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Além de radicalizar o discurso contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) focou em buscar o voto de evangélicos, das mulheres e dos eleitores indecisos durante ato de campanha em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), nesta sexta-feira, 14.

Ao lado de candidatas eleitas para a Câmara e da candidata derrotada ao Senado pelo Rio de Janeiro, Clarissa Garotinho (União Brasil), Bolsonaro citou versículos bíblicos durante discurso nesta manhã e disse que o governo federal aprovou ao menos 80 leis e normas que beneficiam as mulheres.

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"Temos profundo respeito com as mulheres. O feminicídio caiu. Aprovamos 80 leis e normas a favor da família e das mulheres. É um governo que está aberto a todos. Um governo da igualdade, da paz e do amor", disse.

O presidente citou medidas aprovadas durante a sua gestão, como o Auxílio Brasil, e as recentes quedas nos preços dos combustíveis.

"Hoje temos uma das gasolinas mais baratas do mundo. Hoje atendemos os mais pobres com no mínimo R$ 600. No meu governo não tem corrupção. Quando criamos o Auxílio Brasil, os deputados do PT votaram contra. Nosso governo tem os melhores números na economia do que muitos países. A informalidade voltou à normalidade. Pela décima segunda semana seguida, os números da economia são revistos para melhor", disse.

Ele pediu ainda que os seus eleitores e apoiadores levem pais e avós para votar no segundo turno, dia 30, e busquem os indecisos.

"Quem não consegue levar o povo para as ruas está liderando as pesquisas. Vamos levar nossos pais e nossos avós para votar. Se tem jovem votando na esquerda, converse com os seus pais e avós. Eu era um deputado do baixo clero e conseguimos disputar e ganhar a Presidência. Busquem os indecisos", afirmou.

E voltou a fazer citações religiosas: "Agradeço a Deus pela minha segunda vida e a missão de ser presidente. Temos quase tudo contra nós, mas ao nosso lado temos Deus e o povo brasileiro. Temos o sistema contra nós, mas somos resilientes", afirmou.

Frequentador de cultos evangélicos, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) participou, nessa quarta-feira (12), de celebrações católicas do Dia de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional de Aparecida, no interior paulista, onde o arcebispo Dom Orlando Brandes cobrou "identidade religiosa" dos fiéis. A confusão sobre a fé do presidente é comum: muitos acreditam que ele seja evangélico, no entanto, o chefe do Executivo se diz católico.

Em 2015, quando ainda era deputado federal, Bolsonaro publicou um tweet dizendo que era católico e que seus dois filhos mais velhos, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro, frequentavam igrejas batistas. A evangélica mais conhecida da família, entretanto, é a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

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No ano seguinte, enquanto corria no Senado o processo pela admissibilidade do impeachment da então presidenta Dilma Rousseff (PT), em um movimento simbólico, Bolsonaro foi batizado no Rio Jordão, em Jerusalém, pelo evangélico Pastor Everaldo. Em 2020, conforme mostrou o Estadão, o religioso foi preso na Operação Placebo, que também afastou o então governador do Rio, Wilson Witzel.

Manipulação religiosa

Em entrevista ao portal de notícias DW Brasil, a pastora luterana Romi Bencke, articuladora de um pedido de impeachment contra Bolsonaro em 2021, falou que o presidente é um tipo "híbrido de religioso" e o acusou de "manipulação religiosa". "Ele é católico, mas se rebatizou, no Rio Jordão, por um pastor evangélico, sem negar, como dizem os evangélicos, o batismo anterior".

Conforme levantamento Genial/Quaest divulgado pela jornalista Mônica Bergamo, há grande confusão entre os evangélicos sobre a fé de Bolsonaro. Metade deles (50%) acredita que ele também seja evangélico. Só 16% acertaram a identidade religiosa dele.

Entre os católicos, a confusão também se dá. Segundo o mesmo levantamento, 32% acham que o mandatário seja evangélico, ante 17% que acertam sua religião como católica.

Conforme dados de pesquisa Genial/Quaest divulgados na semana passada, no primeiro turno Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o favorito entre os católicos: 41% deles disseram ter votado no petista, ante 27% em Bolsonaro. Já entre os evangélicos, o atual presidente obteve 49% dos votos e Lula, 19%.

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A Ordem dos Capelães do Brasil – OCB, junto com a Faculdade Febraica e a Confraria das Olosuns, vai realizar o evento de entrega do título Dr. Honoris Causa – que contempla líderes religiosos, sociais, políticos etc., que contribuem e desempenham ações em prol da sociedade – no dia 20 de setembro, às 19 horas, na Estação das Docas, em Belém. A homenageada é a diretora da irmandade Rejane Faro, segunda pessoa a ser outorgada no Pará.

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Gestora pública formada pela UNAMA – Universidade da Amazônia, Rejane explica que a Confraria das Olosuns surge da ideia de uma irmandade igualitária voltada para minorias e busca o resgate, a propagação e perpetuação do culto aos orixás e sua cultura no Brasil. De cunho social e religioso, a irmandade combate intolerâncias, instigando um espírito antirracista.

A confraria foi fundada em abril de 2018, pelo escritor e pesquisador Babalorixá Mauro T'Osun, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e chegou no Estado do Pará em setembro de 2019. Desde então, Rejane desenvolve o trabalho proposto pela irmandade. “Meu papel é juntar pessoas dos mesmos orixás, oxuns, independente do segmento religioso, e promover o trabalho social, cultura, para manter vivas as nossas tradições que são ancestrais”, destaca.

