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Homens armados mataram pelo menos 14 pessoas depois de forçá-las a descerem dos ônibus em que viajavam no Baluchistão, a mais instável das províncias do Paquistão, no oeste do país - informaram as autoridades.

Os agressores, que usavam uniformes de uma força paramilitar, "pararam os ônibus na estrada costeira de Makran e mataram 14 pessoas", declarou o ministro do Interior do Baluchistão, Haider Ali.

Os passageiros mortos "tinham identificações que não vinham do Baluchistão", disse Ali, acrescentando que dois oficiais, um da Marinha e outro da Guarda costeira, estavam entre as vítimas.

Outra autoridade administrativa confirmou o ataque e o balanço de vítimas.

Os ônibus viajavam entre as cidades de Karachi e Omara, na costa de Baluchistão, segundo o ministro do Interior.

Em nota divulgada por seu gabinete, o primeiro-ministro Imran Khan condenou os assassinatos.

Até agora, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, que aconteceu menos de uma semana depois de uma explosão suicida na capital provincial, Quetta, que matou 20 pessoas.

"Esses incidentes são intoleráveis e não perdoaremos os terroristas que cometeram esse terrível ataque", disse o ministro do Interior do Baluchistão, Mir Zia Langov.

Na fronteira com Afeganistão e Irã, a província do Baluchistão sofre com uma insurgência separatista e a violência islamista, que deixaram centenas de mortos nos últimos anos.

O massacre contra muçulmanos ocorrido nesta sexta-feira em duas mesquitas da Nova Zelândia mostra a ascensão do nacionalismo branco, que prega um ideal imaginário "europeu", rejeita a imigração e compartilha ameaças na internet.

É um movimento que carece de liderança, é fragmentado e atrai a atenção de lobos solitários, como o australiano de 28 anos que matou 49 pessoas nesta sexta-feira em Christchurch e explicou em um manifesto que pretendia "esmagar a imigração" e se vingar dos ataques jihadistas realizados na Europa.

Mas especialistas alertam que se trata de um movimento coeso, interligado através da internet e que se estende por toda a Europa até a Rússia, tem um grande número de seguidores nos Estados Unidos e Canadá e, como demonstrado pelo ataque de sexta-feira, está presente na Austrália e Nova Zelândia.

Eles dizem que representa uma ameaça internacional tão grande quanto o extremismo islâmico, mais ainda nos Estados Unidos, onde os ataques dos nacionalistas brancos ultrapassaram os dos jihadistas.

"O nacionalismo branco e o extremismo da ultradireita são a ameaça extremista mais proeminente que os Estados Unidos enfrentam atualmente, e, na verdade, são um fenômeno global", afirma Brian Levin, diretor do Centro para o Estudo do Ódio Extremista da Universidade Estadual da Califórnia. "Essa gente tem medo da mudança demográfica. Usa o termo genocídio branco", explica.

- Raízes na década de 1930 -

O movimento nacionalista branco tem suas raízes nos conceitos propostos há décadas pelos fascistas europeus e americanos e pelos neonazistas.

O historiador francês Nicolas Lebourg observou que o manifesto do atirador de Christchurch citou o fascista britânico Oswald Mosley, de 1930.

O uso da palavra "europeus" para se referir aos brancos foi promovido pelo neonazista americano Francis Parker Yockey.

"Genocídio Branco" é uma ideia que surgiu por volta de 1972 nos Estados Unidos, observou Lebourg, e foi popularizada na Europa pelo escritor francês Reanud Camus.

Na verdade, o título do suposto manifesto do atirador neozelandês é "The Great Replacement" (A Grande Substituição), o mesmo que um livro escrito por Camus em 2011, popular em círculos de nacionalismo branco e que argumenta que os imigrantes que não são brancos estão suplantando os europeus brancos.

Embora alguns nacionalistas brancos sejam antimuçulmanos, antijudeus, capitalistas ou socialistas, hoje eles estão unidos, segundo os analistas, por uma rejeição à imigração.

Sophie Bjork-James, professora da Universidade de Vanderbilt, diz que o medo comum é de que os cristãos brancos possam se tornar minoritários nas sociedades que dominam há séculos.

Isto deu asas a movimentos como os "Identitários", nascido na França, e o "Identity Evropa", nos Estados Unidos.

Nacionalistas brancos foram encorajados ainda mais pelo surgimento de políticos que apoiam uma linha dura com a imigração, de Marine Le Pen na França e Viktor Orban na Hungria ao presidente russo, Vladimir Putin, e o partido UKIP na Grã-Bretanha.

O mesmo acontece nos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump chegou à Casa Branca com um discurso anti-imigração, apoiado por uma base de eleitores predominantemente branca.

Trump pareceu legitimar a marcha dos supremacistas brancos e neonazistas em Charlottesville em 2017, e evitou condenar a violência da extrema direita.

"Eles vêem nele (Trump) uma incrível oportunidade de ampliar sua influência", explica Bjork-James.

O autor do ataque em Christchurch chamou Trump de "símbolo de identidade branca renovada e propósito comum".

Mesmo condenando o massacre de imediato, Trump gerou novamente polêmica dizendo que não acreditava que o nacionalismo branco fosse um problema crescente no mundo.

