforto e insatisfação entre os políticos do PSB e até mesmo de outras legendas que são aliadas. Um deles seria o ex-secretário de Turismo Felipe Carreras (PSB), um dos cotados a pleitear o cargo de prefeito do Recife em 2020. O deputado estaria vendo sua base do prefeito Geraldo Julio migrarem para a candidatura de João. 

Polêmicas à parte, João garante que a “boa política” será a sua missão e que dará sua “alma e suor” à vida pública. “Aprendi com o meu pai que a gente não faz nada sozinho. Com o sentimento do mundo, me entrego a missão de dar continuidade junto com o povo pernambucano de dar continuidade ao legado de Miguel Arraes e Eduardo Campos. Aqui começo uma nova história”, ressaltou por meio de um vídeo. 


Dois anos depois dos Jogos do Rio, e a dois anos dos de Tóquio, parte das instalações construídas para a Olimpíada de 2016 ainda não tem servido para treinamento e preparação de atletas que buscam vaga para a edição de 2020. Apesar da melhora na ocupação das instalações olímpicas, a promessa de que elas serviriam para ajudar a desenvolver modalidades pouco difundidas no Brasil ainda foi pouco colocada em prática.

O curioso é que no mesmo esporte em que há um dos bons exemplos há também um dos piores. Enquanto o Velódromo do Parque Olímpico da Barra passou a servir para treinos de atletas do ciclismo de pista, a pista de BMX no Complexo Esportivo de Deodoro está fechada.

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Responsável pela administração do espaço, a prefeitura do Rio diz que está "em tratativas com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) para o desenvolvimento de um projeto para o equipamento". Não foi estipulado prazo.

Outro exemplo é o da pista de atletismo do Engenhão. De altíssimo padrão, ela não é usada pelos atletas brasileiros. "A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) não utilizou em nenhuma oportunidade instalações dos Jogos", afirmou a CBAt.

No Parque Olímpico, a ociosidade de instalações vista até pouco tempo atrás diminuiu, mas para isso promessas feitas nos anos que antecederam aos Jogos precisaram ser adaptadas. O projeto das Arenas Cariocas 1 e 2, por exemplo, previa que serviriam para o esporte de alto rendimento. A Arena 2 seria exclusiva, mas tem sido utilizada para outros eventos.

"Ela não recebe apenas treinos de alto rendimento, mas também treinamentos de atletas de base", informa a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), autarquia federal que tem a gestão do espaço. "A somar, ainda, o desenvolvimento de projetos de inclusão social de algumas modalidades esportivas e, em algumas ocasiões, eventos como os Jogos Eletrônicos Game XP."

Apesar dessa diversidade, confederações esportivas de menor estrutura alegam que não foram beneficiadas pelo legado olímpico. "Não utilizamos nenhuma instalação oficial que foi utilizada nos Jogos", diz a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso, afirmando ainda que o mesmo vale para as federações filiadas.

Atletas da esgrima vivem situação semelhante. "As competições de esgrima nos Jogos do Rio-2016 foram realizadas na Arena Carioca 3, local que foi multiúso para outros esportes. Em razão disso, não houve legado olímpico para a esgrima brasileira em termos de equipamentos ou estruturas físicas", considera a confederação.

Mesmo após o governo federal ser alvo de críticas no combate à crise de abastecimento gerada pela greve dos caminhoneiros, o cientista político Murillo Aragão afirma que a gestão de Michel Temer não foi inviabilizada pela mobilização. Fundador da consultoria Arko Advice, Aragão se especializou em traçar cenários políticos para empresários e banqueiros. Ele reconhece, no entanto, que o governo está debilitado e frágil. Para Aragão, o fato de a paralisação dos caminhoneiros causar transtornos para a vida da população deve evitar que a mobilização se alastre por outros setores. Na opinião do cientista político, o governo precisa trabalhar rapidamente, restabelecer a ordem e dar uma solução rápida à distribuição de combustíveis. "(Tudo) vai depender de como o Planalto conduzir os próximos dias." A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como a greve dos caminhoneiros afeta o governo Temer?