Para a líder religiosa, a outorga vem para fortalecer as ações que já são promovidas pela irmandade e o culto aos orixás. “Com isso, ganhamos mais um passo para o respeito e podemos ter tranquilidade para fazer nosso culto sem importunação. Podemos cuidar da nossa sociedade afro através da nossa sabedoria e conhecimentos”, afirma.

Rejane Faro define a irmandade como mais uma forma de cuidar de pessoas de religiões de matrizes africanas, ajudando a protegê-las da intolerância religiosa e do racismo. Ela ressalta que a confraria dá suporte social, cultural e religioso para a comunidade.

A líder religiosa relembra que o Brasil é um país laico que garante a liberdade religiosa e reforça a necessidade de espaços para a realização de oferendas com segurança. Rejane também opina em relação ao que deve ser feito para que haja respeito às religiões de matrizes africanas e cita o apoio aos eventos organizados pelas comunidades. “Nos dando liberdade de poder fazer nossas ações da nossa cultura em lugares públicos como hospitais, presídios, cemitérios (que são nos atos fúnebres que fazem parte de nossos rituais religiosos”, conclui.

Por Isabella Cordeiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

Mais da metade do eleitorado brasileiro não votaria em um candidato que não crê em Deus, segundo a nova pesquisa do PoderData, divulgada neste sábado (3). De acordo com o centro de dados, que pertence ao grupo Poder360 Jornalismo, é a primeira vez que a empresa faz perguntas relacionadas à fé dos candidatos. 54% dos entrevistados rejeitaram o voto a um postulante ateu, enquanto 37% disseram que votariam normalmente. 

A taxa fica dentro da margem de erro entre a população geral e o eleitorado católico, no qual 38% votariam e 54% não votariam em quem não crê. Os evangélicos são mais resistentes a esse perfil de candidato: 65% negam o voto. 

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- - > ‘PoderData: 56% reprovam e 38% aprovam governo Bolsonaro’  

- - ‘PoderData: Lula tem 44%, Bolsonaro 36%,Ciro 8%, e Tebet 4%’  

Os dados foram coletados de 28 a 30 de agosto de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.500 entrevistas em 308 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. 

O levantamento mostra ainda forte correlação entre a possibilidade de e a intenção de votos no 1º turno. Se o Brasil fosse dividido nestes 2 grupos, o público que votaria em um candidato que não crê em Deus elegeria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 1º turno, com 64%. O outro lado reelegeria Jair Bolsonaro (PL), com 55%.  

A resposta também tem variações de acordo com a faixa demográfica dos entrevistados: idade, renda, sexo, escolaridade e região. Pessoas com renda familiar mais baixa tendem a ser mais resistentes a eleger um candidato que não acredite em Deus. 

Sete pastores evangélicos que apoiam a campanha ao Planalto de Jair Bolsonaro (PL) divulgaram um vídeo, nesta sexta-feira (2), convocando os fiéis à realização de uma corrente de jejum e oração em favor da reeleição do presidente. "Do dia 2 de setembro a 2 de outubro, 30 dias de oração e clamor pelo Brasil. Convido você a se juntar a nós. Junte-se a nós e teremos a vitória" afirmam.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro também divulgou a mensagem no Instagram, acompanhada de um versículo do livro 2 Crônicas, do Antigo Testamento, que diz: "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra".

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O jejum é uma prática comum de abstinência praticada por fiéis e não significa exclusivamente ficar sem comer. É considerado jejum, por exemplo, a privação de algum prazer por algumas horas por dia, ou algum alimento específico.

Participam do vídeo os pastores Cláudio Duarte, JB Carvalho, Lucinho Barreto, João Queiroz, Junior Rostirola, Ezenete Rodrigues e Gerson Costa. Juntos, eles falam para mais de 8,7 milhões de seguidores somente no Instagram. Como mostrou o Estadão, pastores também endossaram uma convocação dos fiéis para o 7 de Setembro.

Manifestações da mulher do presidente e de aliados puseram em alerta analistas e políticos para os riscos da intolerância religiosa, enquanto o núcleo de campanha de reeleição de Bolsonaro tenta minimizar o impacto dos episódios.

Em um culto no mês passado, Michelle afirmou que o Planalto, "hoje, é consagrado ao senhor Jesus". Depois, em uma rede social, compartilhou um vídeo que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no ano passado, em um ritual do candomblé, o que foi associado às "trevas". "Isso pode, né? Eu falar de Deus, não", escreveu.

E Deus, família e voto foram a trilogia que animou a primeira semana de campanha oficial dos dois líderes da disputa pela Presidência da República no Brasil. Em segundo lugar nas pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, focou, no Rio e em Juiz de Fora (MG), o eleitorado evangélico. Ambos acentuaram ser cristãos - Michelle chegou a dizer que o Planalto estava consagrado a "demônios".

O católico Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder da disputa, também recorreu à retórica religiosa. Em comício em Belo Horizonte (MG), abrandou o discurso de esquerda. Prometeu respeitar a Constituição - e a Bíblia. Ontem, sua campanha ensaiou um recuo, e as duas campanhas avaliavam os limites da tática.

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Bolsonaro, por sua vez, falou em "paz no coração", "fé" e "amor" ao se dirigir aos desembargadores na cerimônia de instalação do Tribunal Regional Federal da 6.ª Região, no Palácio das Artes, na capital mineira. "Agradeço a Deus por essa oportunidade, pela minha segunda vida e pela missão de ser presidente da República."