- Lobos solitários -

Bjork-James diz que a internet, especialmente sites como GAB e Stormfront, ajudou a construir uma comunidade global para nacionalistas brancos.

"O Stormfront é uma câmera de ponto focal global para o nacionalismo branco", afirmou.

O site está cheio de comentários sobre o ataque de Christchurch, alguns questionando o assassinato de mulheres e crianças.

Um comentário rejeita o debate: "Os invasores não são pessoas inocentes".

"O ataque de um lobo solitário é, na verdade, parte de uma estratégia global", explica Bjork-James.

O autor do atentado na Nova Zelândia escreveu que foi inspirado por outros nacionalistas brancos que perpetraram assassinatos em massa.

Ele mencionou Anders Breivik, que matou 77 pessoas na Noruega em 2011; Dylann Roof, que matou nove paroquianos negros em uma igreja nos Estados Unidos em 2015; e Alexandre Bissonnette, que matou seis pessoas em um ataque em 2017 em uma mesquita no Canadá.

Lebourg diz que os últimos ataques parecem ter se tornado parte de um ciclo de vingança, especialmente porque a França foi alvo de jihadistas em 2015.

O manifesto do australiano menciona repetidamente uma vingança pelos ataques do extremismo islâmico.

"Os ataques de 2015 foram um ponto de virada para todos os supremacistas", diz Lebourg. "Agora, a vingança está na cabeça dessas pessoas", conclui.

O manifesto deixado por Brenton Tarrant, terrorista que protagonizou o ataque contra duas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia, faz uma menção ao Brasil.

No texto, Tarrant cita o maior país da América Latina em um capítulo chamado "Diversidade é fraqueza", no qual ele critica nações abertas a outras culturas e miscigenadas.

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"O Brasil, com toda a sua diversidade racial, está completamente dividido como nação, onde as pessoas não se dão umas com as outras e se separam e segregam sempre que possível", diz o australiano de 28 anos.

O manifesto tem 74 páginas e é dedicado à defesa da "supremacia branca" e aos ataques contra o Islã. O terrorista se inspirou no norueguês Anders Breivik, autor de um massacre com 77 mortos em Oslo e Utoya, em julho de 2011, e que também deixou um documento com sua ideologia.

O texto escrito por Tarrant se chama "A grande substituição", em referência a um livro do francês Renaud Camus, que defende a ideia de que a maioria branca da Europa está sendo substituída por imigrantes africanos.

O terrorista também cita o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como um "símbolo da identidade branca renovada" e admite que seu objetivo com o atentado de Christchurch era criar uma "atmosfera de medo" e "incitar a violência" contra imigrantes.

Da Ansa

Quatro jovens de 16 a 20 anos foram presos no norte do estado de Nova York acusados de preparar um ataque "potencialmente mortal" contra uma comunidade muçulmana que já tinha sido alvo de um plano de ataque, informou nesta quarta-feira (23) a polícia local.

A polícia da pequena cidade americana de Greece, perto da fronteira com o Canadá, recuperou três aparatos explosivos e 23 armas, principalmente espingardas, nas casas dos jovens presos, segundo seu porta-voz, Jared Rene.

Os jovens são acusados de terem planejado durante semanas "um ataque potencialmente mortal" contra uma comunidade conhecida pelo nome de "Islamberg", que se instalou desde 1980 na região de Binghamton, a várias horas de carro de Greece, confirmou Rene.

Ainda não foram esclarecidas as razões por que atacariam Islamberg, indicou a polícia.

Em 2015 um plano para atacar Islamberg já tinha sido denunciado, afirmou em comunicado a organização Muslims of America (Muçulmanos dos Estados Unidos). O autor foi condenado em 2017 a 20 anos de prisão.

Uma das duas mulheres que conseguiram entrar em um templo hindu no sul da Índia foi agredida por sua sogra ao voltar para casa, depois de vários dias se escondendo para escapar da violência dos ortodoxos.

"Kanaka Durga entrou com uma queixa contra a sogra que, segundo ela, a agrediu quando voltou para casa", contou à AFP um policial de Perunthalmanna nesta terça-feira.

Kanaka, de 39 anos, passou vários dias escondida depois de ter feito história ao entrar no templo de Sabarimala junto com Bindu Ammini, no último 2 de janeiro, provocando distúrbios em Kerala, uma região no sul da Índia.

Sabarimala, localizado no topo de uma colina, é dedicado ao deus Ayyappa, e seus seguidores acreditam que deixar uma mulher em idade fértil entrar no local vai contra seus desejos.

Kanaka Durga, que trabalha para o governo, foi internada em um hospital em Malappuram, uma cidade vizinha, onde vários manifestantes se reuniram para continuar protestando.

Em uma entrevista à AFP, ainda escondida, Kanaka Durga disse que entrou no templo porque é devota e porque também deseja promover a igualdade de gênero.

De acordo com ela, sua família está com raiva porque não contou a eles o que planejava fazer, por medo de que eles tentassem impedi-la.

Depois que as mulheres entraram no templo, o religioso responsável fechou as portas durante uma hora para realizar uma "cerimônia de purificação", já que os fiéis acreditam que as mulheres menstruadas são impuras.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou a instauração de inquérito para avaliar o motivo da retirada da peça "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu" da grade da programação do 25º Janeiro de Grandes Espetáculos. A decisão foi publicada nesta terça-feira (15) no Diário Oficial.