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O governo hoje tem uma agenda que fica cada vez mais limitada, à medida que chegamos a julho (quando começa a corrida eleitoral). Essa crise pode afetar a imagem do governo. Se as próximas pesquisas trouxerem um aumento na desaprovação, o governo fica com limitações políticas. Evidente que é um governo fraco, em fim de mandato, com baixa popularidade. Um problema como esse não inviabiliza a governabilidade, mas prejudica. O governo não está inviabilizado, mas está limitado, na medida em que esse problema fique na agenda. Só existirá (risco) se as manifestações contaminarem outros setores e a questão se tornar generalizada. Claro que existe uma insatisfação represada, diferente da insatisfação que existia com a Dilma. Ela teve uma insatisfação mobilizada, o Temer tem uma insatisfação desmobilizada. O problema da governabilidade se tornará sério mesmo se a insatisfação for mobilizada.

E existe essa chance de contaminar outros setores?

Existe, mas acho difícil de ocorrer. Sinto que essa manifestação em si tem um efeito colateral muito grande. Não é como, por exemplo, uma paralisação de professores. Fica sem aula, os alunos podem até gostar, as mães vão ficar chateadas, mas não afeta a sobrevivência das pessoas. Essa contaminação é um pouco mais difícil, porque sinto que a sociedade, ainda que esteja insatisfeita com o governo, não quer dar força a um movimento que vai paralisar a vida das pessoas.

Depois dos episódios da semana passada, que mostraram um distanciamento cada vez maior entre o Planalto e os presidentes da Câmara e do Senado, como fica a relação do governo com o Congresso?

A base já está dividida, porque o Centrão se divide entre pelo menos quatro candidaturas postas. Cada uma delas tem uma visão de futuro diferente, e isso se reflete na relação com o governo. Então, não acredito que afete muito mais. O perigo é realmente se o tema degringolar de tal forma que gere impossibilidade de o governo continuar a existir como tal. Não acredito que isso aconteça, mas em política todo cálculo deve ser feito.

Se for apresentada uma nova denúncia contra o presidente Temer, ela pode passar?

Depende. Acho que não é automático. Mas, sem dúvida, o governo está mais limitado politicamente, talvez (descartar uma eventual denúncia) dê mais trabalho. Tem de ver a conjuntura, a natureza da política.

O governo ainda tem chance de aprovar algum projeto importante no Congresso?

Tem. Ainda se pode votar a reoneração, que é importante para o governo. Pode ser que não venha da forma que o governo quer, mas seria muita inocência achar que o Congresso aprovaria do jeitinho que o governo quer. O Congresso age hoje com uma certa autonomia, com independência. Também vejo que podem prosseguir algumas questões, como o projeto de lei das telecomunicações e eventualmente avançar alguma coisa relacionada à Eletrobrás. Esses avanços podem ficar pendentes para depois das eleições.

Com que ferramentas o governo poderia contar para sair dessa crise?

Ele tem a máquina, recursos, orçamento, tem o poder de iniciativa. Pode fazer coisas que mitiguem um pouco a impopularidade. Tem ainda todo um instrumental. O que é certo dizer é que o governo não acaba. Só se houver alguma coisa muito grave. Vai depender de como o Planalto conduzir os próximos dias.

Qual vai ser o maior desafio do presidente para solucionar a crise atual?

São vários. O primeiro é aplicar a lei e a ordem, com disciplina, sem violência desnecessária, acidentes de percurso. O segundo ponto é que isso ocorra de forma rápida, de maneira que se normalize minimamente o fornecimento de combustível no País. O terceiro fator é que o governo tenha uma abordagem de comunicação eficiente, que seja capaz até de sobrepor a má vontade da mídia em geração em relação a ele.