Espaço

Com esse tom religioso, o presidente parece querer repetir 2018. Naquele ano, o apoio evangélico foi fundamental para a vitória sobre Fernando Haddad (PT). Bolsonaro também parece buscar uma zona de conforto, um espaço onde esteja com boa vantagem sobre Lula, que, segundo as mais recentes pesquisas, poderia vencê-lo no primeiro turno. No Datafolha de agosto, no eleitorado evangélico, o presidente ganha por 49% a 32%. Os números gerais são o inverso: 47% para o petista e 32% para o postulante do PL.

Aliados de Bolsonaro dizem que o discurso com forte tom religioso da largada da campanha não faz parte de estratégia previamente traçada. Mas está no DNA do candidato e continuará fazendo parte dos discursos, em especial de Michelle. A leitura na trincheira bolsonarista é que o nicho do eleitorado evangélico está consolidado.

Diferentemente do que Bolsonaro diz nas ruas, o foco da narrativa nas redes sociais e no horário eleitoral na TV deve ser a economia. O objetivo é ampliar o apoio ao presidente entre os mais pobres, com renda de até dois mínimos.

Discurso

Apesar das referências religiosas do discurso de Lula, sua campanha quer evitar entrar na "guerra santa" que diz estar sendo encampada por Bolsonaro. Aliados do petista avaliam que a batalha de acusações entre "quem é mais cristão" é uma provocação de Bolsonaro que atrapalha o discurso do PT, de mirar as mazelas econômicas.

O próprio Lula deu o tom do discurso, nesta sexta, 19, ao responder a perguntas de jornalistas no QG da campanha presidencial, em São Paulo. "Eu não quero ficar disputando o voto religioso porque não faz parte da minha cultura política estabelecer qualquer princípio de guerra santa numa política", declarou o ex-presidente.

Em busca de uma espécie de blindagem, Lula também tem citado duas leis aprovadas no seu governo: a da liberdade religiosa e a que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus. "Eu quero conversar com os eleitores brasileiros enquanto cidadãos brasileiros", disse.

Pesquisas

A pegada religiosa dos líderes da campanha presidencial não é coerente com as pesquisas de opinião. Pesquisa Genial/Quaest de agosto, por exemplo, apontou que, para 40% dos eleitores, o principal problema do Brasil é a economia e para 21%, são questões sociais (veja gráfico).

O cientista político José Álvaro Moisés, do Instituto de Estudos Avançados da USP, disse acreditar que a estratégia da "guerra santa" adotada pela campanha de Bolsonaro e espelhada pela de Lula "é de mau gosto e inadequada". Sobretudo, afirmou, ao combinar valores religiosos com política, "o que não é bom para a democracia". Em sua análise, trata-se de "apelo meio desesperado".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, voltou a criticar a troca de ataques de teor religioso entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha eleitoral.

O pedetista chamou de "forma muito grave de corrupção" o que classificou de invasão da "religiosidade do povo". "Aonde se misturou política corrupta com religião deu em genocídio. Se proteja, meu irmão. Você tem o direito de adorar a Deus da forma como você deseja adorar, e o papel presidente da República é respeitar todas as formas de adorar a Deus e até proteger aqueles que não tem condições de ter fé", afirmou Ciro em entrevista ao SBT Brasil na noite desta quarta-feira (17).

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Mais cedo, o candidato usou as redes sociais para dizer que os adversários estão "se tornando iguais" por usarem o nome de Deus "em vão".

O primeiro dia oficial de campanha nesta terça-feira (16) foi marcado pela disputa entre Bolsonaro e Lula em torno de temas religiosos. Em Juiz de Fora (MG), o candidato à reeleição voltou a chamar a corrida presidencial de "luta do bem contra o mal" e também criticou o que chamou de "fechamento de igrejas" na pandemia de covid-19, reforçando a pauta religiosa da sua campanha.

Já Lula, fez o primeiro ato de campanha em São Bernardo do Campo (SP), seu berço político, onde acusou Bolsonaro de tentar manipular a boa-fé de evangélicos e afirmou que o presidente é "possuído pelo demônio". Hoje, a presidente nacional do PT voltou a colocar a religião em pauta na campanha. Em uma publicação nas redes sociais, a petista afirmou que "Bolsonaro usa Deus, Deus usa Lula!".

A fé ultrapassou a pregação do altar para pautar discurso político na campanha eleitoral pelo Planalto - palácio "consagrado a demônios" antes da posse de Jair Bolsonaro (PL), segundo a primeira-dama Michelle. Manifestações da mulher do presidente e de aliados puseram em alerta analistas e políticos para os riscos da intolerância religiosa, enquanto o núcleo de campanha de reeleição de Bolsonaro tenta minimizar o impacto dos episódios.

Em um culto no domingo passado, Michelle afirmou que o Planalto, "hoje, é consagrado ao Senhor Jesus". Dois dias depois, em uma rede social, compartilhou vídeo que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no ano passado, em um ritual do candomblé, o que foi associado às "trevas". "Isso pode, né? Eu falar de Deus, não", escreveu.

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Pela Constituição, Michelle pode falar de Deus, como os adeptos de quaisquer crenças têm o direito de professá-las. A própria primeira-dama já sofreu preconceito, quando, após aprovação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal, no ano passado, orou em línguas - uma expressão da fé pentecostal - e foi alvo de comentários pejorativos.

As declarações recentes, no entanto, indicam o uso de um equipamento da administração pública - no caso, o Planalto - com objetivos privados e eleitorais, o que, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, fere o Estado laico. Para o cientista político Vinicius do Valle, diretor do Observatório Evangélico, Michelle pôs a relação entre política e religião em um patamar inédito no Brasil.