O assunto da audiência, que será realizada no próximo dia 28, às 14h, discutirá a garantia do direito à liberdade de expressão e criação artística. O inquérito investigará a Secretaria Estadual de Cultura de Pernambuco, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Fundação de Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE), Prefeitura do Recife e Fundação de Cultura da Cidade do Recife.

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Ao vetar a peça do festival, a Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe) alegou que o espetáculo ‘extrapola os critérios artísticos’. "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu" é um drama sobre opressão e intolerância, interpretado pela atriz transexual Renata Carvalho.

Após a obra ser retirada do 25º Janeiro de Grandes Espetáculos, outras peças decidiram abandonar o evento, em solidariedade à Renata, que faz o papel de Jesus no espetáculo, e contra a censura e intolerância.

Dois momentos que mais marcaram a diplomação dos políticos pernambucanos vitoriosos na eleição deste ano, que aconteceu na última quinta-feira (6), foram as vaias que o governador Paulo Câmara (PSB) e o deputado federal reeleito Luciano Bivar (PSL) receberam por uma parte do público presente. O evento aconteceu na área interna do Classic Hall e foi bastante disputado. 

Em entrevista ao LeiaJá, o senador Humberto Costa (PT) falou sobre o assunto e saiu em defesa do pessebista. “Eu acho que faz parte da democracia, mas não é um tipo de coisa que me agrade muito não, acho que essa é uma festa, todo mundo tem direito a ter suas posições, então intolerância nunca é o melhor caminho”, declarou. 

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Humberto também falou sobre o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Ele contou que está sendo trabalhado para que todos os parlamentares que são contra o governo Bolsonaro possam estar unidos mesmo que não haja uma “oposição formal”. “Que nós tenhamos diálogo aberto e permanente para defender aqueles pontos que achamos importantes”, disse. 

“Para não permitir que haja perda de direitos por conta das ações deste governo, não permitir que o Estado brasileiro seja desmontado e lutar para que a gente tenha a democracia aprofundada no Brasil”, complementou o senador mais votado em Pernambuco no pleito deste ano.

Sobre uma possível bloco que estaria sendo formado no Congresso Nacional sem a participação do PT, Humberto Costa falou que a legenda não precisa da autorização de ninguém para fazer oposição. “Os blocos se formam, muitas vezes, pelo interesse em ocupar espaços. Eu acho que nos vamos sair unidos porque seremos obrigados a isso. É uma bobagem qualquer força política querer excluir outras dessa luta que é a do povo brasileiro”, finalizou. 

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP/RJ) expediram recomendação ao interventor federal, general Walter Souza Braga Netto, e ao secretário de Segurança pública do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, estabelecendo que sejam adotadas providências para a prevenção e repressão de crimes de ódio de cunho ideológico e contra grupos minoritários no Rio de Janeiro.

O documento, assinado pelos procuradores regionais dos direitos do cidadão Ana Padilha de Oliveira, Sergio Gardenghi Suiama e Renato de Feitas Souza Machado, em conjunto com a promotora de justiça Liana Barros Cardozo, recomenda a promoção da pacificação das manifestações de intolerância, adotando medidas cabíveis para a orientação das Forças de Segurança no Estado do Rio de Janeiro e ampliando os canais de denúncia existentes junto à população, assim como o pronunciamento público, se possível por meio de veículos de imprensa, no sentido de estimular a pacificação social em razão do elevado número de atos de intolerância e violência decorrentes do processo eleitoral de 2018.

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A recomendação estabelece ainda que nos casos de atos de intolerância caracterizados por ofensas, injúrias, intimidações, ameaças, agressões de cunho ideológico e/ou contra grupos minoritários, especialmente contra mulheres, negros, minorias étnicas ou religiosas, estrangeiros e membros da comunidade LGBTQIA (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo e Assexual), que seja realizado o registro minucioso da motivação desses atos em seus termos de ocorrência policial através da inclusão de campos que possibilitem a identificação da motivação do crime.

Com relação aos registros de ocorrência envolvendo instituições religiosas e seus praticantes, a recomendação estabelece que sejam elaborados de forma que o Instituto de Segurança Pública (ISP) providencie o registro e tratamento adequado visando à geração de estatísticas sobre o fenômeno da intolerância religiosa, informando também a qual denominação religiosa pertence a vítima.

De acordo com a recomendação, em casos de ocorrências de violência contra mulheres trans e travestis, os agentes da Polícia Civil deverão seguir os procedimentos previstos na portaria PCERJ nº 848 de 15/05/2018, que estabelece regras no atendimento policial, como o tratamento da vítima de acordo com o seu nome social, a preferência de atendimento por policial civil do gênero feminino e a garantia de que a palavra da vítima será levada em consideração, sem discriminações.

Foi fixado o prazo de 10 dias para resposta quanto ao acatamento total ou parcial da recomendação.