Essa crise pode afetar as pretensões eleitorais do pré-candidato do MDB, Henrique Meirelles?

Afeta. Mas a eleição só vai tomar uma cara no fim de junho, ou em julho. E o Brasil é um país que tem eventos dramáticos que somem (da memória das pessoas). Você lembra daquelas rebeliões de presídios? Isso só será grave para o Meirelles caso (a crise) prossiga.

Como fica o legado de Temer nas eleições?

A defesa desse legado vai depender da condição de ter um candidato viável ao lado dele e de uma discreta melhora da popularidade, pelo menos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com uma boa atuação, o goleiro Julio Cesar encerrou a sua carreira profissional na noite do último sábado na vitória por 2 a 0 que o Flamengo conquistou sobre o América-MG, no Maracanã, onde o veterano foi ovacionado pelos torcedores rubro-negros.

Após o confronto válido pela segunda rodada do Brasileirão, ele agradeceu aos flamenguistas pelo reconhecimento e carinho após uma trajetória profissional que começou no clube carioca e depois viveu o seu ápice com a camisa da Inter de Milão e quando o jogador se consolidou na seleção brasileira, que o atleta defendeu como titular do gol do time nacional nas Copas do Mundo de 2010 e 2014.

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"Foi bacana, já esperava essa situação da torcida. Realmente não consigo mensurar na minha cabeça o carinho que a torcida do Flamengo tem pelo Julio Cesar. É indescritível. Só tenho a agradecer a todos que estiveram presentes nesse dia. Gosto sempre de botar o Flamengo acima de tudo e todos. A ideia do jogo hoje era reencontrar a vitória que traz um ambiente leve e favorável para trabalhar. Coincidiu com uma despedida, tive uma participação importante e por isso no calor a torcia gritou: 'Fica Julio Cesar'", afirmou o goleiro, que desta vez conseguiu segurar as lágrimas, derramadas anteriormente nas duas duras eliminações do Brasil nos Mundiais de 2010 e 2014.

O agora ex-jogador de 38 anos de idade também fez questão de agradecer a todos que o ajudaram durante a sua carreira. "A ficha não caiu ainda. Pode ser que daqui a um ou dois dias quando eu olhar para o céu e falar: "E aí, o que eu vou fazer?", a ficha caia. Tá muito recente ainda. Eu quero encontrar a minha família, dar um beijo na minha mãe, que foi a minha inspiração e a pioneira para isso tudo acontecer na minha carreira. Não só ela, tem meu pai, parentes e todos que fizeram coisas boas por mim", ressaltou.

Julio Cesar ainda comemorou o fato de ter finalizado a sua carreira de forma positiva e enfatizou que espera ter servido como uma referência para os mais jovens que buscam ter sucesso como goleiros. "Hoje (sábado) foi um misto de emoções, sem dúvida. Dizer que não pensei em toda história seria hipocrisia da minha parte. Encerrar em um palco como o Maracanã, que foi onde tudo começou para mim, é motivo de orgulho. Vou ser sempre grato ao Flamengo por essa situação. Espero ter deixado um legado", disse.

JUAN - O veterano zagueiro Juan, que é contemporâneo de Julio Cesar e iniciou com o companheiro a sua trajetória profissional, deu um forte abraço no goleiro depois do final do jogo deste sábado e comemorou o adeus do amigo com vitória.

"Foi emocionante. Sabia que seria assim, mas graças a Deus terminou bem, com uma vitória. Foi uma despedida do jeito que ele mereceu, do nível da carreira dele. Maracanã lotado, com a camisa do Flamengo e em uma grande partida. E foi importante voltarmos a vencer após dois jogos bons, mas nos quais a vitória não veio", festejou.