"Em matéria de religião, ritualística é tudo", afirmou Valle. "Ela (Michelle) faz um discurso com uma prosódia, um vocabulário, toda a performance de um pentecostal conduzindo o culto", disse. Ontem, a primeira-dama foi destaque em evento religioso no Rio. "O Estado é laico, sim, mas eu sou cristã. Nós vamos, sim, trazer a presença do Senhor Jesus para o governo", declarou Michelle na Marcha para Jesus, onde foi mais ovacionada do que o presidente.

BATALHA. O vídeo compartilhado por Michelle, segundo Valle, é tentativa de estimular eleitoralmente uma batalha espiritual. Nessa cruzada, ela não esteve só. Aliado do presidente, o deputado Pastor Marco Feliciano (PL-SP), que também replicou a gravação, escreveu que votar em Lula é fazer pacto com o maligno. Procurados, parlamentar e primeiradama não responderam.

Oscilante entre criticar Bolsonaro e buscar o apoio do presidente na corrida pelo Senado - iniciativa já frustrada -, a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB-SP) afirmou discordar dos posicionamentos de Michelle. "Tenho preocupação com o tom que a nossa primeira-dama está dando (à religião na campanha)", disse ela, que é professora licenciada da USP, lecionou a disciplina Direito Penal e Religião e, mesmo em meio a embates com o presidente, disse poder votar em Bolsonaro.

LIBERDADE. Aliados, por sua vez, chancelaram o desempenho da primeira-dama, nos púlpitos e nas redes. O senador Guaracy Silveira (Avante-TO), líder da Igreja do Evangelho Quadrangular, afirmou que a liberdade a qualquer culto é garantida constitucionalmente, mas, sobre a declaração de Michelle em relação ao Planalto, disse que "todo obscurantismo não pode ser levado ao palácio". "O palácio tem de ser abençoado por Deus, para que os líderes abençoados por Deus possam abençoar a Nação brasileira."

Entidades religiosas querem retratação. O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras (Idafro), em relação ao vídeo compartilhado, avalia cobrar responsabilização do caso, cuja competência de investigação é do Ministério Público. "Do ponto de vista jurídico, é inaceitável", disse Hédio Silva Júnior, doutor em Direito e coordenador executivo do Idafro.

ESTRATÉGIA. Para integrantes do QG de campanha de Bolsonaro, Michelle teria apenas manifestado sua fé. Segundo eles, pesquisas qualitativas mostraram a primeira-dama popular entre as mulheres - segmento no qual o presidente enfrenta dificuldades. Ela atua ainda entre o público evangélico, no qual Bolsonaro tem avançado. De acordo com aliados do presidente, a intenção não é travar batalhas religiosas.

Conselheiro de Lula na comunicação com religiosos, o pastor Paulo Marcelo Schallenberger afirmou temer violência. "A preocupação é que tragédias como a de Foz do Iguaçu entrem no campo da religião", disse, ao se referir ao homicídio do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista José Guaranho. O pastor discute com a campanha petista uma reação "urgente" ao avanço de Bolsonaro. Entre as propostas estão a realização de um culto pentecostal em São Paulo e live na qual Lula exporia ações em favor da liberdade religiosa.

As mulheres, hoje, são a maioria no eleitorado, e os evangélicos, cerca de 30% da população. Em Minas, o presidente reverteu, em um mês, empate técnico com Lula entre evangélicos e, segundo pesquisa Genial/Quaest, está 18 pontos porcentuais à frente.

A cientista política Silvana Krause, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), disse que a questão religiosa é decisiva. "Os neopentecostais têm sido muito mobilizados. Isso fica claro com Michelle Bolsonaro resgatando o bem e o mal, a terra prometida."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o candidato a presidente preferido pela maioria dos eleitores que se declaram católicos (52%) e espíritas (51%), de acordo com pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 28. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera entre evangélicos, com 43% da preferência desse grupo.

Considerados apenas os católicos, o levantamento aponta que Lula teria 52% dos votos totais se o primeiro turno ocorresse hoje, seguido por Bolsonaro, com 25%; Ciro Gomes (PDT), com 9%; Simone Tebet (MDB), com 2%, e André Janones (Avante), com 1%. O panorama é parecido entre os espíritas/kardecistas: Lula tem 51% e Bolsonaro, 26%.

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Entre os evangélicos, Bolsonaro alcança 43% das intenções de voto e Lula fica em segundo lugar, com 33%, seguido por Ciro, com 6%.

Do total de entrevistados, 53% disseram ser católicos, enquanto 25% se declararam evangélicos e menos de 3%, espíritas. Outras religiões não foram listadas.

A pesquisa do Datafolha ouviu 2.556 eleitores presencialmente em 183 municípios de todas as regiões do País, entre os dias 27 e 28 de julho de 2022, e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-01192/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Na amostra total, Lula tem 18 pontos de vantagem sobre Bolsonaro. O petista tem 47% das intenções de voto, enquanto o atual chefe do Executivo tem 29% e oscilou um ponto para cima em comparação com o último levantamento.

A estratégia de partidos da direita em incentivar o conservadorismo cristão se baseia nos moldes da estrutura evangélica no Brasil, criada sob forte influência do protestantismo dos Estados Unidos. Os pastores congressistas da bancada da Bíblia costumam demonizar o "politicamente correto" e reforçam a não aceitação das diferenças para atrair votos, assim como fez o ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Exemplo para o presidente Jair Bolsonaro (PL), Trump enxergou nos protestantes um voto fiel e fundamental para se eleger. O modelo foi aprofundado pelo brasileiro, que usa versículos bíblicos como frases de efeito e indicou o pastor Milton Ribeiro ao Ministério da Educação e os ministros André Mendonça e Kássio Nunes ao STF pela devoção religiosa. 