Entenda o caso – A recomendação levou em consideração o número elevado de notícias jornalísticas denunciando atos de intolerância e crimes de ódio contra grupos minoritários durante as eleições de 2018, assim como a ausência de dados estatísticos oficiais sobre esses crimes. O ISP/RJ afirmou em declaração que não seria possível distinguir casos de crimes contra grupos minoritários, inclusive crimes de intolerância religiosa, porque o instituto apenas divulga estatísticas de segurança provenientes de informações de registros de ocorrência lavrados nas unidades da Polícia Civil.

Recentemente, por ocasião da visita da Comissão Interamericana de Direitos Humanos ao Rio de Janeiro, os membros do MP acompanharam, em reuniões nos dias 08 e 09 de novembro, diversos relatos de casos de violência, em especial contra a população LGBTQIA e contra adeptos de religiões de matriz africana.

De acordo com os signatários, o levantamento desses dados pode auxiliar as Forças de Segurança do Estado, sob direção do Interventor Federal, na implementação de políticas públicas de segurança, enfrentamento e prevenção de violência contra grupos minoritários.

“A intervenção na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, próxima a seu fim, precisa deixar um legado que abranja ações estruturantes, avançando para uma pauta mais ampla de proteção aos direitos humanos, e de prevenção aos crimes de ódio e de intolerância, em defesa dos grupos mais vulneráveis”, afirmam no documento. 

Do site do MPF

O curso de Direito da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Recife promove, nesta terça-feira (6), às 8h30 e às 18h30, o I UNINASSAU Contra a Intolerância. Nesta primeira edição, o tema será “Enfrentamento dos Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros (LGBTs) na cidade do Recife”. O evento acontece no Bloco C da UNINASSAU, no auditório Capiba.

O encontro inclui palestras que serão ministradas por professores de Direito da UNINASSAU. De acordo com a coordenadora do curso, Maria Amélia Calado, os estudantes podem esperar um evento dinâmico e com temáticas bem atuais. "É de extrema importância abordar esse tipo de tema no espaço acadêmico. Iremos debater sobre a intolerância, nos mais variados aspectos, seja religiosa, de opção sexual, entre outros. O encontro abordará o enfrentamento dos LGBTS na cidade do Recife, os refugiados em nosso Estado e, ainda, a intolerância no que diz respeito à liberdade religiosa”, explica.

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O evento é aberto ao público externo e os interessados devem se inscrever no site. A UNINASSAU está localizada na Rua Guilherme Pinto, 114, Graças.

Programação

8h30 – Tema: Enfrentamento dos Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros (LGBTS) na cidade do Recife

18h30 – Tema: Refugiados Venezuelanos e Liberdade Religiosa

*Da assessoria de imprensa

"Sei que como mulher, negra, tendo uma irmã homossexual, hoje eu estou em perigo" no Brasil, declara à AFP Anielle Franco, de 34 anos, durante a Cúpula Mundial de Defensores dos Direitos Humanos que acontece em Paris.

Sua irmã, Marielle Franco, vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) que denunciava o racismo e a violência policial e lutava pelos direitos das mulheres e da comunidade LGBT foi assassinada a tiros aos 38 anos, em 14 de março deste ano, dentro de um carro no bairro do Estácio, no centro do Rio de Janeiro.

Pergunta: Qual é a sua reação depois da eleição de Jair Bolsonaro como presidente do seu país?

Resposta: Eu estou muito assustada com que o que ele vai fazer, mas também tenho medo da atitude das pessoas que votaram nele. Desde domingo houve muitos incidentes de violência no Rio, pessoas xingando, brigando.

Bolsonaro disse que ia "limpar" - foi a palavra que ele usou - do país os homossexuais, os pobres e os negros. Então, sim, eu estou com medo dele, mas também do que os militares acham que terão direito de fazer. Tenho medo das pessoas "normais", que acham que agora terão a permissão de portar armas, que pensam que a família tradicional é superior a qualquer outro tipo de família e que as famílias homossexuais não têm direito de existir.

Eu acho que as pessoas se escondiam atrás das suas opiniões e Bolsonaro lhes deu direito de gritar suas loucuras. Então, sim, estamos muito assustados e em perigo.

Acho que uma parte da população estava cansada do PT, de Lula e todos os outros. Você pode ficar cansado da corrupção, mas não pode perder a democracia. Os seus partidários dizem que votaram em Bolsonaro para acabar com a corrupção, mas não se dão conta de que votaram em alguém que espalha o ódio entre as pessoas, e que isso restringirá os seus direitos e liberdades.

Eu gostaria de fazer um pedido às ONGs e organizações de defesa dos direitos humanos para que vigiem a situação no Brasil e continuem nos ajudando apesar da chegada de Bolsonaro ao poder.

P - A sua família está ameaçada?

R - Nós recebemos diferentes tipos de ameaça: cara a cara e on-line. Há aproximadamente três semanas, por duas vezes, eu estava com a minha filha em um shopping no Rio e algumas pessoas com camisas do Bolsonaro começaram a gritar, assustando a milha filha que só tem dois anos. Gritavam: "Bolsonaro está chegando e você não vai ter lugar aqui", "Você deveria calar a boca e parar de falar da sua irmã", "Você pode ser a próxima morta". E nas redes sociais, nossa família é muitas vezes ameaçada, como, por exemplo, quando disseram "cala a boca e volta para a escravidão".