Aos 39 anos, Juan também disse esperar que os três meses de convivência diária do elenco do Flamengo com Julio Cesar tenham colaborado para o crescimento dos jogadores mais novos. "Espero que principalmente os mais jovens tenham tirado muita coisa dessa humildade dele, do sacrifício que faz para treinar todos os dias e estar pronto para jogar. É uma lição que ele deu a todos do amor que tem pelo futebol. Como ele enxerga a profissão, sempre com seriedade. Sabia que seria assim, mas tinha que ter vivido isso perto desse Flamengo novo, com toda a estrutura que estamos tendo. A contribuição que ele nos deu foi fundamental", afirmou.

Em vídeo publicado no facebook, durante o congresso do PSB, o governador Paulo Câmara (PSB) deixou um recado aos pernambucanos. “Pernambuco vai estar aí somando forças ao PSB mantendo as tradições de Miguel e Eduardo”, destacou. No mesmo dia, o irmão do ex-governador Eduardo Campos disse que o governo do pessebista está “destruindo” o legado da família. “Essa não é a continuidade da história de Arraes e Campos”, chegou a criticar. 

O governador também falou que vai continuar trabalhando muito em favor de um Pernambuco e Brasil melhor. “O PSB chega unido, chega confiante, chega com uma esperança de um Brasil melhor. Nós vamos trabalhar muito as eleições estão aí, o PSB tem muito que contribuir com a sua liderança, com o seu conteúdo programático e com a sua militância em favor de um Brasil mais igual”. 

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Em outro vídeo, Câmara falou que a legenda vai ajudar o Brasil a tomar seu rumo. “O PSB sai unido, sai fortalecido, e vai trabalhar muito por um pais mais justo um Brasil que olha aqueles que mais precisam, um Brasil que tome o seu rumo e a gente vai ajudar. O nosso conteúdo programático no nosso campo de esquerda em favor de um Brasil mais justo e um Pernambuco mais forte”, ressaltou.

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O senador Armando Monteiro Neto (PTB) afirmou, nesta quarta-feira (3), que vai "procurar ser fiel ao legado de honradez, ética e, sobretudo, de espírito público" deixado pelo seu pai, o ex-ministro Armando Monteiro Filho, que faleceu nessa terça (2), após complicações no sistema respiratório. Sem esconder a emoção ao falar sobre o pai, o senador destacou a trajetória política e pontuou que ele sempre foi "referência e inspiração" para ele como político.

"Meu pai não foi um homem pragmático, que tenha feito as coisas do mero cálculo político. Ele conseguiu ser um idealista ao longo da vida. Este é o traço mais marcante. Ao lado disso, foi um homem que se entregou inteiramente pelas causas que abraçou tanto na vida pública quanto privada", destacou.

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Segundo o parlamentar, o ex-ministro da Agricultura no governo de João Goulart "colecionou conquistas, vitórias e reveses" na vida. "Mas esses revezes não tornaram ele uma pessoa amarga, pelo contrário. Foi positivo, confiante e se conservou generosa", pontuou.

Diante da solidarização de dezenas de empresários e políticos, Armando Monteiro Neto salientou que o momento era não apenas de presença, mas de "testemunhos em diferentes circunstâncias e gerações". "Ele colhe o que plantou na vida", disse. 

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Empresário e irmão do senador, Eduardo Queiroz também reforçou o legado do pai e pontuou que ficará uma “grande lacuna” no mundo político e empresarial. “Era firme nas suas convicções e muitas vezes fez política sem exercer mandato. Meu pai é um homem acima das questões partidárias. Até os adversários o reconheciam. Deixa uma lacuna grande. Ninguém pode esquecer a forma como ele lutou para restabelecer o regime democrático, por exemplo”, afirmou.

Além de Eduardo e Armando Neto, o ex-ministro deixou mais três filhos, oito netos, seis bisnetos e a esposa, Maria do Carmo. O velório dele aconteceu durante toda a manhã no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR). Por volta das 11h30, o corpo foi levado para a cerimônia de cremação reservada para a família. 