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Em um evento no Palácio da Alvorada, em março deste ano, o presidente disse a líderes religiosos que dirigia a nação "para o lado que os senhores desejarem". Nessa quarta (15), Bolsonaro supôs que Jesus andaria armado ao concluir que ele “não comprou uma pistola porque não tinha naquela época”.

Desinformação e indução

Derrotado em todas as projeções eleitorais até o momento, para reduzir os danos da alta rejeição e se reforçar com seu eleitorado consolidado, o presidente costuma se apoiar na agenda de costumes para encobrir as críticas à gestão. "Isso ocorre porque houve um sequestro em relação a certas pautas. É como se certas pautas, que são importantes para os evangélicos, virassem um monopólio da direita e aí por falta de informação política, eles acabam achando que teologicamente precisam votar na direita", avaliou o doutor em Ciência Política Jorge Oliveira Gomes.

Com o aumento de fiéis nas últimas décadas em paralelo ao enriquecimento dos donos de igrejas como Edir Macêdo, Silas Malafaia e RR Soares, a pesquisa de 2020 do Datafolha apontou que 31% da população brasileira é evangélica, o que representa cerca de 27% do eleitorado religioso. Essa parcela, em sua maioria, é afetada por uma visão de mundo mais reacionária incutida na cultura gospel, que se concebeu no Brasil de forma afastada de teologias mais ligadas a questões sociais.       

O doutor em Ciência Política Gustavo Rocha frisou que os partidos de direita também se aproveitam da fragilidade socioeconômica dos fiéis que são motivados pela teologia da prosperidade. "A principal razão, ao meu ver, está atrelada ao projeto político de lideranças religiosas no segmento neopentecostal. Os fiéis desses grupos tendem a ser de extratos sociais mais baixos, com menos formação e menor grau de informação. Os líderes religiosos desse grupo se aproveitam muito disso para incutir determinadas posições", explicou.

Refúgio para as religiões de matriz africana

Essa estrutura político-religiosa empurra ainda mais as religiões de matriz africana ao preconceito. Como refúgio, seus adeptos veem na esquerda uma saída para receber apoio e respeito. "Na esquerda existe uma maior aceitação por conta da aproximação natural da esquerda com pautas progressistas e de minoria. No Brasil, geralmente as coisas caminham juntas", pontuou Oliveira Gomes.

Rocha acrescenta que a ideologia de esquerda tende a ser mais sensível a questões enfrentadas pelo candomblé e outras vertentes. "Eles são um misto de exclusões. São aqueles que tem sua prática religiosa atrelada à resistência, à imposição do Estado e da sociedade ao longo da história. Sofrem racismo, além de terem sua religião demonizada. Com o aumento da participação evangélica através desse movimento neopentecostais, eles sofrem ainda mais pressão", resumiu.

Mau desempenho da Economia pode virar votos

A fidelidade evangélica nas últimas eleições indica que esses eleitores devem manter a convicção política. Contudo, desde 2018, Rocha percebe que a esquerda passou a tentar se aproximar desses grupos para dialogar. 

Outros fatores que podem mudar o voto evangélico são a divergência decorrente da pluralidade dos grupos evangélicos e a atual situação econômica. “Eles são parte de extratos sociais muito afetados pelo cenário econômico. Há uma tendência que essas duas dimensões entrem em conflito. Então pode haver uma "quebra" nessa fidelidade”, analisou o cientista.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.354, de 2022, que institui o dia 18 de abril como Dia Nacional do Espiritismo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 4 milhões de pessoas que se declararam espíritas, além de 40 milhões de simpatizantes.

A nova lei teve origem no PL 3.789/2019, do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que foi encaminhado à Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), onde foi aprovado com a relatoria do senador Flávio Arns (Podemos-PR). A Câmara dos Deputados aprovou o projeto no início deste mês.

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De acordo com a justificativa do projeto, em 18 de abril de 1857 foi publicado O Livro dos Espíritos, do francês Allan Kardec, dando início à divulgação da doutrina em todo o mundo. Girão destacou que o Brasil é, atualmente, o país com o maior contingente de participantes ativos do espiritismo.

O senador lembrou ainda do trabalho desenvolvido pelo médium Chico Xavier, que, segundo ele, resultou no crescimento da doutrina.

“Foi toda uma vida dedicada à promoção do bem e da caridade. Como médium psicografou mais de 500 livros recebidos de vários espíritos, tendo mais de 50 milhões de títulos vendidos e todos os direitos revertidos para obras de assistência social”, afirmou.

Chico Xavier morreu em 2002, aos 92 anos de idade.

Da Agência Senado

Nesta terça-feira (24), o ex-presidente Lula (PT) afirmou em publicações no seu Twitter que, se eleito presidente, não irá misturar religião com política na sua gestão. 

"Cada um segue a fé que quiser. O governante não tem que se meter nisso, nem ficar usando padre ou pastor. O governante tem que deixar as pessoas cuidarem da sua fé com paz e respeito, sem usar o nome de Deus em vão", assegurou.

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O petista também voltou a dizer que se voltar ao comando do Brasil, a primeira coisa que fará será reunir os 27 governadores do país "para entender o que é prioritário na área da educação, saúde e da infraestrutura em cada Estado".