Não sabemos como reagir, enviamos cópias dessas ameaças para os nossos advogados. A nossa família não está sob nenhuma medida especial de segurança desde que mataram Marielle. O que é estranho é que temos amigos que nos dizem "Amamos você, estamos com você, sentimos muito por Marielle", mas que votaram em Bolsonaro.

Sei que como mulher, negra, tendo uma irmã homossexual, eu estou em perigo.

Mas tenho certeza que as organizações de defesa dos direitos LGBT no Brasil não vão se esconder, vão continuar lutando.

P - A investigação sobre a morte de sua irmã avançou?

R - Não temos nenhuma pista até agora. E estou muito triste por ter que dizer isso, mas hoje, com Bolsonaro e seu séquito à frente do Brasil, não sei se algum dia chegaremos a saber quem a matou. Não acho que Bolsonaro se importe com quem matou Marielle. Infelizmente, parece um "crime perfeito". Sem câmeras de segurança, sem testemunhas, a polícia não nos diz nada há quase oito meses.

Uma idosa negra, de 77 anos, foi humilhada por um passageiro em voo de baixo custo, que seguia de Barcelona para Londres, realizado pela companhia aérea Ryanair. O ataque ocorreu na última sexta-feira (19). Um passageiro registrou a situação em vídeo e compartilhou nas redes sociais. "Não fale comigo em uma língua estrangeira, sua vaca feia e estúpida", falou o homem contra a idosa que estava sentada ao seu lado.

No flagra da ação racista, que já foi visto por quase cinco milhões de pessoas no Facebook, o homem, que também é um idoso, insulta a mulher várias vezes e ameaça "empurrá-la" para outro lugar. A filha da passageira ofendida estava no avião e tentou intervir na situação.

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Em resposta, o homem desfere: "não me importa se ela é uma pessoa com deficiência ou não. Não me diga o que eu devo fazer. Se eu digo a ela que ela tem que sair, ela tem que sair". O passageiro que estava sentado atrás da mulher negra tenta amenizar a situação e o idoso, mais uma vez, fala coisas racistas: "Eu vou continuar por quanto tempo eu quiser com essa negra feia e desgraçada".

Ao site The Huffington Post, a filha da vítima disse que a discussão começou porque sua mãe tem artrite e demorou para se levantar da poltrona para que o homem sentasse na janela. A filha viajava de férias com a mãe para marcar o aniversário de um ano de morte do marido da idosa.

"Sei que se eu ou qualquer outra pessoa negra estivesse se comportando como ele, teriam chamado a polícia e nos colocado para fora do avião", disse a filha ao The Huffington Post.

Um comissário da companhia também tentou apaziguar a situação e pediu para que o agressor não fosse tão grosseiro e que ele se acalmasse. O rapaz responsável pela filmagem, identificado como David Lawrence, disse à BBC que não houve reação da maioria dos passageiros e que "ninguém disse nada".

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Antes do fim do vídeo, é possível ver que a mulher foi trocada de lugar e o homem continuou em seu assento. A companhia Ryanair disse à BBC: "operamos diretrizes rígidas para passageiros que causam confusão e não vamos tolerar comportamentos indisciplinados como esse".

A empresa aérea disse ainda que vai levar o assunto adiante e um "comportamento abusivo ou que cause transtorno como esse fará com que passageiros sejam proibidos de viajar", acrescentou.

A polícia britânica de Essex (condado da Inglaterra situado no sudeste do Reino Unido), onde fica localizado o Aeroporto de Stansted, destino do voo, está conduzindo a investigação.

 

Outra suástica foi pichada dentro de um banheiro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desta vez, o símbolo nazista foi desenhado dentro do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), nesta quinta-feira (18).

Na imagem, que circula pelas redes sociais, há os dizeres: "As leis de Nuremberg serão resgatadas! Negros, viados e todos os degenerados precisam ser exterminados. Mate-os". A pichação também diz "17 neles", fazendo referência ao número do candidato à presidência Jair Bolsonaro.

De acordo com a assessoria de imprensa da UFPE, a direção do CCSA já realizou a limpeza da pichação. A instituição ainda reitera, em nota, que repudia qualquer ato de discriminação

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-> Suástica é pichada dentro de banheiro da UFPE

Os atos de violência e propagação de ódio estão se multiplicando até mesmo dentro das instituições de ensino superior. Nesta terça-feira (16), o ex-professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alisson da Hora, divulgou uma foto, em sua conta no Facebook, de uma pichação de uma suástica realizada dentro do Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE.

Segundo o docente, que é formado em letras pela instituição, a pichação, que além do símbolo nazista também contém os dizeres "vocês vão morrer, porra", foi realizada no banheiro do Centro. A foto foi divulgada por ex-alunos do professor. "Já tinha visto outras pichações de cunho agressivo. Inclusive, no final do mês passado, quando fui fazer minha inscrição no concurso público, tinha várias provocações, sobretudo ao pessoal LGBTQ+. Mas dessa natureza, em 14 anos de CAC, foi a primeira vez", conta Alisson.

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De acordo com a assessoria de imprensa da UFPE, a pichação foi realizada no banheiro do primeiro andar do CAC e a direção do prédio já solicitou a limpeza imediata dos riscos. Em nota, a instituição ainda afirma que repudia qualquer ato de intolerência e que viole os direitos humanos.