Armando Monteiro Filho apresentava um quadro debilitado de saúde por sofrer de complicações no sistema respiratório, ele faleceu em casa, na manhã de ontem. Genro do ex-governador Agamenon Magalhães, ele foi ministro da Agricultura na década de 60, deputado estadual e deputado federal. Também foi candidato ao governo de Pernambuco, em 1962, sendo derrotado por Miguel Arraes e ficando em terceiro lugar.

Durante a ditadura foi filiado ao MDB, tendo depois mudado para o PDT. A última vez que disputou um cargo público foi em 1994, quando concorreu a uma vaga no Senado, mas não obteve sucesso.

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A convenção do PMDB marcada para esta terça-feira, 19, deverá se transformar em palco para a defesa do "legado" do presidente Michel Temer. Na segunda-feira, 18, Temer e a cúpula peemedebista afirmaram que o candidato do campo governista na disputa presidencial de 2018 não vai conseguir dissociar a defesa das reformas da atual gestão.

"Quem for candidato a presidente e dizer que vai continuar ou que terá um governo também de reformas, estará cravando na sua campanha eleitoral a tese do acerto do nosso governo. E estará gravado governo Michel Temer no programa que vai ser estabelecido para o futuro", disse o presidente durante evento da Fundação Ulysses Guimarães em Brasília.

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Peemedebistas também mandaram recados para o público interno. Em seu discurso, o presidente nacional do partido, senador Romero Jucá (RR), afirmou que não "há espaço para traição" na sigla e convidou os insatisfeitos com a agenda de reformas do governo a se filiarem a novas legendas.

"Não podemos ser um partido em que cada um fala uma linguagem. Não podemos ser um partido que está falando uma linguagem contrária ao que o partido faz a nível nacional. Discordar é importante, debater é importante, temos que ter vozes dissonantes, é importante, faz parte da democracia. Agora, não podemos ter uma pessoa querendo implodir um partido, atirando contra o partido e fazendo ações deliberadas para atacar o presidente da República", disse o dirigente peemedebista, que também é líder do partido no Senado.

Jucá afirmou ainda que, na convenção de hoje não será discutida as regras de distribuição de recursos do fundo eleitoral, mas afirmou que os candidatos da sigla que têm sido mais "leais" ao governo receberão um "tratamento diferenciado" e devem contar com uma verba maior. "Não vai ter retaliação, mas vai ter valorização, ou seja aqueles que são mais fechados com a posição do partido, têm que ser valorizados, portanto nós vamos dar um tratamento mínimo a todos, mas a Executiva nacional vai ter o cuidado de atuar de forma que aquelas figuras que são mais emblemáticas, que são candidatos a governador, a senador, a deputado federal, que têm sido leais ao partido, recebam um tratamento diferenciado", afirmou.

MDB

Oficialmente, a convenção extraordinária será realizada hoje para chancelar a mudança do nome da sigla para Movimento Democrático Brasileiro (MDB), como o partido era chamado antes da redemocratização, quando fazia oposição ao regime militar.

Com a nova roupagem, o PMDB espera se preparar para as eleições de 2018. O partido também vai dar início nesta terça a uma discussão para elaborar uma nova versão do "Ponte para o Futuro". A ideia é que o documento sintetize as novas bandeiras do MDB e situe o partido, hoje de centro, no campo mais à direita, especialmente na área econômica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Quero meu dinheiro", diz a faixa pendurada em um dos blocos do complexo habitacional que alojou a maioria dos removidos pela organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, resumindo o desgosto dos moradores que, um ano após o evento, vivem em apartamentos com rachaduras e sem título de propriedade.

O sentimento geral de quem mora no Parque Carioca, complexo localizado na zona oeste da cidade, é de ter sido enganado.

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A maioria dos moradores do bloco 3 foram os primeiros a sair e quem mais perdeu na Vila Autódromo, favela que ficava ao lado do atual Parque Olímpico. A prefeitura demoliu o local, alegando precisar do terreno para a competição.