"Bolsonaro não percebe que governar o país exige responsabilidade, que é uma coisa séria. Há quanto tempo ele não conversa com prefeitos, governadores? Bolsonaro vive no mundo das mentiras que ele cria", complementa.

Outra medida prometida pelo pré-candidato é a revogação do teto de gastos que, para ele, um governo "sério" não precisa. "O teto de gastos foi uma forma que a elite econômica e política encontrou para evitar que o pobre tivesse aumento nas políticas sociais. No nosso governo haverá responsabilidade social e seriedade", pontua.

Ao falar sobre religião neste sábado (21), no Instagram, a atriz Karina Bacchi contou da sua rotina e que não lê a bíblia 10 horas por dia, mas que “24 horas seria o ideal”. 

“Viver a vontade de Deus não está em quanto tempo lemos a Bíblia diariamente. Quem me dera ter tempo para ler a bússola da vida 10 horas por dia. Essa não é minha rotina, mesmo acordando antes do sol nascer para fazer meu devocional antes de acordar meu filho. Arrumá-lo, dar café, levá-lo e buscá-lo na escola. Almoçar em família, gravar meus vídeos, administrar a casa, trabalhar fora”, afirmou. 

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Ela disse que ser cristã não é sobre o “tempo de bíblia” dedicado, mas a compreensão e prática do cotidiano sobre a bíblia. “Não importa se você lê a Bíblia 10 minutos ou 10 horas por dia. Importa sim o quanto a vivencia. 24 horas seria o ideal”.

A atriz fez a publicação um dia depois de confirmar o fim do casamento com Amaury Nunes, que teve como um dos motivos principais o seu fanatismo religioso. 

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2832/21, da deputada Dra. Soraya Manato (PTB-ES), que institui o Dia Nacional do Cristão, a ser celebrado anualmente no primeiro domingo do mês de junho. A proposta segue para análise do Senado.

O relator, deputado Jefferson Campos (PL-SP), recomendou a aprovação da proposta, lembrando que segundo o último Censo do IBGE 87% da população professa a fé cristã, reunida em igrejas de diversas denominações.

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"Além da relevante expressão numérica, os cristãos têm impacto ao participar da sociedade brasileira. Ocupam espaço na política, na mídia, no esporte e na cultura, bem como representam significativo papel em questões sociais, de assistência, dignidade humana, combate às drogas e à fome", disse.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

A Páscoa pode ser considerada a grande festa cristã. Nessa data, é celebrada a ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, a Páscoa já existe desde a Antiguidade, embora com outro significado. Até hoje, simboliza coisas diferentes para judeus e cristãos.

Em entrevista ao LeiaJá, o teólogo Mario Tito Almeida, professor da UNAMA - Universidade da Amazônia, fala sobre a origem da Páscoa, seu verdadeiro significado e sobre como a data está presente em diferentes religiões, entre outras coisas.

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Para o teólogo, Páscoa quer dizer a passagem de uma situação boa para uma ruim. ”A palavra Páscoa origina-se de uma palavra hebraica pessach, que significa passagem. O que significa exatamente a ideia da saída de uma situação ruim para uma situação boa, ou seja, a passagem de uma situação de morte para uma situação de vida; ou melhor, a passagem de uma situação que não é satisfatória para uma situação em que você é feliz. Esse é isso significado da palavra Páscoa”, disse o professor.

Nesse sentido, destaca Mario Tito, a Páscoa passou a ser entendida como uma ação de Deus para uma situação boa acontecer. “Páscoa é exatamente essa passagem para uma vida feliz, para uma vida melhor, para uma vida cheia de mais realizações. Celebrar a Páscoa é celebrar a festa religiosa da ação de Deus para que a pessoa se sinta melhor, se sinta viva, se sinta realizada", afirma.

Mario Tito explica a diferença entre a celebração antes e depois de Jesus. ”A Páscoa dos judeus é uma Páscoa que mostra a saída da escravidão para uma realidade de liberdade em busca da Terra Prometida. Já a Páscoa dos cristãos dá um novo significado para essa situação, não é mais a saída da escravidão física, mas é na verdade a celebração da Ressurreição de Jesus. A ressurreição de Jesus acaba sendo uma nova forma de libertação da escravidão, da escravidão do pecado, para a nova vida da Graça de Deus, da presença de Deus”, destaca.

Para o professor, celebrar a Páscoa significa, acima de tudo, celebrar a vida. ”A grande questão que se coloca na celebração da Páscoa, a pergunta fundamental, é: quem ainda não tem vida plena? Quem ainda está sofrendo? Quem são aqueles que não gozam de direitos? Quem são aqueles que não vivem de forma humana, digna? A Páscoa, mais que apenas uma celebração, é uma vivência de um mistério que nos leva a fazer com que esta Páscoa aconteça também para as pessoas que mais necessitam”, diz.

O professor comenta as semelhanças entre a Páscoa judaica e a cristã. “Eles (os judeus) celebravam a Páscoa lembrando essa saída do Egito para a terra prometida, quase que repetindo gestos daquele povo que saiu às pressas, ervas amargas, pão ázimo, comer com pressa, porque foi assim que foi a primeira Páscoa: se fez uma refeição rápida, se pegou aquilo que se tinha no momento e se saiu efetivamente daquela situação. Já a Páscoa cristã, não, ela se celebra exatamente como celebração da vida, por isso se dá ao redor da mesa também, mas ao redor da mesa com fartura, porque se mostra claramente que essa nova vida celebrada é uma vida também em que a alimentação inspira solidariedade, inspira também uma alegria, inspira também festa”, comenta.