A Ordem dos Advogados do Brasil seccional Pernambuco (OAB-PE) disponibiliza, a partir desta terça-feira (16), um canal para a população fazer denúncias de intolerância política no Estado. O chamado Observatório da Intolerância Política foi lançado nessa segunda (15), após o surgimento de diversos relatos de agressão após o primeiro turno das eleições.

As queixas poderão ser feitas pelo Whatsapp (81) 9.9247.2115, por e-mail observatorio@oabpe.org.br e presencialmente, na sede da entidade localizada na Rua Imperador Pedro II, 346, bairro de Santo Antônio, no Recife - sempre no horário comercial. A iniciativa pretende mapear e investigar os casos denunciados.

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De acordo com o  presidente da OAB-PE, Ronnie Preuss Duarte, será possível denunciar ações realizadas tanto no ambiente virtual como presencial.

“Será um canal para a recepção das denúncias e um órgão para o acompanhamento das diligências tomadas. Em se tratando de violações veiculadas por intermédio das redes sociais, acompanharemos a tramitação das denúncias e auxiliaremos a documentação daquilo que foi recebido, com a lavratura de atas notariais. Em seguida, encaminharemos para os órgãos competentes, seja o Ministério Público Federal ou o Ministério Público Estadual, tudo com o devido acompanhamento dos integrantes do Observatório”, explicou.

Quando a violência for presencial, Ronnie Preuss disse que é importante que a vítima ou testemunhas tentem fazer vídeos ou fotos. "É importante pegar um registro físico ou fotográfico. Um print, no caso da internet, ou vídeo e foto. Não temos o poder de fazer uma investigação in loco e, por isso, o elemento documental é necessário", disse. O Observatório vai funcionar até 31 de dezembro de 2018.

   O senador Cristovam Buarque (PPS), passada a derrota na disputa pela reeleição no Congresso, nesta quinta-feira (11), anunciou seu voto ao candidato a presidente Fernando Haddad (PT). O parlamentar que foi alvo dos petistas após votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff. 

Por meio das redes sociais, Cristovam falou que vai continuar sonhando com uma democracia tolerante com as divergências e protegida contra a corrupção. “Não votarei para abrir outra vez a porta do Brasil para o autoritarismo e a intolerância, mesmo quando voto sabendo dos riscos do novo governo carregar os erros do passado recente”. 

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Ao se posicionar, o parlamentar também afirmou que a democracia impede gestos autoritários e barra intolerâncias. “Protege a natureza, garantir direitos humanos e, se necessário, reorientar o governo, dentro da Constituição. Por isso, sem ilusões, votarei Haddad”. 

“Mas, sem democracia a oposição ficaria impedida, os crimes e erros ficariam escondidos pela censura como sofremos durante 21 anos de governos ditatoriais, desenvolvimento concentrador da renda, depredador da natureza, e com corrupção escondida”, expôs o senador. 

O mestre de capoeira e compositor Romualdo Rosário da Costa, 63 anos, conhecido como Moa do Katendê, foi morto a facadas na noite de ontem (7), após uma discussão política, em Salvador. Germínio do Amor Divino Pereira, 51 anos, parente do mestre de capoeira, também foi atingido e está no Hospital Geral do Estado (HGE) com ferimento no braço.

O autor do crime, Paulo Sérgio Ferreira de Santana, 36 anos, confessou o assassinato e alegou discussão política como motivação. A vítima foi esfaqueado após ter admitido votar no PT e ser contrário ao candidato Jair Bolsonaro, do PSL.

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Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Paulo chegou em um bar, na localidade do Dique Pequeno, bairro do Engenho Velho de Brotas, e se envolveu em uma discussão com Moa do Katendê. “Após desentendimento, o autor da agressão saiu do estabelecimento, buscou uma arma branca, na sua residência, e retornou ao bar. No local, Paulo deu facadas, nas costas de Romualdo, que estava sentado, e um golpe com a mesma arma branca, no braço de Germínio”, diz a nota da secretaria.

Moa do Katendê morreu no local. No Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Paulo Sérgio disse que foi xingado e que estava consumindo bebida alcoólica desde o início da manhã de domingo. Em depoimento, ele confessou estar arrependido.

O caso está sob responsabilidade da delegada do DHPP, Milena Calmon, que ouvirá outras testemunhas para esclarecer o episódio.

A cruz suástica e a saudação nazista, proibidas por muitos anos porque são consideradas perigosas para as crianças, começaram a aparecer em videogames na Alemanha em nome da liberdade artística, o que está provocando preocupações e críticas.

Apresentado na feira de videogames Gamescom de Colônia, que acaba de abrir suas portas até 25 de agosto, "Through the Darkest of Times" é o primeiro jogo vendido na Alemanha que mostra sem filtros o período nazista.

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O jogador dirige uma resistência ao nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. As suásticas substituem os triângulos negros sobre fundo vermelho que se utilizavam até o momento, e também se veem as saudações nazistas e inclusive Hitler, que jamais havia sido chamado por seu nome verdadeiro nos videogames.

Antes, "como os desenvolvedores temiam falar disso, inventavam coisas fantasiosas. Hitler se chamava Heiler e não tinha bigode, e não havia judeus, mas traidores. É problemático porque se ocultava todo um aspecto da história", explica à AFP Jörg Friedriech, codesenvolvedor do jogo.