A comunidade de 3.000 habitantes, com barracões e várias casas diante da lagoa de Jacarepaguá, ficou famosa pela resistência que resultou em 20 vizinhos conquistando o direito de se manterem no local. O bairro da Barra da Tijuca está em franco desenvolvimento e o metro quadrado na região chega a valer 3.000 dólares, contrastando com a simplicidade da Vila.

No entanto, 200 famílias foram esquecidas. Iran Oliveira, taxista de 41 anos, chegou à Vila Autódromo quando recém tinha conquistado à maioridade e faz parte desse grupo.

- Sem escolhas -

Iran mostra seu apartamento no Parque Carioca: as rachaduras atravessam a cozinha, várias paredes sofrem com mofo, uma porta está solta no corredor e quase todos azulejos do banheiro caíram.

"Não tivemos muita escolha porque a prefeitura chegou com a equipe dela lá fazendo bastante pressão, até ameaçando que se a gente não saísse do apartamento poderiam derrubar com a gente dentro, sem direito a nada", lamentou Ivan, que é pai de quatro filhos.

Abalados com a pressão, Iran e sua mulher cederam e aceitaram uma oferta que pareceu razoável em 2014: trocar a casa com pátio e estacionamento, que tinham construído em frente à lagoa, por um apartamento de três quartos a um quilômetro dali.

Quem vivia em barracões não pensou duas vezes. Muitos habitantes da Vila Autódromo, no entanto, tinham títulos de "concessão de uso" oferecidos pelo Estado do Rio nos anos 1990.

Mas antes de pagar as milionárias indenizações, o prefeito da época, Eduardo Paes, do PMDB, conseguiu convencer alguns a deixarem suas casas sem receber um centavo em troca.

Em câmbio, prometeu as chaves dos apartamentos, que poderiam ser vendidos quando os novos inquilinos bem entendessem, como mostra vídeo gravado por um dos vizinhos. Mas a realidade foi diferente.

- Financiamento de 10 anos -

Sem assessoria legal, a esposa de Iran foi à prefeitura para assinar o contrato, que achava ser a escritura da casa. No entanto, o documento era um contrato de financiamento do programa "Minha casa, Minha vida" em seu nome, direito dos brasileiros de baixa renda.

O texto estabelece um prazo de 10 anos para pagar 90.000 reais para a Caixa Econômica Federal, custo que a prefeitura se comprometeu a pagar. Mas enquanto essa dívida não for quitada, o apartamento não pode ser vendido.

"A propriedade passará ao beneficiário ao final desse período", confirmou a Caixa à AFP.

Outra fonte de preocupação é o atraso dos pagamentos pela prefeitura por conta da grave crise financeira da prefeitura, que desde janeiro tem o pastor evangélico Marcelo Crivella como chefe.

Rosangela Camargo, advogada de 252 vizinhos do Parque Carioca, garante que alguns de seus clientes estão com nome em uma lista de devedores e que dois deles receberam ordens de desalojamento por conta desses atrasos.

A Caixa nega que existam inquilinos em listas negras.

"A situação financeira da Prefeitura, como é amplamente noticiado, não está estável e a liberação de crédito demora em alguns meses, por isso o atraso. Não existe a possibilidade dos apartamentos irem à leilão", afirmou a Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação da prefeitura à AFP.

"Nós estamos entre a cruz e a espada", se assusta Iran. "Nos sentimos enganados", reclama.

- A Vila deserta -

Na entrada do bloco 3, um grupo removidos da Vila Autódromo conversa e compartilha o mesmo sentimento, sem notícias da escola e do posto de saúde que haviam sido prometidos.

Zé Riveiro, que tem 68 anos e é era dono de um bar, ataca: "Sacanearam a gente. Isso foi uma mixaria".

Carlos André, segurança de 38 anos, está revoltado por não ter recebido um centavo e precisar viver nestas condições, ao lado de quase 3.000 apartamentos da Vila Olímpica, construída pelas construtoras Odebrecht e Carvalho Hosken, que ainda não tem inquilinos.