O teólogo explica a mudança de data da festa religiosa. “Interessante essa história, porque na verdade a Páscoa Cristã é marcada sempre no final de semana de lua cheia, após a primavera do hemisfério norte, portanto do continente europeu. Falando de hemisfério norte, lá tem as estações muito bem definidas. Então, no período da primavera, quando acontece na primavera, se conta quando será o fim de semana de lua cheia. E aí se marca a Páscoa. Mutável a cada ano, a celebração da Páscoa muda também por conta de que essa primeira lua cheia depois da primavera acontece em datas variáveis”, explica.

Sobre a relação do coelho com a Páscoa, Mario Tito comenta que é mais uma questão mercadológica do que religiosa. “É uma questão mais cultural e até mercadológica, na verdade. O coelho foi colocado como o símbolo da fertilidade, mas ele não está diretamente ligado à questão da Páscoa Cristã. Ela tem muito mais como símbolo o Círio Pascal, aquela grande vela, aquela grande luz para dizer que Jesus ressuscita e ilumina as trevas do pecado”, avalia.

Por Rodrigo Sauma e Caio Ribeiro (sob orientação e acompanhamento de Antonio Carlos Pimentel).

O projeto de lei de autoria da vereadora Liana Cirne (PT), de número 8/2022 que institui o Orixá Xangô como guardião do Recife estava para entrar na pauta da sessão plenária desta segunda-feira (14), mas foi retirado pela autora. No entanto, desde o domingo (13), alguns vereadores da oposição protestaram contra a proposição nas suas redes sociais exaltando a laicidade do estado e, em seguida, exaltando Deus e Jesus. 

A autora do projeto afirmou, na justificativa da matéria, que Recife tem como uma das marcar a diversidade do povo e multiplicidade de manifestações culturais que, em sua maioria, são “trazidas pelos diferentes povos ancestrais da diáspora negra, assim entendidas as pessoas autodeclaradas pretas e pardas, num total de 68% da população recifense”. 

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Cirne destacou o culto ao Orixá Xangô, trazido para o Recife por Ifatinuké africana proveniente da Nigéria, e também falou sobre a isonomia de tratamento inter-religioso na capital. “mesma maneira que a cidade tem uma padroeira católica que celebramos respeitosamente, assim também os adeptos e cultuadores do candomblé, espiritualidade africana em Recife, lutam para que a representação do Orixá Xangô seja reconhecida e se transforme oficialmente como Guardião da Cidade do Recife. Xangô Orixá da justiça, da alegria e da fartura, Rei de Oyó, guarda essa cidade e seu povo possibilitando que a justiça prevaleça, a alegria cultural recifense se preserve e a fartura venha pelas mãos do trabalho livre de cada um de seus habitantes”, atenuou.

Bancada evangélica contra o projeto 

O vereador Fred Ferreira (PSC) publicou um vídeo afirmando ter sido surpreendido com o projeto. “Nesta última sexta-feira fui surpreendido aqui na Câmara dos Vereadores com um projeto de lei de uma vereadora do PT, que quer instituir o Orixá Xangô como guardião da nossa cidade. Vamos ver o que a Constituição diz, ela assegura que o estado é laico e prevê liberdade de crenças religiosas para qualquer cidadão, mas isso não assegura alguém querer decretar que o Orixá seja guardião da nossa cidade. Você concorda?”, questionou. 



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Em seguida, o parlamentar lembrou que o ex-presidente Lula recebeu, anos atrás, o mesmo Orixá de um pai de santo. “Você já se perguntou por que ela escolheu esse Orixá? Não sei se você lembra, mas alguns anos atrás o ex-presidente Lula ganhou de um pai de santo a imagem do mesmo Orixá, e agora querem colocar o mesmo guardião da nossa cidade. É muita coincidência. Lutarei contra esse projeto, vamos trabalhar e orar para que ele não seja aprovado. A minha convicção é que Recife é de Jesus”, afirmou. 

Por sua vez, o vereador Renato Antunes (PSC) também repudiou a matéria nas suas redes sociais. “Como vereador e representante do segmento cristão evangélico, entendo que toda fé deve ser respeitada, e combatemos todo tipo de intolerância religiosa. Estranhamente esse projeto foi pautado pelo partido dos trabalhadores, o PT, mesmo partido que diz que o estado deve ser laico. Cadê a laicidade do estado? Qual é a finalidade jurídica, econômica, cultural e social para que Xangô seja guardião da cidade do Recife? Como relator da matéria, votarei não, mas quero debater aspectos jurídicos culturais e sociais, entendendo que fé não se discute, mas também que fé não se impõe. Que Deus nos abençoe”. 

Também do partido social cristão, o vereador Felipe Alecrim se colocou como representante da população cristã católica e criticou o projeto. “Todos sabemos através de pesquisas que 80% da população recifense se declara cristã. Isso é importante para mim e para o nosso mandato saber a sua opinião sobre essa proposição”. 

Já o vereador Júnior Tércio (Podemos), apareceu nas suas redes comemorando a retirada do projeto de pauta. “A vitória é do povo de Deus. O projeto foi retirado de pauta e a autora é do PT, o partido das trevas. E ainda tem cristão que vota no partido depois dessa?”, disparou.

O Tribunal de Massa Carrara, na região da Toscana, condenou nesta quarta-feira (2) um padre italiano a sete anos e meio de prisão pela suposta extorsão de seu ex-bispo.