"Liberdade artística"

O tabu foi quebrado em agosto. Pressionada pela indústria dos videogames e pelos jogadores, a autoridade independente de regulação alemã (USK) deu ao setor os mesmos direitos que os do cinema e do teatro.

"Os jogos que abordarem de forma crítica os acontecimentos passados podem se beneficiar pela primeira vez de uma aprovação" em virtude da "liberdade artística", declarou uma responsável da USK, Elisabeth Secker.

Desde uma decisão da justiça de 1998, os videogames não tinham direito a incluir esses elementos, já que os juízes temiam então que as crianças "crescessem com esses símbolos e insígnias e se acostumassem a eles".

"É um passo que não temos porque ocultar porque também pode ser uma chamada de atenção" para o público, considera Michael Schiessl, um visitante da Gamescom.

A decisão de permitir esses símbolos nos videogames, no entanto, não agradou a todos na Alemanha.

"Não se brinca com as suásticas", criticou a ministra alemã da Família, Franziska Giffey, em uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo grupo de imprensa Funke. Os alemães "devem continuar sendo conscientes de sua responsabilidade histórica", declarou.

"Como se explica aos jovens que acabaram de jogar 'Call of Duty' - um conhecido jogo de guerra - que ali podem içar a bandeira com a suástica mas que não podem pintá-la na parede de uma casa se não quiserem acabar em um tribunal?", questiona Stefan Mannes, redator-chefe de um portal alemão de notícias sobre o Terceiro Reich chamado "O futuro necessita memória".

Normalização

Um argumento rechaçado por Klaus-Peter Sick, historiador do centro Marc-Bloch de Berlim. "O jogador é inteligente e sabe diferenciar" a ficção da realidade, assegura. "Não há risco: você não se torna um nazista vendo suásticas!".

Além disso a USK não planeja conceder uma autorização geral; estudará cada caso para saber se a presença de símbolos nazistas em um jogo é "socialmente adequada".

Sick considera que essa decisão é mais um sinal da "normalização" da relação que a Alemanha mantém com seu passado.

"Esta sociedade pode ler 'Mein Kampf' sem se tornar nostálgica (...) Os nazistas convictos morreram. É uma questão de geração: a sociedade se transformou e se situa agora longe de uma época à qual não quer regressar", afirma o historiador.

Nos últimos anos caíram vários dos tabus relacionados com a Alemanha nazista. Filmes como "Meu Líder: Verdadeiramente a Verdade mais Verdadeira sobre Adolf Hitler" (2007) ou "Heil" (2015) encheram as salas de cinema, e o romance "Ele Está de Volta" (2012) se tornou um best-seller.

As autoridades permitiram inclusive a reedição de "Mein Kampf" (Minha Luta, escrito por Hitler) em uma versão comentada.

A cantora Liniker decidiu cancelar o show que ela e sua banda, Os Caramelows, fariam na Rússia durante um evento da Copa. A desistência se deu após alguns casos de ataques a LGBTs no país que sedia o mundial e a forma com a qual o governo local tem tratado o assunto. 

Os fãs foram comunicados através de uma postagem no Instagram.No post, a produção de Liniker e Os Caramelows coloca que o grupo aceitou apresentar-se na Rússia, mesmo sabendo da existência de intolerância no país, como forma de promover um ato político. Mas, os incidentes ocorridos após o início da Copa do Mundo, os fizeram mudar de opinião: "Após o início da competição, muitos casos de ataques a LGBTs ocorreram e é revoltante ver a maneira como o governo russo lida, ou melhor, não lida com a situação, como se alimentasse a intolerância". 

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Eles também disseram ter recebido muitas mensagens de fãs preocupados com a segurança do grupo e mesmo com o apoio dos organizadores do evento, optaram pelo cancelamento do show. Outras apresentações internacionais programadas para Liniker e os Caramelows, como as turnês canadense e europeia, permanecem mantidas. 

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O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que teve sua programação divulgada na última quinta-feira (28) e já contestada pela cantora Maria Rita, se envolve agora em mais uma polêmica. A peça de teatro 'Jesus Rainha do Céu', que traz Jesus como uma mulher trans e está prevista para ser encenada no dia 26 de julho, desagradou ao prefeito Izaías Régis (PTB). 

Ele afirmou, em entrevista a uma rádio local, que se mobilizará junto a entidades religiosas da cidade para não ceder o Centro Cultural de Garanhuns, impedindo assim a apresentação da peça. O motivo, de acordo com ele, é que “nós somos uma cidade cristã” e a realização desta peça “é uma coisa que atinge o cristianismo, que atinge as pessoas, que atinge a religião”.

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“Quero o apoio da sociedade e das igrejas para que possamos impedir a peça. A maioria do povo não quer a peça então vamos trabalhar para que ela não aconteça no Centro Cultural", afirmou o prefeito.

Na mesma entrevista, o prefeito afirmou que conversou por telefone com o secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, Marcelino Granja. Segundo o prefeito, o secretário afirmou que se “os moralistas” entrarem na justiça com uma liminar para impedir a peça, o governo conseguiria derrubá-la, como já aconteceu anteriormente em outros lugares por onde a peça passou gerando polêmica. Ainda segundo o prefeito, Marcelino Granja afirmou que se o centro cultural não for cedido, a peça seria realizada mesmo assim. 