O mais paradoxal é que a maior parte do que era a Vila Autódromo se transformou em um grande descampado. Apenas uma parte foi ocupada pelo estacionamento de um hotel, próximo das 20 novas casas das famílias que resistiram e ficaram no local. Elas ainda esperam o título de propriedade.

Maria da Penha, líder do movimento, acredita que "nos tiraram sem necessidade ou porque pobre não pode participar das Olimpíadas".

Carlos André é ainda mais desconfiado: "Quando tudo isso da Lava Jato passar, vamos ver muito prédio ali".

Em meio às especulações sobre uma possível migração do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) para o PMDB ou DEM, Lula Cabral (PSB), prefeito do Cabo de Santo Agostinho, em entrevista concedida ao LeiaJá, disse que é difícil prever o que acontecerá na eleição de 2018, mas que torcia que o senador continuasse no campo dos pessebistas. 

“Eu torço para que ele fique [no PSB] porque foi eleito em nosso campo, ele é do PSB histórico do Dr. Arraes, então, eu torço para que continue no nosso campo, mas também não vejo nada demais em trocar de partido porque pleiteia ser governador. O tempo está passando, ele é um excelente quadro, é um senador da República, que tem um filho em umas das principais prefeituras do estado de Pernambuco, que é Petrolina, e um outro filho ministro [Fernando Filho]”, elogiou. 

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O prefeito também falou que qualquer partido gostaria de ter um quadro com Bezerra Coelho. “Possa ser que ele esteja achando que é o time [hora] dele, o momento certo dele ser candidato e respeito a decisão dele, mas torço para que ele fique nosso campo e que possamos reeleger o nosso querido Paulo Câmara”. 

Lula Cabral ainda ressaltou que, apesar da possibilidade do senador ser um possível concorrente de Câmara, o governador está em um patamar elevado. “Na política, toda hora muda, você não pode prever. O que posso prever é que o governador Paulo Câmara é um fortíssimo candidato à reeleição porque tem uma máquina, tem um nome e um legado muito grande”. 

Outro fator determinante, segundo ele, é não se saber quem disputará com o governador. “Será Fernando Bezerra Coelho? Será Bruno Araújo? Será Armando Monteiro, será Marília Arraes? Quem será o candidato? Será que vai ter mais de duas ou três candidaturas? Então, ninguém pode prever o futuro, mas lhe garanto que, em 2018, certamente saberemos”.

Nesta sexta (28), em entrevista a Radio Jornal, Fernando Filho, que é ministro de Minas e Energia, também falou sobre sua situação. Ele foi claro ao afirmar que não pretende sair do PSB. “Eu nunca tive nem tenho a disposição de sair do PSB. Se vão nos colocar para fora do partido, o mundo da política está vendo isso. Estamos sendo cortejados não só pelo DEM e PMDB, deputados individualmente estão sendo procurados por outros partidos”, disse. 

O auxiliar ministerial de Temer ainda falou sobre a denúncia contra seu pai, que teria supostamente recebido cerca de R$ 200 mil para campanha eleitoral em 2010. “Tenho confiança na conduta dele. São 32 anos de vida pública e está passando por um momento que será superado”, defendeu. 

No final da semana passada, em conversa com o LeiaJá, sobre o encontro promovido pela líder do PSB Tereza Cristina (MS), que contou com a participação do presidente Michel Temer (PMDB), o deputado federal Danilo Cabral (PSB) deixou um recado aos colegas. Ele falou que quem quiser sair da legenda, que seguisse o seu caminho. 

“Não será admitido que um grupo minoritário negocie o nome do partido. Inclusive, negociando fusão partidária quando o partido sequer está fazendo qualquer tipo de discussão. Ninguém tem delegação para falar disso, tanto a conduta do presidente [Michel Temer] como a dela [Tereza Cristina] são reprovadas. Quem quiser sair, siga o seu caminho”, cravou. 

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