Luca Morini é ex-pároco de Massa Carrara e é conhecido pelos fiéis como "Don Euro" pela facilidade com que gastava o dinheiro das doações para a igreja em festas e jantares de luxo.

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A promotoria havia pedido uma pena de oito anos e meio de reclusão, mas, após um conselho de cerca de uma hora, foi decidido pela redução da sentença em decorrência de uma enfermidade mental de Morini.

O tribunal condenou ainda o antigo pároco a pagar uma indenização para quatro pessoas envolvidas no processo, incluindo uma jovem com quem mantinha relações, no valor total de 14 mil euros.

O religioso é pivô de um escândalo que eclodiu em 2017 após as declarações de uma jovem, a quem Morini se apresentou como magistrado, que revelou gastos excessivos dele em jantares, viagens e spas caros, além de festas de swing.

Hoje, porém, as autoridades absolveram Morini das acusações de autolavagem e repasse de drogas, além de outros episódios de extorsão a uma freira.

Da Ansa

A principal temporada de festivais religiosos da Índia voltou com força, com multidões lotando os mercados e feiras pela primeira vez em dois anos, apenas seis meses após um surto devastador da Covid-19.

O vírus ainda mata mais de 200 pessoas por dia neste país de 1,3 bilhão de pessoas, mas é bem menos do que as 4 mil mortes diárias entre abril e maio.

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A maior parte das atividades voltou ao normal, e a Índia já aplicou quase 1 bilhão de doses de vacinas, com cerca de 75% da população pelo menos parcialmente inoculada.

A temporada festiva da Índia inclui as celebrações de Durga Puja, Dussehra e Diwali, grandes festivais hindus comemorados em todo o país com cor e exuberância.

É a época em que as pessoas gastam mais em roupas, doces, veículos e outros bens de consumo, vitais para levantar a conturbada economia indiana, a sexta maior do mundo.

Nesta quinta-feira (14), em Calcutá, multidões desfilaram pelos coloridos "pandales", estruturas temporárias para instalar figuras da deusa hindu Durga.

Na cidade tentacular, capital do estado de Bengala Ocidental, agentes de trânsito usavam alto-falantes para lembrar, em vão, sobre o distanciamento social seguro.

Muitos participantes, porém, usavam máscaras.

"É tempo de festa, então as pessoas vão vir para aproveitar. Agora não há restrições, o governo nos autorizou (para comemorar), então estamos aproveitando", disse Aradhana Gupta à AFP.

Outra participante, Riya Tai, lamentou não ter podido participar do festival no ano passado, quando as restrições ao vírus estavam em vigor.

"Agora estou feliz, embora a multidão seja excessiva. Estou suando como louca, mas estou gostando", comentou entre a batida de tambores e o som da música.

Os estados vizinhos de Bihar e Assam também receberam grandes multidões, bem como os estados ocidentais de Maharashtra e Gujarat.

O governo do primeiro-ministro Narendra Modi lançou uma campanha chamada "Missão 100 Dias" na segunda-feira, para lembrar a necessidade de prevenir um surto de Covid-19.

"Estamos pedindo aos estados que fiquem muito vigilantes nos próximos 100 dias e garantam que o comportamento preventivo seja observado", disse um funcionário público ao Hindustan Times.

"Só então poderemos salvar o país de uma retomada inesperada de casos", acrescentou.

Para o especialista em saúde comunitária Rajib Dasgupta, a alta cobertura de vacinação pode proteger o país de um novo surto, a menos que surja uma variante altamente contagiosa.

A Câmara de Vereadores do Recife aprovou nesta segunda-feira (23), durante sessão ordinária, um voto de aplauso ao Movimento Pró-Vida de Pernambuco. A proposta, assinada pelos parlamentares Michele Collins (PP) e Felipe Alecrim (PSC), foi aprovada por 19 dos vereadores presentes, incluindo a ala conservadora da oposição e toda a bancada do governo, com exceção de Rinaldo Junior (PSB). Além do socialista, outros sete opositores foram contra a ação.

O grupo religioso foi homenageado pelos "relevantes serviços prestados em prol dos valores cristãos e da família". Atuante há 23 anos, o Pró-Vida ficou nacionalmente conhecido em 2020, após tumultuar os acessos do Centro Integrado Amaury de Medeiros (Cisam) e tentar impedir o aborto legal e acompanhado de uma menina de 10 anos, que havia engravidado após ser estuprada por anos pelo próprio tio.

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"Orgulho em propor esse voto de aplauso ao Movimento Pró-Vida-PE junto à vereadora missionária Michele Collins, porque o movimento luta pela preservação da essencialidade absoluta do homem que é a vida. Essa luta é fundamental especialmente ainda no seio materno, quando a vida humana ainda é frágil, privada de qualquer capacidade de defesa, O movimento Pró-Vida surge com o objetivo de estimular a cultura da vida, o respeito pela vida humana", afirmou Felipe Alecrim.

Exatamente um ano atrás, no dia 24 de agosto, o médico Olímpio de Moraes Filho e toda a equipe do Cisam receberam um voto de aplauso da Câmara Municipal pela atuação no processo de aborto da menina. A homenagem foi sugerida pelo vereador Jayme Asfora (Cidadania), tendo recebido apenas um voto contrário. Outro requerimento com a mesma solicitação foi apresentado por Ivan Moraes (Psol).

No texto da matéria, Asfora lembrou que, no dia 16 de agosto, Olímpio de Moraes e a equipe do Cisam foram alvo de protestos contrários ao aborto, que foi autorizado pela Justiça, de acordo com a legislação vigente desde 1940.

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