“Ele disse que isso é coisa dos moralistas, que não tem nada demais, que a peça cristã, mas eu independentemente de qualquer coisa quero pedir à sociedade, quero pedir também o apoio da Igreja Católica, das igrejas evangélicas, para que nós possamos juntos fazer isso porque o prefeito sozinho não tem autoridade para isso, a única autoridade que eu tenho é fechar o Centro Cultural para que a peça não seja apresentada lá, mas o secretário de Cultura disse que não tinha problema, que apresentava a peça no meio da rua”, afirmou o Izaías.    

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O PT de Pernambuco emitiu uma nota, nesta segunda-feira (14), repudiando a atitude do presidente do Clube dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Pernambuco, coronel Josué Limeira, de cancelar o aluguel do auditório do local para um ato da vereadora Marília Arraes (PT), em prol da pré-candidatura dela ao Governo do Estado. O cancelamento, segundo uma justificativa exposta por Limeira, ocorreu porque o evento, marcado para o próximo domingo (20), também será em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

No documento encaminhado à imprensa, a direção do PT manifesta “indignação” à justificativa do coronel, na qual se chama Lula de “criminoso condenado em todas as instâncias”. Além disso, o texto ressalta ser “inimaginável um ato de petistas que não tivesse também como mote a defesa da libertação do preso político” e classifica a atitude como “pensamento intolerante e obscuro daqueles que não admitem que o povo brasileiro e o povo pernambucano sabem e denunciam a injustiça e arbitrariedade pelas quais passa o maior líder popular da história do Brasil”.

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“Lula é inocente e sofre perseguição política. Nenhuma prova foi apresentada contra ele e seu julgamento, todos sabem, foi injusto. O Coronel também sabe que Lula foi preso porque querem impedir que ele volte a governar o país e traga de volta o projeto de um Brasil para os brasileiros”, declara a nota do PT.

O PT ainda diz que “interferir nas opiniões democráticas, proferir preconceito e censurar um ato político e democrático é que não é ‘compatível com um Clube militar’”. “É uma pena que esses pensamentos de ódio e intolerância tenham chegado a um espaço que sempre serviu para o nosso convívio democrático, um clube que já abrigou eventos sindicais, dos movimentos sociais, do nosso partido e de candidaturas de vários partidos”, observa o texto.

Apesar do cancelamento, o PT também disse ter certeza que a militância não “desanimará” e Marília Arraes “encontrará um lugar mais aberto e democrático para reunir sua militância e poder dizer sem repressão”. 

Veja a nota na íntegra:

Tudo é pretexto para a intolerância

O  PT de Pernambuco manifesta indignação e repúdio à nota do Cel Limeira, Presidente do Clube dos Oficiais,  ao cancelar ato de petistas em apoio à pré-candidata do PT ao governo do estado, Marília Arraes.

Um dos pretextos utilizados para tal atitude é que o Clube não tinha sido "informado que o evento também seria um ato de apoio a Lula, criminoso condenado em todas as instâncias".  Sendo inimaginável um ato de petistas que não tivesse também como mote a defesa da libertação do preso político, Lula, fica evidente que a "repercussão" de que menciona a nota tem mais a ver com um pensamento intolerante e obscuro daqueles que não admitem que o povo brasileiro e o povo pernambucano sabem e denunciam a injustiça e arbitrariedade pelas quais passa o maior líder popular da história do Brasil.

Lula é inocente e sofre perseguição política. Nenhuma prova foi apresentada contra ele e seu julgamento, todos sabem, foi injusto. O Coronel também sabe que Lula foi preso porque querem impedir que ele volte a governar o país e traga de volta o projeto de um Brasil para os brasileiros.

Sabe por que viu as transformações que esse nosso grande pernambucano fez no Brasil, no Nordeste e, especialmente, em Pernambuco. Lula foi o presidente que mais olhou para o povo do país e do nosso estado. É por isso que ele é tão amado pelos pernambucanos, que o querem como presidente novamente. Basta ver  as pesquisas eleitorais que o colocam vitorioso, inclusive em PE, com mais de 60%.

Interferir nas opiniões democráticas, proferir preconceito e censurar um ato político e democrático é que não é "compatível com um Clube militar". É uma pena que esses pensamentos de ódio e intolerância tenham chegado a um espaço que sempre serviu para o nosso convívio democrático, um clube que já abrigou eventos sindicais, dos movimentos sociais, do nosso partido e de candidaturas de vários partidos. Tal atitude joga a imagem do  Clube para o lado obscuro dos tempos que estamos vivendo. O lado da repressão, do ódio, da intolerância e da censura. Mas, esses tempos obscuros não voltam mais. Por que o povo não quer e não vai deixar.

Temos certeza que isso não desanimará a militância petista, que resiste bravamente. Nossa vereadora do Recife e pré candidata ao governo do estado, Marília Arraes, encontrará um lugar mais aberto e democrático para reunir sua militância e poder dizer sem repressão,  Lula Livre, Lula presidente!

Recife, 14 de maio de 2018

Comissão Executiva Estadual

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